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EDIFÍCIO COMERCIAL E CORPORATIVO SUSTENTÁVEL EM TUBARÃOSC, SOB CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL LEED

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA 
GABRIELA SHISHITO NASCIMENTO 
 
 
 
 
 
EDIFÍCIO COMERCIAL E CORPORATIVO SUSTENTÁVEL EM TUBARÃO/SC, 
SOB CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE CERTIFICAÇÃO 
AMBIENTAL: LEED 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tubarão 
2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GABRIELA SHISHITO NASCIMENTO 
 
 
 
 
 
 
EDIFÍCIO COMERCIAL E CORPORATIVO SUSTENTÁVEL EM TUBARÃO/SC, 
SOB CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE CERTIFICAÇÃO 
AMBIENTAL: LEED 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Arquitetura 
e Urbanismo da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial à 
obtenção do título de arquiteta e urbanista. 
 
 
 
Orientador: Prof. Cézar Augusto Prates Pereira da Silva, Esp. 
 
 
 
 
Tubarão 
2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DADOS CADASTRAIS 
Acadêmica: Gabriela Shishito Nascimento 
Matrícula: 514800 
Endereço: Rua Vigário José Poggel, 550 – apto 113 
Bairro: Dehon – Tubarão/SC 
Fone: (48) 999-201-794 
E-mail: gabriela1995@gmail.com 
 
ORIENTADOR 
Professor: Cézar Augusto Prates Pereira da Silva 
E-mail: cezarprates02@gmail.com 
Fone: (48) 999-860-859 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EDIFÍCIO COMERCIAL E CORPORATIVO SUSTENTÁVEL EM 
TUBARÃO/SC, SOB CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE 
CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL: LEED 
 
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado à obtenção do título 
de Arquiteta e Urbanista e aprovado em sua forma final pelo Curso de Arquitetura 
e Urbanismo da Universidade do Sul de Santa Catarina. 
 
 
 
______________________________________________________ 
Professor e orientador Cezar Augusto P. P. Silva, Esp. 
Universidade do Sul de Santa Catarina 
 
 
 
 
______________________________________________________ 
Avaliador 01 
Universidade do Sul de Santa Catarina 
 
 
 
 
______________________________________________________ 
Avaliador 02 
Universidade do Sul de Santa Catarina 
 
 
Tubarão, 29 de novembro de 2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho ao meu pai Clairton, que me ensinou a fazer minha própria 
história, a minha mãe, Luiza Mika, que me conhece melhor que eu mesma, está 
sempre me apoiando e, ao meu irmão, que mesmo nos dias mais complicados me 
faz sorrir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
Primeiramente agradeço a Deus, que me abençoa e me protege todos 
os dias. 
Aos meus pais, pelas oportunidades que me proporcionam, por sem-
pre estarem presentes na minha vida, me incentivando e me apoiando. 
Ao meu orientador Cézar Prates, pelo tempo depositado em mim, 
pelas dicas, ideias, conversas e muito aprendizado. 
Aos meus amigos, em especial Bia Gimenez, pela disposição e ajuda 
sempre que eu preciso. 
Ao meu irmão João Hugo que me usa de exemplo e me faz querer 
sempre melhorar. 
Ao meu namorado Evandro, pela paciência e por me ajudar a manter 
a calma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“O homem nunca saiu da ‘caverna’. Apenas, evoluiu em arquitetura 
e tecnologia, continua irracional. Matando e destruindo com mais potência.” (Wal 
Águia Esteves, [s.d.])
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
A preocupação pelo desenvolvimento inarmônico com a natureza que estava de-
gradando o meio ambiente ao longo dos anos tornou sustentabilidade uma palavra 
muito usada atualmente. Refere-se a importância de a humanidade conseguir pro-
gredir, satisfazendo suas necessidades, preservando o que ainda resta do meio 
ambiente e não comprometendo que as futuras gerações também consigam suprir 
suas próprias necessidades. Na arquitetura, o conceito de sustentabilidade está in-
serido nos princípios básicos de conforto ambiental, uma vez que considera as-
pectos como insolação e ventos predominantes antes mesmo de serem definidos 
elementos como materiais e dimensionamento de aberturas, permitindo que os 
confortos térmicos, acústico e luminoso sejam proporcionados aos usuários sem 
a necessidade de estratégias muito onerosas. Ademais, seguindo diretrizes de sus-
tentabilidade é possível alcançar uma pontuação para a obtenção de certificações 
ambientais, das quais a de maior referência internacional é o LEED, que provem 
a diminuição dos impactos gerados pela construção civil, levando em considera-
ção características técnica, sociais, culturais, econômicas e ambientais de cada 
local. 
 
Palavras-chave: Sustentabilidade. LEED. Arquitetura Sustentável. 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
Concern for the inharmonious development, with nature, that has been degrading 
the environment over the years made sustainability a widely used word today. It 
refers to the importance of mankind's ability to make progress by satisfying its 
needs, preserving what remains of the environment, and not compromising future 
generations from satisfying their own needs as well. In architecture, the concept 
of sustainability is inserted in the basic principles of environmental comfort, as it 
considers aspects such as insolation and prevailing winds even before elements 
such as materials and opening's sizes are defined allowing thermal, acoustic and 
luminous comfort to be provided to users without the need for costly strategies. 
In addition, by following sustainability guidelines is possible to achieve a specific 
score for obtaining environmental certifications which LEED is the international 
reference in providing reduction of impacts generated by construction industry, 
taking into account technical, social, cultural, economic and environmental im-
pacts on each location. 
 
Keywords: Sustainability, LEED, Sustainable Architecture.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ÍNDICE 
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................ 10 
1.1 PROBLEMÁTICA/JUSTIFICATIVA ........................................... 11 
1.2 OBJETIVO GERAL..................................................................................... 12 
1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ....................................................................... 12 
1.4 METODOLOGIA ........................................................................................ 12 
2. REFERENCIAIS TEÓRICOS .................................................................... 13 
2.1 SUSTENTABILIDADE, HISTÓRIA NO BRASIL E NO MUNDO .......... 13 
2.2 CERTIFICAÇÃO LEED .............................................................................. 17 
2.3 LEIS E NORMAS PERTINENTES A SUSTENTABILIDADE................. 18 
2.3.1 Leis Ambientais Brasileiras ....................................................................... 19 
2.3.2 Leis Ambientais Catarinenses ................................................................... 19 
2.3.3 Normas Técnicas - ABNT ......................................................................... 19 
2.4 ESTRATÉGIAS SUSTENTÁVEIS ............................................................. 20 
2.4.1 Energia Solar .............................................................................................21 
2.4.2 Vidros ........................................................................................................ 22 
2.4.3 Iluminação ................................................................................................. 22 
2.4.4 Ventilação .................................................................................................. 23 
2.4.5 Água .......................................................................................................... 24 
2.4.6 Materiais .................................................................................................... 24 
3. REFERENCIAIS PROJETUAIS ............................................................... 25 
3.1 COSTANERA COSAS – SANTIAGO/CHILE ........................................... 26 
3.1.1 Localização ................................................................................................ 26 
3.2.2 Ficha Técnica ............................................................................................ 26 
3.1.3 Projeto ....................................................................................................... 26 
3.2 ESTUDO DE CASO – JBZ João Benjamin Zaffari ..................................... 30 
3.2.1 Localização ................................................................................................ 30 
3.2.2 Ficha Técnica ............................................................................................ 30 
3.2.3 Projeto ....................................................................................................... 30 
3.3 ESTUDO DE CASO – LEVEL CORPORATE – JOINVILLE ................... 37 
3.3.1 Localização ................................................................................................ 37 
3.3.2 Ficha Técnica ............................................................................................ 37 
3.3.3 Introdução .................................................................................................. 37 
3.4 PONTOS POSITIVOS E NEGATIVOS DOS REFERENCIAIS ................ 43 
4. DIAGNÓSTICO DA ÁREA ....................................................................... 44 
4.1 TUBARÃO E SUA HISTÓRIA ................................................................... 44 
4.2 LOCALIZAÇÃO E ACESSOS.................................................................... 45 
4.5 USOS DO SOLO ......................................................................................... 46 
4.6 DENSIDADE ............................................................................................... 47 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.3 SISTEMA VIÁRIO ...................................................................................... 48 
4.4 TRANSPORTE PÚBLICO .......................................................................... 49 
4.7 INFRAESTRUTURAS ................................................................................ 49 
4.8 CONDICIONANTES FÍSICOS ................................................................... 50 
4.8.1 Clima ......................................................................................................... 50 
4.8.2 Ventos ........................................................................................................ 51 
4.8.3 Topografia e Vegetação ............................................................................. 51 
4.9 LEGISLAÇÃO ............................................................................................. 52 
5. PROPOSTA .................................................................................................. 53 
5.1 PROPOSTA CONCEITUAL ....................................................................... 53 
5.2 DIRETRIZES PROJETUAIS. ...................................................................... 53 
5.2.1 Programa De Necessidades ....................................................................... 53 
5.2.2 Fluxograma ................................................................................................ 54 
5.2.3 Zoneamento ............................................................................................... 55 
5.5 ESTRATÉGIAS ADOTADAS .................................................................... 55 
5.6 PLANTAS BAIXAS .................................................................................... 57 
CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................... 66 
REFERÊNCIAS ............................................................................................... 67 
APÊNDICE A – Croqui de Zoneamento ........................................................ 83 
APÊNDICE B – Croqui da edificação ............................................................ 84 
ANEXO A – Tabela de Créditos e Pré-requisitos do LEED v.04 ................ 85 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 10 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
O presente trabalho de conclusão de curso visa compreender a sus-
tentabilidade e a importância dela na construção civil, utilizando os critérios de 
avaliação do Leadership in Energy and Environmental Design (LEED), uma cer-
tificação ambiental para construções sustentáveis, que avalia e qualifica edifica-
ções novas ou existentes, de acordo com um padrão de estratégias que podem ser 
mensuradas, resultando uma pontuação classificatória. Outorgado pela U.S. 
Green Building Council (USGBC) e aceito em mais de 160 países (USGBC, 
2019). 
Os critérios de avaliação do LEED são baseados em 9 (nove) cate-
gorias, que incluem critérios relacionados à localização, facilidade de transporte, 
melhorias no terreno, eficiência energética, redução no uso de água, utilização de 
materiais sustentáveis e/ou certificados, qualidade de confortos térmico e acús-
tico, entre outros critérios que totalizam 110 possibilidades de pontos. Para rece-
ber a certificação mais básica, são necessários pelo menos 40 pontos, podendo ser 
classificado ainda em Silver, Gold e Platinum (USGBC, 2014). 
Atendo as exigências do selo LEED, será implementado um edifício 
comercial e corporativo localizado no município de Tubarão/SC, sul do estado, 
polo regional da Associação de Municípios da Região de Laguna (AMUREL), 
localidade que não possui nenhuma obra com características sustentáveis sufici-
ente para obtenção de um título de certificação. Sendo assim, seria introduzido 
em uma região com enorme potencial de crescimento, em que o setor terciário, 
baseado em serviços gerais e comércio, gradativamente é mais responsável pelo 
total da ocupação urbana (Pochmann, 2004). 
O local escolhido para o desenvolvimento do projeto encontra-se na 
Rua Padre Geraldo Spettmann, conforme figura 1. Localização privilegiada, com 
fácil acesso ao centro do munícipio, com o tráfego facilitado tanto para entrada 
como para saída da cidade, potencializada pela proximidade com as rodovias BR-
101 e SC-370. O terreno pertence ao bairro Humaitá, a implantação de um edifício 
comercial e de escritórios auxiliará na redução do fluxo de pessoas e veículos do 
bairro central de Tubarão. Além disso, atende alguns critérios exigidos pela 
LEED, como proximidade com paradas de ônibus, diversidade de usos no entorno 
e ciclofaixa. 
 
