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Distúrbios circulatórios edema, hiperemia, congestão, hemorragia, choque, trombose, embolia e infarto

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1 Nathália Brendler | Med. Vet. | Patologia 
Edema 
Edema é o acúmulo excessivo de líquido no 
interstício ou cavidades corporais. 
O acúmulo intracelular de água também é 
considerado uma forma de edema. 
Causas 
1) Aumento da pressão hidrostática 
A pressão hidrostática é aquela exercida pela 
presença física do sangue contra os vasos. Quando 
elevada, provoca a maior saída de fluído do capilar 
para o interstício. 
Causas: retorno venoso deficiente (obstrução 
venosa, insuficiência cardíaca congestiva (ICC), 
hipotensão portal e pulmonar), sobrecarga de 
fluidos, hiperemia. 
2) Diminuição da pressão oncótica 
A pressão oncótica, ou coloidosmótica ou 
osmótica, é aquela exercida pelas proteínas, 
principalmente albumina, que atrai o líquido para 
dentro do vaso. 
A queda dos níveis normais de proteínas reduz 
essa pressão, de forma que aumenta o efluxo de 
líquido para o interstício. 
Causas: verminoses, desnutrição e 
hepatopatias. 
 
3) Aumento da permeabilidade vascular 
O aumento da permeabilidade vascular é 
induzido por mediadores que aumentam o espaço 
entre as células do endotélio, o que facilita a saída 
de líquido para o interstício. 
Causas: inflamação, anafilaxia. 
4) Obstrução dos vasos linfáticos. 
A falta de drenagem linfática (linfedema) 
impede a remoção do excesso de fluido no 
interstício, permitindo que este se acumule. 
Causas: compressão dos vasos linfáticos por 
neoplasias, obstrução. 
Terminologia específica 
a) Anasarca: edema generalizado (distribuído por 
todo corpo devido ao acúmulo de fluido no 
espaço extracelular). 
b) Hidroperitônio: acúmulo de líquido na cavidade 
abdominal. 
c) Hidrotórax: na cavidade torácica. 
d) Hidropericárdio: no saco pericárdico. 
Diagnóstico clínico 
 Clinicamente, o edema é diferenciado da 
inflamação pela ausência de rubor, calor e dor. 
 O sinal de Godet é a depressão que 
permanece por alguns minutos após a pressão 
digital em uma área com aumento de volume. 
 
Diagnóstico na necropsia 
 Macroscopicamente, os órgãos têm aspecto 
tumefeito, úmido e gelatinoso. 
 Microscopicamente, há afastamento das 
células com formação de espaço entre elas e 
dilatação dos vasos linfáticos. 
Edema pulmonar 
 O edema pulmonar desenvolve-se quando a 
taxa de saído de fluido dos vasos pulmonares para 
o interstício ou alvéolos excede a remoção linfática. 
 As causas incluem ICC esquerda (o coração 
não bombeia o sangue adequadamente, o que 
aumenta a pressão hidrostática nos vasos do 
pulmão. Se instala principalmente quando o 
comprometimento afeta o lado esquerdo, 
responsável pela irrigação do corpo, pois o sangue 
fica retido nos pulmões) e inflamações (aumenta a 
permeabilidade vascular). 
 Na necropsia, evidencia-se presença de 
espuma na traqueia. Pulmões úmidos e brilhantes, 
com fluidez de líquido ao corte. 
 
2 Nathália Brendler | Med. Vet. | Patologia 
Hiperemia e congestão 
 O aumento da quantidade de sangue nos 
vasos de uma determinada região ocorre por 
motivos básicos: 
1. Necessidade de maior afluxo  hiperemia 
(processo ativo). 
2. Diminuição de efluxo  congestão (processo 
passivo). 
 
