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Behaviorismo: Bases Históricas e Conceitos

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Behaviorismo
⇨ Bases Históricas, nivelamento, comportamento
e outros conceitos ⇦
⇨ Livro 1 : Skinner - Ciência e Comportamento
Humano - Cap 1 e 2.
Cap 1: A ciência pode ajudar?
Cap 2: Uma ciência do comportamento
⇨ Texto 2 : O Behaviorismo Metodológico e suas
relações com o Mentalismo e o Behaviorismo
Radical.
O Behaviorismo surgiu, no começo deste
século, como uma proposta para a Psicologia
tomar como seu objetivo de estudo o
comportamento ele próprio, e não como
indicador de alguma outra coisa, ou seja, como
indício da existência de um fenômeno que se
expressaria através do comportamento. Surgiu
como reação às posições, então dominantes, de
que a Psicologia deveria estudar a mente ou a
consciência dos homens.
Dizíamos que o Behaviorismo surgiu em
oposição ao Mentalismo e ao Introspeccionismo,
mas, de fato, isso só é verdade na obra de
behavioristas clássicos como Watson e Guthrie.
Em fins do século passado a ciência de modo
geral começou a colocar uma forte ênfase na
obtenção de dados ditos objetivos, em medidas,
em definições claras, em demonstração e
experimentação. Esta influência se fez sentir na
Psicologia, no começo deste século, com a
proposta behaviorista feita por Watson: "Por que
não fazemos daquilo que podemos observar, o
corpo de estudo da Psicologia?"
O Operacionismo : É um resultado direto
da influência do Positivismo Lógico sobre a
Física. Afirma que, se somente tenho acesso às
informações que meus sentidos trazem, então a
linguagem pela qual expresso e estruturo essas
informações é o mais importante em ciência.
Assim, a definição dos conceitos é fundamental, e
definir é descrever as operações envolvidas no
processo de medir o conceito. Essa descrição
deve ser objetiva e referir-se a termos
observáveis ou deve ser redutível – através de
operações lógicas – a tais termos. [em contraste,
note-se a posição de Skinner (1945), para quem
definição operacional resume-se a uma análise
funcional do comportamento verbal envolvido
nos termos a serem definidos (Day, 1980,1983)].
"Observação", pois, tornou-se um termo e uma
operação fundamental para o Behaviorismo: ela
define a categoria "comportamento", seu objeto
de estudo. Comportamento é o observável e, por
definição, observável pelo outro, isto é,
externamente observável. Comportamento, para
ser objeto de estudo do behaviorista, deve
ocorrer afetando os sentidos do outro, deve
poder ser contado e medido pelo outro.
⇨ Mas o que é comportamento?
O Comportamento não era visto, no
século passado, como mais uma função biológica,
isto é, própria do organismo vivo, e que se realiza
em seu contato com o ambiente em que vive,
como o respirar, o dirigir. Dentro de uma Física
newtoniana mecanicista da época, todo
fenômeno devia ter uma causa (uma concepção
funcionalista falaria em condições), e como
Watson rejeitava a mente como causa, se a
causa do comportamento não poderia ser a
mente, então esta deveria ser algo externo ao
organismo, a saber, o Ambiente. Na verdade
Watson não se libertou da concepção dualista de
homem. Se para a Escolástica o corpo precisa ser
animado pela alma, e para o Mentalismo o
comportamento é expressão da mente, para
Watson ele é produto da instigação do estímulo.
⇨ Texto 3 : O behaviorismo radical e a psicologia
como ciência.
B. F. Skinner (1904-1990) é reconhecido
como o principal autor do behaviorismo radical.
O que, de fato, diferencia as duas
alternativas (a mentalista e a behaviorista) é a
natureza que cada uma delas atribui aos
fenômenos envolvidos na privacidade; em uma
visão behaviorista, esses fenômenos têm a
mesma natureza que os demais fenômenos que
constituem o homem: são fenômenos físicos,
materiais; em uma visão mentalista, ao contrário,
esses fenômenos são de natureza diferente da
natureza dos demais fenômenos que constituem
o homem: não são de natureza física, são de
natureza mental ou psíquica e seria isso que os
distinguiria como objeto de estudo à parte.
⇨ Texto 4 : Behaviorismo: uma proposta de
estudo do comportamento
⇨ Causas do Comportamento ⇦
⇨ Texto 20 : Questões referentes à causalidade e
eventos privados
No behaviorismo radical, termos como
causalidade, causa ou causação referem-se
apenas às relações funcionais entre eventos.
