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UA 02 - Caracterização da contabilidade gerencial

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CONTABILIDADE 
GERENCIAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Definir papel, escopo e usuários das informações geradas pela contabilidade 
gerencial.
 > Explicar o papel da metodologia e sua relevância na tomada de decisão.
 > Ilustrar a importância da formação do futuro gestor.
Introdução
Toda organização possui uma área da contabilidade responsável por suas in-
formações. Porém, em muitas organizações, existe apenas a preocupação de 
apurar tributos e atender às obrigações exigidas pela legislação (PADOVEZE, 
2012). Contudo, por meio da contabilidade, é possível extrair informações sobre 
a situação econômico-financeira da empresa, possibilitando a melhora do de-
sempenho organizacional. Nesse contexto, tem-se a origem de uma ramificação 
da contabilidade: a contabilidade gerencial.
Neste capítulo, você vai compreender a necessidade e importância das in-
formações para a contabilidade gerencial e como se dá um processo de decisão. 
Você também vai conhecer qual o papel da informação no processo decisório e 
como os gestores da contabilidade gerencial se relacionam com as informações.
Caracterização 
da contabilidade 
gerencial
Rodolfo Vieira Nunes
Papel, escopo e usuários das informações 
geradas pela contabilidade gerencial
A contabilidade gerencial evoluiu ao longo dos anos, mudando seu foco, ob-
jetivo e posicionamento no processo de planejamento e tomada de decisões 
da empresa. Sendo assim, também ocorreram mudanças em suas definições.
Para Atkinson et al. (2015), a contabilidade gerencial é um processo que 
objetiva identificar, mensurar, reportar e analisar as informações referentes 
às situações econômicas da empresa. Outra definição mais atual e impor-
tante trata a contabilidade gerencial como um conjunto de várias técnicas e 
procedimentos contábeis já conhecidos, porém em situações mais analíticas 
ou diferenciadas, com o intuito de auxiliar os gestores das organizações no 
processo decisório (IUDÍCIBUS; SEGATO, 2020).
Nesse sentido, Oyadomari et al. (2018) afirmam que a contabilidade geren-
cial é um complexo sistema de informações oriundas de análise econômica, 
financeira e da produtividade. Essas informações são utilizadas por usuários 
internos da organização no processo de tomada de decisões, de modo a 
planejar, avaliar e controlar os recursos próprios e de terceiros, visando aos 
objetivos estabelecidos. Isso mostra que os conceitos de contabilidade ge-
rencial se adaptam às mudanças e as circunstanciam dentro de um panorama 
econômico e empresarial do momento, contudo, mantendo a sua essência 
básica, em que as informações são utilizadas pela companhia como uma 
ferramenta no processo decisório, ou seja, na tomada de decisão.
Desse modo, pode-se dizer que a contabilidade gerencial é o ramo da 
contabilidade que tem por objetivos:
 � auxiliar a gestão com importantes informações, ajudando-a nos pro-
cessos de tomada de decisão, alocação de recursos, revisão do posi-
cionamento estratégico, cálculos de custos e verificação da satisfação 
dos clientes;
 � fornecer, para os mais diversos usuários, internos e externos, informa-
ções para a tomada de decisão, devendo ser útil aos propósitos que 
cada usuário busca atingir.
Caracterização da contabilidade gerencial2
Essas informações podem ser tanto de cunho financeiro como não fi-
nanceiro. Algumas das informações classificadas como financeiras ou não 
financeiras são as seguintes (PADOVEZE, 2012).
 � Informações financeiras:
 ■ custo de produção;
 ■ custo de execução do serviço;
 ■ relatório de despesas dos departamentos;
 ■ custo de performance;
 ■ custo dos processos de produção.
 � Informações não financeiras:
 ■ satisfação do cliente;
 ■ fidelidade do cliente;
 ■ processo de qualidade;
 ■ inovação;
 ■ motivação dos colaboradores.
Informações gerenciais
A necessidade de possuir informações é crucial em todos os setores da eco-
nomia, independentemente das atividades desempenhadas. As organizações 
que estiverem municiadas de informações internas validadas terão maior 
flexibilidade e capacidade de adaptação às alterações.
