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ESPELHO_CORRECAO_S2_CIVIL

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Seção 2 
ESPELHO DE CORREÇÃO 
DIREITO 
CIVIL 
 
 2 
 
 
 
 
 
 
O momento agora é de responder a ação proposta por Joffrey e Tommem Lannister, cabendo lembrar 
que a inversão dos papeis foi por questões meramente didáticas, para garantir a visão jurídica de 
todos os lados e possíveis direitos a serem alegados (o que na prática seria vedado pelo Estatuto de 
Ética e Disciplina, conforme art. 20 do Código de Ética e Disciplina da OAB). Fácil notar que a peça 
processual adequada é a contestação. 
 
Por primeiro, observem que, com relação ao endereçamento da peça processual, o texto descreve 
exatamente a vara em que tramita a ação, razão pela qual, o endereçamento deve levar em conta 
esta informação. Em se tratando da qualificação das partes, é importante notar que, diferente do 
exercício anterior, desta vez temos o nome completo de Capitu e seu estado civil, dados estes 
indispensáveis na contestação. 
 
Antes de adentrar ao mérito da demanda, primordial a observação do art. 337 do CPC, quanto a 
existência de matérias preliminares a serem arguidas. No caso sob análise, resta cristalina a 
existência de nulidade da citação realizada (art. 337, I do CPC), posto que esta não foi realizada 
pessoalmente (art. 242 do CPC), mas sim, no endereço eletrônico de terceiro que a informou da 
seriedade da ação. 
 
Você deve analisar a situação fática apresentada, verificando se há no problema qualquer outra das 
matérias constantes do rol do art. 337 do CPC. 
 
Em se tratando do mérito da demanda, o fundamento primordial a ser consideração quando da 
elaboração da peça processual, são as condições psicológicas da contestante, que alega estar em 
pleno gozo de suas faculdades mentais, não possuindo mais qualquer resquício de problemas 
psicológicos, não fazendo uso de qualquer substância psicoativa e não apresentando episódio de 
prodigalidade. 
 
No que concerne aos pedidos realizados, primeiramente deve-se levar em conta a existência de 
matéria preliminar, requerendo, desta forma, o acolhimento da mesma. Após, requer-se o não 
provimento da ação e a condenação do autor ao pagamento de custas processuais e honorários 
advocatícios, nos termos do art. 85 do Código de Processo Civil. 
 
É importante frisar que a contestante sinalizou o interesse na realização de pedido alternativo relativo 
à nomeação de curador de sua confiança, o que deve ser observado quando da elaboração da peça. 
 
 
Seção 2 
DIREITO CIVIL 
Na prática! 
 
 3 
 
E quanto a estrutura da peça, atenção para: o endereçamento e nomes das partes (sempre em caixa 
alta); pule sempre uma linha entre os parágrafos; sinalize com reticências as informações e 
qualificações essenciais não informadas; nos fatos, prefira parafrasear do que transcrever, mas não 
invente informação; no fechamento da petição apenas escrever local, data, nome assinatura e 
inscrição OAB; e lembre-se que você tem 150 linhas (treine sempre escrevendo, nunca no 
computador) 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DA 3ª VARA DE FAMÍLIA E 
SUCESSÕES DA COMARCA DE PORTO REAL – ESTADO DA BAHIA. 
 
 
 
 
Processo nº... 
 
 
 
MYRCELA LANNISTER brasileira, (estado civil), (profissão), inscrita no cadastro de pessoas físicas 
sob o nº ..., residente à Clínica Trono de Ferro, localizada à Rua do Porto, nº ... na cidade de Porto 
Real – BA, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, fulcro no art. 752 e 335 do CPC, 
apresentar 
 
CONTESTAÇÃO 
 
Ao pedido inicial contra ela ajuizado por JOFFREY LANNISTER e TOMMEM LANNISTER, já 
qualificados nos autos em epigrafe. 
 