O behaviorismo radical considera que
eventos privados existem em relação com
eventos públicos. Têm, portanto, o mesmo
estatuto ontológico dos eventos públicos, motivo
pelo qual não foram descartados. O único
problema com eles resume-se na dificuldade em
acessá-los (Skinner, 1974), uma questão de ordem
epistemológica e não ontológica.
Mentalismo e Behaviorismo Radical
⇨ Skinner (1945/1984, 1974, 1989 a) procura
demonstrar que a mente não pode explicar,
apropriadamente, o comportamento. Por isso,
costuma-se dizer que o behaviorismo radical
nega ou refuta a mente. É preciso esclarecer,
entretanto, que a mente por ele refutada é a
mente imaterial, que atua como um agente
criador ou propulsor e que evoca
comportamentos. Uma mente que permanece na
penumbra e que não é publicamente observável.
E mais, não é acessível à intervenção. Em outras
palavras, ele refuta a mente tal como concebida
pelo mentalismo, uma das filosofias da mente.
Skinner (1989ª) considera que "o que é a mente e
o que ela faz
são coisas ainda longe de ser esclarecidas" (p.22).
Ele busca, então, outro caminho que permita um
avanço na compreensão da mente.
⇨ Como a mente poderia, por exemplo, agir sobre o
corpo para fazê-lo comportar-se? Como parte das
respostas a essas questões, Skinner (1974)
introduz uma de suas teses fundamentais na
análise de eventos privados: aquilo que se
observa via introspecção não são eventos
mentais de natureza não física, mas o próprio
corpo do observador, estados ou condições
corporais ou, ainda, o corpo se comportando.
Trata-se de eventos privados, porque acessíveis
apenas à própria pessoa, mas ele enfatiza a
natureza corporal (e portanto física) desses
eventos, passando a denominá-los como o
"mundo sob a pele" (p. 21).
Continuando, ele levanta questões de ordem
metodológica. Sendo a mente acessível apenas por
introspecção ou inferência, a mesma poderia até
permitir a predição de comportamentos mas não o
seu controle. Seria possível prever a ocorrência de
certos comportamentos que tendem a
acompanhar determinados sentimentos e
estados da mente, mas, na impossibilidade de
intervir diretamente sobre estes e alterá-los
(investigando-os como variáveis independentes),
não haverá como promover os comportamentos
de interesse (possíveis variáveis dependentes).
Uma ciência desse tipo serviria apenas para a
contemplação e não seria aplicável na solução de
problemas humanos, um sério obstáculo para a
concepção pragmática de ciência amplamente
defendida por Skinner (1953/1998, 1957, 1974). Ele
argumenta, ainda, que explicações mentalistas
não favorecem as pesquisas porque as pessoas
entendem que o comportamento já está
explicado e param de fazer perguntas.
"Explicações mentalistas acalmam a curiosidade
e levam à paralisação da pesquisa" (1974, p.14).
Quando aquilo que uma pessoa faz é atribuído a
algo que lhe ocorre no íntimo, cessa a
investigação
Análise comportamental de fenômenos mentais
⇨ Skinner (1945/1984, 1974), empenhou-se em
compreender a mente conforme seu modelo
operante de análise do comportamento, fazendo
inúmeras análises ou interpretações de eventos
mentais, em termos comportamentais.
⇨ Análise comportamental da vontade - Muitos
comportamentos são explicados por um ato de
vontade; por exemplo, diz-se que a pessoa agiu de
determinada forma porque teve vontade. Nesse
caso, supõe-se que a vontade produz
comportamento. Em uma análise
comportamental, uma explicação desse tipo
levanta o problema do determinismo. Com efeito,
esses atos parecem espontâneos, parece que a
vontade surge do nada; e mais, tal explicação
sugere que uma vontade - um evento mental sem
dimensões físicas - possa produzir
consequências físicas, o organismo se
comportando. No caso de uma análise científica,
Skinner sugere um rastreamento de enunciados
leigos e uma busca da compreensãode seus
determinantes ambientais. Para exemplificar,
enquanto o leigo se contenta com uma explicação
do tipo "ele foi candidato novamente devido à sua
vontade de poder", o cientista continuaria a
perguntar, rastreando o enunciado, "qual a
origem da vontade de poder?" No behaviorismo
radical a resposta é procurada nas contingências
ambientais anteriores à ocorrência da vontade.
