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Fundamentos do Marketing Componente curricular na modalidade de educação a distância Ricardo Scaratti Fantinelli Possui graduação em Comunicação Social Habilitação - Publicidade e Propaganda pela Universidade Comunitária da Região de Chapecó (2008). Pós-Graduação em Design e Gestão de Imagem pela mesma instituição (2010). Atualmente é Professor do curso de Publicidade e Propaganda da Universidade Comunitária da Região de Chapecó. Atuou na área de gestão em Comunicação e Marketing como Diretor da Diretoria de Marketing e Comunicação na Unochapecó. Possui experiência na área de design, criação publicitária, branding e gestão de marca, planejamento e gestão de marketing e comunicação. Mestrando do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Tecnologia e Gestão da Inovação (Unochapecó). Chapecó, 2017 Reitor Claudio Alcides Jacoski Vice-Reitora de Pesquisa, Extensão e Pós-Graduação Silvana Muraro Wildner Vice-Reitor de Planejamento e Desenvolvimento Márcio da Paixão Rodrigues Vice-Reitor de Administração José Alexandre de Toni Coordenador Geral: Paulo Sergio Jordani Revisão: Juliane Fernanda Kuhn de Castro Assistente Administrativo: Manon Aparecida Pereira de Jesus Capa: Marcela do Prado, Juliane Fernanda Kuhn de Castro Diagramação: Marcela do Prado Av. Sen. Attílio Fontana, 591-E - Bairro Efapi - Chapecó (SC) CEP 89809-000 - Caixa Postal 1141 - Fone: (49) 3321 8088 E-mail: unovirtual@unochapeco.edu.br Home Page: www.unochapeco.edu.br/ead Não estão autorizadas nenhuma forma de reprodução, parcial ou integral deste material, sem autorização expressa do autor e do Núcleo de Educação a Distância - UnochapecóVirtual Coordenação: Rosane Natalina Meneghetti Silveira Secretaria: Marcos Domingos Robal dos Santos Comercial: Luana Paula Biazus Assistente editorial: Caroline Kirschner Conselho Editorial: (2016-2018) Titulares: Murilo Cesar Costelli (presidente), Clodoaldo Antônio de Sá (vice- presidente), Celso Francisco Tondin, Rosane Natalina Meneghetti Silveira, Cesar da Silva Camargo, Silvana Muraro Wildner, Ricardo Rezer, Rodrigo Barichello, Mauro Antonio Dall Agnol, Vagner Dalbosco, Claudio Machado Maia. Suplentes: Arlene Renk, Fátima Ferretti, Fernando Tosini, Hilário Junior dos Santos, Irme Salete Bonamigo, Maria Assunta Busato. Ficha catalográfica _________________________________________________________________ Fantinelli, Ricardo Scaratti F199f Fundamentos do marketing / Ricardo S Fantinelli.-- Chapecó, SC : Argos, 2017. 184 p. : il. ; 28 cm. -- (EaD; 47) Inclui bibliografias 1. Marketing - Administração I. Título. CDD 23 – 658.8 _________________________________________________________________ Catalogação elaborada por Roseli A. Teixeira CRB 14/631 Biblioteca Central da Unochapecó Fundamentos do Marketing CARTA AO ESTUDANTE Seja bem-vindo! Você está recebendo o livro do componente curricular de Fundamentos do Marketing. No atual cenário educacional, em que, cada vez mais, as pessoas buscam por uma formação complementar e há a inserção massiva das tecnologias de informação e comunicação, a modalidade de educação a distância é vislumbrada como uma importante contribuição à expansão do ensino superior no país, que permite formas alternativas de geração e disseminação do conhecimento. A educação a distância tem sido importante para atingir um grande contingente de estudantes de vários locais, com disponibilidade de tempo para o estudo diversa, além daqueles que não têm a possibilidade de deslocamento até uma instituição de ensino superior todos os dias. Desta forma, a Unochapecó, comprometida com o desenvolvimento do ensino superior, vê a educação a distância como um aporte para a transformação dos métodos de ensino em uma proposta inovadora. Levando em consideração o pressuposto da necessidade de autodesenvolvimento do estudante da modalidade de educação a distância, este material foi elaborado de forma dialógica, baseada em uma linguagem clara e pertinente aos estudos, além de permitir vários momentos de aprofundamento do conteúdo ao estudante, através da mobilidade para outros meios (como filmes, livros, sites). Temos como princípio a responsabilidade e o desafio de oferecer uma formação de qualidade, para tanto, a cada novo material, você está convidado a encaminhar sugestões de melhoria para nossa equipe, sempre que julgar relevante. Lembre-se: a equipe da UnochapecóVirtual estará à disposição sempre que necessitar de um auxílio, pois assumimos um compromisso com você e com o conhecimento. Acreditamos no seu sucesso! Núcleo de Educação a Distância UnochapecóVirtual Fundamentos do Marketing SUMÁRIO APRESENTAÇÃO ................................................................................. 7 UNIDADE 1 A HISTÓRIA E A EVOLUÇÃO DO MARKETING .................. 9 1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 11 2 MARKETING ...................................................................................... 13 3 O QUE É MARKETING E PARA QUE ELE SERVE .................................. 14 4 UM POUCO DA HISTÓRIA E DA EVOLUÇÃO DO MARKETING ........... 17 5 PRINCIPAIS DIFERENÇAS DE MARKETING E PUBLICIDADE E PROPAGANDA ...................................................................................... 24 REFERÊNCIAS ....................................................................................... 28 UNIDADE 2 COMPOSTO DE MARKETING - FUNDAMENTOS ............. 31 1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 33 2 PREMISSAS DE MARKETING ............................................................. 33 2.1 Necessidades .............................................................................. 33 2.2 Desejos: necessidades humanas moldadas pela cultura e pela personalidade individual ..................................................................... 35 3 NECESSIDADES E DESEJOS SÃO SATISFEITOS COM PRODUTOS ....... 36 4 O QUE É OFERTA E DEMANDA? ....................................................... 50 4.1 Oferta x demanda ...................................................................... 51 REFERÊNCIAS ....................................................................................... 58 UNIDADE 3 CANAIS DE MARKETING E CONSUMO PÓS-MODERNO .61 1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 63 2 O MARKETING MUDOU .................................................................... 63 3 CANAIS DE MARKETING ................................................................... 64 4 ANTES NÃO EXISTIA CONSUMO? ..................................................... 68 4.1 Fatores culturais......................................................................... 70 4.2 Fatores sociais ............................................................................ 70 4.3 Fatores pessoais ......................................................................... 71 4.4 Fatores psicológicos ................................................................... 71 5 A TEORIA DA CAUDA LONGA - DO CONCEITO DE HIT PARA O CONCEITO DE NICHO ............................................................................................ 74 6 TROCA, TRANSAÇÕES E RELACIONAMENTOS ................................... 77 REFERÊNCIAS ....................................................................................... 81 UNIDADE 4 MERCADOS: SEGMENTAÇÃO E COMPORTAMENTO ...... 85 1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 87 2 SEGMENTAÇÃO DE MERCADO ......................................................... 88 3 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR ............................................. 91 Fundamentos do Marketing6 4 PERSONAS ........................................................................................ 93 4.1 Conceitostradicionais de público-alvo ...................................... 94 4.2 O que são personas? ................................................................. 95 REFERÊNCIAS ....................................................................................... 97 UNIDADE 5 MARCAS ........................................................................99 1 INTRODUÇÃO ................................................................................. 101 2 ORIGEM E HISTÓRIA DAS MARCAS................................................. 101 3 QUAL A DIFERENÇA ENTRE MARCA E PRODUTO? .......................... 105 3.1 Quando as marcas viram sinônimos dos produtos ................. 106 4 A EVOLUÇÃO DAS MARCAS............................................................ 106 REFERÊNCIAS ..................................................................................... 111 UNIDADE 6 IMAGEM ORGANIZACIONAL E POSICIONAMENTO ..... 115 1 INTRODUÇÃO ................................................................................. 117 2 O QUE É IMAGEM ORGANIZACIONAL? ........................................... 117 3 MUDANÇA DE PARADIGMA SOCIAL E MERCADOLÓGICO .............. 118 REFERÊNCIAS ..................................................................................... 124 UNIDADE 7 BRANDING: PROCESSO DE GESTÃO DE MARCAS ....... 127 1 INTRODUÇÃO ................................................................................. 129 2 O QUE É BRANDING? ..................................................................... 