Buscar

Unidade I

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 98 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 98 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 98 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

15/04/2022 11:56 Livro Digital - Direito Empresarial
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/?param=eyJtYXRyaWN1bGEiOiI0MzYyOTUwIiwibm9tZSI6IkFsZXhhbmRyZSBD… 1/4
DIREITO
EMPRESARIAL
Apresentação
Unidade 1
DIREITO
EMPRESARIAL
Desempenho na Unidade 1
Tópico 1 - DADOS
HISTÓRICOS DO DIREITO
EMPRESARIAL
Desempenho
-
Tópico 2 - CONCEITO DE
DIREITO EMPRESARIAL E
EMPRESÁRIO
Desempenho
-
-
a te tat a de t adu os objet os desta d sc p a, a e os u a abo dage do
tema desde os tempos que remontam ao início da civilização humana, como forma
de compreendermos o presente.
É importante salientar que, no sistema eminentemente capitalista em que nós
vivemos, ao lado do eixo central da atividade econômica ocupada pela empresa,
existe o mercado de consumo, liderado pelo consumidor, que é a principal força
propulsora da economia mundial.
O Direito Empresarial representa duas grandes forças motrizes da ordem
�nanceira e econômica brasileira, cujos fundamentos estão previstos no art. 170
da Constituição Federal do Brasil. A força empresarial é a geradora de riquezas e
emprego. Já a força consumerista é a responsável pela sobrevivência das próprias
empresas, pela aquisição e fornecimento de produtos e serviços.
Nesse sentido, imagine um mercado de consumo em que os consumidores não
tenham direitos. Esta experiência vivida pelas pessoas, no período do Estado
Liberal, revelou grandes tensões entre as próprias pessoas e a máquina econômica
do capital. O Estado Social surgiu como uma solução para compatibilizar os
interesses entre as empresas e os consumidores, ao passo que o Estado passou a
estabelecer regras de conduta, de modo que determinou direitos e deveres de
ambas as partes, com o objetivo de restabelecer o equilíbrio.
Desta forma, como o tema em questão é de suma importância para a nossa vida, o
abordaremos em três unidades. A primeira com enfoque nas formas de como se
estabelecem as obrigações comerciais, utlizando-se da visão sistêmica do Direito
Empresarial, assim como identi�car as relações comerciais e empresariais com
suas respectivas obrigações, a ponto de facilitar no seu dia a dia pro�ssional.
Já a segunda unidade, iniciará os estudos inerentes ao Direito do Consumidor, com
enfoque nos aspectos históricos, conceitos básicos inerentes às relações
consumeristas e à proteção destas relações no Brasil.
Por �m, a terceira unidade será reservada ao estudo das quatro tutelas concedidas
ao consumidor, nesta ordem: civil, administrativa, penal e jurisdicional.
Ajudá-lo(a) a entender a dinâmica de funcionamento do Direito Empresarial dentro
da dinâmica estabelecida pelo Novo Código Civil Brasileiro, assim como a
amplitude da atuação do Código de Defesa do Consumidor, é o nosso objetivo,
pois entendemos serem essenciais à formação de gestores capacitados a enfrentar
os desa�os de um mercado globalizado.
Bons estudos e sucesso na sua vida acadêmica!
Prof. Renildo Dorow
Livro Digital
 
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade1.html
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade1.html?topico=1
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade1.html?topico=2
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade1.html?topico=3
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade1.html?topico=4
15/04/2022 11:56 Livro Digital - Direito Empresarial
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/?param=eyJtYXRyaWN1bGEiOiI0MzYyOTUwIiwibm9tZSI6IkFsZXhhbmRyZSBD… 2/4
Tópico 3 - DA SOCIEDADE
EMPRESÁRIA
Desempenho
-
Tópico 4 - DA SOCIEDADE
ANÔNIMA
Desempenho
-
Tópico 5 - TÍTULOS DE
CRÉDITO
Desempenho
-
Tópico 6 - RECUPERAÇÃO
DE EMPRESAS E
FALÊNCIA
Desempenho
-
Unidade 2
DIREITO DO
CONSUMIDOR
Desempenho na Unidade 2
Tópico 1 - EVOLUÇÃO
HISTÓRICA DO DIREITO DO
CONSUMIDOR
Tópico 2 - O DIREITO DO
CONSUMIDOR NO BRASIL
-
a te tat a de t adu os objet os desta d sc p a, a e os u a abo dage do
tema desde os tempos que remontam ao início da civilização humana, como forma
de compreendermos o presente.
É importante salientar que, no sistema eminentemente capitalista em que nós
vivemos, ao lado do eixo central da atividade econômica ocupada pela empresa,
existe o mercado de consumo, liderado pelo consumidor, que é a principal força
propulsora da economia mundial.
O Direito Empresarial representa duas grandes forças motrizes da ordem
�nanceira e econômica brasileira, cujos fundamentos estão previstos no art. 170
da Constituição Federal do Brasil. A força empresarial é a geradora de riquezas e
emprego. Já a força consumerista é a responsável pela sobrevivência das próprias
empresas, pela aquisição e fornecimento de produtos e serviços.
Nesse sentido, imagine um mercado de consumo em que os consumidores não
tenham direitos. Esta experiência vivida pelas pessoas, no período do Estado
Liberal, revelou grandes tensões entre as próprias pessoas e a máquina econômica
do capital. O Estado Social surgiu como uma solução para compatibilizar os
interesses entre as empresas e os consumidores, ao passo que o Estado passou a
estabelecer regras de conduta, de modo que determinou direitos e deveres de
ambas as partes, com o objetivo de restabelecer o equilíbrio.
Desta forma, como o tema em questão é de suma importância para a nossa vida, o
abordaremos em três unidades. A primeira com enfoque nas formas de como se
estabelecem as obrigações comerciais, utlizando-se da visão sistêmica do Direito
Empresarial, assim como identi�car as relações comerciais e empresariais com
suas respectivas obrigações, a ponto de facilitar no seu dia a dia pro�ssional.
Já a segunda unidade, iniciará os estudos inerentes ao Direito do Consumidor, com
enfoque nos aspectos históricos, conceitos básicos inerentes às relações
consumeristas e à proteção destas relações no Brasil.
Por �m, a terceira unidade será reservada ao estudo das quatro tutelas concedidas
ao consumidor, nesta ordem: civil, administrativa, penal e jurisdicional.
Ajudá-lo(a) a entender a dinâmica de funcionamento do Direito Empresarial dentro
da dinâmica estabelecida pelo Novo Código Civil Brasileiro, assim como a
amplitude da atuação do Código de Defesa do Consumidor, é o nosso objetivo,
pois entendemos serem essenciais à formação de gestores capacitados a enfrentar
os desa�os de um mercado globalizado.
Bons estudos e sucesso na sua vida acadêmica!
Prof. Renildo Dorow
Livro Digital
 
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade1.html
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade1.html?topico=3
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade1.html?topico=4
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade1.html?topico=5
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade1.html?topico=6
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade2.html
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade2.html?topico=1
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade2.html?topico=2
15/04/2022 11:56 Livro Digital - Direito Empresarial
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/?param=eyJtYXRyaWN1bGEiOiI0MzYyOTUwIiwibm9tZSI6IkFsZXhhbmRyZSBD… 3/4
Desempenho
-
Desempenho
-
Tópico 3 - CONCEITOS DE
DIREITO DO CONSUMIDOR
Desempenho
-
Tópico 4 - DIREITOS
BÁSICOS DO
CONSUMIDOR
Desempenho
-
Unidade 3
TUTELAS
JURÍDICAS
Desempenho na Unidade 3
Tópico 1 - TUTELA CIVIL
Desempenho
-
Tópico 2 - TUTELA
ADMINISTRATIVA
Desempenho
-
-
a te tat a de t adu os objet os desta d sc p a, a e os u a abo dage do
tema desde os tempos que remontam ao início da civilização humana, como forma
de compreendermos o presente.
É importante salientar que, no sistema eminentemente capitalista em que nós
vivemos, ao lado do eixo central da atividade econômica ocupada pela empresa,
existeo mercado de consumo, liderado pelo consumidor, que é a principal força
propulsora da economia mundial.
O Direito Empresarial representa duas grandes forças motrizes da ordem
�nanceira e econômica brasileira, cujos fundamentos estão previstos no art. 170
da Constituição Federal do Brasil. A força empresarial é a geradora de riquezas e
emprego. Já a força consumerista é a responsável pela sobrevivência das próprias
empresas, pela aquisição e fornecimento de produtos e serviços.
Nesse sentido, imagine um mercado de consumo em que os consumidores não
tenham direitos. Esta experiência vivida pelas pessoas, no período do Estado
Liberal, revelou grandes tensões entre as próprias pessoas e a máquina econômica
do capital. O Estado Social surgiu como uma solução para compatibilizar os
interesses entre as empresas e os consumidores, ao passo que o Estado passou a
estabelecer regras de conduta, de modo que determinou direitos e deveres de
ambas as partes, com o objetivo de restabelecer o equilíbrio.
Desta forma, como o tema em questão é de suma importância para a nossa vida, o
abordaremos em três unidades. A primeira com enfoque nas formas de como se
estabelecem as obrigações comerciais, utlizando-se da visão sistêmica do Direito
Empresarial, assim como identi�car as relações comerciais e empresariais com
suas respectivas obrigações, a ponto de facilitar no seu dia a dia pro�ssional.
Já a segunda unidade, iniciará os estudos inerentes ao Direito do Consumidor, com
enfoque nos aspectos históricos, conceitos básicos inerentes às relações
consumeristas e à proteção destas relações no Brasil.
Por �m, a terceira unidade será reservada ao estudo das quatro tutelas concedidas
ao consumidor, nesta ordem: civil, administrativa, penal e jurisdicional.
Ajudá-lo(a) a entender a dinâmica de funcionamento do Direito Empresarial dentro
da dinâmica estabelecida pelo Novo Código Civil Brasileiro, assim como a
amplitude da atuação do Código de Defesa do Consumidor, é o nosso objetivo,
pois entendemos serem essenciais à formação de gestores capacitados a enfrentar
os desa�os de um mercado globalizado.
Bons estudos e sucesso na sua vida acadêmica!
Prof. Renildo Dorow
Livro Digital
 
