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ANJOS, HOMEM, PECADO E SALVAÇÃO LIÇÃO 1 A CRIAÇÃO O termo “criação”, tem origem no hebraico “barah” e do lat. “creationem”. Ato exclusivo de Deus, pois Ele é o único ser que pode suscitar alguma coisa do nada. Eis o texto bíblico que mais luz esparge sobre o ato criativo de Deus: “Pela fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente”, Hebreus 11.3 Os gregos, ao contrário, acreditavam na existência de uma matéria original, da qual procederam todas as coisas. Todavia, Deus não necessitou de nenhuma pré- matéria para criar o Universo; sua palavra foi suficiente. A EXISTÊNCIA DE DEUS De todas as doutrinas esposadas nas Escrituras Sagradas, sem dúvida alguma a mais importante, a principal de todas é a doutrina que trata especificamente da Pessoa de Deus. Sendo Deus a origem de tudo e de todos, forçoso é que nos voltemos para ele antes de tratarmos de conhecer qualquer segmento do abundante conteúdo teológico do Livro Santo. Neste mister, vale ressaltar que careceríamos de muitíssimo tempo e espaço para discorrer sobre Deus, posto que dele está cheia toda a Bíblia. Basta dizer, introdutoriamente, que os 7 nomes ou títulos principais de Deus aparecem nada menos de 10.775 vezes no texto sagrado. O fato mais primário das Escrituras é a menção da existência de Deus. Nunca se trata de prová-la, senão apenas expô-la, posto ser ela explicitamente auto-evidente. A Bíblia inicia com a informação de que no princípio Deus criou os Céus e a Terra. Ela não começa seu texto como milhares de livros de ficção: Era uma vez. Não. No princípio Deus. À guisa de informação, e sem qualquer propósito de descer a detalhes, vale mencionar que somente no versículo primeiro do primeiro capítulo de Gênesis emanam nada menos de 7 importantes doutrinas relacionadas com a pessoa de Deus, a saber: 1ª) A existência de Deus. “No princípio criou Deus ...” 2ª) A eternidade de Deus. “No princípio ...” 3ª) O poder de Deus. “Criou ...” 4ª) A soberania de Deus. “No princípio criou Deus ...” 5ª) A vontade de Deus. “No princípio criou Deus ...” 6ª) A sabedoria de Deus: “Criou os céus e a terra” 7ª) A providência de Deus. “No princípio criou Deus os céus e a terra” Assim, vemos que as primeiras palavras da Bíblia, Gn 1.1 declaram de modo natural que Deus criou os céus e a terra. Este é um atestado peremptório da existência de Deus, independente de qualquer tipo de argumentação. É um fato tão natural sua existência que se revela auto-evidente. É uma doutrina que sempre emerge espontaneamente nas páginas das Escrituras. A Bíblia não foi escrita para provar que Deus existe; ela é uma revelação desse Deus que sempre existiu. Os homens são exortados a crer em Deus, para seu próprio bem, Hb 11.6. Negar a existência de Deus é um ato de insensatez, uma loucura declarada. Deus é real. É preciso, tão somente, que cada criatura o conheça por fé. A fé é questão moral, e não intelectual. É uma questão de coração e não de mente. Naturalmente, a doutrina da existência de Deus é fundamental. As bases da verdadeira teologia estão assentadas firmemente sobre os fundamentos inabaláveis da existência de Deus, uma doutrina rigorosamente bíblica. Existem 4 fontes universalmente reconhecidas como origem do conhecimento de Deus, a saber: Intuição, Tradição, Razão e Revelação. Intuição – significa conhecimento direto, nato, auto-consciente, compreensão sem aprendizagem ou razão, conhecimento pelo instinto. Tradição – é a soma de conhecimentos recebidos de diferentes fontes. É um conhecimento indireto. Razão – é a faculdade de raciocinar, de extrair conclusões pelo pleno exercício do intelecto. É o conhecimento desenvolvido. Revelação – é o ato divino de comunicar ao homem aquilo que de outra maneira ele nunca poderia saber perfeitamente. É o conhecimento outorgado. A CRIAÇÃO É OBRA DO DEUS TRINITÁRIO ( Gn 1; Hb 11.3) As obras de Deus revelam seu poder criador. Seu poder pessoal, Gn 1.1; Jó 38.4; II Rs 19.15. O poder de sua palavra, Hb 11.3 O poder de sua vontade, Ap 4.11; Ef 1.11. Um poder ilimitado, Jr 27.5; Am 5.8; 9.6. As obras de Deus revelam sua natureza Deus existe antes da sua obra, Sl 90.2; Jo 17.5,24; Cl 1.17a. Todas as obras criadas dependem absolutamente de Deus, Ne 9.6; At 17.28 Todas as coisas criadas pertencem a Deus, I Co 8.6. Deus se encarrega de sustentar suas obras, Gn 48.15; At 14.17. As obras de Deus foram feitas por toda a Trindade O Pai é Criador, I Co 8.6. O Filho é Criador, Jo 1.3; Cl 1.16,17; Hb 1.10- 12. Espírito Santo é Criador, Gn 1.2; Jó 26.13; 33.4; Sl 33.6; 104.29,30. O Deus Trino (Elohim) é Criador, Gn 1.1,26. Deus controla e preserva suas obras através da providência Providência = “Resolução tomada de antemão por Deus visando a consecução de seus planos e decretos, a preservação de tudo quanto ele criou e a salvação do ser humano. Acha-se a providência divina fundamentada nos atributos metafísicos e morais de Deus”. Providência preventiva, Gn 20.6 Providência permissiva, Dt 8.2; II Cr 32.31; Os 4.17; Rm 1.24,28. Providência diretiva, Gn 50.20; Sl 76.10. Providência determinativa, Rm 12.2 A afirmativa bíblica de que Deus sustenta pela palavra do seu poder todas as coisas criada, faz cair por terra o “DEÍSMO”, crença que, apesar de admitir a existência do Supremo Ser, ensina não estar ele interessado no curso que a história toma, ou venha a tomar. Noutras palavras, Deus limitou tão somente a criar- nos, abandonando-nos a seguir à própria sorte. A Bíblia ensina-nos, porém, estar o bondoso Deus preocupado com a humanidade. No Salmo 104, por exemplo, Davi mostra quão solícito é o Criador para com as suas Criaturas. E o que dizer da mensagem de João 3.16? Deus jamais enviaria seu Unigênito a morrer por nós, caso não estivesse interessado em nosso bem-estar! O “DEÍSMO” é o paganismo travestido de piedade. É a distorção do “TEÍSMO”, doutrina que, baseada na teologia natural e revelada, admite a existência de um Deus pessoal e presente. As obras de Deus têm propósitos definidos Elas manifestam a glória de Deus, Sl 19.1 Elas resultam na glorificação de Deus, Is 60.21; 43.7 Elas resultam na adoração do nome de Deus, Ap 4.11. Elas resultam na felicidade pessoal do homem Deus é infinito, auto-existente, a causa primária de tudo que existe. Deus não depende de nada e nem de ninguém. A DECLARAÇÃO BÍBLICA DA CRIAÇÃO Quatro verdades estabelecem os fundamentos da obra da criação: 1. A obra da criação é autoria única do Deus Trino. 2. A obra da criação foi feita por um ato livre da parte do Criador, Ef 1.11; Ap 4.11 3. A obra da criação teve um princípio. A expressão “no princípio” no hebraico é bereshith, que literalmente significa começo. Gênesis 1.1 Ezequiel 28.11... Gênesis 1.2 Isaías 45.18 ORIGINAL CAÓTICA RESTAURADA Queda de Lúcifer 4. A obra da criação foi produzida do nada, Hb 11.3 O PROCESSO DA OBRA DA CRIAÇÃO A) A criação das coisas espirituais, Ne 9.6. B) A criação das coisas materiais (Universo), Gn 1,2. C) A criação da vida sobre a terra. A vida física numa combinação do imaterial com o material. O MÉTODO DA CRIAÇÃO A mente humana tem sido bombardeada por inúmeras teorias do aparecimento do Universo. Se faz necessário frisar que são apenas teorias, especulações e opiniões humanas que nenhum valor tem diante das irrefutáveis afirmações da Bíblia Sagrada, que é a verdade absoluta e revelação do Deus Todo-Poderoso , II Pe 1.21; Jr 1.12. Deus criou Nos dois primeiros capítulos de Gênesis, são usados três vocábulos para descrever os atos criativos de Deus, leia Gn 1.1, 21,27, etc. “Bara” – que significa criar do nada. “Asah” – que significa fazer. “Yatzar” – que significa formar. Nota: Os dois últimos vocábulos, revela uma matériapré existente. Deus criou por sua Palavra “Pela palavra do Senhor foram feitos os céus; e todos os exércitos deles, pelo espírito da sua boca”, Salmos 33.6 Nisto vemos o grande poder da Palavra de Deus, não podemos esquecer a relação entre ela e o próprio Jesus, que é o Verbo de Deus (logos), a Palavra de Deus, Jo 1.1-3. Deus criou por sua vontade, Ap 4.11 A vontade soberana de Deus não está sujeita a qualquer limitação. Leia Is 43.13. Deus criou por sua mão, Is 66.2 A mão é símbolo de trabalho, atividade, força, domínio, autoridade, proteção, etc. (Antropomorfismo) Deus sustenta o que criou, Hb 1.3 Através de leis fixas, Deus sustenta todas as coisas criadas. Leia Is 40.26. O relato bíblico da criação revela que Deus desejou de tal maneira o relacionamento com a raça humana que, que sabendo de antemão da queda do homem, pela ação de satanás, na sua presciência, fez o plano de salvação, pelo qual, haveria de redimir a raça humana caída, Ap 13.8. O Apocalipse termina dizendo: “... Com eles habitará, e eles serão seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e será o seu Deus”, Ap 21.3. A ORDEM DOS EVENTOS DA CRIAÇÃO NATURAL 1º dia – Luz cósmica, Gn 1.3 2º dia – Firmamento, Gn 1.6-8 3º dia – Terra firme e vegetação, Gn 1.9-13 4º dia – Sistema solar, Gn 1.14-19 5º dia – Fauna marinha, Gn 1.20-23 6º dia – Animais terrestres, e por fim, o homem, Gn 1. 