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1 Resumo O presente documento é um plano de exploração de pedra para construção, não emergente da licença de prospecção e pesquisa, Distrito da Namaacha, província de Maputo. O Plano é elaborado como parte da exigência da legislação mineira e ambiental em vigor no País. Para cumprir com os requisitos vigentes da lei de Minas nº 14/2002, de 26 de Junho e respectivo (Decreto nº 62/2006 de 26 de Dezembro) que declaram a necessidade da submissão de um estudo de viabilidade para a obtenção de concessão mineira com respectiva aprovação do plano de gestão ambiental para inicio da exploração mineira envolvendo equipamento mecanizado de exploração, o peticionário contratou um consultor para a elaboração de um plano de lavra e Plano de Gestão Ambiental (PGA), conforme o disposto na Lei-quadro do Ambiente nº 20/97, de 1 de Outubro e no Decreto nº 45/2004, de 29 de Setembro, que regula o processo de Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) para projectos susceptíveis de provocar impactos consideráveis sobre o meio ambiente e ainda no disposto do Artº 1 nº 2 e do Art º11 do Regulamento Ambiental para a Actividade Mineira em Moçambique (Decreto nº 26/2004, de 30 de Junho) e Regulamento de Segurança técnica para Operações Geológicas Mineiras (Decreto nº62/2006 de 26 de Dezembro). O presente projecto encontra-se estruturado de modo seguinte: O primeiro capítulo é dedicado á aspectos introdutórios, onde é esboçado o plano de lavra da pedreira. O segundo capítulo trata de demonstração financeira do projecto e terceiro capítulo trata do plano de gestão ambiental do projecto, trabalho realizado em concordância com a legislação mineira e ambiental em vigor e outra aplicável no País. Bem como do plano de responsabilidade social do requerente. . 3 ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 4 1.1. Localização, Superfície e População ........................................................................................ 5 1.2. Clima e Hidrografia .................................................................................................................. 7 1.3. Geomorfologia, Relevo e Solos ................................................................................................ 7 1.4. População .................................................................................................................................. 7 2. GEOLOGIA LOCAL .................................................................................................................. 8 2.1. Cálculo de Reservas ................................................................................................................ 11 2.2. Materiais a Produzir ................................................................................................................ 12 2.3. Recomendações ...................................................................................................................... 12 3. PLANO DE LAVRA ................................................................................................................. 12 3.2. Estrutura da produção ............................................................................................................. 12 3.3. Desenvolvimento do Pedreira e Abertura ............................................................................... 12 3.4. Homogeneidade da formação ................................................................................................. 12 3.5. Infra – Estruturas .................................................................................................................... 13 3.6. Método de Extracção .............................................................................................................. 13 3.7. Perfuração e Fogo ................................................................................................................... 13 3.8. Carregamento e Transporte ..................................................................................................... 