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TUTELAS JURÍDICAS UNIDADE 3 Objetivos de aprendizagem : • conhecer os conceitos inerentes à defesa do consumidor contra as práticas comerciais abusivas e enganosas, tanto nas relações eminentemente comerciais, quanto na relação contratual; • identi�car uma série de medidas administrativas adotadas pelos órgãos componentes do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor, para coibir as práticas abusivas cometidas pelos fornecedores no mercado de consumo, as relações comerciais e empresariais, com suas respectivas obrigações; • reconhecer na Tutela Penal as medidas adotadas pelo Estado para combater as principais condutas criminosas adotadas pelos fornecedores no mercado de consumo; • compreender, na Tutela Jurisdicional, uma série de medidas judiciais disponibilizadas ao consumidor pelo Estado, para facilitação da defesa de seus direitos. TUTELA CIVIL TÓPICO 1 Conforme determinação do Código de Defesa do Consumidor, como direito básico do consumidor temos: a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos. (BRASIL, 2013). 1 INTRODUÇÃO- Unidade 3 - Tópico 1 Com o objetivo de dar efetividade a esse direito, o Código traz três importantes capítulos: • Capítulo IV: Da Qualidade de Produtos e Serviços, Da Prevenção e da Reparação dos Danos. • Capítulo V: Das Práticas Comerciais. • Capítulo VI: Da Proteção Contratual. Em virtude da complexidade do tema, abordaremos os vários aspectos da tutela civil no desenrolar deste tópico, versando respectivamente quanto à qualidade dos produtos e serviços sob a responsabilidade civil do fornecedor, as práticas comerciais e a proteção contratual. Por disposição de lei, os produtos e serviços colocados no mercado de consumo não poderão acarretar riscos à saúde ou segurança dos consumidores, exceto os considerados normais e previsíveis em decorrência de sua natureza e fruição, obrigando-se os fornecedores, em qualquer hipótese, a dar as informações necessárias e adequadas a seu respeito. FONTE: Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8078compilado.htm>. Acesso em: 8 mar. 2013. Especi�camente em relação aos produtos e serviços potencialmente nocivos ou perigosos à saúde ou segurança, o fornecedor deverá informar, de maneira ostensiva e adequada, a respeito da sua nocividade ou periculosidade, sem prejuízo da adoção de outras medidas cabíveis em cada caso concreto. É importante salientar que a qualidade de um produto ou serviço está relacionada com a observância das normas técnicas correspondentes expedidas pelos órgãos o�ciais competentes ou, se tais normas inexistirem, deverão ser observadas aquelas determinadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) ou outra credenciada perante o Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (CONMETRO). Contudo, quando observamos a responsabilidade dos fornecedores pelos produtos e serviços disponibilizados no mercado de consumo, o Código de Defesa do Consumidor resolveu tratá-lo em seções diferentes. Ou seja, na Seção II a “responsabilidade pelo fato do produto e do serviço”, e na Seção III, a responsabilidade por vício, impondo a estes regimes jurídicos próprios. É o que veremos a seguir. 2 DA QUALIDADE DOS PRODUTOS E SERVIÇOS- Unidade 3 - Tópico 1 Parte-se do princípio de que os fornecedores, de modo geral, buscam produzir produtos e serviços adequados ao consumo, seguros, e�cientes e livres de defeitos, utilizando-se, para tanto, de testes e controle de produção e qualidade, com a �nalidade de eliminar ou ao menos reduzir a inserção no mercado de consumo de produtos e serviços defeituosos. Por outro lado, para aqueles casos em que o uso do produto defeituoso ou, em face da ausência de informações su�cientes e adequadas sobre a utilização do produto e riscos que ele oferece, vier a causar danos ao consumidor: o fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro e o importador são responsáveis pela sua reparação, independentemente de terem culpa. Em matéria de responsabilidade pelo fato do produto e do serviço, há três modalidades de defeitos que geram a responsabilização do fornecedor: a) Defeitos de fabricação: aqueles que decorrem de fabricação, produção, montagem, manipulação, construção ou acondicionamento de produtos. b) Defeitos de concepção: aqueles decorrentes de falha de projeto ou de fórmula. c) Defeitos de comercialização: por insu�ciência ou inadequação de informações sobre sua utilização e riscos. O defeito, portanto, é toda a anomalia que, comprometendo a segurança que se espera do uso dos produtos e serviços, acaba por causar danos físicos ou patrimoniais aos consumidores. Contudo, se essa anomalia apenas compromete o funcionamento do produto ou serviço, não apresentando riscos à saúde e segurança do consumidor, trata-se de vício, onde serão analisadas as circunstâncias da responsabilidade do fornecedor no item seguinte. Com relação aos serviços, é considerado defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais: I- O modo de seu fornecimento. II- O resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam. III- A época em que foi fornecido. O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste ou que a culpa pelo defeito é exclusiva do consumidor ou de terceiro. 3 DA RESPONSABILIDADE DO FORNECEDOR PELO FATO DO PRODUTO E DO SERVIÇO - Unidade 3 - Tópico 1 FONTE: Disponível em: <www.almeidalaw.com.br/almeidalaw/.../detNoticia.php?...104...3...>. Acesso em: 8 mar. 2013. Vejamos o que o Código de Defesa do Consumidor dispõe sobre o assunto: Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insu�cientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos. § 1º. O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele legitimamente se espera, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais: I - sua apresentação; II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam; III - a época em que foi colocado em circulação. (BRASIL, 2013). No caso dos defeitos dos produtos, o comerciante será igualmente responsável quando o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador: I- não puder ser identi�cado; II - quando o produto for fornecido sem identi�cação clara do seu fabricante, produtor, construtor ou importador; III - quando não conservar adequadamente os produtos perecíveis. (BRASIL, 2013). Por outro lado, o Código Consumerista também prevê um rol de causas de exclusão da responsabilidade do fornecedor, do fabricante, produtor, construtor e do importador de produtos, que serão aceitas somente quando este efetivamente provar: I - que não colocou o produto no mercado; II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste; III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. (BRASIL, 2013). Para reparação de danos causados pelo fato do produto ou do serviço, o Código de Defesa do Consumidor prevê o prazo de cinco anos para se interpor a ação 3.1 DO PRAZO PARA REPARAÇÃO- Unidade 3 - Tópico 1 judicial, iniciando-se a contagem do prazo do conhecimento que teve do defeito e de sua autoria. É o que determina o artigo 27: Art. 27. Prescreve em 5 (cinco) anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria. (BRASIL, 2013). Neste item estudaremos a responsabilidade dos fornecedores pelos produtos e serviços que possuem defeitos de qualidade e quantidade, que a lei chama de vício. Por sua vez, essevício pode ser aparente ou oculto. Vício aparente é o de fácil constatação, que só ao olhar ou ao fazer o primeiro uso, já é percebido. Temos como exemplo um chuveiro elétrico que, ao ser ligado, simplesmente o sistema de aquecimento não funciona. Já o vício oculto é aquele de difícil constatação ou de ser percebido, como, por exemplo, o defeito na parte elétrica de um computador. João Batista de Almeida (2003, p. 69-70) explica com propriedade os diversos tipos de vícios: a) Vícios de qualidade dos produtos: são aqueles que tornam os produtos impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, entendendo-se por: impróprios ao consumo os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos, os deteriorados, os alterados, adulterados, falsi�cados, corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou em desacordo com as normas regulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação, bem como os produtos que, por qualquer motivo, se revelam inadequados ao �m a que se destinam. FONTE: Disponível em: <www.rkladvocacia.com/.../art_srt_arquivo20100728191840.pdf>. Acesso em: 8 mar. 2013. A inadequação, no vício de qualidade, pode ocorrer, portanto, por impropriedade do produto, diminuição de seu valor ou por disparidade informativa. FONTE: Disponível em: <ienomat.com.br/revista/index.php/judicare/rt/printerFriendly/.../168>. Acesso em: 8 mar. 2013. 4 RESPONSABILIDADE POR VÍCIO DO PRODUTO E DO SERVIÇO- Unidade 3 - Tópico 1 Considera-se inadequado o produto quando for incapaz de satisfazer os tipos determinantes de sua aquisição. Ou seja, a legítima expectativa do consumidor, bem como quando não se mostra conforme outros produtos no mercado ou quando não são observadas normas ou padrões estabelecidos para a aferição da qualidade. FONTE: Disponível em: <www.mp.mg.gov.br/portal/public/interno/arquivo/id/6714>. Acesso em: 8 mar. 2013. b) Vícios de quantidade dos produtos: são aqueles em que, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, seu conteúdo líquido for inferior às indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou de mensagem publicitária (art. 19). Há disparidade entre o conteúdo e o peso ou medida indicados pelos fornecedores, sendo que a quantidade inferior causa prejuízos ao consumidor, sem, no entanto, alterar a qualidade do produto. c) Vícios de qualidade dos serviços: são os que tornam os serviços impróprios à sua fruição ou lhes diminuem o valor, considerando-se impróprios os serviços que se mostrem inadequados para os �ns que razoavelmente deles se esperam, bem como, aqueles que não atendam às normas regulamentares de prestabilidade. Incluem-se também aqueles em que se veri�ca disparidade qualitativa entre serviço ofertado e o executado. FONTE: Disponível em: <www.nacionaldedireito.com.br/doutrina/.../aplicabilidade- do-c-digo-...