No entendimento de Marion e Ribeiro (2017), as informações geradas pela 
contabilidade devem alimentar seus usuários de forma segura para a tomada 
de decisão, levando em consideração a situação da empresa, o desempenho, 
a evolução, além de riscos e oportunidades. A informação contábil pode se 
expressar por diferentes caminhos, por exemplo: demonstrações financeiras, 
escrituração ou registros, documentos, livros, planilhas, notas explicativas, 
projeções, pareceres, prognósticos, descrições críticas ou outra forma prevista 
em legislação. Ela deve ter caráter veraz e equitativo, de modo a atender às 
necessidades dos vários usuários, não podendo privilegiar nenhum deles, 
pois os interesses nem sempre são coincidentes. É evidente que a qualidade 
da informação irá determinar a qualidade da decisão tomada. Nesse caso, 
na visão de Crepaldi e Crepaldi (2017), a informação de cunho gerencial deve 
ser simultaneamente:
Caracterização da contabilidade gerencial 3
a) confiável: a confiabilidade é atributo que faz com que o usuário aceite 
a informação contábil e a utilize como base de decisões, configurando 
elemento essencial na relação entre aquele e a própria informação, fun-
damentando-se na veracidade, completeza e pertinência do seu conteúdo;
b) tempestiva: a tempestividade se refere ao fato de que a informação 
contábil deve chegar ao conhecimento do usuário em tempo hábil, a 
fim de que este possa utilizá-la para seus fins;
c) compreensível: a informação contábil deve ser exposta na forma mais 
compreensível ao usuário a que se destina, sendo divulgada de forma 
clara e objetiva, abrangendo desde elementos de natureza formal, 
como a organização espacial e os recursos gráficos empregados, até 
a redação e a técnica de exposição utilizadas;
d) comparável: a comparabilidade deve possibilitar ao usuário o conhe-
cimento da evolução entre determinadas informações ao longo do 
tempo, numa mesma entidade ou em diversas entidades, ou a situação 
destas num momento dado, com vistas a possibilitar o conhecimento 
das suas posições relativas;
e) relação custo-benefício: o custo de obtenção da informação não pode 
ser maior do que o benefício produzido, pois não se pode gastar mais 
do que o benefício proporcionado, já que ao adotar um sistema que 
assim agisse o gestor estaria tomando decisões prejudiciais à entidade. 
Esse aspecto também está relacionado com a relevância da informação, 
pois a produção de informações de pouca relevância pode aumentar 
o custo das informações.
Dentre os principais usuários da contabilidade gerencial figuram os altos 
executivos e todos os setores da organização, variando a forma de apresenta-
ção e o grau de refinamento que a informação apresenta (PADOVEZE, 2012). As 
informações para a alta gerência devem receber um alto grau de refinamento 
e ser apresentadas de forma resumida e objetiva.
Para a gerência intermediária, as informações também devem ter um 
alto grau de refinamento, mas a apresentação deve ter mais detalhes, pos-
sibilitando o planejamento, o controle e a tempestiva ação, com medidas 
necessárias que reforcem ou revertam cada situação apresentada. Já as 
informações para o nível operacional são apresentadas de forma longa e 
analítica, praticamente em estado bruto.
Nesse sentido, os gestores necessitam de informações que estejam em 
consonância com seus modelos. Assim, o modelo de informação deve ser estru-
turado com base na análise de modelos de decisão e mensuração empregados. 
Caracterização da contabilidade gerencial4
Além disso, o sistema de informações deve fornecer informações básicas que os 
gestores necessitam em suas tomadas de decisões. Quanto maior for a sintonia 
entre a informação fornecida e as necessidades informativas dos gestores, 
melhores decisões poderão ser tomadas (GARRISON; NOREEN; BREWER, 2013).
Enxergar o seu negócio de uma forma muito mais profunda e verda-
deira é o maior dos benefícios da contabilidadegerencial, pois é a 
partir disso que você poderá tomar decisões e decidir os melhores rumos para 
o empreendimento. Porém, há outros benefícios, como:
 � manter-se muito bem informado sobre o real resultado do negócio;
 � tomar decisões certas, na hora certa;
 � definir planos de ação reais;
 � aumentar a eficiência da sua gestão;
 � tomar decisões mais rapidamente;
 � eliminar desperdícios;
 � reduzir erros e inconsistências;
 � melhorar o controle financeiro;
 � pagar impostos de forma correta, porém menos custosa.
Papel da metodologia e sua relevância 
na tomada de decisão
Tomar uma decisão não é algo fácil e exige muito de todos os envolvidos. 
