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CONTABILIDADE GERENCIAL OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM > Definir papel, escopo e usuários das informações geradas pela contabilidade gerencial. > Explicar o papel da metodologia e sua relevância na tomada de decisão. > Ilustrar a importância da formação do futuro gestor. Introdução Toda organização possui uma área da contabilidade responsável por suas in- formações. Porém, em muitas organizações, existe apenas a preocupação de apurar tributos e atender às obrigações exigidas pela legislação (PADOVEZE, 2012). Contudo, por meio da contabilidade, é possível extrair informações sobre a situação econômico-financeira da empresa, possibilitando a melhora do de- sempenho organizacional. Nesse contexto, tem-se a origem de uma ramificação da contabilidade: a contabilidade gerencial. Neste capítulo, você vai compreender a necessidade e importância das in- formações para a contabilidade gerencial e como se dá um processo de decisão. Você também vai conhecer qual o papel da informação no processo decisório e como os gestores da contabilidade gerencial se relacionam com as informações. Caracterização da contabilidade gerencial Rodolfo Vieira Nunes Papel, escopo e usuários das informações geradas pela contabilidade gerencial A contabilidade gerencial evoluiu ao longo dos anos, mudando seu foco, ob- jetivo e posicionamento no processo de planejamento e tomada de decisões da empresa. Sendo assim, também ocorreram mudanças em suas definições. Para Atkinson et al. (2015), a contabilidade gerencial é um processo que objetiva identificar, mensurar, reportar e analisar as informações referentes às situações econômicas da empresa. Outra definição mais atual e impor- tante trata a contabilidade gerencial como um conjunto de várias técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos, porém em situações mais analíticas ou diferenciadas, com o intuito de auxiliar os gestores das organizações no processo decisório (IUDÍCIBUS; SEGATO, 2020). Nesse sentido, Oyadomari et al. (2018) afirmam que a contabilidade geren- cial é um complexo sistema de informações oriundas de análise econômica, financeira e da produtividade. Essas informações são utilizadas por usuários internos da organização no processo de tomada de decisões, de modo a planejar, avaliar e controlar os recursos próprios e de terceiros, visando aos objetivos estabelecidos. Isso mostra que os conceitos de contabilidade ge- rencial se adaptam às mudanças e as circunstanciam dentro de um panorama econômico e empresarial do momento, contudo, mantendo a sua essência básica, em que as informações são utilizadas pela companhia como uma ferramenta no processo decisório, ou seja, na tomada de decisão. Desse modo, pode-se dizer que a contabilidade gerencial é o ramo da contabilidade que tem por objetivos: � auxiliar a gestão com importantes informações, ajudando-a nos pro- cessos de tomada de decisão, alocação de recursos, revisão do posi- cionamento estratégico, cálculos de custos e verificação da satisfação dos clientes; � fornecer, para os mais diversos usuários, internos e externos, informa- ções para a tomada de decisão, devendo ser útil aos propósitos que cada usuário busca atingir. Caracterização da contabilidade gerencial2 Essas informações podem ser tanto de cunho financeiro como não fi- nanceiro. Algumas das informações classificadas como financeiras ou não financeiras são as seguintes (PADOVEZE, 2012). � Informações financeiras: ■ custo de produção; ■ custo de execução do serviço; ■ relatório de despesas dos departamentos; ■ custo de performance; ■ custo dos processos de produção. � Informações não financeiras: ■ satisfação do cliente; ■ fidelidade do cliente; ■ processo de qualidade; ■ inovação; ■ motivação dos colaboradores. Informações gerenciais A necessidade de possuir informações é crucial em todos os setores da eco- nomia, independentemente das atividades desempenhadas. As organizações que estiverem municiadas de informações internas validadas terão maior flexibilidade e capacidade de adaptação às alterações. No entendimento de Marion e Ribeiro (2017), as informações geradas pela contabilidade devem alimentar seus usuários de forma segura para a tomada de decisão, levando em