>. Acesso em: 8 mar. 2013. d) Vícios de quantidade dos serviços: decorrem da disparidade quantitativa com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária. Não há correspondência entre o serviço efetivamente prestado e aquele ofertado ao consumidor, diretamente ou mediante publicidade. (arts. 18, caput, e 20). No caso dos vícios, os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor. Assim como, por aqueles decorrentes da disparidade com as indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitárias, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas. FONTE: Disponível em: <www.alerj.rj.gov.br/cdc/codigo_defesa/tit1_cap4_sec3.htm>. Acesso em: 8 mar. 2013. Por derradeiro, o Código Consumerista elenca os casos em que produtos são considerados impróprios para o consumo. São eles: Unidade 3 - Tópico 1 I - os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos; II - os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsi�cados, corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo com as normas regulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação; III - os produtos que, por qualquer motivo, revelem-se inadequados ao �m a que se destinam. (BRASIL, 2013). Quando um determinado produto apresentar defeito de fabricação, o fornecedor tem 30 dias para arrumá-lo. Depois desse prazo, se o produto �car ainda com problemas ou não tiver solução, o consumidor pode exigir, alternativamente e à sua escolha: • a troca do produto por outro em perfeitas condições, da mesma espécie, e, caso inexista, deve ser trocado por outro de melhor qualidade sem pagar qualquer valor a mais; • a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; • o abatimento proporcional do preço. Quando o defeito se refere à prestação do serviço, é possível o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: • que o serviço seja feito novamente sem pagar nada; • o abatimento no preço; ou • a devolução do que foi pago, em dinheiro, com correção monetária. Quando o defeito relaciona-se à quantidade do produto, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza. Se o conteúdo líquido for inferior às indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou de mensagem publicitária, pode o consumidor exigir também do comerciante, alternativamente e à sua escolha: • O abatimento proporcional do preço. • Complementação do peso ou medida. • A substituição do produto por outro da mesma espécie, marca ou modelo, sem os aludidos vícios. • A restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos. Unidade 3 - Tópico 1 Nesse caso, temos o seguinte exemplo: se você comprar um produto cuja embalagem anuncia conter 10 kg e na verdade só contém 94,5 kg, pode exigir a troca deste produto, o complemento do produto conforme anunciado, o abatimento do preço ou a devolução do dinheiro. O artigo 24 do Código de Defesa do Consumidor estabeleceu a garantia legal de adequação dos produtos e serviços, independentemente de termo expresso em contrato. Ou seja, independentemente de qualquer manifestação do fornecedor, inclusive no seu silêncio, prevalecerá a garantia de lei, sendo nulo de pleno direito qualquer escrito exonerando o fornecedor de tal obrigação. Contudo, além da garantia legal, há também a garantia contratual, aspectos estes que também devem ser observados quanto ao direito de garantia e os prazos de reclamação a serem observados pelos consumidores. O fornecedor de produtos de consumo duráveis ou não duráveis, e de serviços, deve colocá-los à disposição dos consumidores garantindo-lhes a qualidade e quantidade, próprias e adequadas para o consumo a que foram destinados, de acordo com as informações constantes dos recipientes, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária. A garantia aludida decorre do disposto no art. 23 do Código de Defesa do Consumidor, que retira do fornecedor a justi�cativa de sua ignorância sobre os vícios de qualidade e de quantidade por inadequação e impropriedade dos produtos e serviços que se comprometeu a repassar ao destinatário �nal. Esta responsabilidade decorre da solidariedade legal. A garantia legal pode, no entanto, ser complementada pelo fabricante, produtor, construtor e importador, oferecendo-se outras, que serão �rmadas mediante termo, no qual constará no que consistem. A garantia será entregue ao consumidor, no ato do fornecimento do produto, acompanhada do manual de instrução, de instalação e uso do produto em linguagem didática com ilustração. A Lei Protetora do Consumidor, no art. 50, parágrafo único, possibilitou ao fabricante, produtor, construtor e importador, unilateralmente, estabelecer o prazo de garantia. Assim, dispõe o artigo 50 do Código de Defesa do Consumidor: A garantia contratual é complementar à legal e seráconferida mediante termo escrito. 4.1 DA GARANTIA LEGAL E CONTRATUAL- 4.1.1 Garantia do fornecedor- Unidade 3 - Tópico 1 Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalente deve ser padronizado e esclarecer, de maneira adequada, em que consiste a mesma garantia, bem como a forma, o prazo e o lugar em que pode ser exercitada e os ônus a cargo do consumidor, devendo ser-lhe entregue, devidamente preenchido pelo fornecedor, no ato do fornecimento, acompanhado de manual de instrução, de instalação e uso de produto em linguagem didática, com ilustrações. (BRASIL, 2013). O dispositivo legal acima citado dispõe que a garantia contratual é complementar à legal e será conferida mediante termo escrito que, por sua vez, vem descrito no parágrafo único. Tratando-se de defeitos, o prazo de garantia não pode ser inferior ao prazo prescricional, que é de 5 (cinco) anos, nos exatos termos do art. 27 do aludido diploma legal. Estipulado pelo fabricante, produtor, construtor e importador, o prazo de garantia de 1 (um) ano, por exemplo, subentende-se que se refere aos vícios de qualidade e quantidade e nunca sobre o fato do produto (defeito), cujo prazo legal é de 5 (cinco) anos. O prazo mínimo legal para reclamar de defeito é de 5 (cinco) anos, salvo se prazo maior estipular o fabricante, produtor, construtor e importador. Na hipótese de vícios, o legislador estabeleceu o prazo para reclamação diretamente ao fornecedor. Pelos vícios aparentes ou de fácil constatação, o direito de reclamar por estes caduca (decai) em: I- 30 (trinta) dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produto não duráveis. II- 90 (noventa) dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produto duráveis. Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega efetiva do produto ou do término da execução dos serviços. No caso de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se no momento em que �car evidenciado o defeito. É a partir do momento em que se conheça o dano e possa-se relacioná-lo com o defeito do produto ou do serviço, que o consumidor tem consciência de que aquilo 4.1.2 Dos prazos de reclamação- 4.1.3 Da prescrição e da decadência- Unidade 3 - Tópico 1 que observa é, de fato, um dano. Analisando o Código de Defesa do Consumidor, constatam-se regras especiais no que tange aos institutos de decadência e da prescrição. Tais regras são atinentes aos prazos mais dilatados ao termo inicial e ao termo �nal, hipóteses de interrupção e suspensão etc. Todas elas partindo do pressuposto fundamental da hipossu�ciência do consumidor nesta classe de relações. FONTE: Disponível em: <jus.com.br/.../a-prescricao-e-a-decadencia-no-codigo-de- defesa-do-..>. Acesso em: 8 mar. 2013. A decadência atinge o direito de reclamar pelo vício. Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega efetiva do produto ou do término da execução dos serviços. Contudo, há casos que obstam a decadência. São eles: I - A reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor perante o fornecedor de produtos e serviços até a resposta negativa correspondente, que deve ser transmitida de forma inequívoca. II - A instauração do inquérito civil, até seu encerramento. Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se no momento em que �car evidenciado o defeito. Já a prescrição afeta a pretensão à reparação pelos danos causados pelo fato do produto ou do serviço através de uma ação judicial. Prescreve em 05 (cinco) anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do produto ou do serviço, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria. Recall é uma palavra inglesa que signi�ca “recordar”. Trata-se de uma chamada que um fornecedor faz aos consumidores que adquiriram determinado produto com defeito de fabricação, para substituí-lo em parte ou no todo ou corrigir o problema. Ao mesmo tempo em que chama os consumidores, também recolhe produtos, esclarece fatos e apresenta soluções. No Brasil, Portaria MJ nº 487/12 disciplina o procedimento de chamamento dos consumidores ou recall de produtos e serviços. É uma prática geralmente feita pelas montadoras de automóveis, tratando-se de um chamamento coletivo que a empresa realiza para corrigir os problemas. 