Argumentam os autores, em síntese, que a ora contestante está internada na clínica de recuperação 
Trono de Ferro, nesta cidade e comarca de Porto Real, Estado da Bahia, devido a problemas 
psiquiátricos e vício em substâncias tóxicas, desde o ano de 2004. Afirmando, inclusive, que a 
contestante possui histórico recorrente de prodigalidade. 
 
Tendo em vista o falecimento de seu pai, Robert Baratheon, os autores interpuseram ação de 
interdição, sob alegação de que a contestante não possui capacidade para gerir seu património, 
requerendo ação, que seja lhe seja nomeado curador. 
 
Inconformada com os fatos narrados na exordial, não restou alternativa a contestante, senão procurar 
o judiciário para ver salvaguardado seus direitos. 
 
 
I – Preliminar 
 
a) Da nulidade de citação 
Questão de ordem! 
 
 4 
 
O art. 238 do Código de Processo Civil é cristalino ao definir o conceito de citação, sendo que, em 
não sendo esta efetivada, a relação processual não se aperfeiçoa. A fim de garantir a efetiva abertura 
do contraditório e ampla defesa no curso da relação processual, é indispensável a realização de 
citação válida, nos exatos termos do art. 239 do citado codex. 
 
Conforme é possível extrair do teor dos autos, Myrcela Lannister tomou conhecimento da ação 
porque a citação foi enviada erroneamente para o e-mail de sua prima, cujo prenome é idêntico ao 
seu, sendo esta citada em seu nome por equívoco. 
 
Em que pese a possibilidade de citação eletrônica nos termos impostos pelo art. 246 do Código de 
Processo Civil, esta deve ser realizada por meio dos endereços eletrônicos indicados pelo citando 
no banco de dados do Poder Judiciário, conforme regulamento do Conselho Nacional de Justiçam o 
que não foi o caso, sendo utilizado para tanto, e-mail de terceiro fornecido pelos autores, o que não 
se coaduna com os ditames legais. 
 
O Código de Processo Civil é taxativo ao impor em seu art. 242 que a citação será pessoal, o que, 
por obvio, não ocorreu na instrução processual, sendo, portanto, nula de pleno direito, ferindo, o 
direito ao contraditório constitucionalmente garantido. 
 
 
b) Da indevida concessão de gratuidade de justiça 
 
A possibilidade de impugnação ao pedido de gratuidade de justiça em contestação é prevista no art. 
100 do Código de Processo Civil, in verbis: 
 
Art. 100. Deferido o pedido, a parte contrária poderá oferecer impugnação na 
contestação, na réplica, nas contrarrazões de recurso ou, nos casos de pedido 
superveniente ou formulado por terceiro, por meio de petição simples, a ser 
apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, nos autos do próprio processo, sem 
suspensão de seu curso. 
 
Quando da interposição da ação de interdição, os autores alegaram que estão desempregados, não 
possuindo condições de arcar com as despesas decorrentes da instrução processo, apresentando 
para tanto, carteira de trabalho em branco. 
 
Ocorre que tal afirmação não condiz com a realidade econômica dos mesmos, até porque, em que 
pese a juntada aos autos da carteira de trabalho, os autores possuem uma vinícola de sucesso no 
sul do país. 
 
Desta forma, preliminarmente, é imperiosa a revogação do benefício da justiça gratuita concedida 
aos autores, principalmente visando não banalizar o instituto. 
 
II – Do mérito 
 
a) Na inexistência de razões para interdição 
 
 
 5 
Ao contrário das afirmações feitas pelos autores, a requerida em pleno gozo de suas faculdades 
mentais, não possuindo mais qualquer resquício de problemas psicológicos, não fazendo uso de 
qualquer substância psicoativa e ainda, não apresentando qualquer episódio de prodigalidade, posto 
que os valores que alegam terem sidos gastos em uma única noite, não tiveram nenhuma relação com 
drogas. 
 