129 3 CARACTERÍSTICAS E EVOLUÇÃO DAS ESTRATÉGIAS DE PRODUTOS E SERVIÇOS .......................................................................................... 130 3.1 Como se dá a evolução do branding? ..................................... 131 3.2 Diferença entre marketing e branding .................................... 134 REFERÊNCIAS ..................................................................................... 142 UNIDADE 8 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO ................................... 147 1 INTRODUÇÃO ................................................................................. 149 2 PLANEJAMENTO ............................................................................. 149 2.1 Origem do planejamento estratégico ..................................... 151 2.2 Lembra-se do macroambiente? .............................................. 152 2.3 Planejamento estratégico em publicidade e propaganda ...... 153 2.3.1 Fases e etapas do planejamento estratégico em publicidade e propaganda ......................................................................... 156 2.3.1.1 Fase 1 - Diagnóstico estratégico ................................ 158 2.3.1.2 Fase 2 – Missão da empresa ....................................... 161 2.3.2 Fase 3 - Instrumentos prescritivos e quantitativos/ Estratégias .............................................................................. 174 2.3.3 Fase 4 – Avaliação e controle ........................................ 175 2.4 Planejamento marketing digital .............................................. 175 REFERÊNCIAS ..................................................................................... 180 Fundamentos do Marketing APRESENTAÇÃO Querido estudante, tudo bem? Seja bem-vindo ao mundo do marketing! O componente curricular Fundamentos do Marketing pretende ajudá-lo a compreender o processo de marketing de maneira mais abrangente. Com o olhar na ementa proposta a esse componente e com intuito de atender às necessidades colocadas no mercado atual, o material vai guiar a sua formação acadêmica e profissional, seja para você que busca uma primeira inserção, uma transição de área ou até mesmo uma ascensão no mercado. Aqui você pode adquirir, rever e atualizar seus conhecimentos na área de marketing de maneira ampla e consistente, por meio de teorias, metodologias, técnicas, exemplos e práticas. O conteúdo objetiva apresentar: conceitos e fundamentos de marketing; assimilar as funções mercadológicas; análise dos ambientes de marketing; composto de marketing; sistema de informações de marketing; comportamento do cliente e o processo de compra; estratégias mercadológicas; segmentação de mercado. Além disso, vamos conhecer mais sobre técnicas e tendências de gestão de marcas, comportamento do consumidor pós-moderno, imagem organizacional e posicionamento, personas, entre outros. Em seguida, veja o cronograma do componente curricular no ambiente virtual, para que você possa acompanhar o andamento de seus estudos e não perder as datas de suas atividades em EaD. Carga horária Unidade 10 h Unidade 1. A História e a evolução do marketing 10 h Unidade 2. Composto de marketing - fundamentos 10 h Unidade 3. Canais de marketing e consumo pós-moderno 10 h Unidade 4. Mercados: segmentação e comportamento 10 h Unidade 5. Marcas 10 h Unidade 6. Imagem organizacional e posicionamento 10 h Unidade 7. Branding – Processo de gestão de marcas 10 h Unidade 8. Planejamento Estratégico Leia com atenção todo o material didático oferecido e também as orientações para o desenvolvimento das atividades. Lembre-se que o material didático aqui apresentado é uma base de introdução ao vasto mundo do marketing e sempre procure buscar mais conhecimento em blogs, livros, artigos, sites especializados, palestras, entre outros. Outra coisa que vai fazer toda a diferença é enriquecer seu repertório cultural - isso vai ajudar você a desenvolver um olhar de mundo e senso crítico diferenciado, se Fundamentos do Marketing8 permita assistir a filmes de todos os gêneros, escutar outros estilos musicais, conversar com pessoas diferentes de você, ir ao teatro, ler um romance ou ficção científica, de vez em quando, ir ao parque, mudar a rotina, entre tantas outras coisas possíveis. Nando Reis já dizia: “O mundo é grande Sebastião!”. Só não fique parado, não seja alienado aos temas da área e não crie bolhas - faça muitas pontes, um dos segredos dessa área, além da ética e profissionalismo, é o network. “Tentar não! Faça ou não faça. Não existe tentar.” Me. Yoda (Star Wars) Bom estudo para você! Ricardo Fantinelli Unidade 1 A História e a Evolução do Marketing Objetivo: • Conhecer as principais funções, definições e os diversos conceitos do marketing, sua evolução e a importância no contexto das organizações. Conteúdo programático: • O que é e para que serve o marketing?; • Premissas e processo de marketing; • Uma breve história do marketing; • Diferenças entre marketing, publicidade e propaganda; • O que é marketing 1.0, 2.0 e 3.0?. Fundamentos do Marketing10 Faça aqui seu planejamento de estudos Fundamentos do Marketing 11 1 INTRODUÇÃO E daí, para que gastar em marketing? Afinal, é só botar o produto na rua e vender, certo? ERRADO. Fala-se muito que a alta competitividade do mercado obriga as organizações a ser cada vez mais eficientes nas suas estratégias mercadológicas. Mas, afinal, o que é esta eficiência em um mercado onde cada vez mais rápido o preço e produto podem ser copiados? Estamos vivenciando um momento muito especial da sociedade e antes de adentrarmos aos estágios ou atividades do marketing precisamos refletir sobre os recentes avanços, tanto no campo conceitual quanto no técnico. A palavra com mais evidência no marketing atualmente é transformação. As mudanças são constantes e ocorrem em uma velocidade que muitas vezes não conseguimos acompanhar ou determinar. Simplesmente acontecem - elas tornaram- se inerentes à condição humana. Mas o que justifica isso? A forma de consumo das pessoas mudou - e sabe qual a novidade? Vai continuar mudando. Os avanços tecnológicos, inovações, globalização, formas de produção, entre outros, dentro de um curto espaço de tempo, vão alterar drasticamente a lógica de consumo da sociedade pós-moderna, ou seja, a maneira que as pessoas se relacionam entre si e com as marcas, produtos e serviços não é mais a mesma (LAS CASAS, 2001). Calma aí. Estamosapenas começando. Logo você vai conhecer um pouco mais sobre marcas, produtos e serviços. Dois fatores em especial são os grandes propulsores das mudanças mais recentes: telecomunicações e a computação, que fazem com que a facilidade que obtemos e compartilhamos informações e conhecimento seja cada vez mais veloz e de baixo custo. Uma das questões que permitiram a nova onda de tecnologia foi a ascensão das mídias sociais, que para Kotler (2010) é uma tecnologia que permite conectividade e interatividade entre indivíduos e grupos. Reflita Eis que surge algo novo e muda as regras do jogo. Agora quando um consumidor quer saber mais sobre um produto, ele pega o celular, tablet, computador e pesquisa na Internet. A história mostra que as grandes mudanças foram ocasionadas pela roda, trem, telefone, entre outros, e sempre tiveram como motor propulsor as necessidades humanas. “A tecnologia está mudando de novo - do mundo mecânico para o mundo digital, internet, computadores, celulares e redes sociais - e isso tem profundo impacto no comportamento de produtores e consumidores.” (KOTLER, 2010, p. 1). Fundamentos do Marketing12 Observa-se que esses elementos, conforme Pinho (2004), tornaram os consumidores mais informados, mais críticos, mais conscientes, levando a sociedade não só para era da informação, mas da colaboração. A Internet é muito mais que uma rede de computadores, é uma rede de pessoas que estão ávidas em trocar informações, emitir e ouvir opiniões sobre produtos, serviços e as coisas mais triviais do dia a dia. Para Vaz (2010, p. 33): “Entender a internet é entender o próprio ser humano e seus anseios pós–modernos. É entender suas carências e seus novos valores nestes tempos de vanguarda, bem como compreender suas crenças e descrenças”. Vivemos definitivamente na era do conhecimento, onde cada vez mais se faz necessário construir ecossistemas e cultura de inovação como forma de buscar alternativas sustentáveis para os negócios e para a sociedade - neste caso, gerar novas riquezas e também contribuir para o desenvolvimento da sociedade. Airbnb, Uber, Netflix, entre outros, fomentam uma nova economia, compartilhada, enquanto veículos autônomos e drones provocam a quebra de alguns paradigmas da sociedade. Na estrutura da economia, existem reflexos da pós-modernidade, ocasionando mudanças estruturais nos modos de consumo, a considerar que é possível destacar-se a concepção da ‘Sociedade do Conhecimento’ no domínio da transposição de valores materialistas para pressupostos pós-materialistas. (SAKAYA apud SILVA, 2014, p. 13). De 1760 a 1965 ocorreu a Era Industrial, de 1966 a 1995, a Era Digital, de 1996 a 2015 vivenciamos a Era da Informação, e em 2016 entramos na Era da Automação, em que a produção é mais inteligente e sustentável. O papel das pessoas está muito mais voltado para