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Predição da rotação de crescimento mandibular A. Bjork, Odont. Dr. Copenhaga, Dinamarca A introdução da radiografia cefalométrica há 37 anos iniciou novas tendências na Ortodontia, como é testemunhado por uma riqueza de artigos nesta JOURNAL ao longo dos anos. Como homenagem ao Dr. Pollock, editor do JouRNAL durante meio século, tenho o prazer de ter a oportunidade de oferecer uma solução sobre este assunto. Ela tomará a forma de um esboço de alguns resultados de estudos de crescimento craniofacial em crianças, nos quais foram inseridos implantes metálicos nos maxilares para servir como pontos de referência fixos. As aplicações clínicas decorrentes destes estudos serão também abordadas. A técnica de inserção de implantes metálicos nos ossos é utilizada em animais há mais de um século, mas a aplicação do método em estudos craniométricos de crescimento no homem é de data mais recente. A nossa investigação, iniciada em 1951, compreende um estudo longitudinal misto de cerca de 100 crianças de cada sexo cobrindo o período de idade de 4 a 24 anos. 6- 9 - 14 A amostra é constituída por crianças normais com e sem maloclusão e também crianças com condições patológicas. Através do método de implante, e dentro das suas limitações inerentes, é possível localizar locais de crescimento e reabsorção nos maxilares individuais e examinar as variações individuais de direcção e intensidade. A técnica do marcador também se revelou útil na análise dos mecanismos subjacentes às mudanças na relação intermaxilar durante o crescimento, uma análise que levou a uma modificação radical de pontos de vista anteriores. Isto aplica-se em particular à relação vertical da mandíbula, uma vez que a técnica de implante detecta uma rotação consideravelmente maior da mandíbula durante o crescimento do que pode ser observado com os métodos convencionais. A rotação do crescimento mandibular será, portanto, o tema principal desta apresentação. Do Departamento de Ortodontia, Royal Dental College, Copenhaga, Dinamarca. Este artigo baseia-se em investigações apoiadas por Research Grant HS 154 do National Institute of Child Health and Human Development, National Institutes of Health, Bethesda, Md. 585 Assine o DeepL Pro para traduzir documentos maiores. Visite www.DeepL.com/propara mais informações. https://www.deepl.com/pro?cta=edit-document&pdf=1 - • Am. J. Ortodontia J1ine 1969 Uma vez que a informação obtida pela técnica de implantes deve ser considerada como suplementar à obtida a partir de exames de raios X convencionais, os resultados obtidos por estes dois métodos serão comparados. Uma vez que o convite para a apresentação deste veículo de arte requeria opiniões pessoais sobre procedimentos e perspectivas em Ortodontia e um levantamento de iões originais de cont ribunctura no campo, as cnces de reflorestação estão essencialmente limitadas a reportagens deste Departamento. A arte icl e é também baseada na experiência com o método de implante que não pode ser documentado aqui. Padrão de crescimento médio versus individual Na altura em que a cefalometria de raios X foi introduzida, a pesquisa era principalmente relacionada com as alterações de crescimento médio na forma da cabeça e do rosto. Representada por medições ou por tring acing, a forma facial mostrou comparativamente pequenas alterações com a idade em tais estudos realizados até ao momento. no início da década de 1930. 1 19 Dificilmente surpreende - portanto, que o desenvolvimento sob a forma do rosto foi concebido como sendo relatadamente estável, excepto em casos de patologia ou outros casos extremos. Uma dada relação intermaxilar, por instante, foi então considerada como estando em estática durante todo o período de crescimento. O tratamento da maloclusão, portanto, foi considerado como sendo essencialmente dependente da idade, sexo ou taxa de maturação. Esta visão do desenvolvimento facial é talvez uma das principais razões que, apesar da introdução de sistemas de aparelhos altamente eficientes no tratamento, nem sempre foi dada a devida atenção à variabilidade individual do crescimento. Isto