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Profa. Ma. Ana Polazzo UNIDADE I Gestão de Produtos e Serviços Definir e explicar o conceito de produtos pode ser bastante complexo. Por exemplo: quando compramos um carro, normalmente, vamos avaliar o design do produto, se é esportivo, compacto ou para a família, se é econômico etc. Existem muitos atributos que podemos relacionar com o ato de consumir um veículo. Sendo assim, para vender esse produto, é preciso entender quais são as expectativas e os atributos valorizados e esperados pelos clientes. Produtos Outro exemplo para explicar a complexidade do conceito de produtos é a afirmação do fundador da empresa Revlon: Quando questionaram Charles Revlon sobre os produtos de sua empresa, ele disse: “Na fábrica, produzimos os cosméticos; nas perfumarias, vendemos os sonhos” (NÓN, 2008). A frase do fundador da Revlon possibilita entender que o composto de atributos de produtos vai muito além da configuração: Tangível; Utilitária; Funcional. Os profissionais de marketing e vendas precisam entregar, também, os atributos intangíveis, emocionais, que respondam às necessidades e aos desejos dos consumidores. Produtos Desta forma, conseguimos entender que os produtos devem atender às necessidades e aos desejos dos consumidores, clientes ou usuários; então, podemos falar sobre os conceitos de atributos tangíveis e intangíveis dos produtos. É possível perceber os atributos tangíveis e intangíveis nos mais diversos produtos. Não é possível mensurar qual atributo é melhor do que o outro. Vai depender das necessidades e das expectativas dos clientes referentes a este produto. Todos os produtos acabam possuindo as características e os atributos tangíveis e intangíveis. Isto irá depender de quanto a organização e os profissionais de marketing e comunicação conseguem transformá-los em características desejáveis e de necessidade dos clientes, consumidores e usuários. Atributos tangíveis e intangíveis de produtos Voltando ao exemplo inicial do automóvel, esse produto apresenta os atributos tangíveis, como: motor, carroceria, peças, pneus, rodas; mas, também, tem atributos intangíveis – modelo, design, status, força, marca. Lembrando que vivemos em um mercado extremamente competitivo e com muitas empresas produzindo e fazendo os mesmos produtos com atributos tangíveis. Então, para promoverem a diferenciação e se manterem mais competitivas perante a concorrência, as organizações necessitam compor os produtos com os atributos intangíveis. Atributos tangíveis e intangíveis de produtos Um conceito importante para auxiliar os profissionais de marketing e de vendas, na hora de estabelecer os atributos de um produto e quantificá-los, foi desenvolvido por Rosser Reeves, em 1961, chamado USP. O USP significa Unique Selling Proposition ou, em português, proposição única de vendas; na verdade, é quando a empresa e os seus profissionais estabelecem lógicas para entender quais são os atributos dos produtos ou serviços do portfólio, como eles podem ser percebidos pelos consumidores e como são valorizados. Quando fazemos esta análise, é possível estabelecer os atributos intangíveis e tangíveis, diferenciados dos concorrentes, representando a unicidade dos produtos e vendendo-os, a partir dessas perspectivas. Esse tipo de estratégia facilita os argumentos e a venda. Atributos tangíveis e intangíveis de produtos O posicionamento de uma empresa ou marca demonstrará como os produtos podem ser identificados pelo mercado consumidor. Para que as empresas e os produtos tenham sucesso em suas posições, é necessária a configuração dos atributos dos produtos, do preço, da distribuição e da comunicação. Mas é estabelecendo um posicionamento de marca ou de produto que existirá a relação com os consumidores, usuários e clientes. Por exemplo, se uma empresa se posiciona, fortemente, em presença (pdv, internet, redes sociais, tv, mídias etc.) talvez esteja buscando um posicionamento de lembrança, top of mind, ou share, de mercado, maior fatia de vendas. Se porventura, existe um apelo emocional, o posicionamento da empresa ou do produto está ligado a alguma emoção dos consumidores ou pode ser um posicionamento funcional que se colocará à disposição de satisfazer às necessidades. Atributos tangíveis e intangíveis de produtos Para auxiliar no entendimento de produtos, a definição proposta por Kotler (1980), para a ampliação dos conceitos, é bastante elucidativa e complementar. Conforme a figura a seguir, verifique as possíveis diferenças entre os produtos: Produtos