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade2.html
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade2.html?topico=1
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade2.html?topico=2
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade2.html?topico=3
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade2.html?topico=4
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade3.html
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade3.html?topico=1
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade3.html?topico=2
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade3.html?topico=3
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade3.html?topico=4
15/04/2022 11:56 Livro Digital - Direito Empresarial
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/?param=eyJtYXRyaWN1bGEiOiI0MzYyOTUwIiwibm9tZSI6IkFsZXhhbmRyZSBD… 4/4
Tópico 3 - TUTELA PENAL
Desempenho
-
Tópico 4 - TUTELA
JURISDICIONAL
Desempenho
-
Conteúdo escrito por:
Todos os direitos reservados © Prof. Renildo Dorow
a te tat a de t adu os objet os desta d sc p a, a e os u a abo dage do
tema desde os tempos que remontam ao início da civilização humana, como forma
de compreendermos o presente.
É importante salientar que, no sistema eminentemente capitalista em que nós
vivemos, ao lado do eixo central da atividade econômica ocupada pela empresa,
existe o mercado de consumo, liderado pelo consumidor, que é a principal força
propulsora da economia mundial.
O Direito Empresarial representa duas grandes forças motrizes da ordem
�nanceira e econômica brasileira, cujos fundamentos estão previstos no art. 170
da Constituição Federal do Brasil. A força empresarial é a geradora de riquezas e
emprego. Já a força consumerista é a responsável pela sobrevivência das próprias
empresas, pela aquisição e fornecimento de produtos e serviços.
Nesse sentido, imagine um mercado de consumo em que os consumidores não
tenham direitos. Esta experiência vivida pelas pessoas, no período do Estado
Liberal, revelou grandes tensões entre as próprias pessoas e a máquina econômica
do capital. O Estado Social surgiu como uma solução para compatibilizar os
interesses entre as empresas e os consumidores, ao passo que o Estado passou a
estabelecer regras de conduta, de modo que determinou direitos e deveres de
ambas as partes, com o objetivo de restabelecer o equilíbrio.
Desta forma, como o tema em questão é de suma importância para a nossa vida, o
abordaremos em três unidades. A primeira com enfoque nas formas de como se
estabelecem as obrigações comerciais, utlizando-se da visão sistêmica do Direito
Empresarial, assim como identi�car as relações comerciais e empresariais com
suas respectivas obrigações, a ponto de facilitar no seu dia a dia pro�ssional.
Já a segunda unidade, iniciará os estudos inerentes ao Direito do Consumidor, com
enfoque nos aspectos históricos, conceitos básicos inerentes às relações
consumeristas e à proteção destas relações no Brasil.
Por �m, a terceira unidade será reservada ao estudo das quatro tutelas concedidas
ao consumidor, nesta ordem: civil, administrativa, penal e jurisdicional.
Ajudá-lo(a) a entender a dinâmica de funcionamento do Direito Empresarial dentro
da dinâmica estabelecida pelo Novo Código Civil Brasileiro, assim como a
amplitude da atuação do Código de Defesa do Consumidor, é o nosso objetivo,
pois entendemos serem essenciais à formação de gestores capacitados a enfrentar
os desa�os de um mercado globalizado.
Bons estudos e sucesso na sua vida acadêmica!
Prof. Renildo Dorow
Livro Digital
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade3.html
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade3.html?topico=3
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade3.html?topico=4
15/04/2022 12:00 Livro Digital - Direito Empresarial
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade1.html?topico=1 1/14
DIREITO EMPRESARIAL
UNIDADE 1
Objetivos de aprendizagem:
• compreender as formas de como se estabelecem as obrigações comerciais
utilizando-se da visão sistêmica do Direito Empresarial;
• identi�car as relações comerciais e empresariais, com suas respectivas
obrigações, a ponto de facilitar no seu dia a dia pro�ssional.
DADOS HISTÓRICOS DO DIREITO EMPRESARIAL
TÓPICO 1
O comércio nasceu da própria necessidade dos seres humanos conviverem
harmoniosamente na sociedade. O seu desenvolvimento deveu-se,
inequivocamente, ao surgimento da moeda, pois, com seu uso, as riquezas
começaram a circular muito mais rapidamente, pois o seu transporte tornou-se
muito mais simples e prático do que transportar mercadorias para troca.
Nasceu, assim, a economia de mercado e, com ela, a �gura do comerciante, que se
coloca entre o produtor e o consumidor, ou seja, torna-se aquele que compra e
vende mercadorias, cujas diferenças de valores atingem seu objetivo: o lucro.
A evolução dos conceitos levou à remodelação do Direito Comercial. Ou seja, no
auge da Segunda Guerra Mundial, com o advento do Código Civil Italiano, uni�cou-
se o direito privado, juntando em uma única codi�cação o Direito Civil e o Direito
Comercial, dando origem ao que chamamos, atualmente, de Direito Empresarial.
1 INTRODUÇÃO-
Unidade 1 - Tópico 1 
15/04/2022 12:00 Livro Digital - Direito Empresarial
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade1.html?topico=1 2/14
Se nós �zermos uma breve pesquisa aos achados pré-históricos, veremos que os
homens viviam em completa bruteza, aproximando-se do estado irracional,
vagando em famílias ou em bandos, comandados porum chefe, em constante
combate pela sobrevivência.
Nessa forma primitiva de sociedade, devido à agressividade então reinante, não
havia ambiente propício para que se desenvolvesse o fenômeno que, hoje,
chamamos de comércio.
Após muitos séculos, a humanidade chegou ao entendimento de que cada ser
humano necessitou do seu semelhante para pôr em execução grandes expedições
de caça e para defender-se de animais, conforme nos dá notícias a Paleontologia.
Os estudos históricos demonstram que os grupos menos agressivos foram se
aproximando cada vez mais, e passaram a se juntar em torno de templos e outros
lugares considerados sagrados, para a celebração de eventos festivos e religiosos.
Em decorrência desses encontros, começou a ganhar espaço a concepção de
trocarem, uns com os outros aqueles bens que lhes eram desnecessários ou
excedentes.
E foi assim que surgiu o que podemos considerar a forma embrionária do
comércio: a troca direta.
Mas as negociações realizadas pela simples troca eram muito limitadas. O
possuidor de determinado produto tinha de encontrar alguém que detinha aquele
outro bem de que ele precisava, na qualidade e na quantidade desejada. Porém,
havia o problema em determinar o valor dos bens a serem trocados.
Era preciso, portanto, achar um meio que permitisse uma facilitação nas trocas e
simpli�casse o cálculo das mercadorias a serem trocadas, ou seja, algo que fosse
tanto um instrumento de troca e medida comum de valor, além de ser facilmente
transportável.
Não demorou muito para que tal elemento, chamado moeda, surgisse.
Desde que surgiu a moeda, mesmo em sua forma rudimentar e primitiva, medindo
e determinando valores, sobrepondo a troca direta, iniciou-se uma nova atividade:
a dos intermediários entre o produtor e o consumidor, ou seja, a atividade do
comerciante, cujo trabalho passou a ser exercido habitualmente, com intuito de
lucro.
Na Idade Antiga, povos primitivos, como os fenícios, destacaram-se pelo exercício
da atividade comercial, porém sem poder ainda falar-se na existência de um
direito comercial, com regras e princípios próprios.
2 SURGIMENTO DO COMÉRCIO E EVOLUÇÃO HISTÓRICA-
Unidade 1 - Tópico 1 
direito
15/04/2022 12:00 Livro Digital - Direito Empresarial
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade1.html?topico=1 3/14
Caro(a) acadêmico(a)! Rodrigues (2004, p. 15) explica sobre o assunto:
O comércio desenvolveu-se em larga escala entre as civilizações primitivas, mas, a despeito disso,
não se pode a�rmar, pela escassez de elementos históricos, haver nas remotas sociedades um
direito autônomo, com princípios, normas e institutos sistematizados, voltado à regulamentação da
atividade mercantil.
Foi durante a Idade Média, contudo, que o comércio já atingira um nível mais
avançado, e já era uma característica de praticamente todos os povos. É neste
período da história que se costuma apontar o surgimento do Direito Comercial,
juntamente com o renascimento das cidades (burgos) e, principalmente, do
comércio marítimo. Surgem as chamadas Corporações de Ofício, que logo
assumiram relevante papel na sociedade da época, conseguindo obter, inclusive,
uma certa autonomia em relação à nobreza feudal.
Esta primeira fase do Direito Comercial compreende os usos e costumes
mercantis, observados na disciplina das relações jurídico-comerciais. E na
elaboração deste direito não havia ainda nenhuma participação do Estado. Cada
corporação tinha seus próprios usos e costumes, e os aplicava através de cônsules,
que eram os magistrados escolhidos/eleitos pelos próprios associados para reger
as relações entre os seus membros. Daí por que alguns autores usam a expressão
“codi�cação privada” do Direito Comercial.
FONTE: Adaptado de: <http://bit.ly/2TC9ogi>. Acesso em: 18 fev. 2013.
Ainda sobre a primeira fase do Direito Comercial, Requião (2003, p. 10-11)
esclarece:
É nessa fase histórica que começa a se cristalizar o Direito Comercial, deduzido das regras
corporativas e, sobretudo, dos assentos jurisprudenciais das decisões dos cônsules, juízes
designados pela corporação para, em seu âmbito, dirimirem as disputas entre comerciantes.
Diante da precariedade do direito comum para assegurar e garantir as relações comerciais, fora do
formalismo que o direito romano remanescente impunha, foi necessário, de fato, que os
comerciantes organizados criassem entre si um direito costumeiro, aplicado internamente na
corporação por juízes eleitos pelas suas assembleias: era o juízo consular, ao qual tanto deve a
sistematização das regras do mercado.
Unidade 1 - Tópico 1 
http://bit.ly/2TC9ogi
15/04/2022 12:00 Livro Digital - Direito Empresarial
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade1.html?topico=1 4/14
Outra característica marcante desta fase inicial do Direito Comercial é o seu
caráter subjetivista, ou seja, era o direito dos membros das corporações.
Comentando o assunto, Coelho (2003, p.13) assim se manifesta: “Resultante da
autonomia corporativa, o Direito Comercial de então se caracteriza pelo acento
subjetivo e somente se aplica aos comerciantes associados à corporação. [...]
Adota-se, assim, um critério subjetivo para de�nir seu âmbito de incidência”.
Desse modo, era necessário que uma das partes de determinada relação fosse
comerciante para que fosse a mesma disciplinada pelo Direito Comercial - ius
mercatorum -, em detrimento dos demais direitos.
As fontes do ius mercatorum eram os estatutos das corporações mercantis, o costume
mercantil e a jurisprudência da cúria dos mercadores. [...] O costume nascia da
constante prática contratual dos comerciantes: as modalidades consideradas
vantajosas convertiam-se em direito; as cláusulas contratuais transformavam-se, uma
vez generalizadas, no conteúdo legal dos contratos. Por último, os comerciantes
designados pela corporação compunham os tribunais que decidiam as controvérsias
comerciais. (GALGANO, 1990, p. 40).
Sobre o ius mercatorum, Galgano (1990, p. 39) muito bem destaca:
O ius mercatorum nasce, portanto, como um direito diretamente criado pela classe
mercantil, sem a mediação da sociedade política; nasce como um direito imposto em
nome de uma classe, e não em nome da comunidade no seu conjunto. É imposto aos
eclesiásticos, aos nobres, aos militares, aos estrangeiros. Pressuposto da sua aplicação
é o mero fato de se haverem estabelecido relações com um comerciante.
Por �m, é interessante notar a revolução que o Direito Comercial, nesta fase,
provocou na doutrina contratualista, rompendo com a teoria contratual, até o
momento disciplinada pelo direito romano. Isto ocorreu em Roma, com os ideais
de segurança e estabilidade da classe dominante, atrelando o contrato ao instituto
da propriedade. O contrato era apenas um instrumento através do qual se
adquiria ou se transferia a propriedade de uma coisa.
FONTE: Adaptado de:<http://bit.ly/2TyZJah>.Acesso em: 18 fev. 2013.
Esta concepção de estabilidade das relações jurídicas pelo contrato, inerente ao
direito romano, obviamente, entrava em choque com os ideais da classe mercantil
em ascensão, que tinha preferência oposta, ou seja, pela mudança, pela
instabilidade, ganhando espaço o princípio da liberdade na forma de celebração
dos contratos.
Unidade 1 - Tópico 1 
Outra característica marcante dessa fase inicial do direito é o seu caráter subjetivismo, ou seja, era o direito dos membros das corporações. Comentando o assunto, Coelho assim se manifesta: Resultante da
15/04/2022 12:00 Livro Digital - Direito Empresarial
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade1.html?topico=1 5/14
Estimado(a) acadêmico(a)!
Após tanta informação, para descansarmos um pouco, convido-o(a) para
assistir a um �lme chamado “O Mercador de Veneza”, lançado no ano de
2004 e estrelado pelo ator Al Pacino. Este está baseado numa peça de
William Shakespeare que foi escrita entre os anos de 1594 e 1597 e retrata
muito bem a primeira fase do Direito Comercial.Vale a pena ver!
Com o �m do período medieval, surgem no cenário geopolítico mundial os grandes
Estados Nacionais Monárquicos que, representados na �gura do monarca
absoluto, vão submeter os seus súditos, incluindo a classe dos comerciantes, a um
direito posto através do controle estatal das relações comerciais, que outrora eram
reguladas por parte dos próprios mercadores, através das corporações de ofício e
seus juízos consulares.
Tal assim foi que, em 1804 e 1808, respectivamente, foram editados na França o
Código Civil e o Código Comercial, inaugurando assim a segunda fase do Direito
Comercial, marcado por um sistema jurídico estatal destinado a disciplinar as
relações jurídico-comerciais.
Prezado(a) acadêmico(a)!
Sobre este período da história do comércio, Galgano (1990, p. 43) relata que:
“A classe mercantil deixa de ser artí�ce do seu próprio direito. O Direito
Comercial experimenta uma dupla transformação: o que foi direito de classe
transforma-se em direito do Estado; o que foi direito universal converte-se
em direito nacional”.
A codi�cação napoleônica divide claramente o direito privado: de um lado, o
Direito Civil, regido pelo Código Civil, um corpo de leis que atendia aos interesses
da burguesia fundiária, pois estava centrado no direito de propriedade; e de outro,
o Direito Comercial, regulado pelo Código Comercial, que seguia o espírito da
burguesia comercial e industrial, valorizando a riqueza mobiliária.
2.1 A CODIFICAÇÃO NAPOLEÔNICA E A TEORIA DOS ATOS DE
COMÉRCIO
-
Unidade 1 - Tópico 1 
15/04/2022 12:00 Livro Digital - Direito Empresarial
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade1.html?topico=1 6/14
A divisão do direito privado em duas grandes partes cria a necessidade de
estabelecimento de um critério que delimitasse a incidência de cada uma destas
legislações nas diversas relações ocorridas no dia a dia dos cidadãos. Para tanto,
criou-se a Teoria dos Atos de Comércio, que tinha como atribuição principal aplicar
as normas do Código Comercial a quem praticasse os denominados “atos de
comércio”.
Por outro lado, não envolvendo a relação jurídica à prática destes atos, seria ela
regida então pelas normas do Código Civil.
Caro(a) acadêmico(a)! Como sugestão de leitura, para maior
aprofundamento do tema convido à leitura da obra:
COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de direito comercial. 14. ed. São Paulo:
Saraiva, 2003.
A partir da página 7, o autor retrata de modo claro e sucinto essas mudanças
ocorridas no Direito Comercial, no início do século XIX, na França, o que
acabou originando a divisão do direito privado em dois códigos: o Código
Civil e o Código Comercial (Code de Commerce).
Contudo, o sistema francês passou a apresentar de�ciências, uma vez que trazia
di�culdades ao intérprete da lei, ao avaliar a aplicabilidade do Direito Comercial ou
do Direito Civil no caso concreto, até pela própria ausência de uma de�nição
satisfatória do que são atos de comércio.
Ademais, outras atividades econômicas, tão importantes quanto o comércio, não
se encontravam na enumeração legal dos atos de comércio. Algumas delas
desenvolveram-se posteriormente, como, por exemplo, a prestação de serviços.
Unidade 1 - Tópico 1 
A divisão no direito privado em duas grandes partes cria a necessidade de estabelecimento de um critério que delimitasse a incidência de cada uma dessas legislações nas diversas relações ocorridas no dia a dia dos cidadões. Para tanto,
15/04/2022 12:00 Livro Digital - Direito Empresarial
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade1.html?topico=1 7/14
Há ainda outras delas, como bem atesta Coelho (2003, p. 15-16):
A exclusão da negociação de imóveis do âmbito de incidência do Direito Comercial pelo
Code de Commerce - que não se reproduz em outras legislações adeptas da Teoria dos
Atos de Comércio, a exemplo do código italiano de 1882, é, por vezes, relacionada a um
caráter sacro de que se revestiria a propriedade imobiliária ou pela tardia distinção
entre circulação física e econômica dos bens. Porém, esta exclusão só pode ser
satisfatoriamente explicada à luz de considerações políticas e históricas, ou seja, a
partir da necessidade de a burguesia francesa preservar a sua identidade na luta
contra o feudalismo.
Outro problema detectado na época, em virtude da aplicação da Teoria dos Atos
de Comércio, referia-se aos chamados atos mistos, ou seja, aqueles que eram
comerciais para apenas uma das partes (na venda de produtos aos consumidores,
por exemplo, o ato era comercial para o comerciante vendedor e civil para o
consumidor adquirente). Nestes casos, aplicavam-se as normas do Código
Comercial para a solução de eventual litígio. Por esta razão, alguns estudiosos
denunciaram o retorno ao corporativismo do direito mercantil, como na época de
vigência das chamadas corporações de ofício, fazendo o cidadão se submeter às
normas distintas em razão, simplesmente, da qualidade da pessoa com quem
contratava.
Apesar da existência de tais críticas, a teoria francesa dos atos de comércio foi
adotada por quase todas as codi�cações mercantis modernas, inclusive a do Brasil,
através do Código Comercial de 1850.
Contudo, em virtude do modelo francês não abranger atividades econômicas tão
ou mais importantes que o comércio de bens, tais como: a prestação de serviços, a
agricultura, a pecuária e a negociação imobiliária. Tal fato fez surgir um novo
critério, mais de cem anos após a edição dos códigos napoleônicos e em plena
Segunda Guerra Mundial.
Em 1942, a Itália editou um novo Código Civil, trazendo um novo sistema
delimitador da incidência do regime jurídico comercial: a teoria da empresa.
Além disso, o Código Civil Italiano promoveu uma uni�cação formal do direito
privado, disciplinando, em uma única lei, as relações civis e comerciais. O Direito
Comercial entrou, assim, na sua terceira fase, passando a adotar o conceito da
empresarialidade.
Na teoria da empresa, o Direito Comercial não se limita a regular apenas as
relações jurídicas em que ocorra a prática de um determinado ato de�nido em lei
2.2 O CÓDIGO CIVIL ITALIANO DE 1942 E A TEORIA DA EMPRESA-
Unidade 1 - Tópico 1 
15/04/2022 12:00 Livro Digital - Direito Empresarial
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade1.html?topico=1 8/14
como ato de comércio, ou com alguns atos, mas com uma forma especí�ca de
exercer uma atividade econômica: a forma empresarial.
Vejamos ainda o ensinamento de Bulgarelli (2000, p. 19): “Nos dias que correm,
transmudou-se (o Direito Comercial) de mero regulador dos comerciantes e dos
atos de comércio, passando a atender à atividade sob a forma de empresa, que é o
atual fulcro do Direito Comercial”.
Assim, restou superada a di�culdade existente na teoria francesa, passando a
teoria da empresa a enquadrar qualquer atividade econômica, desde que exercida
pro�ssionalmente e destinada a produzir ou fazer circular bens ou serviços.
No Brasil Colônia, o Direito Comercial Brasileiro estava intrinsecamente ligado ao
Direito Português. Foi somente em 18 de agosto de 1769, através da edição da Lei
da Boa Razão, que foi permitida a aplicação de leis e normas de nações cristãs
para resolver litígios de natureza mercantil.
Assim, ao longo da história brasileira, o ramo do Direito Empresarial já recebeu
três diferentes denominações:
1- Direito Mercantil: sendo o primeiro nome usado a partir de 1553, quando
surgiu a primeira obra sobre o assunto, através dos jesuítas.
2 - Direito Comercial: foi o segundo, adotado a partir da publicação da Lei nº 556,
de 25 de junho de 1850, qual seja, o Código Comercial Brasileiro.
3 - Direito Empresarial: seu nome atual, que passou a ser empregado mediante a
publicação da Lei nº 10.406, em 10 de janeiro de 2002, o atual Código Civil, que
revogou a Primeira Parte (Arts. 1º a 456) do Código Comercial.
Assim, o Código Civil de 2002 uni�ca parcialmente o Direito Comum e o Direito
Comercial, da mesma forma que o Código Civil Italiano,trazendo em seu âmago o
denominado “Direito de Empresa”.
Quanto à denominação no Brasil, de uma forma bem resumida podemos a�rmar
que, ao longo da história, o Direito Empresarial já recebeu três diferentes
denominações:
FIGURA 1 - DENOMINAÇÕES DO DIREITO COMERCIAL
2.3 O DIREITO COMERCIAL NO BRASIL-
Unidade 1 - Tópico 1 
15/04/2022 12:00 Livro Digital - Direito Empresarial
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade1.html?topico=1 9/14
FONTE: O autor
LEITURA COMPLEMENTAR
DIREITO EMPRESARIAL
Luiz Braz Mazzafera
Pela primeira vez, de certa feita, dois seres humanos trocaram bens entre si. Nessa
primeira troca, observam-se claramente dois aspectos: um social e outro
econômico. O aspecto social decorre da utilização mútua dos objetos permutados,
e o econômico, o primeiro passo dado no sentido de fazer circular riquezas. Da
generalização desse hábito de permutar bens nasceu a economia de troca ou
escambo.
Nos primórdios da fundação de Roma, cidade que virá a tornar-se um dos grandes
centros do poder e da cultura da humanidade, o comércio era proibido aos
cidadãos. Já ao tempo de Numa, os comerciantes se uniam em corporações,
embora a agricultura continuasse a ser considerada pro�ssão honrosa do cidadão
romano.
A evolução impôs, por �nal, o conceito Commercium est emendi vendedique
invicem jus (o comércio é o direito de comprar e vender mutuamente). O
desenvolvimento do comércio deveu-se inequivocamente ao surgimento da
moeda, porque, com seu uso, as riquezas começaram a circular muito mais
rapidamente e o transporte de moedas é muito mais simples e prático do que
transportar mercadorias para troca.
Nasceu, assim, a economia de mercado, e com ela a �gura do comerciante, que se
coloca entre o produtor e o consumidor, ou seja, torna-se aquele que compra e
vende mercadorias e de cujas diferenças de valores atinge seu objetivo: o lucro.
A palavra comércio tem sua origem no latim, composta de cum (preposição) e de
merx (substantivo), de onde, comércio, comerciar, comercial e comerciante.
A economia de mercado referida, cada vez mais ágil e dinâmica, passa a exigir
proteção àqueles que dela participavam. Surgem, então, as regras, obrigações,
direitos e penalidades e, como seria natural, o Direito Comercial.
Unidade 1 - Tópico 1 
15/04/2022 12:00 Livro Digital - Direito Empresarial
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade1.html?topico=1 10/14
Com todo este lastro histórico, chegamos à Idade Média, quando, então, o Direito
Comercial �oresce, notadamente na Itália. A maioria dos autores acorda que nesta
época se encontram os primórdios, as origens reais, dos títulos de crédito, quando,
em face dos riscos decorrentes dos roubos durante o transporte de dinheiro e de
outros valores, surge a necessidade da transferência desse encargo a terceiros.
Signi�ca isso a troca (câmbio) de dinheiro presente (pecúnia proesenti), no ato,
com dinheiro ausente, futuro (pecúnia absenti) e, nessa troca de valor presente
com o valor futuro, era essencial a existência de uma distância entre os locais da
entrega e do recebimento (distancia loci). Sem esta distância, que necessariamente
implicava risco, o câmbio era considerado um empréstimo usurário e, como tal,
condenado pelas leis eclesiásticas.
Em 1808 começa a vigorar o Código de Napoleão e, posterior a ele, �rma-se o
Liberalismo Econômico, segundo o qual até pessoas não comerciantes podiam
responder judicialmente por atos de comércio.
Finalmente, vamos nos referir ao que já é uma aceitação unânime, ou seja, não
mais falar-se em Direito Comercial e sim em Direito Empresarial, denominação
muito mais abrangente, uma verdadeira imposição de nosso tempo.
Exige-se, hoje, a inclusão, entre as atribuições decorrentes do exercício do
comércio e da indústria, de obrigações pertinentes às leis do trabalho, da
previdência social, da saúde do transporte, do seguro, etc.
Fala-se, então, no Direito Empresarial, o qual abrange as disciplinas de Direito
Comercial, de Direito Tributário, de Direito Previdenciário, estendendo-se até parte
do Direito Civil, notadamente no capítulo dos contratos e da insolvência civil.
No sistema em que se vive, sistema capitalista, a parte central da atividade
econômica é ocupada pela empresa, e nela fulgura o empresário, cujo objetivo
principal é o lucro. Com este lucro, o empresário faz reaplicações e
reinvestimentos geradores de mais empregos, mais arrecadação de impostos,
maior e melhor consumo através da livre concorrência, resultando isto tudo, como
consequência, na melhoria de vida da população.
Em resumo, o verdadeiro empresário é um decisivo fator de progresso e bem-
estar social, cabendo-lhe, ainda, o inteiro risco por todas as iniciativas tomadas.
Aliás, saliente-se, o risco lhe é inerente, pois que, nas atividades comerciais e
industriais, é o empresário o único cidadão contemplado com a falência.
Dentro desta concepção, mercê, portanto, ao verdadeiro empresário, todo
respeito pelo patriótico trabalho que desempenha.
FONTE: MAZZAFERA, Luiz Braz. Notas introdutórias do Capítulo I. In: Curso Básico de Direito Empresarial.
Bauru: EDIPRO, 2003.
Unidade 1 - Tópico 1 
15/04/2022 12:00 Livro Digital - Direito Empresarial
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade1.html?topico=1 11/14
RESUMO DO TÓPICO
AUTOATIVIDADES
Neste tópico você viu que:
• O Direito Empresarial de hoje, na forma adotada pelo Direito brasileiro, é
originado de uma evolução histórica, marcada por três fases:
• A primeira fase atingiu o seu auge na Idade Média, com o surgimento do Direito
Comercial, juntamente com o renascimento das cidades e principalmente do
comércio marítimo, quando surgiram as chamadas Corporações de Ofício.
• A segunda fase, tendo como marco inicial os anos de 1804 e 1808, quando,
respectivamente, foram editados na França o Código Civil e o Código Comercial,
um sistema jurídico estatal destinado a disciplinar as relações jurídico-comerciais.
• A terceira fase, que iniciou em 1942, na Itália, com a edição de um novo Código
Civil, trazendo a teoria da empresa, unindo formalmente o direito privado,
disciplinando, em uma única lei, as relações civis e comerciais.
U
1 Explique os aspectos social e econômico das primeiras trocas de objetos.
Unidade 1 - Tópico 1 
15/04/2022 12:00 Livro Digital - Direito Empresarial
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade1.html?topico=1 12/14
Responder
Responder
Responder
2 Como nasceu a economia de mercado?
3 Por que se diz que o desenvolvimento do comércio deveu-se inequivocamente
ao surgimento da moeda?
4 O que poderá ser apontado atualmente como o foco da atividade econômica?
Unidade 1 - Tópico 1 
15/04/2022 12:00 Livro Digital - Direito Empresarial
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade1.html?topico=1 13/14
Responder
Responder
5 Aponte o principal objetivo da atividade do empresário.
6 Explique a a�rmação do autor de que “o verdadeiro empresário é um decisivo
fator de progresso e bem-estar social”.
Unidade 1 - Tópico 1 
15/04/2022 12:00 Livro Digital - Direito Empresarial
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade1.html?topico=1 14/14
Responder
Apresentação  Tópico 2
Conteúdo escrito por:
Todos os direitos reservados © Prof. Renildo Dorow
Unidade 1 - Tópico 1 
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/index.html
15/04/2022 12:01 Livro Digital - Direito Empresarial
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade1.html?topico=2 1/13
DIREITO EMPRESARIAL
UNIDADE 1
CONCEITO DE DIREITO EMPRESARIAL E
EMPRESÁRIO
TÓPICO 2
Com a publicação do Código Civil Brasileiro em 2002, não mais se utiliza a
denominação “Direito Comercial”, mas sim “Direito Empresarial”. Neste tópico
estudaremos o conceito deste importante ramo do Direito Civil e também as
condições necessárias para ser empresário.
Também serão analisadasneste tópico as quatro condições para caracterizar o
empresário, as quais são:
● O exercício de atividade econômica.
● Atividade organizada.
● Pro�ssionalismo.
● A �nalidade do lucro.
Vamos em frente?
O Direito Empresarial é um ramo do Direito Privado que “disciplina sobre a vida do
empresário e das empresas, com nova estrutura aos diversos tipos de sociedades
empresariais contidas no novo Código Civil”. (OLIVEIRA, 2003, p. 111).
1 INTRODUÇÃO-
2 CONCEITO DE DIREITO EMPRESARIAL-
Unidade 1 - Tópico 2
 
