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Introdução à Biomedicina e Deontologia - EAD


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INTRODUÇÃO À BIOMEDICINA 
E DEONTOLOGIA
PROF.A RAFAELE ANDRESSA DA SILVA BELEI
Reitor: 
Prof. Me. Ricardo Benedito de 
Oliveira
Pró-reitor: 
Prof. Me. Ney Stival
Gestão Educacional: 
Prof.a Ma. Daniela Ferreira Correa
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Diagramação:
Alan Michel Bariani
Thiago Bruno Peraro
Revisão Textual:
Gabriela de Castro Pereira
Letícia Toniete Izeppe Bisconcim 
Luana Ramos Rocha
Produção Audiovisual:
Heber Acuña Berger 
Leonardo Mateus Gusmão Lopes
Márcio Alexandre Júnior Lara
Gestão da Produção: 
Kamila Ayumi Costa Yoshimura
Fotos: 
Shutterstock
© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo 
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
 Primeiramente, deixo uma frase de Só-
crates para reflexão: “a vida sem desafios não 
vale a pena ser vivida.”
 Cada um de nós tem uma grande res-
ponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, 
e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica 
e profissional, refletindo diretamente em nossa 
vida pessoal e em nossas relações com a socie-
dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente 
e busca por tecnologia, informação e conheci-
mento advindos de profissionais que possuam 
novas habilidades para liderança e sobrevivên-
cia no mercado de trabalho.
 De fato, a tecnologia e a comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, 
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e 
nos proporcionando momentos inesquecíveis. 
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino 
a Distância, a proporcionar um ensino de quali-
dade, capaz de formar cidadãos integrantes de 
uma sociedade justa, preparados para o mer-
cado de trabalho, como planejadores e líderes 
atuantes.
 Que esta nova caminhada lhes traga 
muita experiência, conhecimento e sucesso. 
Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR
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01
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................. 4
1 - INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA BIOMEDICINA NO BRASIL E NO MUNDO ...................................................... 5
2 - O RECONHECIMENTO DO CURSO DE BIOMEDICINA ...................................................................................... 6
3 - CURSOS DE BIOMEDICINA NO BRASIL ............................................................................................................. 7
4 - CURRÍCULO MÍNIMO EM BIOMEDICINA ......................................................................................................... 7
5 - A PROFISSÃO BIOMÉDICO ................................................................................................................................. 9
6 - FORMAS DE ADQUIRIR OU INCLUIR UMA HABILITAÇÃO ............................................................................. 10
7 - O QUE O BIOMÉDICO PODE FAZER APÓS O TÉRMINO DA FACULDADE? .................................................... 10
8 - CONSELHOS DE BIOMEDICINA – REGIONAL, FEDERAL E A LEGISLAÇÃO BIOMÉDICA ........................... 13
9 - CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL ................................................................................................................... 14
9.1. CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL .................................................................................................................. 15
HISTÓRIA E REGULAMENTAÇÃO DA 
BIOMEDICINA
PROF.A RAFAELE ANDRESSA DA SILVA BELEI
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA: INTRODUÇÃO À BIOMEDICINA E 
DEONTOLOGIA
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ENSINO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
Neste ano de 2018, a biomedicina completa 52 anos de existência. De acordo com os 
dados da ABBM (Associação Brasileira de Biomedicina), tudo iniciou-se em 1966, com a criação 
do primeiro curso de biomedicina ofertado pela Escola Paulista de Medicina, cuja denominação 
do curso na época era de Ciências Biológicas modalidade Médica ou, Ciências Biomédicas como 
era popularmente mais conhecido.
O intuito da criação deste curso era a formação de profissionais que atuassem na área da 
docência para os cursos de graduação em odontologia e medicina; e na pesquisa para as áreas 
da biologia e medicina, áreas estas, aos quais estavam carentes de profissionais atualizados e 
que seriam de exclusividade para a dedicação em estudos aos novos avanços da saúde, informa 
Nauom (2005).
A procura pela nova formação foi extensa e de grande aceitação, favorecendo assim a 
sua implantação em outras universidades como na Universidade Estadual do Rio de Janeiro 
(UERJ,1967), a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP, 1967), a Faculdade de Ciências 
Médicas e Biológicas de Botucatu (UNESP, 1967) e a Universidade Federal de Pernambuco 
(UIFPE, 1968). A partir de então, o curso se expandiu, consolidando-se e sendo aceito (muito 
bem aceito, por sinal) pelo país todo, segundo Nauom (2005).
Foi graças à criação da regulamentação profissional (1979) e à implantação do Conselho 
Federal e os Conselhos Regionais de Biomedicina que a consolidação do nosso curso se tornou 
forte e obteve ao longo desses anos de existência grandes conquistas na área científica, legais e na 
sua aplicabilidade atuante dos profissionais, cita Nauom (2005).
Atualmente, os cursos de caráter Bacharelado em Biomedicina propõem a formação de 
profissionais de alta capacidade, para exercer atividades nas mais de 30 habilitações disponíveis 
aos profissionais, sejam elas na pesquisa científica, na docência em nível superior, realizar uma 
complementação profissional no exterior ou uma colocação funcional em alguma empresa 
da área, ou trabalhar nas áreas clínicas atuantes, como as análises clínicas, o diagnóstico por 
imagem, entre outros, já que as opções de trabalho para o profissional biomédico são grandes, 
mostra Nauom (2005). A unidade 1 desta apostila trará as informações claras e detalhadas de 
toda essa jornada traçada pelo curso de biomedicina, desde a sua implantação até os dias atuais, 
enfatizando onde os profissionais podem estar inseridos, quais são as perspectivas do curso, suas 
regulamentações, leis e o código de ética do profissional biomédico.
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ENSINO A DISTÂNCIA
1 - INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA BIOMEDICINA NO 
BRASIL E NO MUNDO
Mundialmente, a década de 50 foi um grande marco histórico, afinal, diversos estragos 
haviam sido realizados há pouco tempo durante a segunda guerra mundial. Os anos 50, portanto, 
foram de recomposição, reconstrução tanto material quanto pessoal, gerando, assim, esperança 
de um mundo melhor, cita Nauom (2005).
Na década de 60, houve muitas e grandes transformações, fazendo com que diversas 
atividades profissionais sofressem mudanças, principalmente a área médica. Foi nesta época que 
diversos avanços relacionados à saúde foram realizados, como o primeiro transplante de coração 
e a criação dos testes imunológicos aplicados às Análises Clínicas, cita Nauom (2005). 
Graças aos avanços e a esta reestruturação mundial a escolaridade ganhou acessibilidade, 
possibilitando que cada vez mais alunos iniciasse um ensino superior. A mídia passava aos 
telespectadores as grandes maravilhas tecno-cientifica alcançadas pelos países de primeiro mundo, 
e devido a isso o progresso educacional não tardou a acontecer. Para isso, fora necessário a abertura 
de mais cursos de Medicina, Odontologia, Biologia, Direito e Administração, principalmente. As 
faculdades de Medicina foram amplamente instituídas, mantidas principalmente pelo governo 
de São Paulo. Entre os anos 50 e 60, surgiram às faculdades de Medicina das cidades de Ribeirão 
Preto, Botucatu e Campinas. A grande procura por tal graduação estimulou a criação de faculdades 
particulares, mostra Nauom (2005).
As aulas destas instituições eram ministradas principalmente pormédicos, dentistas e 
farmacêuticos, desta forma, esses docentes possuíam muito fundamento técnico, no entanto, pouco 
fundamento pedagógico a acrescentar. Raríssimas eram as faculdades que possuíam biólogos 
em seus quadros funcionais, ministrando disciplinas como genética, histologia e citologia, por 
exemplo, no entanto, mesmo esses profissionais não possuíam ainda o conhecimento biológico 
e funcional da espécie humana. Foi com este pensamento, na busca por este profissional, que 
em 1966, um grupo de professores liderados pelo Professor Doutor Leal Prado, da então Escola 
Paulista de Medicina, propôs a criação de um curso, inicialmente denominado de “Biologia 
Médica” ou “Ciências Biológicas Modalidade Médica”, depois mudado para “Biomedicina” 
(NAUOM, 2005).
De acordo com o proposto, o objetivo do curso de Biomedicina era a formação de 
biomédicos especializados que lecionassem nas disciplinas bases dos cursos de graduação em 
Medicina e Odontologia, bem como pesquisadores científicos. Essa proposta foi implantada 
rápida e eficientemente já entre os anos de 1966 e 1968 sendo pioneira em faculdades dos estados 
do Rio de Janeiro e São Paulo, coloca Nauom (2005).
 Porém, o graduado em biomedicina nem sempre queria seguir a carreira acadêmica, 
mesmo sabendo que esse era o objetivo principal do curso e a partir dai motivou as coordenações 
a apresentar um campo de trabalho, as análises clínicas. A ampliação das atividades do profissional 
biomédico para o exercício em análises clínicas motivou, a partir de 1972, a abertura de vários 
novos cursos de Biomedicina em diferentes regiões do Brasil, garantindo total sucesso desse 
profissional que até nos dias atuais se mostra em evidência, já que as análises clínicas é a área de 
atuação de maior representatividade, comenta Nauom (2005). 
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ENSINO A DISTÂNCIA
Podemos afirmar, então, que a Biomedicina é um curso relativamente novo, que foi 
instituído em um envolvente momento em que incluíram a modernidade científica e tecnológica 
da área biológica e com grande reflexo na saúde, e as aspirações sociais, políticas e culturais que 
estavam em plena ebulição entre 1960 e 1970 criando um perfil profissional que atualmente está 
se diversificando para outras áreas de atuação além das Análises Clínicas, com destaque por 
exemplo para a Imagenologia, Análise Ambiental, Banco de Sangue, Biotecnologia, entre outros, 
buscando sempre obter um avanço no mercado profissional.
