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TRIBUNAL NUREMBERG

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TRIBUNAL DE NUREMBERG:
A) Contexto Histórico:
Logo após a Segunda Guerra Mundial, um tribunal se reuniu em Nuremberg, na Alemanha, com o objetivo de julgar os crimes cometidos pelos nazistas durante a guerra, de 1945 a 1949, o Tribunal de Nuremberg julgou 199 homens, sendo 24 deles líderes nazistas. 
As acusações foram desde crimes contra o direito internacional até de terem provocado de forma deliberada a Segunda Guerra Mundial.
Quando a guerra terminou, estava claro que haveria punição, mas mesmo assim, havia uma grande dissonância quanto ao que fazer. Britânicos e Soviéticos desejavam a execução sumária de diversas autoridades do Terceiro Reich. Os norte-americanos estavam divididos, mas acabou prevalecendo a ala mais moderada, que acreditava em uma solução jurídica, através de um tribunal internacional.
Oito juízes, representantes dos quatro países vencedores da guerra, compuseram a corte, o presidente do tribunal era britânico, mas coube aos estadunidenses o papel mais importante na preparação do processo. 
A estrutura que cercou o Tribunal Militar Internacional de Nuremberg era algo monumental, assim como o seu principal objetivo: julgar 24 grandes lideranças do recém-derrotado Terceiro Reich. Não havia nada até ali na História do Direito ou na História das Relações Internacionais que pudesse ser comparado ao robusto aparato de justiça montado naquele imediato pós-guerra na Alemanha. 
B) Principais Características: 
O Tribunal de Nuremberg ficou responsável pelo julgamento de criminosos envolvidos com o assassinato, extermínio, escravidão, deportação, abuso de poder, entre outros crimes.
As penas mais severas foram aplicadas àqueles que atuaram diretamente na execução em massa de pessoas e contribuíram para o projeto do Solução Final, no qual estava prevista a eliminação física de todos os judeus da Europa.
Durante o julgamento dos participantes da hierarquia nazista foram realizadas 219 sessões e o tribunal ditou seu veredito em 1º de outubro de 1946.
Dos vinte e quatro julgados, doze foram condenados à morte, três absolvidos, três pegaram prisão perpétua e quatro foram confinados à prisão de 15 a 20 anos.
Entre os condenados à morte pelo Tribunal de Nuremberg estão líderes do Partido Nazista, como Alfred Rosenberg e ministros como Joachim Von Ribbentrop, também receberam a pena capital comandantes de territórios ocupados tal qual Hans Frank e chefes das forças armadas como Hermann Göring.
O Tribunal de Nuremberg inaugurou uma nova era para o Direito Internacional e os crimes de guerra ao mostrar que a justiça poderia ser aplicada em qualquer território, foi criticado do ponto de vista jurídico porque desrespeitava uma série de normas.
O Tribunal só considerou os nazistas alemães como criminosos de guerra, nenhuma outra pessoa de nacionalidade diferente da alemã ou ideologia política que a nazista foi acusada.
O julgamento em Nuremberg abriu um precedente importante para a criação de um Tribunal Penal Internacional, servindo de modelo pelo qual se reconheceu um bem jurídico universal a ser tutelado, independentemente das fronteiras físicas e jurídicas que separam as Nações, ou seja, os Direitos Humanos.
C) Principais teses de defesa:
No julgamento de Nuremberg, as principais apelações de defesa dos condenados eram: “Eu só cumpria o que mandava a lei!”. Os réus daquele processo não deram mostra alguma de arrependimento, algo que atribui, entre outros motivos, à falta de percepção das vítimas como seres humanos. Para justificar seus atos, os nazistas se limitavam a alegar que cumpriam ordens, argumentando: "Eu não tinha nada a ver com isso, não era da minha competência, não assinei isso, e se o assinei, então o fiz de forma automática".
Outra alegação que deve ser relatada era a violação de dois princípios, são eles: o princípio da legalidade e o da irretroatividade, por estes dois princípios não se pode punir alguém por conduta não prevista em lei, do mesmo modo que as leis penais não podem alcançar condutas anteriores a existência destas leis, portanto o principal argumento utilizado pelos advogados de defesa foi o de que os crimes de que os réus estavam sendo acusados não eram ainda considerados crimes quando aconteceram, o que é chamado de juízo ex post facto.
D) Crítica ao Positivismo:
A ciência jurídica Jus Positivista foi criada com o objetivo de excluir do Direito seu caráter valorativo, transformando-o em uma ciência puramente objetiva. Kelsen, um dos mais renomados juristas da corrente positivista do século XX, defende que o Direito deve ser estudado como ciência, e que ética e moral, defendida pela corrente jus naturalista como parte do direito devem ser estudados pela filosofia. 
O direito positivo é o direito posto pelo legislador, sendo este dotado de plena legitimidade para esse exercício, e esse direito emanado por este legislador será válido se constar no ordenamento jurídico da sociedade em que ele for aplicado.
A partir desta concepção do Direito, torna-se de fácil explicação o período Nazista, Hitler chegou ao cargo de chanceler alemão dentro de todas as normas legais vigentes, com isso tornou-se legítimo para emanar leis que, segundo sua concepção, eram necessárias, e tais leis eram válidas, pois estavam no ordenamento jurídico nacional, e deveriam ser cumpridas, sob pena de sanção ao descumprimento. 
Sob a concepção positivista, o extermínio de mais de seis milhões de pessoas foi completamente válido e legítimo, tendo em vista que foram nada mais que cumprimento das leis nacionais. 
O mundo chocou-se com o Holocausto, e não compreendia como tal fato foi consumado as vistas de todos, não se compreendia como a lei permitiu que isso ocorresse, afinal elas são criadas para o bem comum.
A corrente positivista já não atendia aos anseios da sociedade, já não trazia o bem almejado, uma vez que se permitia ser facilmente manipulada para atender aos interesses de uma minoria. 
Centro Universitário Ritter dos Reis
LUÍSA ROSANA DE ARAÚJO MATTOS
TRIBUNAL DE NUREMBERG
			Porto Alegre R/S
2019

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