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FACULDADE PITÁGORAS 
FACULDADE DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DE IRECÊ BA 
 
 
 
 
DIREITO 
 
 
 
 
 
 
 
 
VÍCIOS DE NEGÓCIOS JURÍDICOS: ERRO, DOLO E COAÇÃO (VÍCIO DE 
CONSENTIMENTO) E SIMULAÇÃO (VÍCIO SOCIAL): CONCEITOS E 
EXEMPLIFICAÇÃO – REAL E LOCAL. 
 
 
 
 
 
IRECÊ - BA 
2020 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VÍCIOS DE NEGÓCIOS JURÍDICOS: ERRO, DOLO E COAÇÃO (VÍCIO DE 
CONSENTIMENTO) E SIMULAÇÃO (VÍCIO SOCIAL): CONCEITOS E 
EXEMPLIFICAÇÃO – REAL E LOCAL. 
Autor, (digitada em letra tamanho 12) 
 
RESUMO- O trabalho visa conceituar vícios do negócio jurídico, sendo três deles 
pertencentes ao vício de consentimento (erro, dolo e coação) e um pertencente 
ao vício social (simulação). Para a execução deste catálogo (conceitual e 
exemplificativo), diante do panorama de isolamento social e consequente 
impossibilidade de pesquisa de campo, a pesquisa dos conceitos foi realizada 
através de fontes bibliográficas secundárias e terciárias. Já o levantamento de 
casos reais e locais foi realizado com o auxílio de X advogados atuantes da 
região, que colaboraram com tais informações. 
 
PALAVRAS-CHAVE: Direito Civil. Negócio Jurídico. Invalidade. Vício de 
consentimento. Vício social. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NEGÓCIO JURÍDICO 
 
Para Pablo Stolze o negócio jurídico é: “a declaração de vontade, emitida 
em obediência aos seus pressupostos de existência, validade e eficácia, com o 
propósito de produzir efeitos admitidos pelo ordenamento jurídico pretendidos 
pelo agente”. 
Negócio Jurídico pode ser definido como um ato ou uma pluralidade de 
atos que esse relacionam entre si, com finalidade negocial, praticados 
espontaneamente por uma ou mais pessoas com a intenção de satisfazer seus 
interesses, tendo como fim a produção de efeitos jurídicos com a finalidade a 
aquisição, modificação ou extinção do direito. 
Dessa forma, o negócio jurídico se origina de um ato de vontade e implica 
uma declaração expressa dessa e, assim, cria uma relação entre duas ou mais 
pessoas. 
 
Legislação 
 
O tema “Negócio Jurídico” possui previsão legal no Código Civil de 2002. 
Os principais artigos que tratam sobre o tema são: 
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: 
I – agente capaz; 
II – objeto lícito, possível, determinado ou determinável; 
III – forma prescrita ou não defesa em lei. 
Art. 105. A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser 
invocada pela outra em benefício próprio, nem aproveita aos co-
interessados capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do 
direito ou da obrigação comum. 
Art. 106. A impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio 
jurídico se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a 
que ele estiver subordinado. 
Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma 
especial, senão quando a lei expressamente a exigir. 
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é 
essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, 
transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis 
de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País. 
Art. 109. No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer 
sem instrumento público, este é da substância do ato. 
Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor 
haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se 
dela o destinatário tinha conhecimento. 
Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os 
usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade 
expressa. 
Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção 
nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem. 
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a 
boa-fé e os usos do lugar de sua celebração. 
Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se 
estritamente. 
(…) 
Art. 121. Considera-se condição a cláusula que, derivando 
exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio 
jurídico a evento futuro e incerto. 
(…) 
Art. 131. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do 
direito. 
(…) 
Art. 136. O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do 
direito, salvo quando expressamente imposto no negócio jurídico, pelo 
disponente, como condição suspensiva. 
 