2 - O RECONHECIMENTO DO CURSO DE BIOMEDICINA
De acordo com Nauom (2005), os primeiros graduados no curso de Biomedicina (1968 – 
1970) obtiveram extrema facilidade para iniciar no mercado de trabalho, estes foram contratados 
para lecionar ou serem pesquisadores em várias instituições públicas de ensino superior ou de 
pesquisas científicas e nesse período pouquíssimos profissionais optaram em trabalhar com as 
análises clínicas. Contudo, com a expansão de abertura de cursos de Biomedicina em instituições 
de ensino particulares, a ênfase mudou, ou seja, estes novos cursos objetivavam como principal 
formação dos seus graduandos o exercício em análises clinicas, fazendo com que a partir deste 
momento inúmeros profissionais biomédicos aderisse a esse campo de trabalho.
Com esse direcionamento, e o sucesso de contratações dos profissionais graduados em 
biomedicina pelos Laboratórios de Análises Clínicas (LAC), muitos profissionais atuantes desta 
área, como bioquímicos e médicos patologistas sentiram-se ameaçados em seus empregos, 
ocorrendo, assim, entre os anos de 1972 a 1983 (e porque não até os tempos atuais), muitos 
desentendimentos entre estes profissionais, que infelizmente fizeram com que os biomédicos, 
muitas vezes, fossem impedidos de exercer suas atividades em análises clínicas em laboratórios 
públicos e privados, e quase sempre descartados nos editais de concursos públicos nessa área, 
segundo Nauom (2005).
Obviamente, devido a toda essa “briga” os profissionais e graduandos de biomedicina 
ficaram revoltados e iniciaram inúmeras campanhas em defesa da atuação em análises clínicas 
que com anos de luta obteve-se em 1979, a primeira lei que regulamentava inicialmente as 
profissões de biólogo e biomédico, bem como da criação dos Conselhos Federal e Regionais de 
Biologia e Biomedicina, especificamente (Lei nº 6.684, de 3 de Setembro de 1979). Entretanto, 
essa regulamentação trazia interpretações passíveis de contestações judiciais feitas por outros 
profissionais não-biomédicos. Então, em 1983 uma nova lei foi emitida pela Presidência da 
República e pelo Congresso Nacional (lei nº 7.135 de 26 de outubro de 1983) que trazia, em seus 
artigos 1º e 2º, interpretações novamente possíveis de ser contestadas. Finalmente, em 24 de 
junho de 1986, o Senado Federal promulgou a Resolução nº 86, que em artigo único referendava 
o exercício das atividades do biomédico, incluindo o exercício pleno em análises clínicas. 
Atualmente todos esses profissionais atuam em análises clínicas, com troca de experiência e 
colaboração, cita Nauom (2005).
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3 - CURSOS DE BIOMEDICINA NO BRASIL
A diretriz do curso de graduação em Biomedicina, criado pelos Ministros da Educação, 
Saúde e Trabalho tinha como principal objetivo a formação de docentes para lecionar as 
disciplinas de base dos cursos médicos. Com um amplo e formado currículo os egressos do 
curso estabeleceram-se profissionalmente em diversos campos de atuação na área médica, 
especialmente em análises clínicas e citologia oncótica. As Instituições de ensino, pioneiras na 
abertura do curso, foram a Universidade Federal de Pernambuco – UFPE; Universidade Federal 
do Pará – UFPA; Escola Paulista de Medicina – ESPM/ UNIFESP; Universidade de São Paulo 
– USP; campus Ribeirão Preto – UNESP; campus Botucatu Centro Universitário Barão de 
Mauá, em Ribeirão Preto/SP; Organização Santamarense de Educação e Cultura – OSEC, hoje 
Universidade de Santo Amaro – UNISA/SP; Universidade de Mogi das Cruzes/SP; Universidade 
Metodista de Piracicaba – UNIMEP/SP; Universidade Estadual do Rio de Janeiro – UERJ, cita 
Nauom (2005).
 A expansão da biomedicina fez com que com o passar dos anos todos os estados da 
federação, com exceção de Roraima, ofertassem o curso aos ingressantes. Atualmente são mais 
de 180 Instituições de ensino, entre público e privado que possuem o curso espalhados por todo 
o Brasil. O CRBM1 (2010) disponibiliza em sua página online um manual onde lista todas as IES 
e os estados.
4 - CURRÍCULO MÍNIMO EM BIOMEDICINA 
Os conteúdos essenciais para o curso de graduação em Biomedicina são estabelecidos pelo 
Ministério da Educação (MEC), por meio da Resolução nº 2, de 18/2/2003 da Câmara de Educação 
Superior (CES), do Conselho Nacional de Educação (CNE), do Ministério da Educação (MEC), 
que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em Biomedicina. Essa 
elaboração leva em conta uma série de fatores de extrema importância ao futuro profissional, 
durante sua jornada de trabalho, portanto, a grade curricular deve apresentar e estar relacionada 
com o processo saúde/doença do cidadão, da família e da comunidade, integrada à realidade 
epidemiológica e profissional. 
Para mais informações sobre quais as Instituições de Ensino Superior, sejam elas 
Faculdade, Universidades ou Centros Universitários que ofertam o curso de Bio-
medicina, o CRBM 1 disponibiliza em sua página online todos elas e suas informa-
ções básicas, como endereço e telefone para contato. Para isso deve-se acessar 
o site do CRBM 1 no ícone Instituições de ensino. 
Disponível em: <https://crbm1.gov.br/category/universidades/>. 
Acesso em: 28 set. 2018.
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As áreas do conhecimento propostasdevem levar em conta a formação global do 
profissional tanto técnico-científica quanto comportamental e deverão ser desenvolvidas dentro 
de um ciclo que estabeleça os padrões de organização do ser humano, seguida de uma visão 
articulada do estudo da saúde, da doença e da interação do homem com o meio ambiente. 
O conteúdo programático do curso de Biomedicina visa dotar o aluno de conhecimentos e 
habilidades que lhe possibilitam comunicação, liderança, atenção à saúde, à gestão administrativa, 
à tomada de decisões, educação permanente, etc., mostra CRBM1 (2010).
Nauom (2005) apresenta em seu guia uma tabela que relaciona 44 disciplinas, das quais 
30 delas são classificadas como básicas e 14 como opcionais, de acordo com o exigido pelo MEC. 
Para melhor entendimento, foi anexada neste manual a tabela realizada pelo autor, no entanto, 
vale ressaltar que as disciplinas podem sofrer modificações de instituição para instituição, mas, 
sempre seguindo o que está de acordo com o que é preconizado pelo Ministério da Educação. 
Área
Morfo-fisiológica
Biologia
Bioquímica
Química
Física
Genética
Microbiologia
Imunologia
Disciplinas básicas
Anatomia humana
Embriologia humana
Citologia
Histologia
Fisiologia humana
Biologia celular
Biologia molecular
Biotecnologia
Bioquímica geral
Bioquímica clínica
Química geral
Química analítica
Química orgânica
Biofísica
Genética humana
Citogenética
Bacteriologia
Micologia
Virologia
Parasitologia
Imunologia geral
Imunologia aplicada a
testes laboratoriais
Disciplinas optativas
Anatomia patológica
Biodiversidade e 
meio ambiente
Aconselhamento genético
Engenharia genética
Epidemiologia
Saúde Pública
Citometria de fluxo
Imunocitoquímica
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Figura 1 – Tabela de Disciplinas básicas e optativas por áreas destinadas aos cursos de Biomedicina. Fonte: Nauom 
(2005).
5 - A PROFISSÃO BIOMÉDICO
Os profissionais biomédicos podem executar procedimentos técnico-operacionais em 
seus campos de atuação que podemos agrupa-los em três grandes áreas de atuação profissional, 
desde que obedecida a habilitação necessária:
• Diagnóstico;
• Coordenação, Direção, chefias, Perícia, Auditoria, Supervisão e Ensino;
• Pesquisa e Investigação.
Para entendermos melhor, esses grupos, devemos conhecer ao certo, pelo menos as 
principais habilitações que o profissional biomédico pode exercer. Para isso, nossas próximas 
unidades explicarão cada habilitação deste profissional em uma abordagem mais detalhada. 
Simplificando, dentro de um leque amplo de estudos, o profissional biomédico pode focar 
seu interesse um uma, ou mais especialidade e nela poder exercer com competência e maior 
entendimento. De acordo com o Conselho Federal de Biomedicina (CFBM) existe hoje 35 
habilitações para o biomédico, estas, estão citadas no quadro abaixo, retirado do Manual do 
Profissional Biomédico do CRBM1 (2005).
35 HABILITAÇÕES
Patologia Clínica
(Análises Clínicas)
Análises 
Bromatológicas
Microbiologia de 
Alimentos
Imaginologia 
(exceto Interpretação)
Análise Ambiental
Fisiologia
Radiologia
Auditoria
Genética
Toxicologia
Bioquímica
Virologia
Anatomia 
Patológica
Biofísica
Banco de 
Sangue
Histologia 
Humana
Biologia 
Molecular
Virologia
Anatomia 
Patológica
Biofísica
Banco de 
Sangue
Histologia 
Humana
Biologia 
Molecular
Fisiologia 
Geral
Patologia
Microbiolo-
gia
Reprodução 
Humana
Informática 
da Saúde
Biomedicina 
Estética
Fisiologia 
Humana
Hematologia
Acupuntura
Farmacolo-
gia
Perfusão Ex-
tracorpórea
Citologia 
Oncótica
Saúde 
Pública
Imunologia
Psicobiologia
Embriologia
Parasitologia
Sanitarista
Quadro 1 - Habilitações do Biomédico segundo o Conselho Federal de Biomedicina. Fonte: CFBM (2018).