Figura 1 - Mapa de Localização do Terreno 
 
Fonte: Google Earth, 2019; Amurel, 2019; Infoescola, 2105 – modificadas pela autora. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 11 
 
 
1.1 PROBLEMÁTICA/JUSTIFICATIVA 
A percepção do uso de estratégias sustentáveis nas construções se 
faz necessária e urgente no momento em que vivemos.Em 2016, a ONU afirmou 
que serão necessários 3 planetas Terra para que seja possível manter o estilo de 
vida atual da humanidade. Enquanto o Conselho Internacional de Construção 
(EGBU, 1999 apud MORETTINI, 2015) afirma que cerca de 40% dos recursos 
naturais do mundo são utilizados na construção civil, assim como 40% do uso de 
energia (UNEP, 2011). 
Os maiores dos problemas que relaciona construção civil e 
sustentabilidade, são os resíduos da construção e demolição 
(RDC), descritos por Angulo (2000) como quaisquer resí-
duos provenientes de atividades de construção, reforma, re-
paros e demolições. No Brasil representam cerca de 51% a 
70% dos detritos sólidos urbanos e normalmente são despe-
jados de maneira irregular, colaborando com a degradação de 
áreas urbanas, principalmente com a provocação de entupi-
mentos dos bueiros e proliferação de insetos e roedores 
(Pinto, 1995; Angulo, 2000a, 2005b, SINDUSCON, 2015, 
Neto, 2009). 
A partir de informações como essas, os arquitetos e demais profissi-
onais da área, devem se conscientizar e apresentar aos seus clientes projetos ca-
pazes de suprir as necessidades dos usuários, ser agradável na sua forma, ter uma 
boa estética, não prejudicar o planeta e ainda ser dotado de um elevado grau de 
sustentabilidade. Se faz necessário criar prédios que venham de encontro com as 
necessidades das mudanças que o nosso planeta está exigindo. E ainda, pensando 
que durante a obra também temos responsabilidade pelo lixo que é gerado. 
O estado de Santa Catarina possui 22 edifícios certificados pelo 
LEED, todos localizados no norte do estado e próximos a capital, Florianópolis, 
sendo que o maior nível de certificação alcançado foi o Silver (USGBC, 2019; 
NSC, 2017). A utilização de certificação para classificar os edifícios sustentáveis 
não é uma obrigatoriedade nem possui a devida importância, mas a região já pos-
sui diversas obras com o pensamento avançado na área, com a existência de di-
versos edifícios e empreendimentos que utilizam estratégias como utilização de 
energias renováveis e reuso da água da chuva para fins não potáveis. 
Em 2015, a Federação da Industrias de Santa Catarina (FIESC) mos-
trou que Santa Catarina era o terceiro estado com maior concentração de estabe-
lecimentos com relação à economia verde, contando com mais de 800 negócios 
que levam em consideração a solução e/ou amenização de problemas ambientais, 
entre elas a Docol Materiais Sanitários, que conseguiu reduzir em cerca de 70% 
o uso de água em seus produtos finais. (NSC, 2015), o que garante economia de 
água e sustentabilidade na fase de uso da edificação, abrangendo uso, operação e 
manutenção, e representa em torno de 70% do ciclo de vida da construção. O meio 
ambiente é responsabilidade de todos e nossas ações afetam diretamente o mundo 
em que vivemos. 
O município de Tubarão é um polo regional, sua localização é im-
portante e privilegiada, tornando-a um polo de logística. A rodovia BR-101 cruza 
a cidade, facilitando o caminho entre as capitais Porto Alegre/RS e Florianópo-
lis/SC, entre os aeroportos de Jaguaruna, que atende passageiros e carga, e de 
Criciúma, exclusivo para cargas, ao sul e ao norte há o município portuário de 
Imbituba. Além disso, iniciam nesta localidade as rodovias SC-370 e SC-390, que 
interligam o litoral sul com a região do planalto serrano e oeste de Santa Catarina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 12 
 
 
1.2 OBJETIVO GERAL 
Este trabalho tem como objetivo a elaboração de um anteprojeto ar-
quitetônico de um edifício comercial no município de Tubarão/SC utilizando 
princípios, recursos e materiais sustentáveis, a partir dos critérios de avaliação do 
certificado ambiental LEED e normas concernentes a este tipo de construção. 
1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
a) Realizar uma abordagem teórica analizando a importância da 
sustentabilidade para o planeta e as pessoas, reconhecendo-a como maneira 
essencial de fazer arquitetura, compreendendo as categorias e os critérios de 
avaliação do LEED para projetos e contruções de edifícios, percebendo a 
relevância deles e apresentando possibilidades de estratégias para atendê-las; 
c) Analisar projetos referenciais e estudos de caso afim de 
reconhecer a temática na prática e aplicabilidade de técnicas sustentáveis em 
edificações comerciais. 
d) Elaborar diretrizes projetuais para um edificio comercial no 
município de Tubarão/SC conforme os requisitos da LEED v.04 para projeto e 
construção de edifícios, satisfazendo as necessidades dos usuários. 
1.4 METODOLOGIA 
A metodologia que será utilizada para desenvolver o trabalho será 
descritiva, com abordagem qualitativa, através de: pesquisa e análise de 
referenciais teóricos com base no tema escolhido, pesquisa e análise de 
referenciais projetuais, estudos de caso, levantamento, análise e diagnóstico da 
área, proposta e lançamento do partido. 
Seguindo etapas, começando com pesquisas, estudos e leitura e 
análise de livros, documentos, artigos científicos, teses, dissertações, trabalhos 
finais de graduação, revistas, sites, jornais eletrônicos e blogs, para embasamento 
no assuntos pertinentes ao trabalho e ao tema. 
Serão estudados referenciais projetuais, juntamente com estudos de 
caso, de obras que possuam uma ou mais semelhança o que será abordado no 
projeto de um edifício comercial sustentável, analisando plantas baixas, 
estratégias sustentáveis utilizadas, volumetria, materiais utilizados, programas de 
necessidades, entre outros aspectos. 
Após, será realizado o levantamento, diágnostico e análise da área 
de implantação do projeto, com visitas ao terreno, levantamento fotográfico, 
pesquisas referentes aos aspectos ambientais (insolação, ventos predominantes, 
etc.) e topográficos do terreno, estudo do local (entorno, morfologia, contexto, 
etc.), legislação pertinente (código de obras, plano diretor, etc.) e o aspectos 
socioculturais e históricos. 
Com a conclusão da fundamentação teórica, haverá o 
desenvolvimento de um partido arquitetônico de um Edifício Comercial 
Sustentável, com diagrama, programa de necessidades, pré-dimensionamento, 
estudo preliminar incluindo implantação, plantas baixas e cortes esquemáticos e 
estudo volumétrico. 
A etapa de anteprojeto arquitetônico será concluída no TFG II. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 13 
 