idealizar, ou seja, ter ideias e produzir conhecimento. Florida (2011) vai além, diz que na era da criatividade é necessário despertar o potencial criativo de todos. Essa referência se faz no contexto de que o marketing vai precisar se adaptar novamente, mas também terá, como sempre, a oportunidade de ocupar papel de extrema relevância nessa mudança. Por outro lado, passamos por um momento turbulento em que resgatar a confiança e voltar a crescer economicamente tem sido um desafio constante. Estamos passando por momentos de grandes crises financeiras, aumento de desemprego e do nível da pobreza, junto a problemas de mudanças climáticas, poluição, entre outros, que afetam diretamente os negócios e as pessoas, conforme Kotler (2010). Observa-se também que o oriente vem apresentando maiores taxas de crescimento que o ocidente, assumindo a liderança em diversos setores. Nesse sentido, a busca por resultados positivos e avanços frente a tantos problemas e desafios é um processo incessante e inerente à condição humana - é uma necessidade da sociedade. No marketing não é diferente, a construção de estratégias para marcas, produtos e serviços que acompanhem essa evolução e obtenham eficiência junto ao público se fazem cada vez mais necessárias. Esta unidade tem como premissa ampliar nossa percepção do ambiente interno e externo, bem como apresentar os conceitos e elementos que fazem parte da base de toda e qualquer estratégia. Entendendo a função e a história Fundamentos do Marketing 13 vamos conseguir explorar e aplicar com mais segurança os elementos do marketing para que as marcas retenham e atraiam novos clientes por meio de uma proposta de valor diferenciada - que promova satisfação tanto para a organização quanto para o cliente. 2 MARKETING O marketing está em toda a parte, bens, serviços, eventos, experiências, organizações, pessoas, lugares, propriedades, ideias. E o profissional de marketing precisa ter a capacidade de identificar as necessidades e desejos das pessoas por meio da criação, oferta e troca de produtos e serviços. O marketing tornou-se elemento essencial nas organizações e na própria sociedade, pois, de maneira abrangente, introduz e apresenta no mercado novos produtos e serviços, que, por sua vez, geram empregos e permitem às empresas e clientes trocarem diferentes valores em busca de satisfação - este aspecto afeta, e, de certa forma, molda, a cultura da sociedade. Antes de mais nada, vamos observar as mudanças que ocorreram e ocorrem em várias dimensões da sociedade: Quadro 1 - Mudanças em diversas dimensões NA DIMENSÃO SOCIAL Declínio das taxas de crescimento demográfico e progressivo envelhecimento da população na maior parte do mundo Pressões migratórias e urbanização crescentes Explosão da classe média, especialmente nos países emergentes NA DIMENSÃO ECONÔMICA Financeirização, crise e instabilidade (crise fiscal dos Estados Nacionais) Formação de blocos econômicos e ampliação de acordos bilaterais Mudanças na organização da produção: cadeias produ�vas mundiais de valor Mudança do perfil de oferta energé�ca, com aumento das fontes renováveis NA DIMENSÃO TECNOLÓGICA Aceleração e difusão do desenvolvimento tecnológico Desenvolvimento e convergência de tecnologias emergentes, revolucionando os modos de produção, de consumo e de comportamento na sociedade NA DIMENSÃO AMBIENTAL Crescimento da demanda mundial por alimentos, água e energia Impactos crescentes nas mudanças climá�cas (efeito estufa, elevação do mar...) Crescente consciência e preocupação ambiental na sociedade NA DIMENSÃO POLÍTICA Emergência da mul�polaridade, com novas estruturas de poder e novos atores Persistência de tensões e conflitos de ordem étnica, religiosa, territorial Fonte: Adaptado de Kotler (2010). Dica Sempre que ocorrem mudanças no ambiente macroeconômico, o comportamento do consumidor muda e, consequentemente, provoca mudanças no marketing (KOTLER, 2010). Fundamentos do Marketing14 O marketing moderno exige mais que simplesmente desenvolver um bom produto, determinar corretamente o seu preço e colocá-lo em locais acessíveis ao consumidor. Conforme Pinho (2004, p.15): A empresa que quiser contar com um programa contínuo e estruturado de marketing deve considerar que todos os seus produtos, serviços, marcas e ações comunicam algo e, assim, ela precisa construir um relacionamento duradouro com o consumidor, baseado em valores reais e em comunicações eficientes. Vamos perceber que muitos conceitos de planejamento de marketing já são considerados ultrapassados ou até mesmo muito básicos para a realidade do mercado, e com o tempo foram adaptados. Alguns autores afirmam o fim do marketing como o conhecemos, mas o que vemos não são práticas realmente novas ou expressivas, mas formas diferentes de apresentar questões da teoria e da prática do mercado, e a mudança nos estágios de desenvolvimento das atividades de marketing (LAS CASAS, 2001). Las Casas (2001) argumenta que as pessoas falam das mudanças sem saber o que está mudando e que a forma mais básica de desenvolver planos estratégicoscontinua sendo a compreensão do que acontece no ambiente, como a empresa se relaciona com o mercado, bem como com as ameaças e oportunidades encontradas. Kim (2005), em A estratégia do oceano azul, proporciona um excelente debate sobre as mudanças e suas implicações práticas para o ser humano e nos negócios que este desenvolve. Na prática, temos uma necessidade cada vez maior de buscar formas e mercados inexplorados e, ao mesmo tempo, um sentimento contraditório, que é a crença muito consolidada de que é mais seguro manter-se em mercados já existentes. Um exemplo de sucesso que superou este paradigma é o Circo de Soleil, onde a coragem para navegar novos oceanos foi um dos pilares que sustentaram a mudança e o sucesso alcançado com ela. Saiba mais Busque o livro A Estratégia do Oceano azul - Como criar novos mercados e tornar a concorrência Irrelevante, de W. Chan Kim e Rene Mauburne, e conheça mais sobre o tema. 3 O QUE É MARKETING E PARA QUE ELE SERVE As conceituações sobre marketing são muito amplas e variam dependendo do ponto de vista do autor e da área específica em que é aplicado. Podemos definir o papel do marketing a partir de um ponto de vista social ou gerencial. A AMA Fundamentos do Marketing 15 (Associação Americana de Marketing) define-o da seguinte forma: “Marketing é uma função organizacional e uma série de processos para criar, comunicar e entregar valor aos consumidores, e gerenciar o relacionamento com os mesmos, beneficiando, desse modo, a organização e seus stakeholders” (AMA, 2004). Segundo Kotler e Keller (2012, p. 4), marketing é “[...] o processo social pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam por meio da criação, da oferta e da livre troca de produtos de valor entre si”. De forma mais sucinta, Kotler e Keller (2012) definem o marketing como a capacidade de suprir as necessidades e gerar lucro. Já para Las Casas (1997, p. 30): [...] marketing é a área do conhecimento que engloba todas as atividades concernentes às relações de troca, orientadas para a satisfação dos desejos e necessidades dos consumidores, visando alcançar os objetivos da empresa e considerando sempre o meio ambiente de atuação e o impacto que essas relações causam no bem-estar da sociedade. Para Pinho (2004, p. 22): “A meta do marketing é, em última análise, facilitar as trocas para que se aumente a satisfação de todas as partes envolvidas”. Atualmente, o conceito de marketing é muito difundido, organizações de todos os portes e áreas estão aplicando os mais variados conceitos e práticas de marketing - seja com atuação global ou local. A Coca-Cola é uma das grandes referências na área. Mas, por quê? Simplificando algo complexo, há dois fatores preponderantes para o sucesso da Coca-Cola ao longo de seus 125 anos: o foco em pessoas e em marketing. Em pessoas porque há uma busca constante para propiciar engajamento interno. Somente tendo colaboradores felizes podem-se fazer consumidores felizes. Em marketing porque se sabe que ele é o principal driver de diferenciação de produtos. Saiba mais Para entender um pouco mais de como a Coca-Cola “toca” as pessoas, que tal conferir a entrevista do vice-presidente global de marketing estratégico e comunicação criativa da Coca-Cola, Jonathan Mildenhall, à Época NEGÓCIOS? É só acessar o link: <http://epocanegocios.globo.com/Inspiracao/Empresa/ noticia/2012/08/os-segredos-do-marketing-de-sucesso-da-coca-cola.html>. Porém, não é mais necessário ser uma grande empresa ou multinacional para a aplicação das táticas - pequenos negócios também vêm obtendo destaque na área de marketing. Voltando aos conceitos, autores ainda afirmam que o marketing deve envolver toda a organização, com foco em entregar valor para o cliente. Para Kotler e Armstrong (1999, p. 2), “[...] o marketing exige que todos da organização ‘pensem nos clientes’ e façam o máximo para ajudar a criar e oferecer um valor superior ao cliente”. Fundamentos do Marketing16 O que diferencia as ações de marketing do passado das atuais é a forma como se aplica o composto e as ferramentas do marketing. As organizações modernas têm o consumidor como fator principal e o ponto de partida de qualquer negócio. Importante O marketing sempre envolve