DEFINIÇÃO Introdução aos conceitos de óptica geométrica e propriedades ondulatórias da luz. PROPÓSITO Compreender o que é a luz, o comportamento da luz, o conceito da formação de imagem e o conceito da polarização da luz. PREPARAÇÃO Antes de iniciar o conteúdo deste tema, tenha em mãos papel, caneta e uma calculadora científica, ou use a calculadora de seu celular/computador. OBJETIVOS MÓDULO 1 Aplicar os conceitos de propagação, reflexão e refração da luz MÓDULO 2 Reconhecer o comportamento da luz perante os mais diversos tipos de espelhos e lentes MÓDULO 3 Empregar o conceito da polarização da luz MÓDULO 1 Aplicar os conceitos de propagação, reflexão e refração da luz INTRODUÇÃO BEM-VINDOS AO ESTUDO DA ÓPTICA E COMPORTAMENTO DA LUZ! Neste tema, vamos compreender como o ser humano consegue enxergar tudo o que está à sua volta, estudando a luz e suas propriedades, por meio da Óptica. O que é a luz? Chamamos de “luz” a radiação eletromagnética cuja frequência consegue sensibilizar o olho humano, fazendo com que o ser humano enxergue tudo o que está a sua volta, pois a interação da luz com a matéria, forma imagens. Sem luz, não há imagem. O que é a óptica? É a parte da Física que estuda o comportamento da luz. Tais fenômenos são conhecidos desde a Antiguidade, existindo registros de 2.283 a.C. PROPAGAÇÃO DA LUZ E CONCEITO DE ÍNDICE DE REFRAÇÃO A luz consegue se deslocar (propagar) no vácuo com velocidade aproximada de 3x108 m/s. As frequências de luz que conseguem sensibilizar o olho humano são chamadas de frequências pertencentes ao espectro visível. O espectro visível possui comprimento de ondas entre as faixas de 400 nm a 700 nm, como mostra a figura 1. NM 1 nm (nanômetro) = 10-9 m javascript:void(0) Fonte: Shutterstock Figura 1 Fonte: autor/shutterstock Figura 2 Fonte: autor/shutterstock Figura 3 A luz pode ser de origem natural, como aquela que vêm do Sol (figura 2), mas também artificial, como a quem vem de lâmpadas (figura 3). Ao analisar a figura 1, podemos observar que as cores que conhecemos estão em uma faixa de comprimento de onda entre 400 nm e 750 nm. O verde, por exemplo, tem um comprimento de onda médio de 550 nm. Isso ocorre por que a velocidade da luz verde é diferente da velocidade da luz azul, por exemplo? A RESPOSTA É NÃO! A VELOCIDADE DA LUZ VERDE É A MESMA VELOCIDADE DA VERMELHA, DA AZUL, DA AMARELA E DA BRANCA. ENTÃO, O QUE MUDA? A FREQUÊNCIA! O comprimento de onda ( ) e a frequência (f) se relacionam de forma inversamente proporcional, compondo a velocidade, assim: λ (1) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Onde λ é dado em metros (m) e a frequência é dada em Hertz (Hz). Isolando a frequência, temos: (2) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Utilizando a equação (2), podemos montar uma tabela para expressar a frequência de cada cor: Cor F (THZ) l (nm) violeta 668–789 380–450 azul 606–668 450–495 verde 526–606 495–570 amarelo 508–526 570–590 laranja 484–508 590–620 vermelho 400–484 620–750 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Tabela 1 - As cores e suas respectivas faixas de frequência e faixa de comprimento de onda c = λf f = c λ javascript:void(0) THZ 1 THz (Terahertz) = 1012Hz Note que na tabela 1, as cores aparecem com faixas de frequência e de comprimento de onda. Isso define a tonalidade da cor. Também podemos perceber que a cor vermelha é a que possui menor frequência e maior comprimento de onda, quando falamos da luz visível, e que o violeta é o que possui maior frequência e menor comprimento de onda. A luz branca, ou a luz pura, que é a luz proveniente do Sol, por exemplo, é uma composição de todas as frequências de cores do espectro do visível. Ou seja, a luz branca é a mistura de todas as cores, e isso pode ser observado e comprovado pelo