Requisitos de Validade do Negócio Jurídico 
 
Os requisitos de validade do negócio jurídico estão previstos no artigo 104 
do Código Civil de 2002, são eles: 
Agente capaz: A capacidade do agente é aquela que o permite intervir 
em negócios jurídicos como parte, sem precisar ser assistido por outra pessoa 
responsável. A capacidade que o negócio jurídico exige é aquela de fato ou de 
direito e essa, por sua vez, é obtida com a maioridade civil, ou seja, quando se 
alcança os 18 anos de idade; 
Objeto lícito, possível, determinado ou determinável: Licito é aquele 
objeto que não atenta contra a norma jurídica. Possível é aquele que pode ser 
objeto de um negócio jurídico e ao qual a lei não impõe restrições. Determinado 
ou determinável, é aquele já definido ou que será definido posteriormente; e 
Forma prescrita ou não defesa em lei: As partes devem celebras o 
negócio jurídico em contrato por escrito ou verbalmente, público ou particular, 
observando os termos da lei. 
Além dos elementos estruturais e essências do negócio jurídico, há 
elementos acidentais, sendo esses: 
Condição: É o acontecimento futuro e incerto do qual depende a eficácia 
do negócio jurídico celebrado entre as partes; 
Termo: Se refere ao dia ou ao momento em que começará ou se 
extinguirá a eficácia do negócio jurídico; e 
Encargo ou modo: Segundo o artigo 136 do Código Civil, encargo é “a 
determinação acessória acidental do negócio jurídico que impõe ao beneficiário 
um ônus a ser cumprido, em prol de uma liberalidade maior”. 
Os elementos acidentais (condição, termo e encargo) não são 
necessários para um negócio jurídico exista e seja válido, porém podem 
subordinar a eficácia do negócio jurídico a uma determinada situação. Dessa 
forma, a tabela adiante permite uma visão geral sobre os elementos do negócio 
jurídico. 
 
Entre os elementos essenciais, são comuns a todos os negócios jurídicos 
a capacidade do agente, o objeto lícito possível e determinado, além da vontade 
(consentimento); ao passo que a forma do ato jurídico e a prova do ato negocial 
são elementos essenciais particulares, pois podem variar de acordo com a 
natureza de cada negócio jurídico. Segue tabela sobre os elementos do negócio 
jurídico: 
 
 
 
Defeitos e Invalidade do Negócio Jurídico 
 
Os defeitos do negócio jurídico são imperfeições oriundas da declaração 
de vontade das partes acarretando nos vícios de consentimento do agente. 
Entretanto, há casos em que se tem uma vontade funcionando normalmente, 
havendo até mesmo correspondência entre a vontade interna e sua 
manifestação, porém ela se desvia da lei ou da boa-fé, violando direitos ou 
prejudicando terceiros, sendo, dessa forma, o negócio jurídico suscetível de 
invalidação. Tratam-se dos vícios sociais. 
 
Dentre os vícios acima descritos, passamos a conceituar e exemplificar 
(casos reis e locais) os seguintes: 
 
1 - Erro 
O erro ou ignorância é a noção falsa acerca de um objeto ou de 
determinada pessoa. Ocorre o erro quando o agente se engana sobre alguma 
coisa. Como exemplo, temos a pessoa que compra um relógio dourado, supondo 
que é de ouro. Para acarretar a anulação do negócio jurídico, o erro deve ser 
substancial. 
Art. 138 do CC: São anuláveis os negócios jurídicos, quando as 
declarações de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser 
percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias 
do negócio. 
Art. 139 do CC: O erro é substancial quando: I – interessa à natureza 
do negócio, ao objeto principal da declaração, ou a alguma das 
qualidades a ele essenciais; II – concerne à identidade ou à qualidade 
essencialda pessoa a quem se refira a declaração de vontade, desde 
que tenha influído nesta de modo relevante; III – sendo de direito e não 
implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do 
negócio jurídico. 
 