24-31. O relato bíblico da criação nega: A eternidade da matéria. O ateísmo. Panteísmo. Evolucionismo. Evolução – Doutrina formulada pelo inglês Charles Darwin que, em 1859, lançou um livro no qual sugere que as atuais espécies de vida são resultado de um lento e gradativo desenvolvimento. Ou seja: das formas mais simples às mais elaboradas e complexas. O evolucionismo não é ciência; é uma mitologia especulativa. Evolução criativa – Uma tentativa de harmonizar o evolucionismo de Darwin com o criacionismo do Gênesis bíblico. Os partidários desta teoria vêem os dias da criação como se fossem eras geológicas constituídas de milhões e milhões de anos. Nestas, o Senhor teria cuidado pessoalmente da evolução que se processava na terra. Esta tentativa, porém, esbarra-se na simplicidade, objetividade e congruência do relato bíblico. Não houve qualquer tipo de evolução; houve tão somente atos criativos. E estes independem de eras, mas do tempo determinado pelo Todo-Poderoso. LIÇÃO 2 A DOUTRINA DOS ANJOS ANGELOLOGIA INTRODUÇÃO Angelologia é a parte da Teologia que estuda a doutrina dos anjos. Sabemos que os anjos são criaturas de Deus e que a expressão “exércitos dos céus” refere-se a eles. Não se pode determinar quando foram criados. Porém, sabe-se que o mundo espiritual foi criado primeiro; em segundo lugar criou-se o mundo material, e em terceiro, a vida sobre a terra. Assim, os anjos foram criados antes da matéria e do homem. Possuem uma natureza espiritual. Os anjos são espíritos. Não possuem corpo material. Por isto não estão sujeitos a ação da matéria, não podem sofrer danos e nem serem impedidos por obstáculos materiais. Não sofrem a ação da lei da gravidade, razão porque podem se locomover com indescritível velocidade. Quando querem se revelar, tomam forma humana, porém, não habitam no corpo do homem, ou não se incorporam como fazem os demônios. São dotados de personalidade. São pessoas; não são robôs, ou máquinas. São, portanto, pessoas angelicais, visto que são dotados de inteligência, sentimento e vontade. São imortais, mas, não eternos. Como vimos, eles foram criados, logo não são eternos, porque tiveram começo; porém, são imortais, pois não terão fim. Sendo imortais e não se reproduzindo, o número deles permanece o mesmo desde a criação. São seres muito numerosos. A Bíblia não revela quantos são, porém, deixa claro que o número deles é incalculável. Ela fala de milhares de milhares e milhões de milhões, Ap 5.11. São seres muito poderosos, a Bíblia revela que bastou um para derrotar o poderoso exército da Assíria e libertar Jerusalém, I Rs 19.35. A Bíblia fala em anjos santos, ou eleitos e anjos caídos, ou demônios. Deus, contudo, não criou anjos santos e maus. Deus criou os anjos. Os chamados anjos caídos são os que seguiram Satanás, em sua rebelião, Ap 12.4. A seguir, abordaremos em forma de esboço, a doutrina dos anjos: A ORIGEM DOS ANJOS Os anjos foram criados, Ne 9.6; Sl 148.2,5. Foram criados no passado remoto, Jó 38.7 Foram criados pela Palavra de Deus, Sl 33.6 Cristo é o centro de toda a criação, Jo 1.3;Cl 1.16. A ORGANIZAÇÃO DOS ANJOS Os Serafins, Is 6.1-6. Os Querubins, Hb 9.5; Sl 80.1; Ez 10.10. O Arcanjo, Jd 9; Dn 10.13; I Ts 4.16. As anjos, Mt 25.31; Hb 12.22; Jó 25.3. A NATUREZA DOS ANJOS São criaturas, Ne 9.6 São espíritos, Hb 1.14. São imortais, Lc 20.34,35. São numerosos, Jó 25.3 O CARÁTER DOS ANJOS São obedientes, Mt 6.10; Sl 103.20. São reverentes, Fp 2.9-11; Hb 1.6 São sábios, II Sm 14.17-20; Ez 28.1-5. São mansos, II Pe 2.11; Jd 9. São poderosos, Sl 103.20; Ap 18.1; II Sm 24.16. São santos, Ap 14.10; At 10.22; Mc 8.38. OS ANJOS SÃO DESIGNADOS COMO: Anjos, Hb 2.7 Filhos de Deus, Jó 38.7 Varões, Gn 18.3 Vigias, Dn 4.3 Santos, Sl 89.7 Exércitos Celestiais, Lc 2.13 Espíritos Ministradores, Hb 1.14. OS ANJOS COMO MENSAGEIROS DE DEUS: Através dos Anjos, Deus envia: Anúncios, Lc 1.11-20; Mt 1.20,21. Advertências, Mt 2.13; Hb 2.2. Instrução, Mt 28.2-6; At 10.3; Dn 4.13-17. Encorajamento, At 7.53; Gn 28.12; At 27.23. Revelação, At 7.53; Ap 1.1; Dn 9.21-27. OS ANJOS COMO SERVOS DE DEUS: Como servos eles são enviados para: Sustentar, Mt 4.11; Lc 22.43; I Rs 19.5 Preservar, Gn 16.7; 24.7; Ap 7.1; Ex 23.20. Interceder; Zc 1.12; Ap 8.3. Resgatar, Nm 20.16; Sl 34.7; 91.11; at 12.7. Servir ao justo depois da morte, Lc 16.22. A ATUAÇÃO DOS ANJOS NA VIDA TERRENA DE JESUS: Anunciando seu nascimento, Mt 1.20,21; Lc 1.28-36. Estavam presentes em seu nascimento, Lc 2.10-14. Assistiram-no na tentação, Mc 1.13. Assistiram-no no Getsêmane, Lc 22.43 Anunciaram a ressurreição, Mc 16.5; Mt 28.2-6. Na ascensão, confirmaram a sua chegada no céu, At 1.10; Sl 24. O QUE OS ANJOS PODEM FAZER? Podem lançar males físicos aos homens, II Sm 24.16. Podem influenciar pessoas e nações, Dn 10.11. Podem exercer força e poder, II Pe 2.11. Tem domínio sobre o fogo, Ap 14.18. Tem domínio sobre o vento, Ap 7.1. Tem domínio sobre o mar, Ap 16.3 Tem domínio sobre o sol, Ap 16.8,9. Podem aparecer repentinamente, Dn 9.21; Lc 2.14; At 1.10. AS TAREFAS DOS ANJOS Executam os juízos de Deus, II Sm 24.16. Executam os desígnios de Deus, Nm 22.22. Executam a vontade de Deus, Sl 103.20. Comunicam a vontade de Deus, Dn 8.15- 17; Lc 1.19,28. Louvam a Deus, Sl 148.2; Is 6.2; Lc 2.13,14. Alegram com a salvação dos homens, Lc 15.7,10. AS LIMITAÇÕES DOS ANJOS Não recebem adoração, Ap 19.10; Cl 2.18. Não procriam, Mt 22.30. Não são onisciente, Mt 24.36. Não conhecem os planos eternos de Deus, Ef 3.9 Não conhecem o mistério da salvação, I Pe 1.12. Não penetram nas profundezas de deus, I Co 2. 10,11. Não sabem o que está no coração dos homens, I Rs 8.39. O ANJO DO SENHOR Este anjo é o próprio Senhor Jesus, em sua pré-existência. CÉU TRONO Mq 5.2 Apareceu a Abraão, Gn 18.1,3,13,17,33. Apareceu a Jacó, Gn 28.13; 31.13; 32.28,30. Apareceu a Moisés, Ex 3.6. Apareceu a Josué, Js 5.13-15. Apareceu a Gideão, Jz 6.12-16. Apareceu a Manoá, Jz 13.3,18,22; Is 9.6 Apareceu a Israel, Is 63.9 OS ANJOS NA CONSUMAÇÃO DOS SÉCULOS Na ressurreição dos mortos, I Ts 4.16 No ajuntamento dos escolhidos, Mt 24.31 Na manifestação de Cristo, Mt 16.27 A ceifa final, Mc 13.39 No julgamento das nações, Mt 25.31-33. Na extinção total da iniqüidade, Mt 13.40- 42. Na prisão de Satanás, Ap 20.1,2. A QUEDA DOS ANJOS Os Anjos foram criados perfeitos e sem pecado, e comoo homem, foram também dotados de livre escolha. Sob a direção de Satanás, muitos pecaram e foram banidos da sua habitação. SATANÁS ANTES DA QUEDA Seu nome era “Lúcifer” que significa “aquele que leva luz” Era cheio de sabedoria, Ez 28. 3,12. Era perfeito em formosura, Ez 28.12. Era um Querubim ungida, Ez 28.14. Era perfeito em seus caminhos, Ez 28.15. SATANÁS DURANTE A QUEDA ( Is 14.12-17) Eu subirei ao céu. Exaltarei o meu trono. No monte da congregação me assentarei. Subirei acima das mais altas nuvens. Serei semelhante ao altíssimo. Este era o pensamento de Lúcifer, este pensamento transformou-se em vontade e, esta vontade em ação, foi aí que ele rebelou-se contra o próprio Deus; e esta foi a maior catástrofe do Universo e da história. AS CONSEQÜÊNCIAS DO PECADO DE LÚCIFER Lançado fora do Monte Santo, Ez 28.16 Precipitado no mais profundo abismo, Is 14.15. Arrastou a terça parte dos anjos, Ap 12.4 Caiu como um raio, Lc 10.18 Passou a habitar nos ares, Ef 6.6,12; Jó 1.6. Desde então, tornou-se o ser mais perverso que existe, autor do pecado e fonte de todo o mal. Sua natureza perversa é revelada pelos seus vários nomes, como veremos a seguir: NOMES QUEREVELAM SUA CRUELDADE: Leão, I Pe 5.8. Dragão, Is 27.1; Ap 20.2. Destruidor, Ap 9.1. Homicida, Jo 8.44 Antiga serpente, Ap 20.1 Valente, Mt 12.29; c 11.20-22 NOMES QUE REVELAM SUA ASTÚCIA Mentiroso, I Jo 2.22 Pai da mentira, Jo 8.44 Serpente, II Co 11.3 Tentador, Mt 4.3 Ladrão, Jo 10.10 Acusador, Ap 12.10 ELE TAMBÉM É CHAMADO DE: Príncipe, Jo 12.31 Deus deste século, II Co 4.4 Maligno, Mt 13.19; I Jo 2.19. Satanás, I Cr 21.1; Ap 12.9 (Adversário) Diabo, Mt 4.1; 10.11 (Caluniador) Belzebu, Lc 11.15 (Sujeira) Belial, II Co 6.15 (Maldade) SATANÁS É DESCRITO COMO: Presunçoso, Mt 4.5,6. Orgulhoso, I Tm 3.6. Poderoso, Ef 2.2. Maligno, Jó 2.4. Astuto, Gn 3.1; II Co 11.3 Enganador, Ef 6.11. Cruel e feroz, I Pe 5.8. SUAS ATIVIDADES MALÉFICAS: Perturbar a obra de Deus, I Ts 2.18. Opor-se ao Evangelho, Mt 13.19; Mc 4.15 Opor-se a Deus e aos homens, I Cr 21.1; Sl 109.6. Induzir ao pecado, Lc 22.3; At 5.3; 26.18. Afligir, Jó 1.12 Tentar, I Ts 3.5 Cegar, II Co 4.4 Enganar, Ap 20.7,8; 12.9 Laçar, I Tm 3.7. CÉU Is 14.12 ESPAÇO CELESTE Ef 6.12 TERRA Ap 12.9 LAGO DE FOGO Ap 20.10 ABISMO Ap 20.1,2 SUA TRAJETÓRIA, UMA DESCIDA OS DEMÔNIOS Tem personalidade, Mt 12.43 Tem vontade própria,t 12.44 Tem faculdades intelectuais, Mt 12.45 Reconhecem a divindade de Jesus, Mc 5.9 São inumeráveis, Mc 5.9 Tem como príncipe, Satanás, Mt 12.24 São expulsos em Nome de Jesus, Mc 16.17 OS ANJOS CAÍDOS Esta classe de anjos, mencionada em Judas 6 e II Pe 2.4, está reservada em cadeias e trevas, ou no lugar chamado Tártaro, classificados por alguns estudiosos, como sendo um lugar separado no Hades, ou como é mais provável, o próprio Abismo. Estão presos, naturalmente por serem de alta periculosidade, e aguardam o Juízo Final. COMO PODEMOS VENCER SATANÁS: Sujeitando-se a Deus, Tg 4.7; I Pe 5.6 Sendo sóbrio e vigilante, I Pe 5.8 Resistindo-o, Tg 4.7 Revestindo-se de toda a armadura de Deus, Ef 6.10-12. Orando em todo tempo, Ef 6.18 A VITÓRIA DE JESUS SOBRE SATANÁS Jesus veio destruir as suas obras, I Jo 3.9 Jesus o venceu na cruz, Jo 19.30 Jesus triunfou sobre ele, Cl 2.15 Jesus tirou-lhe toda a armadura, Lc 11.20- 22 Satanás foi dominado, I Co 15.25 Jesus o destronou, Ap 1.18 A vitória de Jesus é a nossa vitória, I Co 15.57. LIÇÃO 3 A DOUTRINA DO HOMEM ANTROPOLOGIA INTRODUÇÃO A Bíblia ensina claramente a doutrina de uma criação especial, que significa que Deus fez cada criatura “segundo a sua espécie”. Ele criou as várias espécies e então as deixou para que se desenvolvessem e progredissem segundo as leis do seu ser. A distinção entre o homem e as criaturas inferiores implica na declaração de que “Deus criou o homem à sua imagem”. Em oposição à criação especial, surgiu a teoria da evolução que ensina que todas as formas de vida tivessem sua origem em uma só forma e que as espécies mais elevadas