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0 ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA – UTI 2020 1 Débora Duarte Leite Porto Diretora Administrativa Coren MG: 79.589 CRIAÇÃO Breno dos Reis Coren MG: 471.782 Enfermeiro Especialista em Docência de Enfermagem Especializando em Enfermagem em Oncologia Especializando em Enfermagem em UTI “Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês, diz o Senhor, planos de fazê- los prosperar e não de causar danos, planos de dar a vocês esperança e um futuro”. (Jeremias 29:11) A reprodução parcial ou total deste material não está autorizada. Direitos autorais protegidos pela Lei 9.610, de 19 de fevereiro de 1998. Belo Horizonte, MG – 2020. 2 10. ASSISTÊNCIA RESPIRATÓRIA 10.1 REVISÃO ANATÔMICA E FISIOLÓGICA O sistema respiratório é composto pelos tratos respiratório superior e inferior. Em conjunto, os dois tratos são responsáveis pela ventilação. O trato respiratório superior (nariz, boca, faringe e laringe), conhecido como via aérea superior, aquece e filtra o ar inspirado, de tal modo que o trato respiratório inferior (traqueia e pulmões) possa realizar a troca gasosa. A troca gasosa envolve liberar o oxigênio para os tecidos, através da corrente sanguínea, e a expulsão dos gases residuais, como o dióxido de carbono durante a expiração. O sistema respiratório trabalha em conjunto com o sistema circulatório, sendo o sistema respiratório responsável pela ventilação e difusão, e o sistema cardiovascular pela perfusão. Funções do Sistema Respiratório: 1. Transporte de oxigênio: o oxigênio é suprido e o dióxido de carbono é removido das células por meio do sangue circulante. 2. Respiração: durante a circulação pulmonar a concentração de oxigênio no sangue dentro dos capilares pulmonares é menor que nos sacos aéreos pulmonares (alvéolos). Por causa disto, o oxigênio difunde-se dos alvéolos para o sangue e o dióxido de carbono do sangue para dentro dos alvéolos. Todo esse processo gasoso entre o ar atmosférico e o sangue, e o sangue e as células do corpo é chamado respiração. 3. Ventilação: durante a inspiração, o ar flui do ambiente para dentro da tranqueia, brônquio, bronquíolos e alvéolos. Durante a expiração, o gás alveolar faz o trajeto ao contrário na mesma via. Movimentos do ar para dentro e para fora das vias aéreas. Difusão e Perfusão: A difusão é o processo pelo qual o oxigênio e o dióxido de carbono são trocados na interface ar – sangue. 3 A perfusão pulmonar é i fluxo sanguíneo real através da circulação pulmonar. Refere-se ao enchimento dos capilares pulmonares com sangue. Relações de ventilação-perfusão: A troca gasosa adequada depedne da relação ventilação-perfusão. 1. Relação normal: no pulmão saudável, determinada quantidade de sangue passa por um alvéolo e é compatibilizada com uma igual quantidade de gás. 2. Relação ventilação-perfusão baixa: os estados de ventilação-perfusão baixa podem ser chamados de distúrbios produtores de shunt (perfusão de área não ventiladas). O sangue desvia-se dos alvéolos, sem que ocorra a troca gasosa. 3. Relação de ventilação-perfusão alta (espaço morto): quando a ventilação excede a perfusão. Os alvéolos não tem suprimento sanguíneo adequado para que ocorra a troca gasosa. 10.2 INTUBAÇÃO ENDOTRAQUEAL – IOT: A intubação traqueal é a passagem de um tubo através da boca ou do nariz até a traqueia. Está indicada nos casos em que se deseja manter as vias aéreas eficientes, a aspiração de secreções traqueobrônquicas, a ventilação assistida e/ou controlada com pressão positiva, evitar aspiração de conteúdo gástrico e diminuir o espaço morto anatômico e o trabalho respiratório. Ela pode ser realizada através das narinas (via nasotraqueal), boca (via orotraqueal) ou abertura na parede da traquéia (transtraqueal). 4 Indicações: • Incapacidade de proteger a via aérea do paciente (coma, arreflexia ou parada cardíaca). • Paciente grave com problema grave de oxigenação, que necessita de administração de altas concentrações de oxigênio. • Paciente com problema ventilatório sério que necessita de ventilação assistida. • Incapacidade do socorrista em ventilar o paciente inconsciente com métodos convencionais. Contraindicações: • Falta de treinamento na técnica. • Falta de indicação precisa. • Proximidade do hospital de destino (contraindicação relativa). • Sangramento profuso na cavidade oral. • Lesão cervical. Material: Os componentes–padrão de um kit de intubação incluem: • Laringoscópio com lâminas retas e curvas de tamanhos infantil e adulto; • Pilhas extras e lâmpadas de reserva; • Equipamento de aspiração; • Cânulas traqueais de vários tamanhos, infantil e adulto; • Fio guia; • Seringa de 10 ml; • Lubrificante hidrossolúvel; • Pinça de Magill; • Dispositivo de detecção de dióxido de carbono no ar expirado; • Material para fixar o tubo. Após a checagem de todo o equipamento, selecione o tamanho adequado tamanhos apropriados de tubos para mulheres são 7,0 a 8,0 mm, e para homens 8,0 a 8,5 mm. Entretanto, em uma emergência, um tamanho adequado de tubo tanto para mulher como para homem é 7,5 mm. 5 6 Alterações anatômicas e funcionais que dificultem a intubação endotraqueal: • Congênitas: encefalocele occipital, lábio leporino ou fenda palatina, deformidades craniofaciais; • Traumáticas: fraturas dos ossos da face, lacerações da face, queimaduras da face e retrações cicatriciais do pescoço; • Neoplásicas: tumores benignos e malignos das mais diversas origens como o higroma cístico, hemangionas de língua e lábios e tumores infiltrativos de face; • Inflamatórias e infecciosas: abscessos e epiglotites; • Metabólicas: obesidade, acromegalia, diabete mellito e hipotireoidismo; • Outras: alterações musculoesqueléticas e presença de corpos estranhos nas vias aéreas. Complicações da intubação endotraqueal: A intubação endotraqueal pode ser acompanhada de uma série de complicações. Elas podem ser desencadeadas pelo ato em si, pela presença do tubo na traquéia, pelo tempo de permanência do tubo na traquéia e após a extubação, como sequela das complicações anteriores. 7 • Complicações devidas ao ato da intubação endotraqueal: lesões de partes moles, fraturas de dentes, lesões de cordas vocais, deslocamento de mandíbula, aspiração pulmonar, intubação brônquica seletiva, intubação esofágica, complicações sistêmicas (broncoespasmo, bradicardia ou taquicardia, hipertensão ou hipotensão e arritmias cardíacas), lesão de mucosa, aumento da produção de secreção e colapso pulmonar. • Complicações devidas à permanência do tubo traqueal: com a compressão das estruturas das vias aéreas haverá edema, ulceração, e com a cicatrização, granulomas e fibroses. Os balonetes de baixo volume residual e alta pressão podem causar isquemia, necrose e dilatação da parede traqueal. Pode ocorre extubação acidental e sinusite. Sequencia rápida de intubação - Medicações para IOT: A ordem da classe de medicamentos no momento da IOT será (lembrando que cada caso de clínica o médico poderá mudar): 1. Analgesia: por exemplo: Fentanil; 2. Sedação: por exemplo: Etomidato; 3. Relaxamento muscula: por exemplo: Quelicin. Para memorizar facilmente, utilizar no caso acima a sigla: FEQ. Em média se gasta 5 minutos do inicio ao fim do procedimento. 8 9 10.3 TQT 10 A traqueostomia é uma das operações mais antigas e era indicada quase que exclusivamente em situações de emergência, devido à obstrução da via respiratória causada pela difteria. Nos dias atuais, embora estaindicação quase inexista, persistem outras condições para sua realização. Atualmente é um procedimento com os objetivos de aliviar obstruções das vias aéreas superiores, oferecer suporte ventilatório prolongado, reduzir o espaço morto, facilitar a limpeza brônquica por aspiração, permitir um desmame mais rápido, diminuir o risco de lesões laríngeas e diminuir o risco de sequelas estenóticas da traquéia. A traqueostomia é uma técnica cirúrgica que inclui abertura da pele e planos musculares do pescoço, estabelecendo uma abertura na traquéia. É indicada para obstruções da laringe, em pacientes com grande quantidade de secreção na árvore brônquica e que necessita aspirações frequentes e também naqueles que precisam de assistência ventilatória acima de 10 dias, quando a canulação orotraqueal é substituída pela traqueostomia. Pelo orifício estabelecido se introduz a cânula de traqueostomia. A cânula traqueal pode ser confeccionada em metal ou material plástico, usado para a manutenção da comunicação entre a luz traqueal e o exterior, é um pequeno tubo cilíndrico, ligeiramente curvo e de calibre variável, correspondente à luz traqueal. A cânula metálica é formada por um conjunto de três peças: 1. A peça externa que é a cânula propriamente dita, é a parte que é introduzida diretamente na luz traqueal, tem na sua extremidade externa um pequeno pavilhão perfurado, por onde é passado um cadarço para sua fixação ao pescoço; 2. A peça interna, de calibre um pouco inferior ao da externa é a porção que funciona introduzida na luz da cânula externa, é por ela que passa o ar e são eliminadas as secreções, por isso que deve ser retirada frequentemente para limpeza; 3. A última peça é o mandril, que é um pouco mais longo que as duas cânulas e tem uma extremidade em ponta romba, funciona introduzida na cânula externa, como um condutor na colocação na luz traqueal. A cânula de material plástico consta de uma única peça, com o mesmo formato que a cânula metálica e também de calibres diversos, apresentando uma diferença que é um pequeno balão pneumático, tipo cuff, para ser insuflado apões sua introdução na traquéia. O material de construção desta cânula