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Estratégia MED Estratégia Med | Atualizações Residência Médica e RevalidaRESIDÊNCIA MÉDICA 2 Autores: Atualidades: Você já sabe que as atualizações de conduta mais recentes são temas #queridinhosdasprovas de Residência Médica. Todos os anos saem novos protocolos, entretanto até isso chegar aos livros-texto e apostilas sua prova já passou e você pode perder uma questão valiosa. Mas, não se preocupe! Os professores do Estratégia MED uniram-se e estão trazendo para você um apanhado com as atualizações mais importantes! Vamos lá? Helena Schetinger, Diogenes Paiva, Monalisa Carvalho, Natalia Carvalho, Fernanda Lima, Renatha Paiva, Bruno Souza, Camila Moma, Fernanda Canedo, Fernanda Badiani, Victor Fiorini, Philippe Colares, Thales Thaumaturgo, Dilson Marreiros, Bárbara D’Alegria, Isabella Parente, Maria Tereza Guerra, Clarissa Cerqueira, Juan Demolinari e Paulo Dalto. @estrategiamed /estrategiamed Estratégia MED t.me/estrategiamed https://www.instagram.com/estrategiamed/ https://www.instagram.com/estrategiamed/ https://www.facebook.com/estrategiamed1 https://www.instagram.com/estrategiamed/ https://www.youtube.com/channel/UCyNuIBnEwzsgA05XK1P6Dmw?app=desktop https://www.instagram.com/estrategiamed/ https://t.me/estrategiamed Estratégia MED Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA 3Estratégia MED| Atualizações Residência Médica e Revalida | Abril de 2021 As atualizações que você precisa saber para a prova de residência médica em 2021 SUMÁRIO 1.0 PEDIATRIA 5 1.1 CALENDÁRIO VACINAL 5 1.2 TRIAGEM NEONATAL 6 1.3 OTITES 6 1.4 SULFATO FERROSO 8 2.0 GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA 9 2.1 CÂNCER DE COLO UTERINO: O QUE MUDOU NO NOVO ESTADIAMENTO? 9 2.2 SÍFILIS 10 3.0 PREVENTIVA 12 3.1 NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA 12 3.2 FINANCIAMENTO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA 13 3.3 PROCEDIMENTOS DE JUSTIFICAÇÃO E AUTORIZAÇÃO DA INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ 14 4.0 CLÍNICA MÉDICA 16 4.1 HANSENÍASE 16 4.2 HEPATITE C 17 4.3 HIV - TRATAMENTO DE GESTANTES 18 4.4 HIV - PROFILAXIA DA TRANSMISSÃO VERTICAL 19 4.5 HIV - TRATAMENTO DA COINFECÇÃO HIV/TB (TUBERCULOSE) 21 4.6 DIRETRIZ LUSO-BRASILEIRA DE DIABETES 21 4.7 OBESIDADE 22 4.8 TRATAMENTO DA FASE AGUDA DO AVC 22 4.9 PREVENÇÃO DA DEMÊNCIA 23 4.10 ENXAQUECA 24 Estratégia MED Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA 4Estratégia MED| Atualizações Residência Médica e Revalida | Abril de 2021 As atualizações que você precisa saber para a prova de residência médica em 2021 4.11 ASMA 24 4.12 PANCREATITE AGUDA 25 4.13 INIBIDORES SGLT-2 26 4.14 CRITÉRIOS DO LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO 27 4.15 REFORMA PSIQUIÁTRICA 31 4.16 SÍNDROME CORONARIANA AGUDA SEM SUPRA DE ST 32 4.16.1 NOVOS CONCEITOS: MINOCA E TINOCA 32 4.16.1.1 MINOCA 32 4.16.1.2 TINOCA 32 4.16.2 AVALIAÇÃO INICIAL DO PACIENTE 33 4.16.3 ELETROCARDIOGRAMA (ECG) 33 4.16.4 BIOMARCADORES (“ENZIMAS CARDÍACAS”) 33 4.16.5 ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO 34 4.16.6 TERAPIA ANTI-TROMBÓTICA 35 4.17 HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA 36 4.17.1 CLASSIFICAÇÃO 37 4.17.2 MONITORIZAÇÃO RESIDENCIAL DA PRESSÃO ARTERIAL (MRPA). 38 4.17.3 MELHOR MÉTODO PARA MEDIDA EM CONSULTÓRIO 38 4.17.4 FATORES DE RISCO PARA HIPERTENSÃO 38 4.17.5 METAS TERAPÊUTICAS 39 4.17.6 CONCEITO DE IDOSO FRÁGIL 40 4.17.7 INÍCIO DE TRATAMENTO MEDICAMENTOSO 40 4.17.8 ESQUEMA MEDICAMENTOSO PREFERENCIAL 41 5.0 CIRURGIA 43 5.1 ATLS 43 6.0 REFERÊNCIAS 46 7.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS 47 Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA 5Estratégia MED| Atualizações Residência Médica e Revalida | Abril de 2021 As atualizações que você precisa saber para a prova de residência médica em 2021 1.0 PEDIATRIA CAPÍTULO 1.1 CALENDÁRIO VACINAL Preste bastante atenção às seguintes mudanças no Calendário Vacinal: a) BCG (Bacilo de Calmette-Guérin ) Como era: até 2019, a vacina BCG deveria ser reaplicada aos 6 meses de idade, em lactentes que não apresentavam cicatriz vacinal. Como ficou: desse ano em diante, mesmo na ausência da cicatriz, não há necessidade de revacinação. Considera-se que a criança está imunizada e protegida. b) Febre amarela Como era: a vacina da febre amarela era disponibilizada em uma dose aos 9 meses. Como ficou: em 2020, foi introduzida uma dose de reforço aos 4 anos. Outra mudança importante foi a expansão da vacina para todo o Território Nacional. Antes desse ano, ela era obrigatória apenas para moradores ou viajantes de áreas de risco. c) Calendário Vacinal dos Adolescentes Também houve mudança nesse calendário. Como era: até 2020, os adolescentes, da faixa dos 11 aos 14 anos, recebiam uma dose de meningocócica C. Como ficou: em 2020, ela foi substituída pela meningocócica ACWY para a faixa etária de 11 a 12 anos, em dose única. VACINAS Ao nascer 3 meses 5 meses 9 meses 12 meses 4 anos 11 a 12 anos BCG Dose única Meningocócica C 1ª dose 2ª dose Reforço Meningo ACWY Dose única Febre amarela 1ª dose Reforço Fonte: Shutterstock Estratégia MED Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA 6Estratégia MED| Atualizações Residência Médica e Revalida | Abril de 2021 As atualizações que você precisa saber para a prova de residência médica em 2021 1.2 TRIAGEM NEONATAL a) Teste do pezinho: As doenças rastreadas pelo teste do pezinho mudaram, vamos conferir? Como era: antes, esse teste triava para as seguintes doenças: hipotireoidismo congênito, hiperplasia adrenal congênita, hemoglobinopatias, fenilcetonúria, fibrose cística e deficiência de biotinidase. Como ficou: em março de 2020, foi autorizada a introdução da triagem para toxoplasmose congênita, com prazo máximo para iniciar a oferta pelo Sistema Único de Saúde em 180 dias. Estrategista, quais são as doenças triadas pelo teste do pezinho? Fique ligado no mnemônico! "Em 3 Horas, fui a 2 Festas, Tô De Boa”. 1.3 OTITES As otites são temas recorrentes nas provas de Pediatria, com destaque para a otite média aguda (OMA), que apresenta como principal sintoma a otalgia, tendo, como sinal definidor para o diagnóstico, a identificação de abaulamento da membrana timpânica à otoscopia. Frequentemente é desencadeada por rinossinusites ou faringites virais, o que faz vários enunciados associarem coriza e obstrução nasal como antecedentes. Outro tipo comum é a otite externa, manifestada clinicamente por otalgia durante a manipulação do conduto auditivo externo, sendo descrita em enunciados como “dor ao remover a camisa” ou ``dor à manipulação do tragus``. O exame físico característico dessa otite evidencia edema e hiperemia apenas do conduto auditivo externo (CAE) e/ou do pavilhão auricular, sem alterações significativas na membrana timpânica nem orelha média. Os enunciados associam essa otite a crianças com relato de banho de piscina, praia ou em colônias de férias, que apresentam uma otalgia sem febre, o que auxilia na diferenciação com os sintomas da otite média aguda. O mnemônico serve para que você se lembre das 3 doenças que se iniciam com H: hipotireoidismo congênito, hiperplasia adrenal congênita e Hemoglobinopatias; 2 com F: fibrose cística e fenilcetonúria; e 2 com T D B, a toxoplasmose congênita, que foi a novidade de 2020, e a deficiência de biotinidase. Agora ficou fácil, não é? Fonte: Shutterstock Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA 7Estratégia MED| Atualizações Residência Médica e Revalida | Abril de 2021 As atualizações que você precisa saber para a prova de residência médica em 2021 Porém, existe um tipo peculiar que pode apresentar sinais e sintomas comuns a ambas as otites: a miringite bolhosa. Ela cursa com otalgia e febre, semelhante à OMA, mas o exame físico pode apresentar edema e hiperemia do CAE de forma semelhante à otite externa. Contudo, o sinal característico dessa infecção é a presença de vesículas ou bolhas na membrana timpânica, sendo facilmente identificável através da otoscopia. A principal mudança referente a essa patologia ocorreu em relação aos agentes etiológicos envolvidos. COMOERA? Em estudos publicados há mais de 50 anos, a infecção experimental de voluntários adultos com Mycoplasma pneumoniae resultou em miringite bolhosa hemorrágica, agente comumente associado à pneumonia atípica. Isso fez com que, por muitos anos, esse tipo de otite fosse relacionado a essa bactéria. Porém, vários estudos e revisões extensas refutaram a afirmação de que a miringite bolhosa seria sinal patognomônico de infecção pelo M. pneumoniae, uma vez que essa bactéria raramente foi cultivada em coletas de material das vesículas/bolhas timpânicas. COMO FICOU? Os patógenos mais frequentemente associados à otite média aguda foram mais identificados em associação às referidas bolhas na membrana timpânica do que o saudoso M. pneumoniae, com destaque para o S. pneumoniae, que é a bactéria mais identificada na OMA. Estratégia MED Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA 8Estratégia MED| Atualizações Residência Médica e Revalida | Abril de 2021 As atualizações que você precisa saber para a prova de residência médica em 2021 1.4 SULFATO FERROSO a) Suplementação de ferro elementar: A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) adotou um novo esquema de suplementação de ferro elementar, confira! Como era: a prescrição do sulfato ferroso deveria ser feita a partir da introdução alimentar (idealmente aos 6 meses, ou antes, no caso das mães que retornam ao trabalho e não têm condições de manter o aleitamento materno exclusivo). Atenção! A recomendação do Ministério da Saúde mantém-se dessa forma! Como ficou: desde junho de 2018, a recomendação da SBP é a suplementação de ferro elementar a partir de 3 meses para TODOS os bebês, dada a alta prevalência de anemia ferropriva na população pediátrica e as consequências deletérias da anemia para o crescimento e desenvolvimento da criança. Essa suplementação deve ser de 1 mg/kg/dia até os 2 anos, para um lactente a termo, adequado para a idade gestacional. Observação: caso o lactente esteja em uso de fórmulas lácteas infantis e esteja recebendo mais de 500 mL/dia dela, não é necessária a suplementação de Fe. Fonte: Shutterstock Condição Suplementação de Fe recomendada pelo MS e SBP RNT < 2500 g ou prematuro de 2500g a 1500g 2 mg/kg/dia até 1 ano Prematuro de 1500g a 1000g 3 mg/kg/dia até 1 ano Prematuro < 1000 g 4 mg/kg/dia até 1 ano Observação: os RN de baixo peso e os prematuros necessitam da suplementação a partir do primeiro mês de vida! Depois de 1 ano, a suplementação continua como a do RNT/AIG, ou seja: 1 mg/kg/dia até os 2 anos. Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA 9Estratégia MED| Atualizações Residência Médica e Revalida | Abril de 2021 As atualizações que você precisa saber para a prova de residência médica em 2021 2.0 GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA CAPÍTULO 2.1 CÂNCER DE COLO UTERINO: O QUE MUDOU NO NOVO ESTADIAMENTO? As principais mudanças entre os estadiamentos foram: 1. O estadiamento, que antes era somente clínico, agora também inclui exames de imagem e anatomopatológico; No estadiamento IA não é mais considerada a largura da lesão (anteriormente só era considerado esse estádio se a lesão fosse ≤ 7 mm de largura); 2. Foi acrescentada mais uma subdivisão para os estadiamentos IB e III: a. IB: anteriormente, incluía apenas IB1 e IB2 (tumores menores e maiores do que 4 cm, respectivamente). Hoje é subdividido em IB1, IB2 e IB3 (Figura abaixo); b. III: anteriormente, incluía apenas IIIA (envolvimento de terço inferior da vagina) e IIIB (tumor atingindo parede óssea). Hoje é subdividido em IIIA, IIIB e IIIC. Estadiamento do Câncer de Colo de Útero Estratégia MED Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA 10Estratégia MED| Atualizações Residência Médica e Revalida | Abril de 2021 As atualizações que você precisa saber para a prova de residência médica em 2021 2.2 SÍFILIS A sífilis na gestação é um tema bastante cobrado nas provas de Residência Médica. No ano de 2020 houve uma mudança na classificação da sífilis recente e tardia. Como era? No Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas para Prevenção de Transmissão Vertical de HIV, Sífilis e Hepatites Virais de 2019, classificava-se como sífilis recente aquela com até dois anos de duração e, como tardia, quando a duração era de mais de dois anos ou indeterminada. Como ficou? Já, no Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas para Prevenção de Transmissão Vertical de HIV, Sífilis e Hepatites Virais, de 2020, publicado em agosto/2020, considera-se sífilis recente aquela com menos de um ano de duração, e tardia quando a duração é de mais de um ano ou indeterminada. Além disso, também tivemos uma mudança importante desse protocolo em relação à avaliação da resposta imunológica ao tratamento da sífilis. Até a atualização de 2019, considerava-se sucesso de tratamento a ocorrência de diminuição da titulação em duas diluições do teste não treponêmico em até três meses e quatro diluições em até seis meses. Desde o último protocolo, publicado em agosto/2020, define-se resposta imunológica adequada quando há queda de duas diluições em até 6 meses para sífilis recente ou em até 12 meses para sífilis tardia. VDRL OU RPR MENSAL Ausência de queda de 2 titulações (4x) em até 6 m (sífilis recente) ou 12 m (sífilis tardia) CRITÉRIOS DE RETRATAMENTO (reativação ou reinfecção) Aumento da titulação em 2 diluições (4x) Persistência ou recorrência de sinais e sintomas clínicos Queda de 2 titulações em até 6 m (sífilis recente) ou 12 m (sífilis tardia) VDRL OU RPR não reagente RESPOSTA IMUNOLÓGICA ADEQUADA Tratar com 2,4 milhões UI por 3 semanas Investigar sinais ou sintomas neurológicos ou oftalmológicos Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA 11Estratégia MED| Atualizações Residência Médica e Revalida | Abril de 2021 As atualizações que você precisa saber para a prova de residência médica em 2021 Então, fique atento a isso nas provas deste ano! ESTADIAMENTO TRATAMENTO RECENTE Primária Benzilpenicilina benzatina 2,4 milhões UI, IM, dose única (1,2 milhão UI/ glúteo) Secundária Latente recente (<1 ano) TARDIA Latente tardia (>1 ano) ou duração ignorada Benzilpenicilina benzatina 2,4 milhões UI, IM, semanal, (1,2 milhão UI/glúteo) por 3 semanas Dose total: 7,2 milhões UI, IMTerciária Neurossífilis Benzilpenicilina procaína (cristalina) 18-24 milhões UI/dia, EV, 3-4 milhões UI, 4/4 horas ou infusão contínua, por 14 dias Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA 12Estratégia MED| Atualizações Residência Médica e Revalida | Abril de 2021 As atualizações que você precisa saber para a prova de residência médica em 2021 3.0 PREVENTIVA CAPÍTULO 3.1 NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA Você sabia que a Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública foi modificada duas vezes em 2020? Pois é! Entenda: Como era: primeiro, o Ministério da Saúde publicou a Portaria n° 264, em 17 de fevereiro de 2020, em que incluiu a doença de Chagas crônica, a esporotricose humana e a criptococose como doenças de notificação obrigatória. Lembre-se de que, até então, apenas a doença de Chagas aguda era notificada nacionalmente. Como ficou: após 90 dias, uma segunda portaria foi publicada (n° 1.061 de 18/05/2020), dessa vez revogando a portaria de fevereiro e incluindo apenas a doença de Chagas crônica nessa lista. Dessa forma, agora devemos notificar todos os casos de doença de chagas, tanto os espectros agudos quanto os crônicos. No caso do espectro agudo, a notificação deve ser imediata, ou seja, em até 24 horas. Para os espectros crônicos, a notificação pode ser realizada com periodicidade semanal. V A F É S A I Violência Violência (doméstica, sexual, tentativa de suicídio e outras formas de violência); Terrorismo (suspeita de disseminação intencional: Antraz pneumônico, Tularemia, Varíola); Cena violenta (óbito Infantil e materno).Acidente de trabalho (com material biológico; grave; fatal; em crianças e adolescentes); Intoxicação Exógena. (NEM A TIA escapa)– Nilo, Ebola, Maculosa, Arenavírus, Tifoide, Arboviroses. Acrescentar: Marburgd, Lassae, Febre purpúrica Brasileira. Grandes Epidemias da Humanidade: CPF (cólera, peste e febre amarela), coronavírus e evento de saúde pública que for uma ameaça à saúde pública. Peçonhentos, raiva, cão (leishmaniose), gato (toxoplasmose congênita e em gestantes), rato (hantavirose e leptospirose), caramujo (esquistossomose), barbeiro (chagas), vaca louca (Doença de Creutzfeldt-Jakob) e patê de atum (alimentos em conserva = botulismo). Lembra de 2 DST: sífilis e HIV. Sífilis (adquirida, congênita e em gestante). HIV/AIDS (todas as formas - gestante, parturiente ou puérpera e criança exposta) Obs.: Hepatites virais está em "Imunizações". Todas doenças que têm vacina e seus eventos adversos. Obs1: incluir todas hepatites virais. Obs2: Varicela só óbito e grave. Obs3: Caxumba e Rotavírus não notifica. Febre Epidemias Sexo só a 2 Animal Imunização Acidente MEDICINA PREVENTIVA Difícil decorar a Lista Nacional de Notificação Compulsória de Doenças, Agravos e Eventos de Saúde Pública? VÁ com FÉ que SAI. Estratégia MED Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA 13Estratégia MED| Atualizações Residência Médica e Revalida | Abril de 2021 As atualizações que você precisa saber para a prova de residência médica em 2021 3.2 FINANCIAMENTO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA Como era o modelo anterior de financiamento? O modelo foi criado a partir da Norma Operacional Básica no 01, de 1996, também conhecida como NOB 01/96. Essa norma consolidou a política de municipalização no SUS e criou o Piso da Atenção Básica (PAB). E o que seria o PAB? Trata-se dos recursos financeiros repassados pelo Governo Federal aos municípios para a viabilização das ações de atenção primária à saúde (APS), compondo o teto financeiro do bloco de atenção básica. A Portaria GM/MS nº 204, de 2007, descreve os dois componentes do PAB da seguinte maneira: • PAB fixo - destinado a todos os municípios, obtido através da multiplicação da quantidade de pessoas de um município por um valor per capita que varia entre R$23 e R$28; • PAB variável - varia de acordo com a implantação de estratégias realizadas no âmbito da atenção básica em saúde, tais como: Saúde da Família, Agentes Comunitários de Saúde, Saúde Bucal, Fator de Incentivo de Atenção Básica aos Povos Indígenas, Incentivo para a Atenção à Saúde no Sistema Penitenciário, Incentivo para a Atenção Integral à Saúde do Adolescente em conflito com a lei, em regime de internação e internação provisória, além de outros que venham a ser instituídos por meio de ato normativo específico. Como ficou: O novo modelo passou a vigorar a partir de janeiro de 2020 e está detalhado na Portaria nº 2.979, de 12 de novembro de 2019, que instituiu o Programa Previne Brasil. Esse novo modelo de financiamento federal de custeio da APS é constituído por três componentes: I - Capitação ponderada; II - Pagamento por desempenho; e III - Incentivo para ações estratégicas. O que seria a Capitação Ponderada? Esse repasse é calculado a partir do número de pessoas cadastradas pelas equipes de Saúde da Família ou equipes de Atenção Básica. Seu cálculo é ajustado por outros fatores, tais como: a vulnerabilidade socioeconômica, o perfil de idade e a classificação rural-urbana do município. O que seria o Pagamento por Desempenho? Nesse cálculo, considera-se os resultados dos indicadores obtidos pelas equipes que trabalham na Atenção Primária à Saúde. As informações de produção das equipes devem ser enviadas e registradas, devendo haver foco na melhoria dos processos de trabalho, para um alcance de melhor desempenho de