surgissem de uma forma inferior. Por exemplo, o que uma vez era caramujo transformou-se em peixe; o que era peixe chegou a ser réptil; o que uma vez era réptil tornou-se pássaro, e finalmente, o que uma vez era macaco evoluiu e tornou-se homem. A teoria é a seguinte: Em tempos muito remotos apareceram a matéria e a força, mas como e quando, a ciência não sabe. Dentro da matéria e da força surgiu uma célula viva; mas de onde ela surgiu também ninguém sabe. Nessa célula havia uma centelha de vida, da qual todas as coisas viventes, desde o vegetal até o homem, se originaram, sendo este desenvolvimento controlado por leis inerentes. Essas leis, em conexão com o meio ambiente, explicam a origem das diversas espécies que têm existido e existem, incluindo o homem. De maneira que, segundo essa teoria, tem havido uma ascensão gradual e constante desde as formas inferiores de vida às formas mais elevadas até se chegar ao homem. O que constitui uma espécie? Uma classe de plantas ou animais que tenham propriedades e características comuns, e que se possam propagar indefinidamente sem mudarem essas características. Uma espécie pode produzir uma variedade, isto é, uma ou mais plantas ou animais isolados possuindo uma peculiaridade acentuada que não seja comum à espécie em geral. Por exemplo, um tipo especial de cavalo de corrida pode ser produzido por processo especial; mas é sempre cavalo. Quando se produz uma variedade e essa se perpetua por muitas gerações temos uma raça. De maneira que na espécie canina temos muitas raças que diferem consideravelmente uma das outras; porém, todas retém certas características que as marcam como pertencentes à família dos cães. Ao lermos que Deus fez cada criatura segundo a sua espécie, não dizemos que Deus as fez incapazes de se desenvolverem em variedades novas, ou seja, em várias raças da mesma espécie. Qual é a prova pela qual se conhece a distinção entre as espécies? A prova é esta: Se os animais podem ser cruzados e se podem produzir uma descendência fértil por tempo indefinido, então são da mesma espécie; de outra maneira não o são. Por exemplo, sabe-se que os cavalos e os jumentos são de diferentes espécies, pois, embora sejam cruzados a égua e o jumento, produzem a mula. A mula não tem a capacidade de gerar outra mula ou seja, a espécie de mula. Este fato constitui argumento contra a teoria da evolução, pois mostra claramente que Deus colocou uma barreira entre as espécies para que uma espécie não se transforme em outra. Outrossim, a ciência se define por “conhecimentos comprovados”. Será a evolução um fato comprovado? A teoria mais propagada da evolução é a de Darwin, entretanto, muitos cientistas eminentes declaram que a teoria de Darwin já caiu por falta de provas. Os evolucionistas procuram unir o homem ao irracional, mas Jesus Cristo veio ao mundo para unir o homem a Deus. Ele tomou sobre si a nossa natureza para poder glorificá-la no seu destino celestial. “mas a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome, Jo 1.12. Aqueles que participam de sua vida divina chegam a ser membros de uma nova e mais elevada raça, “filhos de Deus” Essa nova raça deu origem ao novo homem, Ef 2.15, não porque a natureza humana evoluísse até a Divina, mas porque a Divina penetrou na natureza humana. Diz o texto que somos “participantes da natureza divina”, II Pe 1.4 A NATUREZA DO HOMEM Segundo Gn 2.7 o homem se compõe de duas substâncias: A material, chamada corpo, e a imaterial chamada alma. A alma é a vida do corpo e quando a alma se retira o corpo morre. Mas segundo I Ts 5.23 e Hb 4.12, o homem se compõe de três substâncias: “Espírito, alma e corpo”. Alguns estudantes daBíblia defendem essa opinião de três partes da constituição humana, versus, doutrina de duas partes apenas, adotada por outros. Ambas as opiniões são corretas quando bem compreendidas. O espírito e a alma representam os dois lados da substância imaterial, ou natureza espiritual. Embora distintos, o espírito e a alma são inseparáveis, são entrosados um ao outro. Por estarem tão interligados, as palavras “espírito” e “alma” muitas vezes se confundem, Ec 12.7; Ap 6.9; de maneira que em um trecho a substância espiritual do homem se descreve como a alma, Mt 10.28, e em outra passagem como espírito, Tg 2.26. Embora muitas vezes os termos sejam usados alternadamente, têm significados distintos. Por exemplo: “A alma” é o homem como o vemos em relação a esta vida atual. As pessoas falecidas descrevem-se como “almas” quando o escritor se refere à sua vida anterior, Ap 6.9,10; 20.4. O “espírito” é a descrição comum daqueles que têm passado para a outra vida, At 23.9; 7.59; Hb 12.23; Lc 23.46; I Pe 3.19. Quando alguém é “arrebatado” temporariamente fora do corpo, II Co 12.2, se descreve como “estando no espírito”, Ap 4.2; 17.3. Schofield, disse: „Sendo o homem “espírito”, é dotado de capacidade de ter conhecimento de Deus e comunhão com Ele; sendo, “alma”, ele tem conhecimento de si próprio; sendo, “corpo”, tem, através dos sentidos, conhecimento do mundo”. ESPÍRITO HUMANO Habitando no homem existe o espírito, Nm 16.22; 27.16. O Espírito foi formado pelo Criador na parte interna da natureza do homem, o qual é capaz de renovação e desenvolvimento, Sl 51.10. Esse espírito é o centro e a fonte da vida humana; a alma possui e usa essa vida e lhe dá expressão por meio do corpo. No princípio Deus soprou o espírito de vida no corpo inanimado e o homem “foi feito alma vivente”. Assim é que a alma é um espírito encarnado, ou um espírito humano recebendo expressão através do corpo. A combinação desses dois elementos constitui o homem em “alma”. A alma não sobrevive à morte porque o espírito a dota de energia; no entanto, a alma e o espírito são inseparáveis porque o espírito está entrosado e confunde-se com a substância da alma. O espírito do homem não crente é morto, isto é, separado de Deus, inativo, Ef 2.15; Lc 15.24,32; Cl 2.13; I Tm 5.6. Na salvação, o espírito é vivificado, Ef 2.5; Cl 2.13; II Co 5.17 O espírito humano, representando a natureza suprema do homem, rege a qualidade de seu caráter. Aquilo que domina o espírito torna-se em atributo de seu caráter. Por exemplo, se o homem permitir que o orgulho o domine, ele tem um “espírito altivo”, Pv 16.18. Portanto, conforme as influências respectivas que o dominem, um homem pode ter: Um espírito perverso, Is 19.14. Um espírito rebelde, Sl 106.33 Um espírito impaciente, Pv 14.29 Um espírito perturbado, Gn 41.8 Um espírito contrito e humilde, Is 57.15; Mt 5.3 Um espírito de servidão, Rm 8.15 Um espírito de inveja, Nm 5.14 Por isso, o homem deve guardar o seu espírito, Ml 2.15, dominá-lo, Pv 16.32; e através do arrependimento tornar-se em novo espírito, Ez 18.31, e confiar em Deus para transformar o seu espírito, Ez 11.19. Quando as paixões vis exercem o domínio e a pessoa manifesta um espírito perverso, isso significa que a alma (a vida egocêntrica ou natural) destronizou o espírito. O espírito lutou e perdeu. O homem é vítima de seus sentimentos e apetites naturais; e é carnal. O espírito já não domina mais, e essa impotência se descreve como um estado de morte. Dessa maneira há necessidade de receber um espírito novo, Ez 18.31; Sl 51.10; e somente Aquele que originalmente soprou no CORPO do homem o fôlego da vida poderá soprar na alma do homem uma nova vida espiritual, isto é, regenerá-lo, Jo 3.8; 20.22; Cl 3.10. Quando assim sucede, o espírito do homem novamente ocupa lugar de ascendência, e o mesmo chega a ser homem espiritual. Entretanto, o espírito não pode viver de si mesmo, mas deve buscar a renovação constante do Espírito de Deus. A ALMA DO HUMANA A alma é aquele princípio inteligente e vivificante que anima o corpo humano, usando os sentidos físicos como seus agentes na exploração das coisas materiais e os órgãos do corpo para se expressar e para comunicar-se com o mundo exterior. Originalmente a alma veio a existir em resultado do sopro sobrenatural de Deus. Podemos descrevê- la como espiritual e vivente, porque opera por meio do corpo. No entanto, não devemos crer que a alma seja parte de Deus, pois a alma peca. É mais correto dizer que é o dom e a obra de Deus, Zc 12.1. Devem-se notar quatro distinções: 1º) A alma distingue a vida humana e a vida animal das coisas inanimadas e como também da vida inconsciente como seja a vegetal. Tanto os homens como os animais possuem almas, (Gn 1.20, a palavra “vida” é alma no original). Poderíamos dizer que as plantas têm uma alma (no sentido de um princípio de vida), mas não é uma alma consciente. 2º) A alma do homem o distingue dos animais. Os animais possuem uma alma, mas é alma terrena que vive somente enquanto durar o corpo, Ec 3.21. A alma do homem é de qualidade diferente sendo vivificada pelo espírito humano. Como “toda carne não é a mesma carne”, assim sucede com a alma; existe alma humana e existe alma animal. Evidentemente os homens fazem o que os animais, por serem inferiores, não podem fazer, por muito inteligentes que sejam; a sua inteligência é de instinto e não proveniente de razão. Tanto os homens como os animais constroem casas. Mas o homem progrediu, vindo, a construir catedrais, escolas e arranha-céus, enquanto os animais constroem suas casas hoje da mesma maneira como as construíam quando Deus os criou. Os animais podem guinchar, como o macaco; cantar, como os pássaros; falar, como o papagaio; mas somente o homem produz a arte, a literatura, a música e as invenções científicas. O instinto dos animais pode manifestar a sabedoria do seu Criador, mas somente o homem pode conhecer e adorar a seu Criador. Para melhor ainda ilustrar o lugar elevado que ocupa o homem na escala de vida, vamos observar os quatro degraus da vida, que se elevam em dignidade um sobre o outro, conforme a independência sobre a matéria. Primeiro, a vida vegetal, que necessita de órgãos materiais para assimilar o alimento; quando, a vida sensível, que usa os órgãos para perceber e ter contato com as coisas materiais; terceiro, a vida intelectual, que percebe o significado das coisas pela lógica, e não meramente pelos sentidos; quarto, a vida moral, que concerne à lei e à conduta. Os animais são dotados de vida vegetativa e sensível; o homem é dotado de vida vegetativa, sensível intelectual e moral. 