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APOSTILA DE PRIMEIROS SOCORROS OBJETIVOS Esta apostila tem como principal objetivo ensinar os conceitos e técnicas básicas em atendimento pré-hospitalar, no intuito de facilitar os procedimentos de urgência e emergência realizadas por socorristas treinados, profissionais de saúde e pessoas leigas diante dos diversos tipos de ocorrências, sejam em vias públicas ou demais ambientes. Ao conhecer as técnicas e conceitos que serão tratados, o socorrista ou pessoa leiga terá um condicionamento psicológico para proporcionar às vítimas de acidentes traumáticos ou em situação clinica, um suporte básico de vida necessário na medida de sua capacidade com base na teoria apresentada neste manual. Para tanto, é de suma importância receber treinamento teórico e prático no intuito de adquirir a segurança necessária no momento em que ocorrer o sinistro. 2 SUMÁRIO 1. Introdução 08 2. Síntese Histórica do Pré-Hospitalar 09 3. Noções de Anatomia e Fisiologia 10 3.1. Corpo Humano 10 3.2. Divisão da Cabeça 10 3.3. Divisão do Tronco 11 3.4. Divisão dos Membros 11 4. Sistema do Corpo Humano 11 4.1. Sistema Respiratório 12 4.2. Sistema Circulatório 12 4.3. Sistema Nervoso 13 4.4. Divisão do Sistema Nervoso Central 13 4.5. Medula Espinhal 13 4.6. Sistema Nervoso Periférico 13 4.7. Sistema Esquelético 14 4.8. Sistema Tegumentar 14 5. Avaliação Inicial 15 5.1. Garantir a Segurança 15 5.2. Cinemática do Trauma 16 5.3. Verificar a Situação da Vítima 17 5.4. Acionar o Socorro 17 5.5. Realizar Ações com a Vítima 17 6. Bio Segurança 17 7. Abordagem à Vítima 17 7.1. Avaliação Primária 18 7.2. Avaliação Secundária 18 8. Responsividade 18 8.1. Atendimento à Vítima Inconsciente 19 3 8.2. Método ABC 19 8.3. Método CAB 19 8.4. Atendimento a Múltiplas Vítimas 20 9. Sinais Vitais 21 9.1. Frequência Respiratória 21 9.2. Frequência Cardíaca 21 9.3. Pressão Arterial 21 9.4. Temperatura 21 10. Tratamento de Situações Clínicas e Traumáticas 22 10.1. Letra A 22 10.2. Vítima Clínica 22 10.3. Vítima de Trauma 22 10.4. Obstrução de Vias Aéreas 23 10.5. Tratamento para OVACE 23 10.6. Vítima Inconsciente de OVACE 24 10.7. OVACE em Lactentes 24 11. Letra B 25 11.1. Assistência Ventilatória com O2 25 11.2. Tratamento com O2 e Equipamentos 25 11.3. Boa Respiração e Ventilação 26 11.4. Técnicas Usadas em Parada Respiratória 26 11.5. Vítima sem Respiração e com Pulso 27 12. Letra C 27 12.1. Identificação do Local da RCP 28 12.2. Método ABC e o Ciclo de RCP 29 12.3. Método CAB 29 12.4. RCP em Adulto com Um ou Dois Socorristas 29 12.5. RCP em Criança e Lactente com Um Socorrista 30 12.6. Organograma de RCP pelo Método ABC e CAB 30 12.7. Definição de Adulto, Criança e Lactente 31 12.8. Quando Suspender a RCP 31 12.9. Desfibrilador Externo Automático 31 12.10. Utilizando o DEA 32 13. Os Elos da Sobrevivência em Criança 32 4 14. Letra D (déficit neurológico) 33 14.1. Medindo o Nível de Consciência 33 14.2. Escala de Coma de Glagow 33 14.3. Abertura Ocular 33 14.4. Resposta Verbal 3414.5. Resposta Motora 34 15. Letra E (exposição da vítima e controle da hipotermia) 34 15.1. Exame da Cabeça 35 15.2. Exame do Tórax 35 15.3. Exame do Abdome 36 15.4. Exame da Região Pélvica 36 15.5. Exame dos Membros Superiores e Inferiores 37 15.6. Exame da Coluna 37 16. Hemorragias 37 16.1. Divisão das Hemorragias 38 16.1.1. Hemorragia Externa 38 16.1.2. Hemorragia Interna 40 16.2. Estado de Choque 41 16.3. Estágios do Processo Hemorrágico 42 16.4. Atendimento ao Choque Hipovolêmico 43 17. Lesões 43 17.1. Ferimentos Incisos ou Lacerantes 44 17.2. Ferimentos Penetrantes 44 17.3. Avulsões 45 17.4. Eviscerações 45 17.5. Objeto Empalado 46 18. Fraturas 46 18.1. Tipos de Fraturas 47 18.2. Luxações 48 18.3. Entorses 48 18.4. Imobilização de Algumas Fraturas 48 18.5. Procedimento para Lesão no Olho 49 18.6. Procedimento para Lesão com Objeto Empalado 49 18.7. Fratura no Crânio 49 5 18.8. Fratura de Coluna 50 19. Técnicas de Imobilizações 50 19.1. Rolamentos 51 19.2. Remoções 53 20. Queimaduras 53 20.1. Tipos de Queimaduras 54 20.2. Extensão da Queimadura 55 20.3. Atendimento ao Queimado 56 20.4. Atendimento ao Eletrocutado 56 21. Afogamento 57 22. Emergências Clínicas 58 22.1. Doenças Cardiovasculares 58 22.2. Angina de Peito 58 22.3. Infarto Agudo do Miocárdio 59 22.4. Acidente Vascular Cerebral 59 22.5. Convulsões 60 22.6. Desmaio 61 22.7. Asma 61 23. Emergência Obstétrica 62 23.1. Parto Normal 63 23.2. Dilatação 63 23.3. Expulsão 63 23.4. Dequitação Placentária 65 23.5. Procedimento Adotado pelo Socorrista 65 24. Intoxicação Exógena 66 24.1. Animais Peçonhentos 67 24.2. Animais Venenosos 67 24.3. Serpentes 67 24.3.1. Características das Serpentes Venenosas 67 24.3.2. Características das Serpentes não Venenosas 68 24.4. Serpentes do Gênero Bothrops 68 24.5. Jararaca 68 24.6. Cascavel 69 24.7. Coral 69 6 24.8. Surucucu 70 24.9. O que não se Deve Fazer em Caso de Picada 70 24.10. Tratamento de Primeiros Socorros 70 24.11. Tratamento Hospitalar 70 24.12. Escorpiões 71 24.13. Aranhas 72 24.14. Lagarta 72 24.15. Abelhas 73 25. Responsabilidade Legal no Pré-hospitalar 73 25.1. Responsabilidade pelo Código de Trânsito 74 25.2. Responsabilidade pelo Código Penal 75 25.3. Responsabilidade pelo Código Civil 76 7 1. INTRODUÇÃO:Primeiros Socorros são os procedimentos aplicados em uma vítima de acidente, com objetivo de manter os sinais vitais e reduzir o agravamento do seu estado até que o individuo receba assistência especializada, evitando o agravamento das lesões ou até mesmo a morte, cuidando para tanto que à vítima seja conduzida ao hospital para que seja colocada sob os cuidados médicos. É de suma importância que o socorrista saiba utilizar os conhecimentos teóricos e práticos de suporte básico de vida. Tomar atitude correta de forma rápida e segura pode significar a diferença entre a vida e a morte de uma vítima, de modo que, os conhecimentos absorvidos na área poderão minimizar os resultados decorrentes de uma lesão, vindo a reduzir o sofrimento da vítima e colocá-la nas melhores condições para receber o tratamento definitivo. Dominar as técnicas de primeiros socorros permitirá que o socorrista possa identificar o quadro em que a vítima está; de forma a não causar lesões que possam agravar o seu estado. 8 2. SÍNTESE HISTÓRICA DO PRÉ-HOSPITALAR: Em 1795 - Médico Francês JEAN LARREY (Pai do Atendimento Pré- Hospitalar), cria um sistema de atendimento dos feridos nos locais de batalha, onde se utilizava carruagens leves para o transporte de feridos. Na Guerra da Coréia, por volta de 1950, foram utilizados de helicópteros no transporte de vítimas, no qual recebiam a denominação de Aero médico. Já na Guerra do Vietnã na data de 1960, havia hospitais móveis com apoio de helicópteros, além de atendimento realizado por pessoas treinadas, mas que eram médicos. No Brasil, as datas que marcaram o surgimento do atendimento pré- hospitalar até atualidade, foram as seguintes: Em 1982, surge o atendimento pré-hospitalar no Distrito Federal; Em 1986, o Rio de Janeiro passa a operar com o serviço; Em 1989, o Ceará cria o GSU e consequentemente o Estado do Paraná cria o seu serviço; Em 1990, São Paulo adere ao serviço móvel de urgência; Em 1994, surge também no Estado de Minas Gerais; Finalmente em 2003, é criado o SAMU a nível nacional, com base na portaria. 1864 do Ministério da Saúde, onde na atualidade é disciplinado pela portaria 2048. 9 3. NOÇÕES DE ANATOMIA E FISIOLOGIA: Anatomia é a ciência que estuda a estrutura do corpo humano, de modo que, a fisiologia compeende a forma complexa de como o funcionamento do organismo. 