2. REFERENCIAIS TEÓRICOS 
O estudo de referenciais teóricos será realizado a fim de 
proporcionar maior conteúdo relacionado ao assunto abordado. Para isso, foram 
definidos quatro temas principais para o desdobramento projetual: sustentabili-
dade, história no Brasil e no mundo; certificação LEED; legislação pertinente à 
sustentabilidade e estratégias sustentáveis. 
2.1 SUSTENTABILIDADE, HISTÓRIA NO BRASIL E NO MUNDO 
Como pode ser vista na linha do tempo (figura 2), a preocupação 
com as mudanças que estão ocorrendo no planeta Terra não é recente e preocupam 
muitas pessoas, principalmente cientistas e pesquisadores, há muitos anos. A ma-
neira que o homem utiliza os recursos disponíveis precisa ser modificada urgen-
temente, pois a natureza provavelmente não será capaz de se recuperar em tempo 
para que o homem continue vivendo do jeito atual. À medida que a natureza se 
molda para se adaptar as novas realidades, não é rápido o suficiente para que 
acompanhe as ações da humanidade, e em algum momento, a extinção alcançará 
raça humana, assim como temos feito com diversos animais. 
Em 1824, Joseph Fourier, matemático e físico francês, escreveu um 
artigo “As temperaturas do globo terrestre e dos espaços planetários”, primeira 
vez que o aquecimento global e o efeito estufa foram estudados e publicados. 
(Arp, 2014; Alencar,2019). 
Nesse artigo, Fourier procurou estabelecer o conjunto de fe-
nômenos e as relações matemáticas entre eles, para explicar 
de forma geral o aquecimento terrestre. [...], o movimento do 
ar e das águas, o regime do mar, a elevação e a forma do solo, 
os efeitos da indústria humana e todas as alterações aciden-
tais da superfície terrestre modificam as temperaturas em 
cada clica. A presença das nuvens, que interceptam os raios, 
tempera esse clima. A maior concentração de gases nas pro-
ximidades da superfície terrestre daria com que o calor fi-
casse contido nessa região. (ALENCAR, 200-, p. 2). 
De acordo com a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo 
(CETESB, 2019), a necessidade de preservação do meio ambiente surgiu em me-
ados de 1960, no período pós-segunda guerra, com o surgimento de um novo tipo 
Figura 2 - Linha do Tempo: Sustentabilidade no Mundo 
Fonte: Autora, 2019. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 14 
 
de poluição por radiação. Mesmo período em que a publicação de Rachel Carson, 
em 1962, “Primavera Silenciosa”, se tornou um marco da história. 
Foram necessárias centenas de milhões de anos para se pro-
duzir a vida que agora habita a Terra; idades de tempo, para 
que essa vida, desenvolvendo-se, evoluindo e diversificando-
se, alcançasse um estado de ajustamento e de equilíbrio com 
o seu meio ambiente. [...], o tempo [e ingrediente essencial; 
mas, no mundo moderno, não há tempo. A rapidez da mu-
dança e a velocidade com que novas situações se criam acom-
panham o ritmo impetuoso e insensato do Homem, ao invés 
de acompanhar o passo deliberado da Natureza. (Carson, 
1962, p. 16-17). 
Carson utilizou de conhecimento cientifico de diversos profissionais 
para formular seu texto, permitindo que dados comprovados da época alcanças-
sem a população, alertando de diversas situações que a preocupavam na época. 
Situações que ainda hoje, após mais de meio século, podem ser observadas no 
planeta em que vivemos. Seu alerta para o uso de pesticidas nas lavouras e a agri-
cultura baseada na monocultura especializada, são alguns exemplos. (Carson, 
1962; Fiorio, 2010) 
Sustentabilidade, segundo o dicionário Priberam (2019), significa 
modelo de sistema que tem condições para se manter ou conservar. Palavra deri-
vada de sustentável, do latim sustentare, quer dizer sustentar, defender, favorecer, 
apoiar, conservar e/ou cuidar. O conceito surgiu durante a Conferência das Na-
ções Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, em Estocolmo, Suécia, no ano de 
1972. Durante este evento foi assinado um acordo que contava com 26 princípios, 
responsabilizando o homem e suas ações pelas problemáticas encontradas no pla-
neta e tentando conscientizar sobre suas atitudes. Conforme o documento oficial, 
o meio ambiente que nos cerca nos dá sustento material e oportunidades para 
desenvolvimento intelectual. As ações do homem haviam alcançado um patamar 
com um enorme poder de transformação, sem escala ou precedentes, causando 
danos irreparáveis ao mundo. Foram destacados problemas como poluição do ar, 
da água, da terra e dos seres vivos, desequilíbrio ecológico, esgotamento de re-
cursos naturais insubstituíveis e deficiências nocivas a todos. Atribuíram ao go-
verno a proteção e melhorias necessárias ao meio ambiente. (ONU, 1972). 
A convite de Javier Pérez de Cuéllar, peruano e então secretário-ge-
ral da ONU (ONU, 2019), em 1983, Gro Harlem Brundtland, Primeira Ministra 
da Noruega, estabeleceu e presidiu a inaugural Comissão Mundial sobre o Meio 
Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD). Em 1987, o relatório publicado pela 
Comissão Brundtland, inseriu em discurso o conceito de desenvolvimento susten-
tável (ONU, 2019). 
O desenvolvimento sustentável é aquele que atende as neces-
sidades do presente sem comprometer a possibilidade de as 
gerações futuras atenderem suas próprias necessidades. [...], 
ao se definirem os objetivos do desenvolvimento econômico 
e social, é preciso levar em conta sua sustentabilidade, em 
todos os países – desenvolvidos ou em desenvolvimento, 
com economia de mercado ou de planejamento central (Co-
missão Mundial Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, 
1991, p. 46). 
A CNUMAD que aconteceu no Rio de Janeiro em 1992, intitulada 
Rio 92 ou Cúpula da Terra, obteve a participação de 179 países que acordaram e 
assinaram a Agenda 21, documento com 40 capítulos, utilizada como ferramenta 
de planejamentos para o desenvolvimento de sociedades sustentáveis, em diferen-
tes locais do planeta, harmonizando proteção ambiental, justiça social e eficiência 
econômica (MMA, 2019). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 15 
 
A Agenda 21 foi resultado da necessidade de um desenvolvimento 
sustentável, reconhecida a partir de então, em todo o mundo. (MMA, 2019). Em 
1996, coordenada pela Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e 
da Agenda 21 Nacional (CPDS), o documento brasileiro começou a ser constru-
ído, concluído apenas em 2002 e implementado no ano seguinte. 
Em 1996, durante a 2ª Conferência Mundial Sobre os Assentamentos 
Humanos, em Istambul, Turquia, houve a concepção da Agenda Habitat II, com 
objetivo de fornecer orientações para a construção de assentamentos humanos 
sustentáveis. Contando com 15 pontos, foram salientados padrões insustentáveis 
de produção e consumo, alteração na demografia, pessoas sem moradia, desem-
prego, entre outros (Rocha e Reis, 2008; ONU, 1996) 
De forma a sustentar nosso ambiente global e melhorar a qua-
lidade de vida nos assentamentos humanos, nós nos compro-
metemos com padrões sustentáveis de produção, consumo, 
transporte e desenvolvimento de assentamentos; prevenção 
de poluição; respeito pela capacidade de absorção dos ecos-
sistemas; e a preservação de oportunidades para gerações fu-
turas (Declaração de Istambul sobre Assentamentos Huma-
nos, 1996, p. 3). 
A fim de reformular a Agenda 21, durante uma sessão especial da 
Assembleia Geral em 1997, conhecida como Cúpula da Terra +5, documento que 
se tornou o maior movimento dos padrões sustentáveis de distribuição, produção 
e uso de energia. Foram adotadas recomendações para metas de redução de emis-
sões de gases de efeito estufa que geram mudanças climáticas. No ano seguinte, 
foi criado o protocolo de Quioto definindo metas para a diminuição desses de 
gases. (ONU, 2019; MMA, 2019; oEco, 2015). 
Marcada pela virada do século, em setembro de 2000, aconteceu a 
Cúpula do Milênio das Nações Unidas em Nova Iorque, declaração que refletiu a 
preocupação de 191 países, reunindo mais de 13.500 pessoas, incluindo chefes de 
estado, príncipes, primeiros ministros e outro. Tornando-se um documento histó-
rico, com 32 parágrafos que resultaram em 8 objetivos, conforme figura 3, que 
deveriam ter sido alcançados até 2015. Foram determinados, primeiramente, 6 
valores fundamentais para as relações internacionais do século XXI: liberdade, 
igualdade, solidariedade, tolerância, respeito pela natureza e responsabilidade co-
mum, valores estes que foram traduzidos para ações com auxílio dos objetivos 
(ONU, 2019). 
 
Figura 3 - Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) 
 
Fonte: Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento, 2019. 
 