14 3.9. Processamento ........................................................................................................................ 14 3.10. Serviços ............................................................................................................................... 16 3.11. Início da Produção Comercial ............................................................................................. 17 3.12. Higiene e Segurança Técnica .............................................................................................. 17 4. ANALISE FINANCEIRA ......................................................................................................... 17 5. PROJECTO DE ASSISTENCIA SOCIAL ............................................................................... 19 5.1. Introdução ............................................................................................................................... 19 5.2. Áreas de Intervenção .............................................................................................................. 20 4 1. INTRODUÇÃO O plano é pertença da Empresa M.M. Pedra & Areia Construções, S.A pretendendo fazer a exploração de Pedra para fins de construção de infra-estruturas públicas e de habitação, nesse âmbito solicitou a elaboração do plano de lavra, estudo de viabilidade técnica-económica e o respectivo plano de gestão ambiental para servir de suporte técnico para o pedido de concessão mineira junto do Ministério dos Recursos Minerais e Energia (MIREME) nos termos de Licenciamento Mineiro em vigor no país. Para cumprir com os requisitos vigentes na lei de Minas nº 20/2014, de 18 de Agosto e respectivo Regulamento (Decreto nº 31/2015 de 31 de Dezembro) que declaram a necessidade de obtenção de uma licença Ambiental para actividades minerais em Pedreiras ou de extracção de outros recursos minerais para a construção, envolvendo equipamento mecanizado de exploração, o peticionário, contratou um consultor para elaboração do plano de Gestão Ambiental (PGA) do pedreira, conforme o disposto na Lei-quadro do Ambiente nº 20/97 de1 de Outubro e no Decreto nº 45/2004, de 29 de Setembro, que regula o processo de avaliação de Impacto Ambiental (AIA) para projectos susceptíveis de provocar impactos consideráveis sobre o meio ambiente, e ainda, no disposto do Artº 1 n º 2 e do Artº11 do Regulamento Ambiental para Actividade Mineira em Moçambique (Decreto nº 26/2004 de 30 de Junho) e o Regulamento de Segurança Técnica para actividades Geológicas e Mineiras (Decreto 61/2006 de 26 de Dezembro). 5 1.1. Localização, Superfície e População A área a requerer localiza-se no Distrito de Namaacha situado no sudoeste da Província de Maputo a 76 Kms da cidade de Maputo, fazendo fronteira a Oeste com a República da África do Sul e o reino da Swazilândia, a Norte com o Distrito de Moamba, a Este com o Distrito de Boane e a Sul com o Distrito de Matutuíne. (Ministério da Administração Estatal, 2005). A área para o certificado mineiro encontra-se delimitada pelo polígono de 6 vértices em unidades cadastrais, conforme indicam as respectivas coordenadas geográficas. Tabela.1 coordenadas geográficas da área de estudos LatD LatM LatS LongD LongM LongS -26 4 20 32 14 0 -26 4 40 32 14 0 -26 4 40 32 14 30 -26 4 50 32 14 30 -26 4 50 32 14 40 -26 4 20 32 14 40 6 Figura 1 – Mapa de localização geográfica da área requerida (Adaptado de shapfiles da DNG, 2011 7 1.2. Clima e Hidrografia De acordo com a classificação Köppen, o clima de Namaacha é Tropical Húmido (AW), modificado pela altitude. A Norte e Leste, o clima é “Seco de Estepe (BS)”. Predominam 2 estações: a quentee de pluviosidade elevada, entre Outubro e Abril; e a fresca e seca, entre Abril a Setembro. O clima é ameno, com uma temperatura média anual de 21° C e a precipitação média anual é de 751.1 mm (751mm em Goba, 680 mm em Changalane), ocorrendo cerca de 60% desta precipitação entre Novembro e Março. O distrito beneficia das águas dos rios Movene, Mabenga, Calichane, Impaputo e Umbelúzi, bem como das reservas da albufeira dos Pequenos Libombos. (Ministério da Administração Estatal e MÉTIER, 2005). 