4.2 RECALL- Unidade 3 - Tópico 1 Considera-se uma atitude de respeito aos direitos dos consumidores, que é uma prevenção de danos materiais e morais que poderão ocorrer. Através do recall, o fornecedor se previne de futuras indenizações e multas. Além de ajudar a manter a boa imagem dos seus produtos. Exemplo: um fabricante de automóvel anuncia o recall para corrigir defeito na caixa de embreagem. Importante salientar que, enquanto persistir o risco que originou o recall, o consumidor poderá exigir o reparo ou a troca da peça defeituosa junto ao fornecedor. Assim, o recall só �naliza quando o risco à saúde e segurança for eliminado do mercado de consumo, ou seja, quando todos os produtos afetados pelo defeito forem reparados ou recolhidos. A �nalidade do Código de Defesa do Consumidor foi a de proteger todas as pessoas envolvidas e eventualmente prejudicadas por prática comercial ou contratual abusiva. Com isso, buscou-se abranger não só o adquirente do produto ou serviço, mas todas as pessoas, determináveis ou não, expostas às práticas nele previstas, como acontece nas publicidades enganosas e abusivas, que ofendem a uma coletividade indeterminável de pessoas. FONTE: Disponível em: <books.google.com.br/books?isbn=8525034428>. Acesso em: 8 mar. 2013. As ofertas de produtos e serviços podem ser feitas de qualquer modo. O modo mais comum é através da publicidade em anúncios, cartazes e avisos. É comum, no entanto, a oferta constante em cartões e talões de pedidos, os quais são geralmente passados pelos vendedores ou representantes. Em qualquer dos modos, o fornecedor �ca obrigado a cumprir a oferta. A oferta é uma modalidade de pré-contrato e faz parte integrante do contrato principal, cujos compromissos nela assumidos devem ser cumpridos. A oferta e a apresentação de produtos ou serviços devem assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas em Língua Portuguesa sobre: suas características, qualidades, quantidade, composição, preço, garantia, prazos de validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam à saúde e segurança dos consumidores. A mensagem veiculada pelo anúncio deve ser também examinada mais detidamente, para se caracterizar a publicidade enganosa. 5 PRÁTICAS COMERCIAIS- 5.1 DA OFERTA- Unidade 3 - Tópico 1 Anote-se que o potencial de indução em erro deve necessariamente decorrer do exame da peça publicitária como um todo. Em caso de oferta ou venda por telefone ou reembolso postal, deve constar o nome do fabricante e endereço na embalagem, publicidade e em todos os impressos utilizados na transação comercial. FONTE: Disponível em: <www.ambito-juridico.com.br/site/index.php? n_link=revista...>. Acesso em: 8 mar. 2013. Caso ocorra divulgação errônea da oferta, o fornecedor dos produtos ou serviços somente se exonerará da proposta se, oportunamente, e com o mesmo destaque e o mesmo veículo de divulgação, pelo menos, �zer retratação da proposta. Publicidade é a divulgação de um produto ou serviço. Toda publicidade deve ser fácil de entender, clara e adequada ao produto anunciado. O fornecedor não pode se utilizar da publicidade como isca para atrair o consumidor. As ofertas devem conter informações verdadeiras, reais e compatíveis com o produto ou serviços anunciados, pois tudo que estiver na publicidade deverá ser cumprido e fornecido ao consumidor. A publicidade que causa prejuízos aos consumidores é identi�cada através de duas maneiras: publicidade enganosa e abusiva. É a divulgação que contém informações falsas e também a que esconde ou deixa de dizer algo importante sobre um produto ou serviço. É assim considerada quando o consumidor for levado a cometer erro por falsidade ou por falta de informação do produto, como quantidade, origem,preço, propriedades. Sobre a publicidade enganosa, assim conceitua o § 1º do art. 37 do Código Consumerista: É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir ao erro o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços. Quando a publicidade leva o consumidor ao erro por não conter informações importantes, esta será chamada de publicidade enganosa por omissão. Exemplo: uma empresa anuncia que os telefones vendidos serão instalados “no prazo máximo de seis meses”. O consumidor, então, ao ler o contrato para compra do 5.2 DA PUBLICIDADE- 5.2.1 Publicidade enganosa- Unidade 3 - Tópico 1 produto, constata uma cláusula, com letras pequenas, através da qual constata que os telefones só serão instalados em seis meses se não ocorrer “motivo técnico ou de outra espécie”. Ou seja, o anúncio omitiu a informação. É, então, enganosa por omissão. Sobre a publicidade abusiva, assim conceitua o § 2º do art. 37 do Código Consumerista: É abusiva, dentre outras, a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da de�ciência de julgamento e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança. (BRASIL, 2013). Como exemplo de publicidade abusiva, temos um anúncio para vender produtos ou serviços que mostra que as pessoas magras são mais sadias do que as pessoas gordas, ou que as pessoas negras são mais produtivas que as brancas. Quando o fornecedor anuncia uma coisa e não cumpre com o que prometeu ou anunciou, o consumidor deve se dirigir ao gerente ou responsável da loja ou empresa e poderá, alternativamente e à sua livre escolha: I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apresentação ou publicidade; II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente; III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e danos. (BRASIL, 2013). É importante salientar que o ônus da prova da veracidade e correção da informação ou comunicação publicitária cabe a quem as patrocina. As práticas abusivas são trazidas nos arts. 39, 40, 41 e 42 da Lei do Consumidor: Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas: 5.2.2 Publicidade abusiva- 5.2.3 Responsabilidades em caso de publicidade enganosa ou abusiva- 5.3 DAS PRÁTICAS ABUSIVAS- Unidade 3 - Tópico 1 I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos; II - recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata medida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade com os usos e costumes; III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço; IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços; V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva; VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autorização expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores entre as partes; VII - repassar informação depreciativa, referente a ato praticado pelo consumidor no exercício de seus direitos; VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos o�ciais competentes, ou, se normas especí�cas não existirem, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – CONMETRO; IX - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de intermediação regulada sem leis especiais; X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços; XI - (Suprimido pela Lei nº 9.870, de 23.11.1999, DOU 24.11.1999); XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar a �xação de seu termo inicial a seu exclusivo critério; XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido; Parágrafo único. Os serviços prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor, na hipótese prevista no inciso III, equiparam-se às amostras grátis, inexistindo obrigação de pagamento. (BRASIL, 2013). O caso previsto no inciso I diz respeito à chamada "venda casada", onde o consumidor, ao adquirir um produto ou serviço, leva conjuntamente outro, seja da mesma espécie ou não. Esta prática, por exemplo, é utilizada pelas instituições �nanceiras e de crédito que impõem, como condições para aprovarem a liberação de crédito ao consumidor, obrigam-no a contratar um empréstimo. Unidade 3 - Tópico 1 Em relação ao inciso II, trata-se de prática comercial utilizada por empresas que retêm as mercadorias em seus estoques, aguardando, por exemplo, um aumento de preço, seja por conta do fabricante ou do governo que anuncia aumento futuro da carga tributária. O inciso III é utilizado por empresas varejistas (magazines) e de cartões de crédito que, com base em informações cadastrais de consumidores, enviam a seus domicílios cartões �delidade ou de crédito, buscando a �delização e cobrança de anuidades e taxas de administração. A prática abusiva prevista no inciso IV é aquela adotada por comerciantes que, na ânsia de vender seus produtos, aproveitam-se da falta de conhecimento de seus clientes e, com base em promessas sem qualquer base cientí�ca, promovem a venda de produtos aproveitando-se da esperança e credulidade das pessoas. É o caso da venda de alguns produtos que prometem o nascimento de cabelos em pessoas calvas, com base em fórmulas miraculosas, sem amparo técnico. O inciso V diz respeito a contratos bancários ou �nanciamento de veículos, imóveis, onde o fornecedor exige taxas e juros excessivos para a liberação de crédito. O Poder Judiciário vem coibindo tais práticas abusivas nas revisões judiciais de contratos. A prática prevista no inciso VI proíbe, por exemplo, empresas de assistência técnica a executarem determinado serviço de reparo em um produto ou serviço, sem que o consumidor tenha acesso prévio a orçamento e o aprove. O inciso VII proíbe ao fornecedor de produtos ou serviços de expor o consumidor em situações constrangedoras, tais como: de colocar em exibição ao público determinado cheque emitido e que foi devolvido sem provisão de fundos. Outra prática proibida é a publicação em jornais ou periódicos de "listas negras" de consumidores considerados "maus pagadores". No caso do inciso VIII, tal �scalização é executada pelo INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), uma