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Ventilacao Mecanica - Princípios Básicos em Enfermagem

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UTI 
Enfº Italo Leite 
2009 
Ventilação Mecânica: princípios 
básicos em Enfermagem 
 2 
SUMÁRIO 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS ........................................................................................................ 4 
REVISÃO DA LITERARURA ....................................................................................................... 6 
I. CONCEITO ....................................................................................................................... 6 
II. INDICAÇÕES DA VENTILAÇÃO MECÂNICA ................................................................ 6 
III. FINALIDADES DA VENTILAÇÃO MECÂNICA .............................................................. 6 
IV. TIPOS DE VENTILADORES MECÂNICOS ..................................................................... 7 
a. Ventiladores por pressão negativa .......................................................................... 7 
b. Ventilação por pressão positiva .............................................................................. 7 
V. VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA E NÃO – INVASIVA ........................................... 8 
VI. MODALIDADES DE VENTILAÇÃO MECÂNICA ............................................................ 8 
VIII. PARÂMETROS PARA VENTILAÇÃO MECÂNICA ....................................................10 
IX. ALARMES ....................................................................................................................12 
X. COMPLICAÇÕES DA VMI ............................................................................................13 
 Relacionada à infecção: ..........................................................................................13 
 Na Via Aérea Artificial: ...........................................................................................14 
 Relacionado com o ventilador e/ou ajustes inadequados: ....................................14 
 Complicações pulmonares: .....................................................................................14 
 Complicações cardiovasculares:.............................................................................14 
 Alterações da função renal e hepática: ...................................................................15 
 Complicações gastrintestinais: ...............................................................................15 
XI. PLANO DE CUIDADOS ................................................................................................15 
a. Histórico e cuidados ...............................................................................................15 
b. Avaliação cardiovascular ........................................................................................16 
c. Cuidados com a função respiratória ..........................................................................16 
d. Instilação do ventilador mecânico .........................................................................17 
e. Observação e monitorização do paciente em ventilação mecânica ......................17 
f. Observação clínica e ausculta ....................................................................................18 
g. Controle da oxigenação (PaCO2 e SaO2) .................................................................18 
h. Umidificação dos gases ...........................................................................................19 
i. Aspiração de secreções ..............................................................................................19 
j. Cuidados com o balonete ...........................................................................................20 
 3 
k. Radiografia do tórax ...............................................................................................20 
l. Profilaxia da infecção respiratória .............................................................................20 
m. Controle neurológico ..............................................................................................20 
n. Função renal e balanço hídrico ..............................................................................21 
o. Monitorização do nível nutricional ........................................................................21 
p. Cuidados com o Suporte Nutricional de pacientes em VMI ...................................21 
q. Mobilização do paciente em VMI e cuidados com a pele e mucosas .....................23 
r. Sedação e Analgesia do paciente submetido à VMI ...................................................23 
s. Comunicação e Apoio Emocional ao paciente em VMI ..............................................23 
CONSIDERAÇÕES FINAIS .........................................................................................................24 
GLOSSÁRIO ...............................................................................................................................25 
REFERÊNCIAS ..........................................................................................................................26 
 
 
 4 
 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
 
 cuidado é o princípio inspirador da enfermagem. Esta profissão está 
envolvida com um ser humano desde a sua concepção até seus últimos 
suspiros. A Enfermagem, vista como uma disciplina científica, como ciência, 
arte e como uma profissão a serviço da humanidade, tem o compromisso de contribuir 
para o aprimoramento das condições de viver e ser saudável, buscando um existir mais 
harmonioso para todos os seres. 
A respiração é a principal necessidade do ser humano, pois sem oxigênio o corpo 
não realiza suas funções normais. A ventilação mecânica é utilizada como suporte de vida, 
em todos os hospitais do mundo quando a respiração não se processa satisfatoriamente, 
contudo infelizmente, nem todos os profissionais sabem como lidar e nem sabem 
manuseá-lo corretamente (MARINO, 1999). 
O ventilador mecânico é um aparelho capaz de administrar oxigênio em pacientes 
impossibilitados de respirar ou quando essa atividade é realizada de forma exaustiva pelo 
mesmo. (SMELTZER; BARE, 2005). 
A ventilação mecânica (VM) é um método usual em unidade de terapia intensiva 
(UTI) sendo utilizada em pacientes com insuficiência respiratória ou qualquer etiologia, 
dando suporte ao tratamento da patologia-base pelo tempo que for necessário para 
reversão do quadro, portanto não constitui um procedimento curativo (CINTRA, 2000). 
O uso da ventilação mecânica teve início com ventiladores por pressão negativa, 
conhecidos por “pulmão de aço”. A introdução de ventiladores por pressão positiva, se deu 
em 1955 em meio a uma epidemia de poliomielite. Na época, voluntários ventilavam 
manualmente os pulmões das pessoas contaminadas pela doença. Tal ventilador já havia 
sedo descrito há 400 anos por Versalius (MARINO, 1999). 
A ventilação mecânica invasiva se dá através do TOT, traqueostomia e cricotomia. Já 
na ventilação não-invasiva faz uso de máscara facial ou máscara nasal. A atenção aos 
pacientes sob uso de ventilação mecânica torna-se responsabilidade dos profissionais de 
enfermagem. A evolução positiva do paciente depende de cuidados contínuos, capazes de 
fornecer a identificação de problemas que atinjam diretamente as necessidades do cliente. 
O 
 5 
Para uma prestação de cuidados com qualidade, é necessário que os enfermeiros tenham 
uma ampla compreensão dos princípios da ventilação mecânica, além de reconhecer a 
tolerância fisiológica específica de cada paciente (SMELTZER; BARE, 2005). 
Os cuidados de enfermagem têm repercussões importantes no quadro clínico do 
paciente ventilado artificialmente. No entanto, a observação deve ser sistemática, haja 
vista a complicação desse método com vários órgãos. Os cuidados devem ser planejados a 
fim de permitir a implantação de intervenções de enfermagem adequadas (CINTRA, 2000). 
A assistência ventilatória exige monitorização constante das
funções vitais e de 
cuidados intensivos ao paciente crítico, vistas essas necessidades, para a realização desses 
cuidados, faz-se necessário um trabalho multiprofissional (SMELTZER; BARE, 2005). 
Diante do exposto, esse estudo pretende responder a seguinte questão: De que 
forma a enfermagem pode contribuir para um melhor atendimento ao paciente ventilado 
mecanicamente? 
O objetivo deste trabalho é descrever as ventilações mecânicas invasiva e não-
invasiva a partir da literatura pertinente, bem como a assistência de enfermagem prestada 
neste procedimento. A expectativa é de produzir um referencial teórico de qualidade que 
possa ser utilizado por todos que tiverem acesso e interesse nessa pesquisa, de forma a ter 
seus conceitos aprofundados a cerca do tema. 
 
