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Patologia Distúrbios circulatórios: Hiperemia, edema, hemorragia, choque Hiperemia: Ativa: Fisiológica ou Patológica Passiva (congestão): Sempre patológica: Podendo ser localizada (em 1 órgão) ou generalizada (vários órgãos) Hiperemia: Ativa: • Ocorre a vasodilatação arteriolar consequentemente o aumento do fluxo sanguíneo. • Fisiológica: Aumento da demanda de suprimentos como O2 e nutrientes, devido ao aumento da exigência funcional do órgão. Ex: exercícios físicos (musculatura esquelética), digestão (mucosa gástrica), trabalho mental (encéfalo), rubor facial. (hiperestimulção psíquica), perda de calor (hiperemia cutânea). -Macroscopia: ex: Intestino hiperemico, quando é fisiológico geralmente observa-se alimento. -Microscopia: Cordão espermático: Observa-se vasos dilatados e cheio de sangue. • Patológica: Alteração do fluxo sanguíneo, mas que está relacionada com as alterações da organização vascular (ex inflamações). Na inflamação são liberadas moléculas vasoativas. - Macroscopia: e microscopia Ex pulmão com pneumonia, alvéolos preenchidos de leucócitos (um alvéolo normal é preenchido somente com ar) Pulmão com hiperemia ativa patológica, pneumonia: Hiperemia Passiva ou Congesta: • Acumulo de uma quantidade anormal de sangue venoso no órgão por diminuição da drenagem (fatores que dificultam o retorno venoso). • Localizada: Congestão de alguma veia ou generalizada ou sistêmica (insuficiência cardíaca). • OBS: Edema e congestão estão muito associados, ocorre o aumento da pressão hidrostática ocasionando no extravasamento de liquido. • Causas da hiperemia passiva localizada: -Trombose, compressão extrínseca sobre uma veia (tumores, torções, vólvulo, intussuscepção), neoplasias, congestão hipostática (pressão e gravidade). -Macroscopia: Dilatação e torção gástrica, geralmente quando o estomago torce o baço se contorce junto (sofrerá congestão) o baço aumenta de tamanho (esplenomegalia) e fica vermelho-escuro. -A torção gástrica está relacionada com o aumento de gás, obstrução da cárdia ou piloro. Nesses casos, o estômago gira ao redor do esôfago em sentido horário. Como consequência da torção: -Infarto venoso da parede gástrica - A obstrução das veias, associada à pressão exercida pelo estômago dilatado, diminui o retorno venoso (veias porta e cava caudal), causando redução do enchimento cardíaco e choque circulatório -Há, ainda, distúrbios do equilíbrio acidobásico e hidroeletrolítico, liberação de fator depressor do miocárdio (produzido pelo pâncreas isquêmico) e necrose isquêmica do miocárdio. A morte é inevitável se o animal não for atendido imediatamente. - OBS: Sempre que observarmos uma congestão antes da morte sempre terá alterações circulatórias (hemorragias). • Causas da hiperemia passiva generalizada: -Insuficiência cardíaca direita: congestão no fígado, baço, cerebelo etc... -Insuficiência cardíaca esquerda: Congestão nos pulmões. -Insuficiência cardíaca bilateral: Congestão em todo o corpo, incluindo pulmões. Ex1: Macroscopia: Observa-se o pulmão mais escuro e brilhante, ao corte apresenta espuma. Nos pulmões, a hiperemia passiva crônica por insuficiência cardíaca esquerda favorece edema pulmonar e hemorragia por diapedese; as hemácias extravasadas são fagocitadas por macrófagos alveolares, que se tornam carregados de hemossiderina e podem ser encontrados no escarro ou no lavado broncoalveolar (células cardíacas). Ex Fígado vermelho escuro, ao corte áreas avermelhadas (áreas de congestão) áreas brancas com menos sangue, o2 ocasionando em degeneração e necrose (FIGADO EM NOZ MOSCADA). *encontram-se degeneração