aplica-se tanto a aparelhos fixos como a aparelhos removíveis. Como resultado de estudos longitudinais nos quais a cefalometria de raios X foi aplicada, reconheceu-se que existem diferenças individuais consideráveis no desenvolvimento do forn1 facial e nas relações intermaxilares. Foi mais longe que se apercebeu que estas alterações de crescimento indivídual no arco sha pe a regra rath er do que a excepção. As alterações na forma durante o crescimento h w<-re seguiram uma distribuição gaussiana e, como mencionado acima, embora sejam em média bastante pequenas, incluem tipos extrenw que não têm necessariamente um gin patológico. 2 É claramente importante ter dados estatísticos completos para o intervalo normal de variação das alterações faciais ao longo de todo o período de crescimento, mas actualmente esse arco de dados só está disponível para períodos limitados. Gostaria de referir aqui um estudo de seguimento de uma amostra aleatória de 243 rapazes suecos examinados pela primeira vez pelo método cefalométrico de raios X lateral aos 12 anos de idade e novamente aos 20 anos. Em geral, a amplitude do gesto individual do gesto em forma e tamanho do esqueleto facial que teve lugar neste período foi aproximadamente metade da amplitude da forma ou tamanho na idade adulta. 5- 17 Na dentição, foram encontradas alterações de crescimento individual ainda maiores; no caso de sobremordida, estas representavam 78 por cento da gama total na idade adulta. 3 Uma radiografia de ccphalomctric de uma única fase de desenvolvimento é indubitável lise morfológica da estrutura facial. É evidente, contudo, que quanto mais jovem for a 586 Bjork criança, mais difícil é avaliar a forma facial final a partir de tal análise morfológica. Se o tratamento for adiado até ao final do período de crescimento, é óbvio o que a morfologia - • Volurne 55 N11mber6 Predição da rotação de crescim ento mandibular587 problemas estão envolvidos, mas a possibilidade de introduzir medidas terapêuticas mais cedo, quando estas poderiam ter sido mais eficazes, perdeu-se então. Se se tentar avaliar a tendência de crescimento numa fase inicial, esta informação pode ser utilizada na concepção do tratamento ou na avaliação dos problemas que possam surgir antes de o crescimento estar concluído. Uma análise de crescimento consiste essencialmente em três itens, cada um dos quais é clinicamente significativo: (1) uma avaliação do desenvolvimento facial em forma de rosto que, em primeiro lugar, implica alterações na relação intermaxilar, 1 7 (2) uma avaliação sobre se a intensidade do crescimento facial em geral é alta ou baixa,4 e (3) uma avaliação da taxa de maturação individual. Este último item é importante para estabelecer se a puberdade foi alcançada e quando se pode esperar que o crescimento seja completado. 1 5 Antes de discutir as mudanças de crescimento na forma da face relacionadas com a rotação grO\v da mandíbula, começarei por delinear o que foi aprendido sobre o padrão de crescimento da mandíbula a partir dos nossos estudos sobre implantes. Padrão de crescimento mandibular. Foi confirmado pela técnica de implante que o crescimento em comprimento da mandíbula no homem ocorre essencialmente no côndilos. 6 11 O aspecto anterior do queixo é extremamente estável, nenhum crescimento tem ção de alguns casos de desenvolvimento patológico. O espessamento da sínfise, portanto, ocorre normalmente por aposição na sua superfície posterior. Na sua borda inferior existe igualmente uma aposição, que contribui para o aumento da altura da sínfise. Como a reabsorção endosteal nesta área não ocorre ao mesmo ritmo que a aposição na superfície externa, uma aposição pronunciada reflectir- se-á num aumento da espessura da substância cortical. A aposição periostealabaixo da sínfise é estendida posteriormente, para a parte anterior da borda inferior da mandíbula, e quando é marcada, esta área é caracteristicamente arredondada. Abaixo do ângulo da mandíbula há normalmente reabsorção, que pode ser muito pronunciada. Em alguns casos, existe, em vez disso, uma posição na borda inferior no ângulo da mandíbula. Estes processos aposicionais