 6 
REVISÃO DA LITERARURA 
 
 
I. CONCEITO 
“Ventilação Mecânica é um método de suporte de vida, geralmente utilizado em 
pacientes suscetíveis à insuficiência respiratória aguda, cuja finalidade é permitir suporte 
ventilatório no intuito de suprir as necessidades metabólicas e hemodinâmicas do 
organismo” (CINTRA, 2008, p.353). 
 
II. INDICAÇÕES DA VENTILAÇÃO MECÂNICA 
Em geral, a insuficiência respiratória leva à necessidade da ventilação mecânica, 
seja devido a uma DPOC, trauma múltiplo (principalmente trauma craniano grave e/ou 
com secção da medula cervical), anestesia geral e outras condições como: cirurgias 
cardíacas e torapulmonares, em pacientes com aumento acentuado da pressão 
intracraniana (PIC), ou ainda, em pacientes com disfunções cardíacas, quando há uma 
exigência funcional da assistência ventilatória (CINTRA, 2000). 
“A ventilação mecânica é indicada para a obstrução vias aéreas superiores 
secundárias como: trauma, edema, hemorragia, tumores, apnéia, ineficácia na aspiração de 
secreções, elevado risco de broncoaspiração e insuficiência respiratória” (BARBAS, 1994, 
p. 119). 
 
III. FINALIDADES DA VENTILAÇÃO MECÂNICA 
De acordo com Cintra (2008, p. 352), “a finalidade da ventilação mecânica consiste 
em otimizar alguns aspectos fisiológicos e clínicos dos pacientes”. 
 
 
 
 
 
 
 7 
Objetivos fisiológicos Objetivos clínicos 
1. Sustentar as trocas gasosas; 
2. Pulmonares 
a) Normalizar a ventilação 
alveolar (PaCO2, PH) 
b) Obter um nível aceitável de 
oxigenação arterial (PaO2, SaO2) 
3. Aumentar o volume pulmonar; 
4. Reduzir o trabalho muscular 
respiratório. 
1. Reverter a hipoxemia; 
2. Tratar a acidose respiratória; 
3. Aliviar o desconforto respiratório; 
4. Prevenir e tratar atelectasias; 
5. Reverter a fadiga dos músculos 
respiratórios; 
6. Permitir a sedação ou o bloqueio 
neuromuscular; 
7. Diminuir o consumo sistêmico e 
miocárdico; 
8. Reduzir a pressão intracraniana; 
9. Estabilizar a parede torácica. 
 
 
IV. TIPOS DE VENTILADORES MECÂNICOS 
Os ventiladores mecânicos são classificados em ventiladores por pressão negativa e 
por pressão positiva, sendo este último o mais utilizado. 
 
a. Ventiladores por pressão negativa 
Sustentam a ventilação semelhante à espontânea. Agem exercendo uma pressão 
negativa externamente no tórax; essa modalidade permite que o ar inspirado preencha o 
volume torácico. Estes ventiladores estão indicados em pacientes com insuficiência 
respiratória crônica associada à patologias neuromusculares (CINTRA, 2000). 
O pulmão de ferro, envoltório corporal e couraça torácica, são exemplos de 
ventiladores mecânicos que funcionam por pressão positiva (BRUNNER; SUDDARTH, 
2005). 
 
b. Ventilação por pressão positiva 
Em virtude da pressão positiva exercida pelo ventilador nas vias aéreas do 
paciente, os alvéolos ampliam-se no momento da inspiração. Uma das maiores vantagens 
da vantagens da ventilação mecânica por pressão positiva, além da substituição da 
atividade mecânica da respiração espontânea é a possibilidade de permitir uma 
oxigenoterapia com frações de O2 variáveis. A mistura de gases inalados pode ser 
 8 
composta de forma que mais atenda às necessidades do paciente e que mais se adeque as 
condições terapêuticas (CINTRA, 2000). 
Os ventiladores ciclados por pressão, tempo, volume e fluxo são os tipos de 
ventiladores por pressão positiva. Eles diferem um do outro pela forma como finalizam a 
etapa inspiratória da respiração (CINTRA, 2000). 
 
V. VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA E NÃO – INVASIVA 
A ventilação por pressão positiva pode ser invasiva e não – invasiva. A escolha 
dependerá das necessidades do paciente. A ventilação invasiva fornece oxigênio através de 
intubação ou traqueostomia. Destina-se a pacientes graves, quando a ventilação não-
invasiva é insuficiente para manter uma boa oxigenação. Ocorre principalmente em 
pacientes que tiveram ou que correm risco de uma lesão neurológica (HARISSON, 1995). 
A ventilação não-invaisva pode ser aplicada por máscaras faciais, nasais ou por 
formas que proporcionem a ventilação, sem que haja algum procedimento invasivo. Ela é 
indicada para pacientes que não precisem de uma assistência ventilatória intermitente ou 
por um período superior a vinte horas. Esta indicada principalmente na insuficiência 
respiratória aguda ou crônica, hipoventilação devido uma obesidade extrema, DPOC e 
distúrbios respiratórios associados ao sono (CINTRA, 2000). 
A ventilação não-invasiva além de excluir a necessidade de uma traqueostomia ou 
intubação, evita a sedação, os riscos de infecção, reduz o tempo da ventilação artificial, 
confere, mas conforto ao paciente e melhora as trocas gasosas (BRUNNER; SUDARRTH, 
2005). 
 