Quando se leva a situação para o âmbito empresarial, as circunstâncias po-
dem se complicar, já que as decisões tomadas em uma companhia englobam 
processos, custos e pessoas. A velocidade com que as diversas situações 
ocorrem dentro de uma empresa faz com que inúmeras decisões tenham que 
ser tomadas ao longo do dia, algumas mais simples, outras mais complexas, 
conforme Atkinson et al. (2015). Contudo, independentemente do grau de 
dificuldade de uma decisão, ela sempre vai trazer consigo consequências, 
que podem ser positivas ou negativas.
O processo de tomada de decisão não é um procedimento isolado e que 
fica a cargo da contabilidade gerencial, pois tanto a contabilidade de custos 
quanto a contabilidade financeira são partes cruciais do processo que norteia 
a tomada de decisão de curto e longo prazo, de acordo com Oyadomari et al. 
(2018). Desse modo, tem-se a contabilidade financeira como um agregado de 
Caracterização da contabilidade gerencial 5
informações contábeis (compras, vendas, despesas, liquidez, margem, etc.) 
para avaliação do resultado empresarial. Já a contabilidade de custo é um 
modelo escolhido pela organização para mensurar todos os gastos de uma 
companhia, utilizando as informações financeiras para avaliar os gastos da 
tomada de decisão. Assim, pode-se dizer que a contabilidade financeira é a 
base para a construção da contabilidade de custos.
O processo de tomada de decisão pode ser simples ou complexo — tudo 
depende do grau de importância, do objetivo a ser alcançado e dos reflexos da 
escolha. Nesse sentido, a tomada de decisão envolve algumas etapas que estão 
relacionadas com a identificação do problema, além de definir critérios, analisar 
e escolher alternativas e verificar a eficácia da decisão (IUDÍCIBUS; SEGATO, 2020). 
Todo esse contexto evidencia a grande importância da tomada de decisões nas 
organizações, pois é o que faz com que as empresas saiam do lugar e se man-
tenham em constante movimentação no mercado em que atuam. Por isso, para 
Marion e Ribeiro (2017), é crucial conhecer os seguintes tipos de tomada de decisão.
 � Intuitiva: uma decisão desta natureza é basicamente aquela que é 
tomada considerando apenas os sinais que a intuição dá, ou seja, é uma 
sensação interna que se tem, em detrimento de outra, não levando em 
consideração aspectos lógicos e racionais para escolher algo.
 � Racional: é o tipo de decisão que a maioria das pessoas mais deseja 
aplicar em seu dia a dia, pois ela faz com que o indivíduo leve em 
consideração os aspectos lógicos dos fatos, para que, assim, haja 
subsídios mais sólidos para decidir ou não por algo.
 � Com base em valores: este é um tipo de decisão que pode ser facilmente 
confundido com a decisão intuitiva, no entanto, existem pontos que as 
diferenciam. No caso desta, o indivíduo tende a levar em consideração 
os valores que formou ao longo de sua vida para decidir ou não por algo.
 � Colaborativa: em muitos momentos, este é o tipo de decisão ideal e 
que deve ser colocado em prática com mais frequência, pois se trata 
do processo decisório que é tomado em conjunto com outras pessoas, 
em que o gestor realiza reuniões e conta com ajuda, opinião e suges-
tões de seus colaboradores para decidir quais rumos deve tomar nos 
processos organizacionais.
 � Especializada: quando a intuição falha e a racionalidade e a colabo-
ração não conseguem encontrar alternativas eficientes e nem mesmo 
contribuir para que se possa tomar decisões conscientes, assertivas e 
seguras, é hora de contar com ajuda especializada para facilitar esse 
processo dentro da organização.
Caracterização da contabilidade gerencial6
Entretanto, antes de as organizações e os gestores escolherem qual o tipo de 
tomada de decisão irão adotar, é necessário um passo anterior, ou seja, compre-
ender todas as etapas que envolvem um processo decisório, pois, dentro de um 
processo de tomada de decisão, é essencial elencar todos os aspectos relevantes 
com o intuito de evitar erros. Assim, tem-se uma compreensão mais profunda da 
situação, demonstrando os custos-benefícios disponíveis (OYADOMARI et al., 2018).
Conforme Crepaldi e Crepaldi (2017), é possível dividir todo o processo de 
tomada de decisão em cinco etapas principais, conforme a seguir:
1. Identificação do problema: o problema exige controle, para analisar 
o que está acontecendo. Inicialmente, o diagnóstico do problema 
passa por enxergar as consequências e definir o nível de prioridade 
da situação.