troca. Não vivemos em uma economia onde as pessoas conseguem produzir tudo o que consomem. É por isso que precisamos do marketing. Conforme Cobra (1992), é compromisso do marketing buscar melhoria na qualidade de vida das pessoas. O marketing não é apenas uma teoria, é muito mais que isso, ele precisa de bens, serviços, eventos, experiências, pessoas, lugares, propriedades, organizações, informações e ideias para existir. Um exemplo é o marketing educacional que cresce ano a ano. Dentro das salas de aulas se constrói conhecimento, mas as equipes de relacionamento não vendem isso, elas ajudam pessoas a realizar sonhos e a transformar suas vidas. Ao pensar desta forma percebe-se que muitas vezes mais importante do que o que se vende é como se vende. Existem dois objetivos principais do marketing, que para Kotler e Armstrong (2015) são: atrair novos clientes, oferecendo uma proposta de valor diferente, e manter os clientes já existentes entregando satisfação. Hoje as empresas querem fazer parte do seu dia a dia, enriquecendo suas experiências com as marcas. Então, o que elas querem é que você viva a marca delas? Assim podemos, segundo Kotler e Armstrong (2015, p. 4), entender o marketing como o “[...] processo pelo qual as empresas criam valor para os clientes e constroem fortes relacionamentos com eles para capturar valor deste em troca”. Mas, afinal, o que é o processo de marketing e como ele é composto? Observamos na figura 1 que o processo de marketing é composto por cinco etapas, sendo as quatro primeiras focadas em entender os consumidores. São ações que as empresas executam para saber o que o seu cliente busca, o que o satisfaz, o que cria valor para ele e como construir um relacionamento com ele. Na quinta e última etapa é o momento de colher os frutos, capturar valor dos clientes em forma de vendas e lucros. Figura 1 - Processo de Marketing Entender o mercado, bem como as necessidades e os desejos do cliente Elaborar uma estratégia de marketing orientada para o cliente Desenvolver um programa de marketing integrado que entrega valor superior Construir relacionamentos lucrativos e deixar os clientes encantados Cria valor para os clientes e constrói relacionamento com eles Captura valor dos clientes em troca Capturar valor dos clientes para gerar lucros e customer equity Fonte: Kotler e Armstrong (2015, p. 5). Fundamentos do Marketing 17 Entender o mercado é o início do marketing e se dá com a pesquisa de mercado, que ajuda a revelar os segmentos (compradores com diversificadas necessidades e desejos). A definição do público-alvo é que dá base para a empresa escolher a estratégia e posicionamento de seus produtos e/ou serviços, visando à percepção pelos clientes do diferencial de suas ofertas frente à concorrência. Dessa forma, a empresa terá mapeado os dois primeiros passos da administração de marketing. Após, a organização desenvolverá, a nível tático, o mix de marketing, que pode ser também chamado de composto de marketing. O mix nada mais é do que as definições sobre o produto, preço, praça (distribuição) e promoção. Criado por McCarthy, este conceito foi popularizado por Philip Kotler, conhecido como os 4 P’s: Produto, Preço, Praça e Promoção. É a implementação desta etapa que vai entregar uma proposta de valor diferenciada e superior ao cliente. Como última etapa do processo, a empresa utiliza medidas de controle para monitorar e avaliar resultados, visando a melhorar sua estratégia de segmentação, definição de público-alvo e posicionamento, bem como sua tática de mix de marketing. Essa última etapa gera o feedback do trabalho, oportunizando novas definições a respeito do produto/serviço,o que chamamos de captura de valor do cliente. 4 UM POUCO DA HISTÓRIA E DA EVOLUÇÃO DO MARKETING Se pensarmos as sociedades humanas antes da primeira Revolução Industrial, que aconteceu na Inglaterra no século XVII, vamos ver grupos sociais organizados principalmente em áreas rurais e com necessidades de subsistência. Cobra (1992) faz um recorte de tempo deste período de 1600 a 1700, no qual as pessoas produziam quase tudo o que necessitavam. É somente após 1700 que se inicia uma produção sob encomenda, onde as primeiras indústrias produziam um produto que já tinha sido vendido antes mesmo de estar pronto. Garantir a produção era mais importante do que a venda. No século XVIII, a população, mesmo nos países desenvolvidos, tinha baixo poder aquisitivo e o foco do consumo eram as necessidades básicas. Por sua vez, as indústrias produziam poucos bens e serviços, preocupadas apenas com questões como matéria-prima, mão-de-obra e capital. “A produção era de maneira padronizada, com qualidade questionável - tornando a competição entre firmas e as opções de escolha pelos consumidores quase inexistentes” (PINHO, 2004, p. 20). Com o advento da Revolução Industrial, por volta de 1930, as empresas aumentaram consideravelmente a sua capacidade de produção. Devido à oferta de mais produtos no mercado, muitas empresas começaram a enfrentar dificuldades em virtude de vendas e até escassez de demanda - muitos também começaram a enfrentar concorrência que, até então, era quase inexistente. A gravidade da situação forçou a busca por novas técnicas, mais agressivas na área de vendas, distribuição e promoção, para atrair mais consumidores. O foco que antes era na produção, neste momento, passa a ser na orientação para vendas. Fundamentos do Marketing18 Las Casas (2008) diz que a maneira de comercialização foi adaptando-se conforme as variações ambientais. Houve um tempo em que a produção destacava-se de outras áreas funcionais em razão da falta de produtos no mercado. Posteriormente, a área de vendas foi mais reconhecida, pois existia excesso de ofertas no mercado e a necessidade de escoar a produção. Os procedimentos de comercialização passaram por diversas etapas, como pode-se observar na figura 2: Figura 2 - Eras da comercialização ERA PERÍODO APROXIMADO ATITUDE PREDOMINANTE Era da Produção Antes dos anos 20 Um produto bom se venderá por si mesmo Era das Vendas Antes dos anos 50 Propaganda e venda criativas vencerão a resistência do consumidor e o convencerá a comprar Era do Marketing Segunda metade do século XX O consumidor é o rei. Busque uma necessidade e satisfaça-a Fonte: Las Casas (2008). Las Casas (2008) observa que nos anos 1920, na era da produção, a fabricação do produto era mais eficiente, pois entendia-se que para vender não precisaria de mais nada – o jargão da época era “um produto bom é suficiente para qualquer empresa vender bem”. É no início do século XX que surge, nos Estados Unidos, o termo marketing. A American Marketing Association (AMA) foi fundada em 1930, junto aos primeiros cursos de marketing. A Entidade agrupava profissionais da área para desenvolver as atividades, enquanto as universidades, por meio dos cursos, tinham como foco as técnicas específicas de vendas, distribuição e pesquisa (PINHO, 2004, p. 20). Kotler (2012) afirma que a preferência por produtos fáceis de encontrar e de baixo custo prevalecia com os consumidores neste período. As empresas orientadas para a produção buscavam alta eficiência de produção, baixos custos e distribuição em massa. McCarthy (1997) diz que na era da produção o pensamento das empresas se resumia a fabricar alguns produtos específicos, talvez porque poucos desses produtos estavam disponíveis no mercado. O lema das empresas era “se podemos fabricá-lo, o venderemos”. Até os anos 50, período marcado como a era das vendas, ocorreu uma concentração das atividades de marketing para a comercialização dos produtos existentes, ou seja, para ajudar a a escoar uma oferta maior que a demanda. As empresas produziam mais devido à alta produtividade, as pessoas não tinham hábito de consumir além das suas necessidades, os estoques aumentaram, e a atividade mais Fundamentos do Marketing 19 importante tornou-se vender mesmo que as pessoas não precisem dos produtos e serviços (LAS CASAS, 2008). Mas quem eram as empresas com orientação para as vendas? As empresas com orientação para vendas eram aquelas que reconheciam que o público consumidor podia reagir ou negar-se a adquirir bens e serviços que não acreditassem ser fundamentais. Neste sentido, as empresas implementaram o trabalho de pessoas específicas focadas em vendas (as vendas domiciliares principalmente), ao mesmo tempo, anunciam produtos com a intenção de que as pessoas recebessem melhor os vendedores nos seus domicílios (KOTLER, 2012). Isso ocorreu mais expressivamente quando as organizações destacaram o processo de venda em razão de a concorrência crescer continuamente (MCCARTHY, 1997). Alguém se lembra dos vendedores de enciclopédias BARSA? Eis que surge um problema que torna o marketing essencial: as empresas não tinham recurso suficiente para alcançar, entre outros, de forma efetiva, todos os seus consumidores e era preciso definir (ou decidir) onde focar o esforço da empresa. Era necessário unificar, organizar e planejar as ações de compra, produção, vendas, distribuição e pesquisa. Com muitas dificuldades nesse sentido e a situação tornando-se generalizada nas organizações, a Era do Marketing começa a prevalecer sobre a era das vendas (MCCARTHY, 1997). As empresas começaram a estruturar equipes de marketing e a