VI. MODALIDADES DE VENTILAÇÃO MECÂNICA 
Conforme Cintra (2008), a escolha de uma modalidade de ventilação mecânica 
determina como o ventilador e o paciente vão interagir. Inicialmente e durante períodos 
de instabilidade, o modo de ventilação deve permitir o controle máximo da ventilação. As 
modalidades com pressão positiva mais usadas serão descritas sucintamente a seguir: 
 
 9 
 Ventilação controlada ou CMV (controlled mechanical ventilation): o volume 
corrente (VC), freqüência (FR) e fluxo são predeterminados no ventilador mecânico. Esta 
modalidade é usada para pacientes em apnéia devido a patologia ou a drogas; 
 Ventilação assistida/ controlada: A FR é controlada pelo paciente (o ciclo 
respiratório é iniciado quando o paciente gera uma pressão negativa alcançando um valor 
imposto pelo mecanismo de sensibilidade do ventilador). O volume corrente e o fluxo são 
predeterminados. Se não houver o esforço do paciente, o ventilador fornece ciclos 
controlados na FR mínima determinada; 
 Ventilação mandatória intermitente ou IMV (intermittent mandatory 
ventilation): O ventilador mecânico permite a combinação de ciclos controlados, 
fornecidos a uma freqüência predeterminada com períodos de respiração espontânea; 
 Ventilação mandatória intermitente sincronizada ou SIMV: Combina ciclos 
espontâneos com um determinado número de ciclos mecânicos assistidos, portanto 
sincronizados com o esforço respiratório do paciente; 
 Ventilação com pressão de suporte ou PSV (pressure support ventilation): Os 
esforços inspiratórios espontâneos do paciente são assistidos com uma pressão positiva 
nas vias aéreas. O fluxo de gás é livre durante toda a fase inspiratória que termina quando 
o fluxo inspiratório diminui, atingindo 25% do valor inicial. O paciente controla a FR, o 
fluxo, o tempo inspiratório a e relação I: E. O paciente deve ter um estímulo respiratório 
íntegro e necessidades ventilatórias relativamente estáveis; 
 Pressão positiva contínua nas vias aéreas ou CPAP (continuous positive 
airway pression): O paciente respira espontaneamente dentro do circuito pressurizado 
após ventilador mecânico. Uma pressão positiva predeterminada é mantida praticamente 
constante durante o ciclo respiratório. 
 
VII. AJUSTE DOS CONTROLES DO VENTILADOR 
Segundo Gallo (2007), a enfermeira deve saber como monitorar os diversos 
ventiladores, modo e controle antes de fornecer o suporte ventilatório mecânico
para um 
paciente. Em algumas instituições os fisioterapeutas respiratórios compartilham a 
 10 
responsabilidade de controlar o ventilador, mas a enfermeira ainda precisa está 
totalmente ciente das implicações para o paciente do modo e nível do suporte mecânico. 
Os parâmetros respiratórios devem ser freqüentemente avaliados de acordo com a 
resposta do paciente. As complicações iatrogenicamente induzidas compreendem a 
ventilação excessiva (que provoca alcalose respiratória) e a hipoventilação (que causa a 
acidose respiratória ou hipoxemia). Os exames gasométricos determinam a eficácia da 
ventilação mecânica. Os pacientes com doenças pulmonares crônicas, no entanto, deverão 
ser ventilados para permanecer relativamente próximos de seus valores gasométricos 
normais. Usualmente, isso significa aceitar níveis de dióxido de carbono relativamente 
altos, oxigenação abaixo da média ou ambos (GALLO, 2007). 
 
VIII. PARÂMETROS PARA VENTILAÇÃO MECÂNICA 
De acordo com GALLO (2007), ao decidir quais parâmetros ventilatórios usar, deve-
se assegurar que o ventilador estará montado corretamente e funcionando perfeitamente. 
Os parâmetros básicos são: 
 Volume corrente (Vc) – volume de gás fornecido ao doente em cada ciclo 
respiratório (10-15 ml/kg peso). Procura-se evitar o uso de volumes correntes elevados, 
tendo em vista seu papel deletério na gênese e potencialização de lesões pulmonares. Com 
isso consegue-se manter pressões médias nas vias aéreas mais baixas, diminuindo o risco 
de barotrauma. Pressões de pico maiores de 35cm H2O aumentam o risco de barotrauma e 
de lesão pulmonar relacionada com VM. 
 Freqüência respiratória (Fr) – No início é utilizada uma freqüência de 10 a 14 
ciclos por minuto, em adultos. Mantendo um determinado volume corrente, a freqüência 
respiratória do ventilador é ajustada após o controle da Pa CO2. Leva-se em conta a idade, 
altura, sexo dos doentes. Deve coincidir com a freqüência respiratória normal do doente. 
 Volume minuto (Vm) – Vc x Fr – normalmente 6 a 8 l/min; 
 Fração de O2 inspirado (FiO2) – escolhido de acordo com os gases sanguíneos 
do paciente. A FiO2 usada inicialmente é geralmente de 1, devendo em seguida ser 
reduzida ao valor necessário para manter uma oxigenação adequada. O valor a ser 
adaptado deve satisfazer uma SAO2 maior que 90%. No entanto, pacientes portadores de 
SARA, toleram uma saturação menor que 85%, pois evita-se administrar oxigênio em altas 
 11 
concentrações para evitar uma possível rotura alveolar. A concentração de oxigênio usada 
na respiração espontânea é de aproximadamente 21% ao nível do mar. 
 Relação inspiração/expiração – normalmente 1:2, ou seja, um segundo de 
inspiração para dois segundos de expiração. Nos pacientes com obstrução aérea, 
instabilidade hemodinâmica, hipertensão intra-craniana usa-se 1:3. O tempo inspiratório 
usual para adultos é de um segundo A inspiração não deve ser mais longa que a expiração, 
pois acarretará pressões médias mais elevadas e possíveis defeitos secundários 
cardiovasculares prejudiciais, além da dificuldade de retorno venoso. 
 Fluxo máximo – é a velocidade de fluxo do gás por unidade de tempo e é 
expresso de litros por minuto (40 l/min). Em muitos ventiladores por volume, esse é um 
mostrador separado. Quando a auto-PEEP (devido ao tempo inspiratório inadequado) está 
presente, o fluxo máximo é aumentado para encurtar o tempo inspiratório, de modo que o 
paciente possa expiara por completo. No entanto, o aumento do fluxo máximo aumenta a 
turbulência, o que se reflete em pressões crescentes nas vias aéreas. 
 Limite de pressão – nos ventiladores ciclados por volume, o mostrador do 
limite de pressão limita a pressão mais elevada permitida no circuito do ventilador (3 a 5 
cm H2O). Quando o limite superior da pressão é alcançado, a inspiração se encerra. 
Portanto, quando o limite de pressão está sendo constantemente alcançado o volume 
corrente determinada não esta sendo liberado para o paciente. A causa disso pode ser 
tosse, acúmulo de secreções, equipo de ventilador dobrado, pneumotórax, complacência 
diminuída ou uma definição de limite de pressão muito baixa. 
 Sensibilidade – a função da sensibilidade controla a quantidade de esforço do 
paciente necessário para iniciar uma inspiração, conforme medido pelo esforço 
inspiratório negativo. Aumentar a sensibilidade (exigindo menos força negativa) diminui a 
intensidade do esforço que o paciente deve empreender para iniciar uma respiração com o 
ventilador. Da mesma forma, diminuir a sensibilidade aumenta a quantidade de pressão de 
que o paciente precisa para iniciar a inspiração e aumentar o trabalho da respiração. 
 PEEP (Pressão Expiratória Final Positiva) - É a manutenção de pressões 
positivas nas vias aéreas ao final da expiração, após a fase inspiratória ter ocorrido a cargo 
de um ventilador mecânico. Como a pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP), a 
PEEP foi concebida para melhorar a oxigenação arterial, mantendo alvéolos abertos 
 12 
durante todo o ciclo respiratório, com poucos efeitos sobre as trocas de CO2 .Devido a 
intubação ou traqueostomia, há perda de pressão positiva fisiológica que, segundo o 
Conselho Brasileiro, deve ser substituída por uma PEEP de 3 cm a 5 cm, salvo contra-
indicações. Valores maiores de PEEP são utilizados na SARA, por exemplo (CINTRA, 2008). 
 