 
Hiperemia 
É o aumento da quantidade de sangue nos 
vasos de uma região causado por uma 
vasodilatação. 
Ocorre por atividade metabólica aumentada 
nos tecidos. A mais evidente é aquela do processo 
inflamatório, induzida por mediadores químicos. 
Porém, pode acontecer durante a atividade 
muscular para dissipar o calor; ação hormonal; 
genital de fêmeas durante o ciclo estral; aparelho 
digestivo durante a digestão. 
Obs.: seria fatal se um animal tivesse 
hiperemia generalizada, pois o espaço intravascular 
estaria muito aumentado e o sangue não seria 
suficiente para preenche-lo. O resultado seria um 
choque vasculogênico e hipoperfusão. 
Congestão 
 Congestão é o aumento da quantidade de 
sangue nos vasos de uma determinada região pela 
diminuição ou interrupção do fluxo venoso de saída. 
 Os principais órgãos afetados são fígado e 
pulmão e frequentemente é consequência de uma 
insuficiência cardíaca que diminui a passagem do 
sangue através do coração ou dos pulmões e gera 
estase sanguínea em alguns órgãos. 
ICC esquerda ICC direita 
Mau funcionamento da 
válvula mitral 
Mau funcionamento 
da válvula tricúspide 
A cada sístole, uma 
fração de sangue é 
regurgitada ao átrio, 
sobrecarregando a 
pequena circulação e 
represando sangue na 
vasculatura pulmonar 
A circulação sistêmica 
fica sobrecarregada e 
há acúmulo de 
líquidos no corpo. 
Congestão pulmonar Congestão dos órgãos 
abdominais 
Órgão fica mais 
pesado, distendido e 
com coloração mais 
avermelhada. Ao corte, 
sangue abundante. 
Microscopicamente os 
alvéolos estão repletos 
de sangue e contêm 
muitos macrófagos 
com hemácias. 
Fígado dilatado e 
vermelho-escuro. 
Quando crônica, 
adquire aparência de 
noz moscada pois a 
hipóxia persistente 
leva à necrose dos 
hepatócitos. 
Também pode ocorrer após a eutanásia com 
barbitúricos que provocam a dilatação vascular; 
obstrução do fluxo venoso de saída causado por 
uma massa neoplásica ou inflamatória; por 
deslocamento de um órgão ou fibrose resultante de 
uma lesão cicatrizada. 
 Outro fator que pode influenciar é o 
aumento da resistência vascular pulmonar, o qual 
gera uma vasoconstrição que afeta o fluxo de saída. 
Hemorragia 
 Hemorragia indica o extravasamento de 
sangue do leito vascular para o interior de uma 
cavidade (hemorragia interna) ou para o meio 
externo (hemorragia externa). 
 Obs.: considera-se hemorragia quando há 
extravasamento de hemácias. Se estiverem 
 
3 Nathália Brendler | Med. Vet. | Patologia 
presentes todos os componentes excetos as 
hemácias, não é hemorragia. 
Classificação (mecanismo patogênico) 
 Per rhexis: hemorragia pelo rompimento dos 
vasos por trauma ou invasão neoplásica. 
 Per diapedese: o aumento de permeabilidade 
vascular permite que os eritrócitos escapem por 
diapedese. A causa principal é o processo 
inflamatório. 
 
Nomenclatura (aspecto macro) 
a) Petéquias: são puntiformes e de pequeno 
diâmetro encontradas na pele, mucosas e 
superfícies serosas. 
Sua presença costuma estar associada à 
trombocitopenia e defeitos na formação de 
plaquetas. 
 
b) Equimoses: focos hemorrágicos irregulares e de 
tamanho intermediário entre petéquias e 
sufusões. 
 
c) Sufusões: áreas hemorrágicas mais extensas e 
de tamanho variado em que o sangue está 
infiltrado nos tecidos ao longo dos planos 
anatômicos. 
 
d) Víbice: hemorragias lineares. 
 
Localização do sangue 
a) Hemotórax: cavidade torácica; 
b) Hemopericárdio: saco pericárdio; 
c) Hemoperitôneo: cavidade abdominal; 
d) Hematúria: sangue na urina; 
e) Hematoquezia: sangue nas fezes; 
f) Hematêmese: vômito com sangue (é indicativo 
de ulcerações com hemorragia do estômago). 
g) Epistaxe: sangramento nasal; 
h) Hematoma: acúmulo de sangue em órgão ou 
tecido após um traumatismo; 
i) Hemartrose: sangue no interior de uma 
articulação; 
j) Hifema: acúmulo de sangue no globo ocular; 
k) Metrorragia: sangramento uterino fora do ciclo 
estral. 
Choque 
Choque é um colapso circulatório causado 
por alguma alteração grave da homeostase que 
resulta em hipotensão e hipoperfusão tecidual, pois 
o sistema circulatório é incapaz de fornecer 
oxigênio e nutrientes aos tecidos de forma a 
atender suas necessidades metabólicas. 
As causas mais comuns são hemorragia 
grave, queimaduras extensas, infarto do miocárdio 
e septicemia bacteriana. 
Sinais clínicos 
 Taquicardia 
 Mucosas pálidas/cianóticas 
 Fraqueza muscular e sensibilidade diminuída 
 Extremidades frias 
 Oligúria e anúria 
 
1) Choque hipovolêmico 
A diminuição do volume intravascular em 30 a 
45% resulta na queda de pressão arterial e débito 
 
4 Nathália Brendler | Med. Vet. | Patologia 
cardíaco, o que prejudica o bombeamento de 
sangue para os órgãos. 
Causas: 
 Hemorragias internasou externas; 
 Perda de fluidos por queimaduras extensas, 
diarreia e vômito. 
O choque hemorrágico é um tipo de choque 
hipovolêmico em que a perda severa de sangue tem 
risco de morte. 
 