seus indicadores. As metas incluem a mensuração de indicadores relacionados aos seguintes tópicos: gestantes, saúde da mulher, saúde da criança, doenças crônicas, infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), tuberculose, saúde bucal, saúde mental, indicadores globais. O que seria o Incentivo Para Ações Estratégicas? Esse componente prevê o custeio das seguintes ações, programas e estratégias: • Programa Saúde na Hora; • Equipe de Saúde Bucal (eSB); • Unidade Odontológica Móvel (UOM); • Centro de Especialidades Odontológicas (CEO); • Laboratório Regional de Prótese Dentária (LRPD); • Equipe de Consultório na Rua (eCR); • Unidade Básica de Saúde Fluvial (UBSF); • Equipe de Saúde da Família Ribeirinha (eSFR); • Microscopista; • Equipe de Atenção Básica Prisional (eABP); • Custeio para o ente federativo responsável pela gestão das ações de Atenção Integral à Saúde dos Adolescentes em Situação de Privação de Liberdade; • Programa Saúde na Escola (PSE); • Programa Academia da Saúde; • Programas de apoio à informatização da APS; Fonte: Shutterstock Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA 14Estratégia MED| Atualizações Residência Médica e Revalida | Abril de 2021 As atualizações que você precisa saber para a prova de residência médica em 2021 • Incentivo aos municípios com Residência Médica e multiprofissional; • Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde (ACS). Além de outros que possam vir a ser instituídos por meio de atos normativos específicos. Portanto, se a questão perguntar sobre o novo modelo de financiamento do SUS e sugerir o PAB nas alternativas como algo atual, você pode eliminar essa alternativa com segurança e partir para o abraço! 3.3 PROCEDIMENTOS DE JUSTIFICAÇÃO E AUTORIZAÇÃO DA INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ Atenção! Os procedimentos de justificação e autorização da interrupção da gravidez, para os casos previstos em lei, foram atualizados pelo Ministério da Saúde. Esses procedimentos podem ser realizados no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). possibilidade de visualização do feto ou embrião por meio de ultrassonografia, caso ela desejasse. Essa situação deveria ser comunicada pela equipe de saúde e a gestante deveria expressar sua concordância de forma documentada. Entretanto, essa última previsão foi retirada a partir da Portaria GM/MS nº 2.561, de 23 de setembro de 2020. Essa portaria é a versão mais recente da normativa sobre o Procedimento de Justificação e Autorização da Interrupção da Gravidez. Isso mesmo! Em menos de um mês, houve outra mudança do texto normativo. Entretanto, não há com o que se preocupar, pois as alterações resumiram-se a três pontos, confira a seguir: 1. O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido foi reescrito. Em suma, retiraram os detalhamentos que havia sobre os riscos, deixando apenas como referência os protocolos da Organização Mundial de Saúde (OMS) para acesso às informações sobre os riscos desse procedimento. 2. A obrigatoriedade do médico em comunicar a polícia foi mantida, sendo seu texto realocado do artigo 1º para o artigo 7º. Apesar de ter sido reescrito, o conteúdo não mudou. Por causa dessa realocação, as numerações de outros artigos também mudaram. 3. Foi retirado o artigo que previa que a equipe médica deveria informar acerca da possibilidade de visualização do feto ou embrião, caso a gestante desejasse. Quais são os casos previstos legalmente para realização do aborto? As três únicas situações em que o aborto é lícito ocorrem quando: 1. a gravidez representa risco de vida para a gestante; 2. a gravidez é resultante de um estupro; 3. o feto é anencefálico. Em que texto pode ser pesquisada essa atualização? Vamos com calma, porque houve algumas mudanças sequenciais em curto período! A Portaria GM/MS nº 2.282, de 27 de agosto de 2020, substituiu a norma anterior – a Portaria nº GM/MS 1.508, de 2005. Segundo essa nova Portaria, os profissionais de saúde e os responsáveis por estabelecimento de saúde devem notificar à polícia todos os casos em que houver indícios ou confirmação de estupro, o que já era previsto desde a Lei nº 13.931, de 10 de dezembro de 2019.Adicionalmente, esses profissionais estão obrigados a preservar as evidências materiais do estupro, que devem ser entregues à autoridade policial de imediato, o que inclui fragmentos de embrião ou feto para avaliação genética. Essas evidências podem conduzir ao autor do crime. Outra novidade incluía informar à gestante acerca da Essa nova portaria manteve as quatro fases. Elas devem ser registradas no formato de termos que serão arquivados com o prontuário médico. Confira as fases: Estratégia MED Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA 15Estratégia MED| Atualizações Residência Médica e Revalida | Abril de 2021 As atualizações que você precisa saber para a prova de residência médica em 2021 1a fase - Relato circunstanciado do evento • relato sobre a ocorrência do estupro; • assinado pela gestante ou, quando incapaz, também por seu representante legal, bem como por 2 (dois) profissionais de saúde do serviço. 2a fase - Parecer técnico e Termo de Aprovação de Procedimento de Interrupção da Gravidez • Parecer técnico emitido pelo médico responsável pela intervenção, devendo avaliar compatibilidade entre a idade gestacional e a data da violência sexual alegada. • Termo de Aprovação de Procedimento de Interrupção da Gravidez, que não pode estar em desconformidade com a conclusão do parecer técnico e deve ser assinado por três integrantes, no mínimo, da equipe de saúde multiprofissional. 3a fase - Termo de Responsabilidade • a assinatura da gestante ou, se for incapaz, também de seu representante legal; • contém advertência expressa sobre a previsão dos crimes de falsidade ideológica (art. 299 do Código Penal) e de aborto (art. 124 do Código Penal), caso a gestante não tenha sido vítima do crime de estupro. 4a fase - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido • assinado ou identificado por impressão datiloscópica, pela gestante ou, se for incapaz, também por seu representante legal; • declaração expressa sobre a decisão voluntária e consciente de interromper a gravidez. Vamos relembrar como era a primeira portaria? O Procedimento de Justificação e Autorização da Interrupção da Gravidez não era condição necessária para interrupção da gravidez nos casos que envolviam riscos de morte à mulher. Além disso, não havia a obrigatoriedade de notificação policial. Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA 16Estratégia MED| Atualizações Residência Médica e Revalida | Abril de 2021 As atualizações que você precisa saber para a prova de residência médica em 2021 4.0 CLÍNICA MÉDICA CAPÍTULO 4.1 HANSENÍASE A hanseníase é o tema de Dermatologia mais cobrado nas provas de Residência Médica. Por isso, precisamos sempre estar atentos a esse assunto. No ano de 2020 tivemos uma novidade importantíssima! O tratamento da hanseníase mudou! Tratamento da hanseníase antes de setembro de 2020. Como ficou: a partir de setembro de 2020, a nova orientação do Ministério da Saúde é de que todos os pacientes (tanto paucibacilares quanto multibacilares) sejam tratados com rifampicina, dapsona e clofazimina! O tempo de tratamento permanecerá o mesmo: paucibacilares com 6 cartelas em até 9 meses e multibacilares com 12 cartelas em até 18 meses. Como era: até setembro de 2020 o tratamento da hanseníase era feito da seguinte forma: Fonte: Shutterstock Tratamento da hanseníase após setembro de 2020. Estratégia MED Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA 17Estratégia MED| Atualizações Residência Médica e Revalida | Abril de 2021 As atualizações que você precisa saber para a prova de residência médica em 2021 4.2 HEPATITE C Como era: o tratamento da hepatite C passou por muitas mudanças recentes. Vamos recordar um pouco de sua história? Até 2013, o tratamento era feito com interferon peguilado associado à ribavirina (I+R), reservado para pacientes com fibrose significativa e avançada. Apresentava muitos efeitos colaterais e baixa taxa de cura. Em 2013, foram incluídas 2 medicações que revolucionaram o tratamento da hepatite C: telaprevir e boceprevir. Eram os primeiros antivirais de ação direta (DAA), usados em terapia tripla, em associação ao interferon e à ribavirina (I+R com telaprevir ou boceprevir), exclusivos para o genótipo 1 com fibrose avançada. Houve um aumento importante da taxa de cura, mas ainda com muitos efeitos colaterais, proibidos para doentes com cirrose avançada. Em 2015, o protocolo clínico e diretrizes terapêuticas (PCDT) foi atualizado e foram incluídos os DAAs de segunda onda, sofosbuvir, simeprevir e daclatasvir, agora capazes de tratar todos os genótipos, em esquemas livres de interferon. Em 2017, foi incluído mais um esquema, conhecido como 3D (ombitasvir, Como ficou: atualmente, a partir do PCDT publicado em 2019, está indicado o tratamento para TODOS os pacientes com diagnóstico de hepatite C, independentemente do grau de fibrose ou inflamação. As medicações previstas são os antivirais de ação direta (DAA), sempre em esquema duplo, por 12 a 24 semanas. A saber: FÍGADO DOENTE Esquemas de tratamento Daclatasvir + Sofosbuvir Ledipasvir + Sofosbuvir Elbasvir + Grazoprevir Glecaprevir + Pibrentasvir Velpatasvir + Sofosbuvir Sempre em esquema duplo, por 12 a 24 semanas! A alfapeginterferona associada à ribavirina ainda pode ser prescrita na população pediátrica de 3 a 11 anos, por 48 semanas. Como os esquemas disponíveis atualmente são igualmente efetivos, a escolha dá-se pelo melhor custo x benefício, disponibilidade e facilidade posológica. veruprevir/ritonavir e dasabuvir), indicado para pacientes com genótipo 1 e disfunção renal. Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA 18Estratégia MED| Atualizações Residência Médica e Revalida | Abril de 2021 As atualizações que você precisa saber para a prova de residência médica em 2021 4.3 HIV - TRATAMENTO DE GESTANTES No ano de 2020, o Ministério da Saúde atualizou a terapia antirretroviral (TARV) da gestante que vive com HIV. Esse é um tema quente para ser cobrado nas provas de Residência Médica. Como era o esquema preferencial para gestantes no início do tratamento: Tenofovir (TDF) Lamivudina (3TC) Raltegravir (RAL) Inibidor da transcriptase reversa nucleosídeo/nucleotídeo (ITRN) Inibidor da transcriptase reversa nucleosídeo/nucleotídeo (ITRN) Inibidor da integrase Como ficou atualmente, a TARV depende da idade gestacional: Até 12 semanas de idade gestacional Para início do tratamento na paciente com até 12 semanas de idade gestacional e genotipagem pré-tratamento que comprove ausência de mutações contra os ITRNN (inibidores de transcriptase reversa não nucleosídeos/nucleotídeos), recomenda-se: Tenofovir (TDF) Lamivudina (3TC) Efavirenz (EFV) Inibidor da transcriptase reversa nucleosídeo/nucleotídeo (ITRN) Inibidor da transcriptase reversa nucleosídeo/nucleotídeo (ITRN) Inibidor da transcriptase reversa não nucleosídeo/nucleotídeo (ITRNN) Fonte: Shutterstock Estratégia MED Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA 19Estratégia MED| Atualizações Residência Médica e Revalida | Abril de 2021 As atualizações que você precisa saber para a prova de residência médica em 2021 Tenofovir (TDF) Tenofovir (TDF) Lamivudina (3TC) Lamivudina (3TC) Atazanavir/r (ATV/r) Dolutegravir (DTG) Inibidor da transcriptase reversa nucleosídeo/nucleotídeo (ITRN) Inibidor da transcriptase reversa nucleosídeo/nucleotídeo (ITRN) Inibidor da transcriptase reversa nucleosídeo/nucleotídeo (ITRN) Inibidor da transcriptase reversa nucleosídeo/nucleotídeo (ITRN) Inibidor de protease Inibidor de integrase Caso a genotipagem não esteja disponível, ou ela demonstrar resistência aos ITRNN, recomenda-se: A partir de 13 semanas de idade gestacional: Por causa de estudos que mostraram a segurança do dolutegravir na gestação, recomenda-se, a partir da 13ª semana, o seguinte tratamento: 4.4 HIV - PROFILAXIA DA TRANSMISSÃO VERTICAL Como era? Você se lembrade como era o manejo de recém-nascido exposto ao HIV? Aqueles considerados de baixo risco de exposição ao HIV, como os nascidos de uma mãe com HIV e com uso regular de antirretrovirais, deveriam receber profilaxia com AZT (zidovudina) por 4 semanas. Para os recém-nascidos de alto risco, a nevirapina deveria ser acrescentada ao AZT, sendo feitas 3 doses no total. Nessa tabela você consegue relembrar quais eram as gestantes de alto risco às quais a associação da nevirapina estava indicada: Gestantes com carga viral maior que 1.000 cópias/mL ou desconhecida no último trimestre. Gestantes que não usaram a TARV na gestação, independentemente do uso do AZT periparto. Gestantes com histórico de má adesão, mesmo com CV < 1.000 cópias/mL no último trimestre. Mães com IST, especialmente sífilis. Parturiente com resultado reagente para HIV no momento do parto. Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA 20Estratégia MED| Atualizações Residência Médica e Revalida | Abril de 2021 As atualizações que você precisa saber para a prova de residência médica em 2021 Como ficou? Atualmente, com base na Nota Informativa Nº 2/2021.DCCI/SVS/MS, houve uma mudança dessa profilaxia para pacientes de alto risco. Por conta das altas taxas de resistência à nevirapina, ela teve que ser substituída e a profilaxia recomendada atualmente é: Zidovudina (AZT) Lamivudina (3TC) Raltegravir (RAL) Esse esquema deve ser feito por 28 dias. Nessa nova Nota Informativa, as definições de recém-nascidos de alto e baixo risco também foram atualizadas. Veja aqui como isso ficou: Alto risco Mães sem pré-natal, ou Mães sem TARV durante a gestação, ou Mães que tinham indicação de profilaxia no parto e não receberam, ou Mães com início de TARV após a 2ª metade da gestação, ou Mães com infecção aguda pelo HIV durante a gestação ou aleitamento, ou Mães com carga-viral (CV) detectável no 3º trimestre, usando ou não a TARV, ou Mães com CV desconhecida, ou Mães com teste rápido positivo no momento do parto, sem diagnóstico prévio de infecção pelo HIV. Baixo risco Uso de TARV na gestação e CV indetectável a partir da 28ª semana e sem falha na adesão à TARV. Descomplicando isso tudo que lhe falei, compare aqui nessa tabela como era antes e como é agora: Baixo risco Alto risco Antes AZT por 28 dias AZT por 28 dias + NVP 3 doses Agora AZT por 28 dias AZT + 3TC + RAL por 28 dias Estratégia MED Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA 21Estratégia MED| Atualizações Residência Médica e Revalida | Abril de 2021 As atualizações que você precisa saber para a prova de residência médica em 2021 4.5 HIV - TRATAMENTO DA COINFECÇÃO HIV/TB (TUBERCULOSE) Recentemente, o Ministério da Saúde autorizou o uso do dolutegravir nos casos de pacientes coinfectados com HIV e TB. Antes, ele não era recomendado. Ao contrário da dose habitual do dolutegravir de 50mg uma vez ao dia, os coinfectados devem receber uma dose dobrada, que é de 50mg duas vezes ao dia. O motivo disso é que a rifampicina é um forte indutor do metabolismo do dolutegravir, levando a uma redução do seu nível sérico. 4.6 DIRETRIZ LUSO-BRASILEIRA DE DIABETES Houve uma nova recomendação para a utilização da segunda droga anti-hiperglicemiante. Vamos conferir? Como era: Metformina era a primeira escolha terapêutica para diabetes mellitus tipo 2. Caso fosse necessária uma segunda droga anti-hiperglicemiante para controle, o médico deveria basear-se nas características clínicas do paciente (obesidade, tempo de diabetes, risco de hipoglicemia). Como ficou: A metformina continua sendo a droga de primeira escolha terapêutica para diabetes mellitus tipo 2. Entretanto, as diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes de 2019-2020 e as I Diretrizes Luso-Brasileiras enfatizam o uso das seguintes classes terapêuticas (como segunda droga anti-hiperglicemiante) em associação com a metformina, devido aos benefícios em redução de risco cardiovascular, descompensações de insuficiência cardíaca e diminuição na progressão da doença renal crônica: Comorbidade Segunda classe terapêutica Doença cardiovascular estabelecida1 Análogos de GLP-12 ou inibidores de SGLT-2 Insuficiência cardíaca Inibidores de SGLT-2 Doença renal crônica com albuminúria positiva3 Inibidores de SGLT-2 1Doença cardiovascular estabelecida: infarto do miocárdio, doença coronariana multiarterial, doença arterial coronariana com ≥ 50% de estenose, revascularização coro- nariana prévia, angina instável, AVC (isquêmico ou hemorrágico), doença arterial obstrutiva periférica. 2Os únicos análogos que demonstraram redução de risco cardiovascular foram a liraglutida e a semaglutida. 3Doença renal crônica com taxa de filtração glomerular > 30 mL/minuto (lembre-se de que, abaixo desse valor, a metformina, os inibidores de SGLT-2 e os análogos de GLP-1 são contraindicados). Caso necessária uma terceira droga no tratamento de pacientes com insuficiência cardíaca ou doença renal crônica com albuminúria (e taxa de filtração glomerular > 30 mL/minuto), a preferência deve ser por análogos de GLP-1. Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA 22Estratégia MED| Atualizações Residência Médica e Revalida | Abril de 2021 As atualizações que você precisa saber para a prova de residência médica em 2021 4.7 OBESIDADE Redução do arsenal terapêutico: No início de 2020, a locarserina, um agonista seletivo do receptor serotoninérgico 5-HT2c, foi retirada do mercado devido à associação com maior risco de neoplasias malignas. Ampliação do arsenal terapêutico na população pediátrica: Em setembro de 2020, a liraglutida, um análogo de GLP-1 de uso subcutâneo diário, foi introduzida como ferramenta terapêutica para adolescentes com idade ≥ 12 anos. 4.8 TRATAMENTO DA FASE AGUDA DO AVC Em 2020, foram publicados no New England Journal of Medicine os resultados do estudo brasileiro Resilient, para a avaliação da eficácia da trombectomia mecânica realizada em até 8h do início dos sintomas de AVC isquêmico. O estudo foi interrompido precocemente devido aos resultados mostrarem superioridade dessa modalidade em comparação ao tratamento padrão (trombólise endovenosa em até 4,5h do início dos sintomas). Atualmente, a trombectomia mecânica é recomendada, principalmente, aos pacientes com AVC isquêmico e oclusão da artéria carótida interna ou do segmento proximal da artéria cerebral média (M1). Já há algum grau de recomendação para sua indicação em vasos da circulação posterior (vertebrais e basilar) e segmentos de calibre um pouco menor. A trombectomia mecânica pode ser feita em até 24h do início dos sintomas, com base nas seguintes indicações: • Pacientes com 0-6h do início dos sintomas: ◦ Idade maior que 18 anos; ◦ Tomografia de crânio normal ou com sinais precoces em menos 5 pontos avaliados na escala de ASPECTS (pontuação maior ou igual a 6); ◦ Déficit neurológico significativo: pontuação na escala de NIH maior ou igual a 6; ◦ Ausência de sequelas neurológicas significativas prévias: escala de Rankim modificada entre 0-1 pontos. • Pacientes entre 6-24h do início dos sintomas: ◦ Idade maior que 18 anos; ◦ Critérios estabelecidos pelos estudos DAWN e DEFUSE 3, que levam em conta o volume do infarto, calculado com base em softwares específicos para a análise dos resultados do exame de imagem. Fonte: Shutterstock Estratégia MED Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA 23Estratégia MED| Atualizações Residência Médica e Revalida | Abril de 2021 As atualizações que você precisa saber para a prova de residência médica em 2021 Critérios Início dos sintomas entre 0-6h Início dos sintomas entre 6-24h Idade > 18 anos Vaso(s) ocluído(s) Artéria carótida interna ou segmento proximal da artéria cerebral média (M1) Sequelas prévias Mínimas (pontuação ≤ 1 na escala de Rankin modificada) Intensidade do déficit NIHSS ≥ 6 Critérios dos estudos Dawn e Defuse 3: Mismatch clínico-radiológico ou difusão-perfusãoExame de imagem TC de crânio normal ou com sinais precoces em até 4 locais da a. cerebral média (ASPECTS ≥ 6) 4.9 PREVENÇÃO DA DEMÊNCIA A comissão de prevenção de demências da revista Lancet adicionou a sua lista prévia mais três fatores de risco para demência, totalizando agora 12 fatores, que podem ser responsáveis por 40% dos casos. Como era: • Baixo nível educacional; • Hipertensão; • Déficit auditivo; • Tabagismo; • Obesidade; • Depressão; • Inatividade física; • Diabetes; • Baixo contato social; Como ficou: os 12 fatores, incluindo os 3 mais recentes (em negrito), são: • Baixo nível educacional; • Hipertensão; • Déficit auditivo; • Tabagismo; • Obesidade; • Depressão; • Inatividade física; • Diabetes; • Baixo contato social; • Consumo excessivo de álcool; • Lesão encefálica traumática; • Poluição do ar. Por esse motivo, é provável que algumas bancas possam contemplar esse tema de prevenção de demências em suas questões, já que não temos novidades em relação ao tratamento. Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA 24Estratégia MED| Atualizações Residência Médica e Revalida | Abril de 2021 As atualizações que você precisa saber para a prova de residência médica em 2021 • Aura incomum, prolongada ou persistente; • Padrão de dor: aumento da frequência, intensidade ou mudança nas características; • Primeiro ou pior episódio de enxaqueca; • Enxaqueca com aura de tronco encefálico; • Enxaqueca hemiplégica; • Acompanhantes migranosos de início na idade idosa; • Enxaqueca confusional; • Aura de enxaqueca sem cefaleia; • Enxaqueca unilateral estrita; • Enxaqueca pós-traumática. 4.11 ASMA Asma e DPOC são os temas de maior relevância na Pneumologia para a prova de Residência Médica. Tivemos importantes atualizações no seu manejo com a publicação do GINA 2019 (Global Initiative for Asthma), a diretriz mundial dessa doença! Vamos ficar atentos! De acordo com o próprio documento, trata-se da maior mudança no manejo da asma nos últimos 30 anos! COMO ERA? GINA 2018 - Até a mencionada data, a etapa 1 do tratamento (Step 1) era constituída por uso isolado de Beta2-agonista de curta ação (SABA), quando necessário (como resgate). COMO FICOU? GINA 2019 - Por segurança, não se recomenda mais o tratamento de manutenção com uso isolado de Beta2-agonista de curta ação (SABA), havendo recomendação forte para tal afirmativa. 4.10 ENXAQUECA A American Headache Society publicou, no final de 2019, os resultados de uma revisão sistemática e uma recomendação sobre a realização de exames de imagem em pacientes com enxaqueca. De acordo com a Sociedade, não há indicação de realização de exames de imagem em pacientes que apresentam enxaqueca com sintomas típicos, cujo exame neurológico seja normal. Entretanto, os exames de imagem devem ser solicitados nos seguintes casos de enxaqueca: Estratégia MED Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA 25Estratégia MED| Atualizações Residência Médica e Revalida | Abril de 2021 As atualizações que você precisa saber para a prova de residência médica em 2021 - Apesar de aliviar os sintomas, o uso isolado de SABA não protege o paciente de exacerbações. Pelo contrário, o uso excessivo de SABA (> 3 canisters no ano) está associado a um maior risco de exacerbações, e o uso de > 1 canister/mês está associado a um maior risco de morte por asma. - A diretriz recomenda, desde então, que todos os pacientes com asma devem receber, seja para controle dos sintomas (na asma leve), seja para tratamento de manutenção diário, dose de corticoide inalatório, a fim de reduzir o risco de exacerbação, hospitalização e morte por asma. ATENÇÃO! Não existe mais tratamento de asma apenas com broncodilatador, mesmo que para uso esporádico ou de resgate! O corticoide inalatório deve sempre ser utilizado! Desde então, o tratamento de controle da asma é dividido em etapas de I a V, em que a dose de CI está presente desde a etapa 1, é aumentada progressivamente e/ou outros tratamentos de controle são adicionados. COMO FICOU? 4.12 PANCREATITE AGUDA Em 2019, foi publicado um importante guideline elaborado durante o “World Congress of Emergency Surgery”, na Itália. Ele versa sobre os principais aspectos envolvendo a pancreatite aguda, desde diagnóstico, tratamento com antibióticos e manejo clínico/cirúrgico desses doentes. Fonte: Shutterstock Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA 26Estratégia MED| Atualizações Residência Médica e Revalida | Abril de 2021 As atualizações que você precisa saber para a prova de residência médica em 2021 Alguns pontos principais merecem destaque: • Na admissão do doente, ultrassonografia de abdome deve ser realizada no intuito de investigar etiologia biliar, a principal causa de pancreatite aguda. • A tomografia computadorizada não é necessária para casos leves. Nos casos graves, ela deve ser feita, preferencialmente, após 72-96 horas do início dos sintomas. • PCR ≥ 150 mg/dL no terceiro dia de doença é considerado fator de pior prognóstico. • Hematócrito > 44% e ureia > 20 mg/dL, isoladamente, também apontam para a existência de doença mais grave. • O uso de antibióticos profiláticos na pancreatite aguda não reduz a morbidade e a mortalidade desses doentes e, portanto, não é recomendado. • Em pacientes com necrose pancreática infectada, deve- se escolher antibiótico com boa penetração no parênquima pancreático, como os carbapenêmicos. • Ressuscitação volêmica deve ser indicada para todos os pacientes, independentemente do status hemodinâmico, dando- se preferência por cristaloides isotônicos. • Controle álgico deve ser feito já nas primeiras 24 horas da admissão do doente. Não há evidência da necessidade de nenhum tipo de restrição medicamentosa, e isso inclui o uso de opioides. • Reintrodução precoce da dieta, tão logo as condições do doente permitam, tem sido preconizada. Nesse contexto, a nutrição enteral destaca-se por manter a mucosa intestinal íntegra e prevenir complicações infecciosas. Tanto a sonda na posição gástrica quanto na posição jejunal são consideradas seguras. • Nutrição parenteral total deverá ser evitada. • Para pacientes com pancreatite aguda de etiologia biliar, CPRE não é indicada de rotina nesses doentes, devendo ser realizada em casos de colangite ou obstrução do ducto biliar comum. • Em pacientes com pancreatite aguda de etiologia biliar, a colecistectomia laparoscópica é indicada na mesma internação em doentes com pancreatite leve. Nos casos mais graves, em que há a presença de coleções fluidas peripancreáticas, a colecistectomia somente deverá ser realizada após resolução ou estabilização das coleções fluidas e cessação da inflamação aguda! 4.13 INIBIDORES SGLT-2 Estrategista, preste atenção a este nome: inibidores do SGLT-2! Parece um nome difícil no começo, mas tenho certeza de que vai entrar na sua cabeça com o tempo, porque essas medicações vieram para ficar na Nefro, Cardio e Endócrino! Isso porque o benefício cardiorenal dessas medicações foi comprovado em grandes ensaios clínicos. As drogas dessa classe são as gliflozinas, sendo que as principais representantes com evidência de benefício foram: empagliflozina, canagliflozina e dapagliflozina. Os principais desfechos positivos foram: redução de morte por causa cardiovascular, descompensação de insuficiência cardíaca, redução de albuminúria e menor taxa de progressão da doença renal crônica. Isso foi demonstrado tanto em pacientes diabéticos quanto em pacientes não diabéticos (no caso, apenas a dapagliflozina). A Sociedade Brasileira de Nefrologia já indica o uso dessa medicação para nefroproteção dos pacientes portadores de nefropatia diabética e é possível que esse benefício se estenda com os resultados demostrados no estudo “DAPA-CKD”, que também evidenciou benefícios em pacientes não diabéticos. E como é que essas medicaçõesagem para trazer tantos benefícios? Do ponto de vista renal, os inibidores do SGLT-2 (cotransportador renal sódio-glicose tipo 2) agem através do bloqueio da absorção de sódio e glicose no túbulo contorcido proximal, o que aumenta o aporte de sódio à mácula densa. Dessa forma, o rim sente que está “bem perfundido” e, através do feedback tubuloglomerular, provoca vasoconstrição da arteríola aferente, reduzindo o fluxo sanguíneo que chega a ele e, assim, diminuindo a pressão intraglomerular. Estratégia MED Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA 27Estratégia MED| Atualizações Residência Médica e Revalida | Abril de 2021 As atualizações que você precisa saber para a prova de residência médica em 2021 Veja na figura a seguir o efeito renal dessa medicação: O efeito renal é muito importante, mas será que justifica todos os benefícios envolvidos? Atualmente, existem outras hipóteses em investigação que vão além da alteração hemodinâmica renal, mas que ainda estão em fase de determinação. 