genéricos e produtos ampliados Fonte: Adaptado de: Kotler (1980, p. 564-566). Atributos tangíveis (características): cor, tamanho, peso, forma etc. É “a entidade ou o serviço físico oferecidas ao comprador”. Atributos intangíveis (vantagens): marca, imagem da empresa, atendimento, serviços pós-venda, serviços de entrega etc. São os “serviços que acompanham o produto tangível”. Benefícios esperados (benefícios): é tudo o que o cliente espera do produto ou “os benefícios que o comprador espera obter”. Produto tangível Produto ampliado Produto genérico Podemos entender que os produtos tangíveis ou genéricos acabam entregando aos clientes, consumidores e usuários os atributos esperados, mas também os atributos necessários acabam sendo a obrigação das empresas e dos produtos, como a boa qualidade, o atendimento, o pós-venda, a comunicação e a imagem de marca. Somente com esses atributos não será possível alcançar o posicionamento USP, como abordamos anteriormente. Para alcançar o posicionamento USP, as empresas e os produtos precisam buscar atingir os produtos de maneira ampliada, para que, além de entregar todas as funcionalidades, atinjam os benefícios esperados dos clientes, consumidores e usuários. Produtos genéricos e produtos ampliados Para desempenhar a função de gerente de produtos, o profissional precisa ter sólidos conhecimentos na área de marketing e vendas. É uma carreira que dependerá de muito esforço, foco e expertise. Outro ponto importante é que, atualmente, os profissionais e as empresas conseguem uma gama de dados, números e informações referentes às preferências dos consumidores. Inclusive, mesmo as empresas pequenas podem buscar os dados através dos Analytics das redes sociais on-line para estabelecer um relacionamento com os clientes. Então, podemos afirmar que o profissional da área de produtos precisa ter familiaridade com esse contexto. Profissionais de marketing na lógica de produtos De acordo com Razzolini Filho (2012), o gerente de produtos possui algumas atividades que devem ser diferenciadas para atingir o sucesso nas ações; são elas: Definir a estratégia do produto: avaliar as tendências e os ambientes macro e micro. É importante o perfil analítico e sistêmico; Determinar os objetivos e estabelecer os prognósticos: estabelecer como será o trabalho da área de vendas, a viabilidade da produção e financeira etc. Profissionais de marketing na lógica de produtos Indicar os recursos necessários para atingir os objetivos: dispor do que precisa para atingir os objetivos estabelecidos na estratégia. Implementar o planejamento: colocar as mãos na massa, administrando as áreas e as pessoas na execução do planejamento. Efetuar o controle do planejado versus realizado: checar os indicadores e as metas atingidas. Realizar as correções de rota necessárias: aprender constantemente, mesmo com os erros. Profissionais de marketing na lógica de produtos Os produtos de uma empresa baseiam-se na classificação que considera os possíveis papéis e significados diversificados que estes podem assumir. Normalmente, eles são classificados referentes ao hábito de compra dos consumidores. De acordo com Kotler (2000), existem cinco níveis de produtos, que, conforme a hierarquia, aumentamo valor para o cliente. Características e classificação de produtos Fonte: Adaptado de: Kotler (2000, p. 208-312). Produto potencial Produto ampliado Produto esperado Produto básico Benefício central De acordo com Razzolini Filho (2012), o gerente de produtos possui algumas atividades que devem ser diferenciadas para atingir o sucesso nas ações. Identifique, a seguir, a ação que não se refere a estas atividades: a) Definir a estratégia do produto. b) Implementar o planejamento. c) Efetuar o controle financeiro. d) Realizar as correções de rota necessárias. e) Determinar os objetivos e estabelecer os prognósticos. Interatividade De acordo com Razzolini Filho (2012), o gerente de produtos possui algumas atividades que devem ser diferenciadas para atingir o sucesso nas ações. Identifique, a seguir, a ação que não se refere a estas atividades: a) Definir a estratégia do produto. b) Implementar o planejamento. c) Efetuar o controle financeiro. d) Realizar as correções de rota necessárias. e) Determinar os objetivos e estabelecer os prognósticos. Resposta O primeiro nível é o benefício central, que apresenta as características fundamentais do produto ou do serviço. No segundo nível, o benefício deve se transformar em um produto básico. No terceiro nível, determinado produto precisa contar com uma