3.1. CORPO HUMANO: Compreende um complexo conjunto de órgãos agrupados em aparelhos e sistemas, sendo os órgãos formados por tecidos e milhões de pequenas unidades vivas chamadas de células. 3.2. DIVISÃO DA CABEÇA: O crânio, área da cabeça formada pela região frontal, parietal, temporal e occipital, sendo a parte interna compreendida pelo encéfalo. Já a face, compreendem os órgãos dos sentidos, aberturas externas do sistema respiratório e digestivo. 10 3.3. DIVISÃO DO TRONCO: A divisão do tronco compreende desde o pescoço, tórax, abdome e região pélvica. São situações que poderão trazer consequências irreversíveis ou até mesmo a morte do individuo; fraturas da coluna cervical com ou sem lesão medular, grandes hemorragias no Interior do tórax, pulmões, esôfago, coração; abdome, além das infecções, podendo ocorrer fratura na região pélvica. 3.4. DIVISÃO DOS MEMBROS: são divididos em superiores e inferiores, apresentando lesões frequentes no individuo dependendo da atividade desenvolvida possuindo um risco de morte significativo dependendo de determinados fatores e lesões. 4. SISTEMAS DO CORPO HUMANO: São basicamente formados pelo sistema respiratório, sistema circulatório, sistema nervoso, sistema esquelético e sistema tegumentar. 11 4.1. SISTEMA RESPIRATÓRIO: Compreende vias aéreas e pulmões, onde o oxigênio segue inicialmente pelas vias aéreas superiores e vias aéreas inferiores até chegar aos alvéolos pulmonares. 4.2. SISTEMA CIRCULATÓRIO: É responsável pela circulação do sangue em todo o organismo, composto principalmente pelo coração onde se inicia o ciclo que ao passar por todos os vasos sanguíneos retorna novamente para o coração iniciando um no ciclo para os pulmões. O coração é um músculo estriado involuntário que bombeia sangue através dos vasos sanguíneos sendo dividido em dois átrios e dois ventrículos formando uma circulação sistêmica (grande circulação) e uma circulação pulmonar (pequena circulação), tendo como principais parâmetros fisiológicos a pressão arterial e o pulso. 12 4.3. SISTEMA NERVOSO: Distribuído por todos os tecidos do organismo humano é responsável pela captação de estímulos do meio ambiente, regulação e integração da função dos órgãos, sendo sede de todas as atividades mentais e comportamentais do ser humano, sendo dividido em sistema nervoso central e sistema nervoso periférico. 4.4. DIVISÃO DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL: O encéfalo, contido dentro da cavidade craniana está envolvido por membranas chamadas de meninges onde se encontra o líquido cefalorraquidiano (liquor). É um órgão controlador do corpo e responsável por todas as atividades voluntárias e involuntárias (percepção, inteligência), compostas ainda de três partes principais; o cérebro, o cerebelo e o tronco encefálico. 4.5. MEDULA ESPINHAL: Encontra-se dentro do canal medular (na coluna vertebral), tendo como principal função a intercomunicação entre o encéfalo e o corpo. 4.6. SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO: São 31 pares de nervos que saem da medula espinhal (nervos raquidianos) e 12 pares de nervos que saem do crânio (nervos cranianos). 13 4.7. SISTEMA ESQUELÉTICO: Tem como função a proteção, sustentação e armazenamento de íons, cálcio e potássio, além de ser um sistema de alavanca e produção de sangue, dividindo-se em esqueleto axial formado pelos ossos da cabeça, tronco apendicular, membros e cinturas de ligação com o esqueleto axial. 4.8. SISTEMA TEGUMENTAR: A pele é o maior órgão do corpo humano, possuindo várias funções indispensáveis a manutenção da vida, protegendo-a contra agressões físicas, químicas e biológicas, além de captar sensações ao mesmo tempo em que mantém a temperatura corporal estável. Sua formação se da parte mais externa para mais interna que são; epiderme, derme e hipoderme (tecidos celulares subcutâneos). 14 5. AVALIAÇÃO INICIAL: Chegando ao local do acidente devem-se fazer observações de situações que possam pôr em risco a integridade física e segurança do socorrista, bem como da vítima, observando a presença de perigo iminente, o número de vítimas, a natureza da ocorrência, sua evolução e que tipo de apoio será necessário para o local. A vítima deverá ser tratada como estivesse com lesão raquimedular, ou até mesmo alguma doença infectocontagiosa, para que seja imprescindível o uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI) pelo socorrista. Antes de qualquer atitude no atendimento às vítimas, deve-se obedecer a uma sequência de procedimentos que permita determinar qual o principal problema associado com a lesão ou doença e quais serão as medidas a serem tomadas. 1º. Manter a calma; 2º. Garantir a segurança; 3º. Verificar a situação da vítima; 4º. Acionar o socorro; 5º. Realizar ações com a vítima. 5.1. GARANTIR A SEGURANÇA: Antes de qualquer outra atitude noatendimento às vítimas, deve-se observar o local da ocorrência e sinaliza-lo de acordo com as recomendações. Em se tratando de acidente em via pública a sinalização deverá ser de acordo com a velocidade estabelecida na via. Exemplo. Um acidente que tenha ocorrido em uma via de velocidade média 60 Km/h, a distância deverá ser de aproximadamente 60 metros, se estiver sob as condições de risco deverá ser a distância dobrada. 15 No entanto, a distância mínima da sinalização para todas as vias é de 30 passos ou 30 metros antes e depois do acidente, por conta da distração momentânea que poderá ter outro condutor, de modo que até poderá bater na sinalização, mas terá 30 metros a percorrer até chegar ao local do sinistro. Em se tratando da sinalização e neutralização que deverá ser executada no trabalho ou residência, deve-se seguir uma sequência de segurança: 1º. Afastar objetos e fios em que possam trazer riscos iminentes de morte para o individuo. 2º. Não sendo posssível afastar o risco, deverá à vítima ser retirado do local, atentando as condições mínimas de segurança. Por mais que haja risco de lesão haverá a exclusão da culpa por estado de necessidade, com base nos preceitos do artigo 23 do Código Penal. 5.2. CINEMÁTICA DO TRAUMA: Nada mais é do que observar a cena do ocorrido para que possam ser evidenciadas as possíveis lesões que a vítima tenha sofrido por conta do mecanismo da lesão. 30 passos 16 5.3. VERIFICAR A SITUAÇÃO DA VÍTIMA: Avaliação rápida e sucinta no intuito de checar o nível de consciência da vítima para que se possa buscar o socorro apropriado. 5.4. ACIONAR O SOCORRO: Trata-se do momento em que as informações passadas para central de atendimento, serão criteriosamente analisadas para que se possam no mesmo momento repassa-las para aqueles que estão na regulação poderem informar aos que estão no local do acidente (socorristas ou leigos), quais os procedimentos que deverão ser seguidos até a chegada do socorro apropriado. 5.5. REALIZAR AÇÕES COM A VÍTIMA: São os procedimentos propriamente ditos no que diz respeito ao socorrer as vítimas, de modo em seguida será visto todos os procedimentos inerentes às diversas atipicidades em que o individuo estará sujeito. 6. BIO SEGURANÇA: Caracteriza-se pelo uso de equipamento de proteção Individual (EPI), diante dos possíveis acometimentos: Luvas cirúrgicas; Máscara facial; Óculos de proteção; Máscara de bolso. 7. ABORDAGEM À VÍTIMA: Procedimento em que à vítima é avaliada em todos os parâmetros, no intuito de que seja identificada a natureza da lesão e caracterização da mesma, ou seja, se trata de uma emergência ou urgência e se deverá o socorrista atuar pelo método primário ou secundário. 