IX. ALARMES 
 Os ventiladores mecânicos são empregados para sustentar a vida. Os 
sistemas de alarme são necessários para advertir os enfermeiros sobre o desenvolvimento 
de problemas. Os sistemas de alarme podem ser categorizados de acordo com o volume e a 
pressão (altos e baixos). Os alarmes de baixa pressão advertem para a desconexão do 
paciente do ventilador ou para extravasamentos do circuito. Já os alarmes de alta pressão 
advertem para as pressões crescentes. Os alarmes de falha elétrica são necessários para 
todos os ventiladores. A enfermeira deve responder a todo alarme do ventilador. Os 
alarmes nunca devem ser ignorados ou desligados, mas deve-se procurar e solucionar a 
causa do alarme ter disparado (MORTON, 2007). 
 “Os alarmes dos ventiladores mecânicos assinalam situações potencialmente 
perigosas para o paciente. É de fundamental importância que permaneçam ligados e que 
os valores limites dos parâmetros estejam compatíveis com as necessidades do paciente” 
(CINTRA, 2005, p. 355). 
 Algumas diretrizes para a resolução de problemas clínicos são apresentadas 
a seguir (MORTON, 2007, p. 554): 
 
PROBLEMA CAUSAS POSSÍVEIS AÇÃO 
Alarme de volume ou 
pressão (baixo) 
 Relacionado com 
paciente 
 Paciente 
desconectado do 
ventilador; 
 Diminuição nas 
respirações iniciadas pelo 
paciente; 
 Relacionado com o 
ventilador 
 Extravasamentos; 
 Reconectar imediatamente; 
 Auscultar o pescoço quanto a 
possível extravasamento ao redor 
do balão do TOT. 
 Avaliar o paciente para a 
causa: verificar freqüência 
respiratória, gasometria arterial, 
última sedação. 
 Verificar todo o equipo quanto 
a perda de conexão, começando no 
paciente e se movendo para o 
umidificador; 
 13 
 Verificar se há alterações nos 
parâmetros do ventilador (se o 
problema não é corrigido de 
imediato, ventilar o paciente com 
ambu até que o problema do 
ventilador seja corrigido). 
Alarme de alta 
pressão ou de 
pressão máxima 
 Relacionado com o 
paciente 
 Complacência 
diminuída; 
 Relacionado com o 
ventilador 
 Equipo cheio de 
água; 
 Aspirar o paciente; 
 Esvaziar a água em um 
recipiente. Não drenar de volta 
para o umidificador. 
Gasometria arterial 
anormal 
 Hipóxia 
 Relacionado com o 
paciente 
 Secreções; 
 Aspirar tais secreções. 
 Hipercapnia 
(aumento de CO2) 
 Sedação; 
 Aumentar a freqüência 
respiratória ou os parâmetros de 
Vt. 
 Alarme de 
aquecedor 
 Relacionado com o 
ventilador 
 Parâmetro alterado; 
 Redefinir parâmetros. 
 
 
X. COMPLICAÇÕES DA VMI 
A Ventilação Mecânica
Invasiva como o próprio nome diz, trata-se de um 
procedimento invasivo que traz significativas repercussões sobre os vários órgãos e 
sistemas do paciente submetido à mesma, bem como está diretamente relacionada a 
complicações freqüentes, algumas podendo ser potencialmente fatais (CINTRA, 2008). 
As complicações mais comumente relacionadas à VMI são descritas pela mesma 
autora como sendo: 
 
 Relacionada à infecção: 
 Sinusite; 
 Traqueobronquite; 
 Pneumonia. 
 
 14 
 Na Via Aérea Artificial: 
 Trauma: No ato da intubação e/ou pela pressão exercida pelo balonete; 
 Dobra; 
 Estenose; 
 Paralisia das cordas vocais; 
 Traqueomalácia: flacidez no tecido cartilaginoso traqueal, distensão da parede 
membranosa posterior, e redução do calibre antero-posterior das vias aéreas; 
 Extubação acidental; 
 Intubação seletiva; 
 Edema de glote; 
 Hemorragia; 
 Pneumotórax. 
 
 Relacionado com o ventilador e/ou ajustes inadequados: 
 Umidificação inadequada; 
 Superaquecimento; 
 Hipoventilação; 
 Hiperventilação; 
 PEEP intrínseco; 
 Trabalho respiratório excessivo. 
 
 Complicações pulmonares: 
 Barotrauma; 
 Edema pulmonar; 
 Atelectasia; 
 Fístula broncopleural; 
 Lesão por toxicidade de oxigênio; 
 Cânula traqueal e traqueostomia. 
 
 Complicações cardiovasculares: 
 Diminuição do débito cardíaco; 
 15 
 Hipotensão; 
 Arritmias; 
 Elevação da PIC; 
 Isquemia cerebral (alcalose respiratória acentuada) 
 
 Alterações da função renal e hepática: 
 Retenção de sódio e água. 
 