1.3. Geomorfologia, Relevo e Solos O distrito pode ser dividido de acordo com as seguintes unidades geomorfológicas: -Terras altas – o Complexo da Cadeia dos Libombos; -Planaltos médios – adjacentes ao primeiro; -Encostas; e -Pequenas planícies de 100 – 200 m nos vales aluvionares ao longo dos rios. É marcado pela cordilheira dos Libombos, que se estende no sentido Norte-Sul, tendo o seu ponto mais alto a cerca de 800 m, no monte Mponduíne. A superfície de aplanação desce para Leste, com vários rios a cortar as montanhas no sentido Oeste- Este. Nestas superfícies os solos são basálticos avermelhados e pretos com profundidades variáveis. (Ministério da Administração Estatal e MÉTIER, 2005). 1.4. População Com uma superfície de 2.196 km2 e uma população recenseada em 1997 de 31.441 habitantes e estimada à data de 1/1/2005 em cerca de 45.020 habitantes, o distrito da Namaacha tem uma densidade populacional de 21 hab/km2. A relação de dependência económica potencial é de aproximadamente 1:1.5, isto é, por cada 10 crianças ou anciões existem 15 pessoas em idade activa. A população é jovem (40%, abaixo dos 15 anos de idade), maioritariamente feminina (taxa de masculinidade de 50%) e de matriz rural (taxa de urbanização de 28%). (Ministério da Administração Estatal, 2005). 8 2. GEOLOGIA REGIONAL E LOCAL A área requerida (fig.2) está enquadrada geologicamente no Jurássico especificamente na Formação de Movene, contendo os Basaltos (JrM) e Rolitos dos Pequenos Libombos. Segundo GTK, 2006a os níveis coalescentes de riólitos e basaltos que ocorrem nesta área anunciam a instalação das lavas basálticas da Formação de Movene* (JrM). Esta formação é caracterizada por vulcanitos de composição máfica, mas está associada com vulcanitos riolíticos subordinados (JrMr), como por exemplo os tufos do Membro dos Pequenos Libombos, evidenciando o carácter geoquímico bimodal deste conjunto. Os basaltos de Movene (JrM) são dominantemente subalcalinos. Na área de estudos foram também mapeados sedimentos de idade quaternária (Qt). Este tipo de depósitos pode ser visto ao longo do rio Save perto Zimuala e Mahave Jofane, Os terraços fluviais são formados por areias finas a medias, castanhas escuras a negras, areias argilosas com alto teor de argila. Em alguns lugares, os terraços fluviais foram erodidos pelos processos de progressão e regressão do rio. A área requerida para a implantacao do projecto Mineira encontra-se coberta pelas litologias seguintes: JrM- Basalto; e JrMr- Membro dos Pequenos Libombos, riolitos. Diques gabróicos (Jrgd) Um dique máfico proeminente, com orientação a NNE, com mais de 100 m de espessura, corta um espesso fluxo de lava basáltica da Formação de Movene, perto da barragem de Pequenos Libombos (folha 2632) *O dique acastanhado com textura granular média possui uma grande quantidade de fracturas orientadas aleatoriamente, preenchidas por calcedónia. Os afloramentos individuais de rochas basálticas são por vezes difíceis em termos da origem da rocha, já que o núcleo de um fluxo espesso de lava basáltica pode petrograficamente assemelhar-se a gabro com textura granular média ou dique máfico. **A título de exemplo, ocorre rocha gabroica maciça, com textura granular média, a sul da cidade de Boane. 9 *Do ponto de vista da composição, é bastante básica e compreende uma grande quantidade de piroxena. *Um outro exemplo próximo tem cristais de plagioclase cuja dimensão pode atingir os 5 mm, com textura dibásica. Supõe-se que estas duas rochas sejam diques, e não basaltos. Basalto (JrM) As lavas basálticas da Formação de Movene apresentam fracos afloramentos em comparação com as rochas vulcânicas félsicas. A maior parte dos afloramentos localizam-se em rios ou nas margens de rios. Alguns afloramentos encontram-se também em locais topograficamente mais elevados, cobertos por unidades de riólitos mais resistentes. *Os afloramentos de campo de basaltos apresentam tipicamente propriedades características de fluxos de pahoehoe insuflados: um núcleo de fluxo maciço e crustas inferior e superior altamente amigdalóide. Estas vulcânicas máficas apresentam um aspecto de campo afírico, embora também