A Carta da Terra também é um documento marcante para a história 
da sustentabilidade, declarando “princípios éticos fundamentais para a construção 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 16 
 
de uma sociedade justa, sustentável e pacífica” (Secretaria do Meio Ambiente e 
Recursos Hídricos do Paraná - SEMA, 2019). Começou a ser escrita durante a 
Rio 92, mas alcançou sua versãofinal somente de junho de 2000 (Sema, 2019). 
Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, 
numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. 
[...] O meio ambiente global com seus recursos finitos é uma 
preocupação comum de todas as pessoas. [...] Os padrões de 
produção e consumo estão causando devastação ambienta, 
redução dos recursos e uma massiva extinção de espécies. 
[...] São necessárias mudanças fundamentais dos nossos va-
lores, instituições e modos de vida (Carta da Terra, 2000). 
No ano de 2002, em Joanesburgo, África do Sul, aconteceu a Cúpula 
Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, que ficou conhecida como Rio +10, 
reafirmando “nosso compromisso com o desenvolvimento sustentável” (ONU, 
2002) e identificando as novas prioridades que surgiram desde 1992 (Juras, 2002). 
Foram elaborados dois novos documentos principais: a declaração e um plano de 
ação. O primeiro defendeu a ideia de renovar as esperanças da humanidade para 
um mundo melhor e estabeleceu três pilares de desenvolvimento: econômico, so-
cial e ambiental (ONU, 2002; Brasil, 2019). O plano de ação foi resumido por 
Ilidia Juras em um relatório especial. 
Também a boa governança, em cada país e no nível interna-
cional, é considerada essencial para o desenvolvimento sus-
tentável. No nível doméstico, significa políticas sociais, eco-
nômicas e ambientais adequadas, instituições democráticas 
suscetíveis às necessidades da população, estado de direito, 
medidas anticorrupção, igualdade de gênero e ambiente pro-
picio ao investimento (Juras, 2002, p. 4). 
Em 2009 foi acordado que o Rio de Janeiro sediaria a Conferência 
das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, em junho de 
2012, que aconteceu vinte anos após a Rio-92, marcada na história como primeiro 
momento que foi consolidado o conceito de desenvolvimento sustentável, como 
já citado anteriormente. Os temas definidos pelas Nações Unidas foram: 
a) Economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da 
erradicação da pobreza, e; 
b) Estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável. 
Em Paris, França, durante a 21ª Conferência das Partes (COP21) um 
novo acordo foi adotado, “reconhecendo a necessidade de uma resposta eficaz e 
progressiva à ameaça urgente da mudança climática com base nos melhores co-
nhecimentos científicos disponíveis”. Aprovado em 2015 por 195 países com a 
finalidade de reduzir as emissões de gases de efeito estufa (MMA, 2019; ONU 
Brasil, 2019). 
No Brasil, o Acordo de Paris foi aprovado pelo Congresso Nacional 
e entregue às Nações Unidas em setembro de 2016 (MMA, 2019). Consequente-
mente, as metas brasileiras se tornaram um compromisso oficial. Assim, o nosso 
país ficou responsável pelas seguintes contribuições, conforme NDC: 
a) Redução da emissão gases de efeito estufa em 37% abaixo dos níveis 
de 2005, em 2025; 
b) Aumentar o consumo de biocombustíveis na matriz energética brasi-
leira para aproximadamente 18% até 2030; 
c) Diminuição do desmatamento ilegal para zero até 2030 e compensar 
a emissão de gases de efeito estufa provenientes do corte legal da 
vegetação até 2030; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 17 
 
d) Utilização de energias renováveis em 45% na matriz energética em 
2030, reduzindo uso de fontes não fósseis como eólica, biomassa e 
solar. 
e) Melhoria no setor de transportes, incluindo infraestrutura me trans-
porte público; 
f) Promoção de novas tecnologias no setor industrial; 
g) Restauração de 15 milhões de hectares de pastagens degradadas até 
2030 e aumento de 5 milhões de hectares de sistema de integração 
lavoura-pecuária-florestas até 2030. 
2.2 CERTIFICAÇÃO LEED 
A USBCG foi fundada no ano de 1993, empresa americana, com a 
missão de promover práticas sustentáveis na indústria da construção civil, para 
isso criaram o LEED, traduzido como Liderança em Energia e Design Ambiental, 
em 1999, com a intenção integrar sustentabilidade com o conceito, projeto, im-
plantação, construção, manutenção da edificação e os espaço em si, garantindo o 
equilíbrio entre os impactos gerados, desenvolvimento econômico e uso de recur-
sos naturais, a fim de garantir e priorizar a qualidade de vida e bem-estar para nós 
e para as futuras gerações (GBC Brasil, 2019; USGBC, 2019; Boni, 2017). 
O LEED se tornou o mais importante dos selos sustentáveis no 
mundo, seu reconhecimento internacional passou a ser aceito em mais de 165 pa-
íses. Certificando170 mil m² por dia. A evolução da certificação permite que o 
atual sistema abranja os padrões inter-relacionados que abordam todos os 
aspectos de desenvolvimento e construção. Dividido em 4 tipos diferentes, clas-
sificando as obras pela tipologia projetual: 
 
Figura 4 - Tipologias do LEED 
 
Fonte: GBC Brasil, modificado pela autora, 2019. 
 
Cada uma das variedades acima possui suas subdivisões, atendendo 
a possíveis situações como por exemplo: escolas, hospitais, data centers, arma-
zéns de armazenamento, comércio varejista, residenciais multifamiliares ou uni-
familiares (BD+C), quartos de hotéis, comércio, escritórios (ID+C), bairros exis-
tentes ou novos (ND), espaços internos ou edificação em sua totalidade (O+M). 
A certificação avalia os empreendimentos por categorias divididas 
em pré-requisitos e créditos. (ANEXO - A) Os pré-requisitos são estratégias sus-
tentáveis ou elementos obrigatórios para todos os edifícios LEED, enquanto os 
créditos são os elementos opcionais que aumentam a pontuação. Para que possam 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 18 
 
obter o certificado, o empreendimento precisa alcançar o mínimo de 40 pontos, 
dessa maneira, estão aptos a receber o nível básico da certificação. A pontuação 
adquirida pelo edifício garante o nível de certificação que pode alcançar os 110 
pontos: Certified: 40-49 pontos, Silver: 50-59 pontos, Gold: 60-79 pontos, 
Platinum: 80 pontos ou mais. (USGCB, 2019; UGREEN, 2019). 
Por meio de um processo baseado em consenso, os sistemas 
de avaliação são atualizados regularmente para responder às 
novas tecnologias, políticas e mudanças no setor da constru-
ção. Desta maneira, o LEED colabora para impulsionar as 
transformações do mercado. (GBC Brasil, 2019) 
 
De acordo com o site oficial da GCB Brasil, os benefícios de adquirir 
a certificação LEED são divididos em três tópicos principais: econômicos, sociais 
e ambientais. Dentre os quais podemos destacar: 
a) Diminuição de custos operacionais; 
b) Valorização do imóvel; 
c) Modernização e menor obsolescência da edificação; 
d) Redução de consumo de água e energia; 
e) Uso de materiais e tecnologias de baixo impacto, assim como 
incentivo a fornecedores com responsabilidades socioambien-
tais; 
f) Aumento da produtividade dos funcionários, melhora na recu-
peração de pacientes (em hospitais), melhora do desempenho 
de alunos (em escolas), entre outros. 
O pré-requisitos da certificação exigem uma construção com con-
trole de erosão do solo, da sedimentação de hidrovia e da poeira suspensa no ar; 
redução do consumo de água externa e interna, garantindo o controle de consumo 
e procurando oportunidades de reduzir ainda mais; alcançar o mínimo de 2% a 
5% redução da economia de energia; possuir separadores e coleta de lixo reciclá-
vel, assim como um plano de metas para reaproveitamento de resíduos; estabele-
cer um padrão mínimo de qualidade de ar para os usuários, exigindo renovação 
de ar e proibindo consumo de cigarros no interior do edifício e próximo todas as 
entradas. 
2.3 LEIS E NORMAS PERTINENTES A SUSTENTABILIDADE 
Segundo Paulo Eduardo (2014), superintendente do Comitê Brasi-
leiro de Construção Civil, “as normas técnicas são instrumentosindispensáveis 
para o desenvolvimento da construção sustentável”. E assim como a legislação 
ambiental, é uma ferramenta importante para que os indivíduos saibam qual são 
Figura 5 - Categorias do LEED 
Fonte: GCB Brasil, 2019. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 19 
 
seus deveres e direitos com as nosso país, nesse caso, incluindo nossas florestas, 
rios, córregos, terras e paisagens em geral. 
2.3.1 Leis Ambientais Brasileiras 
O Instituto Brasileiro de Sustentabilidade (2015) afirma que é neces-
sário contextualizar a real situação ambiental e compreender o que as leis relativas 
à proteção do meio ambiente e seus princípios jurídicos orientam. Destacando 
algumas leis principais a nível nacional: 
a) Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, sobre a Política Nacional do 
Meio Ambiente; 
b) Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997, institui a Política de Recursos 
Hídricos; 
c) Lei nº 12.651 de 25 de maio de 2012, dispõe sobre a proteção da 
vegetação nativa; 
d) Lei nº 12.305 de 2 de agosto de 2010, institui a Política Nacional de 
Resíduos Sólidos; 
e) Lei nº 7.347 de 24 de julho de 1985, que disciplina a ação civil pú-
blica de responsabilidade por danos causados ao meio-ambiente, ao 
consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, 
turístico e paisagístico; 
f) Lei nº 5.197, de 3 de janeiro de 1967, dispõe sobre a proteção à 
fauna. 
2.3.2 Leis Ambientais Catarinenses 
O estado de Santa Catarina possui a Lei nº 14.675, de 13 de abril de 
2009, que instituiu o Código Estadual do Meio Ambiente, tendo como objetivos 
a proteção e melhoria da qualidade do meio ambiente, para a atual e para as futu-
ras gerações, recuperação de áreas degradadas, garantir a utilização adequada dos 
recursos ambientais, entre outros. 
Em relação a legislação catarinense, ainda podemos destacar as se-
guintes leis: 
a) Lei 16.290, de 20 de dezembro de 2013, institui a Política Estadual 
de Serviços Ambientais; 
b) Lei 14.829, de 11 de agosto de 2009, institui a Política Estadual sobre 
Mudanças Climáticas e Desenvolvimento Sustentável em Santa Ca-
tarina; 
c) Lei 9.748, de 30 de novembro de 1994, dispõe sobre a Política Esta-
dual de Recursos Hídricos; 
d) Decreto nº 423, de 06 de junho de 1975, que criou a Comissão Cons-
titutiva da Fundação de Amparo a Tecnologia e ao Meio Ambiente 
(FATMA). 
2.3.3 Normas Técnicas - ABNT 
As normas técnicas referentes a sustentabilidade são muitas e estão 
relacionadas à responsabilidade socioambiental que o setor da construção civil 
(SEBRAE, 2019). As regulamentações abrangem o projeto, o canteiro de obras, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 20 
 