4.14 CRITÉRIOS DO LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO Grande Estrategista, temos uma mudança super quente para trazer para você! Os critérios diagnósticos de lúpus eritematoso sistêmico mudaram em 2019. Isso mesmo! Um dos temas mais badalados nas questões de Reumatologia e ainda não cobrado em prova. Sempre um tema certo em questões de prova, em que a banca quer saber simplesmente se o candidato consegue reconhecer alguma manifestação clínica ou laboratorial que é contemplada pelos critérios. A equipe da Reumatologia aposta muito nisso para as provas deste ano, então venha com a gente! SLICC 2012 Critérios do SLICC (Systemic Lupus International Collaborating Clinics) de 2012 Um grupo internacional de profissionais especializados em atendimento de pacientes com lúpus - Systemic Lupus International Collaborating Clinic (SLICC) - publicou em 2012 nova proposição para critérios de classificação de pacientes com lúpus. Foram incluídas manifestações do lúpus não contempladas no critério do ACR, de 1997, e enfatizada a necessidade de preenchimento de, pelo menos, um critério imunológico. Para um indivíduo ser classificado como portador de lúpus é necessário o preenchimento de pelo menos 4 critérios, incluindo ao menos 1 clínico (dentre 11) e 1 imunológico (dentre 6), ou deve haver nefrite confirmada por biópsia, na presença de fator antinuclear positivo ou anticorpo anti-DNA nativo positivo. Partindo dessas informações, temos os seguintes critérios: Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA 28Estratégia MED| Atualizações Residência Médica e Revalida | Abril de 2021 As atualizações que você precisa saber para a prova de residência médica em 2021 Lúpus cutâneo agudo: eritema malar (não discoide), lúpus bolhoso, necrólise epidérmica tóxica variante lúpus, eritema maculopapular, eritema fotossensível do lúpus ou lúpus cutâneo subagudo (psoriasiforme/anular). Lúpus cutâneo crônico: lúpus discoide, lúpus hipertrófico/verrucoso, lúpus profundus (paniculite), lúpus túmido, lúpus mucoso, sobreposição líquen plano/lúpus discoide. Úlcera mucosa: palato, cavidade oral, língua, ou úlcera nasal (na ausência de outras causas). Alopecia não cicatricial. Articular: Artrite/artralgia, sinovite (edema/derrame articular) ≥ 2 articulações, artralgia (dor) em 2 ou mais articulações com rigidez matinal ≥ 30 min. Serosite: pleurite (dor > 1 dia/derrame pleural/ atrito pleural), pericardite (dor > 1 dia/ derrame/atrito/alteração ECG). Nefrite: proteinúria 24 h > 500 mg ou R P/C > 0,5, cilindro eritrocitário. Neurológica: convulsão, psicose, mononeurite múltipla, mielite, neuropatia periférica/craniana, estado confusional agudo (na ausência de outras causas). Anemia hemolítica Leucopenia (< 4.000/mm3, em pelo menos uma ocasião) ou linfopenia (< 1.000/mm3, em pelo menos uma ocasião). Plaquetopenia (< 100.000/mm3, em pelo menos uma ocasião). FAN Hep2 positivo Anti-dsDNA positivo Anti-Sm positivo Anticorpo antifosfolípide positivo: anticoagulante lúpico positivo, anticardiolipina positivo (título moderado/alto — IgA/IgM/ lgG), anti-b2glicoproteína-1 positivo, VDRL falso positivo. Complemento baixo: C3 baixo, C4 baixo, CH50 baixo. Coombs direto positivo (na ausência de anemia hemolítica). Estratégia MED Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA 29Estratégia MED| Atualizações Residência Médica e Revalida | Abril de 2021 As atualizações que você precisa saber para a prova de residência médica em 2021 ACR/EULAR - 2019 Critérios segundo American College of Rheumatology/ European League Against Rheumatism -ACR/EULAR - 2019 Estrategista, em 2019 o Colégio Americano de Reumatologia e a Liga Europeia publicaram os critérios vigentes atualmente e ainda não cobrados nas provas de Residência Médica, por isso atenção máxima aqui! Como funciona? Aqui, inicialmente o paciente tem que apresentar o critério de entrada; tendo-o, seguimos para os critérios aditivos. E quais são as principais mudanças? A novidade já aparece no critério de entrada, em que o paciente deve apresentar o FAN positivo. Agora a febre foi considerada um critério quando temperatura > 38,3°C. Úlceras nasais não são mais consideradas nos critérios de pele. No critério hematológico, linfopenia foi retirada. Coombs direto na ausência de anemia hemolítica não é mais critério. Dentro dos critérios neurológicos, mononeurite múltipla ou mielite ou neuropatia craniana/periférica foram retiradas. Cilindros hemáticos não são mais considerados nos critérios renais. Da parte imunológica também não mais considerados VDRL falso positivo e nem queda de CH50. Sendo assim, temos o seguinte: Critério de entrada Fator antinuclear (FAN) com título > 1:80 nas células hep-2 ou um teste positivo equivalente. Se ausente, não classifique como LES. Se presente, aplique critérios aditivos. Critérios aditivos Não conte um critério se houver uma explicação mais provável que LES. A ocorrência de um critério em pelo menos uma ocasião é suficiente. A classificação de LES requer pelo menos um critério clínico e pontuação ≥10. Os critérios não precisam ocorrer simultaneamente. Dentro de cada domínio, apenas o critério de maior peso é contado na pontuação final. Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA 30Estratégia MED| Atualizações Residência Médica e Revalida | Abril de 2021 As atualizações que você precisa saber para a prova de residência médica em 2021 Domínio clínico Critério Pontuação Constitucional Febre 2 Hematológico Leucopenia 3 Trombocitopenia 4 Hemólise autoimune 4 Neuropsiquiátrico Delirium 2 Psicose 3 Convulsão 5 Mucocutâneo Alopecia sem cicatrizes 2 Úlceras orais 2 Lúpus cutâneo subagudo OU discoide 4 Lúpus cutâneo agudo 6 Serosa Derrame pleural ou pericárdico 5 Pericardite aguda 6 Musculoesquelético Sinovite (edema ou derrame) em ≥ 2 articulações OU dor em ≥ 2 articulações E rigidez matinal > 30 minutos 6 Renal Proteinúria > 0,5 g/24h 4 Biópsia renal nefrite lúpica classe II ou V 8 Biópsia renal nefrite lúpica classe III ou IV 10 Domínio laboratorial Critério Pontuação Anticorpos antifosfolípides Anticardiolipina 2Anti-β2 glicoproteína1 Anticoagulante lúpico Complemento C3 baixo OU C4 baixo 3 C3 baixo E C4 baixo 4 Anticorpos específicos de LES Anti-dsDNA 6 Anti-Sm Estratégia MED Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA 31Estratégia MED| Atualizações Residência Médica e Revalida | Abril de 2021 As atualizações que você precisa saber para a prova de residência médica em 2021 Ao final houve aumento da especificidade diagnóstica, a saber: SLICC 2012 EULAR/ACR 2019 SENSIBILIDADE 97% 96% ESPECIFICIDADE 84% 93% 4.15 REFORMA PSIQUIÁTRICA Aqui vai uma dica rápida, que é novidade e poderá aparecer na sua prova de Residência! A chamada “Reforma Psiquiátrica” é um movimento social que se iniciou na década de 1970 no Brasil. Esse movimento visava a reorientação do modelo em assistênciapsiquiátrica no País, que era considerado “hospitalocêntrico”, e ganhou força especialmente a partir do ano de 2001, com a publicação da lei 10.216. De forma sucinta, a Reforma Psiquiátrica tinha como foco alguns aspectos importantes: 1 – Desinstitucionalização dos pacientes, ou seja, retirar os pacientes de instituições consideradas “asilares”, como hospitais psiquiátricos e manicômios, devolvendo essas pessoas para sua comunidade e para o convívio social. 2 – Fechamento progressivo de leitos psiquiátricos e hospitais especializados em Psiquiatria. 3 – Fortalecimento dos serviços de atendimento extra- hospitalar em saúde mental, como o CAPS, que deveria ser um serviço que substituiria o atendimento hospitalar. Pois bem, esse foi o modelo político vigente e dominante no Brasil até pouquíssimo tempo atrás e causou o fechamento de milhares de leitos psiquiátricos, prejudicando o atendimento em saúde mental, especialmente aos pacientes com transtornos mais graves e debilitantes. Por isso, desde o final do ano de 2017 e especialmente em 2019, com a publicação da NOTA TÉCNICA Nº 11/2019-CGMAD/ DAPES/SAS/MS, houve mudanças importantes nesse cenário, com uma reorientação na condução das políticas de saúde mental pautadas em evidências científicas e preceitos éticos. Segundo o Ministério da Saúde (MS), todos os serviços que compõem a rede de atendimento de saúde mental são igualmente importantes e devem ser incentivados, ampliados e fortalecidos. O Ministério da Saúde não considera mais serviços como substitutos e não fomenta mais o fechamento de unidades de qualquer natureza. A Rede deve ser harmônica e complementar. Assim, não há mais motivos para falarmos em rede substitutiva, já que nenhum serviço substitui outro. Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA 32Estratégia MED| Atualizações Residência Médica e Revalida | Abril de 2021 As atualizações que você precisa saber para a prova de residência médica em 2021 De acordo com as novas doutrinas estabelecidas pelo MS, “não há nenhuma evidência científica, em nenhum local do mundo, que justifique o fechamento de hospitais psiquiátricos”, que são “importantes retaguardas” para o tratamento de pacientes psiquiátricos. Além disso, o MS alega que “internações psiquiátricas devem estar prontamente disponíveis quando necessárias e devem ser tão breves quanto for possível”. O MS ainda ressalta que há cerca de 0,1 leito por 1.000 habitantes no Brasil, enquanto o mínimo preconizado por diretrizes do próprio MS seria de 0,45 leito por 1.000 habitantes. O MS ainda completa: “Vale ressaltar que a desinstitucionalização dos pacientes moradores de Hospitais Psiquiátricos continua sendo incentivada pelo Governo Federal, que não entende esses Serviços como locais de moradia de pacientes. Entretanto, a desinstitucionalização não será mais sinônimo de fechamento de leitos e de Hospitais Psiquiátricos.” 4.16 SÍNDROME CORONARIANA AGUDA SEM SUPRA DE ST Olá, futuro Residente! Muita atenção a esta atualização quentinha da Diretriz Brasileira de Síndrome Coronariana Aguda sem Supra do Segmento ST da Sociedade Brasileira de Cardiologia (2021). Para que fique mais didático, organizei as atualizações por tópicos. Se concentre, tem muita novidade na área! 4.16.1 NOVOS CONCEITOS: MINOCA E TINOCA 4.16.1.1 MINOCA O termo veio do inglês myocardial infarction with non-obstructive arteries. Nada mais é do que o infarto agudo do miocárdio (IAM) sem a presença de doença arterial coronariana obstrutiva. Cerca de 2/3 dos pacientes com MINOCA apresentam-se com clínica de IAM sem supra do segmento ST. Para o diagnóstico de MINOCA, três critérios são essenciais: 1. Presença de IAM. 2. Documentação angiográfica de doença arterial coronariana não obstrutiva (estenose < 50% ou coronárias normais). 3. Nenhuma outra causa evidente não coronariana que justifique a apresentação. O mecanismo fisiopatológico não é totalmente esclarecido, mas são considerados a presença de disfunção coronariana (ulceração, fissura, erosão ou dissecção coronária), desequilíbrio entre oferta e consumo de oxigênio e disfunção endotelial coronariana (doença microvascular). 