Temos dois grandes tipos de erros. O erro substancial é aquele de tal 
importância que, se fosse conhecida a verdade, o consentimento não se 
externaria. Ou seja, funciona como razão determinante para a realização do 
negócio jurídico e, por isso, é causa de anulabilidade. Diferente é o erro 
acidental, em que, se fosse conhecida a verdade, ainda assim o ato negocial se 
realizaria, embora de maneira menos onerosa. O erro acidental não provoca a 
anulação do negócio jurídico. 
Tipos de erro substancial (conforme o art. 139 do CC): 
• Erro sobre a natureza do ato negocial (error in ipso negotio): ocorre 
quando a pessoa que pratica determinado negócio interpreta mal a realidade e 
acaba praticando outro tipo de negócio. 
• Erro sobre o objeto principal da declaração (error in ipso corpore): ocorre 
quando atingir o objeto principal da declaração em sua identidade, isso é, o 
objeto não é o pretendido pelo agente. 
• Erro sobre a qualidade essencial do objeto (error in corpore): ocorrerá este 
erro substancial quando a declaração enganosa de vontade recair sobre a 
qualidade essencial do objeto. 
• Erro sobre a pessoa e sobre as qualidades essenciais da pessoa (error in 
persona): é aquele que incide sobre a identidade ou as características da 
pessoa. 
• Erro de direito (error juris): ocorre quando o agente emite uma declaração 
de vontade no pressuposto falso de que procede conforme a lei. 
Casos / prints 
2 - Dolo 
O dolo é o emprego de um artifício astucioso para induzir alguém à prática 
de um negócio jurídico. 
O erro se diferencia do dolo. No erro, a vítima se engana sozinha, ao 
passo que, no dolo, a vítima é enganada pela má-fé alheia. 
Existem vários tipos de dolo, entre eles destacamos: 
• dolo principal ou essencial (art. 145 do CC): é aquele que dá causa ao 
negócio jurídico, sem o qual ele não se teria concluído, acarretando a 
anulabilidade do ato negocial. Além de possibilitar a anulação, o dolo essencial 
enseja indenização por perdas e danos. 
Art. 145 do CC São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando 
este for a sua causa. 
• dolo acidental (dolus incidens) (art. 146 do CC): é o que leva a vítima a 
realizar o negócio jurídico, porém em condições mais onerosas ou menos 
vantajosas, não afetando sua declaração de vontade, embora venha provocar 
desvios. Não é causa de anulabilidade por não interferir diretamente na 
declaração de vontade, mas enseja indenização por perdas e danos. 
Art. 146 do CC O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e 
danos, e é acidental quando, a seu despeito, o negócio seria realizado, 
embora por outro modo. 
 
O dolo de terceiro é aquele oriundo de uma terceira pessoa que não é 
parte no negócio jurídico. Só será causa de anulabilidade do negócio jurídico 
quando a parte beneficiada souber ou tiver a possibilidade de saber sobre a sua 
existência, tal como no caso de terceiro que utiliza o artifício a mando de um dos 
contratantes. O assunto tem como base o art. 148 do CC. 
Art. 148 do CC Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo 
de terceiro, se a parte a quem aproveite dele tivesse ou devesse ter 
conhecimento; em caso contrário, ainda que subsista o negócio 
jurídico, o terceiro responderá por todas as perdas e danos da parte a 
quem ludibriou. 
 