e reabsortivos resultam numa modelação individual da borda inferior da mandíbula, o que caracteriza o tipo de crescimento. O crescimento nos côndilos não ocorre normalmente na direcção do ramo, como é normalmente imaginado, mas ligeiramente para a frente. As variações individuais na direcção do crescimento nos côndilos são grandes e, no período da adolescência, verificou-se que variam quase 45 graus. O crescimento nem sempre é linear na direcção, mas normalmente curva ligeiramente para a frente ou ocasionalmente até para trás. O padrão de crescimento mandibular é assim geralmente caracterizado por um crescimento em curva para cima e para a frente nos côndilos, enquanto que ao mesmo tempo há reabsorção no aspecto inferior do ângulo goníaco e alguns aposi tos abaixo da sínfise. O canal mandibular não é remodelado na mesma medida que a superfície externa da mandíbula, e as trabéculas relacionadas com o canal são, portanto, relativamente estacionárias. A curvatura do canal mandibular, portanto, reflecte a forma anterior da mandíbula. A borda inferior de um germe molar em desenvolvimento na mandíbula parece estar bastante estacionária até que as raízes comecem a formar-se. Isto significa que, durante um período, - • - • - • Ain. J. Ortodontia Junho de 1969 o germe dentário pode servir como uma estrutura de referência natural nas análises de crescimento da mandíbula. Previsão de crescimento Se admitirmos a importância de sermos capazes de prever o padrão de crescimento, que possibilidades temos à nossa disposição para o fazer1 No que diz respeito ao desenvolvimento da forma, três métodos podem ser distinguidos. Estes podem ser referidos como longitudinais, métricos e estruturais. O último destes métodos foi desenvolvido a partir dos estudos de implantes. A previsão pelo método longitudinal, que é normalmente utilizado, consiste em seguir o curso de desenvolvimento em filmes cefalométricos anuais de raios X. 7 12 Em alguns casos pode ser útil iniciar a observação antes do tratamento, mas normalmente é desejável iniciar o tratamento cedo e, entretanto, acumular experiência do tipo de crescimento actual para servir de base para o planeamento das medidas subsequentes. É para os indivíduos com as alterações mais pronunciadas na forma facial que o diagnóstico do padrão de crescimento é de primordial importância clínica. No período de crescimento mais rápido, isto pode ser estabelecido no prazo de um ou dois anos. O método longitudinal tem uma limitação geral na medida em que o padrão de crescimento não é constante e o padrão n')corde<l numa idade juvenil pode muito bem ter mudado na adolescência. Uma limitação particular do método longitudinal é que, enquanto permite a observação de alterações na relação sagital da mandíbula com o crescimento, as alterações que ocorrem na relação vertical da mandíbula são, em grande medida, mascaradas. Como o método de implante revela, esta diferença deve-se ao facto de não haver uma grande remodelação das superfícies anteriores dos maxilares durante o crescimento, enquanto que as superfícies horizontais de referência, tais como o chão nasal e especialmente a parte inferior fronteira da mandíbula, sofrer uma reestruturação radical. 11 13 Devido a isto, alterações no prognatismo dos maxilares podem ser registadas com um elevado nível de exactidão pela técnica longitudinal convencional. Por outro lado, as alterações na posição vertical das mandíbulas, sob a forma de rotação, dão a impressão de serem consideravelmente mais pequenas quando julgadas pela análise convencional de raios X longitudinal, tendo como referência a borda inferior da mandíbula do que são, de facto, quando avaliadas com a ajuda de implantes metálicos. Isto afecta a correlação análises do desenvolvimento vertical do rosto. 22 25 Também afecta as comparações de desenvolvimento normal e patológico. 