Ciência Exata
Aplicativas
Matemática
Bioestatística
Informática
Análises Clínicas
Hematologia
Banco de sangue
Imagenologia
Análises moleculares
Modelos matemáticos aplicados
à biologia (Biomatemática)
Modelos de informática aplica-
dos à biologia (Bioinformática)
Mercado de trabalho
Bioempresa
Bioindústria
Oncologia molecular
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6 - FORMAS DE ADQUIRIR OU INCLUIR UMA 
HABILITAÇÃO
De acordo com as regulamentações, existem algumas formas de incluir e/ou adquirir uma 
habilitação, desde que esta, seja regulamentada pelo CFBM. Durante a graduação, é possível que 
ocorra essa inclusão desde que o graduando realize estágio supervisionado com duração igual 
ou superior a quinhentas horas, cursadas em instituições reconhecidas pelo órgão competente 
do Ministério da Educação ou em laboratório conveniado com Instituições de nível superior ou 
cursos de especialização ou pós-graduação, reconhecidos pelo MEC. Outra forma é um curso de 
especialização, mestrado, doutorado em uma das habilitações, respeitando as normas do MEC. 
Existe também a possibilidade de inclusão com a aprovação no exame de Título de Especialista 
da Associação Brasileira de Biomedicina – ABBM, ou que o profissional apresente certificado 
de Aprimoramento profissional em instituição de ensino superior reconhecida pelo MEC ou 
certificado de Residência Multiprofissional ofertado por Instituições reconhecidas pelo MEC 
(NAUOM, 2005).
7 - O QUE O BIOMÉDICO PODE FAZER APÓS O 
TÉRMINO DA FACULDADE? 
Nauom (2005) se preocupou muito em destacar em seu guia, o que os recém graduados em 
Biomedicina deveriam realizar logo após o término do curso e eis que chegou a uma conclusão de 
que a grande maioria desses indivíduos não fazem ideia de qual seria a melhor forma de conseguir 
se inserir no mercado de trabalho. De acordo com ele os profissionais ao receber o certificado de 
conclusão de curso, o profissional deve solicitar imediatamente seu registro no conselho regional 
ao qual pertence, pois, somente a partir deste é que ele poderá exercer em conformidade sua 
profissão. Em seguida, o profissional deve saber o que seguir e no que se especializar, buscando 
sempre um melhor mercado de trabalho. 
As opções de trabalho para o biomédico são grandes, este profissional pode dedicar-
se em uma pós-graduação, seguir carreira acadêmica, dedicando-se a pesquisa científica, pode 
seguir a docência, uma complementação profissional no exterior ou uma colocação funcional em 
alguma empresa da área.
De acordo com a figura 2, em todas essas atividades relatadas no parágrafo anterior o 
biomédico deve se identificar com áreas de competência profissional nas quais poderá atuar. 
Essas áreas foram compostas pelo rol ou lista de disciplinas durante o curso de graduação, e 
sua atuação pode ser a de docente, pesquisador, proprietário ou sócio de empresas (laboratório, 
empresas) e em colocação funcional por meio de emprego.
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Figura 2 - Tabela de Atividades e área de atuação do profissional Biomédico. Fonte: NAUOM (2005).
O profissional biomédico, por sua formação eclética, tem muitas possibilidades de se 
tornar empregável em diversos ramos laboratoriais (análises clínicas, hematologia, imunologia, 
reprodução humana, biologia molecular, pesquisas científicas), em bancos de sangue público e 
privado, em clínicas de diagnósticos de imagens, em indústrias e bioindústrias, em empresas de 
biotecnologia e bioempresas, entre outros. Sabemos que o campo para tais profissionais é amplo, 
no entanto, é necessário que o profissional esteja sempre atento às mudanças, atento a novas 
possibilidades e quem sabe a um novo campo de atuação. O mercado profissional é extremamente 
distribuído, fazendocom que as áreas buscadas por profissionais, seja ela, qual for sua afinidade 
seja conquistada e executada. Ressalto que mesmo, ainda sendo poucos os concursos, possuímos 
campos de atuação também no mercado público, sonho e anseio de muitos indivíduos que 
realizam um curso de nível superior. Os campos de atuação tanto de mercado público quanto 
privado serão abordados na Unidade 3, deste manual.
Além das possibilidades relatadas anteriormente, ainda possuímos a possibilidade 
da complementação profissional no exterior, a partir de um estágio embasado numa pesquisa 
cientifica, existindo ainda a possibilidade de ganho de bolsa para tal exercício.
8 - CONSELHOS DE BIOMEDICINA – REGIONAL, 
FEDERAL E A LEGISLAÇÃO BIOMÉDICA 
O Conselho Federal possui inúmeras atribuições, entre as quais se destacam o 
estabelecimento de funções normativas em relação à regulamentação da profissão de Biomédico, 
bem como a supervisão e a fiscalização do exercício profissional em todo o território nacional, 
além de organizar e instalar os Conselhos Regionais de Biomedicina.
Os conselhos Regionais possuem o papel de regular, orientar e fiscalizar a atividade do 
profissional Biomédico. Têm seu espaço de atuação delimitado por leis constitucionais. Estão 
impedidos legalmente de fazer mais pela profissão, senão estarão invadindo a área de outras 
instituições, como associações e sindicatos, mostra CRBM1 (2005).
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As associações são sociedades de cunho científico que possuem como objetivo auxiliar os 
profissionais e estudantes com atividades que agreguem valor aos seus currículos, como cursos, 
palestras, congressos, jornadas, encontros, simpósios e demais eventos científicos. Também 
oferecem apoio ao profissional proprietário de um serviço. Os Sindicatos têm como missão 
principal a luta pela melhoria das condições de trabalho, da remuneração dos profissionais, das 
relações entre proprietários de empresas privadas, públicas e colaboradores, e à defesa da classe, 
mostra CRBM1 (2005).
De acordo com o Manual do Profissional Biomédico após amplas discussões no 
Congresso Nacional, a profissão de Biomédico foi regulamentada pela Lei 6.684, de 03/9/79 e 
Decreto nº 88.439, de 28/6/83. A mesma lei criou o Conselho Federal de Biomedicina – CFBM 
– e os Conselhos Regionais de Biomedicina – CRBMs –, com o objetivo de orientar, disciplinar e 
fiscalizar o exercício da profissão de Biomédico. 
As Jurisdições dos CRBM compreendem estados distintos, ou seja, cada Conselho regional 
realiza sua jurisdição em determinada região nacional, desta forma, podemos citar que CRBM1 
compreende os estados de Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rio de 
Janeiro e Rio Grande do Sul; CRBM 2 os estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, 
Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe; CRBM 3 os estado do Distrito Federal, Goiás, 
Mato Grosso, Minas Gerais e Tocantins; CRBM 4 Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e 
Roraima; CRBM 5- Rio Grande do Sul e Santa Catarina e o mais novo conselho Regional o 
CRBM 6 apenas o estado do Paraná, segundo CFBM (2018).
Hoje, a área de atuação do Biomédico é ampla e o profissional pode se formar em várias 
habilitações, todas regulamentadas pelo Conselho Federal de Biomedicina – CFBM. Pesquisadores 
brasileiros da área de Biomedicina têm se destacado em estudos de repercussão mundial, como o 
Projeto Genoma Humano. Existem em todo o país cerca de 5.000 laboratórios de análises clínicas 
e citologia, cuja responsabilidade técnica é exercida por biomédicos. Há no Brasil, hoje, mais de 
30.000 biomédicos em atividade, menciona CRBM 1 (2010).
9 - CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL
De acordo com a Resolução nº 198, de 21 de Fevereiro de 2011, foi regulamentado o 
novo Código de Ética do Profissional Biomédico, conferido pelas atribuições do CFBM pela Lei 
nº 6.684, de 03 Setembro 1979, modificada pela Lei nº 7.017 de 30 de Agosto de 1982, ambas 
Regulamentadas pelo Decreto nº 88.439, de 28 de Junho de 1983, em consonância com a Lei nº 
6.838, de 29 de Outubro de 1980 e Lei nº 9.784, de 29 de Janeiro de 1999, e suas alterações.
Esse código foi concretizado considerando aspectos pertinentes às normas constituídas 
pela organização dos Conselhos Federal e Regionais de Biomedicina, que são órgãos disciplinadores 
dos profissionais biomédicos, além de considerar as condições e as atividades que os profissionais 
desta categoria desempenham durante as suas funções, em observações éticas e disciplinares. 
Isso faz com que os Conselhos, órgãos estes que possuem como finalidade zelar e disciplinar 
seus profissionais, fiquem atentos a medidas éticas aos quais os profissionais biomédicos exercem 
posturalmente durante a execução de seu trabalho, desta forma, no dia 03 de Abril de 2009 o 
CFBM reunido em sessão plenária de nº 72 decidiram pela aprovação do Novo Código de Ética 
do Profissional Biomédico, na qual a partir da referida data já fora entrada em vigor. 
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De acordo com o Conselho Federal de Biomedicina o Código de Ética profissional foi 
realizado, tendo conhecimento de que o profissional Biomédico, pela sua natureza em cuidar do 
interesse da saúde humana e animal, buscando sempre a verdade e jamais deixando-se aniquilar 
por atos que não sejam fiéis ao seu juramento, seguirá a risca as normas éticas contidas neste, já que 
o objetivo do código é consolidar o interesse sobre a proteção daqueles que utilizam dos serviços 
prestados pelos profissionais Biomédicos e a consolidação das normas de prevenção e práticas 
de nossos profissionais, visando unicamente serem fiéis aos princípios éticos, e no domínio da 
ciência servindo com lealdade ao cliente e a sociedade, desta forma a figura 3 representa alguns 
deveres fundamentais apresentados aos profissionais biomédicos por meio do código de ética 
profissional. Veja o código de ética do profissional Biomédico.