retém menos secreção na sua luz. Para realização da técnica operatória deve-se usar anestesia local de preferência, coloca-se o paciente em decúbito dorsal com coxim sob os ombros para hiperextensão do pescoço. A incisão é feita transversal ou longitudinal localizada no meio da distância entre a cartilagem cricóide e a fúrcula esternal, numa extensão de 4- 11 5 cm, com abertura da pele e tela subcutânea, é feito pinçamento e ligadura ou cauterização dos vasos que sangrarem. Nos casos de grande urgência é preferível a incisão vertical sobre a linha mediana do pescoço, porque há menor sangramento, pois não secciona os vasos calibrosos. A abertura da rafe mediana com afastamento lateral dos músculos pré-tireoidianos, deixam expostos os primeiro anéis traqueais, é seccionado um ou dois anéis da traquéia, em geral o segundo e terceiro, a secção é realizada com bisturi especial de ponta curva, deve-se usar aspirador neste tempo operatório, para se evitar penetração de sangue na árvore brônquica. A cânula traqueal é introduzida com cuidado, observando-se sua curvatura e o bom funcionamento da respiração. O fechamento da pele e subcutâneo é feito com pontos separados, de maneira a deixar abertura para a cânula, que é amarrada pelo cadarço ao redor do pescoço. A traqueostomia pode causar complicações graves precoces e tardias: • Complicações precoces: pneumomediastino e pneumotórax, embolia gasosa, fístula traqueoesofágica, posição inadequada da cânula podem provocar perfuração das paredes laterais e posteriores da traquéia. • Complicações tardias: obstrução devido a tampão mucoso (rolha), traqueobronquite pneumonia aspirativa, tecido de granulação, estenose traqueal, hemorragia tardia, fístula traqueoesofágica, fístula traqueocutânea e cicatriz hipertrófica. Para manterem limpa e livre de infecções a pele e o tubo traqueal, você precisa seguir as orientações: • Retire a subcânula de metal; Lave com água e detergente líquido, escovando-a por dentro para retirar toda secreção acumulada. • Recoloque a subcânula de metal dentro da cânula que estará em seu pescoço. • Troque as gazes que estão entre a sua pele e o tubo traqueal; • Coloque duas gazes dobradas entre o tubo traqueal e a pele de seu pescoço; • Faça a limpeza no seu pescoço e ao redor do tubo traqueal, utilizando uma gaze umedecida com água potável ou soro fisiológico 0,9%; • Realize este cuidado cinco vezes ao dia ou sempre que necessário. Cuidados com a Fixação da Cânula: • Ao colocar o cadarço, certifique-se que a cânula não se desloque solicitar a ajuda de outra pessoa para firmar a cânula enquanto o cadarço estiver sendo posto. • Realizar a troca do cadarço sempre que tiver sujo ou úmido. • Uso de avental, máscara e óculos. • Atenda o portador de traqueostomia colocando-se ao seu lado, evite deixar seu rosto à frente do estoma, o cliente pode apresentar episódio de tosse inesperado. • Oriente-o quanto aos cuidados durante a tosse. • Mantenha toalhas ou lenços de papel ao alcance do cliente e também um recipiente ou saco descartável para receber lenços ou toalhas utilizados. 12 Aspiração: Material: • Sonda de aspiração de calibre adequado; • Intermediário de conector Y; • Luva estéril; • Aparelho de sucção; frasco com água (500 ml) de SF 0.9% para limpeza do circuito após a utilização; • Gaze estéril; • Máscara de proteção; • Seringa de 10 ml s/n; • Agulhas 40x12 s/n; • Ampola de SF s/n; • Saco para resíduos. Procedimento: • Colocar água e sabão no frasco coletor; • Testar o aspirador; • Elevar a cabeça do paciente e lateralizá-la; • Abrir a extremidade da sonda e adaptar ao aspirador; • Manter o restante da sonda na embalagem; • Colocar a máscara e a luva (considerar uma das mãos estéril e a outra não); • Introduza a sonda com a válvula aberta, na fase inspiratória, abrindo o Y; • Aspire e retire a sonda com a mão estéril; • Desprezar em caso de obstrução e colocar as luvas (s/n fluidificar a secreção, instalando 2 ml de SF); • Aspirar à boca e nariz com nova sonda; • Lavar todo o circuito com SF e desprezar a sonda; • Trocar todo circuito às 24hs. Anotar: • Data e hora; • Quantidade; • Característica das secreções; • Reações do paciente; • Aspirar durante 15 s e dar intervalos de 30 segundos. 10.4 VENTILAÇÃO MECÂNICA A respiração é a principal necessidade do ser humano, pois sem oxigênio o corpo não realiza suas funções normais. A ventilação mecânica é utilizada como suporte de vida, em todos os hospitais do mundo 13 quando a respiração não se processa satisfatoriamente, o ventilador mecânico é um aparelho capaz de administrar oxigênio em pacientes impossibilitados de respirar ou quando essa atividade é realizada de forma exaustiva pelo mesmo. A ventilação mecânica (VM) é um método usual em unidade de terapia intensiva (UTI) sendo utilizada em pacientes com insuficiência respiratória ou qualquer etiologia, dando suporte ao tratamento da patologia-base pelo tempo que for necessário para reversão do quadro, portanto não constitui um procedimento curativo. O uso da ventilação mecânica teve início com ventiladores por pressão negativa, conhecidos por “pulmão de aço”. A introdução de ventiladores por pressão positiva se deu em 1955 em meio a uma epidemia de poliomielite. Na época, voluntários ventilavam manualmente os pulmões das pessoas contaminadas pela doença. Tipos de ventiladores mecânicos: Os ventiladores mecânicos são classificados em ventiladores por pressão negativa e por pressão positiva, sendo este último o mais utilizado. 1. Ventiladores por pressão negativa: Sustentam a ventilação semelhante à espontânea.Agem exercendo uma pressão negativa externamente no tórax; essa modalidade permite que o ar inspirado preencha o volume torácico. Estes ventiladores estão indicados em pacientes com insuficiência respiratória crônica associada às patologias neuromusculares. O pulmão de ferro, envoltório corporal e couraça torácica, são exemplos de ventiladores mecânicos que funcionam por pressão positiva. 2. Ventilação por pressão positiva: Em virtude da pressão positiva exercida pelo ventilador nas vias aéreas do paciente, os alvéolos ampliam-se no momento da inspiração. Uma das maiores vantagens da vantagens da ventilação mecânica por pressão positiva, além da substituição da atividade mecânica da respiração espontânea é a possibilidade de permitir uma oxigenoterapia com frações de O2 variáveis. A mistura de gases inalados pode ser composta de forma que mais atenda às necessidades do paciente e que mais se adeque as condições terapêuticas. Os ventiladores ciclados por pressão, tempo, volume e fluxo são os tipos de ventiladores por pressão positiva. Eles diferem um do outro pela forma como finalizam a etapa inspiratória da respiração. 14 Ventilação por pressão positiva Modalidades de ventilação mecânica: A escolha de uma modalidade de ventilação mecânica determina como o ventilador e o paciente vai interagir. Inicialmente e durante períodos de instabilidade, o modo de ventilação deve permitir o controle máximo da ventilação. As modalidades com pressão positiva mais usada serão descritas sucintamente a seguir: 1. Ventilação controlada ou CMV: o volume corrente (VC), frequência (FR) e fluxo são predeterminados no ventilador mecânico. Esta modalidade é usada para pacientes em apnéia devido à patologia ou a drogas. 2. Ventilação assistida/ controlada: A FR é controlada pelo paciente (o ciclo respiratório é iniciado quando o paciente gera uma pressão negativa alcançando um valor imposto pelo mecanismo de sensibilidade do ventilador). O volume corrente e o fluxo são predeterminados. Se não houver o esforço do paciente, o ventilador fornece ciclos controlados na FR mínima determinada. 3. Ventilação mandatória intermitente ou IMV: O ventilador mecânico permite a combinação de ciclos controlados, fornecidos a uma frequência predeterminada com períodos de respiração espontânea. 4. Ventilação mandatória intermitente sincronizada ou SIMV: Combina ciclos espontâneos com um determinado número de ciclos mecânicos assistidos, portanto sincronizados com o esforço respiratório do paciente. 5. Ventilação com pressão de suporte ou PSV: Os esforços inspiratórios espontâneos do paciente são assistidos com uma pressão positiva nas vias aéreas. O fluxo de gás é livre durante toda a fase inspiratória que termina quando o fluxo inspiratório diminui, atingindo 25% do valor inicial. O paciente controla a FR, o fluxo, o tempo inspiratório a e relação I: E. O paciente deve ter um estímulo respiratório íntegro e necessidades ventilatórias relativamente estáveis; 15 Fio2: A Fração Inspirada de Oxigênio (Fio2) deve ser controlada e mantida em níveis entre 40% a 60%. Frações superiores a 60% são deletérias e estão na dependência do tempo e níveis mais elevados. A Fio2 a 100% é permitida em período curto, 30 minutos, após início da ventilação, onde gradativamente a cada 5 a 10 minutos, reduzi-la até manutenção de PaO2 e saturação favoráveis para idade, o que em geral ocorre em 40%. A redução abaixo de 40% só deverá ser efetuada em retentores de CO2. PEEP: Designada de Pressão Expiratória Final Positiva é responsável para manutenção da distensão alveolar no final da expiração, evitando o colabamento e atelectasias. A PEEP ideal fisiológica não é consensual, trabalhos recentes demonstram níveis médios entre 5 a 8 cm/h2O. É consensual a utilização de 5 cm/H2O. Distúrbios hemodinâmicos podem ocorrer com níveis de PEEP maiores que 12 cm/H2O ou menos. Pressão de Suporte: A PS é pressão auxiliar para utilização nas ventilações exclusivamente assistidas. Inicialmente utilizada para romper a Resistência dos Circuitos e Válvulas, hoje é amplamente empregada em desmames difíceis, possibilitando a adaptação do paciente ao ventilador, objetivando principalmente a manutenção do drive ventilatório neurológico e com consequente manutenção do comando do paciente. Níveis iniciais preconizados: 10 cm/H2O. Frequência Respiratória e Sensibilidade: Deve ser mantida entre 10 a 14 ciclos por minuto. Para manutenção, o controle da sedação e analgesia é fundamental, evitando-se retenções ou altas liberações de CO2 da corrente sanguínea. Frequências altas podem também gerar o autopeep. A sensibilidade é medida em valores de pressão negativa, ou seja, na pressão necessária efetuada pelo paciente na inspiração para disparo do ciclo ventilatório. O valor médio deve ser mantido em torno de – 2 cm/H2O ( 2 cm/H2O no display). Complicações da respiração mecânica: 1. Em relação à cânula de intubação ou de traqueotomia: • Pressão do balão (cuff) – uma grande pressão transmitida às paredes da traqueia pode levar a severa isquemia e, muitas vezes, até a necrose da parede traqueal em contato com o balão, sendo que essa lesão, ao cicatrizar, poderá ocasionar intensa estenose na luz traqueal ou a formação de uma fístula esôfago-traqueal; • Intubação seletiva; • Edema de glote; • Lesão de cordas vocais; • Aspiração de conteúdo bucal e gástrico; • Contaminação bacteriana; • Obstrução da cânula; • Extubação acidental. 