Sobre a explicação baseada em ato de vontade,
Skinner (1974) afirma: O comportamento é
satisfatoriamente explicado na medida em que
não tivermos necessidade de explicar o ato de
vontade. Mas as condições que determinam a
forma de probabilidade de um operante estão na
história da pessoa. Uma vez que não estão
ostensivamente representadas no ambiente
atual, são facilmente negligenciadas.
Do ponto de vista científico defendido
pelo behaviorismo radical, alguém dizer que tem
ou possui "vontade" não implica que guarde
dentro de si um evento mental ou algo causador
de comportamento, implica apenas a constatação
de que o comportamento em questão possui
probabilidade alta de ocorrer em certas
condições apropriadas. Mas indica ainda mais:
que o corpo da pessoa, ao entrar em contato com
as contingências operantes anteriores,
responsáveis por tornar os seus comportamentos
mais prováveis, responde a essas contingências; e
a pessoa sente os seus efeitos, percebe de
imediato as alterações corporais relacionadas
com a probabilidade de se comportar e então diz
"ter vontade", provavelmente, sob o controle
desses efeitos. Ao dizer que tem vontade a pessoa
descreve um fato que ocorre com o seu corpo, e
não um fato mental. Entretanto, esse sentimento,
um evento privado, não explica a ação, um evento
público; sentir ou ter vontade de poder não
explica as ações. Ambos tiveram origem nas
mesmas contingências vigorosas de
reforçamento positivo. É neste sentido que
Skinner (1953/1998, 1974) situa "o início da ação
causal" no ambiente.
Sobre a análise comportamental dos usos
de termos que se referem à mente, Skinner
(1989a) observa que sentimentos e estados
mentais tendem a ser tomados como causas de
comportamentos públicos por ocorrerem ou se
iniciarem imediatamente antes deles. Mas esse é
um modo mecanicista de se interpretar o
comportamento. A definição de comportamento
operante, sendo funcional (relacional) e histórica,
não pressupõe que as causas antecedentes
devam ser imediatas. Com o modelo operante,
muda-se completamente a direção na qual se
buscam as explicações para o comportamento,
possibilitando, desse modo, o procedimento
acima de rastrear as contingências ambientais
públicas, principalmente as passadas.
No behaviorismo radical, a alteração da
ordem e do papel de cada elo da cadeia causal fica
assim: o ambiente assume o papel iniciador da
causalidade; seleciona e gera comportamento; os
fenômenos mentais perdem sua condição causal,
enquanto os eventos privados se tornam objeto
de explicação tanto quanto os comportamentos
públicos.
0 acesso a eventos privados e a natureza do
autoconhecimento
⇨ Eventos qualificados como privados são
aqueles acessíveis apenas ao próprio sujeito,
principalmente aquilo que se observa pela
introspecção. Esse é o único meio para se
estabelecer contato com os eventos sensoriais,
situados dentro do próprio corpo. Os três
sistemas nervosos, proprioceptivo, interoceptivo
e, parcialmente, o exteroceptivo, medeiam esse
contato. Cabe notar que outros eventos,
acessíveis pela observação direta, mas
disponíveis para um único observador, também
são considerados privados, por exemplo,
determinados locais ou informações particulares.
Eventos públicos, ao contrário, são aqueles
passíveis de acesso a mais de uma pessoa. Neste
caso, os eventos corporais acessíveis às
observações e pesquisas fisiológicas, embora
ocorram dentro do corpo, são públicos por serem
acessíveis a mais de uma pessoa.
⇨ No behaviorismo radical, como afirma Skinner
(1974), eventos públicos e privados são da mesma
natureza, o que permite que entrem em relação
funcional. A única diferença entre ambos, insiste
o autor, é a acessibilidade: o fato dos eventos
privados serem observáveis diretamente apenas
para o próprio sujeito.
Skinner (1953/1998, 1957) entende que,
sem a participação de um grupo social que fale
uma mesma língua e compartilhe alguma cultura
comum, ao qual ele denominou comunidade
verbal, não é possível conhecer o mundo privado.