resíduos, sistemas de aquecimento solar e fotovoltaico e outros conforme listagem 
a seguir: 
a) NBR 12284:1991 – Área de vivência em canteiros de obra; 
b) NBR 15112:2004 – Resíduos da construção civil e resíduos volumo-
sos – áreas de transbordo e triagem – Diretrizes para projeto, implan-
tação e operação; 
c) NBR 15114: 2004 – Resíduos sólidos da construção civil – Áreas de 
reciclagem; 
d) NBR 15527: 2014 – Água da chuva – Aproveitamento de coberturas 
em áreas urbanas para fins não potáveis – Requisitos; 
e) NBR 15215-1: 2005 – Iluminação natural – Parte 1: Conceitos bási-
cos e definições; 
f) NBR 15215-2: 2005 – Iluminação natural – Parte 2: Procedimentos 
de cálculo para a estimativa da disponibilidade de luz natural; 
g) NBR 15215-3: 2005 – Iluminação natural – Parte 3: Procedimento 
de cálculo para a determinação da iluminação natural em ambientes 
internos; 
h) NBR 15215-4: 2005 – Iluminação natural – Parte 4: Verificação ex-
perimental das condições de iluminação interna de edificações – mé-
todo de medição; 
i) NBR 15747-1: 2009 – Sistemas solares térmicos e seus componentes 
– Coletores solares – Parte 1 – Requisitos gerais; 
j) NBR 15569: 2008 – Sistema de aquecimento solar de água em cir-
cuito direto – Projeto e instalação; 
k) NBR 11877: 1991 – Sistemas fotovoltaicos – Especificação; 
l) ISO/TR 14062 – Gestão Ambiental – Integração de aspectos ambi-
entais no projeto e desenvolvimento do produto; 
m) NBR 16001: 2010 – Responsabilidade social – Sistema de gestão – 
Requisitos; 
n) NBR/ISO 14001: 2015 – Sistema de gestão ambiental – Requisitos 
com orientação para uso; 
o) NBR/ISO 14040: 2009 – Gestão ambiental – Avaliação do ciclo de 
vida – Princípios e estrutura; 
p) NBR/ISO 14044: 2009 – Gestão Ambiental – Avaliação do ciclo de 
vida – Requisitos e orientações; 
q) NBR/ISO 26000: 2010 – Diretrizes sobre responsabilidade social; 
r) NBR/ISO 50001: 2011 – Sistema de gestão da energia – Requisitos 
com orientações para uso; 
s) NBR/ISO 9001: 2015 – Sistema de gestão de qualidade – Requisitos. 
2.4 ESTRATÉGIAS SUSTENTÁVEIS 
As estratégias sustentáveis servem para auxiliar na redução de im-
pactos ambientais, danos e interferências gerados pela edificação. Para esta fina-
lidade, serão identificadas algumas maneiras de amenizar os problemas que po-
dem ser gerados com a construção, que abrangem o projeto, o manejo do canteiro 
de obra, a obra em si e a manutenção (Duarte, 2019). 
Mesmo que sejam implementados sistemas construtivos e quaisquer 
técnicas que exigem investimentos extra, a arquitetura verde inicia no projeto, 
com o estudo das características físicas e climáticas do terreno, para que se possa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 21 
 
ter maior proveito dos fatores naturais, citando o solo, o sol e os ventos (Use Água 
da Chuva, 2018; Souza, 2019). 
Dentre as ações e ferramentas a fim de moderar os efeitos no ambi-
ente que uma obra pode criar, pode-se citar: geração de energia solar; geração de 
energia eólica; utilização de vidros adequados; aproveitamento da iluminação na-
tural e da ventilação natural; adoção de sistemas de automação para gerencia-
mento de edifícios (edifício inteligente); consumo racional de água e energia; 
reuso de águas cinzas e/ou pluvial; aplicação de materiais certificados e/ou locais; 
emprego de cores clara; exploração de vegetações e água para controle de tempe-
ratura; estimular proveito de transporte público, veículos sustentáveis e bicicletas; 
entre outros. 
2.4.1 Energia Solar 
De acordo com Brito e Silva (2006), a conversão de energia solar em 
eletricidade é uma fonte 
limpa, uma vez que não 
emissões de poluentes, é re-
novável e inesgotável, por 
sua dependência do sol. Pos-
suindo outros fatores vanta-
josos, como a baixa manuten-
ção e tempo de vida útil de 
aproximadamente 30 anos. 
O material mais utilizado para a fabricação dos painéis de células 
fotovoltaicas é o silício cristalino por ser encontrado em abundância na crosta 
terrestre, sua não-toxicidade, ser bem utilizado na industria eletrônica, sendo bem 
pesquisado e amplamente vantajoso tecnicamente. (Brito e Silva, 2006; Portal So-
lar, 2019). 
O Brasil é pioneiro em uma nova tecnologia: os filmes fotovoltaicos 
orgânicos (OPV – Organic Photovoltaic). São células de eletrodos impressa em 
polímeros. Fabricadas com o processo de impressão, com máquina simples e ma-
terial abundante. sendo semitransparente, maleáveis e de baixo custo, reciclável e 
mais aplicável ao design, como na laminação do vidro, podendo assim ser utili-
zado em fachadas, janelas e sacadas. A produção desse material é considerada 
mais sustentável, comparada a produção dos painéis solares que exigem muito 
consumo de energia, queima de carvão, que acabam por emitir poluentes (Univi-
dros, 2019; Solarvolt, 2019; Portal Solar, 2019; iTsolar, 2019). 
Figura 5 - Painel Solar Fotovoltaico 
Fonte: eCycle, 2019. 
Figura6 - Fabricação de OPV 
 
Fonte: Sunew, 2019. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2.4.2 Vidros 
A escolha do vidro interfere diretamente na qualidade do ambiente, 
pois afeta a transmissão de luz e calor. Existem diversos tipos de vidros, cada um 
com sua especialidade, que podem ser de segurança, baixo emissivos, com prote-
ção solar, autolimpante e/ou reflexivo (Cebrace, 2019; Guardian Glass, 2019). 
A Guardian Glass é uma empresa que produz vidro, uma das maiores 
mundialmente, atende mais de 160 países e tem a sustentabilidade como uma de 
suas principais filosofias, desde 1993 possuem suas políticas ambientais públicas. 
Membros da USGBC, garantem que seus produtos auxiliam na economia de ener-
gia e na obtenção de pontos como o LEED, alcançando cerca de 68% da trans-
missão de luz e reduzindo custos com ar condicionado. Dentre as linhas que a 
Guardian produz, o Sunguard é feito especialmente para edifícios comerciais, as-
sociando tecnologia e luz, maximizando a entrada de luz, refletindo o calor, ser-
vindo também como isolante térmico, além de alguns serem apresentados em to-
nalidades como azul, champanhe e prata (Guardian Glass, 2019). 
2.4.3 Iluminação 
A iluminação natural é marcada por sua característica dinâmica, di-
retamente relacionado ao movimento do Sol e a nebulosidade, com mudanças 
contínuas nos seus valores no interior das edificações (Santos, 2001). Fazendo o 
correto dimensionamento da área de uma janela, podemos otimizar a eficiência 
energética, ainda mais quando é feita a integração entre as iluminações naturais e 
artificiais (Ghisi; Tinker e Ibrahim, 2005). 
Para Gratia e Herde (2003) a definição da forma geral do edifício, a 
profundidade e altura dos ambientes e o tamanho das janelas afetam no consumo 
de energia, chegando a dobrar esse valor com a obra concluída. Além de afetar a 
produtividade dos ocupantes, uma vez que pode reduzir os níveis de luz natural e 
aumentar as temperaturas. (Tradução nossa). 
A iluminação artificial assegura que o ambiente de trabalho seja ilu-
minado de maneira adequada, ainda que haja interferências, como sombras e ne-
bulosidade (Silva G.,2019) afirmou que automação da iluminação artificial pos-
sibilita o controle das ambientações, e ser muito mais eficiente quando integrada 
a outros sistemas, como o de iluminação natural, climatização, segurança e até 
equipamentos eletrônicos. Zaremba (2017) reitera que a utilização de lâmpadas 
de LED associadas a um sistema de automação estabelece maior vida útil e eco-
nomia de energia. 
 Figura 7 - Modelos de lâmpadas de LED. 
 Fonte: Total light sistemas de iluminação, 2018. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 23 
 
Figura 8 - Receptores de luz, para automação luminotécnica. 
 
Fonte: Leviton, [s.d.]. 
 