16 2. Em relação à ventilação mecânica: • Pelas pressões inspiratórias e expiratórias positivas – o uso de pressões elevadas, na inspiração e na expiração, pode romper alvéolos e originar enfisema de subcutâneo e de mediastino, ou pneumotórax hipertensivo; • Concentração de oxigênio no ar inspirado (FiO2) – o uso de altas concentrações de FiO2 (maiores de 50%) por tempo prolongado pode causar sérias pulmonares; • Alterações hemodinâmicas – na respiração mecânica, em especial na vigência de PEEP, uma elevada pressão intrapulmonar média positiva pode dificultar o retorno venoso e causar diminuição do débito cardíaco e da pressão arterial; • Alterações no equilíbrio acidobásico; • Hipoventilação e hipoxemia; • Hipercapnia – causas: volume corrente inadequado; produção aumentada de CO2. • Em relação ao paciente que “briga” com o respirador, devem ser observadas as seguintes condutas: • Desconecta-lo do respirador e ventilá-lo com O2 a 100% no Ambú; • Se não apresentar resistência ao fluxo aéreo, ver diagrama abaixo: Métodos de desmame: Os métodos de desmame são na verdade, diferente caminho para se retirar o suporte ventilatório. Os principais métodos para desmame gradual são: o tudo T, a ventilação mandatória intermitente (IMV), a ventilação mandatória intermitente sincronizada (SIMV) e a ventilação com pressão de suporte (PSV). 1. Tubo T: Trata-se de uma técnica antiga, em que uma peça em T é conectada à via aérea artificial do paciente (cânula traqueal ou traqueostomia). Por uma extremidade é ofertado oxigênio e a outra fica livre, o que permite a exalação do paciente. Essa técnica baseia-se em deixar o paciente em respiração espontânea por períodos cada vez maiores, até que este esteja apto a respirar sem a 17 utilização da via aérea artificial, baseados em critérios clínicos e gasométricos. Pode-se iniciar com períodos de retirada do aparelho de 5 a 10 minutos, que podem ser estendidos até duas horas. Esta técnica não é muito utilizada em pediatria, pois aumenta muito o trabalho respiratório, uma vez que o paciente tem que vencer a resistência da cânula orotraqueal para iniciar a respiração. Tornando-se uma técnica desfavorável principalmente para crianças que possuem uma árvore brônquica menos calibrosa, bem como diafragma e músculos respiratórios menos resistentes a fadiga, ventilação colateralainda em formação, entre outras peculiaridades que podem causar um aumento ainda maior do esforço respiratório e até resultar em um insucesso do processo do desmame. 2. Ventilação mandatória intermitente: Esse modo de ventilação consiste em ciclos controlados com a possibilidade de o paciente realizar ciclos espontâneos entre os ciclos. As ventilações controladas podem ser sincronizadas, com esforço do paciente (SIMV) ou não (IMV). A ventilação mandatória intermitente (IMV) é o modo mais indicado para ventilar e desmamar crianças com peso inferior a 15 kg. A ventilação mandatória intermitente é ofertada por meio de aparelhos limitados a pressão, ciclados a tempo e com fluxo continuo. Sendo assim, não há necessidade do paciente realizar o esforço respiratório para deflagrar o aparelho e haver liberação de gás. Na ventilação sincronizada mandatória intermitente (SIMV) é necessária o esforço do paciente para haver o início do ciclo inspiratório, o que pode resultar em insucesso do processo do desmame, uma vez que a criança pode não conseguir sensibilizar o aparelho e necessitar de um esforço inspiratório maior, aumentando muito as chances de fadiga muscular e, consequentemente, retorno da ventilação controlada em um maior número de ciclos respiratórios, ocorrendo principalmente em prematuros e crianças com doenças neuromusculares. Porém, o aumento dos ciclos mandatórios faz-se necessário em alguns momentos para que haja repouso da musculatura respiratória. 3. Ventilação com pressão de suporte: A PSV é um modo limitado à pressão, na qual cada respiração é iniciada e finalizada pelo paciente. O paciente tem que ter drive respiratório para iniciar a fase inspiratória com abertura da válvula de demanda, liberando assim uma pressão que o ajuda. Essa redução pode ser baseada em parâmetros clínicos, ou seja, pelo padrão respiratório ou pelos parâmetros gasométricos. Apesar dos benefícios conhecidos da PSV, como menor esforço respiratório, menor fadiga muscular e consumo de oxigênio, favorecimento da estabilidade hemodinâmica e compensação da resistência imposta pela cânula endotraqueal, não há estudos conclusivos de que a PSV seja a melhor forma de desmame em crianças. Cuidados de enfermagem relacionados com ventiladores mecânicos: • A enfermagem controlará a existência de conexão entre o ventilador e a rede de gás, bem como os pontos do circuito e tubo endotraqueal ou cânulas de traqueostomia; 18 • Manter o carro de urgência e o material de oxigenação próximo ao paciente em uso de ventilação mecânica; • Cuidados ao mobilizar o paciente, não realizando manobras bruscas para evitar pinçamento do circuito e desconexões do ventilador o que causaria danos ao estado clínico do doente; • As traquéias do circuito devem esta livres de água ou qualquer outra substância para evitar infecções respiratórias; • Observar se os parâmetros programados estão de acordo com os prescritos e condizentes com o quadro clínico do paciente; • Estar atento aos alarmes sempre que ocorram. Manter ajustados os limites máximo e mínimo programados para os alarmes, observando com frequência os avisos ópticos e evitando confusão face a indicadores simultâneos; • Avaliar nível de consciência, estado de agitação, relaxantes musculares para conseguir uma adequada ventilação. • Aspiração de secreções: as secreções traqueais devem ser aspiradas somente quando necessário, pois a aspiração expõe o paciente a riscos como hipóxia, lesões da mucosa traqueal, atelectasia e infecção. Para detectar a presença de secreções, é necessário auscultar o paciente com frequência. Observar antes e durante a aspiração, ritmo cardíaco, a saturação de oxigênio no oxímetro e a PIC quando monitorada. Cada sucção deve durar menos de 5 segundos. Aspirar duas ou três vezes se necessário, permitindo que o paciente ventile e descanse entre as sucções. A prevenção da oclusão do tubo traqueal consiste na umidificação dos gases inspirados e adequada hidratação do paciente. Mobilização do paciente em VMI e cuidados com a pele e mucosas: o posicionamento adequado e a mobilização constante no leito favorecem a uma maior expansão pulmonar além de prevenir lesões de pele (Úlceras por Pressão), atelectasia, pneumonia e melhoram a higiene brônquica do paciente acamado e em uso de VMI. A pele e as mucosas (olhos, cavidade nasal e bucal) também requerem uma atenção especial de maneira a evitar ressecamento, ulcerações, traumas (córneas) e infecções (cavidade orofaríngea abundante bactérias saprófitas). 10.5 VENTILAÇÃO MECÂNICA NÃO INVASIVA A ventilação mecânica não invasiva é realizada com respiradores que vão nos auxiliar a ventilar um paciente que esteja em desconforto respiratório ou insuficiência respiratória, bem como, aqueles que, por algum motivo, não apresentem uma ventilação pulmonar adequada. Os respiradores de hoje são compactos, modernos e eficientes, atendendo a toda e qualquer exigência médica, podendo inclusive manter um paciente respirando até a chegada de um apoio médico ou uma ambulância. É qualquer tipo de suporte ventilatório que utilize pressão positiva e que seja ofertado ao paciente por algum tipo de máscara. Não utilize nenhum tipo de tubo ou cânula para a sua inoculação, independentemente do modo ventilatório ou parâmetro usados. Muito utilizados nas UTI’s em pré ou pós extubação. 19 A VNI é indicada para o paciente com insuficiência respiratória crônica estável ou lentamente progressiva Hipoventilação noturna com desaturação de O². Desconforto respiratório associado à restrição mecânica (obesidade mórbida) ou patológica (fraqueza da musculatura respiratória por exemplo). As vantagens incluem: • Eliminação das possíveis complicações associadas com a IOT; • Promoção de maior conforto ao paciente; • Preservação dos mecanismos de defesa das vias respiratórias; • Possibilidades de manutenção da fala e deglutição; • Promoção de maior flexibilidade na instituição e remoção da ventilação mecânica. Critérios de inclusão para VNI: • Pacientes colaborativo e capaz de proteger as vias aéreas e eliminar secreções pulmonares; • Capacidade de adaptação às máscaras nasal ou facial; • Pressão arterial controlada; • Ausência de convulsões; • Patologias mais comuns indicadas para VNI; • Doenças neuromusculares; • Lesões medulares; • Deformidades da caixa torácica; • Síndrome da Hipoventilação central; • Hipoventilação na obesidade; • Apnéia obstrutiva do sono; • DPOC descompensada. 