 Complicações gastrintestinais: 
 Distensão gástrica; 
 Hipomotilidade gastrintestinal; 
 Úlceras; 
 Hemorragias. 
 Dependência do ventilador. 
 
XI. PLANO DE CUIDADOS 
 
a. Histórico e cuidados 
 
O paciente que precisa de suporte respiratório também necessita de cuidados de 
enfermagem fundamentais. Uma das maiores contribuições da enfermeira para diminuir 
os custos, a duração da internação e a mortalidade nos pacientes com problemas 
respiratórios consiste em implementar intervenções que impeçam ou minimizem as 
complicações. Como a ventilação mecânica é de suporte e não curativo o foco do cuidado 
para o paciente sob ventilação mecânica é holístico. A enfermeira deve interagir 
efetivamente com cada membro da equipe de saúde para alcançar os resultados desejados 
do paciente (GALLO, 2007). 
 
a.1. Cuidados de enfermagem relacionados com ventiladores mecânicos 
 A enfermagem controlará a existência de conexão entre o ventilador e a rede 
de gás, bem como os pontos do circuito e tubo endotraqueal ou cânulas de traqueostomia; 
 16 
 Manter o carro de urgência e o material de oxigenação próximos ao paciente 
em uso de ventilação mecânica; 
 Cuidados ao mobilizar o paciente, não realizando manobras bruscas para 
evitar pinçamento do circuito e desconexões do ventilador o que causaria danos ao estado 
clínico do doente; 
 As traquéias do circuito devem esta livres de água ou qualquer outra 
substância para evitar infecções respiratórias; 
 Observar se os parâmetros programados estão de acordo com os prescritos e 
condizentes com o quadro clínico do paciente; 
 Estar atento aos alarmes sempre que ocorram. Manter ajustados os limites 
máximo e mínimo programados para os alarmes, observando com freqüência os avisos 
ópticos e evitando confusão face a indicadores simultâneos; 
 Avaliar nível de consciência, estado de agitação, relaxantes musculares para 
conseguir uma adequada ventilação. 
 
b. Avaliação cardiovascular 
Para Cintra (2005) Varias são as alterações que podem surgir a nível cardiovascular 
no paciente em uso de ventilador mecânico, por isso, é necessário que este paciente esteja 
monitorizado de forma invasiva e não-invasiva. Todo paciente de UTI deve estar fazendo 
uso de um aparelho de eletrocardiograma para o acompanhamento cardiológico, 
mensurar a pressão venosa central (PVC) e a pressão arterial (PA), compete à enfermagem 
a coleta dos parâmetros hemodinâmicos do paciente que deve ser realizado com o 
paciente conectado ao respirador no final da expiração, desconectar o paciente do 
respirador pode agravar seu estado e saúde. 
 
c. Cuidados com a função respiratória 
Segundo Bethlem (1984), esses cuidados evolvem uma observação do padrão 
respiratório, amplitude da expansão torácica e ausculta pulmonar. Deve-se avaliar a 
presença simétrica da expansibilidade torácica, a fim de identificar uma ventilação seletiva 
ou outras alterações, tais como: atelectasias, pneumotórax, etc. Identificar ainda, os 
batimentos da asa do nariz e a sincronia entre o paciente e o ventilador. 
 17 
 
De acordo com mesmo autor, a avaliação respiratória também inclui o controle da 
PaO2 e SaO2. A PaO2 é a pressão de O2 no sangue arterial e a SaO2 refere-se a saturação de 
oxigênio na hemoglobina. Uma forma não- invasiva de avaliar a SaO2 é através da 
oximetria de pulso. 
A enfermagem também é responsável pela aspiração das secreções do paciente. 
Essa atividade deve ser executada sempre que necessário, pois a obstrução das vias aéreas 
está relacionada com o aumento da pressão intrapulmonar (BETHLEM, 1984). 
 
d. Instilação do ventilador mecânico 
De acordo com Cintra (2008), o início da ventilação mecânica e ajuste dos 
parâmetros dependem da instilação do ventilador mecânico, que é ligado às redes de ar 
comprimido, de oxigênio e à rede elétrica de voltagem compatível. Antes de usar o 
ventilador mecânico, deve-se realizar uma extensa verificação do parelho e de sua 
instalação: checar a montagem do circuito, as conexões, válvulas e tubos; em seguida, 
verificar as pressões das redes de gases que devem satisfazer o mínimo de 2,5 ATM ou 50 
PSE, controladas, geralmente, através de válvulas redutoras. 
O ventilador mecânico é então conectado a um pulmão de teste para avaliação final 
e ajuste dos parâmetros básicos. O funcionamento do umidificador aquecido é verificado, e 
água destilada estéril colocada no reservatório imediatamente antes de iniciar a ventilação 
mecânica. 
 
e. Observação e monitorização do paciente em ventilação mecânica 
Conforme Cintra (2008), a vigilância constante de pacientes submetidos a VM é de 
responsabilidade dos profissionais de enfermagem que permanecem perto do pacientes 
24 horas por dia. A observação clínica contínua e a monitorização à beira do leito são de 
vital importância, pois fornecem informações que permitem a identificação rápida de 
problemas e alterações do quadro clínico. 
Usualmente, a enfermeira realiza, a cada plantão, um exame completo do paciente. 
Esta avaliação deve ser global, pois a VM tem repercussões sobre órgãos distantes e há 
importante interação entre os aparelhos e sistemas no paciente em estado grave. Os dados 
 18 
subjetivos devem ser incluídos. A anotação dos dados, sinais e sintomas relevantes ajuda a 
equipe de enfermagem, bem como os outros profissionais, a acompanhar a evolução do 
paciente, a selecionar e avaliar intervenções adequadas (CINTRA, 2008). 
 