20 Para fins clínicos, a análise do desenvolvimento vertical da face pode ser melhorada utilizando o que se pode chamar estruturas naturais de referência na mandíbula, como ilustrado na Fig. 1. Sobrepondo duas radiografias feitas em idades diferentes e orientando-as com referência a estas estruturas, pode-se estimar o padrão de crescimento da mandíbula com um grau bastante elevado de cura ac. A rotação de crescimento da mandíbula em relação à base craniana pode então ser lida a partir do ângulo entre as linhas nasion-sella para as duas idades. O método métrico visa uma previsão do desenvolvimento facial com base na morfologia facial, determinada metricamente a partir de uma única película de raios X. Como sempre, estudos estatísticos sobre a possibilidade de prever a intensidade ou direcção 588Bjork - • Volume 55 Número 6 Predição da rotação do crescim ento mandibular589 de desenvolvimento subsequente por tamanho ou forma na infância indicam que este é não viável, independentemente do sistema de análise cefalométrica que tenha sido utilizado.3, 5, 17-rn Inthematerial sobre os rapazes suecos para os quais se obtinham radiografias de perfil aos 12 e 20 anos de idade, só havia correlações extremamente fracas, se é que existiam, entre as dimensões do rosto aos 12 anos e o seu crescimento residual. 5 11 Assim, o crescimento no comprimento h da mandíbula durante a adolescência não podia ser avaliado a partir do seu tamanho antes da puberdade. As mudanças na forma da face durante a adolescência, expressas em termos de medidas angulares, estavam também, no máximo, muito fracamente correlacionadas com a forma da face aos 12 anos de idade, que é uma idade em que o tratamento é frequentemente instituído ou planeado. Sabe-se que, em média, o prognatismo mandibul ar aumenta com a idade e que o intervalo de variação é grande; individualmente, pode haver um aumento muito grande, mas ocasionalmente até se observa uma diminuição. Uma relação harmónica sagital da mandíbula pode assim evoluir para uma relação desarmónica, e vice-versa. No que diz respeito à previsão do desenvolvimento vertical do rosto, o método métrico não se revelou mais adequado. Conforme determinado a partir da sua borda inferior, a mandíbula, em média, gira para a frente um pouco durante a adolescência, e a sua inclinação diminui assim. Em termos de divisão, este decréscimo pode ser extremamente pronunciado, mas ocasionalmente o1-e pode mesmo ser um aumento do inclinati on. Na série sueca, houve apenas uma fraca inclinação ( r = 0,22) entre a inclinação da mandíbula aos 12 anos e a sua rotação durante a adolescência. A sua inclinação antes da puberdade não oferece, portanto, qualquer guia de previsão. NSL B REMODELAÇÃO MANDIBULAR e ROTAÇÃO /- ) ,, I 2/ I,,,.,,.,,, Fig. 1. Método longitudinal de análise da rotação do crescimento mandibular a partir do ângulo entre as linhas nasion-sella, em duas fases (A e Bl após sobreposição das mandíbulas em estruturas naturais de referência: ponta do queixo (1 ), estrutura cortical interna na borda inferior da sínfise (2), estruturas trabeculares relacionadas com o canal mandibular (3), e o contorno inferior de um germe molar (4) desde o momento em que a mineralização da coroa é visível até as raízes começarem a formar-se. I I I I I / I I Bjork l ' ' ♦ - •.. 590A ,n. ,!. Ortodontia.., Junho1969 III i I\ ,,.... --- ,,.... --- I , \ \--- ! ------- ][ - -··t .· + I' I I I I \._ Fig. 2. Rotação frontal da mandíbula com o centronas articulações (I), com o centro nas arestas incisais dos incisivos inferiores (II), e com o centro nos pré-molares (Ill). Fig. 3. Rotação para trás da mandíbula com o centro nas articulações (I) e com o centro no último molar de oclusão (II). ,,.... / / - - , Volume 55 Número 6 Predição da rotação de crescim ento mandibular591 O método estrutural baseia-se em informações relativas aos processos de remodelação da mandíbula durante o crescimento, obtidas a partir dos estudos dos implantes. 11 - sem a utilização de implantes, a previsão do desenvolvimento vertical da face no que diz respeito à rotação do crescimento mandibular pode então ser possível a partir de uma única radiografia. O princípio é reconhecer;;e características estruturais específicas que se desenvolvem como resultado da remodelação num determinado tipo de rotação mandibular. Uma previsão do curso subsequente é então feita com base no pressuposto de que a tendência irá continuar. Tais sinais estruturais serão detalhados abaixo. Primeiro, contudo, o mecanismo subjacente à rotação mandibular e os centros de rotação serão considerados. 