O art. 749 do CPC é didático ao definir que ônus da prova cabe aos autores: 
 
Art. 749. Incumbe ao autor, na petição inicial, especificar os fatos que demonstram a 
incapacidade do interditando para administrar seus bens e, se for o caso, para praticar 
atos da vida civil, bem como o momento em que a incapacidade se revelou. 
 
O único lastro probatório apresentado pelos autores diz respeito à sua internação há mais de 15 anos, 
ocorre que os autores deixam de citar que a ora requerida optou por viver na clínica devido ao 
acolhimento que sempre lhe foi dado e os fortes laços de amizade que formou, vivendo no local por livre 
e espontânea vontade e não por necessidade.b) Da impossibilidade nomear os autores como curadores 
 
Não obstante ao apontado, cabe frisar que os autores postulam a possibilidade de se tornarem 
curadores da requerida. Ora Excelência, tal situação não deve ser admitida. 
 
O art. 1.781 do Código Civil é didático ao impor que as regras a respeito do exercício da tutela 
aplicam-se ao da curatela. 
 
A relação da requerida com seus irmãos é tão ruim que ela os considera seus inimigos, desta forma, 
a aplicação analógica do art. 1.735, III do Código Civil impõe que não podem exercer a curatela os 
inimigos da interditanda. 
 
Ademais, há claro conflito de interesses entre as partes, posto que o intuito dos autores é claramente 
se apoderar dos valores depositados nas contas bancárias de seu falecido pai, antes da efetiva 
abertura do inventário. 
 
Quando a impossibilidade de nomeação de curador com conflito de interesses, os tribunais têm 
decidido de maneira uniforma: 
 
EMENTA: LEVANTAMENTO DE INTERDIÇÃO - SUSPENSÃO DAS FUNÇÕES DA 
CURADORA - NOMEAÇÃO DE NOVO CURADOR - POSSIBILIDADE - CONFLITO 
DE INTERESSES. Demonstrando a prova dos autos que o interditando através de 
tratamento de saúde, detém, atualmente, condições de gerir os atos de sua vida civil 
e havendo conflito de interesses com a curadora nomeada, deve ser determinada a 
suspensão de suas funções, com a nomeação interina de outro curador. (TJMG - 
Agravo de Instrumento - AI 0563319-62.2011.8.13.0000 – j. 20-01-2012) 
 
Assim, na remota hipótese de ser julgada procedente a ação interposta, imperiosa a nomeação de 
curador que não tenha interesse na demanda, sugerindo-se, assim, o Dr. Ramsay Bolton, 
administrador da clínica de recuperação “Trono de Ferro”. 
 
III – Dos pedidos 
 
 6 
 
Ante o exposto, requer o recebimento e processamento da presente contestação, e ainda: 
 
a) O acolhimento da preliminar aventada, declarando-se a nulidade da citação, procedendo a 
anulação de todos os atos subsequentes e a revogação das benesses da gratuidade de 
justiça concedidas aos autores, por não serem estes pobres na acepção jurídica do termo. 
 
b) Quanto ao mérito, em não sendo acolhida a preliminar de nulidade de citação, sejam os autos 
julgados improcedentes ante a clara existência de condições psicológicas por parte da 
requerida para administrar seus bens, condenando-o ao pagamento de custas processuais e 
honorários advocatícios, à razão de 20% do valor da ação; 
 
c) Alternativamente, na remota hipótese de serem os autos julgados procedentes, requer-se a 
nomeação do Dr. Ramsay Bolton, administrador da clínica de recuperação “Trono de Ferro”, 
como curador da requerida. 
 
d) Protesta por todos os meios de direito admitidos para comprovar os fatos alegados. 
 
Nestes termos, 
 
Rio de Janeiro, data, nome, assinatura, advogado e OAB. 
 
 
 
 
1. Qual o prazo para apresentação de reconvenção? 
2. Qual a diferença entre reconvenção e contestação? 
3. A interdição do pródigo o priva da prática de quais atos? 
4. Quem pode promover a interdição? 
5. Quando deve ser levantada a curatela? 
 
Resolução comentada

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