série de atributos e condições que os compradores esperam ao consumi-lo. Os dois últimos níveis estão ligados às características de superação da funcionalidade dos produtos, em um primeiro estágio, ampliando e excedendo as expectativas dos clientes. Características e classificação de produtos Para exemplificar os níveis de produtos: Em um hotel, o benefício central pode ser o descanso e a pernoite; no produto básico, o quarto de hotel conta com banheiro, toalhas, secador de cabelo, ar-condicionado; No esperado, os clientes esperam um chuveiro quente, um quarto limpo, toalhas e camas higienizadas, Wi-Fi funcionando; Já no produto ampliado, piscinas e áreas de lazer com infraestrutura confortável, bom restaurante, check-in e out rápidos; Já no nível potencial, estamos falando de um hotel que surpreende com algum produto da preferência individual do cliente, como: marca de café, chocolates, brinde de boas- vindas, suíte preparada para os momentos especiais. Características e classificação de produtos De acordo com Yanaze (2011), a classificação dos bens pode ocorrer pelo hábito de compras, sendo eles: Bens de conveniência; Bens de compra comparada; Bens de uso especial; Bens de demanda negativa. Características e classificação de produtos Os produtos de conveniência são adquiridos com frequência, atendem às necessidades básicas e não possuem alto valor agregado, geralmente são chamados de bens não duráveis, por exemplo: comidas, pães, produtos de higiene e limpeza. Nessa categoria de produtos, existem três subcategorias: Itens básicos: arroz; feijão; pães; leite; Produtos de impulso: podem ser guloseimas, chocolates, salgadinhos; Emergência: como os remédios e os combustíveis. Características e classificação de produtos Produtos de compra comparada são aqueles em que o consumidor avalia e pesquisa um pouco mais antes de comprar; normalmente, são produtos duráveis, como: Eletroeletrônicos, automóveis. Existem as categorias de homogêneos, quando não há muita distinção entre os atributos e os concorrentes; e os heterogêneos, quando há muita distinção entre os atributos dos produtos concorrentes. Características e classificação de produtos Produtos especiais são os bens muito diferenciados, que os consumidores precisam desembolsar uma quantia maior de dinheiro, além dos atributos serem atrelados às experiências e ao nível hierárquico de produtos potenciais, como por exemplo: joias, obras de arte, imóvel com alto valor agregado, viagem dos sonhos. Produtos customizados, em que os consumidores podem ter o item com os detalhes individuais: uma roupa, um terno, um sapato feito sob medida, uma festa com as particularidades dos compradores. Produtos de demanda negativa são aqueles em que os indivíduos não desejam comprar, mas, por situações de força maior, precisam adquirir, por exemplo: seguros de automóveis e casa, serviços funerários, convênios médicos. Características e classificação de produtos Existem algumas formas de apoiar a classificação dos produtos de acordo com os hábitos de compras. A ideia é realizar as estratégias de comunicação e de marketing conforme o momento da vida dos produtos. Quando falamos sobre trading down, estamos definindo o momento de queda de algum item, que, provavelmente, foi lançado como um produto novo, com o mercado demandando, poucas empresas produzindo; logo, com valor agregado alto, porém, com o passar do tempo, com a atuação da concorrência, os produtos substitutos e a demanda controlada, a tendência é que ele tenha uma queda na negociação. Características e classificação de produtos Trading up, o momento de ascensão do produto: Ocorre em sua maturidade; normalmente, começou como um produto básico e com as ações de marketing e comunicação, atraiu uma demanda disposta a consumi-lo e ressignificou as suas características. Obsolescência programada: as empresas e as indústrias planejam o tempo de vida dos produtos; logo, é impulsionado um trading down de produtos para que o ato de consumo seja realizado com maior frequência pelos consumidores. Características e classificação de produtos O mix de produtos é o conjunto de todos os produtos e itens que uma empresa pode colocar à venda. De acordo com Kotler (2000), o mix de produtos de uma empresa deve possuir: abrangência, extensão, profundidade e consistência: Abrangência tem relação com a quantidade diferente de linhas de produtos; Extensão refere-se ao número total dos itens no mix; Profundidade diz respeito às opções oferecidas por cada linha; Consistência tem relação com a proximidade que essas