se observem com frequência tipos porfiríticos de plagioclase. *A espessura de cada unidade de fluxo varia desde <1 m até ~10 m. A crusta inferior altamente amigdalóide é vítrea, com uma espessura habitual < 0,5 metros e pode conter amígdalas tubulares. Estes são trilhos fossilizados com ~1cm de espessura e 10–50 cm de comprimento de bolhas de vapor ascendentes que se formaram durante a instalação do fluxo de lava. *As amígdalas tubulares estão habitualmente inclinadas na direcção do fluxo de lava. Observam-se direcções do fluxo tanto para leste como para oeste, o que pode reflectir a topografia local do campo do fluxo de lava e não centros eruptivos distintos. *O núcleo maciço do fluxo de unidades de lava pahoehoe insuflada, relativamente espessas (>1 m) não contém ou contém poucas amígdalas e apresenta tipicamente uma meteorização esferoidal. **O núcleo do fluxo de lava pode conter cilindros de amígdalas sub-verticais e, mesmo por baixo da crusta superior, lençóis de amígdalas sub-horizontais. **Cada unidade de fluxo de pahoehoe insuflada tem uma crusta superior espessa (~1/3 – 1/2 da espessura do fluxo) com grande abundância de amígdalas redondas cujo diâmetro é habitualmente de ~1 cm mas pode atingir ~1 m (geóides). **As amígdalas e os geóides estão preenchidos sobretudo com ágata, quartzo, carbono e zeólito. **Camadas de ágata em amígdalas parcialmente preenchidas constituem um instrumento útil para estabelecer o basculamento pós-magmática dos fluxos de lava. 10 *As medições obtidas, embora esparsas, mostram invariavelmente um ângulo de inclinação de 6 – 8° para ESE. *Algumas das unidades de fluxo de pahoehoe possuem um topo de fluxo brechificado característico por cima da crusta superior amigdalóide. *A brecha é constituída por elementos quebrados de lava pahoehoe (Pequenos Libombos), que é uma característica típica dos fluxos de pahoehoe. *As lavas de pahoehoe não foram anteriormente reportadas da Formação de Movene ou da Grande Província ígnea do grande Karoo (GTK, 2006). Membro de Riólito dos Pequenos Libombos (JrMr) (Membro de Riólito de Pequenos Libombos) Uma crista riolítica proeminente dos Pequenos Libombos, na parte sul da folha cartográfica 2532 e na parte norte da folha 2632, compreende uma sucessão de fluxos de cinza vulcânica soldados de várias formas na parte superior da Formação de Movene, a norte e leste da barragem dos Pequenos Libombos. As interestratificações de riólito com orientação a norte pode ser acompanhada durante mais de 65 km ao longo da direcção, sendo a sua largura máxima de cerca de cinco quilómetros. *A espessura máxima estimada desta sucessão, conhecida anteriormente como Camadas de Sica (Cleverly et al., 1984) varia de algumas dezenas de metros, na área do Monte Portela, a algumas centenas de metros a leste do Monte Sica e do próprio Monte Pequenos Libombos. *A unidade, que se destaca como uma cobertura resistente dentro do terreno do Basalto de Movene, é cortada por várias falhas e fracturas com orientação a NO-SE, enquanto uma falha de desligamento com movimento sinistrógiro e orientação a NO-SE separou a crista em duas partes principais.*A evidência da instalação piroclástica do Riólito de Pequenos Libombos é dada pela sua transição graduada de um tufo-brecha basal fracamente soldado e uma zona litofísica ascendente para uma rocha reomórfica tipo lava progressivamente de fluxo bandado e fluxo dobrado. **O contacto inferior da unidade de riólito aflora numa barreira de estrada no topo da crista dos Pequenos Libombos, onde uma zona de cor castanha na parte superior do basalto subjacente pode representar um horizonte de paleo-laterito alterado hidrotermicamente. 