1. CPAP: O paciente respira espontaneamente dentro do circuito pressurizado após ventilador mecânico. Uma pressão positiva predeterminada é mantida praticamente constante durante o ciclo respiratório. 20 2. BIPAP: modo ventilatório com dois níveis de pressão (inspiratória e uma expiratória), que se alteram nas vias aéreas. Utilizado também para exercícios, e quando o uso do CPAP se torna ineficiente, devido à necessidade de pressões inspiratórias maiores ou adaptação do paciente. Sua vantagem sobre o CPAP é onde suas duas pressões associadas dão ao paciente mais conforto ao respirar, simulando uma respiração espontânea com acompanhamento da respiração voluntária do paciente. 10.6 GASOMETRIA A gasometria arterial é um exame feito com sangue colhido numa artéria, com o objetivo de verificar os valores dos gases no sangue, nomeadamente o oxigênio e o carbono. Também permite determinar outros valores como o ph, sódio, potássio, bicarbonato e cálcio. Os pulmões e rins permitem a manutenção do equilíbrio metabólico e respiratório, ou seja, equilíbrio ácido - base do nosso organismo. As alterações ácido-base que podem ocorrer são: acidose ou alcalose metabólica e acidose ou alcalose respiratória. São avaliadas pelos valores da gasometria, nomeadamente pelo ph, PCO2, bicarbonato e saturação de oxigênio. Estas alterações resultam daalteração da concentração do bicarbonato ou do PCO2, mas também pode ser uma reação secundária compensatória do organismo. Tipicamente, os valores gasométricos são obtidos quando o quadro clínico do paciente sugere uma anormalidade na oxigenação, na ventilação e no estado acidobásico. Normalmente, essa amostra é coletada na artéria radial, perto do punho, mas também poderá ser coletada pela artéria braquial ou femoral. Através da amostra de sangue arterial, o laboratório pode determinar as concentrações de oxigênio e de dióxido de carbono, assim como a acidez do sangue, que não pode ser mensurada em uma amostra de sangue venoso. 21 • Ph: Avaliar o pH para determinar se está presente uma acidose ou uma alcalose. Um pH normal não indica necessariamente a ausência de um distúrbio acidobásico, dependendo do grau de compensação. O desequilíbrio acidobásico é atribuído a distúrbios ou do sistema respiratório (PaCO2) ou metabólico. • PaO2: A PaO2 exprime a eficácia das trocas de oxigênio entre os alvéolos e os capilares pulmonares, e depende diretamente da pressão parcial de oxigênio no alvéolo, da capacidade de difusão pulmonar desse gás, da existência de Shunt anatômicos e da reação ventilação / perfusão pulmonar. Alterações desses fatores constituem causas de variações de PaO2. • PaCO2: A pressão parcial de CO2 do sangue arterial exprime a eficácia da ventilação alveolar, sendo praticamente a mesma do CO2 alveolar, dada a grande difusibilidade deste gás. Seus valores normais oscilam entre 35 a 45 mmHg. Se a PaCO2 estiver menor que 35 mmHg, o paciente está hiperventilando, e se o pH estiver maior que 7,45, ele está em Alcalose Respiratória. Se a PCO2 estiver maior que 45 mmHg, o paciente está hipoventilando, e se o pH estiver menor que 7,35, ele está em Acidose Respiratória. • HCO3- : As alterações na concentração de bicarbonato no plasma podem desencadear desequilíbrios acidobásicos por distúrbios metabólicos. Se o HCO3- estiver maior que 28 mEq/L com desvio do pH > 7,45, o paciente está em Alcalose Metabólica. Se o HCO3- estiver menor que 22 mEq/L com desvio do pH < 7,35, o paciente está em Acidose Metabólica. Acidose Respiratória (Aumento da PCO2): Qualquer fator que reduza a ventilação pulmonar aumenta a concentração de CO2 (aumenta H+ e diminui pH) resultando em acidose respiratória. Causas de Acidose Respiratória: • Lesão no Centro Respiratório (AVE, TCE, tumor); • Depressão no Centro Respiratório (intoxicações, anestésicos, sedativos, lesões, narcóticos); • Obstrução de Vias Aéreas (Asma, DPOC, secreção, corpo estranho); • Infecções agudas (Pneumonias); • Edema Pulmonar; • SARA, Atelectasias, Pneumotórax, Fibrose Pulmonar; • Trauma torácico, deformidades torácicas severas; • P.O cirurgia abdominal alta, toracotomias; • Distensão abdominal severa; • Doenças Neuromusculares (Poliomielite); • Tromboembolia Pulmonar; • Fadiga e falência da musculatura respiratória. 22 Segue abaixo, um exemplo de uma acidose respiratória: pH = 7.30 PaO2 = 140 PaCO2 = 50 HCO3 = 24 BE = -6 SatO2 = 99% Alcalose Respiratória (diminuição da PCO2): Quando a ventilação alveolar está aumentada a PCO2 alveolar diminui, consequentemente, haverá diminuição da PCO2 arterial menor que 35mmHg, caracterizando uma alcalose respiratória (diminuição de H+, aumento do pH). Causas de Alcalose Respiratória: • Hiperventilação por ansiedade, dor, hipertermia, hipóxia, grandes altitudes; • Hiperventilação por VM; • Lesões do SNC, tumores, encefalites, hipertensão intracraniana; • Salicilatos e sulfonamidas; • - Alcalose pós-acidose. Segue abaixo, um exemplo de uma alcalose respiratória: pH = 7.58 PaO2 = 50 PaCO2 = 23 HCO3 = 22 BE = +5 SatO2 = 87% Acidose e Alcalose Metabólica São anormalidades na concentração de HCO3- (Bic) que podem alterar o pH do sangue. HCO3- = 22-28 mEq/L BE = +2 à –2 mEq/L Acidose Metabólica (diminuição de HCO3-) Causas de Acidose Metabólica: • Insuficiência Renal; • Cetoacidose diabética; 23 • Ingestão excessiva de ácidos; • Perdas excessivas de bases (diarreias); • Hipóxia (insuficiência respiratória, choque circulatório); • Hipertermia, doenças infecciosas, anorexia. Segue abaixo, um exemplo de uma acidose metabólica: pH = 7.32 PaO2 = 89 PaCO2 = 38 HCO3 = 15 BE = -7 SatO2 = 97% Alcalose Metabólica (aumento de HCO3-) Causas de Alcalose Metabólica: • Oferta excessiva de bicarbonato; • Perda de suco gástrico por vômitos ou aspirações de sondas gástricas; • Uso abusivo de diuréticos e corticosteróides; • Insuficiência respiratória crônica (retentores crônicos de CO2). Segue abaixo, um exemplo de uma alcalose metabólica: pH = 7.50 PaO2 = 93 PaCO2 = 43 HCO3 = 31 BE = +3 SatO2 = 96% Técnica de coleta de gasometria arterial: Material utilizado: • Seringa de vidro 5 ml; • 02 agulhas descartáveis 25x7; • Heparina; • Uma tampa pequena de borracha; • Par de luvas de procedimento; • Algodão com álcool; • Cuba rim. Descrição da técnica: 24 • Reunir o material; • Lavar as mãos; • Explicar o procedimento ao paciente; • Calçar luvas; • Montar a seringa com a agulha; • Fazer antissepsia do frasco de heparina com algodão embebido em álcool; • Aspirar 0,1 ml do frasco de heparina, puxando o êmbolo da seringa até o final da mesma para heparinizá-la corretamente; • Trocar a agulha, retirar todo o ar da seringa e proteger a nova agulha; • Identificar a seringa com o nome do paciente, leito, número do registro, horário e data da coleta; • Escolher o local da punção, palpar e sentir a pulsação (artérias braquial, radial, pediosa, femoral); • Fazer a antissepsia da pele com algodão embebido em álcool; • Fixar a artéria entre os dedos indicador e médio; • Posicionar a agulha e a seringa corretamente (ângulo de 90º para artéria femoral, 30º para artéria radial e pediosa, 45º para artéria braquial); • Puncionar a artéria introduzindo a agulha lentamente, com o bisel voltado para cima; • Deixar o êmbolo da seringa subir normalmente logo que o sangue se torne visível; • Colher aproximadamente 2 ml de sangue arterial; • Retirar todo o ar da seringa, fixando o seu êmbolo através da ponta da agulha espetada numa tampa de borracha; • Pressionar firmemente a artéria por cerca de 5 a 10 minutos, assegurando-se da ausência de sangramento; • Encaminhar o material para o laboratório. 11. TIPOS DE CHOQUES: 11.1 NEUROGÊNICO. 11.2 CARDIOGÊNICO. 11.3 HIPOVOLÊMICO. 11.4 ANAFILÁTICO. 11.5 SÉPTICO. Conteúdo elaborado e apresentado pelos alunos em sala de aula (definição; fisiopatologia; causas; diagnóstico; manifestações clínicas; tratamento; drogas usadas no tratamento; assistência de enfermagem). Apresentação oral e entrega da parte escrita ao professor. Deverá ser realizado um resumo para todos os alunos da turma (conteúdo fará parte de avaliação). 25 12. PCR E CPCR: É a cessação súbita dos movimentos cardíacos e ventilatórios. Entende-se por parada cardíaca a “cessação súbita do batimento cardíaco efetivo, que representa a função normal do coração como bomba. Resulta em inadequado aporte de sangue oxigenado aos órgãos vitais”. (Lopez, 1975). É necessário um contínuo treinamento e atualização de conhecimentos e técnicas, sob a responsabilidade do enfermeiro. O cuidado intensivo inclui o atendimento de emergência e a prevenção da parada cárdio-respiratória. Ocorre-se uma parada cárdio-respiratória, uma ação rápida e eficaz é esperada: consiste em um pronto diagnóstico, no estabelecimento de uma via para ventilação e oxigenação, no estabelecimento de uma circulação pela compressão cardíaca externa e na terapia definitiva. Causas da parada cárdio-respiratória 1. Respiratórias: • Obstrução de vias aéreas superiores;• Falência respiratória (hipóxia); • Maciça aspiração ou regurgitação/aspiração. 2. Circulatórias: • Oclusão coronariana; • Arritmias; • Episódios tromboembólicos; • Sepse. 