Monteiro P. (2012) escreveu que existem três soluções básicas que 
reduzem o consumo de energia em uma edificação: dividir o controle das luzes 
em dois, implantando mais de um interruptor para o mesmo ambiente, permitindo 
que 50% do espaço esteja apagado enquanto o outro está aceso; instalação de pelo 
menos um controle por espaço; e o último necessita da instalação de receptores 
de luz, conectados ao circuito de luz para que possa ligar ou desligar de acordo 
com a intensidade de luz do sol chega no ambiente, gerando um espaço com múl-
tiplos níveis de luz. 
2.4.4 Ventilação 
O sistema de ventilação natural é baseado na diferença de pressão 
para mover o ar fresco através do edifício e, possui algumas vantagens para as 
edificações, como a redução da utilização de ar condicionado e, consequente-
mente, a diminuição do consumo de energia. Favorecendo ainda a qualidade 
interna do ar, já que promove a renovação deste, fazendo com que os ambientes 
se tornem mais salubres e agradáveis. (Lambert, 2017). 
A ventilação cruzada e o efeito chaminé são as opções mais conhe-
cidas para o aproveitamento do fluxo de ar. A primeira acontece quando o ar cruza 
o ambiente, feito com aberturas em zonas de pressão opostas, o maior volume é 
gerado em relação ao tamanho dessas aberturas e quanto maior a área de saída, 
maior a velocidade do ar. O efeito chaminé pode ser aplicado com a introdução 
de aberturas em diferentes níveis, fazendo com que o fluxo de ar remova o ar 
quente através de aberturas zenitais, lanternis ou exautores (Projetee, 2019; Lam-
bert, 2017; Eco D, 2019). 
A ventilação mecânica com o sistema VRF (Fluxo de Refrigerante 
Variável) traz economias de energia, maior conforto aos usuários, pois uma única 
unidade externa (condensadora) permite que diversas unidades internas sejam 
controladas individualmente (Previatti e Rezende, 2012). 
 Fonte - Projeteee, 2019. 
 Figura 9 - Representações gráficas de ventilação natural 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 24 
 
2.4.5 Água 
Duas medidas principais que relacionam água e sustentabilidade po-
dem ser consideradas: reuso e redução do consumo. O último pode ser alcançado 
com uso de dispositivos aplicados aos equipamentos hidráulicos, como torneiras 
com sensor de aproximação, com temporizador de desligamento e/ou arejadores. 
Já o reuso de água pode ser proveniente de águas cinzas, aquela resultante do uso 
de lavatórios, chuveiros, e máquinas de lavar, ou de água pluviais. A água resul-
tante pode ser utilizada para fins não potáveis, como para rega de jardins, limpezas 
externas e descargas sanitárias, alcan-
çando uma redução de cerca de 50% 
do consumo de água potável (Fluxo 
Ambiental, 2019; Adasa, 2019; Fiori, 
Fernandes e Pizzo, 2004; Monteiro V. 
et al., 2015; Dobgenski, 2018). 
Os tratamentos da água 
da chuva e das águas cinzas devem ser 
feitos de maneira separada, e após o 
processo podem ser unidas no reserva-
tório final de armazenamento e distri-
buição. Isso porque a água proveniente 
das chuvas passa por um processo 
mais simples de filtragem enquanto as 
águas oriundas da utilização em lava-
tórios, por exemplo, precisam passar 
por um tratamento um pouco mais complexo, que pode ser químico, por Biorrea-
tores com Membranas Submersas (MBR), biológico ou por jardins filtrantes, 
sendo esses dois últimos os mais adequados, MBR exigem maior manutenção, 
enquanto os tratamentos químicos resultam . (Fluxo Ambiental, 2019; Lagemann, 
2012; Monteiro V. et al., 2015; Embrapa, 2015; Carvalho S. et al, [s.d.]). 
 2.4.6 Materiais 
A fim de que a construção seja a mais sustentável possível, a escolha 
dos materiais que serão utilizados é vital, uma vez que há diversos fornecedores 
também preocupados com a questão ambiental, e dispõem de “produtos compro-
vadamente tenham impactos ambientais, econômicos e sociais de ciclo de vida 
vantajosos” (LEED v.4, 2014). Para solucionar de alguma forma o impacto ge-
rado, podem ser empregados materiais renováveis, como a madeira e o bambu, 
ou recicláveis como o aço. 
No entanto, todas as etapas da produção e transporte também devem 
ser pensadas, incluindo que sejam produzidos ou extraídos próximos ao local da 
obra, evitando liberação de gás carbônico por caminhos no transporte rodoviário. 
Por isso foi definido o concreto como principal material estrutural, em vista de 
que há uma fábrica de cimento Portland Pozolânico em Capivari de Baixo, cidade 
vizinha, o que significa cerca de 11 quilômetros de distância do local da obra, 
Além disso, é produzido a partir das cinzas originadas da queima de carvão do 
Complexo Termoelétrico Jorge Lacerda, também de Capivari de Baixo, onde o 
material passa por filtros específicos e recolhido para a produção (Pozosul, 2019). 
medeiro 
Figura 10 - Torneirade Mesa Genius 
Flex - Docol, economia de até 70% de 
água, possui dois tipos de aciona-
mento: 1/6 de volta e fechamento auto-
mático; e arejador embutido. 
 
 
 Fonte - Docol, 2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 25 
 
Fonte: Mendizával, 2014. 
 
Figura 12 - Edifício Costanera Cosas, 
por Marcos Mendizával. 
3. REFERENCIAIS PROJETUAIS 
Os referenciais projetuais orientam e esclarecem sobre os espaços e 
as estratégias relacionados ao tema. Assim podemos perceber pontos positivos, 
que possam ser bisados e/ou adaptados para o partido arquitetônico, como pontos 
negativos, que devem ser evitados. 
 
Figura 11 - Edifício JBZ, visto da Av. Carlos Gomes. 
 
Fonte: Autora, 2019. 
Figura 13 - Edifício Level Corporate, vista externa. 
 
Fonte: Autora, 2019. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 26 
 
3.1 COSTANERA COSAS – SANTIAGO/CHILE 
3.1.1 Localização 
Figura 14 - Mapa de localização. 
 
Fonte: Google Maps, modificado pela autora, 2019. 
3.2.2 Ficha Técnica 
Projeto arquitetônico: Alemparte-Morelli & Asociados Arquitectos 
Ano do projeto: 2007 - 2009 
Área construída: 12.200m² 
Endereço: Almirante Pastene, 333, Providencia, Región Metropoli-
tanta, Chile. 
Certificação: LEED Gold – 34/62 
3.1.3 Projeto 
Figura 15 - Vista externa do edifício 
 
Fonte: Mensizával, 2014. 
 
Foi concebido com a intenção de criar um ambiente de trabalho com 
uma enorme qualidade de vida, criaram escritórios com privacidade, vistas do 
entorno e a comodidade de um café, que criou um espaço agradável para relaxar 
ou fazer novos negócios (Costaneracosas, 2019, tradução nossa). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 27 
 
O edifício está localizado no bairro Providencia, local que em reali-
dade é composto por mais de 10 bairros de classe média-alta, próximo ao centro 
e dos principais pontos da cidade de Santiago (Lorenzi, 2016) No entanto, a área 
do bairro em que foi edificado, é a periferia de um centro de serviço, com diversos 
parques no entorno, o que desafiou os arquitetos a inserirem um edifício torre com 
conexão com o espaço público que o rodeia. De acordo com o site oficial do em-
preendimento, foi um dos primeiros edifícios de seu segmento a se localizar na 
região, que está em crescimento no polo de escritórios. A planta térrea foi proje-
tada de acordo com o terreno conectado a três vias, que possui próximo um par-
que, dessa forma, foi recolhido a área edificada para que se criasse uma praça, 
produzindo uma harmonia com o ambiente já existente. A amplitude espacial é 
trabalhada com a construção iniciando praticamente ao mesmo nível da rua, e com 
a fachada transparente, permitindo que os comércios nas salas térreas estabeleçam 
uma continuidade com o exterior, valorizando o espaço público. 
 
Figura 16 - Entrada do hall do edifício, com pouca diferença nos níveis. 
 
Fonte: Mendizával, 2014 
Figura 17 - Frente do edifício, recuo para uso público e mobiliários. 
 
Fonte: Streetview, 2015. 
 
 
Figura 18 - Planta baixa do nível térreo 
 
Fonte: Alemparte-Morelli, modificada pela autora, 2019. 
Legenda: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 28 
 
Figura 19 - Parque Uruguay, parque linear ao longo do rio Mapocho 
 
Fonte: Streetview, 2015. 
 
O Parque Uruguay localizado na lateral do edifício conta com a ci-
clovia reinaugurada em 2016, possui cerca de 1,5 km, e faz parte da área do pro-
jeto M42k, sistema de parques integrados com ciclofaixa ao longo do Rio Mapo-
cho, totalizando um caminho de 42 quilômetros, muito utilizado pelos moradores 
locais para prática de exercícios. A proposta conecta geograficamente e social-
mente 11 comunidades da cidade de Santiago, contribuindo com qualidade de 
vida dos usuários (Mapocho42k, 2019, tradução nossa). 
Constituído por 5 subsolos para estacionamento, planta térrea e 9 an-
dares de planta livre para escritórios e 8 sanitários, que podem ser divididos em 
até 4 espaços principais, atendidos por um núcleo central de circulação vertical, 
formado por duas escadas simultâneas e três elevadores. Em projeto foi previsto 
quatro escritórios médios com quatro tamanhos diferentes, variando entre 156 m², 
o menor, e 177m², para o maior, mas que em algumas situações foram adaptadas, 
criando ambientes com alguns quebrados. 
Figura 20 - Plantas baixas, primeira imagem com a disposição padrão, com 4 am-
bientes. Segunda imagem, terceiro pavimento, disposto de acordo com a necessi-
dade dos usuários. 
 