17 7.1. AVALIAÇÃO PRIMÁRIA: Consiste em analisar todas as condições clínicas e traumáticas da vítima que impliquem em risco iminente de morte, onde o socorrista identifica se a vítima é crítica, sendo a situação definida como: EMERGÊNCIA: Situações em que há o risco imediato de morte. Insuficiência Respiratória Aguda; Parada Cardíaca; Inconsciência; Hipovolemia. 7.2. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA: Consiste em examinar os seguimentos do corpo em busca de lesões que passaram despercebidas no primeiro momento, de modo que as lesões identificadas serão tratadas conforme a sua gravidade, sendo à vítima não crítica, teremos: URGÊNCIA: Não existe rico imediato de morte Pequena hemorragia; Fraturas nos membros; Outras situações de menor porte. 8. RESPONSIVIDADE: Momento que antecede a execução dos procedimentos de socorro com a vítima, onde o socorrista posicionando na altura dos ombros do individuo com 3 ou 4 pontos ao solo (3 pontos = um joelho no solo com apoio dos dois pés. 4 pontos = dois joelhos com os dois pés ao solo), devendo tocar no ombro da vítima com vigor necessário. Caso a vítima esteja Inconsciência é um sinal de instabilidade, devendo o socorro ser acionado. 18 8.1. ATENDIMENTO À VÍTIMA INCONSCIENTE: Diante das mudanças que houve até atualidade, protocolos de atendimento surgiram no intuito de facilitar o atendimento e dá uma maior chance de sobrevida ao individuo, sendo estes protocolos de atendimento conhecidos como ABC ou CAB, cabendo ao socorrista utiliza-los dentro daquilo que seja pertinente. 8.2. MÉTODO ABC: Protocolo aplicado por socorristas e demais profissionais em vítima de trauma, sendo iniciado pela responsividade chamada de AVDI. A = Alerta. V = Verbaliza. D = Responde a Dor. I = Vítima Inconsciente. 1º. Respira. 2º. Tem pulso. A = Proteção da cabeça (abertura das vias aéreas pelo método Jaw Trust). B = V. O. S (verificar, ouvir e sentir a respiração da vítima). C = Circulação (verificar a presença de pulso carotídeo). 8.3. MÉTODO CAB: Protocolo aplicado por pessoas leigas não oriundas da saúde em vítima clínica, mas que também poderá ser utilizado por profissionais da saúde e socorristas. O processo inicia-se medindo o nível de consciência. Tátio Verbal. 1º. Não Respira. 2º. Não Tem pulso. C = Circulação (iniciar imediatamente reanimação cardiopulmonar). A = Proteção da cabeça (abertura das vias aéreas pelo método Chin Lift). B = V. O. S (verificar, ouvir e sentir a respiração da vítima). Após o tratamento realizado com o indivíduo, seja pelo método ABC ou CAB, aplica-se o D e E, que representa os procedimentos a serem aplicados de acordo com a situação da vítima, concluindo a corrente de sobrevivência. Para tanto, vale salientar que no método CAB existe o 5º elo, que são os cuidados pós-PCR integrados. 19 D = Identifica a Déficit neurológico através da escala de Glasgow de 3 a 15. E = Corresponde à exposição da vítima e controle da hipotermia. 8.4. ATENDIMENTO A MÚLTIPLAS VÍTIMAS (MV): Em decorrência de acidentes que tenha um número expressivo de vítimas, deverá ser aplicado o atendimento a múltiplas vítimas, onde as mesmas são colocadas em lonas nas cores verde, amarela, vermelha e cinza, não sendo observados de forma criteriosa os protocolos ABC ou CAB, e sim de imediato se a vítima pode andar ou não, caso não possa, deve-se observar a circulação sanguínea do indivíduo se está acima de 2 segundos e a respiração acima de 30 repetições por minuto, para que o mesmo possa ser conduzido a lona que o classifica. 1º Pode andar? NÃO 2º Obedece a ordem simples? 3º Circulação 4º Respiração > 02 Seg. > 30 RPM Vermelha Amarela Verde SIM Cinza SIM NÃO NÃO 5º ELO NO CAB PÓS-PCR 20 9. SINAIS VITAIS: Indicadores de vida no organismo que mostram os índices variantes de acordo com a idade e o condicionamento físico do indivíduo que são: frequência respiratória, frequência cardíaca, pressão arterial e temperatura. 9.1. FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA: É o processo em que haverá a entrada de oxigênio na inspiração e eliminação de dióxido de carbono pela expiração. ÍNDICES NORMAIS: • ADULTO: 12 a 20 repetições por minuto (RPM); • CRIANÇA: 20 a 30 repetições por minuto (RPM); • BEBÊS: 30 a 60 repetições por minuto (RPM). 9.2. FREQUÊNCIA CARDÍACA: É a onda provocada pela pressão do sangue contra a parede arterial em cada batimento cardíaco. ÍNDICES NORMAIS: • ADULTO: 60 a 100 batimentospor minuto (BPM); • CRIANÇA: 80 a 120 batimentos por minuto (BPM); • BEBÊS: 100 a 160 batimentos por minuto (BPM). 9.3. PRESSÃO ARTERIAL: É a força exercida pelo sangue contra as paredes da artéria, na qual apresenta índices variáveis de acordo com a idade. ÍNDICES NORMAIS: • ADULTO: 120/80 milímetros de mercúrio (mmHg); • 12 ANOS: 108/67 milímetros de mercúrio (mmHg); • 6 ANOS: 100/60 milímetros de mercúrio (mmHg); • 4 ANOS: 85/60 milímetros de mercúrio (mmHg). 9.4. TEMPERATURA: Reflete o grau de calor mantido pelo corpo, onde seu valor em média 37°C, podendo haver alguma variação de 0,3 a 0,6°C para mais ou para menos. 21 10. TRATAMENTO DE SITUAÇÕES CLÍNICAS E TRAUMÁTICAS: Os métodos de reconhecimento e tratamento das situações clínicas e traumáticas serão visto na sequência A, B e C, para efeito de entendimento, mas os protocolos terão que ser realizados dentro de cada situação específica. 10.1. LETRA A: Causas de obstrução de vias aéreas em vítima inconsciente: • Queda da língua; • Presença de corpo estranho; • Sangramento; • Fraturas na região da face. 10.2. VÍTIMA CLÍNICA: O procedimento correto é a elevação do mento (queixo), pela manobra denomidade de CHIN LIFT, onde ocorrerá a liberação total das vias aéreas. 10.3. VÍTIMA DE TRAUMA: O procedimento tem como objetivo a elevação da mandibula, mantendo a estabilidade da coluna cervical pela manobra JAW TRUST, evitando que ocorra uma lesão irreversível na coluna cervical. 22 10.4. OBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS: As manobras de desobstruções em vítima consciente ocorrerão nas situações denominadas de engasgo ou também conhecida como OVACE (obstrução de vias aéreas por corpo estranho). • ADULTO: Geralmente ocorrem durante a ingestão de alimentos. • CRIANÇA: Principalmente durante alimentação ou recreação, ou seja, nas situações em que a criança fica inquieta. 10.5. TRATAMENTO PARA OVACE: O procedimento consiste em realizar manobras de compressões entre a cicatriz umbilical e apende xifoide, no qual serão feitas pressões de forma ininterruptas até o objeto ser expelido ou à vítima venha a ficar inconsciente. Apesar de abolidos os procedimentos de compressões na região anterior do tórax e tapotagem, anteriormente realizada em gestante, criança e pessoas obesas, deverão ser observados a possibilidade de sua realização por conta da eficiência, uma vez que somente as compressões abdominais poderão trazer complicações. 23 10.6. VÍTIMA INCONSCIENTE DE OVACE: Na situação em que à vítima venha a ficar inconsciente por conta da obstrução, o procedimento adotado hoje é reanimação cardiopulmonar, não havendo mais manobras de desobstrução em vítima deitada, salvo se a mesma estiver em OVACE deitada, mas ainda consciente, ou seja, situações em que a vítima está engasgada e não deambula (não anda), por conta de situações patológicas ou fisiológicas. O procedimento que deverá ser realizado no adulto, gestante e criança quando estiverem deitados e inconscientes, é reanimação cardiopulmonar de no mínimo 100 compressões por minutos, ou 30 compressões por 2 ventilações em um ciclo de 5 vezes, caso tenha um método de barreira. 