1 0 12 F'rom o ponto de vista do crescimento, a mandíbula pode ser considerada como um osso mais ou menos sem restrições, pois pode alterar a sua inclinação de várias maneiras. Um factor crítico a este respeito é o local do centro de rotação, que pode estar localizado nas extremidades posterior ou anterior do osso ou algures no meio, caso em que as extremidades da mandíbula oscilam em diferentes direcções. Assim, o centro pode não estar necessariamente situado nas articulações temporomandibulares, como é normalmente imaginado, embora isto não seja facilmente evidente a partir do exame por técnicas convencionais. Segue-se um relato esquemático dos vários tipos de rotação da mandíbula que podem ser reconhecidos com o método de implante, como ilustrado nas Figs. 2 e 3 e exemplificado nas Figs. 4 e 5. A rotação para a frente pode ocorrer das três maneiras seguintes: Tipo I. Neste tipo (o que é normalmente considerado) existe uma rotação para a frente sobre os centros das articulações que dá origem a uma mordida profunda, na qual a arcada dentária inferior é pressionada para cima, resultando no subdesenvolvimento da altura anterior da face. A causa pode ser um desequilíbrio ocelusal devido à perda de dentes ou uma forte pressão muscular. Esta descida da mordedura pode ocorrer em qualquer idade. Tipo II. A rotação de crescimento frontal da mandíbula em torno de um centro localizado nas bordas incisais dos dentes anteriores inferiores deve-se à combinação do desenvolvimento acentuado da altura posterior da face e do aumento normal da altura anterior. A parte posterior da mandíbula roda então para longe da maxila. O aumento da altura da face posterior tem dois componentes. A primeira é a descida das fossas cranianas médias em relação à anterior, à medida que a base craniana se dobra, sendo depois as fossas condilares baixadas. O segundo componente é o aumento da altura do ramo, que é pronunciado no caso de crescimento vertical nos côndilos mandibulares. Apenas o último componente, que é o maior, é ilustrado na Fig. 2, e é descrito abaixo. Devido à direcção vertical do crescimento do côndilo, a mandíbula é mais baixa do que é transportada. Devido às ligações musculares e ligamentares, o abaixamento ocorre como uma rotação para a frente em relação à maxila, com o centro nas extremidades incisais dos incisivos inferiores. A erupção dos molares acompanha o ritmo da rotação. Devido à reabsorção simultânea marcada abaixo do ângulo goníaco, a altura nesta região pode não aumentar em grande medida e a borda inferior sofre uma remodelação característica. 592Bjork ''' '\ 1 I' Um m... J. Ou thodont i c s Junho de 1969 (; ' II II I I Caso 1 5 3' 5 d' 11 yr 5 m - - - - - - 16yr 7m - - - / -- _,, / Caso 2 3433 d' 12 yr 7 m - - - - - i 8 y r 7 m - - - - - 'I 'I I )/ )/ Fig. 4. Para a lenda, ver página oposta. Caso 3 71 76 9 10 yr 6m - - - - - - 15yr 6 m -- ' ' ''' '') ''''' I I _........... ,- ' - I' / , \'- / . / ;' ,, ' ,/ I I J Volume 55 Yumber 6 Predição da rotação de cresc imento mandibular593 Tipo Ill. Em oclusão anómala dos dentes anteriores a rotação da mandíbula para a frente com crescimento altera o seu carácter . No caso de grandes sobrejactos maxilares ou mandibulares sobre jacto, o centro de rotação já não se encontra nos incisivos, mas é deslocado para trás na arcada dentária, ao nível dos pré-molares. Neste tipo de rotação, a altura anterior da face torna-se subdesenvolvida quando a altura posterior da face aumenta. Os arcos dentários são pressionados uns nos outros e desenvolve-se a mordida profunda basal. Na rotação de crescimento dos tipos II e III, a sínfise mandibular balança-se para a frente num grau acentuado, e o queixo torna-se proeminente. Esta é uma das razões para a formação do queixo característica do homem. A inclinação dos dentes é também grandemente influenciada pela rotação da mandíbula. A posição dos incisivos inferiores parece estar funcionalmente relacionada com os incisivos