 
Fonte: Alemparte-Morelli, modificada pela autora, 2019. 
 
A sustentabilidade energética é item mais citado pela empresa, a eco-
nomia de luz garantida pelo sistema de ares condicionados VRF, fabricados pela 
LG, garantem que o consumo de energia seja menor, até 35%, pois os compres-
sores variam seu consumo de maneira proporcional à demanda dos usuários. O 
Legenda: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 29 
 
tipo de ar condicionado multi-split permite que sejam utilizadas diversas unidades 
internas (evaporadoras), possibilitando também maior liberdade na hora de pro-
jetar internamente os escritórios, adaptando o equipamento a arquitetura desejada. 
O sistema climático do está localizado em um piso mecânico, considerando um 
coroamento para a torre. 
Outros benefícios citados são: controle centralizado dos elevadores, da 
iluminação comum, tanto interna como externa, dos equipamentos de climatiza-
ção e segurança, por serem instaladas câmeras e alarmes em todos os escritórios. 
Os materiais que mais se destacam na obra são o concreto, o vidro baixo 
emissivo e granito cinza. O vidro de alta performance e o granito ventilado foram 
utilizados nas fachadas sul e oeste, proporcionaram 50% de opacidade, já que 
intercalados, garantiram eficiência energética e aproveitamento da luz natural, por 
conta dos. A modularidade vertical, tenta diluir a identificação dos pavimentos, 
colocados a cada 
dois pavimentos. 
Na fachada norte 
foram utilizados 
vidro e concreto, 
assim como na 
fachada leste. 
 
 
 
Figura 22 – (1) Fachada Sul e Oeste, com módulos verticais a cada dois pavimen-
tos. (2) Fachada Norte, com concreto aparente e vidro. 
 
Fonte: Mendizával, 2014. 
 
Figura 23 – (1) Fachadas sul e leste, vista noturna. (2) Fotografia da cobertura do 
edifício, local que abriga os equipamentos de climatização, mostrando também a 
fachada 
 
Fonte: Mendizával, 2014; DLP, 2019. 
 
Figura 21 - Corte AA 
Fonte: Alemparte-Morelli, modificada pela autora, 2019. 
Legenda: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 30 
 
3.2 ESTUDO DE CASO – JBZ João Benjamin Zaffari 
3.2.1 Localização 
Figura 24 - Mapa de Localização 
 
Fonte: Google Maps, modificado pela autora, 2019. 
3.2.2 Ficha Técnica 
Projeto arquitetônico: Monserrat Arquitetos 
Ano de conclusão da obra: 2018 
Área construída: 21.000m² 
Endereço: Avenida Carlos Gomes, 400, Boa Vista, Porto Alegre, Rio 
Grande do Sul. 
Certificação: LEED Platinum – 92/110 
3.2.3 Projeto 
Figura 25 - Perspectiva externa do edifício 
 
Fonte: Belmondo, 2019. 
 
Localizado no cruzamento entre a principal avenida corporativa de 
Porto Alegre, a Av. Carlos Gomes, e uma das principais vias de comércio, a Rua 
Anita Garibaldi. O edifício JBZ foi construído com o propósito de recebera nova 
sede da Belmondo Empreendimentos e Participações, localizada agora no 15º pa-
vimento. 
O edifício possui 3 subsolos e metade do térreo dedicado ao estacio-
namento, vagas comuns, metade do primeiro pavimento foram colocadas as vagas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 31 
 
especiais: para deficientes físico, idosos e carros “verdes”. Todas as vagas são 
contadas e organizadas por um sistema de controle de vagas, que relata aos usuá-
rios o número de vagas disponíveis na entrada do edifício e também és disponibi-
lizado no site. Nesses níveis também foram instalados vazios para áreas permeá-
veis, em cada um dos subsolos, totalizando uma área de aproximadamente 213m², 
o que também auxilia na ventilação natural. Também foram colocados alguns de-
pósitos disponíveis para locação, espaços destinados a serviços, como edifício, 
bicicletário e vestiário com chuveiro para os usuários. 
 
Figura 26 - Subsolo 3 
Fonte: Fornecida pela Belmodo, 
modificada pela autora, 2019. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 29 - Subsolo 2 
Fonte: Fornecida pela Belmodo, 
modificada pela autora, 2019. 
 
 
 
Figura 30 - Subsolo 1 
 
Fonte: Fornecida pela Belmodo, modificada pela autora, 2019. 
Figura 28 - Área Permeável 
Fonte: autora, 2019. 
Legenda: 
Figura 27 - Bicicletário 
Fonte: autora, 2019. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 32 
 
Em função das mudanças das normas dos bombeiros do Rio Grande 
do Sul, em função principal do ocorrido no início de 2013, o incêndio na Boate 
Kiss, em Santa Maria, RS, dentre os maiores desastres causado por fogo no Brasil, 
foram necessárias algumas mudanças projetuais, foram necessárias mais escadas, 
tanto nos subsolos como no edifício, por isso foram instaladas duas escadas si-
multâneas, para que não fosse perdido muito mais espaços da área útil. 
Na planta térrea ficam localizados a recepção e o hall de entrada do 
edifício, acesso ao escritório administrativo do edifício, assim como dois restau-
rantes com administrações independentes. A recepção possui pé direito duplo e 
as luminárias foram projetadas para encaixarem nos vãos da laje nervurada. O 
acabamento interno utiliza principalmente madeira e pedra natural. 
 
Figura 31 – Planta Baixa do Térreo 
 
Fonte: Fornecida pela Belmodo, modificada pela autora, 2019. 
O acesso ao edifício é automatizado, a partir do cadastro feito na 
recepção, um dos elevadores é acionado automaticamente, para que já esteja es-
perando o usuário. Além disso, para diminuir o consumo de luz, de acordo com o 
uso, os elevadores detectam quais andares são mais movimentados e aguardam 
nestes, evitando movimentos desnecessários e agilizando o acesso e a saída dos 
usuários. 
As catracas flap, também para economia, se mantém abertas a todo 
tempo, exceto quando ativadas por alguém sem acesso. Elas se fecham automati-
camente quando alguém tenta entrar ou sair sem permissão, que pode ser feita 
pelo leitor de digital ou por cartão, no caso de visitantes. 
 
Figura 32: Hall de entrada 
 
Fontes: Autora, 2019. 
 
Luminárias 
sob medida 
para a laje 
nervurada 
Catracas flap 
automáticas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 33 
 
Na parede interna de quem entra no edifício há uma decoração inter-
calando tons verdes do musgo “Moss Wall”, vegetação desenvolvida por um ita-
liano que estabilizou os liquens e fez com que eles parassem de fazer fotossíntese, 
assim como não crescem ou se reproduzem, resistem as mudanças climáticas e 
ar-condicionado, não necessitam de manutenção alguma, nem se quer irrigação, 
não atrai insetos e serve de barreira acústica (Vertical Garden, 2019; Condomínios 
Verdes, 2019). 
Figura 33 - Porta do Hall 
 
Fontes: Autora, 2019. 
A escolha da porta giratória, assim como o capacho, auxilia na redu-
ção da quantidade de partículas que entram com o acesso das pessoas, principal-
mente pelos calçados. O capacho possui dois metros de largura, alcançando um 
metro para dentro do edifício e um metro para fora dele. As partículas que entra-
riam se não houvesse o tapete, seria um agravante na poluição interna do ambi-
ente, prejudicando a qualidade do ar e exigindo maiores manutenções nos filtros 
de ar condicionado. 
As portas internas possuem acabamento em madeira ripada, assim como as divi-
sórias, fazendo com que as portas passem quase despercebidas para os menos de-
talhistas. A escada que dá acesso ao andar comum, onde fica localizado o auditó-
rio, possui acabamento em madeira e pedras. A colocação dessa circulação verti-
cal com acesso livre direto do hall diminui o fluxo de usuários nos elevadores. 
 
Figura 34 – (1) Detalhe das portas ripadas, ocultas pelo ripado idêntico nas pare-
des; (2) escada comum de acesso ao andar do auditório; (3) ferragens da escada. 
 
Fonte: Autora, 2019, 
A planta do primeiro pavimento é dividida em 6 setores principais: 
o estacionamento para motos e vagas especiais; circulação vertical; setor de ser-
viços, sendo que uma parte tem acesso pela recepção; uma sala para locação, 
única no andar; espaço semi-público, considerando o foyer do auditório e banhei-
ros; e por fim, o auditório e salas de reuniões; 
Moss Wall 
Capacho 
Porta giratória 
Acesso PNE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 34 
 
Figura 35 - Planta Baixa 1º Pavimento 
 
Fonte: Fornecida pela Belmodo, modificada pela autora, 2019. 
 
O auditório não possui sala de áudio e iluminação, o controle sem 
fio, por meio de celulares e tablets, fazendo com que não seja necessário um am-
biente dedicado a isso. 
 
Figura 37 – (1) Banheiro feminino; (2) escadas simultâneas; (3) auditório, com o 
teto inclinado, para melhora da acústica. 
 