15/04/2022 12:01 Livro Digital - Direito Empresarial
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade1.html?topico=2 2/13
Assim, o Direito Empresarial é um ramo do Direito Privado que consiste de um
conjunto de normas referentes à pessoa do empresário, seja ele individual ou
coletivo, disciplinando sua atividade, economicamente organizada para a produção
ou circulação de bens ou de serviços, de forma a atender ao mercado consumidor.
Como o Direito Empresarial é relativo à pessoa do empresário, abordaremos a
seguir os principais aspectos a ela relacionados e relevantes para melhor estudo
do Direito Empresarial.
Na nova modalidade legislativa adotada pelo Direito brasileiro, sempre que alguém
explora atividade econômica privada para habitual exercício da produção ou
circulação de bens ou de serviços, é considerado um empresário. Este exerce sua
atividade através do estabelecimento comercial ou industrial, do qual é o titular e
no qual se encontram os bens para o seu comércio ou para sua indústria.
Contudo, para o empresário exercer sua atividade é preciso um mínimo de
organização dos fatores da produção de bens ou de serviços para o mercado em
geral.
Vejamos o conceito dado pelo Artigo 966 do Código Civil Brasileiro:
“Considera-se empresário quem exerce pro�ssionalmente atividade
econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou de
serviços”.
Em decorrência do conceito dado pelo código civilista, são identi�cadas quatro
condições para caracterizar o empresário:
1. Exercício de atividade econômica: consiste na geração de riqueza através da
produção e circulação de bens ou serviços. A sua função essencial é a de produzir
bens ou serviços para atender ao mercado de consumo.
2. Atividade organizada: o empresário é aquele que organiza a empresa,
articulando os três fatores da produção: capital, trabalho e tecnologia. Neste
entendimento, considera-se que alguém dirige e ordena o trabalho próprio ou de
3 O EMPRESÁRIO-
3.1 CONCEITO DE EMPRESÁRIO-
Unidade 1 - Tópico 2
 