consideração a situação da empresa, o desempenho, a evolução, além de riscos e oportunidades. A informação contábil pode se expressar por diferentes caminhos, por exemplo: demonstrações financeiras, escrituração ou registros, documentos, livros, planilhas, notas explicativas, projeções, pareceres, prognósticos, descrições críticas ou outra forma prevista em legislação. Ela deve ter caráter veraz e equitativo, de modo a atender às necessidades dos vários usuários, não podendo privilegiar nenhum deles, pois os interesses nem sempre são coincidentes. É evidente que a qualidade da informação irá determinar a qualidade da decisão tomada. Nesse caso, na visão de Crepaldi e Crepaldi (2017), a informação de cunho gerencial deve ser simultaneamente: Caracterização da contabilidade gerencial 3 a) confiável: a confiabilidade é atributo que faz com que o usuário aceite a informação contábil e a utilize como base de decisões, configurando elemento essencial na relação entre aquele e a própria informação, fun- damentando-se na veracidade, completeza e pertinência do seu conteúdo; b) tempestiva: a tempestividade se refere ao fato de que a informação contábil deve chegar ao conhecimento do usuário em tempo hábil, a fim de que este possa utilizá-la para seus fins; c) compreensível: a informação contábil deve ser exposta na forma mais compreensível ao usuário a que se destina, sendo divulgada de forma clara e objetiva, abrangendo desde elementos de natureza formal, como a organização espacial e os recursos gráficos empregados, até a redação e a técnica de exposição utilizadas; d) comparável: a comparabilidade deve possibilitar ao usuário o conhe- cimento da evolução entre determinadas informações ao longo do tempo, numa mesma entidade ou em diversas entidades, ou a situação destas num momento dado, com vistas a possibilitar o conhecimento das suas posições relativas; e) relação custo-benefício: o custo de obtenção da informação não pode ser maior do que o benefício produzido, pois não se pode gastar mais do que o benefício proporcionado, já que ao adotar um sistema que assim agisse o gestor estaria tomando decisões prejudiciais à entidade. Esse aspecto também está relacionado com a relevância da informação, pois a produção de informações de pouca relevância pode aumentar o custo das informações. Dentre os principais usuários da contabilidade gerencial figuram os altos executivos e todos os setores da organização, variando a forma de apresenta- ção e o grau de refinamento que a informação apresenta (PADOVEZE, 2012). As informações para a alta gerência devem receber um alto grau de refinamento e ser apresentadas de forma resumida e objetiva. Para a gerência intermediária, as informações também devem ter um alto grau de refinamento, mas a apresentação deve ter mais detalhes, pos- sibilitando o planejamento, o controle e a tempestiva ação, com medidas necessárias que reforcem ou revertam cada situação apresentada. Já as informações para o nível operacional são apresentadas de forma longa e analítica, praticamente em estado bruto. Nesse sentido, os gestores necessitam de informações que estejam em consonância com seus modelos. Assim, o modelo de informação deve ser estru- turado com base na análise de modelos de decisão e mensuração empregados. Caracterização da contabilidade gerencial4 Além disso, o sistema de informações deve fornecer informações básicas que os gestores necessitam em suas tomadas de decisões. Quanto maior for a sintonia entre a informação fornecida e as necessidades informativas dos gestores, melhores decisões poderão ser tomadas (GARRISON; NOREEN; BREWER, 2013). Enxergar o seu negócio de uma forma muito mais profunda e verda- deira é o maior dos benefícios da contabilidadegerencial, pois é a partir disso que você poderá tomar decisões e decidir os melhores rumos para o empreendimento. Porém, há outros benefícios, como: � manter-se muito bem informado sobre o real resultado do negócio; � tomar decisões certas, na hora certa; � definir planos de ação reais; � aumentar a eficiência da sua gestão; � tomar decisões mais rapidamente; � eliminar desperdícios; � reduzir erros e inconsistências; � melhorar o controle financeiro; � pagar impostos de forma correta, porém menos custosa. Papel da metodologia e sua