linhas de produtos possuem ao uso final. Características e classificação de produtos Um segmento de mercado que trabalha, de maneira bastante eficaz, o mix de produtos é a indústria de cosméticos. Exemplo dos quatro itens do mix de produtos: a Ekos, da Natura, que apresenta ampla linha de produtos, com vários itens no mix (produtos para o cabelo, a pele, os perfumes), com opções de diversas fragrâncias (açaí, castanha, andiroba, maracujá etc.) e, por fim, com a consistência de atuação das linhas tanto na distribuição quanto na comunicação da marca. Características e classificação de produtos Imagine uma indústria de cosméticos: a matéria-prima, o maquinário, o processo produtivo é padronizado, o que vai mudar é a fragrância, a embalagem, o apelo. Se pensarmos em uma empresa de construção civil, os detalhes e as diferenças podem ser incluídos como especificações adicionais, mas existe um padrão básico no modelo produtivo. Logo, as empresas tendem a ganhar mais eficiência no atendimento às demandas dos clientes e na redução dos custos produtivos. O profissional de marketing e produtos deve estar focado nos resultados de vendas e no lucro que cada produto oferece. Características e classificação de produtos De acordo com Kotler (2000), a empresa estende a sua linha de duas maneiras: ampliando-a ou complementando-a. A ampliação das linhas ocorre quando a empresa estende a sua linha de produtos para além da faixa atual de preço. Existem três formas. A ampliação mercado abaixo, quando as empresas se posicionam abaixo da faixa de mercado de preço que, usualmente, estão. Essa modalidade pode ser criando novas marcas ou estabelecendo os padrões de diferenciação para as marcas mais baratas; um exemplo pode ser as roupas da grife Giorgio Armani, Empório Armani e Armani Exchange, que são marcas de roupa com a ampliação de linha mercadoabaixo. Características e classificação de produtos Já na ampliação de mercado, as empresas podem desejar entrar na faixa superior do mercado como forma estratégica de obter as maiores margens de lucro e de se reposicionar no mercado. Um exemplo de ampliação mercado acima pode ser a marca de motocicletas Harley- Davidson, que, em 2020, anunciou as mudanças estratégicas de posicionamento, fechando as concessionárias e diminuindo as participações em alguns países. Seu intuito é transformar as linhas de produtos da empresa em super premium, para uma faixa muito seleta e específica de consumidores. A ampliação dupla ocorre quando as empresas optam por ampliar as linhas em ambos os sentidos. Características e classificação de produtos Outro ponto importante é referente à modernização das linhas de produtos, podendo ter melhorias, inovações ou, até mesmo, novos posicionamentos. Durante muitos anos, a Microsoft vendeu o Windows e, com o passar dos meses, criou novas versões de vendas dos produtos. Quem comprou o Windows 8, se quisesse as melhorias e inovações, teria de adquirir o Windows 10. Hoje, o pacote da Microsoft é adquirido com a licença anual ou bienal em um formato de assinatura do serviço, e não mais pela aquisição do produto; logo, todas as atualizações do sistema operacional são usufruídas automaticamente pelos assinantes do serviço on time, isto é, no momento em que ocorrem. Características e classificação de produtos De acordo com Kotler (2000), a embalagem é o conjunto de atividades de projeto e produção do recipiente ou envoltório de um produto. Normalmente, existem três tipos de materiais: a embalagem primária, que vem em um frasco; a secundária, que pode ser uma caixa para embalar o frasco; e, por último, a embalagem de remessa. Design Produtos de compra comparada são aqueles em que: a) Os consumidores podem ter o item com detalhes individuais. b) Os indivíduos não desejam comprar. c) O consumidor avalia e pesquisa um pouco mais antes de comprar. d) Os consumidores precisam desembolsar uma quantia maior de dinheiro. e) Os consumidores não conhecem. Interatividade Produtos de compra comparada são aqueles em que: a) Os consumidores podem ter o item com detalhes individuais. b) Os indivíduos não desejam comprar. c) O consumidor avalia e pesquisa um pouco mais antes de comprar. d) Os consumidores precisam desembolsar uma quantia maior de dinheiro. e) Os consumidores não conhecem. Resposta Ainda segundo Kotler (2000), a embalagem passou a ser uma poderosa ferramenta de marketing. Embalagens bem desenhadas podem criar os valores de conveniência e promocionais. Seguem alguns aspectos importantes: Autosserviço: atrai a atenção do cliente, descreve