15/04/2022 12:01 Livro Digital - Direito Empresarial
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade1.html?topico=2 3/13
terceiras pessoas e organiza bens de capital, que também podem ser próprios ou
de terceiros, para exercer determinada atividade econômica.
3. Pro�ssionalismo: é o exercício da atividade econômica de forma habitual, de
forma pessoal ou por sua conta, com o objetivo de lucro. Pessoas que agem em
nome do empresário são apenas seus prepostos ou auxiliares.
4. Finalidade do lucro: a �nalidade do lucro é o quarto elemento do conceito de
empresário. O Código Civil menciona apenas atividade econômica, sem referir-se
expressamente ao objeto lucrativo. No entanto, interpretando-se
sistematicamente o Código Civil, veri�ca-se que a atividade econômica signi�ca, na
realidade, atividade com �m lucrativo.
FONTE: Adaptado de:
<www.cursomarcato.com.br/admin/mod.../oempresrionocdigocivil.do...>. Acesso
em: 19 fev. 2013.
Portanto, o empresário é aquele que exerce pro�ssionalmente atividade
econômica organizada, através do estabelecimento empresarial, para o efetivo
exercício da produção ou circulação de bens ou de serviços. Ou seja, é o titular da
empresa, que possui a iniciativa da sua criação e que a dirige, correndo o risco
inerente à atividade empresarial.
FIGURA 2 - CONDIÇÕES PARA CARACTERIZAÇÃO DO EMPRESÁRIO
FONTE: O autor (2012), com base na legislação.
Do conceito de empresário são excluídos aqueles que exercem pro�ssão
intelectual, de natureza cientí�ca, literária ou artística, ainda com o auxílio de
colaboradores, salvo se o exercício da pro�ssão constituir elemento de empresa,
conforme determina o parágrafo único do art. 966, a saber:
Unidade 1 - Tópico 2
 