relevância na tomada de decisão Tomar uma decisão não é algo fácil e exige muito de todos os envolvidos. Quando se leva a situação para o âmbito empresarial, as circunstâncias po- dem se complicar, já que as decisões tomadas em uma companhia englobam processos, custos e pessoas. A velocidade com que as diversas situações ocorrem dentro de uma empresa faz com que inúmeras decisões tenham que ser tomadas ao longo do dia, algumas mais simples, outras mais complexas, conforme Atkinson et al. (2015). Contudo, independentemente do grau de dificuldade de uma decisão, ela sempre vai trazer consigo consequências, que podem ser positivas ou negativas. O processo de tomada de decisão não é um procedimento isolado e que fica a cargo da contabilidade gerencial, pois tanto a contabilidade de custos quanto a contabilidade financeira são partes cruciais do processo que norteia a tomada de decisão de curto e longo prazo, de acordo com Oyadomari et al. (2018). Desse modo, tem-se a contabilidade financeira como um agregado de Caracterização da contabilidade gerencial 5 informações contábeis (compras, vendas, despesas, liquidez, margem, etc.) para avaliação do resultado empresarial. Já a contabilidade de custo é um modelo escolhido pela organização para mensurar todos os gastos de uma companhia, utilizando as informações financeiras para avaliar os gastos da tomada de decisão. Assim, pode-se dizer que a contabilidade financeira é a base para a construção da contabilidade de custos. O processo de tomada de decisão pode ser simples ou complexo — tudo depende do grau de importância, do objetivo a ser alcançado e dos reflexos da escolha. Nesse sentido, a tomada de decisão envolve algumas etapas que estão relacionadas com a identificação do problema, além de definir critérios, analisar e escolher alternativas e verificar a eficácia da decisão (IUDÍCIBUS; SEGATO, 2020). Todo esse contexto evidencia a grande importância da tomada de decisões nas organizações, pois é o que faz com que as empresas saiam do lugar e se man- tenham em constante movimentação no mercado em que atuam. Por isso, para Marion e Ribeiro (2017), é crucial conhecer os seguintes tipos de tomada de decisão. � Intuitiva: uma decisão desta natureza é basicamente aquela que é tomada considerando apenas os sinais que a intuição dá, ou seja, é uma sensação interna que se tem, em detrimento de outra, não levando em consideração aspectos lógicos e racionais para escolher algo. � Racional: é o tipo de decisão que a maioria das pessoas mais deseja aplicar em seu dia a dia, pois ela faz com que o indivíduo leve em consideração os aspectos lógicos dos fatos, para que, assim, haja subsídios mais sólidos para decidir ou não por algo. � Com base em valores: este é um tipo de decisão que pode ser facilmente confundido com a decisão intuitiva, no entanto, existem pontos que as diferenciam. No caso desta, o indivíduo tende a levar em consideração os valores que formou ao longo de sua vida para decidir ou não por algo. � Colaborativa: em muitos momentos, este é o tipo de decisão ideal e que deve ser colocado em prática com mais frequência, pois se trata do processo decisório que é tomado em conjunto com outras pessoas, em que o gestor realiza reuniões e conta com ajuda, opinião e suges- tões de seus colaboradores para decidir quais rumos deve tomar nos processos organizacionais. � Especializada: quando a intuição falha e a racionalidade e a colabo- ração não conseguem encontrar alternativas eficientes e nem mesmo contribuir para que se possa tomar decisões conscientes, assertivas e seguras, é hora de contar com ajuda especializada para facilitar esse processo dentro da organização. Caracterização da contabilidade gerencial6 Entretanto, antes de as organizações e os gestores escolherem qual o tipo de tomada de decisão irão adotar, é necessário um passo anterior, ou seja, compre- ender todas as etapas que envolvem um processo decisório, pois, dentro de um processo de tomada de decisão, é essencial elencar todos os aspectos relevantes com o intuito de evitar erros. Assim, tem-se uma compreensão mais profunda da situação, demonstrando os custos-benefícios disponíveis (OYADOMARI et al., 2018). Conforme Crepaldi e Crepaldi (2017), é possível dividir todo o processo de tomada de decisão em cinco etapas principais, conforme a seguir: 1. Identificação do problema: o problema exige controle, para analisar o que está acontecendo. Inicialmente, o diagnóstico do problema passa por enxergar as consequências e definir o nível de prioridade da situação. 