os aspectos do produto, cria relação de confiança, através da imagem de marca e produto; Poder aquisitivo do consumidor: confiabilidade e prestígio de embalagens melhores; Imagem de marca e da empresa: o reconhecimento rápido através da marca ou da empresa nas embalagens auxilia nas vendas; Oportunidade de inovação: uma embalagem inovadora pode trazer grandes benefícios para os consumidores e lucros para os fabricantes. Design Conforme Yanaze (2011), as embalagens precisam ter alguns aspectos e propósitos durante o desenvolvimento. No quesito aspecto temos: Técnica: proteger e conservar, adequadamente, o produto, adequá-lo à exposição em gôndolas e displays, possibilitar o transporte e a armazenagem eficientes; Estética: atingir os desejos dos consumidores quanto às cores, os formatos e os padrões, diferenciar o produto na prateleira e por quem o consome; Poder de persuasão: informar, persuadir, com uma mensagem publicitária que faça sentido aos consumidores; Rentabilidade: sustentar o preço, oferecer vantagens através da aparência do produto pela embalagem. Design Já no quesito propósitos das embalagens temos: Favorecer a armazenagem: embalagem adequada para o manuseio e a estocagem; Proteger e conservar o produto: prevenção de avarias e problemas relacionados ao transporte, à temperatura, às pressões; Posicionar o produto: aspectos visuais e formatos da embalagem podem posicionar melhor o produto; Facilitar o uso do produto: possibilidade de embalagens descartáveis para facilitar a utilização; Ajudar a vender o produto: embalagens convidativas e chamativas são bons elementos estratégicos para a compra por impulso. Design De acordo com Yanaze (2011, p. 359), o papel da embalagem vai muito além da proteção do produto oferecido e da tradicional promoção de suas qualidades. Em muitos casos, a embalagem deixa de ser parte para ser o produto. Uma embalagem inovadora ajuda na conquista de disputadíssimos espaços nos pontos de vendas. Pode elevar o valor da mercadoria, a sua rentabilidade e o poder da marca. Outro elemento importante na constituição e na estratégia de produtos é o rótulo, que serve para identificar o produto ou a marca, e, também, para expor o que ele contém. Design Dessa forma, os rótulos e as embalagens ajudam a constituir o produto e toda a sua identidade; todas essas associações estratégicas são muito importantes para as vendas. A marca e todas as questões relacionadas à criação e ao desenvolvimento também são itens imprescindíveis de discussão neste tópico do nosso livro-texto. Para o marketing, a marca é uma letra, uma palavra, um símbolo ou qualquer combinação desses elementos, que individualiza e identifica uma empresa, um produto ou uma linha de produtos. Em inglês, “marca” é branding. Marca registrada é aquela na qual a propriedade de uma empresa é, oficialmente, registrada em órgão governamental, dando-lhe o direito exclusivo de uso, segundo a legislação de casa país. Design No início do século XX e no final do XIX, as primeiras marcas de produtos eram os nomes das famílias proprietárias das empresas. Essa lógica de construção foi se modificando ao longo do tempo e conforme as novas práticas de comunicação e marketing foram surgindo. O importante é que uma marca precisa ter a compreensão dos consumidores, ser de fácil memorização e verbalização oral e escrita; ser, sempre, associada ao produto ou ao serviço que oferta; ter uma boa propaganda que dialogue com o público-alvo, tanto na comunicação verbal quanto na não verbal. Design Para Martins (1999, p. 17), “a marca é uma entidade com personalidade independente. É a parte mais sensível em sua construção; é a formação de características emocionais que vai carregar”. Para Lindstrom (2007, p. 115), “o objetivo final de uma marca é criar um vínculo forte, positivo e fiel entre a marca e o consumidor, para que o cliente volte, sempre, à marca e quase não perceba a existência dos produtos concorrentes”. Design Kotler e Keller (2006) apresentam 10 características principais compartilhadas pelas marcas mais bem-sucedidas mundialmente: Capacidade de satisfazer os consumidores nos benefícios desejados por estes; Relevância na mente do consumidor; O valor que o consumidor atribui à marca orienta a sua estratégia de preço; Posicionamento adequado no mercado; Consistência; Design Coerência entre os produtos que levam o nome da marca; Muitas atividades de marketing são implementadas com o objetivo de criar valor; Compreensão, pelos administradores, do significado da marca para os consumidores; Marca