15/04/2022 12:01 Livro Digital - Direito Empresarial
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade1.html?topico=2 4/13
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce pro�ssão intelectual,
de natureza cientí�ca, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou
colaboradores, salvo se o exercício da pro�ssão constituir elemento de empresa.
Desta forma, o legislador estabelece que os que exercem atividade econômica de
natureza intelectual não são considerados empresários, como, por exemplo, os
pro�ssionais liberais.
Além do exercício da atividade econômica organizada, do pro�ssionalismo e do
fato de visar ao lucro, há o requisito da inscrição do empresário no Registro
Público de Empresas Mercantis, a cargo das Juntas Comerciais, o qual o próprio
Código Civil determina a observância desta regra.
Vejamos o art. 967 do Código Civil: É obrigatória a inscrição do empresário
no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do
início de sua atividade.
Essa inscrição concede o uso exclusivo do nome nos limites do respectivo Estado
ou do próprio Distrito Federal, conforme determina o art. 1.166 do CC: A inscrição
do empresário, ou dos atos constitutivos das pessoas, ou as respectivas
averbações, no registro próprio, asseguram o uso exclusivo do nome nos
limites do respectivo Estado.
Assim, antes de iniciar a atividade empresarial, é obrigatória a inscrição, que é feita
na sede do órgão responsável pela inscrição, notadamente no Estado onde está a
sede da empresa, mediante requerimento que contenha:
1. o seu nome, nacionalidade, domicílio, estado civil e, se casado, o regime de
bens;
2. a �rma, com a respectiva assinatura;
3. o capital;
4. o objeto e a sede da empresa.
O artigo 971 do Código Civil garante tratamento favorecido, diferenciado e
simpli�cado ao empresário rural e ao pequeno empresário (art. 971 do CC).
3.2 REQUISITOS PARA A CARACTERIZAÇÃO DO EMPRESÁRIO-
Unidade 1 - Tópico 2
 
15/04/2022 12:01 Livro Digital - Direito Empresarial
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade1.html?topico=2 5/13
Por sua vez, o empresário individual que deseja abrir uma �lial, sucursal ou
agência em outro Estado da Federação ou no Distrito Federal, deverá também,
primeiramente, providenciar a averbação no respectivo Registro Público de
Empresas Mercantis daquela jurisdição.
É o que determina o artigo 969 do Código Civil e seu parágrafo único:
O empresário que instituir sucursal, �lial ou agência, em lugar sujeito à
jurisdição de outro Registro Público de Empresas Mercantis, neste deverá
também inscrevê-la, com a prova da inscrição originária.
Parágrafo único: Em qualquer caso, a constituição do estabelecimento
secundário deverá ser averbada no Registro Público de Empresas Mercantis
da respectiva sede. (BRASIL, 2013).
Agora que você já entendeu as condições para que alguém seja considerado
empresário, vamos conhecer as espécies de empresário que existem em nosso
ordenamento: empresário individual e empresários reunidos na forma de
sociedade de pessoas, a qual denominamos de sociedade empresária.
No Direito Empresarial Brasileiro há dois tipos de empresários:
1 Empresário Individual.
2 Empresário na forma de sociedade de pessoas (sociedade empresária).
Como mencionamos acima, no Direito Empresarial Brasileiro há dois tipos de
empresários:
O empresário individual: que é representado pela pessoa física, através de seu
nome civil, completo ou abreviado. Quando for uma pessoa física, o empresário
deverá ter plena capacidade civil e estar legalmente livre para praticar atividades
empresariais.
O segundo tipo de empresário é o organizado na forma de sociedade de pessoas
(sociedadeempresária). Quando se tratar de uma sociedade de pessoas, os atos
empresariais serão praticados em nome da pessoa jurídica.
Vejamos cada um destes tipos, em separado.
3.3 TIPOS DE EMPRESÁRIO-
Unidade 1 - Tópico 2
 
15/04/2022 12:01 Livro Digital - Direito Empresarial
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade1.html?topico=2 6/13
Como visto, o empresário é a pessoa que organiza uma atividade econômica a �m
de produzir ou fazer circular bens ou serviços. Contudo, tal exercício realizado na
pessoa física, de forma única e exclusiva, recebe o nome de “individual”.
Portanto, o empresário individual é a própria pessoa física, que utiliza o seu
próprio nome no exercício de sua atividade empresarial.
É o que determina o art. 1.156 do Código Civil:
O empresário opera sob �rma constituída por seu nome completo ou abreviado, aditando-lhe, se
quiser, designação mais precisa da sua pessoa ou do gênero de atividade. (BRASIL, 2013).
Por outro lado, “�rma” é o nome que este empresário adota para ser conhecido na
sua atividade empresarial. Em consequência, a �rma individual utilizada pela
pessoa física em seu estabelecimento empresarial não pode ser diferente da
forma de seu nome civil.
Portanto, denomina-se o empresário individual a pessoa física capaz, que atua em
seu próprio nome civil, abreviado ou completo e que explora com habitualidade
(pro�ssionalmente) atividade econômica organizada para a produção de bens ou
de serviços, tendo como objetivo o lucro.
Contudo, a lei não considera empresário individual quem exerce pro�ssão
intelectual, de natureza cientí�ca, literária ou artística, ainda que com o auxílio de
colaboradores, salvo se o exercício da pro�ssão constituir elemento de empresa.
FONTE: Adaptado de: <http://bit.ly/2W0lsJQ>. Acesso em: 19 fev. 2013.
Ou seja, se esses pro�ssionais constituírem uma sociedade, uma empresa para
explorar sua atividade, como no caso de sociedade de advogados, de médicos, de
engenheiros, de contadores, passam a ser considerados também empresários.
O já mencionado artigo 1.156 do Código Civil permite ao empresário individual o
uso de seu nome civil, completo ou abreviado, e, se desejar, a adição de
determinado quali�cativo que melhor o identi�que, ou que realce sua atividade.
3.4 EMPRESÁRIO INDIVIDUAL-
3.4.1 COMPOSIÇÃO DE FIRMA INDIVIDUAL-
Unidade 1 - Tópico 2
 