3. Distúrbios metabólicos: • Hipercalemia secundária à falência renal, maciça transfusão de sangue; • Desequilíbrio eletrolítico; • Hipocalcemia; • Alterações do pH (acidose ou alcalose). 4. Drogas e anestésicos: • Administração rápida de drogas por via endovenosa/diazepan; • Dose excessiva de anestésico; • Reações de sensibilidade a drogas ou superdoses de medicamentos. As principais características são a perda de consciência, cessação da respiração e desaparecimento de evidencias de contração cardíaca. A dilatação das pupilas (midríase) é um dado significativo na parada cárdio- respiratória. Começa aproximadamente 30 a 45 segundos após a parada e é completa em cerca de 2 minutos sem circulação efetiva. 26 O diâmetro pupilar é usado como “guia” durante as manobras: pupilas pequenas indicam que a compreensão cardíaca e a ventilação artificial estão sendo adequadas na oxigenação sanguínea cerebral. Finalidades: • Irrigação imediata dos órgãos vitais (cérebro e coração), com sangue oxigenado e técnicas de ventilação pulmonar e circulação artificial; • Restabelecimento dos batimentos cardíacos. Diagnóstico: Realizado através dos seguintes sinais: • Inconsciência • Ausência de batimentos cardíacos (nos grandes vasos - carótida e femoral) e ausência de movimentos respiratórios ou respiração agônica. Treinamento preparo e avaliação periódica do pessoal de enfermagem da UTI: O treinamento da equipe de enfermagem da UTI na PCR tem como objetivo primordial reduzir ao mínimo a duração da mesma, através de medidas que permitam atuação rápida, eficiente e sistematizada, atingindo automatização total, das diversas etapas de atendimento. É feito em etapas que facilitam a avaliação periódica da atuação da equipe de enfermagem. 1. Primeira etapa: Abrange a identificação prévia de uma parada cardiopulmonar, através de vigilância e observação atenta dos sinais vitais, traçados eletrocardiográfico, temperatura, coloração da pele e mucosas, estadas de consciência do paciente. 2. Segunda etapa: Consiste na familiarização da equipe com todos os equipamentos, material e medicamentos utilizados no atendimento de uma PCR. 3. Terceira etapa: Treinamento para sistematização de medidas que contribuem para reduzir ao mínimo o prazo de estagnação sanguínea e de baixa oxigenação dos tecidos, que ocorrem numa PCR. Para facilitar a execução correta das diversas etapas da recuperação cardíaca, existem algumas medidas, expostas a seguir: a) Medidas mecânicas: medidas relacionadas com a recuperação imediata do paciente, onde o fator ou elemento tempo é de fundamental importância. São feitas avaliações relacionadas com o tempo útil gasto pelo funcionário no reconhecimento, identificação e localização de cada equipamento, material e medicamentos, bem como destreza ou habilidade no manejo de monitores e respiradores. b) Medidas farmacológicas: abrangem o reconhecimento, preparo e aplicação de medicamentos usados no processo cardiopulmonar. 27 c) Medidas eletrônicas: conhecimento para monitorização imediata do paciente, identificação e preparo do desfibrilador e cuidados relativos à aplicação de choque elétrico. Para facilitar a execução das ações dentro dos princípios e medidas, a unidade deve dispor de equipamento e material centralizados em carros móveis. A revisão e a reposição do material nesses carros devem ser feitas rotineiramente em cada plantão e imediatamente após seu uso. A avaliação da equipe de enfermagem deve ser efetuada após treinamento individual e coletivo, com situações simuladas, e também após a vigência de uma situação real. Material e equipamento: O atendimento na unidade deve ser o mais rápido possível. Assim, a simples colocação de pilhas no laringoscópio pode representar uma desnecessária e prejudicial perda de tempo. Um carro (tipo carro de anestesia) pode ser preparado para conter exclusivamente o material para entubação orotraqueal, a fim de atender à prioridade no estabelecimento de uma via aérea livre no paciente. Medidas de emergência: Reconhecida a PCR, a decisão de iniciar o processo de reanimação deve ser tomada pelo enfermeiro, sem ordens especificas: oxigenoterapia preparo antecipado das drogas a serem eventualmente utilizadas e início das atividades de ressuscitação. O processo se inicia com um rápido golpear do precórdio, uma ou duas vezes, com o punho fechado (o choque mecânico pode reverter um coração em parada) e a colocação do paciente em decúbito dorsal horizontal, sobre uma superfície resistente (prancha). Ressuscitação cardiopulmonar: As fases da ressuscitação cardiopulmonar são: ABC: • Air ways: vias aéreas; • Breathing: respiração; • Circulation: circulação. a) Vias aéreas livres: A parada cardíaca ocasiona a perda do tono muscular da língua, do palato mole e da epiglote, provocando um colapso obstrutivo das vias aérea superiores. Com a hiperextensão do pescoço e descolamento da mandíbula para frente, a obstrução pode ser aliviada. Se houver vomito, a cabeça do paciente deve ser virada para um lado e a boca aspirada. Prótese dentaria devem ser retiradas. b) Restabelecimento da respiração: A ventilação é iniciada imediatamente, junto com a compressão cardíaca. Uma máscara acoplada a um reanimador manual (Ambú) é utilizada, com a administração de oxigênio a 100% (15l/min). Com o pescoço em hiperextensão, a traqueia deve ser entubada logo que possível o que proporciona uma ventilação controlada. Durante a ressuscitação cardiopulmonar, deve-se continuar com a ventilação manual. Uma vez completada a entubação: • Não é necessária a sincronização com as compressões torácicas; • Manter a ventilação a cada 6 segundos, em média 12 a 15 vezes por minuto. 28 c) Restabelecimento da circulação: O coração é comprimido entre o esterno e a coluna vertebral, forçando o sangue aos sistemas circulatório sistêmico e pulmonar. A técnica é importante para assegurar bons resultados e evitar serias complicações (fraturas de costelas, de esterno, laceração de órgãos etc.). A compressão deve ser rápida e deprimir o esterno cerca de 5 cm. Uma frequência de 120 compressões por minuto é desejada; o fluxo sanguíneo é satisfatório quando as pupilas se contraem (miose) e os reflexos retornam espontaneamente; tornam-se palpáveis os pulsos femoral e carotídeo. A cada 30 (trinta) compressões (massagens), parar para fazer 02 (duas) ventilação eficiente, fazer sincronizado. À esquerda, a localização correta da mão sobre a metade inferior esquerda do esterno; à direita, a posição adequada do socorrista, com os ombros diretamente sobre o esterno da vítima e os cotovelos esticados. d) Terapêutica definitiva: Passo final da reanimação cárdio-respiratória, as drogas são utilizadas, até que haja um bom pulso e fique mantida uma oxigenação cerebral eficiente. Acesso venoso: obter veia calibrosa, de preferência puncionar com Abocath ou jelco 14, 16,18 e ou intracath. As drogas mais comumente usadas em PCR são: 1. Bicarbonato de sódio: Ação: alcalinização (eleva o pH sanguíneo). Para combater os radicais ácidos nas musculaturas que são carregados pela corrente sanguínea. A acidose metabólica que pode ocorrer durante a parada cardíaca diminui a contratilidade miocárdica; deve ser corrigida. A acidose acompanha os estados de hipoperfusão e é uma das causas de manutenção da parada cardíaca e da fibrilação. 2. Isoproterenol (Isuprel): Aumenta o débito cardíaco pelo aumento da frequência ventricular. Estimula a contratilidade cardíaca. É indicado quando há constrição periférica e hipotensão, consequentes a um debito cardíaco baixo. É usado por via endovenosa (2mg/500mlde soro glicosado a 5%). Observar se não há aparecimento de taquicardia durante a infusão. O Isoproterenol é um agente adrenérgico, pois: • Aumenta o debito cardíaco; • Aumenta o ritmo cardíaco; • Aumenta a contratilidade cardíaca, aumenta também a pressão arterial sanguínea; • Dilata os sistemas arterial e venoso periférico e, promove melhor perfusão ao nível dos tecidos. 29 O uso do Isoproterenol é preconizado até que: • Diminua a vaso constrição periférica; • Aumente ou estabilize a pressão sanguínea; • Haja fluxo urinário constante e eficaz. • Há interrupção da referida droga quando: • O ritmo cardíaco se eleve até 120-130 bpm; • Há aparecimento de alguma arritmia. 3.Noradrenalina (Levofed): Ação: agente estimulante, constrição dos vasos sanguíneos periféricos, aumento da pressão sanguínea. É um potente agente vasopressor. Age como um estimulante, como vasoconstritor periférico e estimulante da fibra cardíaca (ação semelhante exercida pelo Isoproterenol). Dosagem e administração: 2 a 8 ampolas em 1.000ml de SG a 5 %, com gotejamento controlado de acordo com a pressão sanguínea. Efeitos colaterais: irritabilidade ventricular; necrose de pele quando há extravasamento. 4. Gluconato de cálcio a 10%: Ação sobre o miocárdio (produz aumento da excitabilidade e da força de contração do coração). Melhora a contratilidade do coração Dosagem e administração: 5 a 10ml, EV. Efeitos colaterais: distúrbio da condução; irritabilidade ventricular. 5. Epinefrina (Adrenalina): Ação: visa restabelecer a atividade do coração como uma bomba contrátil. Dosagem e administração: EV ou intracardíaco: 1:1.000 (1ml). Efeitos colaterais: aumenta as necessidades de oxigênio do miocárdio; aumenta a irritabilidade ventricular; palpitações; tremor; dispnéia; taquicardia sinusal; palidez. Ajuda a começar a atividade de um coração em assístolia e facilita a desfibrilação; melhora a condução. 6. Atropina: usada para aumentar a frequência cardíaca. 7. Lidocaína: no tratamento de arritmias ventriculares, especialmente na taquicardia ventricular e fibrilação ventricular. 