3º) A alma distingue um homem de outro e dessa maneira forma a base da individualidade. A palavra “alma” é, portanto usada freqüentemente no sentido de “pessoa”. Setenta almas, significa setenta pessoas, Ex 1.5. A expressão “cada alma” significa “cada pessoa”. Atualmente dizemos, “Não havia nem uma alma presente”, referindo-se às pessoas. 4º) A alma distingue o homem não somente das ordens inferiores, como também das ordens superiores dos anjos, porque não têm corpos semelhantes aos dos homens. O homem tornou-se um “ser vivente”, quer dizer, a alma enche um corpo terreno sujeito às condições terrenas. Os anjos se descrevem como espíritos, Hb 1.14, porque não estão sujeitos às condições ou limitações materiais. Por essa mesma razão se descreve Deus como “Espírito”. Mas os anjos são espíritos criados e finitos, enquanto Deus é o Espírito eterno e infinito. ORIGEM DA ALMA Sabemos que a primeira alma veio a existir em resultados de Deus ter soprado no homem o sopro de vida. Mas como chegaram a existir as almas desde esse tempo? Os estudantes da Bíblia se dividem em dois grupos de idéias diferentes: 1º) Um grupo afirma que cada alma individual não vem proveniente dos pais, mas sim pelacriação Divina imediata, esse grupo se baseia nos seguintes textos: Is 57.16; Ec 12.7; Hb 12.9; Zc 12.1. 2º) Outros pensam que a alma é transmitida pelos pais. Apontam o fato de que a transmissão da natureza pecaminosa de Adão à posteridade milita contra a criação divina de cada alma; também o fato de que as características dos pais se transmitem à descendência; esse segundo grupo cita as seguintes referências: Jo 1.13; 3.6; Rm 5.12; I Co 15.22; Ef 2.3; Hb 7.10. A origem da alma pode explicar-se pela cooperação tanto do Criador como dos pais. No princípio duma nova vida, a divina criação e o uso criativo de meios agem em cooperação. O homem gera o homem em cooperação com o “Pai dos espíritos”. O poder de Deus domina e penetra o mundo, At 17.28; Hb 1.3, de maneira que todas as criaturas venham ter existência segundo as leis que ele ordenou. Portanto, os processos normais da reprodução humana põem em execução as leis de vida fazendo com que a alma nasça no mundo. A origem de todas as formas de vida está encoberta por um véu de mistérios, Ec 11.5; Sl 139.13- 16; Jó 10.8-12, e esse fato deve servir de aviso contra a especulação sobre as coisas que estão além dos limites das declarações bíblicas. A ALMA E O CORPO A relação da alma com o corpo pode ser descrita e ilustrada da seguinte maneira: A vida é o entrosamento da alma com o corpo. Quando ela se separa do corpo, este morre. A alma penetra e habita em toda a parte do corpo e afeta mais ou menos diretamente todos os seus membros, leia: Sl 73.21; Jó 16.13; Lm 3.13; Pv 23.16; Sl 16.7; Jr 12.2; Jó 38.36; Fm 12, Jr 4.19; Hc 3.16. Essas passagens descrevem as partes internas como o centro dos sentimentos, de experiência espiritual e de sabedoria. Mas notemos que não é o tecido material que pensa e sente, mas sim a alma operando através dos tecidos. Corretamente falando, não é o coração de carne, mas sim a alma, por meio do coração , que sente. Por meio do corpo a alma recebe suas impressões do mundo exterior, através dos sentidos: Visão, audição, paladar, olfato e tato, os quais transmitem ao cérebro por meio do sistema nervoso. Mediante as impressões recebidas, a alma processa através do intelecto, da razão, da memória e da imaginação; e envia ordens às várias partes do corpo através do cérebro e do sistema nervoso. A alma estabelece contacto com o mundo por meio do corpo o qual funciona como instrumento da alma. O sentir, o pensar, o exercer vontade e outros atos, são todos eles atividades da alma ou do “eu”. É o “eu” que vê e não somente os olhos; é o “eu” que pensa e não meramente o intelecto; é o “eu” que joga a bola e não meramente os meus braços ou as minhas pernas. Quando um membro é ferido, a alma não pode funcionar bem por meio dele; em caso de lesão cerebral pode resultar a demência. Nesse caso a alma passa a ser como um mestre de música com um instrumento danificado ou quebrado. Quanto ao pecado, é a alma que peca e não o corpo; ainda que a língua do difamador fosse cortada, o difamador seria o mesmo. Ainda que as mãos do larápio fossem amputadas, o seu coração continuaria sendo coração de larápio. Neste caso, o impulso pecaminoso precisa ser neutralizado na alma, isto é, no homem interior; e esta obra não é de homem, mas do Espírito Santo conforme inferimos de Cl 3.5 e Rm 8.13. A afirmativa bíblica de que a alma da carne está no sangue, Lv 17.11. Alma neste texto precisa ser entendida como vida. O Dr. Harvey, médico inglês, que foi o descobridor da circulação do sangue, afirmou: “O sangue é o primeiro órgão a viver e o último a morrer; é a sede principal da alma”. O CORPO HUMANO A Bíblia refere-se ao corpo com os seguintes nomes: Casa ou tabernáculo, II Co 5.1 Bainha, Dn 7.15 Templo, Jo 2.21; I Co 6.19 Segundo o comentarista bíblico Pr. Raimundo de Oliveira, um corpo que pesa cerca de 76 quilos é constituído dos seguintes materiais: 44 quilos de oxigênio 7 quilos de hidrogênio 173 gramas de azoto 600 gramas de cloro 100 gramas de enxofre; o suficiente para matar as pulgas de três cães médios. 1.700 gramas de cálcio 800 gramas de potássio 50 gramas de ferro, o suficiente para fazer 5 pregos usados no telhado. E cal suficiente para pintar 20m2 de parede. E segundo o Pr. Eurico Bergsten, de saudosa memória, o valor comercial do homem gira em torno de R$ 25,00. Os filósofos pagãos falavam com desprezo do corpo; consideravam-no um estorvo à alma, e almejavam o dia quando a alma estaria livre das suas complicadas roupagens. Mas, embora sendo pó, e de pouco valor, as Escrituras em toda a parte tratam do corpo como obra de Deus, a ser apresentado a Deus, Rm 12.1, usado para a glória de Deus, I Co 6.20. Por que, por exemplo, contém o livro de Levítico tantas leis governando a vida física dos israelitas? Para ensiná-los que o corpo, como instrumento da alma, deve conservar-se forte e santo. É verdade que este corpo é terreno, I Co 15.47 e como tal um corpo de humilhação, Fp 3.21, sujeito às enfermidades e à morte, I Co 15.53, de maneira que gememos por um corpo celestial, II Co 5.2. Contudo, por ocasião da vinda de Cristo, o mesmo poder que vivificou a alma transformará o corpo, assim completando a redenção do homem. E o penhor dessa mudança é o Espírito que nele habita, II Co 5.5; Rm 8.11. A IMAGEM DE DEUS NO HOMEM “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança”. Veja Gn 5.1; 9.6; Ec 7.29; At 17.26,28,29; I Co 11.7; II Co 3.18; 4.4; Ef 4.24; Cl 1.15; 3.10; Tg 3.9; Is 43.7; Ef 2.10. O homem foi criado à semelhança de Deus, foi feito como Deus em caráter e personalidade. E em todas as Escrituras o ideal e alvo exposto diante do homem é o de ser semelhante a Deus, Lv 19.2; Mt 5.45- 48; Ef 5.1. E ser como Deus significa ser como Cristo, que é a imagem do Deus invisível. Consideremos alguns dos elementos que constituem a imagem divina no homem: 1º) Parentesco com Deus A relação de Deus com as primeiras criaturas viventes consistia em essas, de maneira inflexível, obedecerem aos instintos implantados pelo Criador, mas a vida que inspirou ao homem foi resultado verdadeiro da personalidade de Deus. O homem, na verdade, tem um corpo que foi feito do pó da terra, mas Deus soprou nas narinas o sopro da vida, Gn 2.7; desta maneira dotou-o de uma natureza capaz de conhecer, amar e servir a Deus. Por causa dessa imagem divina, todos os homens são, por criação, filhos de Deus. Mas, sendo que essa imagem tem sido manchada pelo pecado, os homens devem ser recriados ou nascidos de novo, Ef 4.24, para poderem ser em realidade filhos de Deus. Um erudito da língua grega aponta o fato de uma das palavras gregas traduzidas por “homem” (anthropos) ser uma combinação de palavras significando literalmente “aquele que olha para cima”. O homem é criatura de oração, e há ocasião na vida dos mais perversos quando eles invocam a algum Poder Supremo para socorrê-los. O homem pode não entender a grandeza da sua dignidade, e assim se tornar semelhante aos animais que perecem, Sl 49.20, mas ele não é animal. Mesmo na sua degradação, o homem é testemunha da sua origem nobre, pois o animal não pode degradar-se. Por exemplo, ninguém pensaria em ordenar a um tigre, dizendo: “Sê tigre”. Ele sempre foi e sempre será tigre! Mas a ordem, “Sê homem!”, leva um verdadeiro significado àquele que se degradou. Por mais que se tenha o homem degradado, ainda ele reconhece que em plano mais elevado deveria estar. 2º) Caráter Moral O reconhecimento do bem e do mal pertence somente ao homem. A um animal pode-se ensinar a não fazer certas coisas, mas é porque essas coisas são contrárias à vontade do dono e não porque o animal saiba que estas coisas são sempre e outras sempre erradas. Em outras palavras, os animais não possuem natureza religiosa ou moral, não são capazes de serem instruídos nas verdades concernentesa Deus e à moralidade. 