2. Coleta de dados: compreender a situação, com o máximo de informações 
sobre o problema. As fontes dependem do tipo de questão enfrentada 
pelos gestores, já que a coleta de informações é direcionada para as 
causas de um problema ou para as justificativas de um requerimento.
3. Identificação das alternativas: deve contar com a participação de outros 
profissionais para contribuir com conhecimento e experiência sobre 
o problema. É importante usar artefatos para organizar e direcionar 
a atenção para os postos-chaves.
4. Escolha da alternativa: é preciso tornar claro e objetivo quais as pro-
postas de solução sugeridas, assim como as atividades devem estar 
bem detalhadas.
5. Decisão e acompanhamento: os caminhos possíveis de escolha podem 
ser simples ou complexos, como ocorre nas situações em que há uma 
medida principal e uma secundária — caso a primeira não funcione.
Importância da informação no processo decisório
Nos dias atuais, as organizações e as pessoas recebem uma imensa quan-
tidade de informações, o que influencia o processo de tomada de decisões. 
As tomadas de decisão podem receber classificações distintas, sempre bus-
cando evidenciar as análises das informações e a questão de possível causa 
e efeito, evidenciado por Marion e Ribeiro (2017). Muitas dessas informações 
são selecionadas conforme procedimentos e padrões estabelecidos pelas 
organizações. Assim, a decisão está nas mãos do gestor, que é o responsável 
pelos negócios — sua escolha irá influenciar fortemente os resultados da 
companhia, sejam positivos ou negativos.
Caracterização da contabilidade gerencial 7
No processo decisório, a informação assume total relevância, pois é dela 
que partem todos os passos para a resolução de um problema ou para a 
tomada de decisão (GARRISON; NOREEN; BREWER, 2013). Entretanto, uma 
mesma informação, em momentos ou situações diferentes, requer uma rea-
nálise para uma tomada de decisão. Dessa forma, nunca se deve aceitar uma 
mesma informação mais de uma vez sem reavaliá- la.
O aspecto qualitativo da informação dependerá dos meios e das fontes de 
origem dos dados coletados. Conforme Iudícibus e Segato (2020), é fundamen-
tal um controle por meio de mecanismos com o intuito de selecionar o que é 
uma informação útil. Essa análise qualitativa da informação organizacional 
deve passar pela observação subjetiva dos envolvidos da empresa, levando 
em consideração o contexto que tanto a empresa quanto os envolvidos estão 
inseridos (ATKINSON et al., 2015). No entendimento de Padoveze (2012), todas 
essas características exigem do tomador de decisões uma habilidade ainda 
maior para se manter atualizado e para selecionar as informações úteis, não 
desperdiçando tempo com o que não é relevante e não descartando o que 
é indispensável.
A inteligência da contabilidade gerencial
A Associação Nacional dos Executivosde Finanças, Administração 
e Contabilidade (ANEFAC) apresenta o programa Momento Econômico ANEFAC, 
com o assunto “A inteligência da contabilidade gerencial” em seu canal no 
YouTube. Veja a entrevista de Roberto Vertamatti com a diretora contábil-fiscal 
da Embraer, Elaine Funo. 
Importância do estudo da contabilidade 
gerencial na formação do futuro gestor
Nos últimos anos, tem-se vivenciado inúmeras transformações sociais e 
econômicas, que muitas vezes são advindas do rápido processo de inovação 
tecnológica. Por essa razão, as formas de negociar e trabalhar sofreram 
alterações profundas, seja culturalmente (definições e conceitos) ou nas 
Caracterização da contabilidade gerencial8
ferramentas e atividades do dia a dia. Como resultado, essa enorme mudança 
trouxe um alto volume de novas informações, o que exige maior qualificação 
dos contadores. O profissional contábil precisa ter um perfil com ampla visão 
do ambiente institucional. Sendo assim, a contabilidade gerencial, aliada 
com outras áreas do conhecimento científico, será uma pilastra de suporte, 
tendo como finalidade a geração de valor para a profissão dentro desse novo 
contexto da contabilidade (OYADOMARI et al., 2018).