f. Observação clínica e ausculta 
A aparência geral, a coloração das mucosas e da pele, além da temperatura, 
consistem elementos importantes da observação rotineira do paciente. Mesmo com 
hipoxemia, a cianose pode não aparecer em pacientes anêmicos; a cianose periférica é 
relacionada com a má perfusão. A sudorese é um sinal de alarme e sua causa deve ser 
avaliada (GALLO, 2007). 
A amplitude da expansão torácica, justamente com a ausculta pulmonar dá uma 
estimativa do volume corrente. Controlar a freqüência respiratória e detectar a presença 
eventual de contração expiratória da musculatura abdominal, de triagem intercostal ou de 
retração supraesternal. Batimentos das asas do nariz e uso da musculatura acessória 
indicam dificuldade respiratória (GALLO, 2007). 
“A observação inclui os drenos e seu débito. A permeabilidade e o posicionamento 
do tubo traqueal devem ser verificados freqüentemente,
bem como a quantidade, a 
coloração e a viscosidade da secreção traqueal espirada” (CINTRA, 2008, p. 356). 
“A ausculta deve ser realizada em todo o tórax, verificando a distribuição da 
ventilação e detectando a presença de alguma obstrução, ou secreção” (CINTRA, 2008, p. 
356). 
 
g. Controle da oxigenação (PaCO2 e SaO2) 
Segundo Barbas et al (1994), PaCO2 refere-se a pressão parcial de gás carbônico no 
sangue arterial. Essa pressão avalia a ventilação alveolar, além de refletir as variações do 
PH, pois valores de PaCO2 atuam diretamente no equilíbrio ácido-básico. A gasometria 
deve fazer parte da rotina do paciente ventilado, estando indicado o controle a cada 24 
horas. A gasometria deve ser requisitada após os primeiros trinta minutos de ventilação. 
Os valores mínimos considerados para a PaO2 e SaO2 são respectivamente 60 mmHg de 90 
a 92 %. 
 19 
Outra forma não-invasiva da avaliação contínua da saturação de oxigênio é através 
da oximetria de pulso. Esse método é utilizado através de um sensor que pode ser 
colocado em um dedo ou em crianças na palma da mão ou do pé. 
A pressão parcial de O2 no sangue arterial (PaO2) uma medida de oxigênio 
dissolvido no sangue arterial. A saturação em oxigênio da hemoglobina (SaO2) é uma 
porcentagem que exprime a quantidade de O2 que a hemoglobina transporta em relação à 
quantidade que ela poderia carregar. Como a fração de oxigênio nos gases inspirados é 
freqüentemente modificada, a relação PaO2/FiO2, facilmente calculada pelo enfermeiro 
permite uma avaliação da evolução do quadro pulmonar do paciente (CINTRA, 2008). 
 
h. Umidificação dos gases 
A umidificação e o aquecimento dos gases inalados em VM são indispensáveis para 
prevenir a hipotermia, o aumento da viscosidade de secreções, a destruição do epitélio das 
vias aéreas e atelectasias. A temperatura das misturas gasosas deve ter uma temperatura 
de aproximadamente 33°C. Os níveis máximos e mínimos de água devem ser respeitados. 
A quantidade e a viscosidade das secreções devem ser avaliadas. A troca rotineira do 
circuito, em intervalos que variam de 48 horas a sete dias, é geralmente realizado 
(CINTRA, 2000). 
 
i. Aspiração de secreções 
Segundo Cintra (2000), as secreções traqueais devem ser aspiradas somente 
quando necessário, pois a aspiração expõe o paciente a riscos como hipóxia, lesões da 
mucosa traqueal, atelectasia e infecção. Para detectar a presença de secreções, é 
necessário auscultar o paciente com freqüência. Observar antes e durante a aspiração, 
ritmo cardíaco, a saturação de oxigênio no oxímetro e a PIC quando monitorada. Cada 
sucção deve durar menos de 5 segundos. Aspirar duas ou três vezes se necessário, 
permitindo que o paciente ventile e descanse entre as sucções. A prevenção da oclusão do 
tubo traqueal consiste na umidificação dos gases inspirados e adequada hidratação do 
paciente. 
 
 
 20 
j. Cuidados com o balonete 
Uma pressão elevada do balonete pode provocar lesões na laringe e na traquéia. O 
enfermeiro é o responsável por evitar tal ocorrência. A pressão do balonete deve ser 
inferior a 25 mmHg, devendo ser verificada, por no mínimo, a cada 12 horas. O vazamento 
é detectado pela ausculta da região cervical (BRUNNER; SUDDARTH, 2005). 
 
k. Radiografia do tórax 
Segundo Cintra (2005), é de suma importância a radiografia do tórax, a qual é 
realizada a beira do leito do paciente em ventilação mecânica por um aparelho de RX 
portátil. Sempre que possível o paciente deve ser colocado na posição semi-sentado. 
Através dessa radiografia se tem uma imagem da localização do tubo endotraqueal e de 
cateteres, fornecendo informações importantes que orientaram diretamente nas 
intervenções de enfermagem. 
 
l. Profilaxia da infecção respiratória 
Pacientes intubados tem alto risco de infecção respiratória. A colonização da 
orofaringe é um precursor importante de pneumonia, o refluxo e a aspiração aumentam o 
risco para o paciente em VM. A prevenção deve ser preocupação constante da equipe 
multidisciplinar. O emprego de técnicas correta no manuseio dos equipamentos de VM é o 
fator de prevenção, portanto deve-se orientar e educar os membros da equipe 
multidisciplinar também é função do profissional de enfermagem (CINTRA, 2000). 
 
m. Controle neurológico 
De acordo com Cintra (2005), a enfermagem deve estar atenta ao paciente com 
ventilação mecânica quanto ao nível de consciência, a orientação no tempo e espaço, a 
Sinais importantes como midríase e miose, a fotomotricidade das pupilas, reflexo córneo-
palpebral, tosse, agitação é uma manifestação que merece atenção especial. A pressão 
intracraniana deve ser mensurada quanto houver indicação, já que a ventilação mecânica 
apresenta influencia sobre a mesma por dois motivos: repercussões no retorno venoso e 
controle da PaCO2. 
 