Figura 3 – Deveres fundamentais do código de ética Biomédico. Fonte: o autor.
9.1. Código de ética profissional
CAPÍTULO I - Dos Princípios Gerais
Art. 1º – A Biomedicina é uma profissão a serviço da saúde da pessoa humana, 
animal e da coletividade e deve ser exercida sem discriminação de qualquer 
natureza;
PARAGRAFO ÚNICO – No exercício de suas atividades o biomédico submeter-
se-á às normas do presente Código, cuja transgressão resultará em sanções 
disciplinares por parte do Conselho Regional de Biomedicina, após apuração 
executadas pelas Comissões de Ética.
https://www.crbm1.gov.br/legislação
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Art. 2º – O Código de Ética do Biomédico regula os direitos e deveres dos 
profissionais e das empresas jurídicas com inscrição nos Conselhos Regionais 
de Biomedicina.
Art. 3º – Os Biomédicos respondem pelos atos que praticarem ou pelos que 
autorizarem no exercício da profissão.
CAPÍTULO II - Deveres Profissionais do Biomédico
Art. 4º – Obriga-se o Biomédico a:
• Zelar pela existência, fins e prestígio dos Conselhos de Biomedicina, 
dos mandatos e encargos que lhe forem confiados e cooperar com os que forem 
investidos de tais mandatos e encargos; 
• Respeitar as leis e normas estabelecidas para o exercício da profissão; 
• Guardar sigilo profissional; 
• Exercer a profissão com zelo e probidade; 
• Zelar pela própria reputação; 
• Pagar em dia as contribuições devidas ao Conselho; 
• Observar as boas práticas no exercício da profissão; 
• Respeitar a atividade de seus colegas e outros profissionais;
• Zelar pelo perfeito desempenho ético da Biomedicina e pelo prestígio e bom 
conceito da profissão;
• Comunicar às autoridades sanitárias e profissionais, com discrição e 
fundamento, fatos que caracterizem infração a este Código e às normas queregulam o exercício das atividades biomédicas; 
•Comunicar ao Conselho Regional de Biomedicina e às autoridades sanitárias a 
recusa ou a demissão de cargo, função ou emprego, motivada pela necessidade de 
preservar os legítimos interesses da profissão, da sociedade ou da saúde pública; 
• Denunciar às autoridades competentes quaisquer formas de poluição, 
deterioração do meio ambiente ou riscos inerentes ao trabalho, prejudiciais à 
saúde e à vida; 
• Prenunciar por escrito ao CRBM todos os vínculos profissionais, com dados 
completos da empresa (razão social, nome dos sócios, CNPJ, endereço, horário 
de funcionamento e, se possuir, informar a responsabilidade técnica), manter 
atualizado o endereço residencial, telefones e e-mail; 
• Anunciar por escrito, com antecedência mínima de 10 (dez) dias ao CRBM 
que estiver inscrito sobre o seu afastamento provisório e/ou definitivo dos locais 
onde exercer a Responsabilidade Técnica; 
• Confirmar por escrito ao CRBM que estiver inscrito sobre a sua inatividade ou 
transferência de Jurisdição, com antecedência mínima de 10 (dez) dias; 
• Confirmar por escrito ao CRBM sobre o aprimoramento profissional adquirido 
para que lhe seja conferida a respectiva habilitação.
CAPÍTULO III - Do Exercício Profissional
Art. 5º – No exercício de sua atividade, o Biomédico também deverá:
• Empregar todo o seu zelo e diligência na execução de seus misteres; 
• Não divulgar resultados ou métodos de pesquisas que não estejam, científica e 
tecnicamente, comprovados; 
• Defender a profissão e prestigiar suas entidades; 
• Não criticar o exercício da atividade de outras profissões; 
• Ser leal e solidário com seus colegas, contribuindo para a harmonia da profissão;
• Não ser conivente com erro e comunicar aos órgãos de fiscalização profissional 
as infrações legais e éticas que forem de seu conhecimento; 
• Exigir justa remuneração por seu trabalho;
• Cooperar com a proteção do meio ambiente e da saúde pública, não participar 
de qualquer tipo de experiência em ser humano com fins bélicos, raciais, 
eugênicos, ou em que se constate desrespeito a algum direito inalienável do ser 
humano; 
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• Não praticar procedimentos que não sejam reconhecidos pelo Conselho 
Federal de Biomedicina; 
• Não praticar ato profissional que cause dano físico, moral ou psicológico ao 
usuário do serviço que possa ser caracterizado como imperícia, negligência ou 
imprudência; 
CAPÍTULO IV - Direitos do Biomédico 
Art. 6º – São direitos do Biomédico:
• Exercer com liberdade e dignidade a Biomedicina em todo o território nacional 
sem ser discriminado por qualquer motivo;
• Indicar falhas nos regulamentos e normas das instituições em que trabalhe, 
quando as julgar indignas do exercício da profissão ou prejudiciais à coletividade; 
• Recusar-se a exercer sua profissão em instituição pública ou privada onde as 
condições de trabalho sejam indignas ou possam prejudicar pessoas e mesmo a 
coletividade; 
• Resguardar o segredo profissional; 
• Ter respeitada, em nome da liberdade de profissão e do sigilo profissional, a 
inviolabilidade de seu laboratório, ou local de trabalho, de seus arquivos e dados, 
de sua correspondência e de suas comunicações, inclusive telefônicas ou afins, 
salvo caso de requisição judicial; 
• Dispor de boas condições de trabalho e receber justa remuneração por seu 
desempenho; 
CAPÍTULO V - Dos Limites para Divulgação e Propaganda da Atividade 
Biomédica.
Art. 7º – O Biomédico pode utilizar-se dos meios de comunicação para conceder 
entrevistas ou palestras sobre assuntos da Biomedicina, com finalidade educativa 
científica e de interesse social.
Parágrafo único – Os assuntos divulgados pelos Biomédicos, neste artigo, serão 
de sua inteira responsabilidade.
Art. 8º – Os anúncios, individuais ou coletivos, deverão restringir-se: Ao nome 
do biomédico e respectivo número de inscrição no Conselho, às suas habilitações 
devidamente registradas, aos títulos da profissão e seus endereços e horários de 
trabalho.
Art. 9º – O Biomédico somente poderá afixar placa externa em seu local de 
trabalho e em sua residência, obedecendo a legislação pertinente.
Art. 10º – É vedado ao Biomédico:
• Oferecer seus serviços profissionais através de qualquer mídia para promover-
se profissionalmente; 
• Divulgar informações que identifique o paciente; 
• Publicar fotografia de pacientes, salvo em veículo de divulgação estritamente 
científica e com prévia e expressa autorização do paciente ou de seu representante 
legal; 
• Anunciar preços de serviços, modalidade de pagamento e outras formas de 
comercialização; 
• Promover publicidade enganosa ou abusiva da boa fé do usuário; 
• Anunciar títulos científicos que não possa comprovar ou habilitação e/ou 
especialidade para a qual não esteja qualificado; 
• Publicar em seu nome trabalho científico do qual não tenha participado; 
apresentar e divulgar como originais quaisquer idéias descobertas ou ilustrações 
que na realidade não o sejam.
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CAPÍTULO VI - Das Relações com os Colegas
Art. 11º – Nas relações com os colegas, o Biomédico deve manter sempre 
respeito, urbanidade e solidariedade, sendo vedado:
• Criticá-los em público; 
• Aceitar remuneração inferior à reivindicada por colega sem o seu prévio 
consentimento ou autorização do órgão de fiscalização profissional; 
• Angariar clientela mediante propaganda não permitida pelo órgão de 
fiscalização profissional; oferecer denúncia sem provas.
CAPÍTULO VII - Das Relações com a Coletividade
Art. 12º – Nas relações com a coletividade, o Biomédico não poderá:
• Praticar ou permitir a prática de atos que, por ação ou omissão, prejudiquem, 
direta ou indiretamente, a pessoa humana e a saúde pública; 
• Ser conivente de qualquer forma com o exercício ilegal da profissão ou 
acumpliciar-se, direta ou indiretamente, com quem o praticar;
• Revelar fatos sigilosos de que tenham conhecimento, no exercício de sua 
atividade profissional, a não ser por imperativo de ordem judicial; 
• Unir-se a terceiros para obtenção de vantagens que acarretem prejuízos ou 
inadequada assistência à saúde pública;
• Participar ou auxiliar, a qualquer modo, da prática de tortura em relação à 
pessoa ou formas de procedimento degradantes, desumanas e cruéis;
• Utilizar dos seus conhecimentos, fornecer substância ou instrumentos, 
participar de qualquer modo, na execução de pena de morte;
• Falsear dados estatísticos ou deturpar sua interpretação científica.
CAPÍTULO VIII - Das Relações com o Conselho Federal e os Regionais de 
Biomedicina.
Art. 13º – Nas relações com o Conselho Federal e os Regionais, o Biomédico 
deverá:
• Cumprir, integral e fielmente, obrigações e compromissos assumidos mediante 
contratos e outros instrumentos, visados e aceitos, pelo CRBM, relativos ao 
exercício profissional; 
• Acatar, respeitar e cumprir resoluções, portarias e atos baixados pelo CFBM 
ou CRBM; 
• Propiciar, com fidelidade, informações a respeito do exercício profissional, que 
lhe forem solicitadas; 
• Atender sempre convocação feita pelo órgão profissional, a não ser por motivo 
de força maior, comprovadamente justificado; 
• Comunicar ao Conselho Regional de Biomedicina em que estiver inscrito, toda 
e qualquer conduta ilegal ou antiética que observar na prática profissional.