suportada, eficientemente, pela administração do negócio; Fontes de valor para a marca são monitoradas, constantemente, pela administração. Design A vida dos indivíduos é pautada no consumo; essa discussão ultrapassa os conceitos de marketing e faz parte das perspectivas de estudos da Sociologia. Sendo assim, tudo, ou quase tudo, é passível de ser consumido e, consequentemente, vira produto. Nessa equação, é impossível entender quem vem primeiro e, na realidade,fica muito difícil desatrelar os produtos e o consumo. Logo, podemos entender que os produtos alimentam o consumo e vice-versa, transformando essa relação em um ciclo infinito. Produtos da categoria luxo Outro ponto importante para ser explicado é a valorização do hedonismo, que busca o prazer como estilo de vida. O consumo hedonista é uma estratégia bastante utilizada pelas empresas e pelos produtos. A apresentação de um consumo hedonista ocorre, com frequência, em propagandas, que se apropriam do prazer e do bem viver para anunciar os mais diversos produtos, como, por exemplo: O chocolate é apresentado de forma convidativa; a cerveja, gelada, em um dia de calor; o pão quente, com manteiga derretendo e uma xícara de café. Produtos da categoria luxo Essas narrativas apresentam sentidos muito além da necessidade de nutrir-se; a indústria alimentícia e os produtos, através das propagandas, exploram os desejos dos consumidores e se utilizam do hedonismo para vender mais produtos e tornar isso um ciclo constante. Conforme Schweriner (2006, p. 152), [...] por sua própria natureza, os prazeres são efêmeros e devem ser, constantemente, renovados, o que é facilitado e incentivado pela avalanche de produtos e serviços colocados à disposição dos consumidores. Essa corrente contínua de produtos e serviços a alimentar os prazeres insaciáveis é um dos pilares do consumismo. Dessa forma, um dos atributos para a utilização do hedonismo como argumento de venda de produtos é, justamente, a condição de consumo ativo, constante, que, segundo o autor, gera o consumismo, que é a compulsão por compras e consumo. Produtos da categoria luxo Segundo Schweriner (2006), os produtos de luxo são aqueles que mais se aproximam da ideia de perfeição, quer dizer, do que as pessoas imaginam ser o produto potencial perfeito. Produtos de luxo trabalham com o imaginário dos consumidores e de como esses indivíduos se posicionam perante a sociedade. Viajar na primeira classe de empresas aéreas internacionais pode ser uma experiência luxuosa de consumo; o espumante é servido em taça de cristal, as refeições são assinadas por chefes renomados, a poltrona é uma cama privativa, as comissárias de bordo são exclusivas. Existem várias experiências que são adicionadas ao produto e possibilitam aos consumidores desfrutar de conforto especial pagando preços muito altos por isso. Produtos da categoria luxo Vale ressaltar que o consumo de luxo tem como característica principal a exclusividade, isto é, poucas pessoas podem ter acesso a ele; são produtos com preços elevados; logo, a sensação de diferenciação é percebida e sentida. Segundo Hoskisson et al. (2009, p. 166), uma empresa que adota a estratégia de diferenciação procura ser diferente dos concorrentes no maior número de aspectos possível. Quanto menor a similaridade entre os bens e os serviços de uma empresa, e aqueles dos concorrentes, mais protegida ela se encontra das ações dos rivais. Um produto pode ser diferenciado de muitas formas. Características incomuns, atendimento ao cliente com presteza, inovação rápida dos produtos, liderança estratégica, prestígio e status alcançados etc. Produtos da categoria luxo Nas empresas que optam por se posicionar na categoria luxo, a diferenciação deve ser obrigatória, além de a qualidade dos produtos ser superior à da mesma categoria dos concorrentes, os clientes e os consumidores precisam notar, valorizar e pagar por essa diferenciação. Existem algumas falácias sobre os produtos de luxo que os profissionais de vendas e de marketing precisam superar. Mercado e produtos de luxo não vão satisfazer, apenas, às necessidades de status dos consumidores. Esse argumento é raso, pois, obviamente, o status que determinado produto proporciona conta muito; entretanto, é um entre tantos atributos necessários para satisfazer os consumidores. Produtos da categoria luxo Kotler e Keller (2006) apresentam 10 características principais compartilhadas pelas marcas mais bem-sucedidas mundialmente. Qual das características a seguir não faz parte desta afirmação de Kotler? a) Capacidade