 21 
“O aumento da pressão intracraniana pode resultar de diminuição do retorno 
venoso e estase do sangue nos vasos cerebrais” (CINTRA, 2005, p. 354). 
 
n. Função renal e balanço hídrico 
Para Cintra (2005) a ventilação mecânica por pressão positiva apresenta 
repercussões na função renal do paciente através da diminuição de débito urinário e da 
excreção de Sódio, sendo esses efeitos apresentados na função renal, podem estar ligados 
a fatores diretos, tais como a diminuição do débito cardíaco ou alterações na pressão 
arterial, como indiretamente com a alteração simpática ou por alterações hormonais. 
De acordo com a autora supracitada, a equipe de enfermagem deve controlar de 
maneira rigoroso da diurese do paciente, realizando um balanço hídrico periódico, pesar 
diariamente para um acompanhamento de retenção ou perda de líquido, também deve 
atentar a presença de edemas e acompanhar dosagens laboratoriais de eletrólitos, uréia e 
creatinina. 
 
o. Monitorização do nível nutricional 
A avaliação e monitorização do nível nutricional envolvem toda a equipe 
multidisciplinar. A desnutrição é um fator de complicação extremamente importante em 
pacientes críticos que precisam de VM, além de poder ser um fator agravante em doenças 
pulmonares agudas e crônicas. A avaliação do peso e a relação ao peso habitual do 
paciente devem ser avaliadas (CINTRA, 2008). 
A mesma autora acima citada diz que, o cálculo do balanço nitrogenado pode ser 
usado para a avaliação da efetividade do suporte nutricional em pacientes sem doença 
renal ou perda anormal de nitrogênio. A ventilação mecânica voluntária máxima, que testa 
a força dos músculos respiratórios, também é considerada na avaliação nutricional do 
paciente ventilado em VM. 
 
p. Cuidados com o Suporte Nutricional de pacientes em VMI 
O paciente sob VMI fica impossibilitado de alimentar-se pelo método convencional 
(via oral), sendo de extrema importância manter essa necessidade humana básica, se faz 
 22 
necessário à adoção de outros meios que permitam satisfazer as demandas nutricionais 
para o paciente (CINTRA, 2008). 
Ainda conforme Cintra (2008), a alimentação do paciente sob assistência 
ventilatória invasiva pode ser mantida por meio da Nutrição Enteral (NE), ou através da 
Nutrição Parenteral (NP). 
 
 Nutrição Enteral: deve ser a primeira escolha do suporte nutricional por 
possuir muitas vantagens sobre a Nutrição Parenteral, entre elas pode-se citar menor 
custo, mais fisiológica, apresenta menor chance de contaminação e evita a translocação 
bacteriana. As complicações mais graves são: a aspiração pulmonar e a administração 
acidental da nutrição nas vias respiratórias, complicações estas que podem ser evitadas 
através do conhecimento técnico e científico do profissional que irá administrar a dieta 
realizando sempre antes de cada administração os testes indicados na verificação do 
correto posicionamento da sonda enteral, a qual deve está com sua extremidade distal no 
nível da primeira porção do intestino delgado. 
O Enfermeiro como profissional assistencial que está com o paciente por
24 hs 
deverá identificar e aplicar a melhor intervenção cabível nas outras possíveis 
complicações da NE como: diarréia, constipação, náuseas e vômitos (CINTRA, 2008). 
 
 Nutrição Parenteral: utilizada apenas e tão-somente quando a via digestiva 
encontra-se impossibilitada de receber a dieta. Pode ser Periférica (NPP) ou Central (NPC). 
É também indicada quando o paciente necessita de um suporte nutricional por período 
superior a 5 dias. Suas complicações são numerosas e responsáveis por altas taxas de 
morbi-mortalidade, são elas atrofia das vilosidades intestinas, piora da absorção e 
aumento do risco para translocação bacteriana (CINTRA, 2008). 
Segundo Cintra (2008), a Assistência de Enfermagem durante a NP será prevenir as 
possíveis complicações, principalmente relacionadas às infecções, manter técnicas 
assépticas, local de inserção do cateter limpo, curativo íntegro, manter via única e 
exclusivamente para dieta. 
 
 
 23 
q. Mobilização do paciente em VMI e cuidados com a pele e mucosas 
O posicionamento adequado e a mobilização constante no leito favorecem a uma 
maior expansão pulmonar além de prevenir lesões de pele (Úlceras por Pressão), 
atelectasia, pneumonia e melhoram a higiene brônquica do paciente acamado e em uso de 
VMI (CINTRA, 2005). 
A pele e as mucosas (olhos, cavidade nasal e bucal) também requerem uma atenção 
especial de maneira a evitar ressecamento, ulcerações, traumas (córneas) e infecções 
(cavidade orofaríngea abundante bactérias saprófitas) (CINTRA, 2005). 
 
r. Sedação e Analgesia do paciente submetido à VMI 
De acordo com Cintra (2008), a sedação e analgesia do paciente em VMI estão 
indicadas para promover o conforto, facilitar o sono, aliviar a dor e a ansiedade e 
principalmente minimizar a resistência do paciente a Ventilação eliminando riscos de 
assincronia deste com o ventilador. 
A mesma autora citada acima diz que, após a sedação o Enfermeiro deve avaliar o 
nível desta intervenção observando se há presença espontânea de movimentos 
respiratórios, resposta aos estímulos à dor, sensibilidade tátil, e outros. 
 
s. Comunicação e Apoio Emocional ao paciente em VMI 
A equipe de Enfermagem, em especial o Enfermeiro, deve assistir o paciente sob 
VMI interno em uma UTI de forma integral e sistemática, atentando para as necessidades 
do mesmo, identificando seus principais problemas de saúde relacionados com a situação 
que lhe é imposta, controlando seus níveis de estresse e ansiedade, angústia, medo do 
desconhecido e da morte, trasmitindo-lhe uma maior segurança e conforto, conversando e 
explicando-lhe todos os procedimentos que irão ser feitos mesmo que aparente esse 
paciente não esteja ouvindo (sedado), enfim oferecendo-lhe uma assistência a mais 
possível Humanizada (CINTRA, 2008). 
 
 
 
 
 24 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 processo de cuidar, no âmbito da saúde, compreende condutas 
direcionadas à assistência do cliente. O indivíduo hospitalizado depende 
totalmente da equipe de serviço envolvida com sua patologia. No entanto, 
é a enfermagem que mais permanece junto ao paciente, reconhecendo suas necessidades e 
implementando a assistência (FIGUEREDO, 2006). 
A ventilação mecânica foi um dos maiores avanços tecnológicos ocorrido nas UTI’s, 
hoje, esses aparelhos constituem formas indispensáveis de ventilação artificial aos 
pacientes com insuficiência respiratória. Porém, são também responsáveis pela grande 
morbidade decorrida de complicações provenientes destas máquinas. 
Ao concluirmos o presente estudo, ficou claro que a ventilação mecânica é sem 
sombra de dúvidas de suma importância no tratamento utilizado para as mais variadas 
afecções, as quais pacientes em estado crítico são acometidos, principalmente em unidade 
de terapia intensiva (UTI). 
Foi realizado um resgate histórico na literatura a cerca da introdução desse tipo de 
tratamento, assim como, o primeiro aparelho utilizado para ventilar o paciente, as 
indicações para esse tratamento terapêutico, os objetivos, os parâmetros, modalidades e 
ajustes necessários, como também a resolução de problemas com o ventilador. Com uma 
abordagem objetiva e dinâmica sobre o assunto estudado. 
Também, foi abordada a função da equipe de enfermagem na unidade de terapia 
intensiva que deve sempre manter vigilância continua e sistemática, evitando e/ou 
detectando complicações, elaborar um plano de cuidado incluindo todos os aspectos de 
enfermagem e estabelecer uma relação de confiança com o paciente e sua família. 
 