10.7. OVACE EM LACTENTES: Em se tratando de lactente, ainda prevalecem às manobras de tapotagens seguidas de compressões torácicas (manobra sanduiche) até que o objeto seja expelido, ou ao termino das manobras seja visto e retirado o objeto (pinçado). Caso não tenha sido retirado objeto, devem-se reiniciar com as cinco compressões torácicas (tapotagem). Lactente que venha a ficar inconsciente adota-se os procedimentos de RCP, de no mínimo 100 compressões por minutos, ou 30 compressões por 2 ventilações em um ciclo de 5 vezes, atentando aos devidos detalhes que serão mencionados adiante. 24 11. LETRA B: É o momento em que o indivíduo para de respirar, no entanto, o coração continua batendo durante algum tempo, sendo que, para identificar a ausência de respiração o socorrista deverá colocar o rosto próximo à face da vítima e olhar em direção do tórax para realização do VOS (vê se há movimentos respiratórios, ouvir a forma que sai o som da respiração e sentir a respiração na face do próprio avaliador), de modo que não havendo respiração os procedimentos de ventilação artificial deverão começar imediatamente. 11.1. ASSISTÊNCIA VENTILATÓRIA COM OXIGÊNIO: Deverá ser fornecida uma reserva de oxigênio suplementar em situações em que à vítima esteja com deficiência na respiração. 11.2. TRATAMENTO COM OXIGÊNIO E EQUIPAMENTOS: 1º. CATETER NASAL: Quando à vítima estiver respirando com dificuldade pela narina, deverá ser fornecido de 25% a 45% de oxigênio. 2º. MASCARA FACIAL: Quando à vítima estiver respirando com dificuldade pelo nariz e boca, deverá ser fornecido de 40% a 60% de oxigênio. 3º. MASCARA COM RESERVATÓRIO: Quando à vítima estiver respirando com dificuldade pelo nariz e boca e principalmente em vítima de maior gravidade, de modo que o instrumento fornece de 35% a 60% de oxigênio. São mascaras que tem válvula unidirecional. 4º. MASCARA DE VENTURA: São mascaras indicadas em ambiente Hospitalar, pois gasta mais oxigênio para ter um aproveitamento de apenas 50%, sendo que os resgates trabalham com reservatórios limitados. 25 11.3. BOA RESPIRAÇÃO E VENTILAÇÃO: Assistência ventilatória em parada da respiração poderá ser realizada de diversas maneiras, das quais alguns cuidados deverão ser tomados. • Respiração Artificial (boca a boca): Método arcaico de ventilação que hoje por conta dos riscos de contaminação, não vem sendo recomendado em vítimas desconhecidas. • Respiração Artificial com mascara de bolso (Pocket Mask): O socorrista é detentor de um instrumento que de maneira simples e prática poderá executar o procedimento de ventilação com segurança e sem risco de contaminação. • Respiração Artificial com Bolsa - Válvula-Mascara (ambú): Trata-se de um equipamento utilizado tanto na área hospitalar, bem como, na pré- hospitalar, sendo de fácil utilização oferece uma demanda ventilatória satisfatória ao ser realizada de forma correta. 11.4. TÉCNICAS USADAS EM PARADA RESPIRATÓRIA: 1º. Feche as narinas da vítima com os dedos, caso seja feito boca a boca; 2º. Coloque a boca com firmeza sobre a boca da vítima, ou caso esteja com equipamento acople-o em toda a região da face; 3º. Inicie com 2 ventilações de resgate de forma lenta; 4º. Após as ventilações de resgate o socorrista deve avaliar novamente a vítima, visto que o protocolo usado em questão é o ABC; 5º. Não voltou a respirar; iniciar a ventilação artificial dentro do tempo. Respiração Artificial (Boca boca) Máscara de Bolso ( Pocket Mask ) Bolsa-Válvula-Máscara 26 11.5. VÍTIMA SEM RESPIRAÇÂO E COM PULSO: As insuflações deverão ser mantidas em um ritmo que varia de acordo com vítima que está sendo atendida, ou seja, adulto, criança e lactente. • ADULTO: 1 Ventilação a cada 5 segundos; • CRIANÇA: 1 Ventilação a cada 3 segundos; • LACTENTE: 1 Ventilação a cada 2 segundos. 12. LETRA C: A parada cardiopulmonar compreende a parada respiratória e cardíaca simultaneamente, ou seja, o coração para de bombear o sangue e a circulação é interrompida. Após a parada cardíaca imediatamente a vítima cessa a respiração, sendo o reconhecimento feito pelo o profissional de saúde pela constatação da ausência de pulsocarotídeo (no pescoço), em se tratando de adulto ou criança, se for lactente será realizada na região femoral ou braquial. 27 12.1. IDENTIFICAÇÂO DO LOCAL DA RCP: Inicialmente o socorrista deve localizar e posicionar a mão de forma correta no tórax da vítima para realizar as compressões cardíacas. 1º. LOCAL NO ADULTO E CRIANÇA: As mãos deverão ser colocadas uma sobre a outra, na linha e entre os dois mamilos no meio do externo. 2º. LOCAL NO LACTENTE: Serão colocados dois dedos um pouco abaixo da linha do mamilo. Se a ventilação for pelo método boca a boca, deverá ser colocada a do socorrista sobre boca e nariz do lactente simultaneamente. 3º. ATÉ ONDE APERTAR: A compressão deverá ser realizada até a metade do tórax a uma profundidade de 5 centímetros. 28 12.2. MÉTODO ABC E O CICLO DE RCP: A reanimação cardiopulmonar adotada pelo protocolo americano desde 2005 tanto para vítima clínica como de trauma, é iniciada com 2 ventilações de resgate ao ser identificada ausência de sinais vitais (parada cardíaca), caso à vítima não retorne com as 2 ventilações de resgate, inicia-se o ciclo de RCP com 1 ou 2 socorristas. 12.3. MÉTODO CAB: A reanimação cardiopulmonar recepcionada pelo protocolo americano a partir de 2010 em vítima clínica, não realiza mais ventilação de resgate, exceto se houver um método de barreira, sendo adotando então o ciclo anterior, caso contrário, o socorrista profissional somente verificar ausência de pulso e iniciar com no mínimo 100 compressões por minuto, ao término, verificar a letra A e B, não retornado à vítima, recomeça os procedimentos de compressões cardíacas até a chegada do serviço médico de emergência. 12.4. RCP EM ADULTO COM 1 OU 2 SOCORRISTAS: 1 SOCORRISTA 22000055 22 SSOOCCOORRRRIISSTTAASS AADDUULLTTOO 3300 XX 0022 CCIICCLLOO:: 55 XX CCRRIIAANNÇÇAA ee LLAACCTTEENNTTEE 3300 XX 0022 CCIICCLLOO:: 55 XX AADDUULLTTOO 3300 XX 0022 CCIICCLLOO:: 55XX CCRRIIAANNÇÇAA ee LLAACCTTEENNTTEE 1155 XX 0022 CCIICCLLOO:: 1100 XX 29 12.5. RCP EM CRIANÇA E LACTENTE COM 1SOCORRISTA: 12.6. ORGANOGRAMA DE RCP PELO MÉTODO ABC E CAB: A sequência chamada de ABC era aplicada desde 2005, tanto em vítima de trauma como clínica quando atendida por profissionais da área da saúde, socorristas ou pessoas leigas. No entanto, a partir de 2010 com o surgimento do CAB, instituído pela Associação Americana de Cardiologia, vítima de trauma MÉTODO ABC ATLS VÍTIMA TRAUMA Socorrista MÉTODO CAB ACLS VÍTIMA CLÍNICA Leigo RESPONSIVIDADE TÁTIO VERBAL RESPONSIVIDADE AVDI A= Abertura das vias aéreas. B= Vê, Ouvir e Sentir. C= Checar pulso. 2 ventilações de resgate. A, B e C novamente, não voltou. 30 compressões por 2 ventilações Ciclo de 5vezes. C= 100 compressões no mínimo por minuto, ou 30 x2 se tiver método de barreira. A= Abertura das vias aéreas. B= Vê, Ouvir e Sentir. Não voltou, 100 compressões no mínimo em um minuto ou 30 x 2. Acionar Socorro Acionar Socorro 30 (ATLS) passa a ser atendida somente por profissionais da saúde e socorristas pelo método ABC. Já o leigo ao se deparar com vítima clínica ou mesmo de trauma estando ela inconsciente, deverá aplicar somente o CAB (ACLS) por mais que à vítima esteja só desmaiada, uma vez que o leigo não verifica pulso. Para tanto, o profissional de saúde ou socorrista que se deparar com uma vítima clínica e ao certificar que não tem pulso, já poderá imediatamente atende-la pelo método CAB, no intuito de aumentar as chances de sobrevivência. 