15/04/2022 12:01 Livro Digital - Direito Empresarial
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade1.html?topico=2 7/13
Assim, a �rma, o nome pelo qual o empresário passa a ser conhecido, será sempre
o próprio nome civil do titular da empresa, podendo adotar o nome abreviado,
mas mantendo o sobrenome. Portanto, um empresário que se chama José dos
Anzóis poderá ter como �rma José dos Anzóis ou J. Anzóis. Esse nome poderá,
ainda, ser acrescido de uma palavra capaz de identi�car a si próprio ou a sua
atividade, especialmente nos casos em que já existir cadastrado na Junta
Comercial um nome empresarial idêntico.
Se, por exemplo, o empresário for um indivíduo magro, poderá adotar a �rma J.
Anzóis, o magrela. Mas se for atividade de açougue, poderá utilizar na �rma o
nome J. Anzóis, o açougueiro.
O próprio parágrafo único do art. 1.163 do Código Civil determina que o
nome de empresário individual deve ser distinto de qualquer outro já
inscrito no mesmo registro: “Se o empresário tiver nome idêntico ao de
outros já inscritos, deverá acrescentar designação que o distinga”. (BRASIL,
2013).
Para iniciar a exploração de atividade empresarial, a capacidade da pessoa é
condição essencial para que o negócio jurídico seja válido. Se praticado por pessoa
incapaz civilmente, não será juridicamente válido.
Assim dispõe o art. 972 do C.C.: “Podem exercer atividade de empresário os
que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente
impedidos”. (BRASIL, 2013).
De acordo com o artigo anteriormente citado, são dois os requisitos para o
exercício da atividade empresarial:
3.4.2 DA CAPACIDADE PARA A ATIVIDADE DE EMPRESÁRIO INDIVIDUAL-
3.4.3 REQUISITOS PARA O EXERCÍCIO DA ATIVIDADE DE EMPRESÁRIO
INDIVIDUAL
-
Unidade 1 - Tópico 2
 
15/04/2022 12:01 Livro Digital - Direito Empresarial
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade1.html?topico=2 8/13
1. Capacidade para o exercício da pro�ssão.
2. Não estar legalmente impedido de exercer sua atividade.
Neste sentido, podem ser empresários aquelas pessoas que estiverem no pleno
gozo da capacidade civil, que são os maiores de 18 anos. Em resumo: atualmente,
os maiores de 18 anos de idade, que não forem legalmente impedidos, podem ser
empresários individuais.
Como a atividade empresarial implica a prática de negócios jurídicos, é
fundamental que quem os realize esteja em pleno gozo da capacidade civil. As
pessoas têm capacidade plena com 18 anos completos e os emancipados.
Não têm capacidade civil os absolutamente e os relativamente incapazes, nos
termos da legislação civil.
O art. 3º do C.C. enumera os absolutamente incapazes:
São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil:
I – Os menores de dezesseis anos.
II – Os que, por enfermidade ou de�ciência mental, não tiverem o necessário
discernimento para a prática desses atos.
III – Os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. (BRASIL,
2013).
Por conseguinte, a lei civil não admite que o absolutamente incapaz exerça
atividade empresarial. Contudo, há exceções à regra dada pelo artigo 974 do
Código Civil:
Poderá, o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar
a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de
herança. (BRASIL, 2013).
Continua o artigo em seu parágrafo 1º:
Nos casos deste artigo, procederá autorização judicial após exame das circunstâncias e
dos riscos da empresa, bem como da conveniência em continuá-la, podendo a
autorização ser revogada pelo juiz, ouvidos os pais, tutores ou representantes legais do
menor ou do interdito, sem prejuízo dos direitos adquiridos por terceiros. (BRASIL,
2013).
3.4.3.1 Absolutamente incapazes-
Unidade 1 - Tópico 2
 
15/04/2022 12:01 Livro Digital - Direito Empresarial
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade1.html?topico=2 9/13
Assim, o exercício empresarial pelo incapaz, mesmo sua continuidade da atividade
antes exercida por ele mesmo, quando era capaz, poderá ser realizado quando
autorizado por ordem judicial, com a assistência de seus pais, pelo autor da
herança ou por representante legal.
Contudo, �cam protegidos dos riscos da atividade empresarial os bens que o
incapaz já possuía ao tempo da sucessão ou da interdição, nos termos do artigo
974, parágrafo 2º do Código Civil.
O art. 4.º do Código Civil enumera os relativamente incapazes:
São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de exercê-los:
I – os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II – os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por de�ciência mental, tenham
o discernimento reduzido;
III – os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;
IV – os pródigos. (BRASIL, 2013).
As considerações descritas em relação ao absolutamente incapaz valem também
para o relativamente incapaz.
Antes de completar 18 anos de idade, pode o menor tornar-se plenamente capaz.
É o que se veri�ca por meio da emancipação, conforme determina o artigo 5º do
Código Civil, em seu parágrafo único:
Cessará, para os menores, a incapacidade:
I – pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento
público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido
o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;
II – pelo casamento;
III – pelo exercício de emprego público efetivo;
IV – pela colação de grau em curso de ensino superior;
V – pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego,
desde que, em função deles, o menor com dezesseis anoscompletos tenha economia
própria. (BRASIL, 2013).
3.4.3.2 Relativamente incapazes-
3.4.3.3 Emancipação-
Unidade 1 - Tópico 2
 
15/04/2022 12:01 Livro Digital - Direito Empresarial
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade1.html?topico=2 10/13
O emancipado continua menor, mas se torna capaz para o exercício da atividade
empresarial. Evidentemente, se o menor se estabelecer sem economia própria,
necessitará da autorização paterna ou materna para obter a emancipação.
O Direito Brasileiro enumera as pessoas impedidas de exercer atividades de
empresário individual, embora sejam elas capazes. Eis algumas:
1 Os funcionários públicos, estaduais e municipais.
2 O Presidente da República.
3 O governador do Estado.
4 O prefeito.
5 Os magistrados vitalícios e membros do Ministério Público.
6 Os falidos (enquanto não forem legalmente reabilitados, tendo sido declaradas
extintas todas as suas obrigações).
7 Os médicos, na exploração de farmácia.
O Código Civil, no seu art. 973, trata do assunto abordado:
A pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria de empresário,
se a exercer, responderá pelas obrigações contraídas. (BRASIL, 2013).
Os magistrados, quais sejam, os juízes, desembargadores e ministros dos tribunais
superiores, não podem exercer a atividade de empresário ou participar de
sociedade empresária, inclusive de economia mista, exceto como acionista ou
cotista. Não podem, no entanto, exercer cargo de direção, tais como gerentes,
diretores, nem serem membros de Conselho Fiscal.
Já os médicos são proibidos de exercer a pro�ssão com interação ou dependência
de farmácia, indústria farmacêutica, óptica ou qualquer organização destinada à
fabricação, manipulação, promoção ou comercialização de produtos de prescrição
médica, qualquer que seja sua natureza. Também não podem os médicos exercer
simultaneamente a Medicina e a Farmácia, tal como determina a Resolução do
Conselho Federal de Medicina nº 1.931/2009.
3.4.3.4 Dos impedimentos ao exercício da atividade empresarial-
Unidade 1 - Tópico 2
 
15/04/2022 12:01 Livro Digital - Direito Empresarial
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade1.html?topico=2 11/13
FONTE: Disponível em: <http://bit.ly/2TOfGIJ>. Acesso em: 19 fev. 2013.
Os funcionários públicos não podem exercer individualmente a atividade
empresarial, mas podem ser acionistas, cotistas ou comanditários, não podendo,
em hipótese alguma, assumir a gerência ou a administração de uma sociedade. A
desobediência a essa proibição da Lei nº 1.711, de 1952, art. 195, incisos VI e VII,
não invalida os atos praticados, mas sujeita os infratores a penas administrativas,
tais como sua demissão.
Conforme decisões dos tribunais, em empresas individuais a responsabilidade por
obrigações contraídas recai sobre os patrimônios individuais dos respectivos
titulares.
Vejamos a decisão do Superior Tribunal de Justiça no Acórdão proferido no
Recurso Especial nº 227393/PR (DJ 29/11/1999):
Tratando-se de �rma individual, há identi�cação entre empresa e pessoa física, posto não constituir
pessoa jurídica, não existindo distinção para efeito de responsabilidade entre a empresa e seu
único sócio.
Tratando-se de empresário individual, não é possível separar sua �rma de sua
pessoa civil, para �ns de responsabilidade patrimonial.
Contudo, com a edição da Lei n◦ 12.441/2011, passou a ser permitida a criação da
Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI), a qual autoriza a uma
única pessoa física ser titular de todo o capital, devidamente integralizado.
Esse capital não poderá ser inferior a cem vezes o valor do maior salário mínimo
vigente no país, sendo que a quantia deve estar disponível em dinheiro, bens ou
direitos.
A nova modalidade jurídica restringe a responsabilidade do empresário individual
ao capital da empresa, não comprometendo a totalidade de seu patrimônio
pessoal.
Em várias situações pode cessar a qualidade de empresário singular:
3.4.3.5 Responsabilidade do empresário individual-
3.4.3.6 Perda da qualidade de empresário individual-
Unidade 1 - Tópico 2
 