3º) Razão O Homem é capaz de refletir sobre si próprio e arrazoar a respeito das coisas. Pensem nas invenções maravilhosas que surgiram da mente do homem. O único fato lamentável, é que há homens que se utilizam da razão para propósitos destrutivos, inclusive negar o próprio Criador. 4º) Capacidade para a Imortalidade A existência da árvore da vida no Jardim do Édem indica que o homem nunca teria morrido se não tivesse desobedecido a Deus. Cristo veio ao mundo para trazer o Alimento da Vida ao nosso alcance, para que não pereçamos, mas sim vivamos para sempre. 5º) Domínio sobre a Terra O homem foi designado para ser a imagem de Deus com respeito à soberania; e como ninguém pode ser monarca sem súditos e sem um reino, Deus deu-lhe tanto um “império” como um “povo”. Deus os abençoou, e e lhes disse: “Frutificai, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra”, Gn 2.28. Em virtude dos poderes implícitos em ser o homem formado à imagem de Deus, todos os seres viventes sobre a terra estavam entregues na sua mão. Ele devia ser o representante visível de Deus em relação às criaturas que o rodeavam. LIÇÃO 4 A DOUTRINA DO PECADO -HAMARTIOLOGIA- Introdução Está escrito que Deus, ao completar a obra da criação, declarou que tudo era “muito bom”. Observando, mesmo ligeiramente, chegamos a convicção de que muitas coisas que agora existem não são boas: O mal, a impiedade, a opressão, a luta, a guerra, a morte, e o sofrimento. E naturalmente surge a pergunta: Como entrou o mal no mundo? Uma pergunta que tem deixado perplexos muitos pensadores. A Bíblia oferece a resposta de Deus, mostra a sua natureza, e a solução divina para os funestos efeitos do pecado. A ORIGEM DO PECADO Para melhor conhecimento da doutrina da salvação e da doutrina do homem, é necessário conhecer o que a Bíblia ensina sobre o pecado, o maior mal que entrou no mundo. Filósofos, psicólogos, teólogos, cientistas e muitos outros têm-se ocupado com o mistério da origem do pecado. Os resultados das suas pesquisas diferem muito entre si, mas a Bíblia nos dá uma definição correta. A ORIGEM DO PECADO JAMAIS PODE SER DEUS 1) Deus é santo, I Pe 1.16 2) Deus é luz e não há nele trevas, I Jo 1.5; Tg 1.17 3) Deus não pode ser tentado e a ninguém tenta, Tg 1.13. A ORIGEM DO PECADO NÃO FOI O HOMEM 1) O homem foi criado conforme a imagem de Deus, Gn 1.27 2) A criação humana foi perfeita, Gn 1.31 3) Deus fez o homem reto, Ec 7.29 Quando Adão foi criado, o pecado já existia no Universo. O PECADO TEVE ORIGEM NO MUNDO ANGELICAL Jesus revelou a origem do pecado, ao dizer que o diabo foi homicida desde o princípio, Jo 8.44; mentiroso e pai da mentira. João afirmou que o diabo peca desde o princípio, I Jo 3.8. analisemos três pontos importantes: 1º) O diabo era antes um querubim, ungido para proteger, Ez 28.14, diz a Bíblia que “no monte santo de Deus estavas, no meio das pedras afogueadas andavas...” . Apesar de tudo isso, ele disse em seu coração: “subirei ao Céu, acima das estrelas de Deus” e “serei semelhante ao Altíssimo”, Is 14.13,14. Assim nasceu o pecado como um pensamento no coração de Lúcifer. Esse pensamento transformou em ação, e ele rebelou-se contra Deus, e foi lançado como um raio do Céu, Lc 10.18. 2º) Desde então, o diabo tornou-se o adversário de Deus. O termo Satanás, significa “adversário” e o termo diabo em grego “diábolos”, significa “acusador”. Ele era Lúcifer, isto é, “a estrela da manhã, filha da alva”, Is 14.13. Mas degenerou-se, tornando-se o príncipe das trevas, Mt 12.24. 3º) Por que Deus permitiu que Lúcifer caísse? Lúcifer possuía livre arbítrio. Foi abusando desse privilégio, que esse querubim, aos sofrer as conseqüências do seu pecado, tornou-se o antônimo do bem, o opositor de Deus. COMO O PECADO ENTROU NA RAÇA HUMANA O mal havia entrado no Universo. Porém, o homem vivia no paraíso em absoluta inocência, em pleno gozo e perfeita comunhão com Deus. E a pergunta é a seguinte: De que maneira este quadro tão perfeito foi desfeito? A Bíblia diz: 1º) Por um homem entrou o pecado no mundo, Rm 5.12. 2º) Tentação, a arma do inimigo de Deus. A Bíblia nos relata com detalhes em Gn 3.1- 24. E, é bom que se diga, que esta narração não é, como os materialistas dizem, somente expressão figurativa, sem nenhum valor real. A Bíblia é a verdade absoluta de Deus, Jo 17.17. O apóstolo Paulo referendou o fato descrito em Gn 3, pois escreveu sobre ele em II Co 11.2,3; e I Tm 2.14. O diabo veio na forma duma serpente, Gn 3.1. Ele, como um anjo caído, um ser imaterial, um espírito, pode manifestar de muitas maneiras, e até, transfigurar em anjo de luz, II Co 11.14. Um dia ele usou até Pedro como trampolim no seu ataque contra Jesus, Mt 16.22,23. QUAL FOI A ESTRATÉGIA DO TENTADOR? Fez vários ataques consecutivos até derrubá-los. 1º) O diabo procurou, no seu primeiro ataque, introduzir uma dúvida sobre a veracidade da Palavra de Deus. Ele, que é o pai da mentira, Jo 8.44, perguntou, torcendo a palavra: “Foi assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore”, Gn 3.1, quando na verdade, Deus havia dito que de todas as árvores podiam comer livremente, mas da árvore da ciência do bem e do mal, não deveriam comer, Gn 2.16,17. Quando Eva na sua réplica fez referência ao que Deus disse com relação à árvore que estava no meio do Jardim, disse: “Não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais”, Gn 3.3. Como Eva aceitou o diálogo e replicou, adulterando a palavra, pois não havia proibição de tocá-la, somente não deveriam comer do seu fruto. O diabo entrou com uma afirmativa que contradizia totalmente a Palavra de Deus: “Certamente não morrereis”, Gn 3.4. Neste primeiro assalto estava implantado tanto a dúvida como a primeira contradição da Palavra de Deus. Pois ao referir-se a morte, como conseqüência do pecado, o Senhor estava dizendo da morte espiritual e física, a espiritual, seria de imediato, e quanto à morte física, o pecado daria o início do seu processo. 2º) O segundo ataque tinha por alvo por em dúvida as intenções de Deus para com eles, insinuando que Jeová não queria que os homens fossem tão felizes como Ele, pois não gostaria que se tornassem tais quais Ele. O diabo disse: “Deus sabe que no dia em que dela comerdes ... Sereis como Deus ...”, Gn 3.5 3º) No terceiro ataque o diabo despertou neles a tentação de ser igual a Deus. Foi o mesmo pecado que o havia derrubado do Céu, Is 14.14. 4º) O poder da tentação estava ocupando o entendimento como o sentimento e a concupiscência dos olhos, Gn 3.6; I Jo 2.16. A vontade deles estava sendo conquistada por um desejo ilícito. Só faltava uma coisa: a própria ação. A vontade já contaminada deu o impulso às mãos de Eva, para que tomasse ... E Eva cedeu, tomou, comeu e deu a Adão que também comeu, Gn 3.6. A catástrofe, a maior de todos os tempos, havia acontecido. OS PASSOS INEVITÁVEIS DO PECADO 1º VER 2º COBIÇAR 3º TOMAR 4º ESCONDER 5º TRANSMITIR 6º MORRER O CARÁTER DO PRIMEIRO PECADO 1º) Caráter essencial e material a) Se colocou em oposição a Deus b) Adão tomou as rédeas da sua vida c) A expressão “nem nele tocareis”, soa como se tivesse dizendo: “O mandamento é muito mais pesado do que se podia imaginar” 2º) Caráter Absoluto a)O contraste entre o bem e o mal é absoluto. Não há neutralidade. Um ser bom não se torna mal por diminuir sua bondade, mas por seu envolvimento com o mal, de maneira que não existe menos mal e nem menos bom; existe um ser bom ou mal, leia Mt 12.30. 3º) O Pecado Tem Lugar Primeiramente no Coração. a) O coração de que fala a Bíblia é o centro das influências que põe em operação o intelecto, a vontade e os afetos, Leia, Jr 17.9; Pv 4.23; Mt 15.19,20; Lc 6.45; Hb 3.12. 4º) O Pecado Original e Praticado.a) Original, Ef 2.3; I Co 15.22 b) Praticado, I Jo 1.8,9. (Pecado, V.8 e Pecados, v.9.) 5º) A Intensidade do Pecado a) A culpa é proporcional ao grau de conhecimento, Lc 12. 47,48; Mt 10.15; Jo 19.11 b) Sua universalidade, Rm 3.23 c) Seu testemunho, Is 59.12 d) Seus prazeres, Hb 11.24,25. e) Seu resultado, Ez 18.4 f) Seu remédio, I Jo 1.7; Rm 1.16. 6º) A Causa do Pecado do Crente a) A natureza pecaminosa, Rm 8.21-25 b) O sistema mundial que está sob o domínio de Satanás, I Jo 2.15-17 c) Falta de oração e cuidadoso estudo da Bíblia, Ef 6. 10-15. Está faltando nos lares, aquele momento de devoção. 7º) Conseqüências do pecado na vida do crente. a) Perda da comunhão com Deus, I Jo 1.5,6; Sl 51.11. b) Os inimigos blasfemam de Deus, II Sm 12.14. c) Morte prematura, At 5.1-11. d) Maus exemplos, I Co 8.9,10. e) Destruição da fé e morte espiritual, Rm 6.16; I Jo 5.16,17. 8º) Como o Crente Deve Tratá-lo? a) Reconhecê-lo, Sl 51.3 b) Evitá-lo, I Tm 5.22. c) Detestá-lo, Jd 23. d) Resisti-lo, Tg 4.7,8. e) Confessá-lo, I Jo 1.9. f) Abandoná-lo, Pv 28.13 POR QUE DEUS PERMITIU QUE O HOMEM FOSSE TENTADO? A) Deus havia criado o homem à sua semelhança; assim o homem possuía livre arbítrio. Como uma criatura de Deus, estava sujeito a Deus e às suas determinações. Porém, o verdadeiro amor a Deus se manifesta na obediência à sua palavra, Jo 14.15,23; 15.14. Com o livre arbítrio, o homem podia, voluntariamente, mostrar a sua inteira disposição de obedecer a Deus de coração. Com o livre arbítrio, uma atitude destas, não representaria nada. Também sem que houvesse tentação, sem que fosse oferecida uma alternativa o homem não teria tido oportunidade, de mostrar que desejava em tudo sujeitar-se a Deus. Assim Deus permitiu que Adão e Eva fossem tentados, e deu-lhes as possibilidades de vencer. B) Deus também permitiu que o seu próprio Filho fosse tentado. Jesus passou por uma prova muito mais dura, Lc 4.1-13. Deus sabia, que o seu Filho, como homem, tinha possibilidade de cair (se não tivesse havido uma possibilidade de cair, a tentação não teria sido tentação, mas uma representação). Porém, Jesus venceu e permaneceu sem pecado, Hb 4.15, e voltou do deserto da tentação cheio do Espírito Santo, Lc 4.14. Aprendeu a obediência por aquilo que padeceu, Hb 5.8, e agora pode ajudar a todos que são tentados, Hb 2.18; 4.16. A DEFINIÇÃO DO PECADO, À LUZ DA QUEDA DO HOMEM. Os diferentes nomes que a Bíblia usa a respeito do pecado, expressam as principais definições sobre o que ele significa, as quais coincidem com o que aconteceu a Adão e Eva no dia da queda. 