12.7. DEFINIÇÃO DE ADULTO, CRIANÇA E LACTENTE: ADULTOS: Acima de 8 anos; CRIANÇAS: Faixa etária de 1 a 8 anos; LACTENTES: De 29 dias de vida até 1 ano; RECÉM-NASCIDOS: Que tem até 28 dias de vida. Obs. A relação compressão ventilação varia conforme o número de socorristas, como a faixa etária, bem como, o recém-nascido não é mencionado no protocolo americano. 12.8. QUANDO SUSPENDER A REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR: 1º. Quando à vítima retornar; 2º. Mediante ordem médica; 3º. Permuta ou substituição por outro socorrista capacitado; 4º. Exaustão física total do socorrista. Obs. É importante ressaltar que o socorrista não pode afirmar a morte da vítima. 12.9. DESFIBRILADOR EXTERNO AUTOMÁTICO: Fibrilação ventricular é a principal causa de morte nos distúrbios cardíacos fatais, em geral relacionados ao infarto agudo do miocárdio, sendo que a cada minuto a probabilidade de sobrevivência da vítima em fibrilação ventricular diminui em 10%, aproximando- se a zero após 10 minutos. Diante de tais patologias cardíacas, o DEA poderá ser usado de maneira eficaz por pessoas treinadas no intuito de aumentar as chances de sobrevida dos indivíduos. 31 12.10. UTILIZANDO O DEA: 1º. PASSO: O socorrista deverá ligar o DEA que ativará as mensagens automaticamente do aparelho pedindo que sejam colocadas as pás autoadesivas na vítima. 2º. PASSO: Ao fixar as pás autoadesivas na parte superior do bordo do esterno direito e na parte lateral do mamilo esquerdo um pouco abaixo da axila, o aparelho emitirá a mensagem para que o socorrista afaste-se da vítima. 3º. PASSO: Afastando-se da vítima e assegurando que ninguém toque na mesma, o DEA analisará o ritmo sinusal e se estiver fibrilando recomendará o choque. 4º. PASSO: Antes de apertar o botão choque, o socorrista deverá certificar se à vítima não tem pulso, para só então aperta-lo. Existem situações em que à vítima poderá está em taquicardia ventricular com pulso e que nessa situação não se recomenda o choque, bastando para tanto o socorrista verificar as carótidas. 13. OS ELOS DA SOBREVIVÊNCIA EM CRIANÇA: 1°. ELO= Corrente da sobrevivência (prevenção); 2°. ELO= Iniciar a RCP imediatamente por 2 minutos; 3º. ELO= Ligar para serviço médico de emergência; 4º. ELO= Chegada do Serviço Medico de Emergência. 32 14. LETRA D (DÉFICIT NEUROLÓGICO): O objetivo do exame neurológico é obter informações sobre o funcionamento do sistema nervoso, identificando possíveis alterações. O exame é realizado em duas etapas: 1º: Ao analisar o nível de consciência através do método A V D I ou tátio verbal, seja leigo ou profissional de saúde na chamada responsividade. 2º: Pela Escala de Coma de Glasgow, realizada pelo profissional de saúde propriamente dito, de modo a se fazer uma avaliação minuciosa da vítima. 14.1. MEDINDO O NÍVEL DE CONSCIÊNCIA: No método A V D I observa-se o grau de contato que a vítima faz com o meio ambiente. Não havendo resposta verbal, deverá ser feito estímulo doloroso, geralmente sobre o esterno ou trapézio, para determinar o nível de consciência, no entanto, vítima de trauma necessita de cautela para não agravar seu estado. A. ALERTA: Se à vítima mantem os olhos abertos e ativos; V. VERBAL: Responde quando chamada; D. DOLOROSO: Responde à dor ou qualquer outro estimulo; I. INCONSCIENTE: Após estímulos, à vítima não esboça qualquer reação. 14.2. ESCALA DE COMA DE GLASGOW: É uma tabela utilizada para medir o nível de consciência e a gravidade do trauma com mais detalhes. Para cada item existe uma pontuação que ao término da análise, será possível obter uma soma que representará o nível de consciência da vítima.14.3. ABERTURA OCULAR - NOTA MÁXIMA 04: Abertura espontâneo = 04. Abertura a estimulo verbal = 03. Abertura a estimulo doloroso = 02. Sem Resposta = 01. 33 14.4. RESPOSTA VERBAL - NOTA MÁXIMA 05: Orientado = 05. Confuso = 04. Palavras Inapropriadas = 03. Sons Incompreensíveis = 02. Sem Resposta = 01. 14.5. RESPOSTA MOTORA - NOTA MÁXIMA 06: Obedece a Comandos = 06. Localiza a Dor = 05. Flexão Normal (retira a mão de quem o toca) = 04. Flexão Anormal dos MMSS (decorticação) = 03. Extensão dos MMSS e MMII (descerebração) = 02. Sem Resposta = 01. 15. LETRA E, EXPOSIÇÃO DA VÍTIMA E CONTROLE DA HIPOTERMIA: Avaliação que inicia desde a cabeça até os pés, finalizando com na coluna da vítima, de modo que poderá ser iniciada com a colocação do colar cervical ou ao termino do procedimento, sendo o corpo da vítima exposto para facilitar a verificação de possíveis traumas, hemorragias externas e internas e outras possíveis lesões. 34 15.1. EXAME DA CABEÇA: Ao ser palpado toda a cabeça da vítima deverá ser observada sinais que evidencie um possível trauma: Saída de líquor ou sangue pelo nariz ou ouvido; Sinal de panda ou sinal de battle; Pupilas de tamanhos desiguais (anisocoria); Pupilas contraídas ( miose ); Pupilas dilatadas (midríase). 15.2. EXAME DO TÓRAX: É importante observar todos os detalhes na região torácica por conta de grandes vasos e órgãos necessários a sobrevivência humana. Observar a expansão torácica e o movimento respiratório; Exame do arco costal observando possíveis fraturas ou segmentos soltos; Observar de existência de pneumotórax ou hemotórax. 35 15.3. EXAME DO ABDOME: A importância de se verificar os quadrantes, se da principalmente pelo fato de comportar nessa região uma grande quantidade de sangue em determinadas hemorragias e de serem de difícil detecção. Deverá ser observada a presença de nódulos; Presença de hematomas; Tipos de ferimentos; As deformações e distensões. 15.4. EXAME DA REGIÃO PÉLVICA: Compreendida por partes ósseas que dificulta a identificação de lesões e hemorragias nos primeiros minutos, o socorrista deverá cuidadosamente observar todas as situações que impliquem em complicação para à vítima. Deverá se feita de forma cuidadosa pressão sobre o osso ilíaco; Sempre verificar a existência de crepitação ou rangido nas partes afetadas. 36 15.5. EXAME DOS MEMBROS SUPERIORES E INFERIORES: A principal conduta é a observação da presença de deformidades, fraturas, ferimentos ou hematomas, atentando para o pulso se está dentro dos limites de normalidade e a perfusão capilar usando como base o CSM. Circulação: Ao apertar e soltar na extremidade da vítima deverá haver um enchimento capilar em até 2 segundos. Sensibilidade: Ao pegar um objeto tipo caneta, deverá ser passada na palma da mão ou do pé de forma rápida e ao mesmo tempo olhar para vítima se a mesma esboçará alguma reação. Movimento: Movimento de contração e extensão feita em cada membro, observando se haverá resistência por parte da vítima. 15.6. EXAME DA COLUNA: Parte do corpo na qual a preocupação se dá desde inicio do atendimento por conta das lesões que possam ter ocorrido, bem como, as que ainda poderão ocorrer quando manipulada a vítima de forma errada. A verificação da coluna deverá ser feita no momento do rolamento da vítima para imobilização na prancha ou maca; Deve-se verificar a existência de crepitação ou deformidade, além e fraturas visíveis ou até mesmo possíveis ferimentos. 16. HEMORRAGIAS: Consiste no extravasamento de sangue dos vasos que impede a distribuição de oxigênio nos tecidos, tendo por consequência a perda do volume de sangue que dependendo da velocidade poderá causar a morte pós- trauma. O tratamento deverá ser efetivo e rápido principalmente em ambiente pré-hospitalar. 