hidrópica e esteatose dos hepatócitos inicialmente nos centrolobulares; estes sofrem hipotrofia por compressão pela dilatação sinusoidal, aumentando o contraste com a periferia do lóbulo, onde os hepatócitos tumefeitos comprimem os sinusoides e reduzem a quantidade de sangue. Edema É o acúmulo de líquido no interstício ou cavidades corpóreas Situação normal: Na arteríola: A pressão hidrostática aumenta e a oncótica diminui (filtração) Na vênula A pressão hidrostática diminui e a oncótica aumenta (reabsorção). Etiopatogenia: -Aumento da pressão hidrostática vascular: aumento da pressão intravascular em veias e vênulas, pode ser localizado ou generalizado. No primeiro caso, o aumento é causado por obstrução de veias por trombos ou compressão extrínseca, ou por insuficiência de válvulas venosas (como em varizes); no segundo, por aumento da pressão venosa sistêmica por insuficiência cardíaca. -Diminuição na pressão osmótica vascular Resultado de hipoproteinemia por perda excessiva ou diminuição da síntese de proteínas.: a redução da pressão oncótica provoca o não deslocamento do líquido do meio intersticial para o interior do vaso. Essa variação da pressão oncótica é determinada pela diminuição da quantidade de proteínas plasmáticas presentes no sangue. -Aumento da permeabilidade vascular: O vaso fica mais dilatado (edema inflamatório, sendo do tipo exsudato) consequentemente ocorre o extravasamento de liquido. -Diminuição pressão hidrostática intersticial: se diminuída essa força, o líquido não retorna para o meio intravascular, acumulando-se intersticialmente - O aumento da pressão oncótica intersticial devido a elevação na quantidade de proteínas no interstício provoca o aumento de sua pressão oncótica, o que favorece a retenção de líquido nesse local. Além disso, o aumento dessa força contribui para a dificuldade de drenagem linfática na região. -Diminuição da drenagem linfática: como por exemplo em situações de obstruções das vias linfáticas ou inflamação. (tecido neoplásico; Linfadenite e linfangite; compressão das vias linfáticas). Classificação do edema: -Exsudato: Quando o edema é causado pelo aumento da permeabilidade vascular principalmente nas inflamações, traumatismos na microcirculação e vasos malformados no interior de neoplasia. Sai líquido proteínas plasmáticas e células. Aparência de um liquido turvo que se coagula quando exposto ao ar. -Transudato: Ocorre pelo aumento da pressão hidrostática, diminuição da pressão oncótica, diminuição da drenagem linfática. Aparência de líquido mais claro, com menor densidade e pobre em proteínas. Macroscopia: Aumento de volume e umidade local ou líquidos nas cavidades. Pulmão: Presença de espuma. O fluido de edema que se acumula no alvéolo se mistura ao surfactante alveolar, e, em consequência dos movimentos respiratórios, ocorre formação de espuma, o que compromete ainda mais as trocas gasosas nos alvéolos, por impedir a entrada do ar inspirado no interior dos alvéolos. • O edema pulmonar pode ocorrer devido a insuficiência cardíaca e hipervolemia ( ex quando são adm grandes quantidades de líquido via IV) • Denominação de edema para cada parte do corpo: - hidroperitônio (ou ascite), hidropericárdio, hidrotórax, hidrocele (cavidade escrotal) etc. Hidroperitônio (tipo transudato) Hemorragia: • O sangue sai da circulação e vai para as cavidades corpóreas, interstício ou para fora do organismo. • Algumas denominações: -Petéquia: sangramento pontual ou puntiforme (1 a 2mm) -Purpura: sangramento de 2mm até 1cm -Equimose: sangramento maior (até 1-3 cm) -Sufusão: sangramento plano, difuso e extenso. Obs: Hemorragias menores (pontos) ocorrem sem rupturas dos vasos. Etiopatogenia: Hemorragia por rexe ou ruptura do vaso: Traumas, enfraquecimento do vaso (neoplasias, vasculite, erosão, ulcera) ou hipertensão. Hemorragia por diapedese: Devido ao aumento da permeabilidade vascular(maior parte das vezes hemorragias petequial e equimose) as hemácias passam entre as células endoteliais Causas: Septicemias (endotoxinas lesão o vaso), hiperemia passiva crônica, alergias, anóxia. Diástese hemorrágica: Podem ocorrer de foram espontânea generalizada ( em vários locais) sem causa aparente ou por alterações na coagulação do sangue. Etiologia: Alterações da coagulação do sangue: nas plaquetas, fatores de coagulação e comprometimento vascular. Ex: Erliquiose (causa a diminuição no número de plaquetas, gerando hemorragias. Leptospirose: Produção da enzima hemolisina que lesa o endotélio Coagulação disseminada: Coagulação rápida do sangue, com trombos (dessa forma gerando um grande consumo dos fatores, fazendo com que não sobre) Consequências: Depende da quantidade de sangue perdida, do local onde o sangue foi perdido e da velocidade da perda -Choque hipovolêmico: Perda rápida e de grande volume de sangue. -Anemia: ex causada por ulcera gástrica -Asfixia: Pela presença de sangue nos alvéolos devido a hemorragia pulmonar. -Tamponamento cardíaco: No caso do hemopericárdio (sangue no pericárdio) vai atrapalhar a movimentação cardíaca, o débito cardíaco vai diminuir (choque cardiogênico) Choque Choque é o distúrbio hemodinâmico agudo e sistêmico caracterizado pela incapacidade do sistema circulatório de manter a pressão arterial em nível suficiente para garantir a perfusão sanguínea ao organismo, o que resulta em hipóxia generalizada. • Choque cardiogênico: (Diminuição do debito cardíaco) Infarto do miocárdio, miocardite, tamponamento cardíaco, êmbolo pulmonar. • Choque hipovolêmico: (Diminuição do volume sanguíneo) Hemorragia, diarreia, desidratação, queimaduras. • Choque séptico: (Vasodilatação sistêmica, devido a focos inflamatórios) Infecção grave (presença de agentes patológicos biológicos no sangue (causa vasodilatação, diminuição da perfusão tecidual, aumento da permeabilidade vascular). que pode ser provocado por inúmeras agressões (infecciosas ou não), resulta da liberação de DAMP (traumatismos, destruição tecidual) ou PAMP (infecções). DAMP e PAMP induzem a liberação de mediadores por ativação da resposta imunitária inata (leucócitos, endotélio, sistemas da coagulação sanguínea e do complemento). Os mediadores induzem aumento da permeabilidade vascular, vasodilatação, abertura de capilares e depressão do miocárdio, que acionam simultaneamente os três mecanismos patogenéticos de choque: cardiogênico, vasogênico e hipovolêmico. • Choque anafilático:(Vasodilatação sistêmica, devido a reação alérgica exacerbada) Reação de hipersensibilidade do tipo 1. O mecanismo básico é a vasodilatação periférica que se instala rapidamente, por causa da liberação de histamina quando mastócitos são estimulados por antígenos que se ligam a IgE na superfície deles. Histamina provoca vasodilatação e queda brusca da pressão arterial. Se não há intervenção rápida, o choque pode levar rapidamente à morte por hipoperfusão persistente do sistema nervoso central. • Choque neurogênico: (Vasodilatação sistêmica por desequilíbrio do simpático e parassimpático) Lesão cerebral, lesão da medula espinhal. Sinais clínicos: • Hipotermia de extremidades • Hipotensão arterial • Inconsciência • Insuficiência cardiorrespiratória. Aspectos morfológicos: • Degenerações • Necroses • Hemorragias
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