15/04/2022 12:01 Livro Digital - Direito Empresarial
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade1.html?topico=2 12/13
RESUMO DO TÓPICO
Tópico 1  Tópico 3
Conteúdo escrito por:
1 Pela morte.
2 Pela desistência voluntária ou abandono da pro�ssão.
3 Pela falência.
A morte, além de simbolizar o �m da vida da pessoa humana, para �ns de direito
também causa a extinção do empresário individual, tendo em vista que não pode
haver a transferência de sua qualidade para seus herdeiros.
Por sua vez, a desistência voluntária ou abandono da pro�ssão é causa de extinção
da qualidade de empresário individual, justamente porque a própria pessoa física
do empresário é a força motriz que impulsiona a atividade empresarial.
Por �m, a falência é uma das formas de extinção, a qual será objeto de estudo no
�nal desta unidade, precisamente no Tópico 6.
Neste tópico, a respeito do Direito Empresarial, você viu que:
• Com o advento do Novo Código Civil brasileiro, não se fala mais em “Direito
Comercial”, mas, sim, em “Direito Empresarial”, sendo este um conjunto de
normas referentes à pessoa do empresário, seja ele individual ou coletivo.
• Para que a pessoa possa ser empresário, deve possuir capacidade civil e não
estar legalmente impedida. Além do mais, a �m de caracterizar o empresário, há a
necessidade de preenchimento de quatro condições básicas, tais como: o exercício
de atividade econômica, atividade organizada, o pro�ssionalismo e a �nalidade
lucratividade.
Todos os direitos reservados © Prof. Renildo Dorow
Unidade 1 - Tópico 2
 
15/04/2022 12:01 Livro Digital - Direito Empresarial
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade1.html?topico=2 13/13
 
15/04/2022 12:01 Livro Digital - Direito Empresarial
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade1.html?topico=3 1/16
DIREITO EMPRESARIAL
UNIDADE 1
DA SOCIEDADE EMPRESÁRIA
TÓPICO 3
Este tópico é dedicado às sociedades empresariais, que nascem do esforço de
várias pessoas em nome de um objetivo comum, o lucro. Iniciaremos pelo conceito
legal deste tipo de sociedade.
Também estudaremos como são celebrados os contratos de sociedade e os
requisitos do contrato social, assim como o requisito essencial para que ganhe a
personalidade jurídica.
Vamos aos estudos!
Sobre as sociedades empresariais, determina o artigo 981 do Código Civil:
Celebram contrato de sociedade as pessoas que, reciprocamente, se obrigam
a contribuir com bens ou serviços para o exercício de atividade econômica e a
partilha, entre si, dos resultados. (BRASIL, 2013).
Da leitura deste dispositivo legal podemos a�rmar que uma sociedade
empresarial se forma quando duas ou mais pessoas se reúnem com o propósito
de combinarem esforços e bens, objetivando repartir entre si os proveitos obtidos.
Para alcançarem seus objetivos, exercem atividade de natureza econômica,
voltada para a produção e circulação de bens ou para a prestação de serviços.
1 INTRODUÇÃO-
2 CONCEITO-
Unidade 1 - Tópico 3
 
15/04/2022 12:01 Livro Digital - Direito Empresarial
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade1.html?topico=3 2/16
Para uma sociedade ganhar personalidade jurídica é necessária a inscrição de seu
contrato ou estatuto social (ato constitutivo) no registro que lhe é peculiar.
Todas as sociedades que possuem seu ato constitutivo inscrito no órgão
competente são reconhecidas pelo ordenamento jurídico como sujeitos de direito
e equiparadas às pessoas físicas.
Uma sociedade, na forma empresarial ou simples, é constituída mediante contrato
social.
Prezado(a) acadêmico(a)! Segundo o artigo 997 do Código Civil:
“A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou público.
[...]”. (BRASIL, 2013).
O contrato social, por sua vez, deve conter, necessariamente, as seguintes
cláusulas:
I – nome,nacionalidade, estado civil, pro�ssão e residência dos sócios, se pessoas
naturais, e a �rma ou denominação, nacionalidade e sede dos sócios, se jurídicas;
II – denominação, objeto, sede e prazo da sociedade;
III – capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo compreender
qualquer espécie de bens, suscetíveis de avaliação pecuniária;
IV – quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la;
V – prestações a que se obriga o sócio cuja contribuição consista em serviços;
VI – pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, bem como seus
poderes e atribuições;
VII – a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas;
VIII – se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais.
(BRASIL, 2013).
3 CONSTITUIÇÃO DE UMA SOCIEDADE-
Unidade 1 - Tópico 3
 
15/04/2022 12:01 Livro Digital - Direito Empresarial
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade1.html?topico=3 3/16
A sociedade somente adquire personalidade jurídica (sujeito de direitos) quando
seu contrato social estiver arquivado nos registros próprios.
Uma sociedade empresária é formada por duas ou mais pessoas, que se
comprometem a juntar capital ou trabalho para a realização de um �m lucrativo.
Seu objetivo é, portanto, econômico. Por outro lado, a lei prevê também a
sociedade sem �ns lucrativos ou econômicos. São as chamadas associações.
Conforme o artigo 53 do Código Civil:
Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para
�ns não econômicos. (BRASIL, 2013).
Mesmo não tendo �nalidade lucrativa, nada impede que uma associação de
caráter cultural, ou altruísta, mantenha uma atividade econômica apenas para
sobreviver.
A questão está na destinação dos lucros, ou seja, na associação os lucros são
destinados à consecução dos objetivos ideais dos associados. Na sociedade
empresária, por sua vez, os lucros são repartidos entre os sócios.
A sociedade, assim como a associação, tem início com a inscrição dos seus atos
constitutivos no órgão correspondente.
Aquelas sociedades que não possuem seu contrato inscrito (depositado) no
Registro Público competente são chamadas de não personi�cadas. São exemplos:
as sociedades em comum ou por conta de participação que, por consequência,
não são pessoas jurídicas.
Essa publicidade decorrente da sua inscrição no órgão competente é para que
terceiros tomem conhecimento de sua existência, do grau de responsabilidade dos
sócios e do conteúdo do seu contrato social.
4 DISTINÇÃO ENTRE SOCIEDADE E ASSOCIAÇÃO-
5 SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS-
Unidade 1 - Tópico 3
 
15/04/2022 12:01 Livro Digital - Direito Empresarial
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade1.html?topico=3 4/16
Por isso, o art. 987 do Código Civil determina: “Os sócios, nas relações entre
si ou com terceiros, somente por escrito podem provar a existência da
sociedade, mas os terceiros podem prová-la de qualquer modo”. (BRASIL,
2013).
Além disso, as sociedades não personi�cadas estão impossibilitadas de participar
de licitações, nas modalidades de concorrência pública (Lei nº 8.666/93). E mais:
não é permitido a ela contratar com o poder público (CF, art.195, & 3º), abrir conta
bancária, ter patrimônio em seu nome etc.
São duas as espécies de sociedades não personalizadas:
● Sociedade em comum: é a sociedade irregular ou de fato, cuja principal
consequência de sua existência é a responsabilidade ilimitada das pessoas
físicas/jurídicas dos sócios pelas obrigações sociais, sendo que os bens e dívidas
sociais constituem patrimônio especial, do qual os sócios são titulares em comum.
Além do mais, todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas
obrigações sociais.
● Sociedade em conta de participação: numa sociedade em conta de
participação, conforme artigo 990 do Código Civil, sua constituição independe de
qualquer formalidade e pode provar-se por todos os meios de direito, sem contar
que o contrato social produz efeito somente entre os sócios e a eventual inscrição
de seu instrumento em qualquer registro não confere personalidade jurídica à
sociedade.
A sociedade em conta de participação constitui-se de duas ou mais pessoas, uma
delas, necessariamente, em cujo nome girarão os negócios, também denominada
de sócio ostensivo, que aparece perante terceiros como empresário. O outro sócio
é o oculto, que não aparece nem trata com terceiros. Toda a responsabilidade
pelos negócios é do sócio ostensivo.
Como determina o artigo 991 do Código Civil: na sociedade em conta de
participação, a atividade constitutiva do objeto social é exercida unicamente
pelo sócio ostensivo, em seu nome individual e sob sua própria e exclusiva
responsabilidade, participando os demais dos resultados correspondentes.
5.1 ESPÉCIES DE SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS-
Unidade 1 - Tópico 3
 
15/04/2022 12:01 Livro Digital - Direito Empresarial
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade1.html?topico=3 5/16
(BRASIL, 2013).
“A falência do sócio ostensivo acarreta a dissolução da sociedade e a liquidação da
respectiva conta, cujo saldo constituirá crédito quirografário”. (BRASIL, 2013).
O surgimento das primeiras sociedades foi em decorrência da evolução histórica
do empresário individual, tendo em vista a necessidade do agrupamento de
comerciantes com a �nalidade de enfrentar a concorrência.
Com a evolução dos conceitos, as sociedades passaram também a adquirir
personalidade jurídica, pelo registro do seu ato constitutivo (contrato social) no
órgão público competente, sendo, portanto, um sujeito de direito.
As sociedades que possuem seu ato constitutivo devidamente inscrito no órgão
competente são chamadas de sociedades personi�cadas.
Há duas espécies de sociedades personi�cadas:
1 A sociedade simples.
2 A sociedade empresária.
O art. 982 do Código Civil Brasileiro faz a delimitação entre as sociedades
empresárias e as sociedades simples: salvo as exceções expressas, considera-se
empresária a sociedade que tem por objetivo o exercício de atividade própria
de empresário sujeita a registro (art. 967); e, simples, as demais. (BRASIL,
2013).
Portando, a sociedade empresária é a pessoa jurídica que exerce,
pro�ssionalmente, atividade econômica organizada para a produção ou circulação
de bens ou de serviços. Porém, deve, antes do início de sua atividade, ter
obrigatoriamente inscrito seus atos constitutivos no Registro Público competente.
Já as sociedades simples não são estruturadas empresarialmente e decorrem das
antigas sociedades civis que visam ao lucro.
Sobre as sociedades simples, assim explica Fiúza (2004, p. 888):
6 SOCIEDADES PERSONIFICADAS-
6.1 SOCIEDADE SIMPLES-
Unidade 1 - Tópico 3
 