37 16.1. DIVISÃO DAS HEMORRAGIAS: 16.1.1. HEMORRAGIA EXTERNA: Hemorragia visível que ocorre devido a ferimento aberto, por haver extravasamento de sangue para o meio externo e sendo facilmente reconhecida por sua classificação em arterial, venoso e capilar. ARTERIAL: Hemorragia que faz jorrar sangue pulsátil. VENOSA: Hemorragia onde o sangue sai lento e contínuo. CAPILAR: Sangue que sai lentamente dos vasos menores. CONTENÇÃO DE HEMORRAGIAS EXTERNAS: O procedimento de contenção deverá ser realizado dentro das margens de segurança para o socorrista, bem como, no tocante aquilo que possa ser utilizado como improviso, não havendo necessidade de utilizar produtos estranhos ao organismo ou que possa contribuir para infecções. PROCEDIMENTO DE CONTENÇÃO NA ORDEM: 1º. COMPRESSÃO LOCAL: Coloca-se uma compressa molhada sobre a laceração, caso a hemorragia não cesse, deverá ser colocada outra compressa sobre o que já está no ferimento. 2º. ELEVAÇÃO DO MEMBRO: Utilizada na situação em que a compressão local não seja suficiente, de modo que ao elevar o membro, diminuirá a quantidade de sangue até o local afetado. 3º. PONTO DE PULSO: Por fim, quando os demais procedimentos não surtirem o efeito desejado, deverá o socorrista apertar uma artéria abaixo do ferimento para diminuir o volume de sangue que chega até o local. 38 TORNIQUETE: Indicado só em caso de amputação, por conta dos possíveis efeitos adversos que o torniquete possa trazer e a dificuldade de sua correta aplicação, tendo como finalidade o controle de hemorragias e indicado somente se a aplicação de compressão direta não funcionar. Os efeitos adversos do torniquete poderão incluir isquemia e gangrena da extremidade, bem como, choque ou até mesmo a morte do individuo. Em geral, torniquetes especialmente projetados são melhores do que os improvisados. PROCEDIMENTO PARA MEMBROS AMPUTADOS: Após ser realizada a contenção da hemorragia no membro afetado, deve-se envolver a parte amputada em panos ou coloca-lo dentro de um saco plástico em recipiente com gelo e isolado, para não ocorrer queimaduras por baixa temperatura. EPISTAXE: Hemorragia nasal provocada pela ruptura de vasos sanguíneos da mucosa do nariz que poderá dificultar até mesmo a respiração dependendo do volume que é desprezado na hemorragia. TRATAMENTO: 1º. Comprimir a narina que sangra com os dedos; 2º. Aplicar gelo exteriormente para diminuir o volume dos vasos; 3º. Introduzir na narina um tampão e fazer pressão local; 4º. Atentar se não é sangramento de um provável TCE. 39 16.1.2. HEMORRAGIA INTERNA: Sangramento nas cavidades do organismo, havendo um extravasamento para o interior do próprio corpo, tecidos, sendo que em muitas situações torna-se difícil o socorrista identificar o local com precisão da hemorragia. São situações que indicam hemorragia interna: • Tempo de enchimento capilar acima de 2 segundos; • Pele fria e úmida, ou seja, pegajosa; • Pulso fraco e rápido; • Pupilas dilatadas; • Queda da pressão arterial; • Vítima ansiosa, inquieta e com sede; • Náusea e vômito; • Respiração rápida e profunda; • Perda de consciência e parada respiratória. 40 TRATAMENTO NAS HEMORRAGIAS INTERNAS: Tratamento da hemorragia interna é na unidade hospitalar, no entanto, no âmbito pré-hospitalar (na rua), deve-se de forma paliativa manter a vítima calma, agasalhada, de preferência deitada e garantindo a respiraçãoda vítima. Alguns procedimentos e cuidados deverão ser realizados nas principais cavidades em caso de hemorragia interna, são eles: HEMORRAGIA NOS PULMÕES: Coloque à vítima em repouso, com a cabeça mais alta que o corpo e virada lateralmente para não haver obstrução. HEMORRAGIA NO ESTÔMAGO: Coloque à vítima deitada sem travesseiro, com a cabeça virada lateralmente. Não dê nada por via oral (pela boca), por conta das obstruções ou de outras possíveis complicações. 16.2. ESTADO DE CHOQUE: Quadro clínico agudo que tem como causa a falência do sistema cardiocirculatório, consequentemente havendo: • Redução da distribuição de sangue oxigenado para os tecidos; • Falência generalizada do coração, pulmões, cérebro, fígado e rins; • Não havendo intervenção imediata, os órgãos vitais serão lesionados podendo ocorrer de forma irreversível. 41 TIPOS DE ESTADO DE CHOQUE: 1º. CHOQUE HEMORRÁGICO: Ocorre com a perda de sangue ou plasma. 2º. CHOQUE CARDIOGÊNICO: Falha do coração ao bombear o sangue. 3º. CHOQUE NEUROGÊNICO: Situação em que a vítima sofre um trauma. 4º. CHOQUE PSICOGÊNICO: Relacionado a fatores psicológico do individuo. 5º. CHOQUE ANAFILÁTICO: Causado por um processo alérgico. 6º. CHOQUE SÉPTICO: Causado por um processo infeccioso. 7º. CHOQUE HIPOVOLÊMICO: Relacionado a perca de liquido de forma geral. 16.3. ESTÁGIOS DO PROCESSO HEMORRÁGICO: 1º. ESTÁGIO: A uma perda de um volume de 15% de sangue circulante. • Elevação da pressão arterial; • Transpiração; • Pulso acelerado; • Pele fria e úmida; • Pupilas dilatadas; • Vítima angustiada. 2º. ESTÁGIO: Perde de 16% a 30% de sangue circulante. • Queda da pressão arterial; • Aumento da frequência respiratória; • Pulso fraco e acelerado; • Retardo no enchimento capilar; • Náuseas e vômitos. 3º. ESTÁGIO: Perda de 31% a 40% de sangue circulante. • Aumento da frequência respiratória; • Aumento da frequência cardíaca; • Pulso fraco e difícil de ser sentido; • Perda parcial do raciocínio. • Necessitando com urgente reposição sanguínea. 4º. ESTÁGIO: Perda igual ou superior a 41% de sangue circulante. • Inconsciência; • Pressão arterial atingindo os níveis mais baixos; • Reposição sanguínea imediata com infusão de sangue sob pressão. 42 16.4. ATENDIMENTO AO CHOQUE HIPOVOLÊMICO: • Assegurar uma via aérea permeável, mantendo boa respiração da vítima; • Realizar reanimação cardiopulmonar caso necessário; • Localizar e controlar hemorragias; • Administrar oxigênio suplementar; • Não dar nenhum líquido ou alimento por via oral; • Elevar as extremidades inferiores cerca de 30centimetros; • Manter a vítima aquecida. 17. LESÕES: Caracteriza-se pela destruição total ou parcial de tecidos, ocorrendo em virtude da força de um agente externo. As lesões de partes moles devem ser contidas e imobilizadas, quando houver suspeitar de fratura óssea, ou quando a vítima não puder realizar movimentos por conta de dor intensa no local que aumenta ao menor movimento. A dor poderá ser causada: • Edema (inchaço); • Equimose (parte arroxeada); • Hematoma (inchaço com parte arroxeada); • Paralisia no local; • Crepitação ao movimento; • Abrasões ou escoriações (lesões superficiais de sangramento discreto e muito doloroso). 43 17.1. FERIMENTOS INCISOS OU LACERANTES: São lesões de bordas regulares ou irregulares que produzidas por objetos cortantes (lâminas de barbear, facas e vidros quebrados), podendo causar danos profundos aos tendões, músculos e nervos dependendo da extensão do ferimento. 17.2. FERIMENTOS PENETRANTES: São lesões que avançam através da pele danificando os tecidos em uma linha transversal, geralmente sendo provocadas por objetos pontiagudos e principalmente por armas de fogo. O tratamento de emergência mais indicado realizado pelo socorrista, no intuito de evitar a entrada de ar para parte interna do tórax, é o curativos de três pontas, ou seja, o uso de um pano ou compressa colocada em cima do ferimento utilizando três pedaços de esparadrapo nas extremidades, de modo que á vítima ao inspirar não haverá entrada de ar para caixa torácica. 44 17.3. AVULSÕES: Envolvem a perca de uma parte da pele ocasionada por acidentes nas mais variadas modalidades. Situações em que a pele ainda esteja presa a partes do corpo, deverão ser recolocadas sobre o ferimento e controlada a hemorragia fazendo uso bandagens ou ataduras. 