1. Transgressão - Hb 2.2. Adão caiu em transgressão, I Tm 2.14; Rm 5.14. O que significa que ele deixou de cumprir, as ordens de Deus, as quais violou. Toda a transgressão desonra a Deus, Rm 2.23. 2. Impiedade - Rm 1.18; Tt 2.12, significa uma ação sem piedade, isto é, sem amor e devoção às coisas de Deus. Isto realmente caracterizou a atitude de Adão e Eva. 3. Injustiça - Rm 1.18, Justiça é um procedimento de acordo com o direito. Quando isto falta, então se trata de injustiça. 4. Desobediência - Hb 2.2. Desobediência significa insubmissão ou rebelião, coisa que, diante de Deus, é como feitiçaria, I 15.23. Foi o que Adão e Eva cometeram, Rm 5.19. 5. Iniqüidade, Rm 2.8; I Jo 5.17, significa uma falta de eqüidade, ou de reconhecimento do direito ou dos princípios imutáveis da Justiça. É algo que promove desordem. Quanta desordem, o pecado não causou na vida homem? Quando Lúcifer se rebelou contra Deus, foi a causa da eterna desordem. O Anticristo é por isso chamado “O iníquo”, II Ts 2.8. 6. Errar o alvo. O certo é atirar sem errar o alvo, Jz 20.16. Porém quando alguém não faz o que é certo, errou o alvo ... E isto expressa o que é pecado. Os homens procuravam “atirar” no alvo de ser igual a Deus, mas erraram e ficaram sendo dominados por Satanás. 7. Dívida. Mt 6.12, o pecado cometido é a contração de uma dívida. 8. Desordem. A palavra iniqüidade é literalmente “desordem”, I Jo 3.4 9. Derrota. É o significado literal da palavra queda, em Rm 11.12. Ao rejeitar a Cristo, a nação judaica sofreu uma derrota e perdeu o propósito de Deus. 10. Erro. Hb 9.7 descrevem estes pecados como fruto da ignorância, e são dessa maneira diferenciados daqueles pecados cometidos presunçosamente apesar da luz que o esclarecia. O homem que desafiadoramente decide fazer o mal, incorre em maior grau de culpa do que aquele que é apanhado em falta, o que foi levado pela sua debilidade. AS CONSEQÜÊNCIAS DO PECADO Analisando os acontecimentos no dia da queda no Éden, podemos focalizar os principais efeitos do pecado. COM RELAÇÃO A DEUS 1) O pecado interrompeu a íntima comunhão que havia entre Deus e o homem, , Gn 2.18,19; 3.8, 9; Is 59.2; Jr 5.25. 2. O pecado deixou Adão e Eva despidos diante de Deus, Gn 3.7. Antes, o homem tinha uma espécie de vestidura de luz, Sl 104.2; I Tm 6.16. Portanto, a nudez foi uma das conseqüências do pecado. O homem precisa ser vestido com o manto da justiça de Cristo, enquanto aguarda o revestimento da imortalidade, por isso, deve vigiar para não ser encontrado nú, II Co 5.3; Ap 16.15. 3. O pecado torna o homem culpado diante de Deus. Culpa é uma omissão prejudicial, um delito, uma inobservância duma regra de conduta. Deus perguntou a Eva: “Por que fizeste isto?”, Gn 3.13. 4. O pecado faz o homem ficar debaixo da ira de Deus, Rm 1.18-20; Dt 32.19; Ef 5.6; Cl 3.6; Rm 2.5 COM RELAÇÃO A VIDA HUMANA Os prejuízos que o pecado traz para a vida do homem são incalculáveis. Mencionaremos apenas alguns: 1. O pecado roubou a tranqüilidade do homem, Rm 2.9. Antes não existiam as palavras angústia, aflição, lágrimas, etc. 2. O pecado sujeitou o homem debaixo do seu domínio, Jo 8.34. O pecado afetou o entendimento e a consciência do homem, Tt 1.15; II Co 4.4; Gn 6.5; 8.21. 3. O pecado levou o homem a perder a sua posição de governo, Gn 1.28. Em lugar de ser senhor tornou-se escravo da cobiça, da inveja, da avareza, etc., I Tm 6.10; Rm 1.29; I Tm 6.4; e dos cuidados da vida, Lc 21.34; Mt 13.22. 4. O pecado preparou uma plataforma para o diabo na vida do homem. Se o crente é vencido pelo tentador, e o pecado entra na sua vida, deixa nela uma plataforma para o inimigo exercer maior influência. Mas, se resistirmos ao diabo, ele fugirá de nós, Tg 4.7. Quando o homem obedece ao pecado, Rm 6.16, os seus membros se tornam sujeitos à imundícia e à maldade, Rm 6.19. 5. O pecado sujeitou o homem à morte, Gn 2.17; Rm 5.12. O pecado trouxe a morte em três sentidos: A) A morte física. (separação do espírito e da alma do corpo) B) A morte espiritual (separação do homem de Deus), Lc 15.24, 32; Ef 2.1,2; Mt 8.22. C) A segunda morte ou morte eterna, Ap 20.6, significa a eterna separação de Deus de todos que, antes de morrer, não aceitaram a salvação, Rm 6.23 COM RELAÇÃO À CONVIVÊNCIA ENTRE HOMENS 1. O pecado deu logo origem a uma diferença de tratamento nas relações entre Adão e Eva. Ao invés de se responsabilizar pelo seu pecado, Adão lançou a culpa sobre Eva, Gn 3.12, e até sobre Deus, pois disse: “A mulher que tu me deste ...” O pecado tem sido a origem das desgraças destrutivas em muitos lares, desde o Éden. 2. O pecado se alastrou na família. Caim, matou o seu irmão Abel, Gn 4.8-10. O pecado trouxe também em si a semente maldita de todas as brigas, invejas, porfias, guerras, etc. Quanto sangue tem sido derramado desde o primeiro homicídio! 3. A própria natureza adâmica é portadora de todos os germes da desunião e da discórdia no mundo. A Bíblia fala das obras da carne e menciona, entre outras: Inimizades, iras, pelejas, invejas, dissensões, etc., Gl 5.19-21 COM RELAÇÃO À POSTERIDADE 1. Adão gerou um filho à sua semelhança, conforme à sua imagem, Gn 5.3. Notemos que o pecado fez com que a imagem de Deus, com a qual fomos criados, Gn 1.26,27,fosse coberta pela semelhança do homem. Pouco a pouco o homem se degenerou e se tornou mais e mais distanciado da imagem de Deus. Todos se extraviaram e juntamente se fizeram inúteis ...”, Rm 3.12. A imagem de Deus existe em todos os homens, porém, às vezes, está muito coberta, Sl 14.1. 2. O pecado entrou na raça humana. Jesus disse: O que é nascido da carne é carne, Jo 3.6. “Carne” é uma expressão bíblica sobre a natureza adâmica. Já pelo nascimento natural, o homem recebe, como uma herança dos seus ancestrais, o pecado como probabilidade que mais adiante se torna realidade, Sl 51.5; Jo 14.4; 15.14. Éramos, por natureza, filhos da ira ...”, Ef 2.3. A velha natureza tem em si uma inclinação para o mal, Rm 8.5; 7.5-19, e uma insujeição diante de Deus e da sua Lei, Rm 8.7. Ela, definitivamente, não ama a Deus, Jo 5.42, mas ama as trevas, Jo 3.19. É uma realidade que “na minha carne não habita bem algum”, Rm 7.18. LIÇÃO 5 A DOUTRINA DA SALVAÇÃO SOTERIOLOGIA Introdução O termo “salvação” tem origem no grego “soteria” e do latim “salvatio”. Significa Salvamento, libertação de um perigo iminente. Livramento do poder e da maldição do pecado. Restituição do homem à plena comunhão com Deus. A salvação é obtida pela graça, ou seja, é um dom gratuito e imerecido que pecador recebe, Ef 2.8-11. Seu autor e consumador é o Senhor Jesus Cristo. O Senhor, pela sua morte expiatória, comprou a salvação para os homens. As Escrituras respondem como Deus a aplica e como é ela recebida pelos homens para que se torne uma realidade experimental. As verdades relacionadas com a aplicação da salvação agrupam-se sob três títulos: Justificação, Regeneração e Santificação. As verdades relacionadas com a aceitação da salvação, por parte dos homens, agrupam-se sob os seguintes títulos: Arrependimento, Fé e Obediência. A ORIGEM DA SALVAÇÃO A salvação preparada para o mundo perdido nasceu no coração amoroso de Deus. No dia da queda do homem, Deus falou a respeito da “semente da mulher”, Gn 3.15. Uma referência a Jesus, autor da salvação. E é bom que se diga que a salvação já estava nos planos eternos de Deus, leia Ap 13.8. OS TRÊS ASPECTOS DA SALVAÇÃO Há três aspectos da salvação, e cada qual caracteriza-se por uma palavra que define ou ilustra a mesma. 1º) Justificação é um termo judicial que nos faz lembrar um tribunal. O homem, culpado e condenado, perante Deus, é absolvido e declarado justo, isto é, justificado. A palavra justificar é termo judicial que significa quitar, declarar justo, ou pronunciar sentença de aceitação. A ilustração procede das relações legais. O réu está perante Deus, o Justo Juiz, mas ao invés de receber a sentença condenatória, ele recebe a sentença de quitação. Apesar do passado pecaminoso do homem, uma vez justificado por este veredicto divino ninguém poderá contradizer, leia Rm 8.34. Portanto justificação é primeiramente subtração, que é o cancelamento dos pecados; segundo, adição, que é a imputação da justiça de Cristo. Consideremos a necessidade de justiça. Como o corpo necessita de roupa, assim a alma necessita de caráter. Assim como é necessário apresentar-se em público decentemente vestido, assim é necessário que o homem se vista da roupa dum caráter perfeitamente justo para apresentar-se diante de Deus, Ap 19.8; 3.4; 7.13,14. As vestes do pecado estão sujas e rasgadas, Zc 3.1-4; se o pecador se vestisse de sua própria bondade e seus próprios méritos, alegando serem boas as suas obras, as mesmas seriam consideradas como “trapos de imundícia”, Is 64.6. a única esperança do homem é adquirir a justiça que Deus aceita. “A justiça de Deus”. Sendo que o homem por natureza está destituído dessa justiça, terá que ser provida para ele essa justiça; terá que ser uma justiça que lhe seja imputada, não merecida. Essa justiça foi comprada pela morte expiatória de Cristo, Is 53.5,11; II Co 5.21; Rm 4.6; 5.18,19. Sua morte foi um ato de perfeita justiça, porque satisfez a lei de Deus. Foi também um ato de perfeita obediência. Tudo isso foi feito