A terminologia contador gerencial é relativamente antiga. O seu primeiro 
registro se deu após a Revolução Industrial, em que a função estava toda 
baseada na necessidade de levantar e quantificar os custos do processo 
produtivo e da conversão de recursos (mão de obra e materiais) em produ-
tos. De acordo com Crepaldi e Crepaldi (2017), o contador gerencial possui a 
função de identificar, mensurar, acumular, verificar, preparar, interpretar e 
apresentar as informações para uso da empresa, nas atividades básicas de 
planejamento, avaliação e controle, objetivando o uso correto dos recursos. 
Porém, no entendimento dos autores, o controller da organização, termino-
logia usada para descrever o contador gerencial, possui como função básica 
a atividade de assessoria, pois seu setor tem a responsabilidade de municiar 
os gerentes, diretores e a presidência com informações especializadas para 
cada área, já que são atribuídas a ele atividades de contabilidade interna, 
orçamento e elaboração de relatórios.
Dentro desses conceitos, há algumas qualidades referentes ao contador 
gerencial (controller), além de mostrar sua importância dentro das organi-
zações. Entretanto, as qualidades dependem do comprometimento com as 
atividades do dia a dia, ou seja, deve-se exercê-las com agilidade e estar 
envolvido no processo decisório da empresa, conhecendo detalhadamente 
o negócio da companhia (PADOVEZE, 2012). Contudo, sua participação no 
processo de tomada de decisão assegura o uso adequado das informações 
e ações que permitem o alcance dos resultados. A participação do contador 
gerencial na gestão das empresas ajuda na melhor otimização das suas 
atividades e ainda melhora o seu desempenho (IUDÍCIBUS; SEGATO, 2020). 
Tudo isso faz com que o controlador gerencial atue como um agente de apoio 
no processo de tomada de decisão. Nesse sentido, o Quadro 1 apresenta as 
principais competências do contador gerencial.
Caracterização da contabilidade gerencial 9
Quadro 1. Estrutura de competências genéricas para contador gerencial
Dimensões Competências do contador gerencial
Competências 
técnicas
Contabilidade legal e finanças, ferramentas de 
controle, planejamento e capacidade analítica.
Competências 
comportamentais
Autocontrole, ouvir de forma eficaz, liderança/trabalho 
em equipe, gestão da informação e relacionamento 
externo.
Competências de 
postura
Atitude empreendedora e visão geral/estratégica.
Fonte: Adaptado de Cardoso, Mendonça e Oyadomari (2010).
Para compreender melhor o Quadro 1, é primordial entender as três di-
mensões citadas.
 � Competências técnicas: conhecimento e habilidade adquiridos por 
meio de instrução formal ou não formal. Pode-se citar como exemplos: 
graduação, pós-graduação, treinamentos, cursos, experiências profis-
sionais, etc. Muitas vezes, essas competências são pré-requisitos para 
determinados cargos e funções, já que são consideradas competências 
básicas.
 � Competências comportamentais: são características da personalidade 
ou aptidões adquiridas que correspondem às peculiaridades de cada 
indivíduo e impactam nas atitudes de cada um. Ou seja, habilidades 
que irão demonstrar a forma de atuação da pessoa em diferentes situ-
ações, seja nas atividades do trabalho ou na relação com as pessoas.
 � Competências de postura: é um conjunto de características de condutas 
empregadas pelo profissional no dia a dia de trabalho. Empreendedo-
rismo, responsabilidade social ou ambiental, ética e comprometimento 
são alguns dos valores adotados pelas pessoas que influenciam a 
postura profissional.
Características de um contador gerencial
Seguindo Oyadomari et al. (2018), um contador gerencial deve possuir as 
seguintes características:
Caracterização da contabilidade gerencial10
 � Alta qualificação: precisa estar qualificado academicamente e atuali-
zado sobre todas as alterações que acontecem no mundo dos negócios.
 � Profundo conhecimento de princípios contábeis: deve conhecer toda 
a contabilidade da organização e estar atento às regras e normas 
contábeis.
 � Conhecimento de tecnologias sofisticadas: precisa acompanhar to-
das as inovações tecnológicas com o intuito de auxiliar as atividades 
profissionais.
 � Padrão de exigência: com um mercado tão competitivo, o padrão de 
exigência se faz necessário para a superação do profissional e da 
organização em relação aos seus concorrentes.
 � Domínio de operações virtuais: saber operacionalizar de forma virtual 
as atividades do setor de forma mais eficaz e rápida.
 � Desburocratização: uma gestão mais dinâmica e assertiva minimiza 
erros em todo o processo de tomada de decisão.