autarquia federal, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior que atua como Secretaria Executiva do Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro), colegiado interministerial, que é o órgão normativo do Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Sinmetro). Sua missão é prover con�ança à sociedade brasileira nas medições e nos produtos, através da metrologia e da avaliação da conformidade, promovendo a harmonização das relações de consumo, a inovação e a competitividade do país. Outra prática abusiva prevista é aquela do inciso IX que proíbe o fornecedor de produtos ou serviços de recusar a venda a determinado consumidor interessado Unidade 3 - Tópico 1 na sua aquisição, seja por algum desafeto ou em razão de qualquer motivo injusti�cado. É importante salientar quea partir do momento em que o produto ou serviço é colocado à disposição de venda ou contratação, ele pode ser adquirido pelo consumidor, salvo impedimentos de ordem técnica ou legal. A hipótese prevista no inciso X é praticada ilegalmente, por exemplo, por alguns postos de gasolina, que em dias de feriados ou em alta temporada, aumentam abusivamente os preços dos combustíveis. Tais práticas também são registradas por restaurantes e lanchonetes em determinados pontos turísticos. O caso previsto no inciso XII diz respeito ao fornecedor que deixa a seu exclusivo arbítrio convencionar o preço de determinado produto ou serviço após assinado o contrato pelo consumidor, sob a alegação da existência de eventuais custos que poderão surgir. A mesma prática se observa quando o fornecedor não determina o prazo de entrega de determinado produto, ou o início de execução de um serviço. Por �m, a hipótese do inciso XIII aplica-se principalmente às instituições �nanceiras e de crédito, proibindo-as de onerar as taxas já previamente convencionadas em contrato. As hipóteses arroladas pelo art. 39 do CDC não são taxativas e, portanto, não esgotam os atos de fornecimento considerados práticas abusivas. Mesmo que não haja previsão legal no que diz respeito a uma determinada prática, ela pode ser enquadrada no contexto como abusiva, inclusive, por analogia. É certo que onde o legislador não restringiu, não cabe ao intérprete fazê-lo, de modo que não resta dúvida de que a lei ordinária alcança toda e qualquer prática abusiva contra o consumidor, pois é ele o titular do direito de proteção. Para �nalizar, vejamos, por sua vez, o que está previsto nos arts. 40 e 41 do CDC: Art. 40. O fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao consumidor orçamento prévio, discriminando o valor da mão de obra, dos materiais e equipamentos a serem empregados, as condições de pagamento, bem como as datas de início e término dos serviços. § 1º. Salvo estipulação em contrário, o valor orçado terá validade pelo prazo de 10 (dez) dias, contado de seu recebimento pelo consumidor. § 2º. Uma vez aprovado pelo consumidor, o orçamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociação das partes. § 3º. O consumidor não responde por quaisquer ônus ou acréscimos decorrentes da contratação de serviços de terceiros, não previstos no orçamento prévio. Art. 41. No caso de fornecimento de produtos ou de serviços sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preços, os fornecedores deverão respeitar os limites o�ciais sob pena de, não o fazendo, responderem pela restituição da quantia recebida Unidade 3 - Tópico 1 em excesso, monetariamente atualizada, podendo, o consumidor, exigir, à sua escolha, o desfazimento do negócio, sem prejuízo de outras sanções cabíveis. (BRASIL, 2013). O art. 40 visa coibir o fornecedor que não cumpre o orçamento preestabelecido com o consumidor, sendo que este terá o prazo de 10 (dez) dias de validade. Já o art. 41 prevê as regras no fornecimento de produtos ou de serviços sujeitos ao tabelamento de preço pelo governo. O tabelamento de preços foi uma prática utilizada durante muitos anos no Brasil, principalmente nas décadas de 80 e 90, em virtude da alta in�ação. O artigo 42 do Código de Defesa do Consumidor disciplina a forma que deve ser adotada pelo fornecedor na cobrança de dívidas perante o consumidor inadimplente. Contudo, a cobrança se torna abusiva quando exponha o consumidor ao ridículo ou o submeta a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça. Caso o consumidor inadimplente ou em mora tiver sido submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça, deverá dirigir-se à delegacia de polícia mais próxima e dar a notícia de crime à autoridade policial, pela prática do crime constante no art. 71 do Código do Consumidor, independentemente de indenização por eventuais perdas e danos, sejam morais, sejam materiais. Na hipótese em que o consumidor pagar indevidamente o débito, este terá direito de repetição de indébito (devolução do valor), por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, corrigido monetariamente, acrescido de juros legais, independente de indenização por eventuais prejuízos morais. O fornecedor �cará salvo da repetição do indébito em dobro, se justi�cado o engano com a entrega do excesso cobrado ao consumidor. Importante salientar que, ainda que justi�cado o engano, o fornecedor não �cará imune de indenização decorrente de eventuais prejuízos de ordem moral. Os artigos 43 e 44 do Código de Defesa do Consumidor disciplinam a forma que deve ser adotada pelo fornecedor na cobrança de dívidas perante o consumidor inadimplente. São órgãos mantidos e usados pelos fornecedores para não correrem o risco de vender seus produtos ou serviços a consumidores que denominam de “maus pagadores”. São cadastros que todas as lojas, empresas, bancos, �nanciadoras, seguradoras e o comércio em geral �liados ao serviço têm acesso. 5.3.1 Da cobrança de dívidas- 5.3.2 Banco e cadastros de dados- Unidade 3 - Tópico 1 Os órgãos dos Sistemas de Proteção de Crédito ou congêneres poderão inscrever em cadastro dados pessoais, de consumos e informações objetivas, claras, verdadeiras, em linguagem de fácil compreensão (não conterá siglas nem códigos), do consumidor pelo período de 05 (cinco) anos, aos quais o consumidor terá acesso. FONTE: Disponível em: <www.orkut.com › ... › Outros › Direito do Consumidor › Fórum>. Acesso em: 8 mar. 2013. A abertura do cadastro, �cha ou registro será comunicada por escrito ao consumidor, quando não solicitada. Sempre que o consumidor encontrar inexatidão nos seus dados e cadastros, poderá exigir sua imediata correção, devendo o arquivista, no prazo de 05 (cinco) dias úteis, comunicar a alteração aos eventuais destinatários das informações incorretas. O consumidor tem direito ao acesso às informações existentes em cadastros, �chas, registros com dados pessoais, com garantia de identi�cação da fonte da informação. Os serviços de créditos não poderão informar sobre débitos prescritos. Na hipótese do consumidor estar sendo impedido ou di�cultado de acessar informações constantes de cadastro ou tomar conhecimento de inexatidões não devidamente corrigidas, poderá levar o caso ao conhecimento das autoridades competentes (Delegado de Polícia, Ministério Público), para a abertura de inquérito policial ou ajuizamento de ação penal pela prática dos crimes constantes nos arts. 72 e 73 do Código do Consumidor. Além da notícia-crime às autoridades competentes, o consumidor poderá ingressar na justiça com ação de responsabilidade civil para ser indenizado por eventuais perdas e danos. A ofensa à honra do consumidor pode gerar responsabilidade tanto de ordem material quanto de ordem moral, dependendo da extensão do dano ou do prejuízo. Caro(a) acadêmico(a)! Em resumo, os principais direitos do consumidor em relação a esses cadastros são: • Antes de colocar o nome do consumidor nestes cadastros, a loja ou empresa credora tem obrigação de comunicar por escrito ao consumidor com antecedência. Unidade 3 - Tópico 1 • O consumidor tem direito de saber as informações cadastradas a seu respeito. • As informações nestes arquivos de consumo devem ser claras, objetivas e verdadeiras e de fácil compreensão. • O consumidor que constatar erro e inexatidão nos dados e cadastros em seu nome poderá exigir a imediata correção. • O prazo máximo de permanência do nome de um consumidor em um banco de dados é de cinco anos, que são contados da data do fato que originou sua inscrição, ou seja, do dia em que o pagamento deveria ser efetuado. Os bancos de dados mais conhecidos são: • SERASA: é um banco de dados administrados pelo grupo SERASA EXPERIAN. É o maior bureau de crédito do mundo fora dos Estados Unidos, detendo o mais extenso banco de dados da América Latina sobre consumidores, empresas e grupos econômicos. É uma empresa que reúne informações sobre os consumidores inadimplentes e informa aos seus associados, que são os bancos. • SPC (Serviçode Proteção ao Crédito): é um banco de dados ligado à Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL). Arrecada informações do comércio local e regional sobre os consumidores que não pagam e as fornece às lojas e empresas. O contrato é o acordo de vontades que tem o �m de adquirir, conservar, resguardar, modi�car e extinguir direitos, devendo as partes estar em pé de igualdade. Cada uma ditará regras que poderão ser receptivas ou não. Acontece, na maioria das vezes, que um dos contratantes resolve apresentar o contrato com cláusulas preestabelecidas, sem que o outro tenha oportunidade de modi�cá-lo (contratos de adesão). Estes contratos, geralmente, possuem cláusulas que bene�ciam apenas uma das partes, em detrimento de outra. No caso de existência de cláusulas abusivas ou aliciadoras nos contratos de adesão, estas serão tidas como não escritas e deverão ser levados tais contratos à apreciação do juiz para considerar tais práticas como não escritas. Pois nem tudo o que consta num contrato de fornecimento de produtos e serviços tem validade plena para o consumidor. 