17.4. EVISCERAÇÕES: Quando a musculatura do abdome é rompida em decorrência de violento impacto provocado por objeto penetrante ou cortante, expondo o interior da região abdominal à contaminação. Procedimentos de emergência. • Remover vestes para expor a lesão; • Não recolocar nenhum órgão eviscerado para dentro do abdome; • Cobrir com plástico ou curativo oclusivo; • Não se deve lavar a lesão, ou seja, evitar contato direto com as patres exposta por conta do risco de contaminação. 45 17.5. OBJETO EMPALADO: Objeto transfixado ao corpo que não deve ser retirado por haver risco de está pressionando determinados vasos sanguíneos e caso seja retirado de qualquer forma, poderá provocar ainda mais o agravamento do estado da vítima. 18. FRATURAS: Trata-se da descontinuidade óssea que poderá ocorrer por vários fatores, dos quais os principais são os traumas nas suas variadas modalidades. O tratamento de emergência mais apropriado é a imobilização que proporciona uma estabilidade e conforto de modo a não agravar as lesões preexistentes. O socorrista ao realizar a imobilização deverá: • Cortar ou remover as roupas; • Alinhar o membro de forma anatômica; • Colocar uma tala acolchoada na articulação tanto acima quanto abaixo do local lesionado; • Evitar remover à vítima sem que a lesão esteja imobilizada, salvo em casos de riscos iminentes. 46 18.1. TIPOS DE FRATURAS: As fraturas por serem lesões de origem traumática produzida de forma direta ou indireta, por alto ou baixo impacto, poderão ter varias classificações, das quais as principais são as fechadas e as expostas. FRATURA FECHADA: são aquelas em que não se pode vê o osso fraturado, mas suspeitar que tenha ocorrido por conta da deformidade que o membro apresenta além da dor e edema localizado. FRATURA EXPOSTA: É evidenciado ao ser visto o osso no meio externo, além do sangramento observa-se a presença de substancias do interior do osso. O socorrista terá que imobilizar e conter a hemorragia, alinhado o membro sem tentar empurrar o osso para parte interna, no entanto, se houver resistência ao ser realizada o procedimento, à vítima deverá ser conduzida ao hospital na forma em que a fratura apresenta-se. Oblíqua Impactada Cominutiva Exposta 47 18.2. LUXAÇÕES: Quando um osso sai de uma cavidade a nível de extremidade articular, ou seja, havendo um rompimento total de uma articulação (perda da forma original do local lesionado). PROCEDIMENTOS: 1º. A manipulação das luxações cabe exclusivamente ao médico especialista; 2º. No atendimento pré-hospitalar cabe imobilizar na posição da deformidade. 18.3. ENTORSES: É um traumatismo em uma articulação que ocorre de forma parcial, mas distendida ao extremo que ao ser forçada, acaba resultando ou não em ruptura.18.4. IMOBILIZAÇÃO DE ALGUMAS FRATURAS: 48 18.5. PROCEDIMENTO PARA LESÃO NO OLHO: 18.6. PROCEDIMENTO PARA LESÃO COM OBJETO EMPALADO: 18.7. FRATURA DE CRÂNIO: O traumatismo craneano encefálico poderá ocorrer de forma fechada, com afundamento do crânio ou fratura exposta. SINAIS E SINTOMAS: 1º. Dores; 2º. Tonturas; 3º. Náusea; 4º. Manchas Arroxeadas; 5º. Inconsciência; 6º. Parada respiratória; 7º. Hemorragia pelo nariz, boca ou ouvido. 49 18.8. FRATURA DE COLUNA: As lesões na coluna vertebral são ocasionadas por traumas, sendo os mais comuns os acidentes automobilísticos entre 35% a 45%; as quedas entre 25% a 30% e os acidentes esportivos entorno de 15%. EVITANDO AGRAVAMENTO: 1º. Uso de colar cervical; 2º. Estabilização da coluna vertebral; 3º. Uso de pranchas rígidas. 19. TÉCNICAS DE IMOBILIZAÇÕES: Toda vítima de trauma deve ser manuseada com o máximo cuidado e imobilizada antes de ser transportada. 50 19.1 ROLAMENTOS: POSIÇÃO DE RECUPERAÇÃO 1º. 2º. 3º. MEDIÇÃO DO COLAR CERVICAL 1º. 2º. 3º. COLOCAÇÃO DO COLAR CERVICAL 1º. 2º. 3º. ROLAMENTO 90° COM 3 SOCORRISTAS 1º. 2º. 51 ROLAMENTO 180° COM 3 SOCORRISTAS 1º. 2º. 3º. MANOBRA A CAVALEIRA 1º. 2º. PRANCHA LONGA 1º. 2º. 52 19.2 REMOÇÕES: 20. QUEIMADURAS: São lesões frequente e severa que poderão levar a morte, produzindo sofrimento físico e psicológico, por conta disso o tratamento poderá durar meses ou anos, independente da faixa etária. O atendimento definitivo aos grandes queimados deve ser feito preferencialmente em centros especializados. Remoção Manual de Emergência sem Equipamento (RAUTEK) 1º. 2º. 3º. 4º. Remoção Manual de Emergência sem Equipamento (RAUTEK) 5º. 6º. 7º. 8º. REMOÇÃO DE CAPACETE 1º. 2º. 3º. 53 20.1. TIPOS DE QUEIMADURAS: • PRIMEIRO GRAU: São as queimaduras que atingem apenas a epiderme (queimaduras superficiais), caracterizando-se por dor local e por vermelhidão na área atingida. • SEGUNDO GRAU: São queimaduras que atingem a epiderme e a derme produzindo uma forte dor local, ficando a pele avermelhada e havendo formação de bolhas. • TERCEIRO GRAU: Atingem toda a espessura da pele chegando até ao tecido subcutâneo, havendo ausência de bolhas íntegras e de sensibilidade, ficando a parte atingida carbonizada ou branca. QUEIMADURA DE 1º GRAU: QUEIMADURA DE 2 GRAU QUEIMADURA DE 3º GRAU: 54 20.2. EXTENSÃO DA QUEIMADURA: A extensão da queimadura ou a porcentagem da área corporal queimada é importante para se determinar a gravidade da lesão e o seu tratamento, para isso atribui-se uma escala chamada de regra dos nove. PARTE DO CORPO ADULTO CRIANÇA Cabeça e pescoço 9% 18% MMSS 9% Cada 9% cada Tronco Anterior 18% 18% Tronco Posterior 18% 18% MMII 18% Cada 14% cada Genitais 1% Incluído nos MMII TOTAL 100% 100% 55 20.3. ATENDIMENTO AO QUEIMADO: O atendimento à vítima de queimaduras, praticamente segue os mesmo cuidados dos demais traumas, dos quais se destacam: Apagar a chama com um pano limpo e úmido; Esfriar a lesão com água corrente (atenção ao grande queimado); Proteger a área queimada com um pano limpo; Retirar roupas e acessórios que não estejam aderidos ao corpo; Não perfurar bolhas; Encaminhar à vítima para um centro especializado de queimados. 20.4. ATENDIMENTO AO ELETROCUTADO: Certificar que já foi interrompida a passagem da corrente elétrica, e, caso de acidente em via pública chamar a companhia elétrica e orientar a vítima a não descer do veículo. Após esses cuidados, deve-se efetuar a abordagem primária garantindo abertura das vias aéreas e o controle cervical, tomando todas as medidas cabíveis relacionadas às queimaduras e encaminhar a vítima para o hospital apropriado. 56 21. AFOGAMENTO: acidente em meio liquido (água doce ou salgada), que inicialmente leva o indivíduo a morte por asfixia mecânica, devendo o tratamento ser iniciado o mais rápido possível, no intuito de evitar outras complicações. ORGANOGRAMA DO ATENDIMENTO AO AFOGADO: Mostra como deve ser tratado o afogado e as setas indicam quando houver a necessidadee de ser à vítima conduzida ao hospital. GRAU 1 Tosse sem espuma Repouso e aquecimento. GRAU 2 Espuma boca nariz em pequena quantidade. O2 Via cânula 5 l/min. GRAU 4 Grande quantidade de espuma boca nariz, sem pulso radial. O2 Via máscara facial 15 l/min e ventilação artificial. GRAU 3 Grande quantidade de espuma boca nariz e pulso radial. O2 Via máscara facial 15 l/min. GRAU 5 Parada respiratória sem pulso radial com pulso carotídeo. Ventilação artificial 12 a 20 repetições por minuto. GRAU 6 Parada cardiorrespiratória sem pulso carotídeo. Reanimação cardiopulmonar HOSPITAL 57 22. EMERGÊNCIAS CLÍNICAS: Situações clínicas mais frequentes que poderão ser encontradas no atendimento pré-hospitalar são: Doenças cardiovasculares, acidente vascular cerebral, convulsões; síncope, asma. 22.1. DOENÇAS CARDIOVASCULARES: A Organização Mundial da Saúde (OMS) relata que 17,5 milhões de pessoas morrem por ano no mundo devido a doenças cardiovasculares. No Brasil 32,1% das mortes são por esse tipo de problema. • O coração tem seus próprios vasos para suprir o músculo cardíaco (miocárdio) de oxigênio; • O sistema é composto de artérias e veias coronárias; • Quando as artérias coronarianas estão impedidas de transportar O2 para o miocárdio, ocorre um comprometimento da função do coração. 