Buscar

Ação de Usucapião: Conceito e Procedimento

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Ação de Usucapião 
 
 Usucapião, também chamado por parte da doutrina como “prescrição 
aquisitiva”, é a forma de aquisição de bens móveis e imóveis em decorrência 
da posse prolongada no bem. 
 No CPC vigente, é tratada nos arts. 941 a 945, não encontrando 
correspondência no novo CPC. Embora ainda haja dispositivos que prevejam a 
continuidade do atual modelo, o novo CPC previu apenas uma nova 
modalidade de usucapião, a “extrajudicial”, por meio de seu art. 1.071, que 
prevê inclusão do art. 216-A na lei de registros públicos (lei 6.015/73). 
 Verifica-se que o instituto do usucapião recebe proteção constitucional, 
conforme se vê nos art. 183 (usucapião urbano) e 191 (usucapião rural), como 
forma de efetivar o princípio da função social da propriedade. Vejamos os 
dispositivos apontados: 
Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de 
até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco 
anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a 
para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o 
domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel 
urbano ou rural. 
§ 1º O título de domínio e a concessão de uso serão 
conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, 
independentemente do estado civil. 
§ 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo 
possuidor mais de uma vez. 
§ 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por 
usucapião. 
 
Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel 
rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos 
ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, 
não superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva 
por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua 
moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. 
Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão 
adquiridos por usucapião 
 
 Os dispositivos constitucionais apontados acima foram regulamentados, 
respectivamente, pelas leis 10.257/01 (estatuto das cidades) e lei 6.969/81, 
determinando que as ações de usucapião seriam processadas e julgadas 
segundo o rito sumário. O novo CPC, todavia, não estabelece essa distinção, 
estabelecendo apenas o procedimento comum. 
 Os prazos e condições para usucapião encontram-se descritos no 
Código Civil, nos arts. 1238 e seguintes: 
Art. 1.238.: Aquele que, por quinze anos, sem 
interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, 
adquire-lhe a propriedade, independentemente de título 
e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare 
por sentença, a qual servirá de título para o registro no 
Cartório de Registro de Imóveis. 
 
Parágrafo único.: O prazo estabelecido neste artigo 
reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver 
estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele 
realizado obras ou serviços de caráter produtivo. 
 
Art. 1.239.: Aquele que, não sendo proprietário de imóvel 
rural ou urbano, possua como sua, por cinco anos 
ininterruptos, sem oposição, área de terra em zona rural 
não superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva 
por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua 
moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. 
 
Art. 1.240.: Aquele que possuir, como sua, área urbana 
de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por 
cinco anos ininterruptamente e sem oposição, utilizando-
a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o 
domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel 
urbano ou rural. 
 
Art. 1.242.: Adquire também a propriedade do imóvel 
aquele que, contínua e incontestadamente, com justo 
título e boa-fé, o possuir por dez anos. 
 
Parágrafo único.: Será de cinco anos o prazo previsto 
neste artigo se o imóvel houver sido adquirido, 
onerosamente, com base no registro constante do 
respectivo cartório, cancelada posteriormente, desde que 
os possuidores nele tiverem estabelecido as suas 
moradia, ou realizados investimentos de interesse social 
e econômico. 
 
Passemos, pois, à análise do procedimento de usucapião. 
Primeiramente, é de se destacar que o foro competente para o 
processamento e julgamento das ações de usucapião é o da comarca onde 
está situado o bem 
A sentença na ação de usucapião possui, segundo parte da doutrina, 
natureza meramente declaratória, sendo que a transferência do domínio do 
bem somente será efetuada uma vez que cumpridos os requisitos legais 
(averbação da sentença de usucapião no cartório de registro de imóveis). 
Verifica-se que o legitimado ativo para proposição de tal ação é sempre 
o possuidor. O legitimado passivo, no entanto, pode ser uma gama de pessoas, 
motivo pelo qual a lei estabelece a necessidade de formação de um 
litisconsórcio passivo necessário. Senão vejamos: 
São vários os legitimados passivos na ação de 
usucapião: 
 
 a pessoa em cujo nome o imóvel está registrado. A 
usucapião é, ao mesmo tempo, um modo de 
aquisição e perda da propriedade. De aquisição para 
o possuidor, que se manteve na coisa pelo tempo 
exigido por lei; e de perda para o proprietário que, 
tendo permanecido inerte, ficará privado do bem. O 
proprietário tem de ser citado, pois tem interesse em, 
defendendo-se, manter a coisa para si. Para 
identificar quem é o proprietário, basta verificar quem 
figura como tal no Cartório de Registro de Imóveis; 
 o possuidor atual, nos termos da Súmula 263 do 
STF, como explicado no item anterior;
1
 
 todos os confrontantes do imóvel. É o que determina 
o art. 942, II, do CPC. A razão para isso é que os 
confrontantes têm o direito de verificar se estão 
sendo respeitadas as divisas e confrontações; 
 como a ação é real sobre bens imóveis, é preciso 
ainda citar os cônjuges, salvo regime da separação 
absoluta de bens. 
 
Há sempre um litisconsórcio necessário, no pólo passivo 
das ações de usucapião. Os indicados anteriormente são 
apenas os réus certos, conhecidos, identificados ou 
identificáveis. Somente nos casos previstos em lei serão 
citados fictamente, por edital ou com hora certa.
2
 
 
Além das pessoas citadas acima, é obrigatória a intimação dos 
representantes da Fazenda Pública da União, Estado e Município (para que 
estes manifestem seu interesse, e para verificar se o imóvel encontra-se sob a 
esfera de bens dominicais, o que impede a concessão do usucapião), bem 
como do Ministério Público (pela implicação da sentença no registros públicos, 
dos quais o órgão ministerial é fiscal). 
Vejamos, por fim, a legislação processual a respeito: 
Art. 941. Compete a ação de usucapião ao possuidor 
para que se Ihe declare, nos termos da lei, o domínio 
do imóvel ou a servidão predial. 
 
Art. 942. O autor, expondo na petição inicial o 
fundamento do pedido e juntando planta do imóvel, 
requererá a citação daquele em cujo nome estiver 
registrado o imóvel usucapiendo, bem como dos 
confinantes e, por edital, dos réus em lugar incerto e 
dos eventuais interessados, observado quanto ao 
prazo o disposto no inciso IV do art. 232. 
 
Art. 943. Serão intimados por via postal, para que 
manifestem interesse na causa, os representantes 
 
1
 Súmula 263, STF: “O possuidor deve ser citado pessoalmente para a ação de usucapião”. 
2
 GONÇALVES, Marcus Vinícius Rios. Direito processual civil esquematizado / Marcus Vinicius Rios 
Gonçalves. – São Paulo : Saraiva, 2011. P 784 
da Fazenda Pública da União, dos Estados, do 
Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios. 
 
Art. 944. Intervirá obrigatoriamente em todos os atos 
do processo o Ministério Público. 
 
Art. 945. A sentença, que julgar procedente a ação, 
será transcrita, mediante mandado, no registro de 
imóveis, satisfeitas as obrigações fiscais

Outros materiais