superiores, como se reflecte no facto de que o ângulo int erincisivo sob vai uma mudança menor do que a rotação da mandíbula. Como resultado, os incisivos na sua erecção são guiados para a frente e há um aumento do prognatismo alveolar até à zona apical. Isto é contrário à impressão dada pelo perfil da mandíbula. A rotação, contudo, também desloca os caminhos da erupção de todos os dentes na direcção mesial, tendendo assim a criar apinhamento no segmento anterior através do que pode ser referido a vermelho como "embalagem". " A rotação também afecta a posição dos dentes posteriores inferiores em relação aos dentes superiores. A rotação de crescimento para a frente faz com que os dentes posteriores inferiores sejam mais erectos do que o habitual em relação aos dentes posteriores superiores, com um aumento do que se pode chamar ângulos interprolar e intermolares. A rotação para trás da mandíbula é menos frequente do que a rotação para a frente e tem sido examinada pelo método de implantes em muito menos sujeitos. Dois tipos foram reconhecidos : Tipo I. Aqui o centro da rotação para trás situa-se nas articulações dibulares temporomanas. Este é o caso quando a mordida é levantada por meios ortodônticos, por uma mudança no ercuspat ion ou por um aparelho de mordedura -rising, e resulta num aumento da altura da face anterior. A rotação para trás da mandíbula sobre um centro nas articulações também ocorre em ligação com o crescimento - da base craniana. No caso de achatamento da base do crânio, as fossas médias do crânio são levantadas em relação à anterior, e depois a mandíbula é também levantada. Pode haver também outras causas, tais como um desenvolvimento incompleto em altura das fossas médias do crânio, como no oxicepto haly. Este desenvolvimento subcurricular da altura da face posterior leva a uma Fig. 4. Casos ilustrando os três tipos de rotação de crescimento da mandíbula relacionados com a relação de crescimento condilar. Uma linha indicadora é desenhada através de dois implantes na mandíbula em cada ca se. Nenhum tratamento ortodôntico foi realizado durante o período de observação . Caso 1: Rotação de crescimento para a frente, Tipo II. Oclusão incisal normal e desenvolvimento normal da altura anterior da face. Caso 2: Rotação do crescimento para a frente, Tipo 111. De velop ment de mordida profunda basal e subdesenvolvimento da altura anterior da face. Caso 3: Rotação do crescimento para trás, Tipo 11. Desenvolvimento de mordida aberta basal e sobredesenvolvimento de uma face terior, Tipo 11. Am. J. Ort ho donti cs J1me 1969Fig. 5. Fotografias que ilustram o desenvolvimento facial nos ca se s descritos na Fig. 5. 4 . 594Bjork Volume 55 Número6 Predição da rotação de cresc imento mandibular595 rotação para trás da mandíbula, com desenvolvimento excessivo da altura da face anterior e possivelmente mordida aberta como consequência. A mandíbula é, em princípio, normal. 1'ype II. A rotação para trás ocorre aqui sobre um centro situado no centro mais distal dos molares oclusais. Isto ocorre em ligação com o crescimento na direcção sagital nos côndilos mandibulares. Nos assuntos analisados até agora, a direcção deste crescimento sagital tem curvado cada vez mais para trás. À medida que a mandíbula cresce na direcção do seu comprimento, é transportada mais para a frente do que para baixo na face, e devido à sua fixação aos músculos e ligamentos, é rodada para trás. Devido à posição do centro de rotação nos molares, a sínfise é balançada para trás e o queixo é puxado para trás abaixo da face. Os tecidos moles do queixo podem não seguir este movimento, e pode formar-se um queixo duplo característico. A mordida aberta basal pode desenvolver-se, e há dificuldade em fechar os lábios sem tensão. Uma vez que a posição dos incisivos inferiores, como mencionado anteriormente, está funcionalmente relacionada com os incisivos superiores, estes tornam-se retroclinados na mandíbula e o prognatismo alveolar é reduzido. Os dentes laterais não são guiados distalmente na sua erupção na mesma medida, e o apinhamento tende a desenvolver-se no segmento anterior do arco inferior. O facto de nos sujeitos submetidos à análise a erupção dos molares inferiores ter sido impedida no ponto de rotação indica que a causa da rotação não residia na erupção excessiva destes dentes. Devido à rotação para trás da mandíbula, os ângulos interpremolar e intermolar são pequenos, o que significa que os pré- molares e molares têm um arco inclinado para a frente em relação aos maxilares, e geralmente num grau pronunciado, devido à proximidade proxi midade destes dentes ao centro de rotação. Este tipo de rotação para trás foi considerado característico também em casos de várias formas de hipoplasia condilar. 