11 **A mesma zona de contacto castanha aflora numa antiga pedreira a norte da Crista Sica, onde abundantes amígdalas de ágata esverdeada, com diâmetros que podem chegar aos 5 cm, estão preservadas na camada superior oxidada. **A meteorização e outras alterações de rochas nas zonas de contacto dificultam o estudo de estruturas vulcânicas na base do fluxo riolítico. **Horizontes de fluxos de cinzas vulcânicas mal soldados ou depósitos de chuvas de cinzas ocorrem na zona basal do (mais baixo). *Noutros locais, a base do fluxo caracteriza-se por tufos-brechas caóticos com chips ou fragmentos líticos deformados plasticamente ou por aglomerações de litofisas, variando a dimensão das litofisas arredondadas desde pequenos esferulitos até litofisas com 10-15 cm de diâmetro. Em algumas grandes litofisas, a textura semelhante a cebola está bem desenvolvida. *As variedades densamente soldadas de fluxos de cinza vulcânica riolíticos, consolidados por cristalização em fase de vapor, constituem a principal litologia do Membro dos Pequenos Libombos da Formação de Movene, que aflora na maior parte das pedreiras de agregados da área. **Rocha de tom vermelho acastanhado escuro, com textura granular fina, apresenta muitas vezes bandado de fluxo distinto, com fluxo dobrado a distorcer localmente o ângulo de basculamento regional suave dos fluxos. **A rocha de bandado de fluxo compreende lâminas de cor verde escura e castanha clara a avermelhada, com uma espessura de <1 a 2 mm, com abundância de pequenas (< 0,5 mm) esférulas e fenocristais de quartzo e feldspato, provavelmente em resultado de cristalização em fase de vapor. **Apenas em zonas onde a intensidade do fluxo reomórfico não foi completa, é possível discernir finamente do tipo chama e vesículas redondas a lenticulares. *No topo da montanha, a sudeste do Monte Muguene, ocorrem duas estruturas de forma circular, com 6-7 m de diâmetro, que podem representar ventilações de erupção para fluxos de riólitos a rodear estas estruturas. Fluxos de inclinação acentuada para o exterior apresentam bandado de fluxo distinto e abundância de fragmentos de pomito distorcidos (?) e cavidades de gás (GTK, 2006). 12 Figura_2 Mapa geológico da área requerida (Adaptado a partir de shapfiles da DNG) 11 2.1. Cálculo de Reservas No cálculo das reservas foi aplicado o método de blocos e volume. A definição dos blocos de reservas baseou-se na situação geológica das camadas, fez-se os contornos dos blocos e a partir da extrapolação dos dados geológicos disponíveis, as reservas foram classificadas em categoria C3. Constituem material estéril todo material sedimentar de cobertura, a rocha alterada ou outra que não possuem qualidade para pedra de construção. 2.1.2. Parâmetros Para o Calculo de Reservas Os dados naturais com que se baseiam o cálculo das reservas foram obtidas a partir das medições no terreno e extrapolação de dados geológicos. Para calcular as reservas disponíveis actualmente, considerou-se os seguintes parâmetros e cálculos matemáticos: , C = Designação do Blocos de Reservas S = Superfície do Bloco de Reservas (m²); H = Possança do Bloco de Reserva (m); V1 = (SxV) = Volume da Massa Total do Bloco de Reserva (m³); M = factor do material estéril (+ ou - 40 %) E = V x M = Volume do material estéril (m³); V2 = V1-E = Volume do material útil no Bloco de Reservas (m³); N= número de blocos R = N1+N2… = Reservas Económicas Totais Disponíveis (m³); P= 60 000 m³/ ano (média 5 000 m³/ mês) - produção média anual prevista. RESERVAS TOTAIS: Categoria C3= 2 500 000 m 3 ESTIMATIVA DE VIDA ÚTIL DO JAZIGO: Categoria C3 = 42 anos 12 2.2. Materiais a Produzir Na pedreira será extraída pedra de construção. A formação é homogénea nas suas características petrografia e possui qualidades físico químicas e mecânicas para ser aplicado em obras de construção civil em geral. 2.3. Recomendações A pedreira tem oportunidades de ser num futuro breve, uma das principais fontes de inertes para a construção na região Sul do país, quer em termos de reservas minerais quer na qualidade do material. Do ponto de vista económico-social, o funcionamento do projecto tem impacto positivo e significativo na região. 3. PLANO DE LAVRA 3.2. Estrutura da produção A organização da estrutura produtiva enfatiza a manutenção de uma produção contínua, tendo como objectivo a minimização dos tempos mortos entre as etapas do processo produtivo, com vista a diminuição dos custos de produção e aumento da efectividade da utilização das máquinas e força de trabalho. 