Ou seja, a anulação decorrente de dolo de terceiro depende do 
conhecimento da parte beneficiada. 
Casos / prints 
3 - Coação 
A coação é uma pressão física ou moral exercida sobre alguém para 
induzi-lo à prática de um determinado negócio jurídico. Trata-se de violência ou 
ameaça que infringe a liberdade de decisão do coagido, tornando-se mais grave 
que o dolo, pois este afeta apenas a inteligência da vítima. Pode ser física ou 
moral, mas o CC só trata da coação moral. 
Art. 151 do CC A coação, para viciar a declaração da vontade, há de 
ser tal que incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e 
considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens. Parágrafo 
único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do 
paciente, o juiz, com base nas circunstâncias, decidirá se houve 
coação. 
• Coação física (vis absoluta): ocorre quando a vontade do coagido é 
completamente eliminada. Ou seja, o constrangimento corporal faz com que a 
capacidade de querer de uma das partes seja totalmente eliminada. É uma causa 
de nulidade absoluta do negócio jurídico, mas há quem caracterize como uma 
causa de inexistência do negócio jurídico. 
• Coação moral (vis compulsiva): ocorre quando a vítima sofre uma grave 
ameaça, indutiva da prática do negócio jurídico, podendo, porém, optar entre o 
ato e o dano, com que é ameaçada. Ou seja, não obstante a chantagem do autor, 
a vítima conserva relativamente a sua vontade. É a coação tratada no art. 151 
do CC e que pode ser causa de anulabilidade (nulidade relativa) do negócio 
jurídico. 
Através do art. 151 do CC, percebemos que para a coação servir de 
fundamento para a anulação de um negócio jurídico ela pode ser dirigida da 
seguinte forma: 
− contra a pessoa do próprio contratante; 
− contra a pessoa da família do contratante; 
− contra os bens do contratante; 
− contra pessoa não pertencente à família do contratante, mas, 
nesse caso, o magistrado deve analisar se as relações de afetividade são fortes 
o bastante para se configurar uma situação de coação. 
Ainda sobre a coação moral irresistível, no decorrer da coação deve-se 
levar em conta as características do coator, do coagido e da situação (art. 152 
do CC). 
Art. 152 do CC No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a 
idade, a condição, a saúde, o temperamento do paciente e todas as 
demais circunstâncias que possam influir na gravidade dela. 
 
Finalizando a coação, temos o exercício normal de um direito e o simples 
temor reverencial, citados no art. 153 do CC, que não caracterizam a coação 
moral. 
Art. 153 do CC Não se considera coação a ameaça do exercício 
normal de um direito, nem o simples temor reverencial. 
 
A coação exercida por terceiro é oriunda de uma terceira pessoa que não 
é parte no negócio jurídico. Só será causa de anulabilidade do negócio jurídico 
quando a parte beneficiada souber ou tiver a possibilidade de saber sobre a sua 
existência. 
Art. 154. Vicia o negócio jurídico a coação exercida por terceiro, se 
dela tivesse ou devesse ter conhecimento a parte a que aproveite, e 
esta responderá solidariamente com aquele por perdas e danos. Art. 
155. Subsistirá o negócio jurídico, se a coação decorrer de terceiro, 
sem que a parte a que aproveite dela tivesse ou devesse ter 
conhecimento; mas o autor da coação responderá por todas as perdas 
e danos que houver causado ao coacto. 
 
 
 
 
4 – Simulação 
 
A simulação que representa um acordo de vontade entre as partes para 
dar existência real a um negócio jurídico fictício, ou então para ocultar o negócio 
jurídico realmente realizado, com o objetivo de violar a lei ou enganar terceiros. 
Conclui-se que são necessários três requisitos para a simulação: 
• acordo entre as partes, ou com a pessoa a quem ela se destina; 
• declaração enganosa de vontade; e 
• intenção de enganar terceiros ou violar a lei. 
Simulação absoluta: Ocorre quando as partes não pretendem realizar a 
celebração de qualquer negócio jurídico. Ou seja, há um acordo simulatório em 
que as partes pretendem que o negócio não produza nenhum efeito de modo a 
não produzir eficácia jurídica. 
Simulação relativa: Ocorre quando uma pessoa, sob a aparência de um 
negócio fictício, pretende realizar outro que é o verdadeiro, diferente, no todo ou 
em parte, do primeiro. Ou seja, há nessa espécie de simulação, dois contratos, 
um aparente (simulado) e um real (dissimulado), sendo este o realmente 
desejado pelas partes. 
Art. 167 doCC É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o 
que se dissimulou, se válido for na substância e na forma. § 1º Haverá 
simulação nos negócios jurídicos quando: I – aparentarem conferir ou 
transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se 
conferem, ou transmitem; II – contiverem declaração, confissão, 
condição ou cláusula não verdadeira; III – os instrumentos particulares 
forem antedatados, ou pós-datados. § 2º Ressalvam-se os direitos de 
terceiros de boa-fé em face dos contraentes do negócio jurídico 
simulado. 
 
Conclui-se que, dependendo da situação, o negócio real (dissimulado) 
pode subsistir sem se tornar nulo, caso não ofenda a lei nem cause prejuízos a 
terceiros.

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