8. Dopamina: diluído em soro glicosado, ele aumenta a pressão arterial e frequência cardíaca, sendo usado pós-sucesso nas manobras de RCP. Aumenta pressão arterial e a frequência cardíaca. 9. Soluções parenterais: como veiculo de medicação. 10. Drogas antiarrítmicas: podem ser usadas para reduzir a irritabilidade do miocárdio quando a fibrilação ventricular e a taquicardia ventricular forem acompanhadas de desfibrilação. São elas: xylocaína, procainamide e quinidina. 11. Desfibrilação: diante de um paciente com um ritmo de fibrilação ventricular identificada no monitor, iniciam- se, simultaneamente com as manobras de ressuscitação, as ações para efetuar o choque elétrico. A intensidade do choque elétrico é medida em unidade denominada watt/segundo ou joules. O choque eficaz para despolarizar o coração através da parede torácica é, em geral, de 50 a 360 watt/seg (joule), sendo a descarga elétrica 30 aplicada por meio de dois eletrodos de pá, previamente preparados com pasta eletrolítica. Comparando-se as diversas posições das duas pás sobre o tórax, verifica-se que a melhor é a anteroposterior, com uma pá aplicada ao nível inferior da escapula esquerda e outra sobre o precórdio, pois é a que necessita de menor quantidade de energia para se obter a remoção da arritmia. Obs.: não misturar bicarbonato de sódio a adrenalina, dopamina, cálcio, noradrenalina, pois se pode inativá-las. Medidas de manutenção do paciente: Uma vez recuperadas as funções em tempo hábil, a situação deverá evoluir para uma estabilidade clínica. É importante, que se determine a causa original da PCR e que se diagnostiquem as complicações da mesma, tomando-se medidas corretivas neste sentido. A recuperação do paciente tornar-se-á impossível ou, se conseguida, poderá ser de curta duração. A responsabilidade com esse paciente continua mesmo após passada a fase critica, sua observação rigorosa e continua não deverá ser substituída pela aparelhagem. Apesar de saber que cada paciente deve ser considerado individualmente, certo necessidades comuns nos permitem traçar, condutas de manutenção do indivíduo pós-recuperado. Uma avaliação clinica e laboratorial completa deve ser feita, enquanto se mantém observação constante, especialmente das funções vitais, o diagnóstico e o tratamento das complicações. O aspecto psicológico não deve ser esquecido para o paciente que acaba de ser reanimado. O sofrimento e o desconforto físico podem ser intensos para o paciente, ao recobrar a consciência, vendo-se preso a inúmeros fios desconhecidos. Deve-se procurar confortá-lo e atendê-lo em suas necessidades emocionais. Cuidados pós-parada cardíaca: • Monitorização cardíaca; • Pressão arterial; • PVC; • Drogas antiarrítmicas; • Marca-passo cardíaco; • Correção do balanço ácido-base; • Ventilação – alguns pacientes não reassumem a função respiratória, deve-se então coloca-los sob assistência respiratória mediante respiradores artificiais; • Função renal; • Tratamento das complicações neurológicas. Controle da PA com emprego da DOPA/NORA. Manutenção de uma estabilidade hemodinâmica para permitir boa perfusão cerebral. Quando os esforços da PCR devem ser encerrados: A difícil decisão de encerrar ou não as manobras de RCP cabe ao médico, que é o responsável legal pelo paciente. Uma declaração de morte é feita quando um indivíduo sofreu cessação irreversível de todas as funções do encéfalo ou cessação irreversível das funções cardiopulmonares. 31 As manobras podem ser suspensas após 20 a 30 minutos, quando não se consegue a recuperação da função cardíaca espontânea. Este tempo pode ser prolongado até 40 a 60 minutos (ou mais), desde que haja indícios de que a função cerebral ainda esteja preservada (miose ou pupilas foto reagentes, presença de esforços respiratórios etc.). Suspensas também na ausência efetiva de recuperação das funções cerebrais, como midríase, apneia. Cada caso dever ser avaliado individualmente com muito critério. Sempre que possível, a decisão de não se insistir ou de se suspender os esforços da PCR deve ser tomada em conjunto por dois ou mais médicos que atendam o paciente durante a PCR. 13. MEDICAÇÕES UTILIZADAS EM UTI: 1. Opióides: Os opióides são agonistas dos receptores opióides encontrados nos neurônios de algumas zonas do cérebro, medula espinal e nos sistemas neuronais do intestino. Os receptores opióides são importantes na regulação normal da sensação da dor. A sua modulação é feita pelos opióides endógenos (fisiológicos), como as endorfinas e as encefalinas, que são neurotransmissores. Principais opióides: Morfina (analgésico entorpecente). Indicação: Dor intensa, sedação pré-operatória e adjuvante da anestesia, dor associada ao enfarto do miocárdio, tratamento adjuvante do EAP, tosse convulsiva (ICC). Cuidados de enfermagem: • Durante a terapia, monitore a função renal, PA, eletrocardiográfica e frequência respiratória; • VO: os comprimidos não devem ser mastigados ou macerados; • IV: administre lentamente para evitar reações adversas. • Atentar para sinais de euforia, alteração de comportamento, registrando tais alterações e atentando para agressividade; • Atentar para alterações gastrointestinais, de pele e sistêmicas; • Indagar sobre o paciente ser portador de IAM e hipertensão arterial. Fentanil (analgésico-narcótico). Indicações: Consiste em sedação, analgesia principalmente em intervenção cirúrgica. Cuidados de enfermagem: • Atentar para sinais de alteração de comportamento: registrar escala de sedação de Ramsey; • Registrar momento do início da administração da sedação e da suspensão do fármaco; • Atentar para alterações gastrointestinais; • Manter cliente em monitorização de pressão arterial, eletrocardiográficae frequência respiratória; • Atentar para alterações em pele e sistêmicas; • Indagar sobre o cliente ser portador de IAM e depressão grave e miastenia grave. 32 Tramadol (analgésico entorpecente). Indicação: Tramadol é indicado para dor de intensidade moderada a grave, de caráter agudo, subagudo e crônico. Cuidados de enfermagem: • Durante a terapia monitore frequentemente a função intestinal; • Exames laboratoriais: o medicamento pode causar aumento da creatinina sérica, elevação das enzimas hepáticas e diminuição de hemoglobina e proteinúria; • Superdosagem e Toxidade: a superdosagem pode causar depressão respiratória e convulsões; • VO: a medicação pode ser administrada sem alimentos. 2. Benzodiazepnicos: As benzodiazepinas são um grupo de fármacos ansiolíticos utilizados como sedativos, hipnóticos, relaxantes musculares, para amnésia anterógrada e atividade anticonvulsionante. A capacidade de causar depressão no SNC deste grupo de fármacos é limitada, todavia, em doses altas podem levar ao coma. Não possuem capacidade de induzir anestesia, caso utilizado isoladamente. Midazolan (hipnótico). Indicações: Sedação, indução de amnésia, convulsões. Cuidados de enfermagem: • Atentar para alteração do nível de consciência; • Aplicar escala de sedação de Ramsay e atentar para sinais de agitação psicomotora; • Manter cliente em monitoração de pressão de PA, eletrocardiográfica e frequência respiratória; • Registrar início e retirada da droga; • Indagar sobre o cliente ser portador de miastenia e insuficiência renal ou hepática; • Realizar auxílio durante deambulação para prevenir quedas; • IV: uso exclusivo hospitalar; a medicação deve ser administrada somente sob supervisão médica e mediante emprego de medidas de apoio, nos casos de insuficiência cardiorrespiratória. 3. Medicamentos vasoativos. Drogas vasoativas são aquelas que atuam sobre o coração e os vasos. Amiodarona (antiarrítmico). Indicação: Arritmias supraventriculares; Arritmias ventriculares; Prevenção de morte súbita; Fibrilação atrial. Cuidados de Enfermagem: • No início da terapia ou durante o ajuste da dose, monitore: PA, FC e RC, diante de qualquer alteração, comunique o médico; • Durante a terapia monitore: função pulmonar, funções tireoidianas e hepática. • VO: medicação deve ser administrada durante as refeições para diminuir a intolerância gastrointestinal (GI); • IV: durante a infusão, monitore a Função cardíaca; 33 • Não administrar a medicação em casos de bradicardia, bloqueio atrioventricular, bloqueio sinoatrial; • Registrar características da função intestinal; • Incentivar aceitação da dieta; • Registrar aspecto da coloração da pele, atentar para cefaléia e artralgia; • Evitar exposição da medicação a luz solar. Dobutamina (cardiotônico não digitálico). Indicação: Choques de origem cardiogênico ou em ocasiões em que o comprometimento cardiogênico se fizer presente; Insuficiência cardíaca congestiva; Baixo débito cardíaco; Tratamento em curto prazo da insuficiência cardíaca descompensada, após cirurgia cardíaca, insuficiência cardíaca congestiva e infarto agudo do miocárdio. Cuidados de enfermagem: • Durante a terapia, monitore: PA, ECG, fluxo urinário, débito cardíaco, PVC, pressão sanguínea pulmonar e pressão dos capilares pulmonares; • VO: medicação deve ser administrada após as refeições; • IV ou SC: durante a administração da droga, deve-se evitar o seu extravasamento, diante dessa ocorrência, uma necrose poderá ser prevenida pela imediata infiltração de 10-15 ml de cloreto de sódio 0,9% contendo 5-10mg de fentolamina; • IM ou SC: de acordo com as circunstâncias clínicas, o sulfato de efedrina poderá ser administrado por essas vias. Dolantina (pré-anestésico). Indicações: Dolantina está indicada nos estados de dor e espasmos de várias etiologias, tais como: infarto agudo do miocárdio, glaucoma agudo, pós-operatórios, dor consequente à neoplasia maligna, espasmos