15/04/2022 12:01 Livro Digital - Direito Empresarial
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade1.html?topico=3 6/16
A sociedade simples é aquela constituída para o exercício de atividades que não sejam
estritamente empresariais, como ocorre nos casos das atividades rurais, educacionais,
médicas ou hospitalares, de exercício de pro�ssões liberais nas áreas de engenharia,
arquitetura, ciências contábeis, consultoria, auditoria, pesquisa cientí�ca, artes,
esportes e serviço social.
Inclusive, de acordo com o que determina o artigo 1150 do Código Civil, o registro
da sociedade simples é efetuado em lugar diverso das sociedades empresariais.
Ou seja, perante o Registro Civil das Pessoas Jurídicas:
O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao Registro Público de Empresas
Mercantis, a cargo das Juntas Comerciais, e a sociedade simples ao Registro Civil das
Pessoas Jurídicas, o qual deverá obedecer às normas �xadas para aquele registro, se a
sociedade simples adotar um dos tipos de sociedade empresária. (BRASIL, 2013).
É importante salientar que também são exemplos de sociedades simples as
cooperativas, conforme determina o artigo 982 do Código Civil.
Sociedade empresária é a pessoa jurídica que exerce, pro�ssionalmente, atividade
econômicaorganizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços.
Há vários tipos de sociedade empresária a serem escolhidos pelos sócios, dentro
de suas adequações e objetivos.
1 Da sociedade em nome coletivo.
2 Da sociedade em comandita simples.
3 Da sociedade limitada.
4 Da sociedade anônima.
5 Da sociedade em comandita por ações.
Veja a �gura a seguir.
FIGURA 3 - TIPOS DE SOCIEDADES EMPRESARIAIS
6.2 SOCIEDADE EMPRESÁRIA-
Unidade 1 - Tópico 3
 
15/04/2022 12:01 Livro Digital - Direito Empresarial
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade1.html?topico=3 7/16
FONTE: O autor
Quanto ao critério da classi�cação dos sócios em face à sua responsabilidade
perante a sociedade empresária, estas recebem a seguinte classi�cação:
● Sociedade ilimitada: quando os sócios respondem ilimitadamente pelas
obrigações sociais. Signi�ca que, se o patrimônio social não for su�ciente para o
pagamento dos credores da sociedade, o saldo poderá ser exigido dos sócios, nos
seus patrimônios particulares.
● Sociedade mista: é aquela em que uma parte dos sócios tem responsabilidade
limitada e outra tem responsabilidade ilimitada.
● Sociedade limitada: todos os sócios têm responsabilidade limitada ao capital
social integralizado na sociedade, não respondendo com seus patrimônios
particulares pelas obrigações sociais.
Estes tipos de sociedade, quanto à responsabilidade dos sócios, podem ser assim
subdivididas:
1 Sociedade Ilimitada: sociedade em nome coletivo.
2 Sociedade Mista:
a) sociedade em comandita simples.
6.3 CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES QUANTO À RESPONSABILIDADE
DOS SÓCIOS
-
Unidade 1 - Tópico 3
 
15/04/2022 12:01 Livro Digital - Direito Empresarial
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade1.html?topico=3 8/16
b) sociedade em comandita por ações.
3 Sociedade Limitada:
a) Sociedade limitada.
b) Sociedade anônima.
Dentre essas sociedades, são importantes apenas: a sociedade limitada, em
primeiro plano, e a sociedade anônima, em segundo. Conforme observa
Borba (1997, p. 62):
As demais praticamente inexistem, pois, envolvendo a responsabilidade ilimitada de todos ou de
alguns sócios, perderam a preferência do meio comercial. [...] Assim, as que existiam foram
transformadas, e novas não se constituíram. Restam pouquíssimas, sendo sempre citada, como
exemplo remanescente de sociedade em nome coletivo, “Klabin Irmãos & Cia”, mantida como tal
por apreço à tradição.
A sociedade em nome coletivo é o tipo societário em que todos os sócios têm
obrigações ilimitadas, respondendo particularmente com seus bens pelos
compromissos sociais. Porém, é importante frisar que esta responsabilidade é
subsidiária, uma vez que os bens pessoais dos sócios somente serão utilizados
para pagamento de dívidas quando inexistirem bens su�cientes da própria
sociedade.
É o que diz o art. 1.024 do Código Civil: “Os bens particulares dos sócios não
podem ser executados por dívidas da sociedade, senão depois de
executados os bens sociais”. (BRASIL, 2013).
Além do mais, somente pessoas físicas podem tomar parte na sociedade em nome
coletivo.
6.4 SOCIEDADE EM NOME COLETIVO-
6.5 SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES-
Unidade 1 - Tópico 3
 
15/04/2022 12:01 Livro Digital - Direito Empresarial
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade1.html?topico=3 9/16
Numa sociedade em comandita simples há duas categorias de sócios: os
comanditados, que são pessoas físicas, responsáveis solidária e ilimitadamente
com seus patrimônios particulares pelas obrigações sociais, de forma subsidiária; e
os comanditários, obrigados somente pelo valor de suas quotas, devendo o
contrato social discriminar a qual categoria os sócios pertencem.
Os sócios comanditados são os administradores da sociedade e somente eles
podem usar a �rma ou a razão social, integrando inclusive o seu nome na �rma da
sociedade. Desse modo, a �rma ou a razão social será composta do nome, por
extenso ou abreviadamente, de um, alguns ou de todos os sócios comanditados.
Ao sócio comanditário, por sua vez, é vedado utilizar o seu nome na razão social
ou até mesmo praticar qualquer ato de gestão interna ou externa da sociedade,
sob pena deste assumir responsabilidade solidária e ilimitada.
Os comanditários limitam-se ao direito de �scalizar os negócios sociais. Diz o
art. 1021 do C.C.: Salvo estipulação que determine época própria, o sócio
pode, a qualquer tempo, examinar os livros e documentos, e o estado da
caixa e da carteira da sociedade. (BRASIL, 2013).
De acordo com o artigo 1.090 do Código Civil: A sociedade em comandita por ações
tem o capital dividido por ações, regendo-se pelas normas relativas à sociedade
anônima, sem prejuízo das modi�cações constantes deste Capítulo, e opera sob
�rma ou denominação. (BRASIL, 2013).
Neste tipo de sociedade há duas categorias de sócios:
a) Diretores: que têm responsabilidade subsidiária e ilimitada pelas obrigações
sociais.
b) Acionistas: que respondem apenas pelo valor das ações subscritas ou
adquiridas.
Portanto, a sociedade possui sócios de responsabilidade limitada e de
responsabilidade ilimitada.
A sociedade em comandita por ações pode, em lugar de �rma, adotar
denominações designativas do objeto social, aditada da expressão “comandita por
6.6 SOCIEDADE EM COMANDITA POR AÇÕES-
Unidade 1 - Tópico 3
 
15/04/2022 12:01 Livro Digital - Direito Empresarial
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade1.html?topico=3 10/16
ações”. Esta sociedade não tem conselho de administração, mas precisa ter
assembleia geral e conselho �scal.
Por �m, a assembleia geral não pode, sem o consentimento dos diretores, mudar
o objeto essencial da sociedade, prorrogar-lhe o prazo de duração, aumentar ou
diminuir o capital social, criar debêntures ou partes bene�ciárias.
FONTE: Disponível em: <http://bit.ly/2IxL09l>. Acesso em: 26 fev. 2013.
As sociedades cooperativas são criadas para a prestação de serviços aos seus
associados, sendo esta sua característica básica.
Bulgarelli (2000, p. 34) a�rma sobre o propósito básico da cooperativa o seguinte:
Encontra-se e se exprime na formação de uma empresa comum, formada pelos que
têm as mesmas necessidades, empresa, essa, capaz de atendê-los proporcionalmente.
[...] Sociologicamente (a cooperativa), adotou como fundamento a lei da cooperação, e
não a da concorrência; economicamente, tem como �nalidade a melhoria das
condições econômicas através da criação de uma empresa de interesse comum,
destinada a prestar serviços a seus associados, afastando os intermediários, que
encarecem indevidamente os custos.
Atua, assim, a cooperativa no mercado, eliminando intermediários e obtendo, em
razão disto, maiores vantagens patrimoniais. É próprio destas sociedades
realizarem negócios, embora em seu nome, para o sócio, a quem irão de�uir os
resultados positivos, chamados de “sobras”.
FONTE: Disponível em: <http://bit.ly/38EMqt8>. Acesso em: 26 fev. 2013.
Em apoio a este entendimento, explica Ricardo Mariz de Oliveira (1996, p. 65) que
“(as cooperativas) existem para trabalhar por seus associados, e, por isto mesmo,
os lucros que são gerados por seu intermédio não lhes pertencem, nem
originalmente, porque originalmente eles já se destinam aos que atuam em
atividades econômicas de forma cooperada”.
Desta feita, a Lei nº 5.764, de 16.11.1971, que é a lei federal que trata
especialmente das sociedades cooperativas, adotou os princípios doutrinários do
cooperativismo, aprovados em 1966, pelo Congresso de Viena. Ou seja, adesão
livre, gestão democrática, retorno dos excedentes aos associados
proporcionalmente às operações realizadas junto à cooperativa, juros limitados
sobre o capital e desenvolvimento da educação cooperativa.
Reconheceu, outrossim, o princípio da cooperação e a �nalidade não lucrativa da
sociedade.
6.7 DA SOCIEDADE COOPERATIVA-
Unidade 1 - Tópico 3
 
15/04/2022 12:01 Livro Digital - Direito Empresarial
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade1.html?topico=3

Outros materiais