2) Choque vasculogênico (má distribuição 
sanguínea) 
A redução da resistência vascular periférica gera 
concentração do sangue nos tecidos periféricos, o 
que causa hipoperfusão em órgãos críticos. 
Não há perda de volume circulante, mas 
extrema dilatação dos vasos. 
Os três principais tipos de choques ocasionados 
pela má distribuição de sangue são: 
a) Choque séptico: a vasodilatação periférica é 
causada por componentes de bactérias ou 
fungos que induzem a liberação de 
mediadores vasculares e inflamatórios. 
Ex.: a endotoxina bacteriana, 
lipopolissacarídeo (LPS), é liberada por G- e 
provoca uma intensa resposta inflamatória 
sistêmica que inclui vasodilatação, 
hipotensão e hipoperfusão tecidual. 
 
 
b) Choque anafilático: é uma 
hipersensibilidade tipo I generalizada. 
A interação antígeno com a IgE dos 
mastócitos induz a liberação de histamina e 
outros mediadores vasoativos, o que resulta 
vasodilatação sistêmica, aumento na 
permeabilidade vascular, hipotensão e 
hipoperfusão. 
Ex.: alergênicos de insetos, plantas, 
fármacos e vacinas. 
Os anti-inflamatórios esteroidais (AIE) 
atuam reduzindo a produção de histamina, 
mas não têm ação sobre a que já foi 
produzida. 
 
c) Choque neurogênico: a depressão do 
sistema nervoso causa a vasodilatação 
sistêmica, o que leva à hipotensão e 
hipoperfusão tecidual. 
Pode ser causada por trauma 
raquimedular ou anestesia geral com 
barbitúricos. 
 
3) Choque cardiogênico 
O coração não bombeia adequadamente o 
sangue. 
O organismo tenta compensar aumentando a 
contratilidade cardíaca para que aumente o volume 
circulante e a taxa cardíaca. No entanto, uma 
compensação malsucedida leva à estagnação do 
sangue e à hipoperfusão tecidual progressiva. 
Causas: infarto do miocárdio, taquicardia 
ventricular, fibrilação ou outras arritmias. 
 
 
Trombose 
Trombose é a formação de uma estrutura 
sólida (trombo) no interior dos vasos ou das 
câmaras cardíacas do paciente em vida. 
O trombo é constituído por fibrina, 
plaquetas e demais células sanguíneas que 
passaram por um processo de coagulação 
patológico. 
A tríade de Virchow demonstra os três 
fatores que predispões a formação de trombos: 
1) Lesão endotelial 
A exposição de componentes subendoteliais, 
como o colágeno, é um forte estímulo para a 
aderência de plaquetas e ativação da cascata de 
coagulação. 
 
5 Nathália Brendler | Med. Vet. | Patologia 
Pode ser gerada por traumas (injeções 
intravenosas malfeitas ou repetidas); vasculites; 
neoplasias; infecções bacterianas ou fúngicas. 
2) Alterações no fluxo sanguíneo anormal 
O fluxo mais lento ocasionado pela estase 
permite o maior contato das plaquetas com o 
endotélio. 
Ex.: trombose venosa em equinos após uma 
obstrução das veias por vólvulo (torção) intestinal; 
trombo nas veias gastroesplênicas em cães com 
torção gástrica. 
3) Hipercoagulabilidade do sangue 
O aumento da tendência de coagulação do 
sangue também é um fator que predispõe os 
pacientes à trombose. 
Ex.: Procedimentos cirúrgicos, traumas severos, 
inflamação intensa, neoplasias generalizadas. 
 
 
Trombo x coágulo post mortem 
 Coágulo Trombo 
Condição da 
formação 
Após a morte Em vida 
Consistência Gelatinosa Seca 
Formato Do vaso Sem forma 
Adesão ao 
vaso 
✖ ✔ 
Aspecto da 
superfície 
Liso e 
brilhante 
Áspero, 
granular, 
rugoso 
 
Embolia 
Obstrução de um vaso por um êmbolo, que 
é formado por materiais estranhos insolúveis no 
sangue transportados pela corrente sanguínea. 
Ex.: êmbolos bacterianos; parasitas; 
gordurosos. 
 
Destinos dos êmbolos 
 Coração esquerdo: circulação sistêmica 
 Coração direito: pulmão 
 
Infarto 
Infarto é uma necrose de coagulação 
formada após uma isquemia, ou seja, destruição dos 
tecidos pela falta de O2 gerada pela obstrução da 
irrigação arterial ou drenagem venosa em 
determinada área.

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