da musculatura lisa do trato gastrintestinal, biliar, urogenital e vascular, rigidez e espasmos do orifício interno do colo uterino durante trabalho de parto e tetania uterina. Dolantina pode ser empregado ainda como pré- anestésico ou como terapia de apoio ao procedimento anestésico. Cuidados de enfermagem: • Observar melhora quadros álgicos e comunicar equipe médica; • Informar que tabagismo e álcool podem aumentar concentração da droga durante tratamento; • Produto não pode ser tomado por mais de 10 dias; • Orientar não ingerir produto depois das refeições com alto teor de gordura; • Informar paciente durante aplicação IV pode ter taquicardia. Dopamina (cardiotônico não digitálico). Indicação: Choque séptico, cardiogênico e baixo fluxo renal; disfunção miocárdica e baixo fluxo. Após PCR: indicação para ocasionar hipertensão transitória, melhorando a perfusão cerebral. Cuidados de enfermagem: • A medicação deve ser administrada exatamente conforme recomendado; 34 • Durante a terapia monitore: PA, ECG, PVC, débito e frequência cardíaca, balanço hídrico, cor e temperatura das extremidades e diante de um aumento desproporcional da PA diastólica, reduza o fluxo da infusão e acione o enfermeiro e ou médico; • IV: dilua em soro fisiológico 0,9% ou glicosado 5%, infunda em uma veia de grosso calibre; • Não administrar juntamente com soluções alcalinas (bicarbonato de sódio); • Solução deve ser trocada a cada 2hs; • Atentar para cefaléia, tonteira, náuseas, tremores e ansiedade; Noradrenalina. Indicação: Choque distributivo (séptico), choque cardiogênico, IAM, insuficiência coronariana e aumento da perfusão renal (baixas doses). Cuidados de enfermagem: • Observar e registrar frequência cardíaca, PA; • Registrar traçado eletrocardigráfico no momento da administração do fármaco; • Observar sinais de palidez cutaneomucosa, tremores musculares e náusea; • Indagar sobre o cliente ser portador de glaucoma, angina pectoris e aterosclerose; • Registrar glicemia capilar e dosagens de hormônios tireoidianos; • Administrar medicação o mais proximal possível da inserção venosa; • Não administrar em veia periférica. Adrenalina. Hormônio endógeno em resposta ao estresse atua sobre o miocárdio, músculos vasculares e outros músculos lisos. Exerce broncodilatação brônquica. Indicações: Estados de choque circulatório que não respondem às outras catecolaminas menos potentes, em particular no choque cardiogênico e distributivo. Broncoespasmos severos. Nas manobras de ressuscitação cardiopulmonar. Casos graves de anafilaxia. Diluição: SG 5%, SF 0,9%, SG 10%. Efeitos adversos: excitação, ansiedade, arritmias ventriculares, isquemia de extremidades, crise hipertensiva, vasoconstricção renal, aumento do consumo de O2 pelo miocárdio, edema agudo do pulmão, hiperglicemia. Incompatibilidade: materiais alcalinos, agentes oxidantes, bicarbonato de sódio, halogênios, permanganatos, cromatos. Manter longe dos nitratos e sais de metais, ferro, cobre e zinco. Nitroprussiato de sódio (Nipride®) Vasodilatador de padrão balanceado arterial e venoso. Venodilatação resulta de diminuição da pré-carga – queda do trabalho cardíaco – melhora da angina. ICC reduz a pressão venosa pulmonar e sistêmica e aumenta o volume sistólico e o DC – discreta redução da FC e da PA. Indicação: crises hipertensivas, emergências hipertensiva, PO de cirurgia grande porte, ICC Diluição: 1 ampola em 248 ml SG5%, SF0,9%. Estabilidade: 1ª diluição 4 horas ao abrigo da luz. A solução para infusão até 24 horas protegida da luz. Efeitos colaterais: hipotensão, intoxicação por tiocianeto. 35 Efeito tóxico tiocianeto: fadiga, náuseas, anorexia, miose, psicose tóxica, hiperreflexia e convulsões. Nitroglicerina (Tridil®, Nitradisc®, Nitrodermtts®). Diminui o tônus venoso leva à diminuição da pré-carga e diminuição do trabalho ventricular. Indicação:Insuficiência cardíaca aguda sem hipotensão e insuficiência coronariana. Angina instável. Controle do ICC. Hipertensão. Diluição: SG 5%, SF09%, SG 10%. Estabilidade: 24 horas, protegido da luz 48h. Instável em contato com plásticos, fotossensível. Efeitos colaterais: Hipotensão, hipotensão postural, taquicardia, palpitação, síncope, colapso, angina. Contraindicado: Hemorragia cerebral; Tamponamento pericárdico; Uso de Viagra. 36 UNIDADE III 14. ESCALA DE COMA DE GLASGOW E ESCALA DE RAMSAY; MORTE ENCEFÁLICA E EEG: 14.1 ESCALA DE COMA DE GLASGOW: A Escala de Coma de Glasgow (ECG) define o nível de consciência mediante a observação do comportamento, baseando-se em um valor numérico. É o sistema de pontuação mais utilizado internacionalmente para avaliação de pacientes comatosos em cuidados intensivos. Desenvolvida por Teasdale e Jennett em 1974, na Universidade de Glasgow, foi criada para padronizar as observações clínicas de adultos com TCE em estado grave, com alterações da consciência. A escala tinha o objetivo de minimizar a variação entre observadores, permitir estudos comparativos sobre diferentes condutas e ter um guia para estimar prognóstico. Em1976 foi revisada com a adição de um sexto valor na resposta motora. A ECG proporciona uma abordagem padronizada e universal para monitorar e avaliar os achados da avaliação neurológica. É um instrumento clínico com grande valor preditivo e sensibilidade para avaliar pacientes com alterações do nível de consciência em serviços de emergência. Na atualidade, é utilizada mundialmente para a avaliação do nível de consciência, auxilia na determinação da gravidade do trauma, na interpretação do estado clínico e prognóstico do paciente e nas pesquisas clínicas de enfermagem. A ECG avalia a reatividade do paciente mediante a observação de três parâmetros: abertura ocular, reação motora e resposta verbal. A aplicação da ECG é aparentemente simples e deve ser feita com base no exame do paciente 6 horas após o trauma. O intervalo de 6 horas foi recomendado por seus autores, tendo em vista que durante as primeiras horas pós-trauma muitos pacientes são sedados para serem intubados, ou para alívio da dor, o que pode interferir na pontuação obtida e na avaliação global do nível de consciência. Cada componente dos três parâmetros recebe um escore, variando de 3 a 15, sendo o melhor escore 15 e o menor 3. Pacientes com escore 15 apresentam nível de consciência normal. Pacientes com escores menores que são considerados em coma, representando estado de extrema urgência. É importante identificar em tempo hábil os pacientes com causa reversível e potencial para um resultado favorável. O escore 3 é compatível com morte cerebral, no entanto, para a confirmação de morte cerebral, há a necessidade de avaliar outros parâmetros. Com a atualização de 2018, acrescenta-se à escala a análise da Reatividade Pupilar. Essa deve ser verificada após a avaliação dos três outros fatores e o resultado deve ser subtraído do valor obtido anteriormente. As notas atribuídas à Reatividade Pupilar do paciente devem de encaixar em: (2) Inexistente = nenhuma pupila reage ao estímulo de luz, (1) Parcial = apenas uma pupila reage ao estímulo de luz e (0) Completa = as duas pupilas reagem ao estímulo de luz. Um dos pesquisadores do projeto, Dr. Brennan, propôs como um exemplo um caso hipotético em que se pode utilizar a escala nos moldes da atualização de 2018: “Imagine que você é chamado para avaliar um paciente que tenha sido projetado do assento do passageiro de um carro em alta velocidade. Ele não faz movimentos oculares, verbais ou motores espontâneos, nem em resposta às suas solicitações verbais. Quando estimulados, os olhos dele não abrem e ele emite 37 apenas sons incompreensíveis, e os braços dele estão em flexão anormal. Este paciente pode ser classificado como O1V2M3 pela escala de coma de Glasgow, dando uma pontuação total de 6. Nenhuma das pupilas reage à luz, gerando uma pontuação de reatividade pupilar igual a 2. Neste caso, a escala de coma de Glasgow com reação pupilar será de 6 menos 2, ou seja, 4 pontos. “Com uma pontuação de 6 na escala de coma de Glasgow existe uma possibilidade de morte de 29% em seis meses. Quando a reatividade pupilar e a ECG são combinadas para dar a escala de coma de Glasgow com reação pupilar, a mortalidade aumenta para 39%”. 14.2 ESCALA DE SEDAÇÃO RAMSAY É um método de avaliação do nível de sedação e um instrumento preponderante que é utilizado à beira do leito em Unidades de Terapia Intensivas por médicos, enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem devidamente treinados. A aplicabilidade deste instrumento possibilita a atuação direta e intensiva do profissional de enfermagem ofertando ao paciente um trabalho com qualidade. É um tipo de escala subjetiva, utilizada para avaliar o grau de sedação em pacientes, visando evitar a sedação insuficiente (o paciente pode sentir dores) ou demasiadamente excessiva (colocando-o em risco de morte). Tem sido usado principalmente para avaliar pacientes em unidade de terapia intensiva. A escala de Ramsay foi descrita pela primeira vez pelo medico Michael Ramsay como parte de um estudo sobre o efeito de um esteróide anestésico publicado em 1974. Ela compreende valores que vão de 1 a 6, atribuídos observando as respostas dadas pelo paciente após estímulos e podem ser: 38 14.3 MORTE ENCEFÁLICA E EEG Morte encefálica é a definição legal de morte. É a completa e irreversível parada de todas as funções do cérebro. Isto significa que, como resultado de severa agressão ou ferimento grave no cérebro, o sangue que vem do corpo e supre o cérebro é bloqueado e o cérebro morre, mesmo que o coração ou pulmões consigam ser mantidos funcionando por aparelhos ou medicamentos. Morte encefálica é permanente e irreversível. Como a morte encefálica é determinada? Quando o paciente entra em um estado de coma em que ela não reage mais de forma alguma a estímulos externos e nem aparenta percebê-los. O diagnóstico da morte cerebral deve ser feito seguindo uma lista de critérios determinado pela Academia Brasileira de Neurologia e baseada em protocolos internacionais. 