Isto porque ele pressupõe que, de início, o mundo
privado de cada um, tal como o ambiente, não é
diferenciado. Apenas com a participação da
comunidade verbal é possível a cada indivíduo
aprender, desde criança, a ir fazendo
discriminações a respeito de eventos de seu
mundo privado. Um de seus relatos ilustra essa
posição:
O ambiente, seja público ou privado,
parece permanecer indistinto até que o
organismo seja forçado a fazer uma distinção (...)
o comportamento discriminativo espera pelas
contingências que forçam as discriminações (...) e
se uma discriminação não pode ser forçada pela
comunidade, pode não aparecer nunca. (...) é a
comunidade que ensina o indivíduo a "se
conhecer". (1953/1998, p. 284).
Em sua interpretação operante dos
comportamentos verbais, Skinner (1957) propõe
dividi-los de acordo com o tipo de variável que os
controla. O resultado são cinco tipos de
comportamento: ecóico, textual, intraverbal,
mando e tato.
⇨ Texto 24: Modo causal de seleção por
consequências
⇨ Texto 25: Breves considerações acerca do
modelo de causalidade da terapia cognitiva e da
terapia analítico-comportamental
⇨ Comportamento Verbal ⇦
O comportamento verbal está sujeito aos
mesmos princípios que governam o
comportamento não verbal, a única característica
que o difere significativamente e o faz merecer
uma análise separa é a natureza do reforço que
estabelece e o mantém e que requer a mediação
de outra pessoa.
O comportamento verbal atua em relação a outra
pessoa S E M P R E.
Ele é estabelecido e mantido por reforço -
mediado -
⇨ Reforço mediado :
Ele deve ocorrer após uma resposta ser
emitida.
Sua ocorrência deve ser função do
comportamento.
Ela aumenta a probabilidade futura desta
resposta
Ela resulta da ação de outro indivíduo.
⇨ Reforço do comportamento verbal :
Depende de reforço social.
Requer mais reforço para ser adquirido
do que para ser mantido.
Existem consequências imediatas e
consequência que podem ser atrasadas.
É sensível a mudanças no reforço,
favorecendo a modelagem ou a extinção.
O papel do ouvinte - comunidade verbal.
Audiência
A audiência diz respeito aos estímulos
discriminativos que controlam a emissão do
comportamento verbal, pois sinaliza a
disponibilidade do reforço provido pelo ouvinte.
Além de aumentar a probabilidade de emissão do
comportamento verbal, a audiência controla o
repertório comportamental a ser utilizado e o
tema do episódio verbal total. Quanto ao
repertório, o falante adapta suas expressões
verbais para que estas exerçam um controle mais
preciso sobre o comportamento do ouvinte.
Para análise do comportamento todo ato falho é
um lapso verbal mas nem todo lapso verbal é um
ato falho.
⇨ Regras e Contingências ⇦
⇨ Texto 5: Fundamentos de Psicologia - Cap 2
Aprendizagem
⇨ O que é aprendizagem? Apren dizagem, então, é
uma demonstração de comportamento novo ou
modificado. É uma alteração no modo como um
indivíduo responde a parcelas relevantes do
mundo.
No entanto, nem toda alteração na relação do
orga nismo com o ambiente qualificar-se-á como
aprendizagem. Certas ocorrências podem
modificar temporariamente a maneira como um
organismo responde. Ex: uma pessoa que acabou de
assistir a um filme de terror pode responder por algum tempo de
maneira exacerbada a certos ruídos, mesmo àqueles com os
quais está familiarizada.
Aprendizagem é qualquer mudança duradoura na
maneira como os orga nismos respondem ao
ambiente.
Assim, a “mudança na relação organismo
-ambiente” que caracteriza a aprendi zagem pode
ser tanto a modificação de uma relação
estímulo-resposta preexistente como o
estabelecimento de uma relação
estímulo-resposta nova.
As relações entre estímulose respostas
não são todas iguais. Alguns estímulos estão
fortemente vinculados a uma resposta, de modo
que a resposta ocorre praticamente toda vez que
o organismo entra em contato com o estí mulo
(como a contração da pupila no contato com uma fonte de
iluminação intensa). Outras respostas, embora
claramente ligadas a certo estímulo, não
acontecem sempre que o estímulo está presente
(como abrir a porta da gela deira) e ainda podem se
relacionar com outros estímulos.
A Análise do Comportamento costuma
dividir as relações comportamentais em duas
categorias - “comportamento respondente” e
“comportamento operante”, dependendo das
correlações entre eventos ambientais e
comportamentais que as descrevem.