desenvolver planos de marketing de médio e longo prazo. O mercado já não absorve tudo o que é produzido, e a venda, somente, não é capaz de colocar os produtos para circular. Então, o que fazer? Eis que chega a hora do Marketing! O que é a era do Marketing? De acordo com Las Casas (2008), a era do marketing é identificada pela orientação ao consumidor, ou, em outras palavras, atender suas necessidades e desejos (na próxima unidade iremos falar sobre necessidades e desejos). Não basta mais focar na produção e nas vendas, é preciso que, conforme Cobra (1992), todas as áreas organizacionais façam um esforço contínuo para entender e atender as necessidades e desejos dos clientes. Magalhães (2007, p. 3) diz que se “os empregados da empresa não estão pensando no cliente, ele não estão pensando”, é olhar o negócio a partir de seu objetivo final. É preciso sair de dentro da empresa, ir além da eficiência operacional, assim, torna-se crucial olhar para fora e ver onde a empresa está. Este olhar para fora é compreender o ambiente de marketing. De maneira simples, pode-se dizer que o ambiente de marketing é um conceito que envolve a empresa e outros ambientes em que seu público-alvo está inserido. O ambiente de marketing é composto pelo microambiente, que, segundo Kotler e Armstrong (2015), são os participantes diretos na produção, distribuição e promoção da oferta (empresa, fornecedores, distribuidores, revendedores e clientes-alvos), e pelo macroambiente, que são todos os outros atores onde opera a empresa, composto por ameaças e Fundamentos do Marketing20 oportunidades (ambiente demográfico, econômico, sociocultural, natural, tecnológico e político-legal). É essencial para o profissional de marketing entender como a empresa deve comportar-se em cada um dos ambientes, bem como analisar as - suas e de seus concorrentes – forças, fraquezas, ameaças e oportunidades. Em alguns ambientes da empresa tem gestão, já em outros... Que tal analisar um pouco o ambiente onde sua empresa opera? Figura 3 - Ambientes de Marketing Ambientes de Marketing Macro Ambiente Política Legislação Demogra�a Clima Recursos Naturais Tecnologia Economia Cultura Empresa RH Finanças Produção Marketing Microambiente Fornecedores Canal de distribuição Concorrentes, etc. Consumidor NecessidadesDesejos Variáveis Incontroláveis Variáveis Incontroláveis Fonte: baseado em Kotler e Armstrong (2015). As atividades de marketing objetivam construir lealdade e competir de forma eficiente com outras empresas pela atenção do consumidor para também alcançar seus objetivos de lucro. Um dos principais responsáveis pela disseminação do marketing foi (e ainda é) Peter Drucker. Em 1954, lançou o livro A Prática da Administração, que não era especializado em marketing, mas o abordava como uma área essencial para o desenvolvimento de negócios. Outro autor conceituado é Philip Kotler, que, em 2017, lançou o livro Marketing 4.0, abordando a convergência do tradicional para o digital, onde o papel do marketing é guiar os consumidores em toda a sua jornada de compra até tornarem-se embaixadores da marca. Para que você tenha uma compreensão mais detalhada sobre os conceitos e a evolução do marketing esses livros são boas dicas. Fundamentos do Marketing 21 E como isso tudo chegou ao Brasil? O conceito de marketing passou a ser empregado formalmente no Brasil por volta de 1954, quando se iniciam os primeiros cursos de administração em São Paulo. “O termo veio acompanhado das multinacionais norte-americanas e europeias e foi encarado inicialmente como um conjunto de soluções para os problemas enfrentados pelas organizações.” (PINHO, 2004, p. 20). Por muito tempo a tradução foi feita como mercadologia e mercadização, porém, a expressão “marketing” foi mais incisiva e se impôs a esses dois termos. De acordo Las Casas (1993, p. 15), o “[...] termo em inglês significa ação no mercado, com uma conotação dinâmica e não simplesmente de estudos de mercado, como a tradução sugere”. Substituindo termos que caíram em desuso como comercialização ou mercadologia - entendia-se que eles eram apenas partes do processo de marketing. O termo marketing significa… - no Brasil não se tinha uma palavra com amplitude e abrangência que poderia contemplar os processos. (PINHO, 2004, p. 20). O marketing está intimamente ligado ao consumo e relações que este gera na sociedade. Richters (2000) ajuda a entender os primeiros 50 anos do marketing no Brasil, a partir do perfil dos consumidores. O autor classificou os consumidores como despretensioso (pré-1950), ávido (1960 a 1970), judicioso (1970 e 1980), aflito (1980 a 1990), revoltado (1990 a 1993) e moderado (1993 a 2000). Dica Olha-se menos para dentro da fábrica e passa-se a olhar mais para fora. Fundamentos do Marketing22 Figura 4 - Marketing e Macroambiente no Brasil O C on te xt o do M ar ke �n g na E vo lu çã o Po lí� co -E co nô m ic a do B ra sil Dé ca da s 19 50 /6 0 19 60 /7 0 1 97 0/ 80 19 80 /9 0 19 90 /9 3 19 93 /2 00 0 1. O s p re sid en te s Ge tú lio Va rg as Ca fé Fi lh o N er eu Ra m os Ju sc el in o ku bi ts ch ek Jâ ni o Q ua dr os Jo ão Go ul ar t Ca st el o Br an co Co st a e Si lv a Ga rr as ta zu M éd ic i Er ne st o Ge ise l Jo ão Fi gu ei re do (T an cr ed o) Jo sé S ar ne y Fe rn an do C ol lo r/ Ita m ar F ra nc o Fe rn an do He nr iq ue Ca rd os o 2. Te nd ên ci as m ac ro : ec on ôm ic as e po lí� ca s Ap ós o su ic íd io d e G et úl io V ar ga s ( em 54 ), o pa ís pa re ce a fu nd ar , m as se re cu pe ra e d á um s al to d e *5 0 an os em 5 *, é o in íc io d a in du st ria liz aç ão co m d oi s s et or es p rim ár io s: o au to m ob ilí s� co e o d e co ns tr uç ão na va l. O p ro je to d e ex pa ns ão é fin an ci ad o pe lo “ Po nt o Q ua tr o“ d os EU A. T ra ns fe re -s e a Ca pi ta l d o Ri o de Ja ne iro p ar a a re cé m -c ria da c id ad e de Br as íli a. Co m eç a em c ris e (t an to p ol í� ca q ua nt o ec on ôm ic a) : a in fla çã o so be ac en tu ad am en te (d e 30 ,4 % e ra 6 0 pa ra 92 ,1 % e m 7 0) . E m 1 96 4, in s� tu i-s e a “r ev ol uç ão ”, q ue d er ru ba o p re sid en te Jo ão G ou la rt , c on so lid a a di ta du ra m ili ta r e a p er se gu iç ão d a “e sq ue rd a” , at ua nt e ou n ão . H ou ve p ris õe s p ol í� ca s e to rt ur as , m as a ss eg ur ou -s e o sa ne am en to e co nô m ic o po r m ei o da di sc ip lin a m ili ta r. N o en ce rr am en to d a di ta du ra e m 1 96 5, o B ra sil e ra u m p aí s m ai s e st áv el e ri co , m ai s m od er no e in du st ria liz ad o. O ú l� m o do s m ili ta re s no p od er , J oã o Fi gu ei re do , e nt re go u o do m ín io d a na çã o ao se u ad ve rs ár io po lí� co T an cr ed o N ev es . An os d e cr es ci m en to c on tr ol ad o (d e 69 a 7 3) , f or te d isc ip lin a fis ca l e in ve s� m en to s em a lta . M as a p rim ei ra c ris e de p et ró le o (7 3) n os p eg a de s ur pr es a, co nt rib ui à in fla çã o e co nd uz a um a m ax i-d es va lo riz aç ão d e 30 % . A d ív id a ex te rn a so be a U $$ 54 b ilh õe s. N o in íc io (8 0 a 83 ), al to s ín di ce s in fla ci on ár io s (1 10 % e m 8 0) e al ta s t ax as d e ju ro s ( 15 % re ai s a. a. ) p ro vo ca m “d es aq ue ci m en t o in du st ria l” . De po is ho uv e br ev e re cu pe ra çã o (8 4 a 86 ). Pa ís en tr a na e ra d os “p ac ot es ”. Pl an o Cr uz ad o (8 6) , B re ss er (8 7) . É o ca os . Co llo r a ss um e em 9 0, em po lg a al gu ns e de ce pc io na a m ai or ia , so br et ud o ap ós la nç ar o se u Pr im ei ro P la no qu e co nfi sc a a po up an ça po pu la r e jo ga a po pu la çã o nu m a bi sm o de de se sp er an ça e pe ss im ism o. Co m o P la no 2 (ja n. 9 1) pr om et e co rr ig ir os de fe ito s, m as , já é ta rd e. Co llo r é af as ta do (im pe ac hm en t) e se gu e- se u m in te rr eg nu m in ex pr es siv o de Ita m ar F ra nc o. F. H . C ar do so é el ei to (p or du as v ez es ) e re al iza u m gr an de fe ito at ra vé s d o Pl an o Re al : re du z a in fla çã o a um dí gi to , co nq ui st a a co nfi an ça d o po vo , m as va ci la p er an te as g ra nd es de ci sõ es , o qu e re du z a po pu la rid ad e. Em Ja n. 9 9 lib er a- se o câ m bi o “s em i- co nt ro la do ” e o Re al c ai à m ed id a de se u po de r aq ui si� vo . 3. Ev ol uç ão d o PI B Sã o os “ an os d ou ra do s” d a su bs �t ui çã o da im po rt aç ão e m q ue o PI B cr es ce d e 2, 9% (5 6) p ar a 9, 4% (6 0) Du as fa se s: u m a da g ra nd e qu ed a de 8, 6% (6 1) a 0 ,6 % (6 3) ; q –u ed a de au m en to a ce nt ua do 9 ,8 1% (6 6) Co m pr ee nd e o “m ila gr e ec on ôm ic o” c om a va nç o de 9 ,5 % (6 9) a 1 4% (7 3) , s eg ui do d e qu ed a a 4, 5% (7 8) . A “d éc ad a pe rd id a” q ue co m eç a co m P IB de -3 ,5 % (8 1) . Se re cu pe ra (8 % em 8 5) e v ol ta a ca ir no “ po ço ” de -1 ,0 3% (9 1) In ic ia lm en te h á um a lig ei ra re cu pe ra çã o do PI B: e le c re sc e 5, 8% (e m 9 4) ... ... de po is um a no va q ue da : o Pl an o Re alé ac om pa nh ad o po r u m a re ce ss ão . E m 19 99 , o P IB ca i p ar a - 1, 9% . Fundamentos do Marketing 23 4. Po pu la çã o, m ig ra çã o e m ob ili da de A po pu la çã o ai nd a cr es ce e m e sc al a ge om ét ric a Ce de o g ra u de u rb an iza çã o A po rc en ta ge m d a po pu la çã o m ul at a e pr et a su pe ra a d os br an co s. N o bi ên io a m oe da re al d o tr ab al ha do r c ai em 5 ,6 % . O sa lá rio d a m ul he r co rr es po nd e em m éd ia a 60 % d o sa lá rio do s h om en s (n a dé ca da d e 90 ). O n úm er o m éd ia d e pe ss oa s p or do m ic íli o ca i (d e 5, 1 em 18 70 ) p ar a 3, 9 em 1 99 6. • A fe cu nd id ad e da m ul he r d ec re sc e (d e um a m éd ia d e 6, 2 fil ho s e m 1 94 0 pa ra 2 ,3 e m 2 00 0) • A ex pe ct a� va d e vi da d a po pu la çã o au m en ta (d e 42 a no s e m 1 84 0 pa ra 6 8 em 1 99 9) . • O p er fil e tá rio m ud a: c ai d e 41 ,9 % e m 1 95 0, p ar a jo ve ns d e at é 14 a no s, p ar a 30 ,8 % e m 1 99 8, e au m en ta , n o m es m o pe río do d e 4, 3% p ar a as p es so as c om 6 0 an os o u m ai s • O s m ov im en to s m ig ra tó rio s s e de slo ca m : d o Ce nt ro -S ul (S ão P au lo e R io ) p ar a o N or te (A cr e e Ro nd ôn ia ). • A Fa m íli a m on op ar en ta l a um en ta (s ob re tu do e m fu nç ão d e m ul he re s s ol te ira s) e g er a um fo rt e m er ca do d e “s in gl es “. 