por nós e posto a nosso crédito. “Deus nos aceita como justos aos seus olhos somente por nos ter sido imputada a justiça de Cristo, assim afirma certa declaração doutrinária: O ato pelo qual Deus credita essa justiça à nossa conta, chama-se imputação. Imputação é levar à conta de alguém as conseqüências do ato de outrem. As conseqüências do pecado do homem foram levados à conta de Cristo, e as conseqüências da obediência de Cristo foram levadas à conta do crente. Ele vestiu-se das vestes do pecado para que nós pudéssemos nos vestir do seu “manto de justiça”. “Cristo ... Nos foi feito por Deus ... Justiça”, I Co 1.30. Ele torna-se “O Senhor Justiça Nossa”, Jr 23.6. Sendo que a lei não pode justificar, a única esperança do homem é receber “justiça sem lei” (isto, entretanto, não significa injustiça ilegal, e nem tão pouco religião que permita o pecado, mas, sim, significa uma mudança de posição e condição). Essa é a “justiça de Deus”, isto é, a justiça que Deus concede, sendo também um dom, pois o homem é incapaz de operar a justiça, Ef 2.8-10. Mas um dom tem de ser aceito. Como, então, será aceito o dom da justiça? Ou, usando a linguagem teológica: qual é o instrumento que se apropria da justiça de Cristo? A resposta é: “Pela fé em Jesus Cristo”. A fé é uma mão, por assim dizer, que recebe o que Deus oferece. Que essa fé é a causa instrumental da justificação prova-se pelas seguintes referências: Rm 3.22; 4.11; 9.30; Hb 11.7; Fp 3.9. É importante salientar que a doutrina da justificação pela graça de Deus, através da fé do homem, remove dois perigos: Primeiro, o orgulho de auto- justiça e de auto-esforço; segundo, o medo de que a pessoa seja fraca demais para conseguir a salvação. 2º) Regeneração é um termo que tem origem no grego “palinginesia” e do latim “regenerationis. Que é o ato de nascer de novo. Milagre que se dá na vida de quem aceita a Cristo como o único e suficiente Salvador. Através da regeneração, conhecida também como conversão, o homem passa a desfrutar da natureza divina. Sem ela, o pecador jamais entrará no Reino dos Céus. A regeneração não é um processo; é um ato revolucionário. Ato que concede ao penitente que crê uma vida nova e mais elevada através da união pessoal com Cristo. O Novo Testamento assim descreve a regeneração: a) Nascimento. Deus o Pai é Aquele que gerou, e o crente é “nascido de Deus”, I Jo 5.1, “nascido do Espírito”, Jo 3.8, “nascido do alto”, tradução literal de Jo 3.3,7. Esses termos referem-se ao ato da graça criadora que faz do crente um filho de Deus. b) Lavagem. Deus nos salvou pela “lavagem” (literalmente, lavatório ou banho) da regeneração, Tt 3.5. A alma foi lavada completamente das imundícias da vida de outrora, recebendo novidade de vida, experiência simbolicamente expressa no ato de batismo, At 22.16. c) Vivificação. Somos salvos, não somente pela “lavagem da regeneração”, como também pela “renovação do Espírito Santo”, Tt 3.5; Cl 3.10; Rm 12.2; Ef 4.23; Sl 51.10. A essência da regeneração é uma nova vida concedida por Deus Pai, mediante Jesus Cristo e pela operação do Espírito Santo. d) Criação. Aquele que criou o homem no princípio e soprou em suas narinas o fôlego de vida, o recria pela operação do seu Espírito Santo, II Co 5.17; Ef 2.10; GL 6.15; Ef 4.24; vede Gn 2.7. O resultado prático é uma transformação radical da pessoa em sua natureza, seu caráter, desejos e propósitos. e) Ressurreição. Rm 6.4,5; Cl 2.13; 3.1; Ef 2.5,6. Como Deus vivificou o barro inanimado e o fez vivo para com o mundo físico, assim ele vivifica a alma em seus pecados e a faz viva em relação às realidades do mundo espiritual. Esse ato de ressurreição espiritual é simbolizado pelo batismo nas águas. João Wesley disse que a regeneração é “a grande mudança que Deus opera na alma quando a vivifica; quandoele a levanta da morte do pecado para uma vida de justiça” Três fatos científicos relativos à vida natural também se aplicam à vida espiritual; isto é, ela surge repentinamente; aparece misteriosamente, e desenvolve-se gradativamente. A regeneração é um ato soberano de Deus, para o qual o homem não pode cooperar, mas pode tomar parte na sua preparação, mediante o arrependimento e fé. f) Efeitos da regeneração. Quando a pessoa passa pela transformação espiritual conhecida como regeneração, torna-se filho de Deus e beneficiário de todos os privilégios dessa filiação. O Dr. William Evans, escreve: “Pela adoção, o crente que já é um filho de Deus, recebe o lugar de filho maior; dessa forma o menino torna-se filho, o filho menor torna-se adulto, leia Gl 4.1-7. A palavra “adoção” significa literalmente “dar a posição de filhos”, e refere-se ao uso comum, ao homem que toma para seu lar crianças que não são suas por nascimento. Na prática, a pessoa nascida de Deus demonstrará esse fato pelo ódio que tem ao pecado, I Jo 3.9; 5.18, por obras de justiça, I Jo 2.29, pelo amor fraternal, I Jo 4.7 e pela vitória que alcança sobre o mundo, I Jo 5.4. 3º) Santificação. Do latim “sanctificatio”. Significa separação do mal e do pecado, e dedicação ao serviço do reino de Deus. É desta forma que o filho de Deus aperfeiçoa-se à semelhança do Pai celestial. A santificação é operada mediante três instrumentos: O Espírito Santo, I Co 6.11; II Ts 2.13; I Pe 1.1,2; Rm 15.16, a Palavra de Deus, Jo 17.17; Ef 5.26; Jo 15.3; Sl 119.9; Tg 1.23-25 e o sangue de Jesus, Hb 13.12; 10.10,14; I Jo 1.7. Os termos santificação, santidade e consagração são sinônimos, como o são: Santificados e santos. Santificar é a mesma coisa como fazer santo ou consagrar. A palavra “santo” tem os seguintes sentidos: Separação. “Santo” é uma palavra descritiva da natureza divina. Seu significado primordial é “separação”; portanto, a santidade representa aquilo que está em Deus que o torna separado de tudo quanto seja terreno e humano, isto é, sua perfeição moral absoluta e sua divina majestade. Quando o Santo deseja usar uma pessoa ou um objeto para seu serviço, ele então separa essa pessoa ou aquele objeto do seu uso comum, e, em virtude dessa separação, a pessoa ou o objeto torna-se “santo”. b) Dedicação. Santificação inclui tanto a separação de, como dedicação a alguma coisa, é essa a “condição dos crentes ao serem separados do pecado e do mundo e feitos participantes da natureza divina, e consagrados à comunhão e ao serviço de Deus através do Mediador” A palavra “santo” é mais usada em conexão com o culto. Quando referente aos homens ou objetos, ela expressa o pensamento de que esses são usados em seu serviço e dedicados a Ele, no sentido especial de serem sua propriedade. c) Purificação. Embora o sentido primordial de “santo” seja separação para serviço, inclui também a idéia de purificação. O caráter de Jeová age sobre tudo que lhe é consagrado. Portanto, os homens consagrados a ele participam de sua natureza. As coisas que lhe são dedicadas devem ser limpas. Limpeza é uma condição de santidade, mas a própria limpeza, não expressa tudo quanto se reúne na palavra santidade, a qual é, primeiramente, separação e dedicação. d) consagração. No sentido de viver uma vida santa e justa. Qual é a diferença entre justiça e santidade? A justiça representa a vida regenerada em conformidade com a lei divina; os filhos de Deus andam retamente, I Jo 3.6-10. Santidade é a vida regenerada em conformidade com a natureza divina e dedicada ao serviço divino; isso pede a remoção de qualquer impureza que estorve esse serviço, leia I Pe 1.15. assim a santificação inclui a remoção de qualquer mancha ou sujeira que seja contrária à santidade da natureza divina. Aqueles que são declarados santos, Hb 10.10 são exortados a seguir a santidade, Hb 12.14; aqueles que foram purificados, I Co 6.11 são exortados a purificar-se a si mesmos, II Co 7.1. e) A santificação é prática e progressiva. A santificação não consiste somente em ser conferida a posição de santos, mas conduz o crente a um processo no qual ele cresce na santificação. O crente não cresce para alcançar a santificação e sim, progride na santificação até que chegue à estatura do varão perfeito. AS CONDIÇÕES PARA A SALVAÇÃO As Escrituras apresentam o arrependimento e a fé como condições da salvação; o batismo nas águas é mencionado como o símbolo exterior da fé interior do convertido, Mc 16.15; At 22.16; 16.31; 2.38; 3.19. Abandonar o pecado e buscar a Deus, são as condições e os preparativos para a salvação. Estritamente falando, não há mérito nem no arrependimento nem na fé; pois tudo quanto é necessário para a salvação já foi providenciado por Outro a favor do penitente. Pelo arrependimento o penitente remove os obstáculos à recepção do dom; pela fé ele aceita o dom. Mas, embora sejam obrigatórios o arrependimento e a fé, sendo mandamentos, é implícita a influência ajudadora do Espírito Santo. Note a expressão: “Deu Deus o arrependimento, At 11.18. a blasfêmia contra o Espírito Santo afasta aquele que é o único que pode comover o coração e levá-lo à contrição. Qual é a diferença entre arrependimento e fé? A fé é o instrumento pelo qual recebemos a salvação, fato que não se dá com o arrependimento. O arrependimento ocupa-se com o pecado e o remorso, enquanto a fé ocupa-se com a misericórdia de Deus. Não pode haver fé sem arrependimento e nem arrependimento sem a verdadeira fé. Fé e arrependimento são elementos essenciais na preparação da salvação e acompanham o crente durante toda a sua vida cristã. Alguém definiu o arrependimento das seguintes maneiras: “A verdadeira tristeza sobre o pecado, incluindo um esforço sincero para abandonar o mesmo”; “tristeza de Deus sobre o pecado”; a “convicção da culpa produzida pelo Espírito Santo ao aplicar a lei divina ao coração”; ou, nas palavras de menino: “sentir remorso a ponto de deixar o pecado”. Há três elementos que constituem o arrependimento segundo as Escrituras: Intelectual, emocional e prático. Podemos ilustrá-los da seguinte maneira: 1º) O viajante que descobre que está viajando em trem errado. Esse conhecimento corresponde ao elemento intelectual pelo qual a pessoa compreende, através da pregação da Palavra, que não está em harmonia com Deus. 2º) O viajante fica incomodado com a descoberta. Talvez alimente certos receios. Isso ilustra o lado emocional do arrependimento, que é uma auto-acusação e tristeza sincera por ter ofendido a Deus, II Co 7.10. 