6 DA PROTEÇÃO CONTRATUAL- Unidade 3 - Tópico 1 O art. 51 do CDC apresenta o rol exempli�cativo de cláusulas abusivas, considerando-as como nulas de pleno direito, pois, em caráter geral, presumem-se abusivas todas as cláusulas que: se aceitas, poderiam colocar o consumidor num plano de inferioridade na relação contratual, prejudicando ou inviabilizando o exercício pleno de seus direitos. Isto se dá, em regra, segundo a lei, quando a vantagem contratual conferida ao fornecedor ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a que pertence. Restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza do contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou o equilíbrio contratual. Mostra-se excessivamente onerosa para o consumidor, considerando-se a natureza e o conteúdo do contrato, o interesse das partes e outras circunstâncias peculiares ao caso. FONTE: Disponível em: <http://www.idec.org.br/consultas/codigo-de-defesa-do- consumidor/capitulo-vi>. Acesso em: 8 mar. 2013. Segundo o art. 51 do Código de Defesa do Consumidor, são nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que: I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de consumo entre o fornecedor e o consumidor, pessoa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em situações justi�cáveis; II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga, nos casos previstos neste Código; III - trans�ram responsabilidades a terceiros; IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou seja, incompatíveis com a boa-fé ou a equidade; V - (vetado); VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor; VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem; VIII - imponham representante para concluir ou realizar outro consumidor; IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato, embora obrigando o consumidor; 6.1 DAS CLÁUSULAS ABUSIVAS- Unidade 3 - Tópico 1 X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação do preço de maneira unilateral; XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente, sem que igual direito seja conferido ao consumidor; XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua obrigação, sem que igual direito lhe seja conferido contra o fornecedor; XIII - autorizem o fornecedor a modi�car unilateralmente o conteúdo ou a qualidade do contrato, após sua celebração; XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambientais; XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor; XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização por benfeitorias necessárias. (BRASIL, 2013). Contudo, procurando preservar um contrato e delimitar a interferência no domínio nas relações comerciais privadas, o Código de Defesa do Consumidor ressalta em seu art. 51, §1º, que: a nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida o contrato, exceto quando de sua ausência, apesar dos esforços de integração, decorrem ônus excessivos a qualquer das partes. Desse modo, se for possível isolar a cláusula abusiva do contexto contratual, sua nulidade �ca restrita a seu próprio conteúdo. Ao eliminar a cláusula abusiva, cabe ao juiz proceder a uma revisão do contrato para preservá-lo, sempre que possível. Somente quando, pela eliminação da parcela abusiva, se tornar desequilibrada de uma forma irremediável a relação contratual, é que se terá de optar pela completa resolução do negócio. (CC, art. 478). Considera-se integração a operação pela qual se substitui a cláusula abusiva pelas regras comuns dispositivas do direito contratual, a �m de conservar-se o vínculo negocial e�caz entre as partes. O Código de Defesa do Consumidor valoriza o aspecto ético das relações negociais de massa, reconhecendo ao consumidor, dentre os seus “direitos básicos”, o de revisão de contrato. O objetivo do legislador não foi o de fragilizar ou inutilizar o instituto do contrato, tornando-se simplesmente rompível unilateralmente pelo consumidor. Em nome do “princípio da boa-fé” o que se visou foi, antes de tudo, aperfeiçoar o negócio jurídico, revendo sua base para torná-lo equitativo, seja por reequacionamento 6.2 REVISÃO CONTRATUAL- Unidade 3 - Tópico 1 das prestações, seja por eliminação das cláusulas abusivas. Somente em último caso, quando a eliminação da cláusula abusiva conduzir a uma total frustração da �nalidade contratual, é que a intervenção judicial resultará, excepcionalmente, na ruptura ou desconsideração de todo o contrato. Nesse sentido, o inciso V do art. 6º do CDC não prevê a rescisão do contrato, mas a “modi�cação das cláusulas que estabeleçam prestações desproporcionais” (lesão) ou “sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas”. (BRASIL, 2013). Da mesma forma, o § 2º do art. 51 do CDC dispõe, textualmente, que “a nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida o contrato, exceto de quando sua ausência, apesar dos reforços de integração, decorrer ônus excessivo a qualquer uma das partes”. (BRASIL, 2013). Está expressamente autorizada a revisão judicial do contrato em que a prestação entre as partes não se mostre equilibrada, segundo os próprios termos da convenção ajustada entre fornecedor e consumidor. (art. 6º, V do CDC). Mas a revisão não se estabelece por qualquer divergência entre obrigações e vantagens recíprocas, mesmo porque, na atividade comercial, em que se realizam os negócios de consumo, a busca do lucro é natural, o que impõe sempre uma razoável diferença entre o que uma parte presta e a outra contrapresta. O juiz só interferirá na economia do contrato se detectar o abuso de direitos e deveres, em detrimento do consumidor, na relação contratual vista como um todo, o que passa a ser indício de abuso, a chamar a ação reequilibradora do novo direito contratual em sua visão social. As sociedades modernas evoluíram para um tipo de comportamento econômico que exigiu do Estado uma política de maior intervenção no plano do contrato, principalmente em defesa dos consumidores. Surgiu um autêntico direito do consumo. Esses novos rumos do Direito não podem evitar a constatação de que os tempos atuais são comandados pelo consumo de massas, cuja exigência de organização empresarial não pode prescindir de padrões uniformizados de negociação e contratação. E, nesses novos hábitos negociais, os contratos de massa, em regra, são frutos de estipulação unilateral dos fornecedores, que, pela própria conjuntura, não ensejam aos consumidores uma discussão individual das cláusulas e condições de cada operação, como deveria ocorrer segundo os padrões clássicos do “princípio da autonomia plena de vontades”. 6.3 DOS CONTRATOS DE ADESÃO-Unidade 3 - Tópico 1 RESUMO DO TÓPICO Dessa forma, nas sociedades atuais, determinadas pelo regime das operações de massa, a adoção pelos fornecedores de contratos uniformes ou submetidos a condições gerais unilateralmente estipuladas é um imperativo da ordem econômica vigente. Nenhuma lei proíbe semelhante prática negocial. O que as leis de proteção ao consumidor fazem é apenas impedir que o contrato de adesão sirva para imposição de cláusulas abusivas e iníquas. Ou seja, se de um lado os contratos de adesão desempenham uma função econômico- jurídica importante no mercado de consumo, por corresponderem a instrumento vital para a plani�cação econômica da empresa, portanto sendo um meio dinamizador dos consumos de massa, é também inegável que os benefícios econômicos do sistema não impedem abuso de fornecedores que se aproveitam do instrumento para promover abusos. Isto porque as condições econômicas exigem a uniformidade das cláusulas que, por sua vez, impedem a natural discussão dos termos negociais. Uma vez, porém, que o consumidor aderente �ca privado de discutir os termos do contrato, a lei interfere nessa prática de negócio de�nido unilateralmente para veri�car se o fornecedor se prevalece e abusa de sua condição de predomínio econômico-social. Assim, os contratos de adesão são o palco mais propício à estipulação das condições abusivas de que cogita o Código de Defesa do Consumidor. Como já se expôs, embora essas condições ilícitas sejam nulas de pleno direito, não acarretam necessariamente a nulidade de todo o contrato, de modo que, se retirando a cláusula abusiva e procedendo-se, se necessária, a “integração do negócio” por meio de revisão das principais prestações previstas, poderá perfeitamente ser mantido e�caz. Neste tópico vimos: • Que a Tutela Civil envolve vários conceitos inerentes à defesa do consumidor contra as práticas comerciais abusivas e enganosas, tanto nas relações eminentemente comerciais, quanto na relação contratual. • Aprendemos que o fornecimento de produtos e serviços defeituosos obriga os fornecedores a reparar aos consumidores os prejuízos por estes sofridos. Unidade 3 - Tópico 1 AUTOATIVIDADES A) É abusiva qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza do produto. B) É abusiva, dentre outras, a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da de�ciência de julgamento e experiência da criança, desrespeita valores ambientais. Ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança. C) É permitido ao fornecedor de produtos deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar a �xação de seu termo inicial a seu exclusivo critério. D) O consumidor responde por quaisquer ônus ou acréscimos decorrentes da contratação de serviços de terceiros não previstos no orçamento prévio. Responder A) Os produtos e serviços colocados no mercado de consumo poderão acarretar riscos à saúde ou segurança do consumidor, pois são • O direito de reclamação é legalmente assegurado ao consumidor, dentro dos prazos estabelecidos no Código de Defesa do Consumidor. UNIDADE 3 - TÓPICO 1 1 Assinale a alternativa CORRETA: 2 Assinale a alternativa CORRETA: Unidade 3 - Tópico 1 previsíveis em decorrência de sua natureza e fruição, sendo que o consumidor deve ter responsabilidade no seu uso. B) O fornecedor poderá colocar no mercado de consumo produto ou serviço que sabe ou deveria saber apresentar alto grau de nocividade ou periculosidade à saúde ou segurança. C) Prescreve em 90 (noventa) dias a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do produto ou do serviço, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria. D) O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca em 30 dias tratando-se de serviços ou produtos não duráveis. Responder A) Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços. B) As infrações das normas de defesa do consumidor �cam somente sujeitas às sanções administrativas. C) O consumidor tem direito ao acesso às informações existentes em cadastros, �chas, registros com dados pessoais, com garantia de identi�cação da fonte da informação, porém tal requisição somente poderá ser efetuada judicialmente. D) No fornecimento de produtos ou serviços que envolvam outorga de crédito ou concessão de �nanciamento ao consumidor, o fornecedor deverá obrigatoriamente informar ao consumidor o preço �nal de venda. As informações referentes ao montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de juros possuem caráter meramente informativo, não obrigando constar tal informação no encarte/pan�eto. Responder 3 Assinale a alternativa CORRETA: Unidade 3 - Tópico 1 Unidade 2 Tópico 2 Conteúdo escrito por: Todos os direitos reservados © Prof. Renildo Dorow Unidade 3 - Tópico 1 https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ADG14_direito_empresarial/unidade2.html?topico=4 TUTELAS JURÍDICAS UNIDADE 3 TUTELA ADMINISTRATIVA TÓPICO 2 A tutela administrativa envolve a mais extensa e complexa rede de mecanismos e órgãos de defesa do consumidor, seja em nível municipal, estadual ou federal. Ocorre, especi�camente, através de uma ampla legislação protetiva; através do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor e por meio da �scalização, do controle e da aplicação de sanções administrativas aos infratores. O Código de Defesa do Consumidor prevê a participação de diversos órgãos públicos e entidades privadas, bem como o incremento de vários institutos como instrumentos para a realização da política de consumo. Quis o Código que o esforço fosse nacional, integrando os mais diversos segmentos que têm contribuído para a evolução da defesa do consumidor no Brasil. FONTE: Disponível em: <www.sejus.ce.gov.br/index.php/downloads/category/7-?...base..>. Acesso em: 8 mar. 2013. Integram o Sistema Nacional de Defesa do Consumidor (SNDC) a Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça e os demais órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal, municipais e as entidades civis de defesa do consumidor, para a implementação efetiva dos direitos do consumidor e para o respeito da pessoa humana na relação de consumo. 1 INTRODUÇÃO- 2 SISTEMA NACIONAL DE DEFESA DO CONSUMIDOR- Unidade 3 - Tópico 2 O SNDC foi estabelecido no artigo 105 do Código de Defesa do Consumidor e regulamentado através do Decreto nº 2181, de 20-03-1997. Conforme o Código Consumerista, integram o SNDC a Secretaria de Direito Econômico – SDE, do Ministério da Justiça, por meio do seu Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor - DPDC, e os demais órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal, municipais e entidades civis de defesa do consumidor. O DPDC é o organismo de coordenação da política do SNDC e tem como atribuições principais coordenar a política e ações do SNDC, bem como atuar concretamente naqueles casos de relevância nacional e nos assuntos de maior interesse para a classe consumidora. Além de estabelecer as normas gerais de aplicação das sanções administrativas previstas na Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, desenvolver ações voltadas ao aperfeiçoamento do sistema, à educação para o consumo e para melhor informação e orientação dos consumidores. Estimado(a) acadêmico(a)! Conforme determinação expressa do artigo 3º do Decreto nº 2181, de 20-03-1997, compete à Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça a coordenação da política do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor: I - planejar, elaborar, propor, coordenar e executar a política nacional de proteção e defesa do consumidor; II - receber, analisar, avaliar e apurar consultas e denúnciasapresentadas por entidades representativas ou pessoas jurídicas de direito público ou privado ou por consumidores individuais; III - prestar aos consumidores orientação permanente sobre seus direitos e garantias; IV - informar, conscientizar e motivar o consumidor, por intermédio dos diferentes meios de comunicação; V - solicitar à polícia judiciária a instauração de inquérito para apuração de delito contra o consumidor, nos termos da legislação vigente; VI - representar ao Ministério Público competente, para �ns de adoção de medidas processuais, penais e civis, no âmbito de suas atribuições; VII - levar ao conhecimento dos órgãos competentes as infrações de ordem administrativa que violarem os interesses difusos, coletivos ou individuais dos consumidores; VIII - solicitar o concurso de órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como auxiliar na �scalização de preços, abastecimento, quantidade e segurança de produtos e serviços; IX - incentivar, inclusive com recursos �nanceiros e outros programas especiais, a criação de órgãos públicos estaduais e municipais de defesa do consumidor e aUnidade 3 - Tópico 2 formação, pelos cidadãos, de entidades com esse mesmo objetivo; X - �scalizar e aplicar as sanções administrativas previstas na Lei nº 8.078, de 1990, e em outras normas pertinentes à defesa do consumidor; XI - solicitar o concurso de órgãos e entidades de notória especialização técnico- cientí�ca para a consecução de seus objetivos; XII - celebrar convênios e termos de ajustamento de conduta, na forma do § 6o do art. 5o da Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985; (Redação dada pelo Decreto nº 7.738, de 2012). XIII - elaborar e divulgar o cadastro nacional de reclamações fundamentadas contra fornecedores de produtos e serviços, a que se refere o art. 44 da Lei nº 8.078, de 1990. XIV - desenvolver outras atividades compatíveis com suas �nalidades. (BRASIL, 2013) Os Procons são órgãos estaduais e municipais de defesa do consumidor, criados na forma da lei, especi�camente para este �m. Com competências, no âmbito de sua jurisdição, para exercitar as atividades contidas no CDC e no Decreto nº 2.181/97, visando garantir os direitos dos consumidores. Veri�ca-se, dessa forma, que as competências são concorrentes entre União, Estados e Municípios no que se refere aos direitos dos consumidores, não havendo, portanto, relação hierárquica entre o DPDC e os Procons ou entre Procons. Estes são, portanto, os órgãos o�ciais locais, que atuam junto à comunidade, prestando atendimento direto aos consumidores, tendo, desta forma, papel fundamental na atuação do SNDC. Outro importante aspecto da atuação dos Procons diz respeito ao papel de elaboração, coordenação e execução da política local de defesa do consumidor, concluindo as atribuições de orientar e educar os consumidores, dentre outras. FONTE: Disponível em: <www.mp.go.gov.br/portalweb/hp/4/.../cartilha_procons_municipais.p...>. Acesso em: 8 mar. 2013. Em nível estadual, tem-se 27 Procons no total, um para cada unidade da Federação. Conforme mencionado, os Procons estaduais têm no âmbito de sua jurisdição competência para planejar, coordenar e executar a política estadual de proteção e defesa do consumidor. Assim, para o melhor funcionamento do sistema estadual de defesa do consumidor, faz-se necessário que exista um estreito relacionamento entre os Procons municipais e o estadual, bem como entre os próprios órgãos municipais.Unidade 3 - Tópico 2 Ressalta-se que aos Procons é dado o poder de polícia, que se constitui em �scalizar o mercado de consumo e inclusive aplicar penalidades a fornecedores em razão de infração às normas de proteção do consumidor. Pois sempre que condutas praticadas no mercado de consumo atingirem diretamente os consumidores, é legítima sua atuação na aplicação das sanções administrativas previstas em lei, decorrentes do poder de polícia que lhe é conferido. Contudo, a atuação do Procon não inviabiliza, nem exclui, a atuação de outros órgãos �scalizadores, como, por exemplo, o BACEN, autarquia que possui competência privativa para �scalizar e punir as instituições bancárias quando agirem em descompasso com a lei, e a vigilância sanitária quanto ao aspecto sanitário dos estabelecimentos comerciais. Outras duas entidades merecem destaque pela sua importante atuação na defesa dos direitos dos consumidores: o Ministério Público e as entidades organizadas da sociedade civil. As entidades civis de defesa do consumidor, além da participação nos colegiados e da parceria com órgãos públicos em projetos e atividades, poderão: Encaminhar denúncias aos órgãos públicos de proteção e defesa do consumidor, para as providências legais cabíveis. Representar o consumidor em juízo, observado o disposto no inciso IV do artigo 82 da Lei nº 8078, de 1990. Exercer outras atividades correlatas. (BRASIL, 2013). Já o Ministério Público tem tanto atuação de natureza administrativa ou extrajudicial na defesa do consumidor. A �scalização das relações de consumo de que tratam a Lei nº 8078, de 1990, será exercida em todo o território nacional pela Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça, por meio do DPDC, pelos órgãos federais integrantes do SNDC, pelos órgãos conveniados com a Secretaria e pelos órgãos de proteção e defesa do consumidor. Criados pelos Estados, Distrito Federal e Municípios, em suas respectivas áreas de atuação e competência através de agentes �scais, o�cialmente designados, vinculados aos respectivos órgãos de proteção e defesa do consumidor, no âmbito federal, estadual, do Distrito Federal e municipal, devidamente credenciados mediante Cédula de Identi�cação Fiscal, admitidos à delegação mediante convênio. 