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DIREITO_FUNDAMENTOS SOCIAIS E HISTÓRICOS DO DIREITO

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ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA
FUNDAMENTOS SOCIAIS E HISTÓRICOS DO DIREITO
Proposta: Redigir uma dissertação sobre o Tribunal de Nuremberg, com o número de laudas definido pelo professor da disciplina, apontado: a. o contexto histórico; b. as principais características; c. as principais teses de defesa; d. e uma crítica ao positivismo.
A Segunda Guerra Mundial, envolvendo os países do Eixo[footnoteRef:1] e os Aliados[footnoteRef:2], é considerado o maior embate militarizado da história, tendo mobilizado pelo menos 100 milhões de militares e resultado em no mínimo 50 milhões de mortos. [1: Compõem os países do Eixo aqueles que aderiram ao Pacto Anticomunista, sendo os principais representantes Alemanha, Japão e Itália. ] [2: Inicialmente compunham os Aliados apenas França, Reino Unido e Polônia. No decurso, quase a totalidade dos países do mundo passaram a integrar o grupo, sendo os mais importantes para o contexto histórico, além dos já mencionados, EUA e URSS.] 
Considera-se o início da Segunda Guerra Mundial a invasão da Polônia pelo exército nazista em primeiro de setembro de 1939, e o término em 1945 com a vitória dos países Aliados, sendo o marco histórico a rendição do Japão em 2 de setembro.
O Tribunal de Nuremberg foi concebido para julgar os crimes cometidos pelos países do Eixo no curso da Segunda Guerra Mundial, dentre eles, o mais conhecido é o extermínio dos judeus, denominado Holocausto. 
Mais de 6 milhões de judeus foram assassinados pelos nazistas. Ao contabilizar outros grupos vítimas da atrocidade, dentre eles os eslavos, ciganos, negros, comunistas, homossexuais, deficientes físicos e mentais, ultrapassa-se o número de 11 milhões de civis mortos pelo regime de Adolf Hitler. 
Além dos extermínios, tais populações acabavam enclausuradas em campos de concentração onde, dentre outras atrocidades, eram escravizados, utilizadas como cobaias em experimentos científicos, trabalhavam até a morte ou eram executados de maneira cruel. 
As reiteradas invasões do exército do III Reich, os inúmeros crimes contra o direito internacional e o nível de barbárie empregada contra as vítimas e o tempo que perdurou o Holocausto certamente influenciaram a criação do Tribunal de Nuremberg.
No período pós II Guerra Mundial, uma das inovações dos Tribunais Internacionais é que se passou a condenar criminalmente as pessoas e não apenas os Estados. O indivíduo passa a ser responsabilizado por ter planejado, ordenado e executado planos de extermínio de seres humanos – os genocídios.
Não é que tais crimes não existissem antes da II Guerra Mundial, o que mudou foi a visão a partir da perspectiva do direito, passa-se a construir um saber jurídico a respeito desses crimes e a considerá-lo perante a visão do Direito Internacional. 
Juntamente com o Tribunal Internacional de Tóquio, o Tribunal de Nuremberg é considerado um marco histórico importante para o Direito e para a humanidade. 
A característica mais importante do Tribunal de Nuremberg para esta análise é o fato de tratar-se de um Tribunal de Exceção e ad hoc, isto é, criado com finalidade específica e carente de legalidade, visto a capitulação dos crimes ocorreu após o cometimento, ou seja, a aplicação da lei fora ex post facto.
Além disso, era um Tribunal Militar Internacional composto por quatro juízes[footnoteRef:3] titulares e quatro suplentes naturais do Reino Unido, EUA, URSS e França em partes iguais. Vê-se, portanto, que Nuremberg foi um tribunal composto unicamente por juízes das forças vitoriosas na guerra, o que soava bastante injusto aos alemães. [3: O termo correto utilizado no Tribunal de Nuremberg era “membros do Tribunal” mas o termo juiz foi utilizado para facilitar a compreensão do trabalho.] 
Um fato extremamente relevante é que o Tribunal de Nuremberg não tinha duplo grau de jurisdição. Não previa previu em seu estatuto o direito ao recurso pelos condenados. Somado a isso, considera-se que a parte acusada teve pouco tempo para a elaboração das teses de defesa, aproximadamente seis meses. 
Se por um lado os alemães temiam um julgamento injusto em que prevaleceria o sentimento de vingança ou revanche por parte dos países vencedores agora no papel de juízes, por outro lado, havia o temor das vítimas diretas quanto à possibilidade de impunidade.
Os juízes, por sua vez, tiveram uma tarefa nada fácil, visto estarem lidando com crimes inéditos tanto pelo olhar do Direito Internacional quanto do Direito Penal. Contra os alemães, foram feitas as seguintes acusações: crimes de guerra, crimes contra a paz, crimes contra a humanidade e conspiração para cometer os crimes ora mencionados.