3.3. Desenvolvimento do Pedreira e Abertura O aproveitamento e a exploração de jazigo para a produção de matérias de construção para fins industriais são caracterizados por um trabalho muito dispendioso na sua fase de desenvolvimento, pois são jazigos com características e parâmetros muito limitados para o seu processamento, sendo de destacar principalmente o seguinte: 3.4. Homogeneidade da formação Quantidade e grau de material alterado (material argiloso) assim como sua disposição. Quantidade espessura e distribuição do material de cobertura. Disposição morfológica do afloramento, importante para a preparação e abertura das frentes produtivas. Produtividade de Jazigo; 13 Nível freático; Localização em relação as vias de acesso. Estes parâmetros, maioritariamente físicos, determinam as características básicas do equipamento e dos métodos de extracção a utilizar durante a fase de desenvolvimento e expansão da exploração. Para a produção de pedra, o nível freático das águas subterrâneas joga um papel importante, pois quando existente a pouca profundidade, pode aumentar significativamente os custos de produção com aumento do consumo de combustíveis e diminuição das horas efectivas de produção. Este aspecto tem também a sua importância na estabilidade do terreno, tanto para a movimentação da maquinaria pesada como na manutenção das frentes produzidas, assim como aumento das horas efectivas de trabalho, mesmo durante época chuvosa. Importa referir que pedra similar à deste jazigo já foi aplicada para a construção e já provou possuir boas qualidades para a construção de estradas e utilização como balastro nas vias férreas. Actualmente pedra com características geológicas semelhantes, produzida na região, foi aplicada em grandes obras públicas. 3.5. Infra – Estruturas No empreendimento serão implantados dois contentores para servir de oficina e escritório com duas divisões e uma casa de banho completa, uma oficina, dois armazéns, instalações para os operários com balneários e um local equipado com frigorífico onde se guardam e preparam as refeições. Existira também uma guarita para o pessoal de segurança. 3.6. Método de Extracção O método de extracção em vista é de céu aberto em forma de bancadas múltiplas e configuração de cogumelo em expansão. O Sistema será perfuração através dum rockdriller com compressor de ar acoplado, o enchimento da carga explosiva será manual e mecânico, arrebatamento e escoamento. 3.7. Perfuração e Fogo A preparação de furos é feita através da perfuradora Tamrock Ranger 700, o diâmetro dos furos é de 63mm e 75mm, a profundidade varia entre 6,9 e 12 metros, o espaçamento entre os furos seráde 1,5m*1,5m, para 63mm e 2m*2m 3, para 75mm. Esta variação de furos para corrigir os 14 desnivelamentos topográficos da área e permitir a limpeza da superfície e remoção do estéril e ganga. O explosivo será ANFO, granulado intercalado com buster, a parte final da boca do furo numa profundidade de 0,5m a 1m e enchida de areia, para iniciar o fogo. A fragmentação da pedra depende em grande medida da pressão de gás, produzido pela carga explosiva, um dos factores que influem na pressão de gás produzida num determinado meio é a mistura química do explosivo e o coeficiente de enchimento, com vista a garantir a maior pressão dos explosivos utiliza-se a iniciação com retardamento mil segundos. Um paiol será construído para o armazenamento das substâncias explosivas no lado oposto as frentes de extracção, a sua construção vai obedecer as conduções de segurança standard o efeito. 3.8. Carregamento e Transporte Seguindo a fragmentação da pedra no seu lugar de origem esta é carregada através da escavadeira para camiões basculantes (dumper), que a transportam até a boca de alimentação de britadeira e depois para o stock pile (pilha de material) e de ai ao mercado. Este método oferece múltiplas vantagens desde o ponto de vista técnico, económico e de segurança na execução dos trabalhos, concretamente na garantia de uma maior produtividade ao permitir um grande avanço por unidade de tempo, ao evitar grandes percas de quantidades durante o processo de extracção, os custos de extracção por este método são relativamente baixos e oferece maior segurança durante a realização dos trabalhos. 