2. Coleta de dados: compreender a situação, com o máximo de informações sobre o problema. As fontes dependem do tipo de questão enfrentada pelos gestores, já que a coleta de informações é direcionada para as causas de um problema ou para as justificativas de um requerimento. 3. Identificação das alternativas: deve contar com a participação de outros profissionais para contribuir com conhecimento e experiência sobre o problema. É importante usar artefatos para organizar e direcionar a atenção para os postos-chaves. 4. Escolha da alternativa: é preciso tornar claro e objetivo quais as pro- postas de solução sugeridas, assim como as atividades devem estar bem detalhadas. 5. Decisão e acompanhamento: os caminhos possíveis de escolha podem ser simples ou complexos, como ocorre nas situações em que há uma medida principal e uma secundária — caso a primeira não funcione. Importância da informação no processo decisório Nos dias atuais, as organizações e as pessoas recebem uma imensa quan- tidade de informações, o que influencia o processo de tomada de decisões. As tomadas de decisão podem receber classificações distintas, sempre bus- cando evidenciar as análises das informações e a questão de possível causa e efeito, evidenciado por Marion e Ribeiro (2017). Muitas dessas informações são selecionadas conforme procedimentos e padrões estabelecidos pelas organizações. Assim, a decisão está nas mãos do gestor, que é o responsável pelos negócios — sua escolha irá influenciar fortemente os resultados da companhia, sejam positivos ou negativos. Caracterização da contabilidade gerencial 7 No processo decisório, a informação assume total relevância, pois é dela que partem todos os passos para a resolução de um problema ou para a tomada de decisão (GARRISON; NOREEN; BREWER, 2013). Entretanto, uma mesma informação, em momentos ou situações diferentes, requer uma rea- nálise para uma tomada de decisão. Dessa forma, nunca se deve aceitar uma mesma informação mais de uma vez sem reavaliá- la. O aspecto qualitativo da informação dependerá dos meios e das fontes de origem dos dados coletados. Conforme Iudícibus e Segato (2020), é fundamen- tal um controle por meio de mecanismos com o intuito de selecionar o que é uma informação útil. Essa análise qualitativa da informação organizacional deve passar pela observação subjetiva dos envolvidos da empresa, levando em consideração o contexto que tanto a empresa quanto os envolvidos estão inseridos (ATKINSON et al., 2015). No entendimento de Padoveze (2012), todas essas características exigem do tomador de decisões uma habilidade ainda maior para se manter atualizado e para selecionar as informações úteis, não desperdiçando tempo com o que não é relevante e não descartando o que é indispensável. A inteligência da contabilidade gerencial A Associação Nacional dos Executivosde Finanças, Administração e Contabilidade (ANEFAC) apresenta o programa Momento Econômico ANEFAC, com o assunto “A inteligência da contabilidade gerencial” em seu canal no YouTube. Veja a entrevista de Roberto Vertamatti com a diretora contábil-fiscal da Embraer, Elaine Funo. Importância do estudo da contabilidade gerencial na formação do futuro gestor Nos últimos anos, tem-se vivenciado inúmeras transformações sociais e econômicas, que muitas vezes são advindas do rápido processo de inovação tecnológica. Por essa razão, as formas de negociar e trabalhar sofreram alterações profundas, seja culturalmente (definições e conceitos) ou nas Caracterização da contabilidade gerencial8 ferramentas e atividades do dia a dia. Como resultado, essa enorme mudança trouxe um alto volume de novas informações, o que exige maior qualificação dos contadores. O profissional contábil precisa ter um perfil com ampla visão do ambiente institucional. Sendo assim, a contabilidade gerencial, aliada com outras áreas do conhecimento científico, será uma pilastra de suporte, tendo como finalidade a geração de valor para a profissão dentro desse novo contexto da contabilidade (OYADOMARI et al., 2018). A terminologia contador gerencial é relativamente antiga. O seu primeiro registro se deu após a Revolução Industrial, em que a função estava toda baseada na necessidade de levantar e quantificar os custos do processo produtivo e da conversão de recursos (mão de obra e materiais) em produ- tos. De acordo com Crepaldi e Crepaldi (2017), o contador gerencial possui a função de identificar, mensurar, acumular, verificar, preparar, interpretar e apresentar as informações para uso da empresa, nas atividades básicas de planejamento, avaliação e controle, objetivando o uso correto dos recursos. Porém, no entendimento dos autores, o controller da organização, termino- logia usada para descrever o contador gerencial, possui como função básica a atividade de assessoria, pois seu setor tem a responsabilidade de municiar os gerentes, diretores e a presidência com informações especializadas para cada área, já que são atribuídas a ele atividades de contabilidade interna, orçamento e elaboração de relatórios. Dentro desses conceitos, há algumas qualidades referentes ao contador gerencial (controller), além de mostrar sua importância dentro das organi- zações. Entretanto, as qualidades dependem do comprometimento com as atividades do dia a dia, ou seja, deve-se exercê-las com agilidade e estar envolvido no processo decisório da empresa, conhecendo detalhadamente o negócio da companhia (PADOVEZE, 2012). Contudo, sua participação no processo de tomada de decisão assegura o uso adequado das informações e ações que permitem o alcance dos resultados. A participação do contador gerencial na gestão das empresas ajuda na melhor otimização das suas atividades e ainda melhora o seu desempenho (IUDÍCIBUS; SEGATO, 2020). Tudo isso faz com que o controlador gerencial atue como um agente de apoio no processo de tomada de decisão. Nesse sentido, o Quadro 1 apresenta as principais competências do contador gerencial. Caracterização da contabilidade gerencial 9 Quadro 1. Estrutura de competências genéricas para contador gerencial Dimensões Competências do contador gerencial Competências técnicas Contabilidade legal e finanças, ferramentas de controle, planejamento e capacidade analítica. Competências comportamentais Autocontrole, ouvir de forma eficaz, liderança/trabalho em equipe, gestão da informação e relacionamento externo. Competências de postura Atitude empreendedora e visão geral/estratégica. Fonte: Adaptado de Cardoso, Mendonça e Oyadomari (2010). Para compreender melhor o Quadro 1, é primordial entender as três di- mensões citadas. � Competências técnicas: conhecimento e habilidade adquiridos por meio de instrução formal ou não formal. Pode-se citar como exemplos: graduação, pós-graduação, treinamentos, cursos, experiências profis- sionais, etc. Muitas vezes, essas competências são pré-requisitos para determinados cargos e funções, já que são consideradas competências básicas. � Competências comportamentais: são características da personalidade ou aptidões adquiridas que correspondem às peculiaridades de cada indivíduo e impactam nas atitudes de cada um. Ou seja, habilidades que irão demonstrar a forma de atuação da pessoa em diferentes situ- ações, seja nas atividades do trabalho ou na relação com as pessoas. � Competências de postura: é um conjunto de características de condutas empregadas pelo profissional no dia a dia de trabalho. Empreendedo- rismo, responsabilidade social ou ambiental, ética e comprometimento são alguns dos valores adotados pelas pessoas que influenciam a postura profissional. Características de um contador gerencial Seguindo Oyadomari et al. (2018), um contador gerencial deve possuir as seguintes características: Caracterização da contabilidade gerencial10 � Alta qualificação: precisa estar qualificado academicamente e atuali- zado sobre todas as alterações que acontecem no mundo dos negócios. � Profundo conhecimento de princípios contábeis: deve conhecer toda a contabilidade da organização e estar atento às regras e normas contábeis. � Conhecimento de tecnologias sofisticadas: precisa acompanhar to- das as inovações tecnológicas com o intuito de auxiliar as atividades profissionais. � Padrão de exigência: com um mercado tão competitivo, o padrão de exigência se faz necessário