de satisfazer os consumidores nos benefícios desejados por estes. b) Relevância na mente do consumidor. c) O valor que o fabricante atribui à marca orienta a sua estratégia de preço. d) Posicionamento adequado no mercado. e) Consistência. Interatividade Kotler e Keller (2006) apresentam 10 características principais compartilhadas pelas marcas mais bem-sucedidas mundialmente. Qual das características a seguir não faz parte desta afirmação de Kotler? a) Capacidade de satisfazer os consumidores nos benefícios desejados por estes. b) Relevância na mente do consumidor. c) O valor que o fabricante atribui à marca orienta a sua estratégia de preço. d) Posicionamento adequado no mercado. e) Consistência. Resposta As empresas e os seus produtos estão inseridos em ambientes organizacionais. O ambiente externo de uma empresa influencia, profundamente, o seu crescimento e a sua lucratividade. Eventos importantes, como: guerra, ciclos econômicos e surgimento de novas tecnologias são algumas condições no ambiente externo que afetam as empresas. Essas condições criam as ameaças e as oportunidades exercendo os efeitos sobre as ações estratégicas. Então, avaliar o ambiente externo pode ajudar os administradores e os gestores organizacionais a prever as ameaças e combatê-las e aproveitar as oportunidades. Dessa forma, os problemas ambientais podem ser mitigados e minimizados. Problemas ambientais No ambiente contextual, de acordo com Sobral e Peci (2013), existem alguns fatores importantes para a análise ambiental. Problemas ambientais Fonte: Sobral e Peci (2013, p. 105). Figura 9 – Diagrama ambiental. Ambiente operacional Ambiente interno Organização Ambiente contextual Fatores socioculturais Fatores demográficos: a demografia refere-se à composição de dada população e define-se por variáveis, como: a estrutura etária, a taxa de crescimento, a diversidade de gênero, racial e religiosa, a distribuição geográfica, o tamanho da família, o nível educacional, a ocupação profissional, entre outras. As mudanças na composição demográfica influenciam as empresas de várias formas: o crescimento da população reflete-se no número de trabalhadores que entra no mercado de trabalho, bem como no número de potenciais consumidores; o envelhecimento populacional, acompanhado de menores taxas de natalidade, pode influenciar os custos de aposentadoria, os sistemas de saúde e de educação, e, da mesma forma, moldar os mercados de produtos e serviços para a população de terceira idade. Problemas ambientais Fatores socioculturais: os valores, as normas, os estilos de vida, os hábitos e os costumes de uma sociedade compõem os fatores socioculturais. O culto à forma física e ao corpo influenciam o aumento no consumo de refrigerantes diet, produtos de alimentação light, entre outros. O crescimento de lares compostos de chefes de família femininas, o declínio no número de membros de uma família e o aumento do número de divórcios podem refletir no consumo de produtos como os carros menores, no crescimento de lojas especializadas em produtos e serviços para os animais domésticos, e, até, no tamanho e na composição de moradias e condomínios. Problemas ambientais Fatores econômicos: a tendência de expansão ou recessão da economia, o produto interno bruto, o nível salarial, a tendência inflacionista ou deflacionista, as taxas de câmbio, a taxa de desemprego, entre muitos outros, são indicadores econômicos importantes. Salários, políticas fiscais e taxas de juros podem influenciar não apenas os custos de produção dos produtos e dos serviços de uma empresa, como também o seu mercado. A mudança estrutural refere-seàs modificações transformadoras dos alicerces de funcionamento de uma economia. Problemas ambientais Fatores político-legais: as variáveis político-legais do ambiente contextual são todas aquelas que resultam de um processo político. As principais são: a estabilidade política, o clima ideológico geral, as políticas econômicas, a legislação laboral, a legislação antimonopólio e todo o conjunto de regulamentações governamentais que controla, restringe ou incentiva os comportamentos empresariais. Fatores tecnológicos: traduzem o nível de desenvolvimento tecnológico da sociedade ou de um setor. A inovação tecnológica dos produtos, processos e materiais, a legislação sobre a proteção de patentes, os programas de incentivo à pesquisa são alguns dos exemplos de fatores tecnológicos que influenciam a atividade das organizações. Algumas tecnologias impactam, de forma estrutural, as empresas. Problemas ambientais O