Art. 14º- É vedado ao biomédico:
• Divulgar/anunciar por qualquer meio de informação que trata de assuntos de 
interesse relativo ao Conselho Federal e Regional do qual faz parte em função 
expressamente do cargo que ocupa e/ou que ocupou sem autorização expressa 
do Presidente do Conselho Federal e/ou Regional respectivo.
Parágrafo 1º – Em conexão com o cumprimento do art. 14, deve o profissional 
que ocupa e/ou ocupou cargo nos Conselhos Federal e Regionais: 
• Não se aproveitar do cargo que detém para divulgarassuntos inerentes ao 
Conselho; 
• Revelar informações obtidas em função do cargo que ocupar e/ou ocupou, sem 
autorização do Presidente do Conselho Federal e Regional; 
• Revelar fato de que tenha conhecimento em virtude do exercício de sua 
profissão, salvo por motivo justo.
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CAPÍTULO IX - Das Infrações Disciplinares
Art. 15º – Constituem infrações disciplinares:
• Transgredir preceito do Código de Ética Profissional; 
• Exercer a profissão quando impedido de fazê-lo, ou facilitar, por qualquer 
meio, o seu exercício aos não inscritos ou impedidos;
• Manter sociedade profissional fora das normas e preceitos estabelecidos na 
legislação em vigor;
• Violar sem justa causa sigilo profissional; 
• Praticar, no exercício da atividade profissional, ato que a lei define como crime 
ou contravenção; 
• Faltar a qualquer dever profissional; 
• Obstar, ou dificultar a ação fiscalizadora das autoridades sanitárias ou 
profissionais; 
• Injuriar, difamar/caluniar qualquer profissional de maneira incivil, bem como, 
a atividade de classe a qual pertence; 
• Revelar informações obtidas em função do cargo que ocupa e/ou ocupou, sem 
autorização do Presidente do Conselho Federal e Regional de Biomedicina; 
• Exercer a profissão biomédica quando estiver sob sanção disciplinar de 
suspensão; 
• As faltas serão consideradas gravíssimas, graves, leves, ou escusáveis conforme 
a natureza do ato e as circunstâncias de cada caso.
CAPÍTULO X - Competência do Presidente do Conselho Federal, Regionais e 
membros de Comissões.
Art. 17º – Compete ao Presidente do Conselho Federal e Regionais de 
Biomedicina, bem como aos Conselheiros e membros de Comissões: 
• Instaurar, de ofício, o processo competente sobre ato ou matéria que considere 
passível de configurar, em tese, infração ao princípio ou norma de ética 
profissional ao qual o processo disciplinar instaura-se de ofício ou mediante 
representação dos interessados, que não pode ser anônima; 
• Organizar, promover e desenvolver cursos, palestras, seminários e discussões a 
respeito de ética profissional, em parceria com o Departamento Jurídico.
CAPÍTULO XI - Sanções Éticas e Disciplinares.
Art. 18º – As transgressões aos Acórdãos, Normativas e Resoluções do CFBM, 
as Deliberações dos CRBMs e as infrações à legislação biomédica são passíveis 
de recurso ao CFBM.
Art. 19º – As infrações éticas e disciplinares serão apenadas, de forma alternada, 
sem prejuízo das sanções de natureza civil ou penal cabíveis, com as penas 
conforme o Art. 16º desse Código de Ética.
Art. 20º – Considera-se infração, a desobediência ou a inobservância ao disposto 
nas normas legais e outras, que, por qualquer forma digam respeito às atividades 
de Biomédico.
Art. 21º- As infrações, quanto ao exercício profissional, classificam-se em:
I – LEVES: aquelas em que o infrator seja beneficiado por circunstância 
atenuante;
II – GRAVES: aquelas em que for verificada uma circunstância agravante;
III – GRAVÍSSIMAS: aquelas em que seja verificada a existência de duas ou mais 
circunstâncias agravantes.
Art. 22º – São circunstâncias atenuantes: 
• A ação do infrator não ter sido fundamental para a consecução do evento; 
• O infrator, por espontânea vontade, imediatamente, procurar reparar ou 
minorar as conseqüências do ato que lhe foi imputado; 
• Ter o infrator sofrido coação a que não podia resistir para a prática do ato; 
• Ser o infrator primário, e a falta cometida, de natureza leve.
Art. 23º- São circunstâncias agravantes:
• Ter o infrator agido com dolo, ainda que eventual fraude ou má-fé; 
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• Cometido a infração para obter vantagem pecuniária decorrente de ação ou 
omissão contrária ao disposto na legislação em vigor; 
• Tendo conhecimento do ato ou fato irregular, o infrator deixar de tomar as 
providências de sua alçada, tendentes a evitá-lo ou saná-lo; 
• A acumulação de infrações, sempre que duas ou mais sejam cometidas no 
mesmo momento.
Parágrafo único – Sem prejuízo no disposto neste artigo e no artigo 22º, na 
aplicação de penalidade infração ou as infrações serem cometidas durante o 
processo ético administrativo ou o cumprimento de pena disciplinar;
Art. 24º – Para efeito, ficará caracterizada a reincidência especifica quando o 
infrator, após decisão definitiva na esfera administrativa do processo que lhe 
houver imposto penalidade, cometer nova infração ou permanecer em infração 
continuada.
Parágrafo único – A reincidência específica torna o infrator passível de 
enquadramento na penalidade máxima e a caracterização da infração como 
gravíssima.
Art. 25º – Para a imposição de penalidade e a sua graduação, levar-se-á em conta: 
as circunstâncias atenuantes e agravantes; a gravidade do fato.
Art. 26º – Havendo concurso de circunstâncias atenuantes e agravantes, a 
aplicação da pena será considerada em razão das que sejam preponderantes.
Art. 27º – Em conformidade com o disposto na Lei Federal 6.684/79, 
regulamentada pelo Decreto Federal 88.439/83, as infrações, sem prejuízo 
das sanções de natureza civil ou penal, cabíveis, serão punidas, alternativa 
ou cumulativamente, com penalidade de: advertência; repreensão; multa 
equivalente a até 10 (dez) vezes o valor da anuidade devida a este Conselho; 
suspensão do exercício profissional pelo prazo de até 3 (três) anos; cancelamento 
do registro profissional, e da inscrição na sociedade, se for o caso; 
§ 1º – Salvo os casos de gravidade manifesta ou reincidência, a imposição 
das penalidades obedecerá a graduação deste artigo, observadas as normas 
estabelecidas por este Conselho para disciplina no processo de julgamento das 
infrações;
§ 2º – A pena de Advertência será aplicada, de forma escrita, por ofício do 
Presidente do CRBM, fazendo constar dos assentamentos do profissional;
§ 3º – A pena de repreensão será aplicada de forma escrita, com o emprego 
da palavra “censura” por ofício do Presidente do CRBM, fazendo constar dos 
assentamentos do profissional;
§ 4º – A pena de multa consiste no recolhimento de importância em espécie, 
equivalente a até 10 (dez) vezes o valor da anuidade segundo a gravidade da 
infração, aplicada com publicidade, fazendo constar dos assentamentos do 
profissional;
§ 5º – A pena de suspensão do exercício profissional pelo prazo de até 03 (três) 
anos consiste no impedimento de qualquer atividade profissional biomédica, 
sendo a pena variável segundo a gravidade da infração, aplicável pelo CRBM 
com publicidade, fazendo constar dos assentamentos do profissional.
§ – 6º – A pena de cancelamento do registro profissional será aplicada por falta 
gravíssima, com a devida publicidade, fazendo-se constar dos assentamentos 
do profissional. Dever-se-á comunicar o fato ao Serviço de Fiscalização do 
Exercício Profissional dos Estados Membros, ao órgão sanitário competente, ao 
empregador, publicado no D.O.U.
Art. 28º – Se a irregularidade não se revestir de gravidade, será expedido termo 
de intimação ao infrator, para corrigi-lo no prazo de 30 (trinta) dias.
§ 1º – o prazo para cumprimento da intimação será contado a partir da data de 
cientificação do infrator;
§ 2º – o prazo para cumprimento da intimação poderá ser reduzido ou 
aumentado, em casos excepcionais, por motivos de interesse público, mediante 
despacho fundamentado.
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Art. 29º- O termo de intimação será lavrado em 4 (quatro) vias, destinando-se 
a primeira ao intimado e conterá: o nome da pessoa física, ou denominação da 
entidade intimada, especificação do seu ramo de atividade e endereço; número, 
série e data do auto de intimação respectivo; a disposição legal ou regulamentar 
infringida; a medida exigida; o prazo para sua execução; nome da pessoa que 
expediu a intimaçãoe assinatura.
§ 1º – Lavrado o Termo de Intimação, recolher-se-á a assinatura do intimado, 
ou na sua ausência, de seu representante legal ou preposto; em caso de recusa, 
a consignação dessa circunstância e a assinatura de suas testemunhas, quando 
possível.
§ 2º – Na impossibilidade de ser dado conhecimento diretamente ao interessado, 
da intimação ou do despacho que reduzir ou aumentar o prazo para sua execução, 
o infrator deverá ser cientificado por meio de carta registrada, ou publicação na 
imprensa oficial.
Art. 30º – São infrações éticas e disciplinares: 
Penalidade: Advertência.
I - Deixar de comunicar às autoridades biomédicas, fatos que contenham 
fundamentos e que caracterizem infração ao Código de Ética da Profissão 
Biomédica e às normas que regulam as atividades biomédicas;
II - Exercer a profissão biomédica sem condições dignas de trabalho e 
remuneração;
III - Deixar de informar, por escrito, ao CRBM sobre todos os vínculos 
profissionais, com dados completos da empresa (razão social, nome dos 
sócios, CNPJ, endereço, horário de funcionamento e, se possuir, informar a 
responsabilidade técnica), manter atualizado o endereço residencial, telefones 
e e-mail.
Penalidade: Multa e/ou cancelamento.