experimento chamado Disco de Newton. O experimento recebeu esse nome devido ao fato de Isaac Newton ter afirmado que a luz branca proveniente do Sol é composta pelas luzes que compõem as cores do arco-íris. SAIBA MAIS Pesquise e assista ao vídeo Disco de Newton Laboratório de ensino de Física para entender melhor o experimento. autor/shutterstock Essa refração é determinada em função da velocidade da luz no vácuo, e é um valor sempre maior ou igual a um, isso porque o ÍNDICE DE REFRAÇÃO (n) é determinado pela razão entre a velocidade da luz no vácuo (c) e a velocidade da luz (v) no meio diferente do vácuo no qual se propaga: (3) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Como o índice de refração é a razão entre duas velocidades, trata-se de uma grandeza adimensional. O índice de refração determinado na equação (1) é chamado de índice de refração absoluto. Além do índice de refração absoluto, também existe o índice de refração relativo. Este é obtido pela razão entre duas velocidades da luz que se propagam entre dois meios nos quais nenhum é o vácuo. (4) n = cv nr = v1 v2 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Vamos compreender o conceito de índice de refração absoluto e relativo, e sua forma prática, analisando os seguintes exemplos: Exemplo 1 Considere um feixe de raio solar que viaja do Sol à Terra pelo vácuo. A velocidade da luz no vácuo possui velocidade de 3x108 m/s, e a velocidade da luz no ar do planeta Terra é igual a 299.792.458 m/s. Por essas informações, o índice de refração absoluta da passagem da luz do vácuo para o ar atmosférico é igual a: Solução: O índice de refração absoluto é dado pela equação (3), assim: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Podemos escrever a velocidade da luz no vácuo como: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Realizando a razão, temos: n = cv c = 3x108 = 300.000.000m/s Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Ou seja, o índice de refração da luz, envolvendo como primeiro meio de propagação o vácuo e o segundo o ar atmosférico é de aproximadamente 1. Isso indica que não há mudança expressiva na velocidade em relação à mudança de ambiente, do vácuo para o ar atmosférico. OBVIAMENTE, A PASSAGEM DE MEIO DO AR ATMOSFÉRICO PARA O ESPAÇO SIDERAL TAMBÉM TEM COMO ÍNDICE DE REFRAÇÃO N=1. Exemplo 2 Um raio de Luz é gerado em um ambiente onde existe, como meio, a água, cujo índice de refração é igual a 1,33. Esse raio de luz se propaga e passa para o meio óleo, cujo índice de refração é igual a 1,46. Considerando a velocidade da luz no vácuo, determine: (a) a razão entre as velocidades da luz na água e no óleo, e (b) o índice de refração relativo: Veja a solução no vídeo a seguir: n = = 1, 0006922855944561487267301434248 300.000.000 299.792.458 n ≈ 1, 00 ÍNDICE DE REFRAÇÃO ABSOLUTO E ÍNDICE DE REFRAÇÃO RELATIVO É verdade que encontramos os mesmos resultados em (a) e (b). Isso ocorreu porque o índice de refração relativo também pode ser determinado pela razão entre os meios refratários atravessados pela luz: (5)nr = n2 n1 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Outro efeito do fenômeno da refração é um desvio experimentado pela luz, ou seja, quando a luz passa de um meio com índice de refração n1 para outro de refração n2, ela muda sua direção. Esse desvio é medido em relação ao ângulo que a luz faz com uma reta normal imaginária. Matematicamente, esse desvio é explicado pela Lei de Snell-Descartes. LEI DE SNELL-DESCARTES A lei de Snell-Descartes, ou simplesmente Lei de Snell, afirma que, em uma refração, o produto entre o índice de refração do meio, no qual se encontra o raio pelo seno do ângulo que ele forma com a reta normal à interface no ponto de incidência, é constante. A figura 4 ilustra o caso: Figura 4