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CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS João Victor Cruz Borges do Rego RA: 8000512 Turma: 003109A02 SÃO PAULO 2022 Caso Empregados da Fábrica de Fogos de Santo Antônio de Jesus, 2020. No período de 26 de Outubro de 2020, houve o anúncio da condenação imposta ao Brasil, devido às mortes e violações de direitos humanos de trabalhadores da fábrica de fogos, na cidade de Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo Baiano. Em 11 de dezembro de 1998, houve a morte de 64 pessoas, entre elas mulheres e crianças. O presente caso relata a exposição a precárias condições de trabalho as quais as vítimas dessa tragédia foram expostas e que por lei, o Estado Brasileiro haveria de ter fiscalizado, mas não o fez. Essas trágicas mortes, permitiram que ao Brasil fosse aplicada a nona condenação pela Corte Interamericana, que foi preferida em 15 de julho de 2020, destaca-se o caráter histórico de tal decisão, que reconhece padrões de discriminação estrututral e intersecional ao determinar a responsabilidade do Estado Brasileiro. De acordo com a Corte, as vítimas viviam em meio a pobreza estrutural, que em sua maioria eram compostas por pessoas afrodescendentes, entre elas, mulheres e meninas, inclusive 4 delas estavam grávidas e não havia qualquer oportunidade para o seu bem estar econômico, a não ser o danoso e letal trabalho em condições de exploração. A morte dos 64 trabalhadores foi causado por uma explosão e vale ressaltar que de todas as vítimas, 63 eram mulheres, sendo que a outra morte que compõe a soma total de óbitos se trata de uma criança de 11 anos do sexo masculino, que além dela, havia um grupo de mais outras 22 pessoas, entre crianças e adolescentes. Ao processo foram juntadas 57 certidões de óbito, sendo 49 certidões de pessoas negras, 3 brancas e 6 não identificadas, como mencionado acima, 4 dessas vítimas eram mulheres grávidas, sendo que das 4 vidas em gestação, 3 nascituros foram expostos à explosão. A Corte declarou que o Brasil agiu com dolo na falta de seu dever de fiscalização quanto às atividades desenvolvidas na fábrica, visto que o Estado Brasileiro tinha conhecimento do que era realizado no local, que apresentava alto risco ao trabalhadores, devido a irregularidades que trazia risco iminente à vida, integridade pessoal e saúde de quem ali trabalhava. Além das condições mencionadas, a fábrica era um local em que havia maciça exploração de trabalho infantil, uma violação direta aos princípio da não exploração e direitos do trabalho, que de certa forma, a fábrica era muito visado na região por ser um dos poucos locais disponíveis para trabalho no município, e que gerava a trágica consequência a população de serem explorados com baixos salários, trabalho insalubre, com alto risco e sem qualquer medidada de segurança. O Brasil foi sentenciado a uma série de medidas para a garantia da não repetição desta tragédia, uma delas se trata da criação de alternativas econômicas para que seja inserido de forma econômica e laboral todas as vítimas e familiares das vítimas da explosão, bem como um programa de desenvolvimento socioeconômico, visando a população de Santo Antônio de Jesus. Em sentença, foi estabelecido também que a República Federativa do Brasil seja responsabilizada na esfera cível e penal como os autores da explosão, bem como foram determinadas medidas de reparação às vítimas e seus familiares, como o tratamento médico, psicológico e a indenização.
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