4.16.1.2 TINOCA São aqueles pacientes que se apresentam com elevação isolada de troponina na ausência de obstrução coronariana e manifestações clínicas de infarto. O termo também é uma abreviação do inglês (troponin-positive nonobstructive coronary arteries). Estratégia MED Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA 33Estratégia MED| Atualizações Residência Médica e Revalida | Abril de 2021 As atualizações que você precisa saber para a prova de residência médica em 2021 Contempla os pacientes com lesão isquêmica (MINOCA) e outras etiologias de lesão miocárdica não isquêmica (ex.: miocardite, síndrome de Takotsubo, etc.; vide o esquema a seguir). 4.16.2 AVALIAÇÃO INICIAL DO PACIENTE Causas cardíacas - Miocardite - Takotsubo - Outras miocardiopatias Causas extracardíacas - Embolia pulmonar - Sepse - AVC MINOCA - Espasmo coronariano - Disfunção microvascular - Embolia coronária TINOCA Algumas orientações sobre o atendimento extra-hospitalar foram acrescentadas. Veja que interessantes: 1. Pacientes que apresentam sinais de gravidade (dor torácica persistente, dispneia, palpitações secundárias a arritmias graves como taquicardia ventricular) devem ser encaminhados ao serviço de emergência, idealmente monitorados em ambulância. 2. Aqueles sem sinais de gravidade podem ser orientados a procurar o serviço de emergência por meios próprios. 4.16.3 ELETROCARDIOGRAMA (ECG) A respeito do ECG, destaque para esta orientação: “As derivações direitas (V3R, V4R) e posteriores (V7 a V9) devem ser realizadas nos pacientes com ECG não diagnóstico e que permanecem sintomáticos, pois o ECG pode ser normal ou não diagnóstico quando há acometimento das artérias circunflexa e coronária direita.” 4.16.4 BIOMARCADORES (“ENZIMAS CARDÍACAS”) Este é um dos pontos principais da nova diretriz: Se a troponina ultrassensível estiver disponível, nenhum outro marcador deve ser utilizado de forma rotineira. Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA 34Estratégia MED| Atualizações Residência Médica e Revalida | Abril de 2021 As atualizações que você precisa saber para a prova de residência médica em 2021 No paciente com dor torácica aguda, devemos dosar a troponina ultrassensível (padrão-ouro). Se ela não estiver disponível, pode ser utilizada a troponina convencional. Se os resultados iniciais forem negativos com a troponina convencional, deve-se repetir a dosagem em pelo menos 3 a 6 horas. Se foi utilizada a troponina ultrassensível, sua dosagem deve ser feita na admissão e, idealmente, reavaliada em 1 ou 2 horas. Se a troponina (ultrassensível e convencional) não estiver disponível, podemos dosar a CK-MB massa. Está contraindicada a utilização da mioglobina para detecção de necrose miocárdica na suspeita de síndrome coronariana aguda. 4.16.5 ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO Um novo modelo foi implementado, o HEART score. Ele avalia o risco de evento cardíaco maior (infarto, necessidade de revascularização ou morte) em 6 semanas após o atendimento do paciente com dor torácica. Pacientes com pontuação de 0 e 3 são classificados como baixo risco, enquanto pacientes com escore de 7 e 10 apresentam alto risco, com uma taxa de eventos superior a 50% em 6 semanas. O HEART score, em comparação com os escores de TIMI e GRACE, apresenta maior habilidade em identificar pacientes de baixo risco para eventos cardíacos maiores. HEART score História - Altamente suspeita - Moderadamente suspeita - Pouco suspeita - 2 pontos - 1 ponto - 0 ponto ECG - Depressão significativa do segmento ST - Distúrbios de repolarização inespecíficos - Normal - 2 pontos - 1 ponto - 0 ponto Anos (idade) - ≥ 65 anos - ≥ 45 anos e < 65 anos - < 45 anos - 2 pontos - 1 ponto - 0 ponto Risco (fatores*) - ≥ 3 ou história de doença aterosclerótica- 1 ou 2 - Nenhum - 2 pontos - 1 ponto - 0 ponto Troponina - ≥ 3x o limite da normalidade - 1 a 3x o limite da normalidade - Abaixo do limite da normalidade - 2 pontos - 1 ponto - 0 ponto * Fatores de risco: hipercolesterolemia, hipertensão, obesidade, tabagismo, história familiar de DAC precoce Escore 0-3: Chance de eventos = 2,5% → Alta hospitalar Escore 4-6: Chance de eventos = 20,3% → Internar para observação clínica Escore 7-10: Chance de eventos = 72,7% → Cateterismo precoce Estratégia MED Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA 35Estratégia MED| Atualizações Residência Médica e Revalida | Abril de 2021 As atualizações que você precisa saber para a prova de residência médica em 2021 Pacientes com HEART score ≤ 3 associado à troponina ultrassensível negativa, ECG sem alteração isquêmica e ausência de antecedentes de doença arterial coronariana, podem receber alta do serviço de emergência com segurança e serem encaminhados para acompanhamento ambulatorial. Veja o fluxograma simplificado que orienta a conduta diante de um paciente com dor torácica na emergência: PACIENTE COM DOR TORÁCICA AGUDA: SUSPEITA DE SCA ECG normal + Troponina US < corte HISTÓRIA + EXAME FÍSICO + ECG < 10 MIN / TROPONINA / HEART score ECG anormal + Troponina US > corte NOVA DOSAGEM DE TROPONINA US EM 1h Sem variação da Troponina US Diagnóstico duvidoso ou HEART > 3Sem dor e HEART ≤ 3 Reavaliação ambulatorial Estratificação não-invasiva Elevação da Troponina US Internação hospitalar SCA de muito alto risco Abordagem invasiva imediata 4.16.6 TERAPIA ANTI-TROMBÓTICA Aqui, temos uma atualização importante. Está contraindicado o tratamento com o segundo antiplaquetário inibidor do receptor P2Y12 nos pacientes instáveis e/ou com risco elevado indicados para o cateterismo imediato (< 2h). Sua utilização é recomendada apenas na sala de cateterismo, após conhecer a anatomia coronariana e quando o tratamento de escolha for a intervenção coronariana percutânea. Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA 36Estratégia MED| Atualizações Residência Médica e Revalida | Abril de 2021 As atualizações que você precisa saber para a prova de residência médica em 2021 Baseado nisso, um novo fluxograma de tratamento foi desenvolvido. Repare que as medicações variam de acordo com o tempo em que o paciente realizará o cateterismo. SCA DEFINIDA AAS 300 MG - mastigado HNF ou enoxaparina ou fondaparinux HNF (emergência ou SH) Tratamento conservadorCATE > 24hCATE < 24hCATE < 2h (muito alto risco) Enoxaparina ou fondaparinux Enoxaparina ou fondaparinux Não pré-tratar (2º antiagregante na SH) Considerar na SH: inibidor llb/llla 2º antiagregante na SH, preferencialmente Pré-tratamento Pré-tratamento Pré-tratamento (anatomia desconhecida) - Ticagrelor 180 mg - Clopidogrel 600 mg (se ICP) - Clopidogrel 300 mg (se tratamento conservador) 2º antiagregante na sala: - Prasugrel 60 mg - Ticagrelor 180 mg - Clopidogrel 600 mg (se ICP) - Clopidogrel 300 mg (se tratamento conservador) *HNF: heparina não fracionada, SH: sala de hemodinâmica, ICP: intervenção coronariana percutânea. Entende-se como pré-tratamento as medicações que são administradas na sala de emergência. 4.17 HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA Estrategista, em 2020 foi publicada uma nova Diretriz Brasileira de Hipertensão, que trouxe algumas novidades. Como esse tema é um dos mais importantes nas provas de Residência, preparamos este material para você conhecer as principais mudanças. Estratégia MED Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA 37Estratégia MED| Atualizações Residência Médica e Revalida | Abril de 2021 As atualizações que você precisa saber para a prova de residência médica em 2021 4.17.1 CLASSIFICAÇÃO COMO ERA: A tabela abaixo mostra de forma esquemática a classificação da pressão arterial de acordo com a aferição no consultório, segundo a VII Diretriz Brasileira de Hipertensão de 2016. Classificação da pressão arterial pela VII Diretriz Brasileira de Hipertensão da SBC de 2016. Classificação PA sistólica (mmHg) PA diastólica (mmHg) Normal ≤ 120 ≤ 80 Pré-hipertensão 121-139 81-89 Hipertensão estágio 1 140-159 90-99 Hipertensão estágio 2 160-179 100-109 Hipertensão estágio 3 ≥ 180 ≥ 110 Nota: Quando a pressão arterial (PA) sistólica e a PA diastólica se encontram em categorias diferentes, a pior delas deve ser utilizada para fins de classificação da pressão arterial. COMO FICOU: Classificação da pressão arterial pela VIII Diretriz Brasileira de Hipertensão da SBC de 2020. Classificação PA sistólica (mmHg) PA diastólica (mmHg) Ótima <120 <80 Normal 120-129 80-84 Pré-hipertensão 130-139 85-89 Hipertensão estágio 1 140-159 90-99 Hipertensão estágio 2 160-179 100-109 Hipertensão estágio 3 ≥ 180 ≥ 110 Nota: Quando a pressão arterial (PA) sistólica e a PA diastólica se encontram em categorias diferentes, a pior delas deve ser utilizada para fins de classificação da pressão arterial. Podemos notar que não houve mudança quanto à hipertensão estágio 1, 2 ou 3. A principal diferença é que antes existia apenas “pressão normal” (≤120/80 mmHg) e “pré-hipertensão” (121-139/81-89 mmHg). Atualmente, classificamos os pacientes com pressão arterial <120/80 mmHg como “pressão ótima”, pressão arterial 121-129/81-84 como “pressão normal” e pressão arterial 130-139/85-89 mmHg como “pré- hipertensão”. Neste período de transição, é importante que você conheça as duas classificações e verifique sempre qual é a referência adotada pelo concurso de Residência para o qual prestará prova. Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA 38Estratégia MED| Atualizações Residência Médica e Revalida | Abril de 2021 As atualizações que você precisa saber para a prova de residência médica em 2021 4.17.2 MONITORIZAÇÃO RESIDENCIAL DA PRESSÃO ARTERIAL (MRPA). A nova Diretriz coloca que devemos priorizar, sempre que possível, as técnicas domiciliares de aferição de pressão arterial, tanto a Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) quanto a MRPA. A Monitorização Residencial da Pressão Arterial (MRPA) é uma modalidade de medição realizada através de um protocolo específico que consiste na obtenção de três aferições da PA pela manhã, antes do café e da tomada das medicações, e três aferições noturnas antes do jantar, durante cinco dias, podendo ser estendida para sete dias em algumas referências bibliográficas. A grande mudança em relação à MRPA foi o ponto de corte das médias pressóricas para o diagnóstico de hipertensão: COMO ERA: A média das medidas de pressão arterial pela MRPA para diagnóstico de hipertensão era ≥ 135/85 mmHg. COMO FICOU: A média das medidas de pressão arterial pela MRPA para diagnóstico de hipertensão passou a ser ≥ 130/80 mmHg. 4.17.3 MELHOR MÉTODO PARA MEDIDA EM CONSULTÓRIO COMO ERA: A Diretriz mais antiga não falava qual seria o melhor método para aferição de pressão arterial em consultório. COMO FICOU: A medida com aparelho automático com aferição por método oscilométrico deve ser preferível em relação ao método tradicional auscultatório-palpatório se o aparelho for devidamente certificado e utilizar a artéria braquial (aparelhos de pulso não são preferíveis). 4.17.4 FATORES DE RISCO PARA HIPERTENSÃO COMO ERA: Todos os fatores abaixo eram descritos na antiga Diretriz: Fatores de risco para o desenvolvimento de HAS Idade Etnia negra Sobrepeso e obesidade Ingestão excessiva de sal Sedentarismo Ingestão de álcool Baixo nível socioeconômico Genética Estratégia MED Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA 39Estratégia MED| Atualizações Residência Médica e Revalida | Abril de 2021 As atualizações que você precisa saber para a prova de residência médica em 2021 COMO FICOU: Além dos fatores acima citados, foram incluídos outros dois: • Potássio O baixo consumo de potássio foi relacionado com o surgimento de hipertensão. O recomendado é manter uma ingestão diária entre 90-120 mEq. Para isso, pode-se fazer a suplementaçãoou aumentar a ingesta de feijão, ervilha, vegetais de cor verde-escura, banana, melão, cenoura etc. • Religiosidade e espiritualidade Um conceito recentemente incorporado à Diretriz Brasileira de Hipertensão, como sendo relacionado a essa doença, é a religiosidade e a espiritualidade (R/E). Constitui um conjunto de práticas e crenças que são comprovadamente benéficas na redução de doenças cardiovasculares, inclusive hipertensão. Os mecanismos envolvidos são diversos e incluem melhoria das estratégias de enfrentamento das doenças, da qualidade de vida e de hábitos saudáveis. Quanto mais presentes os hábitos de religiosidade e espiritualidade na vida do indivíduo, maiores os benefícios. 4.17.5 METAS TERAPÊUTICAS Um tema frequentemente abordado nas provas e que também sofreu alterações foi a meta terapêutica que deve ser considerada após iniciarmos o tratamento da hipertensão. COMO ERA: GRUPO META Hipertensão estágio 1-2 e baixo risco cardiovascular Hipertensão estágio 3 PA< 140/90 mmHg Hipertensão estágio 1-2 e alto risco cardiovascular <130/80 mmHg COMO FICOU: GRUPO META Risco cardiovascular baixo a moderado PA< 140/90 mmHg Risco cardiovascular alto <130/80 E ≥120/70 mmHg Observe que houve uma simplificação. Atualmente o estágio de hipertensão não interessa mais à meta, apenas o risco cardiovascular do paciente. Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA 40Estratégia MED| Atualizações Residência Médica e Revalida | Abril de 2021 As atualizações que você precisa saber para a prova de residência médica em 2021 4.17.6 CONCEITO DE IDOSO FRÁGIL Um conceito interessante que não era abordado anteriormente é o de idoso frágil. Após realizar uma avaliação geriátrica, em que se pode utilizar uma escala clínica de fragilidade (Clinical Frailty Scale do Canadá), se for constatado que o idoso é frágil, devemos ser mais tolerantes com os níveis pressóricos. Essa recomendação decorre do fato de que esses pacientes têm alto risco de quedas e fraturas decorrentes de episódios de hipotensão. Sendo assim, o limiar de tratamento e a meta terapêutica dos indivíduos com mais de 60 anos ficou assim: GRUPO LIMIAR DE TRATAMENTO META IDOSO HÍGIDO PA ≥ 140/90 mmHg 130-139/70-79 mmHg IDOSO FRÁGIL PA ≥ 160/90 mmHg 140-149/70-79 mmHg 4.17.7 INÍCIO DE TRATAMENTO MEDICAMENTOSO Também tivemos mudanças importantes quanto aos critérios para que se inicie o tratamento medicamentoso. COMO ERA: Deveríamos começar terapia medicamentosa nas seguintes situações: • Hipertensão arterial sistêmica (HAS) estágio 1 e risco cardiovascular (CV) alto ao diagnóstico; • HAS estágio 2 ou estágio 3 ao diagnóstico; • HAS estágio 1 e risco CV baixo a moderado se após 3-6 meses houver resposta insatisfatória com o tratamento não medicamentoso. COMO FICOU: Atualmente, devemos começar terapia medicamentosa nas seguintes situações: • HAS estágio 1 e risco CV moderado ou alto ao diagnóstico; • HAS estágio 2 e estágio 3 ao diagnóstico; • HAS estágio 1 e risco CV baixo ou pré-hipertenso com risco alto se houver resposta insatisfatória com o tratamento não medicamentoso. Sendo assim, podemos perceber que as principais mudanças nesse tópico foram: • Atualmente, o hipertenso estágio 1 com risco cardiovascular moderado deve receber terapia medicamentosa assim que fizer o diagnóstico; • Os pacientes pré-hipertensos de alto risco cardiovascular, que antes não recebiam medicação, atualmente devem recebê-la se não tiverem resposta satisfatória ao tratamento não medicamentoso em 3 meses. Estratégia MED Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA 41Estratégia MED| Atualizações Residência Médica e Revalida | Abril de 2021 As atualizações que você precisa saber para a prova de residência médica em 2021 Observe a tabela abaixo retirada da nova Diretriz: Quadro 9.1 - Início de tratamento com intervenções no estilo de vida e tratamento farmacológico de acordo com a pressão arterial, a idade e o risco cardiovascular Situação Abrangência Recomendação Classe Nível de evidência Início de intervenções no estilo de vida Todos os estágios de hipertensão e pressão arterial 130-139/85-89mmHg Ao diagnóstico I A Início de terapia farmacológica Hipertensos estágio 2 e 3 Ao diagnóstico I A Hipertensos estágio 1 de moderado e alto risco cardiovascular Ao diagnóstico I B Hipertensos estágio 1 e risco cardiovascular baixo Individuos com PA 130-139/85-89 mmHg e DCV preexistente ou alto risco cardiovascula Aguardar 3 meses pelo efeito de intervenções no estilo de vida IIa B Hipertensos idosos frágeis e/ou muito idosos PAS ≥ 2160 mmHg I B Hipertensos idosos hígidos PAS ≥ 140mmHg I A Indivíduos com PA 130-139/85-89 mmHg sem DCV preexistente e risco cardiovascular baixo ou moderado Não recomendado III 4.17.8 ESQUEMA MEDICAMENTOSO PREFERENCIAL As drogas preferíveis continuam sendo as mesmas: inibidores da enzima conversora da angiotensina (IECA) ou bloqueadores dos receptores de angiotensina II (BRA), bloqueadores de canais de cálcio diidropiridínicos e diuréticos tiazídicos. A mudança, nesse quesito, ocorreu nos indivíduos que devem receber inicialmente monoterapia ou terapia dupla. Observe: COMO ERA: • Monoterapia apenas na hipertensos estágio 1 de baixo a moderado risco CV. • Demais pacientes recebiam combinação de dois fármacos. COMO FICOU: • Monoterapia para 4 tipos de pacientes: 1. HAS estágio de baixo risco CV; 2. Pré-hipertenso de alto risco CV; 3. Muito idosos (≥ 80 anos); 4. Idoso frágil com PAS ≥ 160 mmHg. • Demais pacientes recebem dois fármacos. Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA 42Estratégia MED| Atualizações Residência Médica e Revalida | Abril de 2021 As atualizações que você precisa saber para a prova de residência médica em 2021 Você pode observar isso na tabela abaixo: Monoterapia HA estágio 1 de risco moderado e alto HA estágios 2 e 3 PA 130-139 e/ou 85-89 mmHg de risco alto HA estágio 1 de risco baixo Muito idosos elou frágeis Combinação de dois fármacos* Combinação de três fármacos* Quarto fármaco Adição de mais fármacos *Otimizar doses, preferencialmente em comprimido único Betabloqueadores devem ser indicados em condições específicas, tais como: IC pós-IAM, angina, controle da FC, mulheres jovens com potencial para engravidar, em geral em combinação com outros fármacos. DIU BBC IECA BRA BB (indicações especificas IECA OU BRA + BBC ou DIU IECA OU BRA + BBC + DIU Espironolactona BB Simpatolíticos centrais Alfabloqueadores Vasodilatadores Meta não alcançada Meta não alcançada Meta não alcançada Meta não alcançada Fluxograma de tratamento medicamentoso Essas são as principais mudanças da Diretriz Brasileira de Hipertensão de 2020. Atente-se, principalmente, para a classificação e para o fato de que, agora, pacientes pré-hipertensos de alto risco cardiovascular recebem tratamento medicamentoso após 3 meses de tratamento não farmacológico sem sucesso. Estratégia MED Estratégia MED RESIDÊNCIA MÉDICA 43Estratégia MED| Atualizações Residência Médica e Revalida | Abril de 2021 As atualizações que você precisa saber para a prova de residência médica em 2021 5.0 CIRURGIA CAPÍTULO 5.1 ATLS Querido aluno, a grande mudança dos últimos anos da cirurgia geral foi o ATLS, em 2018. Questões cobrando as condutas mais atuais, por exemplo, local de punção do pneumotórax hipertensivo, calibre do jelco do acesso venoso periférico e volume de reposição volêmica, são cada vez mais comuns. Vamos ver o que mudou da nona para a décima edição? PRINCIPAIS MUDANÇAS DO ALTS 2018 ATLS: 9ª EDIÇÃO ATLS: 10 ª EDIÇÃO (2018) VIA AÉREA (A) Intubação em sequência rápida. Intubação assistida com drogas. *modificou apenas o termo; a sequência e as drogas permaneceram inalteradas. Lesão da árvore traqueobrônquica: Lesão potencialmente ameaçadora à vida. Tórax instável: Lesão ameaçadora à vida. Lesão da árvore traqueobrônquica: lesão ameaçadora à vida. Tórax instável: Lesão potencialmente
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