3 PRÁTICAS INFRATIVAS- Unidade 3 - Tópico 2 FONTE: Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d2181.htm>. Acesso em: 8 mar. 2013. As práticas consideradas infrativas estão previstas no art. 12 do Decreto nº 2.181, de 20 de março de 1997. Dentre estas podemos destacar a falta de informações claras e precisas sobre os produtos e serviços expostos à venda. Por exemplo, nos bares e restaurantes, estas informações devem estar expostas através de cardápio e tabela de preços a�xada em local de fácil visualização para o consumidor, inclusive sobre a exigência do pagamento de taxa de 10% do garçom. Também o comerciante não pode diferenciar valores para pagamento à vista, em dinheiro ou no cartão de crédito, nem determinar um valor mínimo para pagamento com cartão. Também não poderá exigir tempo mínimo de abertura de conta para pagamento com cheques. O comerciante não é obrigado a aceitar estas modalidades de pagamento (cartão ou cheque), mas, à medida que o faz, não poderá criar di�culdades para aceitação dos mesmos. FONTE: Disponível em: <www.proconcg.com/geral/layout.php? subaction=showfull&id...>. Acesso em: 8 mar. 2013. Também constitui prática infrativa a publicidade enganosa ou abusiva. As práticas infrativas classi�cam-se em leves: aquelas em que forem veri�cadas somente circunstâncias atenuantes, e graves: são aquelas em que forem veri�cadas circunstâncias agravantes. O artigo 55 do Código de Defesa do Consumidor determina que é de competência da União e dos Estados-membros, além do Distrito Federal, nas respectivas áreas de atuação administrativa, editar, em caráter concorrente, normas jurídicas relativas à produção, industrialização, distribuição e consumo de produtos e serviços. O §1º do referido artigo, por sua vez, atribui também aos municípios a competência para �scalizar e controlar o fornecimento de bens ou serviços, no interesse da preservação da vida, saúde, segurança, informação e bem-estar do consumidor, baixando as normas que se �zerem necessárias. FONTE: Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8078compilado.htm>. Acesso em: 9 mar. 2013. Nesse sentido, veri�camos que as associações de defesa do consumidor não têm legitimidade para editar normas de consumo e aplicação de multas, porémpodem 4 SANÇÕES ADMINISTRATIVAS- Unidade 3 - Tópico 2 ajudar na efetiva �scalização, enviando aí a devida comunicação aos órgãos competentes, para que estes apliquem as medidas necessárias. Veri�camos que a competência suplementar do município para suprir omissões e lacunas das legislações federais e estaduais, previstas no art. 30, II da CF/88, deve ser acionada sempre que presente o requisito do interesse local ou quando se tratar de matéria de peculiar interesse do município. Como exemplo, tomemos a edição por vários municípios de lei que regula o tempo máximo de permanência nas �las para atendimento bancário. O § 4º do art. 55 do Código de Defesa do Consumidor ainda concede à União, aos Estados e municípios prerrogativa da mais alta importância, permitindo a expedição de noti�cação aos fornecedores, com vistas à obtenção de informações no interesse dos consumidores, sob pena de desobediência. Segundo o Código Consumerista, as infrações das normas de defesa do consumidor �cam sujeitas, conforme o caso, às seguintes sanções administrativas, sem prejuízo das de natureza civil, penal e das de�nidas em normas especí�cas (art. 56). I. multa; II. apreensão do produto; III. inutilização do produto; IV. cassação do registro do produto junto ao órgão competente; V. proibição de fabricação do produto; VI. suspensão de fornecimento de produtos ou serviços; VII. suspensão temporária de atividade; VIII. revogação de concessão ou permissão de uso; IX. cassação de licença do estabelecimento ou de atividade; X. interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de obra ou de atividade; XI. intervenção administrativa; XII. imposição de contrapropaganda.(BRASIL, 2013). É importante salientar que: as sanções previstas serão aplicadas pela autoridade administrativa, no âmbito de sua atribuição, podendo ser aplicadas, cumulativamente, inclusive por medida cautelar, antecedente ou incidente de procedimento administrativo. (BRASIL, 2013). Unidade 3 - Tópico 2 Desse modo, o Código distingue, basicamente, três modalidades de sanções administrativas: 1. Sanções pecuniárias: representadas pelas multas aplicadas em razão do inadimplemento dos deveres de consumo. 2. Sanções administrativas: são aquelas que envolvem bens ou serviços colocados no mercado de consumo e compreendem: a apreensão, inutilização, cassação do registro, proibição de fabricação ou suspensão do fornecimento de produtos ou serviços. 3. Sanções subjetivas: referidas à atividade empresarial ou estatal dos fornecedores de bens ou serviços, compreendem a suspensão temporária da atividade, cassação de licença do estabelecimento ou de atividade, interdição total ou parcial de estabelecimento, obra ou atividade, intervenção administrativa, inclusive a imposição de contrapropaganda. FONTE: Disponível em: <uj.novaprolink.com.br/.../das_sancoes_administrativas_no_codigo_d...>. Acesso em: 9 mar. 2013. A pena de multa é graduada de acordo com a gravidade da infração, a vantagem auferida e a condição econômica do fornecedor. Será aplicada mediante procedimento administrativo, revertendo para o Fundo de que trata a Lei nº 7347, de 24 de julho de 1985, os valores cabíveis à União, ou para os fundos estaduais ou municipais de proteção ao consumidor nos demais casos. FONTE: Disponível em: <www.jusbrasil.com.br/.../peticao-de-recurso-especial-resp- 1229957-st...>. Acesso em: 9 mar. 2013. Quanto à sua quanti�cação, a multa será em montante não inferior a duzentas e não superior a três milhões de vezes o valor da Unidade Fiscal de Referência (UFIR), ou índice equivalente que venha a substituí-lo. FONTE: Disponível em: <jus.com.br/.../apelacao-aumento-do-valor-da-indenizacao- por-danos-...>. Acesso em: 9 mar. 2013. Já as penas de apreensão, de inutilização de produtos, de proibição de fabricação de produtos, de suspensão do fornecimento de produto ou serviço, de cassação do registro do produto e revogação da concessão ou permissão de uso serão aplicadas pela administração, mediante procedimento administrativo, assegurada ampla defesa, quando forem constatados vícios de quantidade ou de qualidade por inadequação ou insegurança do produto ou serviço. (BRASIL, 2013). Nas penas de cassação de alvará de licença, de interdição e de suspensão temporária da atividade, bem como a de intervenção administrativa, serãoUnidade 3 - Tópico 2 aplicadas mediante procedimento administrativo, assegurada ampla defesa, quando o fornecedor reincidir na prática das infrações de maior gravidade previstas neste Código e na legislação de consumo. FONTE: Disponível em: <www.conteudojuridico.com.br/artigo,das-sancoes- administrativas-no-...>. Acesso em: 9 mar. 2013. A pena de cassação da concessão será aplicada à concessionária de serviço público, quando violar obrigação legal ou contratual. A pena de intervenção administrativa será aplicada sempre que as circunstâncias de fato desaconselharem a cassação de licença, a interdição ou suspensão da atividade. (BRASIL, 2013). Art. 60 - A imposição de contrapropaganda será cominada quando o fornecedor incorrer na prática de publicidade enganosa ou abusiva, sempre às expensas do infrator, e será divulgada pelo responsável da mesma forma, frequência e dimensão e, preferencialmente, no mesmo veículo, local, espaço e horário, de forma capaz de desfazer o malefício da publicidade enganosa ou abusiva. (BRASIL, 2013). Os órgãos públicos (Procons, Ministério Público) que exercem a defesa do consumidor poderão celebrar compromissos nos quais os infratores se submetem a certas condutas e comportamentos, ou a prestar certos fatos, ou mesmo a deixar de prestá-los, sempre em favor dos consumidores. O compromisso de ajustamento de conduta está de�nitivamente instituído como instrumento para composição de con�itos em matéria de interesses difusos e coletivos. Segundo o art. 6 º do Decreto nº 2.181, de 20 de março de 1997, o compromisso de ajustamento conterá, entre outras, cláusulas que estipulem condições sobre: I - Obrigação do fornecedor de adequar sua conduta às exigências legais, no prazo ajustado. II - pena pecuniária, diária, pelo descumprimento do ajustado, levando-se em conta os seguintes critérios: a) o valor global da operação investigada; b) o valor do produto ou serviço em questão; c) os antecedentes do infrator; d) a situação econômica do infrator; 5 COMPROMISSO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA- Unidade 