I – Participar de qualquer tipo de experiência em seres humanos com fins bélicos, 
raciais, eugênicos ou em que se observe desrespeito aos direitos humanos.
Penalidade: Suspensão e/ou cancelamento.
I – Praticar ato profissional que cause dano físico, moral ou material, 
comprovados mediante decisão judicial com trânsito em julgado, ao usuário do 
serviço, caracterizado como imperícia, negligência ou imprudência,
Penalidade: multa e/ou suspensão 
I – Violar o sigilo profissional de fatos que tenha tomado conhecimento no 
exercício da profissão, com exceção daqueles presentes em lei que exigem 
comunicação, denúncia ou relato a quem de direito.
II – Deixar de prestar assistência técnica ao estabelecimento com o qual 
mantenha vínculo profissional ou permitir a utilização de seu nome por 
qualquer estabelecimento ou instituição onde não exerça pessoal e efetivamente 
sua função.
III – Efetivar ou participar de fraudes em relação à profissão biomédica em todos 
os campos de conhecimento e técnica biomédica.
IV – Emitir laudos técnicos e realizar perícias técnico-legais sem observância ou 
obediência à legislação vigente.
V – Omitir das autoridades competentes, ou participar com quaisquer formas 
de poluição, deterioração do meio ambiente ou riscos inerentes ao trabalho, 
prejudiciais à saúde e à vida.
VI – Aceitar remuneração inferior ao piso salarial estabelecido por acordos 
ou dissídios da categoria, para exercício profissional, assunção de direção e 
responsabilidade técnica.
VII – Delegar a outras pessoas atos ou atribuições da profissão biomédica.
VIII – Exercer a atividade profissional incompatível com a habilitação conferida 
pelo CRBM.
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IX – Declarar possuir títulos científicos que não possa comprovar.
X – Omitir-se e/ou acumpliciar-se com os que exercem ilegalmente a profissão 
biomédica ou com os profissionais ou instituições que pratiquem atos ilícitos.
XI – Deixar de pagar as contribuições devidas ao CRBM.
XII – Pleitear, de forma desleal, para si ou para outrem, emprego, cargo ou 
função que esteja sendo exercido por outro biomédico, bem como praticar atos 
de concorrência desleal.
XIII – Oferecer denúncia sem possuir elementos comprobatórios, capazes de 
justificá-la.
XIV – Não acatar, respeitar e cumprir as resoluções, as portarias e os atos 
baixados pelo CFBM ou CRBM.
XV – Não tratar, com urbanidade e respeito, os representantes do órgão 
profissional, quando no exercício de suas funções, favorecendo e facilitando o 
seu desempenho.
XVI – Não propiciar com fidelidade informações a respeito do exercício 
profissional, da Legislação Biomédica e acerca das atividades e atuação dos 
CRBMs e CFBM.
XVII – Não atender convocação, a não ser por motivo de força maior, 
comprovadamente justificado.
Pena: Repreensão e/ou multa.
I – Obstar ou dificultar a ação fiscalizadora dos fiscais do CRBM, quando no 
exercício de suas funções.
II – Deixar-se explorar por terceiros, com finalidade política ou religiosa.
III – Exercer a profissão em estabelecimento sem registro obrigatório no 
Conselho de Classe Profissional.
IV – Publicar em seu nome, trabalho científico do qual não tenha participado ou 
atribuir-se autoria exclusiva, quando houver participação de subordinados ou 
outros profissionais biomédicos ou não.
Pena: Cancelamento de Registro Profissional.
I – Exercer a profissão quando estiver sob a sanção disciplinar de suspensão.
PARAGRAFO ÚNICO: Os tipos descritos acima são apenas enumerativos não 
restringindo ao órgão de fiscalização ética a apuração, processamento e aplicação 
de penas aqui não discriminados, devendo para tanto, observar a legislação 
vigente bem como as normativas e resoluções do Conselho Federal.
Art. 31º – As infrações éticas e disciplinares prescrevem em 5 (cinco) anos.
Art. 32º – O infrator tomará ciência das decisões proferidas: pessoalmente, ou 
por procurador, à vista do processo; ou mediante notificação, que poderá ser 
feita por carta registrada ou através da Imprensa Oficial, considerando efetivada 
5 (cinco) dias após a publicação.
CAPÍTULO XII - Disposições Finais.
Art. 33º – O Biomédico obedecerá aos princípios da legalidade, podendo exercer 
dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões 
regulamentadas, sendo vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, 
exceto quando houve compatibilidade de horários.
Art. 34º – O exercício da biomedicina exige conduta compatível com os preceitos 
deste Código, em obediência as Leis, do Estatuto, dos Provimentos, Normativas 
e com os demais princípios da legalidade, da moral individual, ética, social e 
profissional.
Art. 35º – O profissional Biomédico, obrigatoriamente tem que contribuir pra 
o aprimoramento da Biomedicina e das instituições que a ela se encontram 
interligadas,
Art. 36º – O profissional condenado por sentença criminal, definitivamente 
transitada em julgado, por crime praticado no uso do exercício da profissão, 
ficará suspenso da atividade enquanto durar a execução da pena.
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Art. 37º – O Biomédico portador de doença incapacitante para o exercício da 
biomedicina, apurada pelo Conselho Regional de Biomedicina em processo 
administrativo com perícia médica, terá o seu registro suspenso enquanto 
perdurar sua incapacidade.
Art. 38º – Ao Biomédico que tiver sido condenado em processo administrativo 
ético com decisão transitada em julgado é impedido de candidatura para 
participar dos pleitos eleitorais de sua categoria pelo período de 08 (oito) anos, 
aplicando-se o mesmo impedimento àqueles que tiverem respondido a processo 
crime transitado em julgado ou de improbidade administrativa transitado em 
julgado.
Art. 39º – O Conselho Federal de Biomedicina e os Conselhos Regionais deverão 
cumprir e fiscalizar as normas emanadas do Governo Federal pertinentes a sua 
área de atuação.
Art. 40º – O Conselho Federal de Biomedicina, ouvidos os Conselhos Regionais 
de Biomedicina, promoverá a revisão e a atualização do presente Código quando 
necessárias.
Art. 41º – As omissões deste Código serão sanadas pelo Conselho Federal de 
Biomedicina.
Art. 42º – O presente Código Ética entra em vigor na data de sua publicação 
e revoga o anterior Código de Ética aprovado pela Resolução do C. F. B. M. – 
no 0002/84 de 16/08/84, e alterações contido na Resolução nº34, de 06/08/91 e 
Resolução nº 001 de 25/03/95.
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02
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................26
1 - CAMPO DE ATUAÇÃO: ANÁLISES CLÍNICAS .................................................................................................... 27
2 - CONHECENDO UM LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS – NOÇÕES BÁSICAS DE ADMINISTRAÇÃO 
LABORATORIAL E ABERTURA DE UM LAC ........................................................................................................... 29
3 - ESTRUTURA LABORATORIAL ............................................................................................................................ 31
4 - SETORES E EXAMES REALIZADOS .................................................................................................................. 32
4.1. SETOR HEMATOLOGIA ..................................................................................................................................... 33
4.2. SETOR BIOQUÍMICA E IMUNOLOGIA ............................................................................................................ 33
4.3. SETOR MICROBIOLOGIA E MICOLOGIA ........................................................................................................ 33
4.4. SETOR URINÁLISE E PARASITOLOGIA .......................................................................................................... 34
CAMPO DE MAIOR ATUAÇÃO 
PROFISSIONAL
PROF.A RAFAELE ANDRESSA DA SILVA BELEI
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA: INTRODUÇÃO À BIOMEDICINA E 
DEONTOLOGIA
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5 - NOÇÕES DE BIOSSEGURANÇA ........................................................................................................................ 34
5.1. UTILIZAÇÃO DE EPIS E EPCS .......................................................................................................................... 35
5.2. HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS .............................................................................................................................. 37
5.3. DEFINIÇÃO DAS CLASSES DE RISCO E DOS NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA (NB) .................................... 38
5.4. BOAS PRÁTICAS LABORATORIAIS ................................................................................................................ 39
5.5. MÉTODOS DE DESINFECÇÕES E ESTERILIZAÇÃO ....................................................................................... 39
5.6. O QUE FAZER EM CASOS DE ACIDENTE E POSSÍVEL CONTAMINAÇÃO COM MATERIAL BIOLÓGICO? .....
.................................................................................................................................................................................... 40
6 - COLETA DE MATERIAL BIOLÓGICO ................................................................................................................. 40
6.1. INSTALAÇÃO E INFRAESTRUTURA FÍSICA DO LOCAL DE COLETA ............................................................. 40
6.2. COLETA E ARMAZENAGEM DE AMOSTRAS DE SANGUE ............................................................................. 41
6.3. PROCEDIMENTO DE COLETA DE AMOSTRAS SANGUÍNEAS ...................................................................... 41
6.4. COLETA DE SANGUE VENOSO: LOCAIS DE ESCOLHA PARA VENOPUNÇÃO ............................................. 42
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INTRODUÇÃO
A biomedicina é uma carreira ampla e com mercado de trabalho diversificado: possui 
mais de 30 áreas de atuação autorizadas pelo Conselho Federal de Biomedicina (CFBM), sendo 
que o campo de maior atuação profissional está voltado às análises clínicas – o qual concentra, de 
acordo com dados do CFBM, cerca de 70% dos profissionais formados.
Historicamente, o campo das Análises Clínicas, em nosso país, nunca teve autonomia 
acadêmica, mas sempre foram ligadas às Escolas e Faculdades de Farmácia no início e, mais 
tarde, às Faculdades de Biomedicina, de modo que hoje há três Conselhos que regulamentam a 
habilitação: Conselho de Farmácia, Conselho de Biomedicina, e Conselho de Medicina. Devido 
a isso, podemos afirmar que a grande maioria dos recém formados em Biomedicina querem e 
tem interesse em trabalhar com as análises clínicas, porém, podemos afirmar que esse mercado, 
das habilitações que possuímos é o mercado mais saturado, pois, apesar de apresentarem grandes 
oportunidades de trabalho também apresentam uma grande quantidade de profissionais atuantes.