5. Di st rib ui çã o de re nd a e oc up aç ão • A co nc en tr aç ão d e re nd e se id en �fi ca : e m 1 96 0, o s 1 0% m ai s p ob re s de �n ha m 1 ,8 5% e o s 1 0% m ai s ric os 4 6% d a re nd a di sp on ív el , a té 1 99 1 a pr op or çã o se a lte ra p ar a 0, 6% e 5 3% . E m 1 99 9, a c la ss e A di sp un ha d e 5% a E 1 5% a C d e 31 % a D de 3 3% e a E d e 12 % d a re nd a. • Do to ta l d e pe ss oa s o cu pa da s ( PE A) e m 1 99 1 (6 2 m ilh õe s) , q ua se a m et ad e (3 0 m ilh õe s) g an ha e nt re m ei o a do is sa lá rio s m ín im os . • A ec on om ia in fo rm al c re sc e a ce rc a de 3 5% a 4 0% de to da s a s a �v id ad es e co nô m ic as . • Co m o c re sc im en to d a ex pe ct a� va d e vi da a um en ta o pe rc en tu al d os id os os e c om a re ce ss ão ta m bé m a su a pa r� ci pa çã o no P EA . • A m ob ili da de so ci al é in te ns a no B ra sil . N os a no s 19 73 a 9 6, p or e xe m pl o, o e st ra to a lto a um en to u de 3 ,5 % a 5 ,0 % e o b ai xo in fe rio r d e 32 ,0 % a 2 4, 0% , de a co rd o co m e st ud os d o Pr of . J os é Pa st or e. 6. O a ut om óv el Gr an de e xp ec ta �v a, se gu id a po r en xu rr ad a de la nç am en to s ( DK W , Da up hi na , F N M -2 00 0, A er o W ill ys ). O a ut om óv el to rn a- se p rin ci pa l s ím bo lo de st at us . O fu sc a se im põ e co m o m od el o p– re di le to Co ns ol id aç õe s e fu nç õe s ( Fo rd co m pr a a W ill ys , C hr ys le r e Si m ca ). Se te m ilh õe s d e ve íc ul os pr od uz id os (7 0/ 80 ) 7% d as fá br ic as br as ile ira s co m pr am 9 1% d a pr od uç ão (8 8) . A s m on ta do ra s in ve st em c om a ab er tu ra d as im po rt aç õe s. Co llo r c ha m a o ca rr o na ci on al de “ ca rr oç a” e ab re a s fr on te ira s à s im po rt aç õe s: o in flu xo é g ra nd e m as o p es o so br e a ba la nç a co m er ci al ta m bé m . N ov os in ve s� do re s es tr an ge iro s (R en au lt, Pe go ut -C itr oe n e To yo ta ) au m en ta m a of er ta , a co m pe �� vi da d e e o es fo rç o de gl ob al iza çã o. Em 9 7s ão pr od uz id os 2 m ilh õe s d e un id ad es , m as o vo lu m e ca i pa ra 1 ,4 m ilh õe s e m 9 9. 7. Ên fa se m er ca do ló gi c a (A p al av ra m ar ke �n g co m eç a a se in te gr ar a o vo ca bu lá rio ) “V en da ” “P ro pa ga nd a” “P ro du to ” “M er ca do ” “C lie nt e” 8. O c on su m id or “D es pr et en sio so ” “Á vi do ” “J ud ic io so “ “A fli to ” “R ev ol ta do ” “P on de ra do ” Fonte: Raimar Richters (2000, p. 115). Fundamentos do Marketing24 Lembre-se que consumidores reagem também por questões macro. É sempre importante perguntar como o consumidor reage às mudanças políticas, sociais e econômicas. Logo vamos conhecer mais sobre consumidor! A era do marketing também passou por fases muito distintas, que Kotler (2010) dividiu em três momentos, chamados Marketing 1.0, Marketing 2.0 e Marketing 3.0. Figura 5 - Fases do marketing MARKETING 1.0 MARKETING 2.0 MARKETING 3.0 Marketing centrado no produto Marketing voltado para os valores Marketing voltado para o consumidor Objetivo Vender produtos Satisfazer e reter osconsumidores Fazer do mundo um lugar melhor Forças propulsoras Revolução Industrial Tecnologia da informação Nova onda de tecnologia Como as empreas veem o mercado Compradores de massa, com necessidades físicas Consumidor inteligente, dotado de coração e mente Ser humano pleno, com coração, mente e espírito Conceito de marketing Desenvolvimento deproduto Diferenciações Valores Diretrizes de marketing da empresa Especi�cação do produto Posicionamento do produto e da empresa Missão, visão e valores da empresa Proposição de valor Funcional Funcional e emocional Funcional, emocional eespiritual Interação com o consumidor Transação do tipo um-para-um Relacionamento um-para-um Colaboração um-para-um Fonte: Waligura (2017). 5 PRINCIPAIS DIFERENÇAS DE MARKETING E PUBLICIDADE E PROPAGANDA Como existem definições e interpretações diversificadas, com o tempo estes conceitos vão se transformando e ganhando novas leituras. Muito se confunde, até mesmo pelo próprio mercado, as funções e também o que é o marketing e a publicidade e propaganda. Então, de forma breve, vamos observar as diferenças para uma melhor compreensão do tema. A propaganda e a publicidade são interpretadas, até pela compreensão mais popular, como a mesma coisa, mesmo não sendo. Isso muitas vezes ocorre pela falta de conhecimento mais técnico, por uso convencional popular ou até mesmo por ter papel de “meio” em situações em que o marketing é empregado para alcançar as pessoas. Fundamentos do Marketing 25 Por exemplo: depois de analisar e descobrir qual a época em que determinado produto tem maior consumo (um estudo de marketing), utiliza-se da publicidade “e da propaganda”, através dos mais diferentes meios de comunicação (TV, rádio, jornal etc.) para atingir ou sensibilizar o público destinado. É importante entender que todos caminham juntos e o foco é o mesmo: PESSOAS, gente! Podemos compreender de outra forma, sendo o marketing o início, a publicidade e a propaganda o meio, e o fim se resume na satisfação das pessoas, ou seja, atender necessidades e desejos. De uma maneira bem generalista, a publicidade é um esforço de persuasão e o marketing de vendas. Ou seja, a publicidade deve acelerar a consciência do consumidor para a existência da marca. Saiba mais A Coca-Cola é uma marca que lembramos quase que diariamente.Mas, por quê? É o marketing ou é propaganda? Que tal ver um case para entender um pouco mais sobre publicidade e marketing. É só acessar: <https://www. youtube.com/watch?v=63TfggFOubI>. A publicidade deve ser fiel à promessa de entrega que o produto ou serviço se propõe, satisfazendo as expectativas do receptor, criando desejos e despertando interesse. Enquanto a propaganda, que se faz presente em vários aspectos da nossa vida, pode ser de natureza ideológica, política, governamental, eleitoral, institucional, corporativa, legal, social e religiosa. Por sua vez, a publicidade terá funções de promoção no varejo, na indústria e na área de serviços, com o objetivo de incentivar o consumo. Observamos a seguinte classificação da publicidade: de produto, de serviços, de varejo, comparativa, cooperativa, industrial e de promoção. O marketing, mesmo com os mais diversos objetivos, utiliza a publicidade e a propaganda para alcançar resultados junto ao público-alvo. Marketing, publicidade e propaganda são a mesma coisa? Entendendo o que é propaganda A etimologia da palavra propaganda vem do latim: [Do lat. Propaganda, do gerúndio de propagare, “coisas que devem ser propagadas”.] S.f., já o conceito encontrado no Novo Dicionário Básico da Língua Portuguesa (1994) afirma que ela é: “1. Propagação de princípios, ideias, conhecimentos ou teorias. 2. Sociedade vulgarizadora de certas doutrinas. 3. Publicidade”. “Propagar vb. ‘multiplicar, ou reproduzindo ou por geração’ ‘dilatar, estender’ 1844. Do lat. propagare//propaganda 1873. Do fr. Propagande.” (DICIONÁRIO ETIMOLÓGICO NOVA FRONTEIRA DA LÍNGUA PORTUGUESA, 1982). Outras definições, devido ao uso, podem ser encontradas: Fundamentos do Marketing26 1. Expressão genérica, que envolve a divulgação do nome de pessoas (propaganda eleitoral ou profissional), de coisas à venda (mercadorias, imóveis etc.) e também de ideias (propaganda dos evangelhos, do comunismo, do nazismo etc.). 2. Quando tem objetivos comerciais chama-se, preferencialmente, “publicidade”, que tanto pode ser direta (anúncio) quanto indireta ou institucional (DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO DE JORNALISMO, 1970). O tema é usado, habitualmente, com vários sentidos, desde o pejorativo ao de propagação da fé, até o sentido político, que é o de “propaganda comercial”, de “advertising”. Este mesmo sentido dá-se também à publicidade. 1. Qualquer forma impessoal (non personal) de apresentação e promoção de ideias, bens e serviços, cujo patrocinador é identificado. 2. Técnica de criar opinião pública favorável a um determinado produto, serviço, instituição ou ideia, visando orientar o comportamento humano das massas num determinado sentido (American Marketing Association). Saiba mais Art. 5º - Compreende-se por propaganda qualquer forma remunerada de difusão de idéias, mercadorias ou serviços, por parte de um anunciante identificado. (Lei 4.680/65 - legislação que dispõe sobre o exercício da profissão de publicitário e de agenciador de propaganda) Entendendo o que é publicidade Nos dicionários vamos encontrar definições do que é publicidade: [Calcado no fr. Publicité.] S. f. 1. Qualidade do que é público; “a publicidade dum escândalo”. 