⇨ Comportamento respondente :
O termo “comportamento respondente” é
usado em Análise do Comportamento para se
referir aos compor tamentos conhecidos como
reflexos, costumeiramente caracterizados como
reações involuntárias do organismo a certos
eventos.
Em termos analítico-comportamentais,
são caracterizadas por uma reação alta mente
provável do organismo a um estímulo específico
do ambiente.
Sob condições ótimas, a resposta ocorrerá toda vez que o
organismo entrar em contato com o estímulo.
Diante de uma relação estímulo-resposta,
um analista do comportamento dirá que o
estímulo eliciou a resposta reflexa. Eliciar é o termo
usado para dizer que a resposta foi provocada pelo estímulo.
Quando a resposta reflexa do organismo a
determinado estímulo não precisou ser
aprendida, usa-se o termo incondicionado ou
primário (Ex.: Os seres humanos não precisam aprender a
contrair a pupila diante de uma luz intensa) para se referir
tanto ao estímulo quanto à resposta.
⇨ Comportamento operante :
A Análise do Compor tamento descreve o
comportamento operante por meio da tríplice
contingência, que envolve não só a resposta e a
consequência, mas ainda o contexto em que
ocorrem.
Consideremos o exemplo de chutar uma
bola. O que chamamos de resposta, ‘chutar bola”,
se pensarmos bem, já é uma relação entre
estímulos e respostas: como seria possível chutar
uma bola na ausência de uma bola? Ainda assim,
a presença da bola nem sempre vai evocar
respostas de “chutar bola”. Imaginemos que
tenhamos observado que a criança em questão
normalmente chuta a bola quando há um adulto
presente, que se engaja em chutar a bola de volta.
Então, a relação comportamental, nesse caso,
inclui a presença da bola e de um adulto. Essa
relação será modificada dependendo das
consequências. Se o adulto costumeiramente se
engajar em jogar bola com a criança, chutar a
bola sob aquelas condições será mais provável no
futuro. Por outro lado, se aquele adulto estiver
rotineiramente cansado e não brincar com a
criança, a relação será enfraquecida.
SD é o estímulo antecedente (estímulo discriminativo), R a
resposta e SR o es tímulo reforçador.
Trata-se de um processo que existe
devido ao que vai acontecer após uma tomada de
decisão. Esta classe de comportamentos recebe o
nome de Operante devido ao fato de que quando
ocorrem “operam” o meio, modificando-o e
alterando os comportamentos.
Processos Básicos de Aprendizagem
⇨ Condicionamento respondente:
REFLEXO INCONDICIONADO
Alimento na boca (US) → Salivação (UR)
CONDICIONAMENTO RESPONDENTE
Som (NS) + Alimento na boca (US) → Salivação (UR)
REFLEXO CONDICIONADO
Som(CS) + Salivação(CR)
Esquema do processo de condicionamento respondente. As
siglas usadas significam: US, estímulo incondicionado; UR,
res posta incondicionada; NS, estímulo neutro;
CS(conditioned stimu lus), estímulo condicionado; CR
(conditioned response), resposta con dicionada.
O que Pavlov fazia era tocar um som
(estí mulo neutro) sempre que colocava alimento
na boca do cão (estímulo incondicionado),
coletando as gotas de saliva produzidas (resposta
incondicionada). Esse procedimento foi feito
regularmente, por alguns dias. Em seguida,
Pavlov começou a apresentar o som (estímulo
condicionado) sozinho, verificando a ocorrência
da resposta de salivação ( resposta condicionada).
O que ocorre no condiciona mento respondente,
então, é que um estímulo neutro passa a eliciar
uma resposta reflexa, como produto do
pareamento frequente entre esse estímulo e um
outro eliciador (que pode ser incondicionado ou
condicionado).
Quando o estímulo originalmente neutro
(NS) passa a eliciar a resposta, recebe o nome de
estímulo condicionado (CS). A resposta, por sua
vez, embora seja semelhante à resposta eliciada
incondicionalmente (UR), recebe o nome resposta
condicio nada (CR), por estar sendo eliciada em
decorrência de apren dizado por
condicionamento, e não por uma relação inata
entre estímulo e resposta
⇨ Condicionamento operante:
O condicionamento operante se
baseia em uma premissa bastante simples –
ações que são seguidas por reforço serão
reforçadas e tem mais probabilidade de ocorrer
novamente no futuro. Se você contar uma
história engraçada na classe e todo mundo
rir, provavelmente você vai ser mais
propenso a contar essa história de novo no
futuro.