8- 16 Na aplasia condilar, a condição parece ser ainda mais complexa. Existe uma relação óbvia entre o tipo de rotação da mandíbula e a direcção do crescimento condilar. A explicação para isto ainda está por encontrar, mas é evidente que os factores musculares desempenham um papel importante. 23 Sinais estruturais de rotação de crescimento Promovendo o ponto de vista clínico, é importante detectar os tipos extremos de rotação mandibular que ocorrem durante o crescimento. Sete sinais estruturais de rotação extrema de crescimento serão considerados em relação à direcção de crescimento condilar. Nem todos eles serão encontrados num indivíduo em particular, mas quanto maior for o número de sinais, mais fiável será a previsão. Além disso, é evidente que estes sinais não estão tão claramente desenvolvidos antes da puberdade. Os sete signos são relatados<>cl às seguintes fraturas: (1) inclinação da cabeça condilar, (2) curvatura do canal mandibular, (3) forma da borda inferior da mandíbula, ( 4) inclinação da sínfise, (5) ângulo interincisal, ( 6) ângulos interpremolares ou intcnnolares, e (7) altura anterior da face inferior. Este arco de sinais é ilustrado pelos dois crânio mostrados na Fig. 6. Num deles há uma mordida profunda basal, causada por uma rotação extrema para a frente, Tipo III, Am. J. Ortodontia Junho de 1969 Fig. 6. Sinais estruturais de rotação do crescimento mandibular demonstrados em dois crânio - um com mordida profunda basal e outro com mordida aberta basal. 596 Bjork , Volume 55 Número 6 Predizer o íon de rotação do cresc imento mandibular597 em conjunto com o crescimento no côndilo que se presume ter sido vertical. No outro há uma mordida aberta basal após o que se presume ter sido uma rotação para trás da mandíbula onde o crescimento do côndilo deve ter sido dirigido para trás. (1) Uma inclinação para a frente ou para trás da cabeça do côndilo é um sinal erístico carismático, mas pode não ser fácil de identificar no radiograma de cefalo metr, onde parte do côndilo é mascarado, como se vê na Fig. 6. (2) A curvatura do canal ar mandibular também pode ser um sinal claro. No tipo de crescimento vertical do côndilo, a curvatura do canal tende a ser maior que a do contorno mandibular, incluindo o ângulo da mandíbula, enquanto que no tipo sagital o oposto é geralmente o caso. O canal pode então ser recto ou, em casos patológicos, pode mesmo curvar na direcção oposta. (8) A forma da borda inferior da mandíbula é altamente característica. No crescimento vertical do côndilo, a posição pronunciada abaixo da sínfise e a parte anterior da mandíbula produz um arredondamento anterior, com uma espessa camada cortical, enquanto a reabsorção no ângulo produz uma concavidade típica. No crescimento sagital, o arredondamento ter ior está ausente e a camada cortical é fina, enquanto que o contorno inferior no ângulo da mandíbula é convexo. (4) A inclinação da sínfise é uma característica importante. No tipo de crescimento vertical, a sínfise balança para a frente na face e o queixo é proeminente, enquanto que no tipo sagital é balançada para trás, com o queixo a regredir. A avaliação é complicada pela remodelação simultânea do processo alveolar na direcção oposta, como é exemplificado pelo crânio com a mordida aberta. ( 5) A diferença no ângulo int er incisor é evidente, apesar da inclinação compensatória dos incisivos inferiores. ( 6) A diferença nos ângulos interpremolar e intermolar nos dois tipos de crescimento é também evidente. (7) Uma compressão ou sobredesenvolvimento da face inferior é igualmente típica. No sujeito vivo, há uma diferença na postura do li ps. A inclinação do bordo inferior da mandíbula não está incluída entre os sinais, pois não ajuda na avaliação, embora esta determinação esteja incluída em praticamente todos os sistemas de análise cefalomctrica. O registo da altura facial do resto também não é um guia fiável. Aspectos clínicos A maloclusão vertical frequentemente recebe menos consideração do que a sagital. Sem dúvida, isto deve-se, em certa medida, à dificuldade em detectar a sua relação com tipos de crescimento facial. 