Já que o profissional biomédico é um dos profissionais habilitados a realizar as análises 
clínicas, é bom lembrar que esta habilitação é compreendida pela Lei nº 7.135, de 26 Outubro 
de 1983 Lei nº 6.686, de 11 de Setembro de 1979 Lei nº 7.135, de 26 de Outubro de 1983, 
Representação nº 1.256-5/DF, Resolução nº 86/86 regulamentado e aprovada pelo Conselho 
Federal de Biomedicina, em que dispõe que o profissional habilitado pode realizar análises, ser 
responsável técnico, assinar e emitir laudos, assumir chefias técnicas, ser diretor ou proprietário 
de laboratório, processar sangue e derivados, realizar exames pré-transfusionais com algumas 
exceções, mostra CRBM 1 (2010).
De acordo com o Manual do profissional Biomédico, disponível no endereço eletrônico do 
CRBM 1, este profissional tem como função realizar, com exceções, coleta de amostras biológicas 
para realização dos mais diversos exames, como também supervisionar os respectivos setores de 
coleta de material biológico de qualquer estabelecimento a que isso se destine.
Para os profissionais que querem trabalhar com as análises clínicas devemos expor 
o que é e para que serve um laboratórios de análises clínicas (LAC), situando-os de que 
estes empreendimentos são fundamentados em um processo ao qual se inicia desde a coleta 
do espécime diagnóstico, ou seja, amostras biológicas obtidas adequadamente para fins de 
diagnóstico laboratorial e termina com a emissão de um laudo, laudo este emitido por um 
profissional graduado e habilitado para tal finalidade, sendo desta forma dividido em três fases 
de processos dos espécimes diferentes: fase pré-analítica, analítica e pós-analítica (CFF, 2018).
Nesta unidade 2, além da caracterização do campo de maior atuação profissional, esta 
visa também abranger de forma simples e singela a administração laboratorial, mostrando alguns 
dos documentos necessários e normativas e RDCs que compreendem a abertura de um LAC. 
Além disso, vamos explorar a estrutura física que deve possuir um laboratório, seus setores, os 
exames realizados, as noções de biossegurança aplicadas e a coleta do material biológico.
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1 - CAMPO DE ATUAÇÃO: ANÁLISES CLÍNICAS
Historicamente, o campo das Análises Clínicas em nosso país nunca teve autonomia 
acadêmica, mas sempre foram ligadas às Escolas e Faculdades de Farmácia no início e, mais 
tarde, as Faculdades de Biomedicina. Assim como não há Faculdade de Análises Clínicas, não 
há Conselhos que representem diretamente esta profissão, somente conselhos que regulamentam 
a habilitação em análises clínicas. No Brasil, existem hoje três Conselhos que regulamentam a 
habilitação, que são o Conselho de Farmácia, Biomedicina e Medicina (IOC, 2018).
Há quase cem anos, a medicina laboratorial existe como parte da área da saúde, onde 
os médicos patologistas e também pesquisadores treinavam pessoas comuns para fazer os 
procedimentos sob sua supervisão. No entanto, aproximadamente em 1920 esses procedimentos 
adquiriram aplicações técnicas e foi a partir dai que houve a necessidade de incrementar 
treinamento a estes. Naquela época, existia um número muito limitado de técnicas laboratoriais 
e estas, quase que por sua totalidade, eram baseadas em técnicas manuais. Essas técnicas eram 
restritas ao exame físico e observação do paciente e os estudos laboratoriais eram extremamente 
restritos às substâncias que eram naturalmente eliminadas pelo corpo, cita Câmara (2013).De acordo com os achados literários, acredita-se que o exame de urina foi o primeiro 
exame de diagnóstico laboratorial realizado. A avaliação de urina pelos médicos sumérios e 
babilônios foi documentada em placas de argila que datam de 4000 a.C. Culturas hindus tinham 
o conhecimento de que a urina de alguns pacientes tinha sabor adocicado e atraía formigas, desta 
maneira, os médicos daquela época diante deste achado caracterizava-se um achado diabético. 
Com o passar do tempo, o diagnóstico realizado na urina sofreu diversas melhorias, como o 
uso do uroscópio, na Idade Média, em que era usado para realizar um exame visual de urina 
coletada e pelas tiras reagentes, as quais continham diferentes análitos que até os dias atuais 
são utilizados. Em meados do século XIX, essa técnica caiu em desuso devido ao mal caráter 
de alguns indivíduos que tentavam e vendiam poções milagrosas para doenças que podiam ser 
vistas pelo uroscópio. Apesar disso, passado um tempo, voltou a ter credibilidade. No entanto, 
ainda existiam muitas doenças aos quais um simples exame de urina não era capaz de detectar, 
tornando-se diagnósticos falhos e insuficientes para a conclusão da patologia do paciente. 
Infelizmente, ainda faltava procedimentos que trouxessem maiores resultados e foi a partir dessa 
necessidade que se deu início os estudos sobre novos tipos de exames e suas técnicas, buscando 
maior eficiência em diagnóstico, cita Câmara (2013).
Em meados de 1900, começaram a ser implantados novas metodologias, como os métodos 
enzimáticos para glicose em papel filtro, estes por sua vez se tornaram amplamente utilizados 
para teste de urina e sangue. Já em 1941, foi lançado o primeiro teste de glicose na urina, de 
fabricação da companhia Miles® que testavam a presença de açúcar na urina a partir de tabletes 
efervescentes. E foi essa mesma empresa que desenvolveu as primeiras tiras reagentes de urina, 
semelhantes a que temos no mercado até hoje, coloca Câmara (2013).
De acordo com Câmara (2013), muitos países desenvolvidos, no final dos anos 20, 
realizaram treinamentos e programas educacionais para técnicos e auxiliares de laboratório. Já no 
final dos anos 40, técnicas de análises laboratoriais e os resultados dos exames foram estabelecidos 
em hospitais como parte da prática da medicina e área da saúde. 
A partir de uma busca por aprimoramentos nos exames laboratoriais ofertados, uniu-
se a necessidade com os avanços tecnológicos e em meados dos anos 50 e 60, a explosão de 
conhecimento nas áreas biológicas e ciências clínicas, o desenvolvimento da automação e técnicas 
laboratoriais mais sofisticadas, e a criação de equipamentos capazes de auxiliar no processo de 
análise dos materiais coletados, fazendo com que os resultados fossem mais confiáveis e eficientes. 
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O crescimento expressivo da gama de testes oferecidos e o aumento do número de 
laboratórios clínicos, mostraram a necessidade de criação de programas de análises clínicas bem 
definidos e mais academicamente organizados, explica Câmara (2013).
Os treinamentos que antes eram proporcionados apenas para uma melhoria dos 
funcionários e eram realizadas na bancada dos laboratórios com palestras formais, rapidamente 
tornou-se um curso com currículo organizado nas instituições de ensino. O conteúdo aplicou 
princípios da biociência (biologia, química, física, matemática, estatística, anatomia e fisiologia) 
e técnicas manuais/automatizadas com controle de qualidade assegurados antes da liberação dos 
resultados dos testes. Todos esses avanços trouxeram e possibilitaram que o paciente obtivesse 
maior confiança nos resultados laboratoriais, já que estes exames proporcionavam resultados 
mais satisfatórios e concretos, coloca Câmara (2013).
Desta forma, podemos concluir que as análises clínicas é o ramo da área da saúde que 
trabalha com o estudo de substancias, materiais biológicos principalmente, de forma a coletar 
e apontar diagnósticos a respeito da saúde do paciente. Essas análises são realizadas a partir de 
exames solicitados pelo médico do paciente, ajudando a diagnosticar algum dado ou característica 
que possa ajudar no diagnóstico de alguma anomalia ou problema de saúde. Os exames incluem 
principalmente a coleta de materiais biológicos como urina, sangue, fezes ou outros, para 
serem analisadas e servirem para construir dados. Como esse material pode variar de natureza 
e de utilidade, os profissionais que irão analisá-lo também são variados, como farmacêuticos, 
bioquímicos, médicos ou biomédicos, sendo que esses profissionais devem possuir conhecimentos 
necessários na área, conforme as regras da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e os órgãos 
fiscalizadores.
Já que o profissional biomédico é um dos profissionais habilitados a realizar as análises 
clínicas, é bom lembrar que esta habilitação é compreendida pela Lei nº 7.135, de 26 de Outubro 
de 1983 Lei nº 6.686, de 11 de Setembro de 1979 Lei nº 7.135, de 26 de Outubro de 1983, 
Representação nº 1.256-5/DF, Resolução nº 86/86, regulamentado e aprovada pelo Conselho 
Federal de Biomedicina que dispõe que o profissional habilitado pode realizar análises, ser 
responsável técnico, assinar e emitir laudos, assumir chefias técnicas, ser diretor ou proprietário 
de laboratório, processar sangue e derivados, realizar exames pré-transfusionais com algumas 
exceções, segundo CRBM 1 (2010).