 � Possuir uma equipe de trabalho de alta confiança: ter um grupo de 
colaboradores coeso e de confiança é crucial, pois o contador gerencial 
deve delegar tarefas e validá-las com o grupo.
 � Automotivação: todas as decisões precisam ser embasadas, assim, 
o contador gerencial deverá ter automotivação e percepção de se 
incentivar.
 � Poder de negociação: bom relacionamento, comunicação e capacidade 
de análise da situação.
 � Coragem: ele é o gestor e o responsável que reporta todas as suas 
ações por meio das decisões.
 � Alta produtividade: garante o sucesso da equipe e da empresa.
 � Poder de democratização: iniciativas ou mecanismos em que o grupo 
tenha participação no processo de decisão.
 � Comunicação eficaz: uma comunicação que não afete e comprometa 
as atividades ou o negócio.
 � Comprometimento com o sucesso da empresa: ver a companhia como 
sua, tendo vontade e cuidado para fazer o negócio prosperar.
Conforme essas características, o contador gerencial não pode ser definido 
apenas como um cargo específico da contabilidade nas organizações, pois o 
perfil desse profissional demonstra uma postura de liderança e comprome-
timento em relação às atividades da empresa.
Caracterização da contabilidade gerencial 11
A contabilidade gerencial fornece informações vitais para a tomada 
de decisão dos gerentes. Acerca do assunto, assinale a alternativa 
incorreta.
a) Os encargos trabalhistas e previdenciários da mão de obra indireta não 
são considerados como custo de produção.
b) A contabilidade gerencial, de adoção facultativa pela empresa, é voltada 
para o público interno e não precisa seguir obrigatoriamente os princípios de 
contabilidade geralmente aceitos.
c) O salário de operários em greve não deve ser considerado como custo, 
mas sim como gasto ou despesa do período.
d) Entre outras, a contabilidade de custos tem como finalidade auxiliar os 
gestores da empresa no desempenho das funções administrativas.
e) As perdas normais ocorridas durante o processo de produção compõem 
o custo do produto elaborado.
Resultado: A.
Tudo o que se gasta no processo produtivo: custos. Tudo o que se gasta além 
do processoprodutivo, como na venda, por exemplo: despesas.
Referências
ATKINSON, A. A. et al. Contabilidade gerencial: informação para tomada de decisão e 
execução da estratégia. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2015.
CARDOSO, R. L.; MENDONÇA NETO, O. R.; OYADOMARI, J. C. Os estudos internacionais 
de competências e os conhecimentos, habilidades e atitudes do contador gerencial 
brasileiro: análises e reflexões. BBR, v. 7, n. 5, p. 91–113, 2010. Disponível em: http://
www.spell.org.br/documentos/ver/7818. Acesso em: 16 dez. 2020.
CREPALDI, S. A.; CREPALDI, G. S. Contabilidade gerencial: teoria e prática. 8. ed. São 
Paulo: Atlas, 2017.
GARRISON, R. H.; NOREEN, E. W.; BREWER, P. C. Contabilidade gerencial. 14. ed. Porto 
Alegre: AMGH Ed., 2013.
INTERNATIONAL FEDERATION OF ACCOUNTANTS. International management accounting 
practice statement: management accounting concepts. New York: IFAC, 1998.
IUDÍCIBUS, S.; SEGATO, V. D. Contabilidade gerencial: da teoria à prática. 7. ed. São 
Paulo: Atlas, 2020.
MARION, J. C.; RIBEIRO, O. M. Introdução à contabilidade gerencial. 3. ed. São Paulo: 
Saraiva, 2017.
OYADOMARI, J. C. T. et al. Contabilidade gerencial: ferramentas para melhoria de de-
sempenho empresarial. São Paulo: Atlas, 2018.
PADOVEZE, C. L. Contabilidade gerencial. Curitiba: IESDE, 2012.
Caracterização da contabilidade gerencial12
Leitura recomendada
A INTELIGÊNCIA DA CONTABILIDADE GERENCIAL. [S. l.: s. n.], 2016. 1 vídeo (13 min). Pu-
blicado pelo canal ANEFAC. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?app=de
sktop&v=fNkEAmzZEOU. Acesso em: 16 dez. 2020.
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos 
testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da 
publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas 
páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores 
declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou 
integralidade das informações referidas em tais links.
Caracterização da contabilidade gerencial 13

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