2. Caráter do que é feito em público; a publicidade dos debates judiciais. 3. A arte de exercer uma ação psicológica sobre o político com fins comerciais ou políticos; propaganda; propaganda: agência de publicidade; “a publicidade governamental”. 4. Cartaz, anúncio, texto etc., com caráter publicitário: “duas páginas de publicidade no jornal”. (NOVO DICIONÁRIO BÁSICO DA LÍNGUA PORTUGUESA, 1994). “Público adj. ‘relativo, pertencente ou destinado ao povo, à coletividade’ XIII público. Do lat. publicus//publicidade XVII.” (DICIONÁRIO ETIMOLÓGICO NOVA FRONTEIRA DA LÍNGUA PORTUGUESA, 1982). Percebe-se que todas as definições estão muito próximas da função da publicidade, que pode ser: Fundamentos do Marketing 27 1. Arte de despertar no público o desejo de compra, levando-o à ação. 2. Conjunto de técnicas de ação coletiva, utilizado no sentido de promover o lucro de uma atividade comercial, conquistando, aumentando ou mantendo clientes (DICIONÁRIO DE PROPAGANDA E JORNALISMO, 1986). Para Pinho (1990, p. 22), a publicidade é um “Conjunto de técnicas e atividades de informação e persuasão destinadas a influenciar, num determinado sentido, as opiniões, os sentimentos e as atitudes do público receptor”. No Dicionário Brasileiro de Comunicação (1977) encontram-se as seguintes definições de publicidade: 1. Divulgação, ato de tornar público alguma coisa, notícia, fato; informação pública. 2. Propaganda comercial. 3. Técnica de informação (paga ou graciosa), sobre ideias e fatos de interesse de empresas, governos ou outras instituições, sem que, necessariamente, se identifique o patrocinador. Já, segundo Maria Helena Diniz (2005), a publicidade é: Qualquer forma de divulgação de mensagens por meio de anúncios, para influenciar o consumidor a adquirir produtos ou usar serviços; é também uma atividade empresarial pela qual se procura fazer com que o consumidor tenha interesse pela aquisição ou pelo uso de certos produtos ou serviços anunciados por meio de mensagem escrita ou oral ou por marketing ou teaser. Técnica para vender produto ou serviço; dar imagem favorável a uma empresa ou marca. Quadro 2 – Diferenças de Publicidade e Propaganda Diferenças de Publicidade e Propaganda PROPAGANDA PUBLICIDADE Características Capacidade informativa Força persuasiva Caráter ideológico Capacidade informativa Força persuasiva Caráter comercial Condicionantes históricos Séc. VI – congregação para a propagação da fé católica. Meio que a igreja católica encontrou para impedir e contra-atacar a influência do luteranismo e proporcionar a expansão do catolicismo entre os “infiéis”. Séc. XIX – advento da revolução industrial, a produção em série, a urbanização, as grandes lojas de departamentos, os meios de comunicação de massa, os transportes coletivos. Condicionantes Técnicos 1. Ter uma ideia ou uma doutrina a oferece ao público, em tal quantidade que sua promoção justifique o uso de mem. 2. Necessário planejar, criar e produzir a informação persuasiva com o intento de reforçar ou modificar comportamentos. 3. Esta informação deve ser veiculada, isto é, inserida em meios de comunicação, não necessariamente em forma de anúncios, e pode vir sem identificação do promotor. 1. Ter um produto ou um serviço para mercado, em tal quantidade que sua promoção justifique o uso de mem. 2. Necessário planejar, criar, produzir um anúncio ou um conjunto de anúncios, denominado de campanha. 3. Esta informação/campanha devem ser veiculados, isto é, inseridos em meios de comunicação, pagos por um patrocinador. Além disto, sempre ocupará um espaço delimitado como espaço comercial. Fonte: elaborado pelo autor Fundamentos do Marketing28 REFERÊNCIAS CHRISTENSEN, C.M. The Innovator’s Dilemma. Harvard Business School Press, 1997. COBRA, Marcos. Administração de marketing. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1992. FLORIDA, Richard. A ascensão da classe criativa. São Paulo: L&PM, 2011. KIM, W. Chan. A estratégia do oceano azul: como criar novos mercados e tornar a concorrência irrelevante. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. KOTLER, Philip; ARMSTRONG, Gary. Princípios de marketing. 7. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1999. ______. Princípios do Marketing. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015. KOTLER, Philip; KARTAJAYA, Hermawan; SETIAWAN, Iwan. Marketing 3.0: as forças que estão definindo o novo marketing centrado no ser humano. Rio de Janeiro: Elsevier, Campus, 2010. KOTLER, Philip; KELLER, L. Kevin. Administração de Marketing. 14. ed. São Paulo: Pearson, 2012. ______. Marketing essencial: conceitos, estratégias e casos. São Paulo: Pearson, 2013. Síntese Na Unidade 1 vimos a história e evolução do marketing, suas diferentes eras, além das diferenças entre o marketing,a publicidade e a propaganda. Também pudemos dar uma breve pincelada no mix de marketing. Além de ver as principais fases do marketing e entender o conceito de produtos, bens e serviços; os 4 P’s do marketing (Produto, Praça, Preço e Promoção). Nesta primeira unidade começamos a conhecer o universo do marketing. Observamos que estamos em um mundo onde a forma de consumo mudou, e as mudanças ocorrem cada vez mais velozes. Entender como a tecnologia interfere nos negócios e como o marketing é também transformado por ela, é essencial para a competitividade organizacional. Fundamentos do Marketing 29 LAS CASAS, Alexandre Luzzi. Marketing: conceitos, exercícios e casos. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1997. LAS CASAS, Alexandre Luzzi; ZANOTTA, Egydio Barbosa. Novos rumos do marketing. São Paulo: Atlas, 2001. LAS CASAS, Alexandre Luzzi. Administração de marketing: conceitos, planejamento e aplicações à realidade brasileira. São Paulo: Atlas, 2008. MCCARTHY, E. Jerome; PERRAULT JUNIOR, William D. Marketing essencial: uma abordagem gerencial e global. São Paulo: Atlas, 1997. MAGALHÃES, Marcos Felipe; SAMPAIO, Rafael. Planejamento de marketing: conhecer, decidir e agir: do estratégico ao operacional. São Paulo: Pearson, 2007. PINHO, J. B. Propaganda Institucional, usos e funções da propaganda em relações públicas. São Paulo: Summus, 1990. PINHO, J. B. Comunicação em marketing: princípios da comunicação mercadológica. 7. ed. São Paulo: Papirus, 2004. RICHTERS, Raimar. Marketing. São Paulo: Negócio, 2000. SILVA, Anderson Diego Farias da. O Processo Regulador na [Re]conversão de um Arranjo Produtivo Local: O caso do Portomídia – Centro de Empreendedorismo e Tecnologia da Economia Criativa. Recife, 2014. VAZ, Conrado Adolpho. Google marketing: o guia definitivo de marketing digital. São Paulo: Novatec, 2010. Fundamentos do Marketing30 Anotações ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ Unidade 2 Composto de Marketing - Fundamentos Objetivo: • Compreender a importância do mix de marketing e como este interfere diretamente na estratégia das empresas; • Observar a relação de oferta e demanda em modelos de negócios diferenciados. Conteúdo programático: • Qual a diferença de necessidades e desejos?; • O que é mix de marketing?; • Características do produto, preço, praça e promoção; • Relação de oferta e demanda; • Valor, satisfação e qualidade; • O que é modelo de negócio?; • Startups; • Modelos de Negócios x Plano de Negócios; • Exemplos de modelos de negócios inovadores; • O que a inovação tem a ver com isso; • Como iniciar a elaboração de um modelo de negócio; • Ferramentas para criar modelo de negócio. Fundamentos do Marketing32 Faça aqui seu planejamento de estudos Fundamentos do Marketing 33 1 INTRODUÇÃO Você já deve ter escutado ou até mesmo repetido que o cliente sempre tem razão. É isso mesmo. Ele precisa sempre ser escutado, ouvido, é essencial amar muito mais o cliente do que o seu produto, afinal, o que gera receitas para seu negócio não são os seus produtos ou serviços, mas sim a satisfação das necessidades ou desejos dos clientes. Entender conceitos-chave, que aqui denominaremos premissas de marketing, ajudará a identificar no seu negócio, seja você empreendedor ou intraempreendedor, o que seus clientes buscam satisfazer, quais as dores querem curar com o que sua empresa oferece. 2 PREMISSAS DE MARKETING Antes de qualquer coisa, é importante compreendermos as principais PREMISSAS que o marketing utiliza: • O cliente é o centro de tudo; • Os clientes não compram produtos; • O marketing não deve ficar limitado a um departamento; • Os mercados são heterogêneos; • Os mercados e os clientes mudam constantemente. Para entender tal definição é necessário examinarmos os seguintes termos: • Necessidades, desejos e demandas; • Produtos; • Valor, satisfação e qualidade. Necessidades e desejos não são a mesma coisa. Mas, afinal, qual é a diferença entre os dois? 2.1 Necessidades Estados de privações humanas sentidas. Podem ser necessidades físicas básicas como alimentação, roupas, calor e segurança. Necessidades sociais de fazer parte de um grupo, necessidades individuais de conhecimento e autoexpressão. Essas necessidades não são invenções do marketing ou da propaganda, são questões inerentes à condição humana. Quais tipos de necessidades existem? 