3 - Tópico 2 III - ressarcimento das despesas de investigação da infração e instrução do procedimento administrativo. (BRASIL, 2013). Além da correção da conduta futura, é possível a�rmar-se, com certeza, que o fornecedor pode corrigir – ou ajustar – sua conduta passada, comprometendo-se a uma série de obrigações positivas ou negativas para sanar as lesões já causadas aos consumidores, coletiva ou individualmente considerados. Para isso, o termo de compromisso de ajustamento de condutas se transforma em valioso instrumento para composição de con�itos dessa natureza. A possibilidade de se ajustarem a condições de modo, tempo e lugar do cumprimento das obrigações evitará maior dispêndio de tempo e dinheiro em ações judiciais, que devem ser deixadas como último recurso para composição de con�itos. FONTE: Disponível em: <www.mp.rn.gov.br/cpj/.../2503-08-CSMP- HOMOLOGAÇÃO.pdf>. Acesso em: 9 mar. 2013. LEITURA COMPLEMENTAR NOTÍCIA: MINISTÉRIO DA JUSTIÇA MULTA PEUGEOT POR PUBLICIDADE ENGANOSA 17/12/2012 A empresa Peugeot Citroën do Brasil Automóveis Ltda. foi multada nesta segunda- feira (17/12) em mais R$ 300 mil reais por induzir consumidores a adquirir veículos pelo valor anunciado, mas não incluir os outros valores que deveriam ser pagos ao adquirir o produto. As multas por publicidade enganosa foram aplicadas pela Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça (Senacon/MJ), por meio do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC). A Peugeot Citroën tem dez dias, a contar da data da intimação, para apresentar recurso à Senacon. De acordo com o DPDC, a primeira multafoi por causa da campanha publicitária “Demorou, Dançou”, em que o produto Pegeout 206 era anunciado pelo valor de “parcelas a partir de R$ 206”. A empresa não mencionou a existência do valor de entrada e das parcelas intermediárias na mesma proporção visual do valor chamativo. A segunda multa foi aplicada também por falta de informação essencial ao consumidor sobre o custo efetivo total da operação de crédito na promoção “Eu e Peugeot, Peugeot e eu”. A informação “câmbio typtronic grátis”, seguido de “+ 3 anos de garantia” e “3 anos de seguro” induziu o consumidor a acreditar que além Unidade 3 - Tópico 2 RESUMO DO TÓPICO do câmbio grátis, também ganharia três anos de garantia e seguro, mas os serviços adicionais eram embutidos no valor das parcelas. O diretor do DPDC, Amaury Oliva, avalia que o mercado de consumo maduro pressupõe relações de consumo pautadas na boa-fé, transparência, lealdade e respeito ao consumidor. “É dever de o fornecedor garantir a informação clara e ostensiva sobre o preço e a composição dos produtos e serviços que comercializa. Essas informações são fundamentais para o consumidor exercer efetivamente seu direito de escolha”, ressalta. O valor das multas no total de R$ 373.136 deve ser depositado em favor do Fundo de Defesa de Direitos Difusos do Ministério da Justiça e será aplicado em ações voltadas à proteção do meio ambiente, do patrimônio público e de defesa dos consumidores. FONTE: Ministério da Justiça. Disponível em: <http://portal.mj.gov.br>. Acesso em: 5 fev. 2013 Neste tópico você viu que: • A Tutela Administrativa compreende uma série de medidas administrativas adotadas pelos órgãos componentes do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor, para coibir as práticas abusivas cometidas pelos fornecedores no mercado de consumo. • As sanções podem ser de três naturezas distintas: • Sanções pecuniárias: representadas pelas multas aplicadas em razão do inadimplemento dos deveres de consumo. • Sanções administrativas: que são aquelas que envolvem bens ou serviços colocados no mercado de consumo e compreendem a apreensão, inutilização, cassação do registro, proibição de fabricação ou suspensão do fornecimento de produtos ou serviços. • Sanções subjetivas: que se referem à atividade empresarial ou estatal dos fornecedores de bens ou serviços, compreendendo a suspensão temporária da atividade, cassação de licença do estabelecimento ou de atividade, interdição total ou parcial de estabelecimento, obra ou atividade, intervenção administrativa, inclusive a imposição de contrapropaganda.Unidade 3 - Tópico 2 AUTOATIVIDADES A) Revogação de concessão de uso. B) Cassação de licença do estabelecimento. C) Intervenção administrativa. D) Divulgação de direito de resposta. Responder A) Resposta. B) Pan�eto. C) Nota. D) Contrapropaganda. Responder UNIDADE 3 - TÓPICO 2 1 Dentre as sanções administrativas previstas no Código de Defesa do Consumidor, não se inclui: 2 No caso de sanção administrativa pela prática de propaganda enganosa, a punição adequada, nos termos do Código de Defesa do Consumidor será: Unidade 3 - Tópico 2 A) Cassação de licença do estabelecimento, prisão dos gerentes da empresa e apreensão do produto. B) Intervenção administrativa, multa e prisão dos gerentes da empresa. C) Cassação do registro do produto junto ao órgão competente, obrigação de indenizar e intervenção administrativa. D) Suspensão temporária de atividade, inutilização do produto e revogação de concessão ou permissão de uso. Responder Responder 3 Constituem sanções administrativas, previstas no Código de Defesa do Consumidor, aplicáveis às infrações das normas de defesa do consumidor, entre outros, os de: 4 Re�ita sobre o texto indicado para Leitura Complementar e comente se os órgãos administrativos de defesa do consumidor estão, de forma e�caz, coibindo as práticas infrativas cometidas pelos fornecedores no mercado de consumo. Como fonte de pesquisa, acesse a internet no site do Ministério da Justiça, em Direito do consumidor. Unidade 3 - Tópico 2 Tópico 1 Tópico 3 Conteúdo escrito por: Todos os direitos reservados © Prof. Renildo Dorow TUTELAS JURÍDICAS UNIDADE 3 TUTELA PENAL TÓPICO 3 Além dos âmbitos administrativos e civis de defesa do consumidor, assume relevante papel nas diretrizes traçadas pelo Código de Defesa do Consumidor sua tutela no âmbito penal, até como forma de assegurar a efetividade das demais normas insertas no referido Código. Cabe ao consumidor em geral denunciar os abusos, irregularidades e infrações constatadas aos órgãos de defesa do consumidor, às delegacias do consumidor ou ao Ministério Público, para que os mesmos possam tomar as medidas necessárias para aplicação das sanções penais competentes e, assim, os que atentam contra as relações de consumo venham a ser punidos efetivamente, não apenas porque praticaram infrações, mas também para que não continuem a praticá-las. O desinteresse do consumidor, aliado sempre ao dano individualizado e, muitas vezes, pequeno do ponto de vista econômico, porém relevante no sentido coletivo, bem como a impunidade nos chamados “crimes econômicos”, é que levam a uma sensação de desproteção do consumidor e desalento quanto a ver seus interesses ou direitos efetivamente assegurados. O Direito Penal do Consumidor tem por �nalidade o estudo de toda a forma de proteção penal à relação de consumo, como bem jurídico imaterial, supraindividual e difuso. 1 INTRODUÇÃO- 2 DIREITO PENAL DO CONSUMIDOR- Unidade 3 - Tópico 3 O Direito Penal do Consumidor circula em torno dos crimes contra o consumidor, os quais são formas de abuso de poder econômico que atentam contra a ordem econômica geral e devem ser coibidos. Portanto, trata-se de um conjunto de normas que se desenvolvem em torno das infrações cometidas nas relações de consumo. A identi�cação de condutas praticadas por fornecedores como crimes visam proteger, de forma imediata, além da relação de consumo, outros objetos, tais como: o direito à vida, à saúde, ao patrimônio. Considerando os princípios gerais do Direito Penal, no Direito Penal do Consumidor observam-se os seguintes princípios especí�cos: • Princípio da Integridade ou da Intangibilidade da Relação de Consumo. Isto é, através das normas penais do consumidor, visa assegurar a integridade daquela relação, sua seriedade, importância e retidão. • Princípio da Informação Verdadeira, Adequada e Séria: signi�ca que o fornecedor pode ser apenado criminalmente pela omissão da informação ao consumidor. Este princípio praticamente domina os delitos relativos às infrações de consumo. FONTE: Disponível em: <http://www.idecrim.com.br/index.php/direito/15- consumidor>. Acesso em: 9 mar. 2013. A ação penal é, geralmente, pública e incondicionada. Porém, observem-se as regras contidas na Lei nº 9.099/95, nas quais vigora o princípio da oportunidade, em substituição ao princípio da obrigatoriedade. Elementos comuns dos crimes contra as relações de consumo: • Sujeito Ativo: é o fornecedor. • Sujeito Passivo: principal, a coletividade, secundário, o consumidor. • Objeto Material: é o produto. • Elemento Subjetivo: é o dolo de perigo (vontade livremente dirigida no sentido de expor o objeto jurídico a perigo de dano). O Código de Defesa do Consumidor optou por criminalizar 12 condutas contra o consumidor, em correspondência com o desrespeito aos seus direitos, abrangendo as áreas de nocividade e periculosidade de produtos e serviços, fraude em oferta, publicidade enganosa e abusiva, fraudes e práticas abusivas. 3 DOS CRIMES CONTRA AS RELAÇÕES DE CONSUMO- Unidade 3 - Tópico 3 Vejamos as condutas delituosas previstas no Código Consumerista e suas respectivas penas, sem prejuízo do disposto no Código Penal e leis especiais: • Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosidade de produtos, nas embalagens, nos invólucros, recipientes ou publicidade: Pena - Detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa. § 1º. Incorrerá
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