3.9. Processamento O processamento consistirá de vários estágios de redução e separação granulométrica, o método tradicional de processamento consiste da britadeira primária, intermédia ou secundária e diversas fases de crivagem. A britadeira primária é seleccionada em conformidade com a capacidade de produção desejada da mina e/ou pedreira por quanto passa por ela toda a pedra extraída. A britadeira secundária tem como função processar todo material ou parte da produção proveniente da britadeira primária, pode ser o último estágio de redução ou intermediário. 15 A capacidade da britadeira secundária não tem que ser obrigatoriamente igual à da britadeira primária porquanto nem todo material saído da britadeira primária passa obrigatoriamente pela britadeira secundária. Em função da tendência do mercado, serão produzidos os seguintes tipos de materiais (granulometria). Pó de pedra Bago de arroz Brita 1 Brita 2 Brita 3 Brita 4 Toutvenat 1 Toutvenat 2 Rochão Balastro enrolado A seguir se apresenta o fluxograma do processo de produção da pedra a ser usado no presente projecto: 16 Fig.3 Fluxograma do processo productivo. 3.10. Serviços Água Existe um rio que se localiza na zona da área pretendida, e considerando que este possui caudal estável durante todas as estacões do ano, poderá ser uma vantagem em termos de necessidades de água para o projecto. A água necessária para diversas utilidades da pedreira que inclui injeção no processo de britagem para reduzir a emissão de poeiras para atmosfera, serviço de limpeza de equipamento, escritórios será bombeada a partir do rio próximo da área do projecto. Energia Muito próximo da área requerida existe uma linha de alta tensão que abastece a região e as pedreiras em funcionamento, esta linha irá servir a pedreira. Contudo o projecto da pedreira poderá funcionar com geradores sempre que se figurar necessário. 17 3.11. Início da Produção Comercial O início das actividades de produção e comercialização está previsto para 3 meses depois da obtenção da licença ambiental, visto que grande parte das condições necessárias para dar o arranque das operações já estão criadas, faltando apenas a demarcação da área, compra de alguns materiais e celebração de contratos para prestação de serviços entre outras actividades preparatórias. O quadro do pessoal que vai tomar parte nas operações já foi contactado e a maior parte do equipamento já foi negociado com os respectivos proprietários, faltando apenas a compra do material complementar depois da emissão da licença. A capacidade de produção na fase experimental está estimada em cerca de 80 % da produção projectada. 3.12. Higiene e Segurança Técnica Em todas suas etapas de trabalho adota-se a política de segurança contendo os procedimentos corporativos com padrões específicos de segurança. De forma a preservar a higiene segurança técnica durante a realização dos trabalhos serão observadas as seguintes medidas: o Os trabalhadores serão munidos de equipamentos de proteção individual (EPIs) e proteção coletiva (EPC) em todas as fases do trabalho, fardamento, cascos, botas entre outros. o Treinamentos periódicos sobre medidas de higiene e segurança o Delimitar e sinalizar as zonas de perigo. o Colocação de aviso de alerta em lugares vulneráveis a acidentes. o Entre outras. 4. ANALISE FINANCEIRA Baseando-se na procura de inertes para a construção nas cidades de Maputo, Matola, Vila de Boane e outras em franco crescimento. O projecto pretende contribuir com a satisfação da demanda cada vez crescente do mercado de matéria para a construção e reabilitação da rede ferroviária. Os proponentes são cientes de que o actual preço da pedra pode vir a sofrer um ligeiro aumento resultante do custo de insumos para a produção e conjuntura geral caracterizada por aumentos de preço dos produtos. 