1. Primeiramente é preciso que o médico exclua fatores que podem estar tornando a atividade cerebral imperceptível: • Hipotermia: quando a temperatura corporal está abaixo de 34ºC, o corpo reduz a atividade cerebral como forma de proteção. • Presença de distúrbios metabólicos: existem doenças que também podem reduzir a atividade do cérebro quando não revertidas. • Uso de drogas sedativas: anestésicos e alguns tipos de medicamentos como os barbitúricos também podem levar a queda da atividade cerebral. 2. Seguimento do processo de identificação - exame clínico pela equipe médica: Eliminada as hipóteses de atividade cerebral imperceptível, o médico faz um exame clínico que inclui os seguintes testes: • Reflexo da pupila: com auxílio de uma lanterna, o médico percebe se o paciente reage à luz; • Reflexo da córnea: ao encostar um tecido na córnea do paciente, o especialista repara se ele reage ou pisca; 39 • Teste oculomotor: mantendo os olhos do paciente abertos, ele movimenta sua cabeça observando se há algum movimento dos olhos; • Teste calórico: injeta-se uma pequena quantidade de soro fisiológico gelado no ouvido do paciente, para ver se ele tem algum movimento ocular na direção deste estímulo; • Estímulo doloroso: o médico bate na testa, articulação da mandíbula ou nas unhas do paciente, esperando alguma reação à dor; • Reflexo de tosse: a traqueia é aspirada, percebendo se o paciente tosse involuntariamente com esta ação; • Teste de apneia: o ventilador que mantém o paciente respirando é desligado por 10 minutos e os especialistasmedem alguns parâmetros, como a taxa de gás carbônico no sangue, que indicam se ele está respirando sozinho. Caso o paciente não reaja a nenhum destes testes, ainda é preciso comprovar a inatividade cerebral. EXAMES CEREBRAIS: • Eletroencefalograma: que avalia os impulsos elétricos do cérebro (mais utilizado e fidedigno); • Doppler transcraniano: capaz de observar a pulsão de sangue pelas artérias; • Arteriografia digital: em que mostra as artérias do cérebro. Importante e obrigatório: O diagnóstico precisa ser feito por dois médicos diferentes, que não precisam ser necessariamente neurologistas, em um intervalo de tempo que varia de seis a 24 horas, ou até 48 horas no caso de crianças. Causas mais comum: • Acidentes vasculares cerebrais (AVC); • Traumatismos cranianos (que podem ser decorrentes de acidentes); • Tumores cerebrais; • Coma alcoólico; • Infarto; • Hemorragia cerebral. Após diagnostica a morte encefálica: 40 A morte cerebral é considerada um quadro oficial de morte, em que não há mais chances do cérebro retomar suas atividades e a pessoa voltar à vida. Portanto, depois que o fato é comunicado à família, os parentes de 1º grau sinalizam se a pessoa quer ser ou não doadora de órgãos e as máquinas são desligadas. Durante um quadro de morte cerebral o cérebro costuma ser o único órgão comprometido, portanto as estruturas tendem a estar mais apropriadas para um transplante. Quando há uma morte encefálica e o paciente é doador de órgãos, a equipe de transplantes avalia o histórico de saúde dele, assim como faz testes rápidos com os órgãos para ver se eles estão em condições para serem transplantados. 15. SUPORTE NUTRICIONAL NO PACIENTE CRÍTICO: A Terapia Nutricional (TN) em pacientes graves internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) é um grande desafio para a equipe multidisciplinar em decorrência da variedade das condições clínicas e suas complicações. A TN é a oferta de nutrientes pelas vias oral, enteral e/ou parenteral, visando à oferta terapêutica de proteínas, energia, minerais, vitaminas e água, adequadas aos pacientes, que, por algum motivo, não possam receber suas necessidades pela via oral, convencional. Desnutrição em UTI: • Dentro de uma UTI, a prevalência de desnutrição relatada na literatura pode chegar a 88%; • Pacientes críticos com o estado nutricional comprometido e estado de estresse catabólicos elevado frequentemente demonstram uma resposta inflamatória sistêmica; • Disfunção de múltiplos órgãos, hospitalizações prolongadas e alto índice de mortalidade. 41 Identificando o paciente crítico de alto risco nutricional: Para identificar é necessária a avaliação nutricional. • Determinar as necessidades e prioridades na terapia nutricional; • Pacientes com maior risco nutricional requerem avaliação nutricional completa; • Possível identificar precocemente alterações no estado nutricional; • Avaliação envolve variáveis objetivas e subjetivas. Como os estressores fisiológicos (doenças e lesões) alteram a demanda metabólica e energética do corpo: • Doentes podem experimentar perda de peso considerável > 10Kg. • Essa perda de peso involuntária pode esgotar as reservas vitais de nutrientes, o que possibilita a predisposição à desnutrição. • A identificação precoce e a intervenção adequada podem diminuir os riscos de morbidade e mortalidade. Consequência da desnutrição: Triagem nutricional realizada pelo Enfermeiro: • Perda de massa muscular visível; • Ventilação mecânica; • Dieta suspensa > 48hs; • Disfagia, mucosite, vômitos, diarreia; • Perda de peso recente não intencional; • Lesão por pressão estágio >=2; • Baixa aceitação de dieta VO > 3 dias; • Cirurgia do aparelho digestivo. Tipos de Nutrição em Pacientes Críticos: 1. Nutrição Enteral (NE): A nutrição enteral (NE) apresenta várias vantagens fisiológicas, metabólicas, de segurança e de custo/beneficio em relação à nutrição parenteral. O enfermeiro é responsável pela passagem da SNE e prescrição dos cuidados de enfermagem em nível hospitalar, ambulatorial e domiciliar. (RCD nº 63/2000 – 42 ANVISA). Iniciar dentro das primeiras 24 - 48h para os pacientes impedidos de usar via oral (VO), e que estão hemodinamicamente estáveis. Objetivos da NE: • Objetivos em curto prazo: Interrupção ou redução da progressão das doenças, a cicatrização das feridas, a passagem para nutrição normal e a melhora do estado de desnutrição. • Objetivos em longo prazo: Manutenção do estado nutricional normal e a reabilitação do paciente em termos de recuperação física e social. Classificação quanto ao sistema: • Nutrição Enteral em Sistema Aberto: Requer manipulação prévia à sua administração, para uso imediato ou atendendo à orientação do fabricante. • Nutrição Enteral em Sistema Fechado: Industrializada, estéril, acondicionada em recipiente hermeticamente fechado e apropriado para conexão ao equipo de administração. Indicações de NE: 43 Contraindicações de NE: Vias de administração da NE: Conforme o local de inserção e onde se encontra sua extremidade distal, as sondas são então classificadas como: nasogástrica (NG), nasoduodenal (ND), nasojejunal (NJ), orogástrica (OG) ou percutânea (gastrostomia endoscópica percutânea; jejunostomia com cateter fino). Cuidados com administração da NE: • Verificar fixação e Realizar higienização; • Realizar troca de curativo (GTM e JTM); • Movimentação; • Manter o volume e a velocidade de infusão Conforme Prescrição Médica (CPM). Teste e verificação da sonda: • Encaminhar o paciente ao serviço de radiologia, para realização de uma radiografia simples de abdômen para verificação da posição da sonda ou solicitar a realização do exame no leito. 44 • Iniciar a NE logo após a confirmação da posição da sonda. Conferência da NE: • Verificar aspecto e Observar integridade do frasco; • Conferir o rótulo (nome completo; leito; data de manipulação, volume, fórmula, horário, confirmando estes dados na prescrição médica e no mapa de fracionamento); • A conservação da NE após recebimento na enfermaria é responsabilidade da equipe de enfermagem (Resolução N o 63/2000). Cuidados com a sonda: • Não tracionar a sonda (poderá provocar desconforto, isquemia, ulceração e necrose); • A pressão excessiva pode danificar a sonda; • Avaliar posicionamento da sonda (sonda pode voltar ao esôfago ou enrolar-se na cavidade oral). Infusão da NE: • Lavar as mãos com água e sabão líquido; • Utilizar luvas de procedimentos; • Verificar a via de administração e formulação na prescrição médica; • Repetir a verificação feita na conferencia da NE; • Em casos de TQT, verificar se o cuff da cânula traqueal está adequadamente insuflado. • Manter a cabeceira elevada 30 a 45° para a administração da dieta; • Identificar o equipo com data e horário; • Identificar o frasco com a etiqueta do paciente juntamente com a de infusão (datar, descrever vazão, horário e funcionário responsável). Infusão da NE: • NE contínua: Se houver estase > 250 ml, interromper a dieta por 4 horas e verificar novamente. • NE intermitente: Se houver estase > 250 ml, interromper a dieta do horário e verificar novamente antes do próximo horário. Quando interromper a dieta enteral: • Para aspiração de vias aéreas; • Durante procedimentos fisioterápicos; • Enquanto submeter o paciente à ventilação mecânica não invasiva; • No momento do banho no leito e Em caso de vômitos ou regurgitações. “Lavagem” da SNE: • A cada frasco de dieta, lavar com 50 ml de água (estase no equipo); • Em caso de restrição hídrica, lavar com 10 a 20 ml de água; 45 • Em caso de infusão contínua, verificar a localização da sonda e lavar com 20 ml de água filtrada, de 6 em 6 horas. Complicações da
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