Por outro lado, as ações que resultam
em punição ou consequências indesejáveis
serão enfraquecidas e terão menos
probabilidade de ocorrerem novamente no
futuro. Se você contar a mesma história
novamente em outra classe, mas ninguém rir,
desta vez, você vai ser menos propenso a
repetir a história novamente no futuro.
O processo de condicionamento pelo
qual um orga nismo aprende a responder
diferencialmente na presença ou ausência de
um estímulo antecedente é chamado de
discriminação. A discriminação ocorre
quando o compor tamento do organismo é
controlado pela presença ou ausência de
determinado padrão de estimulação
antece dente.
Esquema do procedimento de discriminação. SD é o
estímulo discriminativo, R a resposta, SR o estímulo
reforçador e SA (S-delta) representa a ausência.
Quando falamos do procedimento de
discriminação, portanto, estamos falando que
uma determinada classe de respostas é mais
frequentemente seguida de uma
conse quência específica na presença de um
estímulo do que de outro. Isso faz com que
esta classe de respostas torne-se mais
provável diante do primeiro estímulo,
chamado de SD, e praticamente não ocorra
na presença do outro estímulo, condição
chamada de SA (S- delta).
⇨ O princípio unificado do reforço
Ambos os tipos de condicionamentos
têm em comum o estabelecimento de uma
nova relação entre estímulos e respostas. No
condicionamento respondente, a corre lação
entre um estímulo neutro e um estímulo
eliciador faz com que o estímulo inicialmente
neutro passe a eliciar a resposta reflexa. No
condicionamento operante, estímulos e
respostas que co ocorrem em correlação com
um estímulo “eliciador” (o reforçador) passam
a ocorrer juntos com mais frequência. Nos
dois casos, uma relação S-R é fortalecida pela
correlação com um estímulo eliciador. A
diferença está nos arranjos ambientais que
produzem essas relações e no controle do
estímulo sobre a resposta. Reconhecendo
essa afinidade, os pesquisadores Donahoe e
Palmer (1994) propuseram o Princípio
Unificado do Reforço. A ideia, basi camente, é
que em ambos os condicionamentos ocorre o
mesmo processo de fortalecimento. Em
linhas gerais, o sistema nervoso dos
organismos capazes de aprender está
configurado de modo que os estímulos e as
respostas que consistentemente ocorrem
contiguamente a um estímulo eliciador terão
maior probabilidade de ocorrer juntos no
futuro, independente de como tais eventos se
correla cionem em primeiro lugar. Dessa
perspectiva, os qualifi cativos “respondente” e
“operante” caracterizam os proce dimentos
que o experimentador usa no laboratório
para fortalecer relações entre estímulos e
respostas, não tipos diferentes de
comportamento.
⇨ Imprinting: O termo imprinting refere-se ao
fato de o organismo agir como se tivesse
gravado (ou estampado) o estímulo com o qual
teve contato ao nascer.
Se considerarmos a natureza da relação
estímulo-resposta que se estabelece, o imprinting
pode ser considerado um caso híbrido de
condicionamento reflexo e condicionamento
operante: embora oorganismo já nasce preparado
para reagir a uma propriedade de estímulo
bastante específica (o movi mento), outras
propriedades do primeiro estímulo em
movi mento que ele vê na vida (como cor, forma
etc., essas bastante inespecíficas) passarão a
controlar quaisquer comportamentos que as
mantenham próximas. E como se as demais
proprie dades do estímulo “estampado”
adquirissem função reforçadora condicionada
após um único pareamento com o evento
incondicionado, o movimento, e o organismo
passasse, então, a emitir, com maior
probabilidade, comportamentos que mantivessem
aquele estímulo presente e/ou próximo.
Aprendizagem indireta
Nem sempre a aprendizagem
depende da exposição direta do organismo a
todos os aspectos das contingência. 
⇨ Aprendizagem vicariante: Também
denominada aprendizagem por observação, é
a aprendizagem baseada na observação de
respostas emitidas por outro organismo e/ou
de suas consequências.
Ex: Uma das fontes de alimento dos
macacos japoneses eram batatas doces, que
geral mente ficavam cobertas pela areia da praia
onde viviam. Por acaso, um macaco jovem
derrubou batatas na água do oceano, o que limpou
a areia. Em pouco tempo, os macacos jovens do
grupo passaram a lavar as batatas no oceano
antes de comê-las.