21 24 Em geral, a maior e extrema rotação dos mandíbula durante o crescimento, quanto maiores forem os problemas de clini cal que apresenta. É importante prever tais rotações numa fase inicial, independentemente de se terem ou não desenvolvido maloclusões. A rotação extrema, seja para a frente ou para trás, influencia grandemente os caminhos da erupção do dente da dentadura. Existe um sério risco de migração extrema após extracções, e é necessária uma ancoragem segura. A perda precoce dos molares decíduos dá igualmente origem a uma migração acentuada. É importante perceber que o apinhamento na mandíbula resulta de ambas as direcções de rotação de crescimento. Am . .J. Ortodontia .Jnne 1969 No caso de rotação frontal pronunciada, há um grande risco de desenvolvimento de mordidas profundas. Isto pode ser evitado por meio de um aparelho estabilizador, tal como um plano de mordedura, introduzido antes da p11hel'ty. Após o tratamento, tal estabilização pode ser necessária até que o crescimento das mandíbulas esteja eompletado. Na nossa experiência, é aconselhável adiar as extracções indicadas em bases ortodônticas até ao início do surto de crescimento puberal, e\'Cll quando alguma outra forma de tratamento tiver sido introduzida mais cedo. Em caso de rotação para trás, a abertura da mordida é difícil de evitar. Tem sido nossa política adiar o tratamento até que o surto de crescimento puberal esteja quase a terminar e adiar as extracções até lá. Pode concluir-se que os procedimentos ortodônticos irão sem dúvida melhorarcom o aumento do conhecimento do crescimento do g. A perspectiva f'urthcr8 reside numa melhor compreensão do tempo de tratamento para a taxa de maturação individual. Resumo É apresentado um levantamento da experiência com o método de implante no 8tudy de crescimento facial, com particular ênfase na previsão da rotação do crescimento mandibular. São discutidos três métodos de previsão de arco. (l) Um método longitudinal, que consiste em seguir o curso de desenvolvimento por raios X anuais de ccphalo gramas, mostra-se de utilidade limitada para este fim, uma vez que o processo de remodelação na borda inferior da mandíbula disfarça em grande medida a rotação real. (2) Um método métrico, que visa a previsão com base numa descrição métrica da morfologia facial numa única fase de desenvolvimento, lms até agora não provado de valor. (3) Um método estrutural é descrito pelo qual pode ser possível prever, a partir de um único cefalograma, o curso da rotação, onde esta característica é marcada. Este método baseia-se em informações obtidas a partir de estudos de implantes do processo de remodelação da mandíbula durante o crescimento. REFERÊNCIAS 1. B,iiirk, A.: 'l'hc face in profile; an antropological x-rny investigation on Swedish children arnl conscripts, Svensk tandl. tidskr. 40: Sup. 5B, l!J47. 2. Bjork, A.: Uma discussão sobre o significado das alterações de crescimento no padrão facial e a sua relação com as alterações na oclusão, D. Registo 71: 197-208, 1951. 3. Bjork, A.: Variabilidade e mudanças de idade em sobrejacto e sobremordida, AM. - T. ORTH0D0N'l'ICS 39: 779-801, 1953. 4. Bjork, A.: Bite development and body build, D. Record 75: 8-19, 1955. 5. Bjork, A.: Desenvolvimento da base craniana, AM. J. ORTHOD0N 'rcs 41: 198-225, 1955. 6. Rjiirk, A.: }'acial growth in man, studied with the ai<l of metallic implants, Acta odont. scandinav. 13: 9<14, 1955. 7. Bjiirk, A.: Análise do crescimento cefalométrico de Roentgen. Em Pruzansky, S. 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