22.2. ANGINA DE PEITO: Ocorre em situações de estresse emocional ou esforço físico, onde o coração acaba por trabalhar mais, exigindo maior fluxo de sanguepelas artérias coronárias para suprir o músculo cardíaco sem oxigênio, a vítima senti dor no peito podendo irradiar para membros superiores, ombros, mandíbula e porção superior do abdome. Raramente ultrapassa 2 a 5 minutos desaparecendo com repouso e uso de vasodilatador sublingual, sendo necessário transportar a vítima ao hospital, monitorando os sinais vitais. 58 22.3. INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO: Decorre de necrose de uma área do músculo cardíaco resultante de obstrução aguda da artéria coronária. É a causa mais frequente de morte súbita, geralmente a vítima sente dor no peito com forte intensidade que poderá ou não ser prolongada por mais de 30 minutos, podendo ainda irradiar para membros superiores, ombros, mandíbula e porção superior do abdome acompanhada por falta de ar, náusea, vômitos, sudorese, ficando à vítima ansiosa, inquieta com sensação de morte iminente e geralmente o repouso não alivia a dor. ATENDIMENTO NAS DOENÇAS CARDIOVASCULARES: 1º. O socorrista deve assegurar que as vias aéreas estejam desobstruídas; 2º. Examinar os sinais vitais com frequência, tranquilizar a vítima, mantendo-a confortável e em repouso absoluto; 2º. Não deitar ou sentar à vítima completamente; 3º. Transporta-la imediatamente ao hospital; 4º. Caso apresente parada cardiopulmonar, iniciar manobras de RCP imediatamente. 22.4. ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC): É uma desordem do sistema cardiovascular causada por oclusão ou ruptura de um dos vasos que suprem o cérebro. Dependendo da área do cérebro atingida à vítima poderá desenvolver cefaleia, tontura, confusão mental, perda de função ou o que é mais comum no AVC, paralisia de um lado do corpo paralisia facial, pulso rápido, respiração difícil e até mesmo convulsão. ATENDIMENTO NO ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL: 1º. O socorrista deve assegurar a abertura e manutenção de vias aéreas; 2º. Manter a vítima em repouso e administrar oxigênio suplementar; 59 3º. Monitorar os sinais vitais com frequência e não administrar nada via oral; 4º. Transportar a vítima ao hospital o mais rápido possível. 22.5. CONVULSÕES: A convulsão, mais conhecida por ataque ou epilepsia, é uma desordem cerebral que poderá acometer qualquer pessoa independente da idade, bem como, causas ainda não determinadas na maioria das patologias. • O cérebro deixa de funcionar normalmente e passa a enviar estímulos desordenados ao resto do corpo; • As crises intercaladas demoram em média 3 a 5 minutos; • Há um período de inconsciência e relaxamento generalizado; • A consciência é recuperada aos poucos podendo apresentar cefaleia, vômitos e confusão mental; • Caracteriza-se uma emergência clínica, dependendo do caso poderá haver risco de morte. ATENDIMENTO NAS CONVULSÕES: 1º. Segurar com firme a cabeça da vítima para evitar traumas ao bater no solo; 2º. Evitar possível obstrução com saliva ou até mesmo a queda da língua; 3º. Afastar objetos próximos da vítima para evitar contusões; 4º. Lateralizar a cabeça para evitar obstruções, se possível coloca-la na posição lateral de segurança. 60 22.6. DESMAIO: Caracteriza-se por qualquer tipo de perda da consciência, sendo geralmente de curta duração não necessitando de manobras específicas para a recuperação da vítima, no entanto, deve-se ter cuidado com possíveis obstruções de vias aéreas. CAUSAS DO DESMAIO: • Diminuição da atividade cerebral; • Queda da pressão arterial; • Causa emocional; • Dor súbita; • Calor excessivo; • Hipoglicemia; • Intoxicações exógenas; • Agressões. ATENDIMENTO NO DESMAIO: • Manter a vítima deitada até que possa se recuperar; • Cabeça deverá se posicionada abaixo do corpo; • Membros inferiores mais ou menos 30 centímetros elevados do solo; • Manter o local ventilado para que facilite a respiração da vítima; • Afrouxar as vestimentas para que à vítima possa respirar melhor. 22.7. ASMA: Estreitamento dos bronquíolos que comprometem a respiração dificultando a passagem do ar, de modo que, expirar é mais difícil do que inspirar, uma vez que o ar viciado permanece nos pulmões provocando sensação de sufocação. 61 SINTOMAS: • Falta de ar; • Piadeira; • Aperto torácico; • Tosse seca principalmente à noite. PRINCIPAIS CAUSAS: • Exercícios físicos fortes; • Infecção viral; • Penas, pó, poeira, pólen, fumo; • Alterações de temperatura do ar. ATENDIMENTO A ASMA: • O socorrista deve ficar ao lado da vítima, principalmente crianças, para evitar o pânico e consequentemente agrave a crise; • Use bronco dilatador ou outros medicamentos prescritos pelo médico; • Inaladores orais podem ser muito eficientes; • Evite a chamada medicação caseira; • O socorrista deve sempre assegurar a manutenção das vias aéreas. 23. EMERGÊNCIA OBSTÉTRICA: O socorrista deve lembrar que está diante de duas vítimas, de modo que a emergência obstétrica é tecnicamente a expulsão do feto conhecida como parto normal, podendo ser também por meio cirúrgico na unidade hospitalar, através de uma cesariana. 62 23.1. PARTO NORMAL COMPREENDE: • Dilatação; • Expulsão; • Dequitação da placenta. 23.2 DILATAÇÃO: 1º. PERÍODO DO TRABALHO DE PARTO: • As contrações uterinas são reconhecidas pelas cólicas; • Observe as características, duração e intensidade; • Deve-se orientara gestante a não fazer força; • Oriente para que respire ofegantemente; • As contrações uterinas são involuntárias e destinam-se a dilatar o colo uterino e não a expulsar o feto; • Transporte a gestante ao hospital em decúbito lateral esquerdo para facilitar o retorno do sangue venoso. 23.3 EXPULSÃO: 2º. PERÍODO DO TRABALHO DE PARTO: • A gestante começará a fazer força espontaneamente, com repentino aumento nas descargas vaginais; • Começará a sair líquidos claros com leve sangramento; • A gestante terá sensação de evacua, abertura vaginal começa a ficar arredondada e o orifício anal a dilatar; • Coroamento é o último sintoma antes que a cabeça e a criança apareçam; • Nesse momento a cabeça da criança estará passando no canal do parto já completamente dilatado. 63 EXPULSÃO: 2º. PERÍODO DO TRABALHO DE PARTO, O SOCORRISTA DEVE PROVIDENCIAR: • Compressas e luvas esterilizadas; • Máscara para oxigenação com cilindro portátil de oxigênio; • Organizar o ambiente para o parto; • Posicionando a gestante de preferência sobre uma superfície dura; • A gestante deverá está despida com os membros inferiores semi- contraídos, com espaço suficiente para colher o bebê na sua saída. EXPULSÃO: 2º. PERÍODO DO TRABALHO DE PARTO NORMAL: • Depois de aparecer à cabeça, as contrações continuam até a passagem dos ombros do bebê; • É importante que o socorrista nunca puxe a criança; • Geralmente o ombro superior do bebê costuma apresentar-se primeiro; • A cabeça é liberada com a face voltada para baixo rodando espontaneamente em direção a uma das pernas da mãe; • Espere isso acontecer para segurar a cabeça; • O socorrista deve segurar a cabeça e verifique o cordão umbilical de forma que não se rompa da placenta. 64 EXPULSÃO: 2º. PERÍODO APÓS O PARTO NORMAL: • O socorrista deve limpar a boca do RN; • As manobras de desobstrução das vias aéreas devêm ser feitas independentemente do RN conseguir respirar de imediato ou
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