⇨ Aprendizagem por instrução: As
instruções seriam classifi cadas como um tipo
de regra. Regras são descrições verbais
de contingências que podem funcionar como
estímulos discriminativos ou como estímulos
alteradores da função de outros estímulos,
dependendo das contingências de reforço de
que participam.
As regras (ou instruções) podem,
portanto, estabelecer comportamentos
novos, antes (e mesmo sem) que se entre em
contato com as contingências. Além de
permitir que novos comportamentos sejam
adquiridos mais rapida mente, as instruções
podem estabelecer no repertório do
indivíduo comportamentos adequados
mesmo em situações nas quais a
contingência é ineficaz, atua a longo prazo ou
não pode ser contatada naturalmente.
Apesar de suas evidentes vantagens,
o comporta mento governado por regras
apresenta uma desvantagem importante.
Esse comportamento pode ser “insensível” às
contingências, de modo que, quando a
contingência muda, o comportamento
estabelecido por regras tende a se manter
inalterado, tornando-se disfuncional.
Generalização primária e
equivalência funcional
⇨ Generalização primária
A generalização primária pode ser atribuída à
similari dade física entre os estímulos novos e
o estímulo discri minativo, mas há outros
exemplos nos quais estímulos compartilham
o controle do comportamento, embora não
apresentem semelhança física; nesses casos,
o compartilha mento de função depende de
uma sobreposição entre as contingências de
que os estímulos participam.
⇨ Equivalência funcional: As classes de
eventos ambientais que compartilham
funções, não devido à seme lhança perceptual,
mas por participarem de contingências
similares.O termo enfatiza o fato de que
aqueles estí mulos compartilham a mesma
função comportamental, ou seja, são
equivalentes entre si no controle de alguma
parcela do comportamento de um organismo.
Modelagem e encadeamento de respostas
Outra maneira pela qual novas relações
comporta mentais se desenvolvem
alicerçadas em relações estabele cidas em
aprendizagens prévias é a modificação
gradual da topografia de uma resposta já
evocada por certa classe de estímulos. Como
dito anteriormente, sempre há algum grau de
variabilidade nas respostas emitidas por um
orga nismo. Mesmo quando suas topografias
se assemelham de uma instância para outra,
é possível que ligeiras varia ções tenham
efeito diferente no ambiente, seja produ zindo
o reforçador com mais regularidade, seja
produ zindo um evento diferente do
reforçador que define a classe de respostas
original. Nesses casos, o que acontece é que
aquela topografia variante torna-se mais
provável. Claro que também haverá
variabilidade em torno da nova topografia de
resposta privilegiada, de modo que outras
formas variantes poderão ser fortalecidas em
detrimento das anteriores, se favorecerem o
contato consistente com as consequências
relevantes. O efeito desses ciclos repetidos de
reforçamento dife rencial de certas
topografias de resposta em detrimento de
outras é que o comportamento vai sendo
modelado (no sentido de ter sua forma
moldada mesmo) ao longo do tempo.
O encade amento de respostas
trata-se de um modo de aprendizagem que
produz repertórios complexo com base em
um conjunto de relações comportamentais
previamente estabelecidas a partir de
histórias de condi cionamento respondente e
operante e de modelagem de respostas.
Cadeias de respostas são bastante comuns.
Para certos fins didáticos, podemos
considerar o “comporta mento de ir para
casa”, por exemplo, como se fosse um
operante, mas trata-se, na verdade, de uma
sequência de respostas encadeadas. O
caminho para casa é tão familiar que talvez
sequer reparemos que ele está dividido em
uma série de pequenos percursos
intercalados por alguns marcos geográficos:
ir até o ponto de ônibus; pegar o ônibus X;
descer na praça Y, atravessar a rua...
⇨ Texto 16: A geratividade do comportamento
verbal: divergências entre as propostas de B. F.
Skinner e N. Chomsky.
⇨ Texto 17: Regras e auto-regras no laboratório e
na clínica Análise do Comportamento - Pesquisa,
Teoria e Aplicação
⇨ Texto 18: Skinner vai ao cinema 3 - As Pontes
de Madison - Regras e Contingências
⇨ Aprendizagem via Regras e Contingência (aula
03/04)

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