De acordo com o Manual do profissional Biomédico, disponível no endereço eletrônico 
do CRBM 1, o biomédico tem como função realizar, com exceções, coleta de amostras biológicas 
para realização dos mais diversos exames, como também supervisionar os respectivos setores 
de coleta de material biológico de qualquer estabelecimento a que isso se destine. Embora seja 
ampla a área de atuação do Biomédico, a de Análises Clínicas ainda é a mais procurada pelos 
profissionais do setor. No Brasil, cerca de 80% dos Biomédicos trabalham no segmento e o 
mercado do diagnóstico laboratorial é gigantesco. Existem no Brasil, de acordo com o Cadastro 
Nacional de Estabelecimentos em Saúde do Ministério da Saúde, aproximadamente 12 mil 
laboratórios de Análises Clínicas, entre os de saúde pública e os prestadores de serviço. Boa 
parte deles tem Biomédicos como proprietários, gerentes, responsáveis técnicos e prestadores de 
serviços ou funcionários, informa CRBM 1 (2010).
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2 - CONHECENDO UM LABORATÓRIO DE ANÁLISES 
CLÍNICAS – NOÇÕES BÁSICAS DE ADMINISTRAÇÃO 
LABORATORIAL E ABERTURA DE UM LAC
De forma geral, os Laboratórios de Análises Clínicas (LAC) são fundamentados em um 
processo ao qual se inicia desde a coleta do espécime diagnóstico, ou seja, amostras biológicas 
obtidas adequadamente para fins de diagnóstico laboratorial e termina com a emissão de um 
laudo, laudo este emitido por um profissional graduado e habilitado para tal finalidade (CFF, 
2018).
Didaticamente, o processo todo realizado dentro de um LAC pode ser dividido em 
três fases: pré-analítica, analítica e pós-analítica. A fase pré-analítica consiste na preparação do 
paciente, coleta, manipulação e armazenamento do espécime diagnóstico, antes da determinação 
analítica. Ou seja, engloba todas as atividades que precedem o ensaio laboratorial, dentro ou 
fora do laboratório de analises clínicas. A fase seguinte é a analítica, em que se inicia com a 
validação do sistema analítico, através do controle da qualidade interno, e se encerra, quando a 
determinação analítica gera um resultado. E a última é a fase pós-analítica, que se inicia após a 
geração do resultado analítico, quantitativo e/ou qualitativo, sendo finalizada após a entrega do 
laudo conforme legislação vigente (CFF, 2018).
O laboratório de análises clinica é um estabelecimento fundamental para o diagnóstico 
e prognostico de diversasdoenças, sendo dividido em laboratório de grande, médio e pequeno 
porte. O laboratório de grande porte possui algumas ramificações e sistemas (como setores, 
número de funcionários, tamanho, etc.), que o caracterizam e diferem do laboratório de pequeno 
e médio porte. 
De acordo com o SEBRAE, um LAC representa o sonho de independência financeira 
dos profissionais desta área, mas, que por sofrerem algumas divergências e dúvidas quanto a sua 
abertura ou não, já que gerenciar um estabelecimento assim não é tarefa fácil e existem alguns 
fatores conflitantes quanto ao segmento, pois, cada vez mais, os médicos solicitam exames cada 
vez mais sofisticados, o que exige um alto investimento em tecnologias de ponta e por outro lado 
também a concorrência, o que gera um predomínio de grandes laboratórios que compram os 
pequenos para ganhar cada vez mais escala.
Independentemente do porte laboratorial ao qual o profissional empreendedor almeja 
realizar a abertura, estes devem analisar com critério diversos fatores, como a localização do 
ponto comercial, lembrando-se sempre que esta é uma das decisões mais relevantes, já que envolve 
importantes aspectos relacionados ao crescimento do empreendimento e futura estabilidade do 
mesmo, como a densidade populacional, o perfil dos consumidores locais, a concorrência, os 
fatores de acesso e locomoção, a visibilidade, a proximidade com consultórios e clínicas médicas, 
a segurança e a limpeza do local, segundo SEBRAE (2018).
Em relação a localização, podemos ainda destacar que os melhores pontos para a 
instalação de um laboratório são centros médicos (localidades próximas a hospitais, clínicas e 
consultórios); ruas de grande circulação de pessoas, calçadões, terminais de ônibus, estações de 
trem e metrô, centros comerciais e shopping centers, segundo SEBRAE (2018).
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Além do registro comercial, o empreendedor precisa cumprir as exigências legais 
presentes nas resoluções da Agência de Vigilância Sanitária – ANVISA –, com destaque para:
• RDC nº 050/02 – aprova o regulamento técnico destinado ao planejamento, programação, 
elaboração, avaliação e aprovação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de 
saúde.
• RDC nº 302/05 – dispõe sobre o regulamento técnico para funcionamento de laboratórios 
clínicos.
• RDC nº 306/04 – dispõe sobre o regulamento técnico para o gerenciamento de resíduos 
de serviços de saúde.
• RDC nº 063/11 – dispõe sobre os requisitos de boas práticas de funcionamento para os 
serviços de saúde.
A RDC nº 302/05 é o resultado das discussões que definiram os requisitos necessários ao 
funcionamento do Laboratório Clínico e Posto de Coleta Laboratorial. Com o objetivo de definir 
os requisitos para o funcionamento dos laboratórios clínicos e postos de coleta laboratorial 
públicos ou privados que realizam atividades na área de análises clínicas, patologia clínica 
e citologia. Esta Resolução de Diretoria Colegiada é aplicável a todos os serviços públicos ou 
privados, que realizam atividades laboratoriais na área de análises clínicas, patologia clínica e 
citologia. Esta é uma das principais RDCs aliadas ao profissional ao qual almeja a abertura de seu 
empreendimento, pois, ela mostra/indica quais são os passos a serem seguidos para concretizar 
tal abertura.
Outra documentação exigida para a abertura é o Alvará sanitário/Licença de 
funcionamento/Licença sanitária ao qual é um documento expedido pelo órgão sanitário 
competente seja ele Estadual, Municipal ou do Distrito Federal, que libera o funcionamento dos 
estabelecimentos que exerçam atividades sob regime de vigilância sanitária.
O fator humano é fundamental para o sucesso de um laboratório de análises clínicas. 
Contar com profissionais qualificados e comprometidos deve estar no topo da lista de prioridades 
do empreendedor. Para a implantação de um laboratório de análises clínicas deve-se ser observado 
antes da contratação do quadro de funcionários qual será a demanda estimada diária, pois o 
numero de profissionais de cada cargo irá variar muito dependendo da rotina do mesmo. No 
entanto, podemos citar alguns cargos que são necessários pelo menos um profissional de cada, 
como O Responsável Técnico (RT) que é um profissional legalmente habilitado, com formação 
superior inscrito no respectivo Conselho de Classe, com suas competências atribuídas por Lei; 
Técnico de Laboratório; auxiliar de laboratório; atendente/recepcionista; copeira/serviços gerais; 
auxiliar administrativo e psicólogo. É de extrema importância ressaltar que todo laboratório 
clínico e postos de coleta laboratorial, público e privado devem estar inscritos no Cadastro 
Nacional de Estabelecimentos de Saúde – CNES.
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3 - ESTRUTURA LABORATORIAL
O laboratório clínico deve possuir estrutura organizacional documentada e excesso 
de atenção a fatores estruturais como, pisos, paredes, portas, janelas, iluminação e ventilação 
apropriadas. Os pisos utilizados em LACs devem ser de materiais impermeáveis, antiderrapante, 
resistente mecânica e quimicamente e não devem apresentar saliência nem depressões que 
prejudiquem a circulação de pessoas ou a movimentação de materiais com a finalidade de 
evitar possíveis acidentes. Outro aspecto importante a considerar quanto ao piso, refere-se à 
sua constante manutenção e limpeza. Os reparos que se fizerem necessários devem ser feitos 
imediatamente, mantendo-se o bom estado do mesmo. 
As paredes devem ser de alvenaria revestida com reboco, massa corrida e pintura acrílica 
semi-fosca, em cores claras. Devem ser impermeáveis, revestidas com material que permita o 
desenvolvimento das atividades em condições seguras, sendo resistentes ao fogo e a substâncias 
químicas, além de oferecer facilidade de limpeza. De acordo com a NR-8, as partes externas, bem 
como todas que separem unidades autônomas de uma edificação, ainda que não acompanhem sua 
estrutura, devem obrigatoriamente observar as seis normas técnicas oficiais relativas a resistência 
ao fogo, isolamento térmico, isolamento e condicionamento acústico, resistência estrutural e 
impermeabilidade. O teto deve atender às necessidades do laboratório quanto à passagem de 
tubulações, luminárias, grelhas, isolamento térmico e acústico, estática.
As janelas e portas devem ser amplas e distribuídas de tal forma que permitam uma boa 
iluminação e arejamento do laboratório. Recomendam-se janelas basculantes por apresentarem 
maior segurança e por serem facilmente abertas e fechadas com um só comando de mão. As 
janelas devem estar localizadas acima de bancadas e equipamentos, numa altura aproximada de 
1,20m do nível do piso e que a área de ventilação/iluminação seja proporcional à área do recinto, 
deverá haver sistema de controle de raios solares e sempre o uso de telas de proteção contra 
insetos.
As portas deverão ser amplas com largura mínima de 1,20m e com abertura para o lado 
de fora do laboratório. Recomenda-se o uso de visores em divisórias, paredes, portas e onde mais 
for possível. Os acabamentos das portas devem ser em material que retarde o fogo.
As luminárias devem, sempre que possível, ser embutidas no forro, ter lâmpadas 
fluorescentes e proporcionarem nível de iluminamento de no mínimo 500 lux, sobre as áreas de 
trabalho.
Considerando o disposto nas NRs de nº 8 e nº 17, do MTE, que estabelecem normas 
sobre Edificações e Ergonomia, respectivamente, bem como literaturas técnicas consultadas, 
recomenda-se que as bancadas, sejam constituídas de material rígido para suportar o peso de 
materiais e equipamentos, tenham a superfícies revestidas com materiais impermeáveis, lisos, 
sem emendas ou ranhuras e resistentes a substâncias químicas. As opções mais utilizadas no 
mercado são o granito, fórmica ou material similar, possua profundidade