ambiente competitivo compreende as organizações específicas com as quais a empresa interage. Podem ser os clientes, fornecedores, concorrentes, grupos de interesse especiais, meios de comunicação, as instituições financeiras etc. Outra nomenclatura que pode ser dada a essas organizações são os stakeholders, isto é, os indivíduos ou os grupos, que podem afetar ou são afetados pelas decisões estratégicas da empresa, ao mesmo tempo em que influenciam o seu desempenho. Controlar e monitorar as ações dos stakeholders são processos essenciais para o sucesso da gestão das empresas. Problemas ambientais Fazer um banco de dados sobre os concorrentes é uma atividade que todas as organizações deveriam realizar. Saber o tamanho do concorrente, a participação no mercado, o market share, os objetivos estratégicos através de relatórios anuais, o site da empresa, as publicidades, a estrutura de custos, poder oferecer os preços competitivos, conhecer a estrutura organizacional e a cultura, saber as divisões de tarefas, os níveis hierárquicos, as linhas de autoridade, as linhas de comunicação, os sistemas e processos administrativos. Problemas ambientais Banco de dados: concorrentes. Problemas ambientais Fonte: livro-texto. Tamanho Crescimento Lucratividade Forças e fraquezas Estruturas de custo Barreiras de saída Ações concorrentes Objetivos e pressupostos Estratégias passadas e presentes Organização e cultura Os problemas com os produtos: de acordo com Peter e Churchill Júnior (2000), existem fatores que levam os produtos a fracassarem quando as empresas: Não consideram as pesquisas de mercado e, mesmo com os resultados negativos, insistem em não inseri-las ou continuar com elas; Não conseguem mensurar corretamente o mercado-alvo; Apresentam erros e falhas nos projetos dos produtos, produtos sem viabilidade de projeto; Erram em posicionamento ou segmento de atuação, prejudicando o produto, o preço, a comunicação e a distribuição; Erram nos custos, na fabricação e nos processos de gestão interna. Problemas ambientais Dentre os problemas ambientais, os fatores demográficos podem ser definidos como: a) Organizações específicas com as quais a empresa interage. b) Os fatores que resultam de um processo político. c) Os valores, as normas, os estilos de vida, os hábitos e os costumes. d) O nível de desenvolvimento tecnológico da sociedade ou de um setor. e) Refere-se à composição de dada população e define-se por variáveis, como: a estrutura etária; a taxa de crescimento; a diversidade de gênero, racial e religiosa; a distribuição geográfica. Interatividade Dentre os problemas ambientais, os fatores demográficos podem ser definidos como: a) Organizações específicas com as quais a empresa interage. b) Os fatores que resultam de um processo político. c) Os valores, as normas, os estilos de vida, os hábitos e os costumes. d) O nível de desenvolvimento tecnológico da sociedade ou de um setor. e) Refere-se à composição de dada população e define-se por variáveis, como: a estrutura etária; a taxa de crescimento; a diversidade de gênero, racial e religiosa; a distribuição geográfica. Resposta HOSKISSON, R. E. et al. Estratégia competitiva. 2. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2009. KOTLER, P. Administração de marketing. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 1980. KOTLER, P. Administração de marketing. 10. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2000. KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing. 12. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. LINDSTROM, M. Brand sense: a marca multissensorial. Tradução de Beatriz Affonso Neves. Porto Alegre: Bookman, 2007. MARTINS, J. A natureza emocional da marca: como encontrar a imagem que fortalece sua marca. 4. ed. São Paulo: Negócio, 1999. NÓN, T. On top of mind. 15 dez. 2008. Disponível em: https://bityli.com/h5u4hbW Acesso em: 20 dez. 2021. PETER, J. P.; CHURCHILL JÚNIOR, G. A. Marketing: criando valor para os clientes. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2000. Referências RAZZOLINI FILHO, E. Gerência de produtos para a gestão comercial. Curitiba: InterSaberes, 2012. SCHWERINER, M. E. R. Comportamento do consumidor: identificando necejos e supérfluos essenciais. São Paulo: Saraiva, 2006. SOBRAL, F.; PECI, A. Administração: teoria e prática no contexto brasileiro. 2. ed. São Paulo: Pearson, 2013. YANAZE, M. H. Gestão de marketing e comunicação. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. Referências ATÉ A PRÓXIMA!
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