O 
 25 
GLOSSÁRIO 
 
 Atelectasia: Expansão incompleta ou colapso parcial de um pulmão ou parte 
dele, com conseqüente diminuição de volume da área comprometida (DICIONÁRIO DE 
TERMOS MÉDICOS ON-LINE, 2008). 
 Barotrauma: Lesão provocada pelas mudanças bruscas e repetidas da 
pressão atmosférica. Barotrauma é uma complicação bem conhecida da ventilação 
assistida-controlada e decorre de ruptura alveolar, devido à hiperinsuflação pulmonar. Na 
maioria dos casos, esse evento ocorre em pacientes com doença pulmonar instalada 
(DICIONÁRIO DE TERMOS MÉDICOS ON-LINE, 2008). 
 Capnógrafo: Equipamento utilizado para captar a saída do gás carbônico 
(CO2) que ocorre a cada expiração do ar de nossos pulmões. O equipamento capta o CO2, 
pois é interposto entre o tubo ventilatório do paciente e o ventilador mecânico 
(DICIONÁRIO DE TERMOS MÉDICOS ON-LINE, 2008). 
 Cricotomia: Incisão da cartilagem cricóideia (CRICOTOMIA, 2008). 
 Laringoscópio: Instrumento composto por um cabo e uma lâmina iluminada, 
que tem por finalidade a exposição da glote para a entubação endotraqueal ou retirada 
visual de corpos estranhos (DICIONÁRIO DE TERMOS MÉDICOS ON-LINE, 2008). 
 Traqueostomia: Abertura cirúrgica para dentro da traquéia (DICIONÁRIO 
DE TERMOS MÉDICOS ON-LINE, 2008). 
 Tubos endotraqueais: tubos para ressuscitação respiratória através da 
manobra de entubação. São introduzidos na traquéia com o auxílio de um laringoscópio 
(DICIONÁRIO DE TERMOS MÉDICOS ON-LINE, 2008). 
 
 
 
 
 
 
 
 26 
REFERÊNCIAS 
 
BARBAS, C. S. V. et at. Técnicas de Assistência Ventilatória. In: Knobel, E. Condutas no 
paciente grave. São Paulo: Atheneu, 1994. 
 
BETHLEN, N. Pneumologia. 3 ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 1984. 
 
CINTRA, Eliane de Araújo. Assistência de Enfermagem ao Paciente Crítico. São Paulo: 
Atheneu, 2000. 
 
CINTRA, Eliane de Araújo. Assistência de Enfermagem ao Paciente Gravemente 
Enfermo. São Paulo: Atheneu, 2005. 
 
CINTRA, Eliane de Araújo. Assistência de Enfermagem ao Paciente Gravemente 
Enfermo. São Paulo: Atheneu, 2008. 
 
CRICOTOMIA. Disponível em: 
<http://www.medicosdeportugal.iol.pt/action/10/glo_id/3384/menu/2/>. Acessado em: 
05/04/2008. 
 
DICIONÁRIO DE TERMOS MÉDICOS ON-LINE. Disponível em: <www.pdamed.com.br>. 
Acessado em: 05/04/2008. 
 
FIGUEREDO, N. M. A. et al. CTI: atuação, intervenção e cuidados de enfermagem. São 
Caetano do Sul, Yendes editora, 2006. 
 
GALLO, Bárbara M. et al. Cuidados Críticos de Enfermagem: uma abordagem holística. 
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. 
 
HARISSON, T. R. et al. Medicina interna. 13 ed. México: Nueva Editora Intermericana, 1995. 
 27 
 
MACHADO, Edjane Guerra de Azevedo. Enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva. 
Goiânia: AB, 2004. 
MARINO, P. L. Compêndia de UTI. 2 ed. Porto Alegre: Artes médicas, 1999. 
SEMELTZER, Suzanne C.; BARE Brenda G. Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgico. 10 
ed. Vol. 1. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. 
 
 
	Considerações Iniciais
	REVISÃO DA LITERARURA
	Conceito
	Indicações da Ventilação Mecânica
	Finalidades da ventilação mecânica
	Tipos de ventiladores mecânicos
	Ventiladores por pressão negativa
	Ventilação por pressão positiva
	Ventilação mecânica invasiva e não – invasiva
	Modalidades DE VENTILAÇÃO MECÂNICA
	Parâmetros para ventilação mecânica
	Alarmes
	Complicações da VMI
	Relacionada à infecção:
	Na Via Aérea Artificial:
Relacionado com o ventilador e/ou ajustes inadequados:
	Complicações pulmonares:
	Complicações cardiovasculares:
	Alterações da função renal e hepática:
	Complicações gastrintestinais:
	PLANO DE CUIDADOS
	Histórico e cuidados
	Cuidados de enfermagem relacionados com ventiladores mecânicos
	Avaliação cardiovascular
	Cuidados com a função respiratória
	Instilação do ventilador mecânico
	Observação e monitorização do paciente em ventilação mecânica
	Observação clínica e ausculta
	Controle da oxigenação (PaCO2 e SaO2)
	Umidificação dos gases
	Aspiração de secreções
	Cuidados com o balonete
	Radiografia do tórax
	Profilaxia da infecção respiratória
	Controle neurológico
	Função renal e balanço hídrico
	Monitorização do nível nutricional
	Cuidados com o Suporte Nutricional de pacientes em VMI
	Mobilização do paciente em VMI e cuidados com a pele e mucosas
	Sedação e Analgesia do paciente submetido à VMI
	Comunicação e Apoio Emocional ao paciente em VMI
	CONSIDERAÇÕES FINAIS
	GLOSSÁRIO
	Referências

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