3º) Na primeira oportunidade o viajante deixa esse trem e embarca no trem certo. Isso ilustra o lado prático do arrependimento, que implica em “alto ... Volver” e marchar em direção a Deus. Arrependimento significa mudar de idéia ou de propósito. O arrependimento honra a lei como a fé honra o evangelho. Como o arrependimento honra a lei? Contristado o homem lamenta ter afastado do mandamento de Deus, lamenta sua impureza pessoal, admite a sua sentença divina. Então abandona o pecado. Já a fé no sentido bíblico, significa crer e confiar. É o assentimento do intelecto com o consentimento da vontade. Uma fé simplesmente intelectual não é suficiente, Tg 2.19; At 8.13,21, para adquirir a salvação. A fé no coração é o essencial, Rm 10.9. A PREDESTINAÇÃO BÍBLICA INTRODUÇÃO A palavra predestinação vem do grego "proorizo" e aparece seis vezes no novo testamento, uma vez é traduzida por "ordenou antes",I Co 2.7 outra por "anteriormente determinado", At 4.28 e quatro vezes por predestinar, Ef 1.5,11; Rm 8.29,30. A palavra predestinar significa "destinar por antecipação" Existem duas correntes que interpretam a doutrina da predestinação, uma conhecida por CALVINISTA outra por ARMINIANA, a primeira foi ensinada pelo Santo Agostinho, o grande teólogo do quarto século, depois sustentada porJoão Calvino, por isso que hoje é conhecida como corrente calvinista que prega a teoria da "segurança da salvação" ou seja uma vez salvo, salvo para sempre ou ainda "o determinismo de Deus". A segunda prega a teoria do livre arbítrio. João Wesley era Arminiano e George Whitefield calvinista, entretanto, ambos conduziram milhares de almas à Cristo, grandes pregadores como Carlos Spurgeon e Carlos Finney tiveram o cuidado de ensinar que um verdadeiro filho de Deus, certamente perseveraria até o fim, mas acentuaram que se não perseverassem poriam em dúvida o fato do seu novo nascimento e apesar disso eram calvinistas. O próprio João Calvino que sustentou a teoria do determinismo, dizia: Se a pessoa não procurasse andar em santidade, bem fazia em duvidar de sua eleição. Creio que há erros de doutrina que afetam a base da salvação e há erros que afetam apenas a prática do Cristianismo, não considero hereges os que defendem a teoria calvinista, porém não são corretos na interpretação Bíblica e vejo que essa teoria retarda o progresso do Evangelho e diminui a responsabilidade do homem diante de Deus, porém há os que defendem essa teoria que sendo extremistas descambaram para as heresias. Hoje existem doutrinadores calvinistas que estão conduzindo milhares de crentes sinceros para heresias, para um relaxamento espiritual e para perversão dos princípios Bíblicos, etc. Neste modesto trabalho proponho esclarecer aos diletos leitores a posição do homem diante de Deus e do "seu plano eterno de salvação". Examinemos pois as Escrituras Sagradas porque a melhor explicação para a Bíblia é a própria Bíblia A PRESCIÊNCIA DE DEUS "Que anuncio o fim desde o princípio e, desde a antigüidade, as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade." Is 46.10 A palavra traduzida por "presciência" ou conhecer de antemão é "Prognosis" Pro = Antes e gnosis = Saber ou conhecer Na Bíblia temos vários exemplos deste atributo divino, é um conhecimento assombroso que só Deus tem, vejamos: 1- Deus revelou ao profeta Daniel quais seriam as principais potências políticas desde os dias dele até o tempo presente, Dn 2-7 2- Deus revelou ao profeta Isaías que conhecia o rei Ciro, cerca de 150 anos antes do mesmo nascer, Is 44.26 - 45.7 3- Vemos a presciência nos inúmeros pormenores vaticinados acerca do nascimento, vida, morte e ressurreição de Cristo registrados no Velho Testamento. 4- Deus também sabe as possibilidades futuras. Deus respondeu ao rei Davi que seria traído se ficasse com os homens de Queila, I Sm 23.11,12 5- Cristo sabia que Sodoma e Gomorra teriam se arrependido, se tivessem presenciado a mesma quantidade de milagres que Corazim e Betsaida viram, Mt 11.23 A PRESCIÊNCIA E A ESCOLHA DO HOMEM A presciência de Deus não afeta as decisões do homem, leia Dt 30.19, neste caso também não afeta o livre arbítrio, Mc 16.15,16. As ações dos homens não são permitidas ou impedidas pelo fato de Deus conhecê-las de antemão, Dt 28.1,15, Deus tem promessas e bênçãos para quem responde positivamente à sua palavra e tem também uma sentença para quem responde negativamente. A presciência não é o mesmo que predestinação, pois presciência significa "conhecimento de antemão" e predestinação significa "destinar por antecipação" ou seja é a maneira segundo a qual Deus planeja seus atos conforme este conhecimento assombroso. A presciência divina não deve causar confusão e sim confiança, pois primeiro Deus nunca será apanhado de surpresa, Ap 13.8; At 2.23, segundo, Deus nunca será enganado, Is 46.10 e em terceiro nosso Deus nunca se arrependerá, Nm 23.19. A presciência divina é uma garantia de que o plano e propósitos de Deus para a Igreja nunca serão frustrados, I Pe 1.19,20, a presciência afeta a eleição divina e a predestinação do crente, I Pe 1.2; Rm 8.29 e 11.2, a Bíblia diz "o que dantes conheceu, também os predestinou." O uso da palavra presciência no Novo Testamento pode ser encontrado nos seguintes textos: Rm 3.25, At 26.5, Rm 8.29; Rm 11.2, I Pe 1.20; II Pe 3.17; At 2.23 e I Pe 1.2. A ELEIÇÃO DIVINA A palavra eleição significa escolha, esta palavra foi usada no Antigo Testamento para descrever a escolha que Deus fez de alguns indivíduos e da nação de Israel, Gn 12.1-5; Ex 3.1-4,17; Jr 1.4-10; Jz 6.11-15. Três pontos importantes à observar aqui: 1º- A eleição para salvação e privilégios dos crentes é baseada primeiramente na eleição de Cristo, I Pe 2.4; Cl 1.18; Ef 1.4;, I Pe 2.4; Cl 1.18; Ef 1.4; m 8.1 2º- A eleição dos crentes em Cristo foi feita segundo a presciência de Deus, I Pe 1.2 a) Deus escolheu aqueles que na sua presciência, antevira que escolheriam à Cristo, a Bíblia diz: "Nos escolheu NELE, Ef 1.4" 3º- A escolha feita pelo homem foi prevista por Deus, mesmo antes de terem sido lançados os alicerces da terra, Is 46.10; Ap 13.8 A ELEIÇÃO DIVINA E A ESCOLHA DO HOMEM A eleição divina não interfere no livre arbítrio, Deus sabe de antemão a decisão do homem, logo não necessita de força-lo, Ap 3.20, Mt l6.24. Podemos explicar da seguinte maneira, na parte de fora da Porta da Salvação lemos as seguintes palavras: 'QUEM QUIZER PODE VIR', quando entramos por esta porta e somos salvos lemos as palavras que estão escritas do ouro lado, ou seja, do lado de dentro. "ELEITOS SEGUNDO A PRESCIÊNCIA DE DEUS" Somos eleitos por Deus em Cristo, e se deixarmos à Cristo perderemos este incomparável privilégio, II Pe 1.10; Hb 10.26-30; II Pe 2.21; Hb 2.3 ; I Co 10.1-12; Hb 12.25 Uma pessoa está a mercê da correnteza de um caudaloso rio, está condenado a ser levado e fatalmente morrer, porém alguém joga um salva-vidas, e exclama em alta voz: Agarre-o ! e serás salvo; deixe-o! e perecerás. A eleição é tanto responsabilidade do homem, como ação divina, Jesus declarou em Jo 6.37 o seguinte: "Tudo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora." Todo aquele que vem à Jesus, vem em resposta à graça salvadora de Deus, favor divino que o pecador pode rejeitar, porém quando responde positivamente Jesus o recebe de coração e promete que de maneira nenhuma o lançará fora, é oportuno inserir neste comentário o conselho que o rei Davi deu à seu filho Salomão; ""E tu meu filho Salomão, conhece o Deus de teu pai e serve-o com um coração perfeito e com uma alma voluntária ; porque esquadrinha o SENHOR todos os corações e entende todas as imaginações dos pensamentos; se o buscares, será achado de ti; porém, se o deixares, rejeitar-te-á para sempre. "" I Cr 28.9 Significa dizer que Deus não lança o homem fora, porém se o homem o deixar, Ele o rejeitará para sempre. A escolha divina referida em Jo 15.l6, não é escolha para salvação e sim uma escolha feita entre os salvos de alguns indivíduos para o serviço do Senhor, como podemos inferir do texto de Lc 6.13 que Jesus escolheu dentre os discípulos, os doze apóstolos. Um avião com trezentos passageiros à bordo levanta vôo no aeroporto internacional do Galeão com destino à Israel, significa dizer que os trezentos passageiros estão predestinados à chegar em Israel, porém se em uma escala qualquer um dos passageiros sair do avião e não voltar não chegará em Israel; E a culpa por não ter chegado ao lugar predestinado é única e exclusivamente dele. FATALISMO Fatalismo é uma doutrina segundo a qual o curso da vida humana está previamente fixado, ou seja é uma crença herética que atribui as ações e escolhas do homem ao determinismo de Deus, ou melhor, Deus decide o que o homem fará, porém a Bíblia ensina o seguinte: 1- Cada homem é responsável pela decisão que tomar durante a vida. ''Contudo vós me deixastes a mim, e servistes a outros deuses, pelo que não vos livrarei mais. Ide e clamai aos deuses que escolhestes. Que eles vos livrem no tempo do vosso aperto.'' Jz 10.13,14
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