Fonte: Autora, 2019. 
O material utilizado para a estrutura foi o concreto armado, com lajes 
nervuradas que permitiram as plantas mais livres, assim como a centralização da 
circulação vertical. A fachada norte recebeu a laje técnica, onde foram instaladas 
as unidades externas dos ares condicionados. Cada andar já possui cinco unidades 
do VRF Toshiba instalada, com espera para 14 evaporadora, que são entregues ao 
locatário. Caso seja desejado ou necessário, as condensadoras podem receber 
mais máquinas do que as entregues. Todos os andares são estruturados com piso 
elevado, uma escolha prática e permitindo maior mobilidade dos ambientes, todo 
o sistema elétrico já estão em espera sob o piso. 
O vidro utilizado na obra foi o Guardian NP 50, que permite passa-
gem de 30% da luz natural e 30% da radiação solar. O tom fumê visto pelo exte-
rior existe por conta da laminação, uma vez que o vidro em si é completamente 
transparente. As esquadrias de todos os andares foram produzidas sob medida, em 
alumínio, com tratamento anodizado 
Figura 36 - Imagens internas do 9º pavimento. 
Fonte: Autora, 2019 
Legenda: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 35 
 
Do ponto de vista externo do edifício é possível ver uma variação 
nas aberturas e materialidade das fachadas. Isso modificou diretamente nas plan-
tas baixas, modificando não somente os tamanhos das esquadrias, como interferiu 
também nos tamanhos das salas, resultando em quatro plantas tipo: (1) terceiro 
pavimento possui fechamento inteiramente de vidro, as colunas aparecem inter-
namente e a menor sala possui 79m²; (2) do quarto ao nono pavimento, as plantas 
são idênticas, com pelede vidro nas salas laterais, enquanto as salas do centro, 
com 93m², possuem janelas de 2m de largura, que permitem abertura de ¼ delas 
por basculante; (3) a planta do décimo pavimento serve como transição, a estru-
tura se torna aparente com colunas redondas, as salas são menores, exceto a cen-
tral, que mantém o tamanho e as janelas; (4) a partir do 11º andar até o 14º, as 
salas laterais ganham até 20m² e a estrutura fica oculta nas paredes. A pele de 
vidro é trocada pelas janelas, que se repetem em quase todo perímetro do edifício, 
e a fachada é revestida por ACM. 
Figura 38 - Tipos de plantas baixas e janela. 
Fonte: Fornecidas pela Belmodo, modificadas pela autora, 2019; autora, 2019. 
Legenda: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 36 
 
O último pavimento pertence ao escritório da Belmondo, com 
358m². Juntamente com uma área descoberta de 252m², com churrasqueira, para 
uso exclusivo da construtora, laje impermeabilizada e, para que possa ser feita a 
limpeza da fachada por alpinista, foram instalados tubos metálicos, chumbados à 
estrutura, no perímetro, com distâncias, aproximada, de um metro do guarda 
corpo. 
 
Figura 39 - Planta Baixa 15º pavimento 
 
Fonte: Fornecida pela Belmodo, modificada pela autora, 2019. 
 
O hall social de cada pavimento é semelhante. Acabamento em ma-
deira, portas padrões com dois metros de largura, em alumínio, e capacho. Em 
cada uma das portas há identificação do número da sala e um espaço disponibili-
zado para identificação do escritório, para que seja padronizado. O revestimento 
das paredes é feito em mineral natural e madeira certificada. As pedras possuem 
dois acabamentos intercalados: polido e fosco. Instalados dessa maneira fazem 
diminuir o reflexo gerado pela iluminação. 
 
Figura 40 - (1) Revestimento mineral intercalado; (2) Hall social do 9º andar; (3) 
Porta padrão dos escritórios; (4) Padronização da identificação dos escritórios. 
 
Fonte: Autora, 2019 
 
Legenda: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 37 
 
3.3 ESTUDO DE CASO – LEVEL CORPORATE – JOINVILLE 
3.3.1 Localização 
Figura 41 - Mapa de Localização 
 
Fonte: Google Maps, modificado pela autora, 2019. 
3.3.2 Ficha Técnica 
Projeto arquitetônico: Metro Quadrado Arquitetura 
Ano do projeto: 2013 - 2017 
Ano de conclusão: 2019 
Área construída: 20.000m², aproximadamente. 
Endereço: Rua Orestes Guimarães, 538, bairro América, Joinville, 
Santa Catarina 
Certificação: Em processo de certificação, previsão de LEED Plati-
num. 
3.3.3 Introdução 
O edifício foi idealizado 
pela proprietária do 1º Registro de Mó-
veis de Joinville, Bianca Castellar de 
Faria (Escavador, 2019; IRIB, 2019). 
Localizado em Joinville/SC, na rua 
Orestes Guimarães, número 538, no 
bairro América. O projeto assinado 
pelo escritório Metro Quadrado Arqui-
tetura, também sediado em Joinville, e 
auxiliado por Alex Haas, consultor da 
empresa Petinelli, responsável pelo 
processo de certificação. 
Empreendimento cons-
truído em concreto armado, colunas re-
dondas internas, fachadas com acaba-
mento de leve des-
nível, feito direta-
mente no reboco, e 
panos de vidro. 
O edi-
fício reúne em um 
único local os três 
cartórios de registro 
Figura 42 - Edifício Level Corporate 
Fonte: Autora 
 Figura 43 - Deta-
lhes da fachada. 
 
Fonte: Autora, 2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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de móveis de Joinville e um tabelionato. O subsolo, em meia altura, possui 47 
vagas de estacionamento rotativos, sendo quatro vagas para idosos, duas para por-
tadores de deficiência física e quatro com acesso a estação de recarga para veícu-
los elétricos. 
 
Figura 44 - Planta baixa do subsolo. 
 
Fonte: Fornecida pelo Level Corporate, modificada pela autora, 2019. 
 
O bicicletário previsto em planta ainda não foi concluído, mas o local 
já possui dois vestiários. A entrada possui capacho embutido, assim como o refe-
rencial anterior, ele é necessário para a redução de partículas no ar, advindas do 
exterior por meio tráfego de pessoas. A catraca de corpo inteiro controla o acesso 
da área de elevadores, impedindo que os clientes dos cartórios acessem estes sem 
o registro prévio na recepção. O terceiro elevador possui acesso livre para o pú-
blico, dando acessibilidade do estacionamento até o andar térreo. 
A quantidade de aberturas não são os suficientes para garantir a qua-
lidade de ar exigida pela certificação LEED, foram instalados então, quatro equi-
pamentos para ventilar mecanicamente o ambiente. 
Figura 45 – (1) Hall de elevadores, com acesso restrito e a catraca de corpo inteiro. 
(2) Vagas de estacionamento para veículos elétricos. 
 
Fonte: Autora, 2019. 
 
Figura 46 - (1) Estacionamento subsolo. (2) Hall de entrada para o público, acesso 
livre até a recepção. 
 
Fonte: Autora, 2019. 
Legenda: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 47 - (1) Armazenamento de água no subsolo; (2) Estacionamento comum. 
 
Fonte: Autora, 2019. 
 
O estacionamento é controlado por uma funcionária no pequeno hall, 
de forma manual, ao lado da escada com um simples balcão. Notável que não foi 
pensado o local, pois a instalação parece provisória. Algumas das vagas são du-
plas, quando um carro é colocado em frente do outro, ou seja, um carro bloqueia 
a saída do outro, o que pode gerar atritos, já que é um estacionamento rotativo. 
O pavimento térreo fica localizado a 1,40 m de altura do nível da rua, 
apesar do acesso pelas escadas ser na frente do edifício, a entrada fica na lateral, 
criando um caminho longo até a entrada, uma vez que a fachada principal não 
possui portas de acesso para o interior do prédio. A circulação até a entrada é 
descoberta, há uma pérgola metálica, mas sem cobertura. As portas da recepção 
são automáticas, há um capacho embutido na entrada, com 3 m x 3 m. Não há 
uma sala de espera e o tabelionato não precisa de cadastro prévio para acesso, 
diferente dos outros escritórios, que possuem uma catraca automática para impe-
dir que pessoas não autorizadas cheguem aos demais pavimentos. 
 
Figura 48 - Planta baixa do pavimento térreo 
 
Fonte: Fornecida pelo Level Corporate, modificada pela autora, 2019. 
 
Figura 49 - (1) Rampa de acesso ao térreo, vista do pergolado metálico. (2) Ca-
tracas automatizadas do hall. 
 
Fonte: Autora, 2019. 
Legenda: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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O primeiro pavimento pertence ao 1º Registro de Móveis de Join-
ville, juntamente com o mezanino. No primeiro pavimento há uma recepção, salas 
de esperas para atendimento, lavabo e copa para os clientes e área de atendimento, 
sala da administração, cozinha, área de descanso, estacionamento e vestiários. O 
mezanino, que não aparece em planta, possui s sala da diretoria com uma sala de 
reunião, arquivos deslizantes, área de mesas para trabalho, depósitos. Há dois 
acessos para o mezanino, um internamente, por uma escada simples, ou pelos 
elevadores. 
 
Figura 50 - Planta baixa do primeiro pavimento. 
 
Fonte: Fornecida pelo Level Corporate, modificada pela autora, 2019. 
 
A sala da diretoria, possui vista da sala de espera, uma vez que esta 
possui pé direito duplo. Em vista da quantidade de funcionários, com predomi-
nância feminina, o vestiário masculino é bem menor que o feminino. A sala de 
trabalho possui piso com carpete, o que auxilia a qualidade

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