1. NECESSIDADES fisiológicas: constituem o nível mais baixo de todas as necessidades humanas, como as necessidades de alimentação (fome e sede), de sono e repouso (cansaço), abrigo (frio ou calor) ou desejo sexual (reprodução da espécie). Fundamentos do Marketing34 2. NECESSIDADES de segurança: é o segundo nível das necessidades humanas. Levam a pessoa a proteger-se de qualquer perigo real ou imaginário, físico ou abstrato. 3. NECESSIDADES sociais: são as necessidades com a vida associativa do indivíduo com outras pessoas. Necessidades de participação e aceitação por parte das outras pessoas. O conceito mais básico e inerente ao marketing é o das necessidades humanas. Necessidades significam exigências humanas básicas, são estados de carência percebidos. A necessidade e o desejo não são a mesma coisa. Uma pessoa pode ter sede e sua necessidade é beber água, mas ela tem o desejo de beber um refrigerante. O homem tem necessidades complexas: necessidades básicas físicas de alimentação, ar, água, roupa e abrigo para poder sobreviver. Necessidades sociais de fazer parte de um grupo e ser querido, além de necessidades individuais de conhecimento, auto-realização, recreação, educaçãoe entretenimento. Essas necessidades não são criadas pelos profissionais de marketing, são uma parte básica da constituição do homem, que poderá tentar encontrar ou desenvolver produtos que irão satisfazê-las. Essas necessidades, porém, tornam-se desejos quando são dirigidas a objetos específicos capazes de satisfazê-las. Exemplo: um norte-americano necessita de comida, mas deseja um hambúrguer, batatas fritas e refrigerantes. Desejos são moldados pela sociedade em que se vive. (SPAREMBERGER, 2011, p. 41). As necessidades, segundo Maslow (s.d.), seguem uma hierarquia, e, conforme a figura 6, iniciam com a base da pirâmide (primárias) sendo composta pelas necessidades fisiológicas e de segurança. As necessidades secundárias são satisfeitas, segundo a teoria, somente após as primárias estarem realizadas, e são social, estima e realização pessoal. Figura 6 – Pirâmide das Necessidades de Maslow Moralidade, criatividade, superação, espontaneidade, ausência de preconceitos, aceitação dos fatos Auto-estima, confiança, respeito aos outros e dos outros Amor, afeto, comunicação, amizade, ser parte de algo, intimidade sexual Física, material, moral Ar, água, comida, excreção, sono, homeostase, sexo Realização Pessoal Estima Social Segurança FisiológicasPr im ár ia s Se cu nd ár ia s Fonte: Márcio Eugenio (2016). Vamos aprofundar mais esses conceitos na unidade “Consumo Pós-Moderno”. Fundamentos do Marketing 35 Mesmo com essa atenção toda para as necessidades, não podemos deixar de lado um conceito que vem atrelado a ela, os desejos. É neles que os profissionais de marketing vão conseguir gerar maior valor para o consumidor. Kotler e Keller (2013) definem os desejos como necessidades direcionadas a objetos específicos para satisfazê-las. É uma aspiração, é uma expectativa de possuir ou alcançar algo. O desejo faz parte da natureza humana e é um dos motores que impulsionam a conduta humana. O homem que deseja algo se torna um sujeito ativo, o que o leva a diversas ações para satisfazer as suas vontades. 2.2 Desejos: necessidades humanas moldadas pela cultura e pela personalidade individual Os desejos são descritos como objetos que satisfarão as necessidades. Vamos entender os desejos a partir da história contada na série da HBO, Game of Thrones. Abaixo apresento o Trono de Ferro, desejo de todos dos sete reinos de Westeros. Figura 7 – Trono de Ferro Fonte: HBO (2017). Importante É essencial estudar as necessidades dos consumidores e clientes. Isso merece a atenção dos profissionais de vendas, já que os compradores apresentam inúmeras necessidades que precisam ser identificadas para que os vendedores possam melhor direcionar suas ações e estratégias de vendas. Fundamentos do Marketing36 Os desejos são ilimitados e os recursos limitados. Na série, o personagem Jon Snow quer recuperar Winterfell, Casa da família de seu pai (os Starks) tomada por outra família (Bolton), porém, seu exército é muito inferior ao do inimigo. Os desejos aumentam conforme aumentam os recursos. A personagem Daenerys Targaryen, princesa exilada de Westeros, busca conquistar os sete reinos com seus dragões, conforme eles vão crescendo, ela consegue conquistar muitas cidades e avançar para a satisfação dos seus desejos e objetivos. Conforme o público (segmentação por: idade, classe, cultura, etc.), podemos definir uma pirâmide de desejos. O personagem Tyrion Lannister (anão) pode ser encaixado em uma segmentação muito distinta dos demais da série, possuindo a necessidade de ser aceito pelo pai, mas seus desejos são de provar que é capaz. Quando os desejos são respaldados por poder de compra, tornam-se demandas. Com a saída dos principais nobres de Winterfell e a volta da família real para Porto Real, as prostitutas de Winterfell vão para a capital em busca de mais trabalho. As pessoas veem os produtos como pacotes de benefícios e escolhem aqueles que lhes proporcionem maior volume de benefícios por recurso gasto. Em diversas ocasiões o personagem Mindinho (gigolô) escolhe e exibe as mulheres por seus atributos e também pelo conhecimento da demanda do serviço. As pessoas demandam os produtos cujos benefícios lhes proporcionam o máximo de satisfação, conforme seus desejos e recursos financeiros. Em um determinado momento Tyrion é sequestrado e não é reconhecido como nobre e a única razão para manterem-no vivo é em função de que em um determinado local “uma parte” do seu corpo é muito valorizada. 3 NECESSIDADES E DESEJOS SÃO SATISFEITOS COM PRODUTOS Produto é qualquer coisa que possa ser oferecida ao mercado para satisfazer uma necessidade ou um desejo. O produto faz parte de um composto intitulado mix de marketing. Importante PRODUTOS SÃO VEÍCULOS DE SATISFAÇÃO O produto é o disfarce do benefício/valor (CARRO CHEFE). Quando se pensa ao contrário temos o erro denominado Miopia de MKT. Fundamentos do Marketing 37 Quadro 3 - Mudanças em diversas dimensões O Google vende “publicidade on-line ao alcance de qualquer um”, e não “anúncios nos resultados de busca”. Correios oferecem “qualidade e confiança de entrega” e não “transporte de cartas e encomendas”. Fonte: elaborado pelo autor. O que é mix de marketing? Pensar o mercado hoje é pensar cada vez mais em concorrência. Como superar este cenário sangrento de disputa pelo centro das atenções das empresas. Sabe quem é este centro? Ele mesmo, o almejado cliente. Para Kotler e Keller (2012), o sucesso das empresas está em obter, manter e expandir a clientela. Na unidade anterior você viu um pouco sobre o composto ou mix de marketing. Agora, que tal aprofundar mais e entender como cada um destes elementos é importante para a análise mercadológica? Vamos ver um a um, mas não podemos esquecer que eles são extremamente interligados e um interfere diretamente no outro. Estes quatro elementos são fundamentais para cada estratégia que a empresa vá adotar. Conforme Urdan (2006), na primeira metade da década de 1960 este conceito foi difundido por estudiosos e praticantes de marketing. A ideia era também explicar as funções de marketing, misturando quatro elementos básicos da estratégia organizacional, produto, praça, preço e promoção. O composto de marketing deriva das decisões estratégicas da empresa, mas seu desempenho é medido no nível tático e operacional. Conforme McCarthy (1997), o mix ou composto de marketing é o conjunto de ferramentas que possibilita a interação da organização com o meio ambiente interno e externo, para possibilitar o atingimento dos objetivos organizacionais em consonância com a missão da empresa. Na figura 8 pode-se observar como são compostas estas ferramentas essenciais para o desenvolvimento e atuação do marketing no negócio. Fundamentos do Marketing38 Figura 8 - Mix de marketing Mix de marketing Produto Variedade de produtos Qualidade Design Características Nome da marca Embalagem Tamanhos Serviços Garantias Devoluções Preço Preço de lista Descontos Bonificações Prazo de pagamento Condições de financiamento Promoção Promoção de vendas Propaganda Força de vendas Relações públicas Marketing direto Praça Canais Cobertura Variedades Locais Estoque Transportes Fonte: Kotler e Keller (2013, p. 18). Vamos entender o que são os 4P’s? Produto Para Kotler e Keller (2012, p. 348), produto “[...] é tudo que pode ser oferecido a um mercado para satisfazer a uma necessidade ou um desejo, incluindo bens físicos, serviços, experiências, eventos, pessoas, lugares, propriedades, organizações, informações e ideias”. Zenone e Buairide (2006) definem produto como o pilar básico da organização e das estratégias de marketing. É ele que vai satisfazer as necessidades do consumidor, por meio de suas características distintas, graças as quais serão gerados os resultados do negócio, a posição da organização sobre o seu mercado e os lucros. Como produto, pode-se considerar: mercadorias, serviços e ideias e muito mais. Produto é qualquer coisa
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