18 Processo Produtivo Este projecto considera 26 dias de trabalho mensal e 8 horas dia, para além de horas extra para cobrir paragens derivadas de avarias de equipamento, no total são 312 dias de trabalho produtivo. Mercado A pedra será vendida em toda região Sul entre as províncias de Maputo e Gaza, como inerte para a construção de obras públicas e privadas, , linhas ferreas, estradas, edifícios entre outros. Investimento O Investimento inicial que deverá ser realizado durante a fase de implantação do projecto é de cerca de 228.000 dólares americanos (USD), o qual na sua maioria, será direcionado ao equipamento produtivo em cerca de 205.000 USD americanos, a ser adquirido na vizinha República da África do Sul (RSA). Receitas A receita será proveniente da venda da pedra de diversas categorias numa primeira fase, porém no futuro poder-se-á decidir pelo fabrico de objectos de arte para aproveitar o material com pouca saída e diminuir-se deste modo a acumulação de stocks (pilhas). Custos A estrutura dos custos é consubstanciada por despesas relativas aos equipamentos, insumos e construção de infra-estruturas. Os custos de operação serão constituídos pelas despesas de salários, materiais, impostos, consumíveis, entre outros. Os custos de operação tendem a elevar-se à medida que os anos vão passando uma vez o equipamento torna-se obsoleto com o tempo, requerendo desse modo maior consumo de materiais e reparações de manutenção. Preços Os preços aplicáveis são bastante realísticos e são aplicados actualmente na região em várias pedreiras com uma pequena oscilação em função de factores diversos (qualidade, localização da mina, custos de produção, etc.) 19 Tabela2. Preços Produto U/M Valor (MT) Valor (USD) Brita 1 M3 450,00 7,50 Brita 2 M3 480,00 8,00 Resultados Tomando em conta o montante dos lucros apoios a deduções de todos os impostos tabela, análise financeira (em anexo), considera-se o projecto financeiramente viável, nota-se que a produção planificada, baseia-se num pressuposto muito pessimista e esta longe do que normalmente se pode extrair. Tabela3. Resultados Taxa de Actualização Valor (USD) % Valor Actual Líquido 397 009,23 - Taxa Interna de Retorno - 49,37 Fluxo de Caixa A tabela de fluxos financeiros (em anexo), mostra-nosuma evolução positiva do fluxo de caixa, o que nos permite concluir desde já que o projecto é viável. 5. PROJECTO DE ASSISTENCIA SOCIAL 5.1. Introdução Para manter um ambiente são no que concerne a relação proponente - comunidade a partir deste projecto está previsto desembolsar no primeiro ano um valor de 1400.000,00 Mt para desenvolver acções de responsabilidade social. Depois do início da produção e comercialização, prevê-se que 3% dos lucros sejam destinados ao cumprimento da responsabilidade social do requerente. Após a atribuição do Certificado Mineiro e início do projecto vai se realizar encontros com a comunidade a fim de se definir as áreas prioritárias para a intervenção, não obstante a Empresa apresenta neste projecto algumas áreas de intervenção. 20 5.2. Áreas de Intervenção A empresa proponente pretende criar um ambiente são com as comunidades circunvizinhas ao projecto, e espera que esta seja absorvida como massa laboral, sendo que para tal brindará com cursos técnicos de modo a capacita-los profissionalmente. Sendo assim, no âmbito da sua responsabilidade social, a requerente prevê desenvolver as seguintes intervenções: Abertura de furos de água para beneficiar as comunidades locais; Abertura de mais vias de acesso e melhoramento das existentes; Promoção de actividades culturais, desportivas e recreativas; Identificar e facilitar oportunidades de emprego, formação e relações comerciais, directamente através de empreiteiros e fornecedores de serviços; Numa primeira fase prevê-se que o investimento seja feito de acordo ao cronograma seguinte: Tab 2. Cronograma de implementação do Plano de Responsabilidade Social Orde m Actividades Meses Fases 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1a Abertura de furos de água para beneficiar as comunidades locais 2a Melhoramento das vias de acesso. 3a Promoção de actividades culturais, desportivas e recreativas 4 a Criação de oportunidades de emprego, formação e relações comerciais, directamente através de empreiteiros e fornecedores de serviços 21 Anexos Estudo de Viabilidade Técnica-Económica
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