Quanto aos crimes de guerra, a acusação foi menos problemática, considerando que já era juridicamente codificado e havia como base para o direito de guerra e o direito humanitário as cartas de Haia e Genebra, respectivamente. Embora a acusação e crimes contra a humanidade não fosse uma novidade, aquela corte inovou ao incluir no julgamento crimes que também são cometidos em tempos de paz, tais como assassinato, extermínio e a perseguição religiosa, racial e política, posteriormente capitulados como genocídio. 
O que de fato era novo era a acusação de crimes contra a paz, que foram definidos com aqueles crimes de guerra que violavam os tratados, acordos e promessas internacionais
Observa-se que o Julgamento de Nuremberg foi concebido rodeado de questões polêmicas. A principal delas foi não cumprimento do princípio da legalidade, o qual determina que não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal. Esta tese foi amplamente abordada pelos advogados de defesa, os quais alegavam que aquele era um tribunal de exceção, constituído ex post facto e estava calcado em ideais revanchistas.
A defesa sustentava também que todos os atos praticados pelos acusados obedeciam às diretrizes do governo de Adolf Hitler. Estavam, portanto, cumprindo ordens. Tal tese, todavia, figura-se infantil perante a gravidade dos crimes cometidos pelo regime nazista. Como afirma Rezek[footnoteRef:4] “no caso de Nuremberg nunca se poderá negar o peso do imperativo ético”. Será que nunca pareceu aos acusados ser manifestamente ilegal ou cruel o tratamento dado aos judeus e os extermínios em massa? [4: REZEK, Jose Francisco. Direito Internacional Público. São Paulo: Saraiva, 2002. P. 147] 
Por fim, destaca-se também como uma das tentativas da tese de defesa a proclamação do princípio tu quoque, que se traduz por “você é outro”, para alegar que os aliados haviam cometido os mesmos crimes pelos quais os acusados estavam sendo julgados.
E nesse ponto os alemães estavam cobertos de razão. Não foram somente os países do Eixo que cometeram crimes de guerra e o extermínio de seres humanos. As bombas atômicas lançadas pelos EUA sobre o Japão mataram pelo menos 150 mil pessoas[footnoteRef:5] e nenhum norte-americano foi jugado. Somente durante a II Guerra Mundial o Exército Vermelho executou e deportou pelo 130 mil pessoas nos países bálticos, prática que persistiu até os anos de 1990, e não houve nenhum soviético julgado por isso. [5: Número de mortos considerando desde o momento das explosões até o período de 4 meses subsequentes, mas de consequências diretas do ataque. ] 
Como já mencionado anteriormente, dentre as críticas que se faz ao Julgamento de Nuremberg, está o fato de ser um tribunal de exceção, isto é, um tribunal criado após a ocorrência do crime, ignorando o preceito jurídico da irretroatividade da lei penal. 
A outra crítica importante, também já mencionada, é que seria um tribunal vingativo ou revanchista e seletivo, visto que foi determinado e implantado pelos países vencedores da guerra contra os derrotados e não houve julgamento e condenação para indivíduos dos países Aliados. 
Fica mais do que clara a ruptura do Tribunal de Nuremberg com o direito positivado. Entretanto, sustentar esta tese faria do direito uma ciência autocentrada e cega diante dos fatos que levaram à necessidade de tal rompimento. A defesa pura do positivismo neste casocarregaria consigo a mesma ignorância daquele que põe em prática um genocídio com a alegação de estar cumprindo ordens.
Bibliografia
CZOVNY, Vinicius Justus; MARTINS, Boris; O aniversário de 50 anos do Tribunal de Nuremberg e as relações entre Direito e Moral. Uma leitura histórica a partir da barbárie. https://jus.com.br/artigos/11799/o-aniversario-de-50-anos-do-tribunal-de-nuremberg-e-as-relacoes-entre-direito-e-moral
REZEK, Jose Francisco. Direito Internacional Público. São Paulo: Saraiva, 2002. P. 147
SANTOS, Henrique Carlos Paixão dos. Breve relato sobre o Tribunal de Nuremberg https://henricatzo.jusbrasil.com.br/artigos/241910844/breve-relato-sobre-o-tribunal-de-nuremberg
SILVA, Tatiana Mareto; MOREIRA, Nelson Camatta. Análise crítica do positivismo jurídico em face dos direitos humanos na perspectiva do filme “O Julgamento se Nuremberg”.
https://www.derechoycambiosocial.com/revista044/ANALISE_CRITICA_DO_POSITIVISMO_JURIDICO.pdf
SILVA, Tatiane Fonseca da. O Julgamento de Nuremberg e sua relação com os direitos fundamentais e com o direito internacional: uma análise necessária.
file:///C:/Users/priro/Downloads/3746-Texto%20do%20artigo-12326-1-10-20140609.pdf

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