para a superação do profissional e da organização em relação aos seus concorrentes. � Domínio de operações virtuais: saber operacionalizar de forma virtual as atividades do setor de forma mais eficaz e rápida. � Desburocratização: uma gestão mais dinâmica e assertiva minimiza erros em todo o processo de tomada de decisão. � Possuir uma equipe de trabalho de alta confiança: ter um grupo de colaboradores coeso e de confiança é crucial, pois o contador gerencial deve delegar tarefas e validá-las com o grupo. � Automotivação: todas as decisões precisam ser embasadas, assim, o contador gerencial deverá ter automotivação e percepção de se incentivar. � Poder de negociação: bom relacionamento, comunicação e capacidade de análise da situação. � Coragem: ele é o gestor e o responsável que reporta todas as suas ações por meio das decisões. � Alta produtividade: garante o sucesso da equipe e da empresa. � Poder de democratização: iniciativas ou mecanismos em que o grupo tenha participação no processo de decisão. � Comunicação eficaz: uma comunicação que não afete e comprometa as atividades ou o negócio. � Comprometimento com o sucesso da empresa: ver a companhia como sua, tendo vontade e cuidado para fazer o negócio prosperar. Conforme essas características, o contador gerencial não pode ser definido apenas como um cargo específico da contabilidade nas organizações, pois o perfil desse profissional demonstra uma postura de liderança e comprome- timento em relação às atividades da empresa. Caracterização da contabilidade gerencial 11 A contabilidade gerencial fornece informações vitais para a tomada de decisão dos gerentes. Acerca do assunto, assinale a alternativa incorreta. a) Os encargos trabalhistas e previdenciários da mão de obra indireta não são considerados como custo de produção. b) A contabilidade gerencial, de adoção facultativa pela empresa, é voltada para o público interno e não precisa seguir obrigatoriamente os princípios de contabilidade geralmente aceitos. c) O salário de operários em greve não deve ser considerado como custo, mas sim como gasto ou despesa do período. d) Entre outras, a contabilidade de custos tem como finalidade auxiliar os gestores da empresa no desempenho das funções administrativas. e) As perdas normais ocorridas durante o processo de produção compõem o custo do produto elaborado. Resultado: A. Tudo o que se gasta no processo produtivo: custos. Tudo o que se gasta além do processoprodutivo, como na venda, por exemplo: despesas. Referências ATKINSON, A. A. et al. Contabilidade gerencial: informação para tomada de decisão e execução da estratégia. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2015. CARDOSO, R. L.; MENDONÇA NETO, O. R.; OYADOMARI, J. C. Os estudos internacionais de competências e os conhecimentos, habilidades e atitudes do contador gerencial brasileiro: análises e reflexões. BBR, v. 7, n. 5, p. 91–113, 2010. Disponível em: http:// www.spell.org.br/documentos/ver/7818. Acesso em: 16 dez. 2020. CREPALDI, S. A.; CREPALDI, G. S. Contabilidade gerencial: teoria e prática. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2017. GARRISON, R. H.; NOREEN, E. W.; BREWER, P. C. Contabilidade gerencial. 14. ed. Porto Alegre: AMGH Ed., 2013. INTERNATIONAL FEDERATION OF ACCOUNTANTS. International management accounting practice statement: management accounting concepts. New York: IFAC, 1998. IUDÍCIBUS, S.; SEGATO, V. D. Contabilidade gerencial: da teoria à prática. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2020. MARION, J. C.; RIBEIRO, O. M. Introdução à contabilidade gerencial. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. OYADOMARI, J. C. T. et al. Contabilidade gerencial: ferramentas para melhoria de de- sempenho empresarial. São Paulo: Atlas, 2018. PADOVEZE, C. L. Contabilidade gerencial. Curitiba: IESDE, 2012. Caracterização da contabilidade gerencial12 Leitura recomendada A INTELIGÊNCIA DA CONTABILIDADE GERENCIAL. [S. l.: s. n.], 2016. 1 vídeo (13 min). Pu- blicado pelo canal ANEFAC. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?app=de sktop&v=fNkEAmzZEOU. Acesso em: 16 dez. 2020. Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. Caracterização da contabilidade gerencial 13
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