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GEOGRAFIA DO AMAPÁ
TEMA 01 – O Espaço natural do
Amapá (noções de relevo, clima,
vegetação e hidrografia do estado).
Professora: Giselly Thalez
JANEIRO/2022.
Conteúdo Programático
GEOGRAFIA DO AMAPÁ
1 – O espaço natural do Amapá (noções de relevo, clima,
vegetação e hidrografia do estado).
2 – A população do Amapá: crescimento, distribuição, estrutura
e movimentos.
3 – O espaço econômico: atividades agropecuárias,
extrativistas, industriais e de serviços.
4 – O desenvolvimento econômico do Amapá.
5 – O estado do Amapá no contexto brasileiro.
VEGETAÇÃO 
O Estado apresenta dois padrões
principais: as formações florestadas, com
florestas densas de terra firme, florestas de
várzea, manguezais e Matas de Igapó as
formações campestres, com cerrados e
campos de várzea inundáveis ou aluviais.
Considerando a cobertura vegetal
como indicador de ecossistema temos no
Amapá os seguintes: Formações Florestados
e Formações Campestres.
FORMAÇÕES FLORESTADAS (4 tipos) 
- Floresta Densa de Terra Firme;
- Floresta de Várzea;
- Manguezais;
- Matas de Igapó.
FORMAÇÕES CAMPESTRES (3 tipos) 
- Cerrados;
- Campos de Várzea (inundáveis ou
aluviais);
- Florestas de Transição;
FORMAÇÕES FLORESTADAS (4 tipos) 
1 – Florestas Densa de Terra Firme
Ocupa aproximadamente 70%, (em torno de
103.236,22Km²) do espaço amapaense, concentrando-
se na porção Oeste do Estado. É o tipo de vegetação
mais expressivo do Estado. Destaca-se pela sua alta
biodiversidade e pela sustentação de uma massa
florestal de alto porte. No cenário ambiental esse
ecossistema, embora já apresente marcas de
degradação, em decorrência da extração seletiva de
madeiras, de atividades de colonização pioneiras e de
garimpagem e mineração, ainda não apresenta um
quadro crítico, tendo em vista a abrangência territorial
desse ecossistema e a incipiente ocupação humana,
devido à falta de grandes eixos rodoviários.
Faz contato com os cerrados, em forma de
transição ou, abruptamente, com a planície
litorânea, ao norte e com ambientes fluvio-
lacustres, ao sul. Ocorrem tipologias neste
ecossistema como: floresta densa de baixos
platôs e sub-montana, que são
individualizações fito-ecológicas decorrentes
desses fenômenos. As espécies que se destacam
são: angelins, acapu, sucupira, castanha do
Brasil, sapucaia, matamatás, breus, louros,
copaíba, cipó titica, etc...
2 – Floresta de Várzea
Nesse contexto, as matas de Várzeas
configuram um ambiente primário florestal, de
alto porte em plantas trepadeiras e epífitas. É o
segundo maior ambiente florestado do Estado.
O estrato emergente é formado por árvores de
30 a 35m de altura, com espécies
economicamente produtivas como: o Açaí,
Bacaba, andiroba, buriti, Ucuúba ou Virola,
seringueira, ubuçu, arumã, etc..
Economicamente é pressionada pela
extração seletiva de madeiras, de palmitos e de
outros elementos típicos desses ambientes, como
também o desmatamento para o fim de
agricultura e pecuária, alterando as práticas
tradicionais, alimentando um retorno econômico,
supostamente mais fácil para as populações
locais. Ocorre em toda área fluvial (orla do Rio
Amazonas) do estado do Amapá, representado
cerca de 4,8% do Estado, compreendendo o canal
do Norte do Rio Amazonas e áreas dos principais
rios da região sujeitas à inundações por ocasião
do movimento das marés.
3 – Manguezal 
Ocupa 2% do Estado. É caracterizado pela
presença de bosques de 15 a 25 metros de
altura, com vegetação pneumatófila (raízes
aéreas), em solos halófilos (com influência
salina). Ocorre na Costa amapaense de
influência salgada (devido ao Oceano Atlântico)
onde predominam as seguintes espécies típicas
dos manguezais: mangal, tintal, siriubal,etc...
“Os manguezais são ecossistemas
extremamente sensíveis às alterações
ambientais, com importantes funções ecológicas
nos oceanos, mares e estuários, na cadeia
biológica, na produção primária, na proteção
contra erosão e tempestades, no funcionando
como filtro biológico, apresentando uma flora
estrategicamente adaptada às adversidades do
meio”.
“Dada essa importância biológica, é
imprescindível a conservação desses
ecossistemas, uma vez que abriga espécies de
grande interesse econômico, para reprodução,
berçário, alimentação para alevinos e peixes
jovens, crustáceos e moluscos, que usam esses
ambientes como moradia ou em alguma fase do
ciclo de vida para se desenvolverem”.
Figura: Manguezais erosivos do Cabo Norte. Município do Amapá.
A cata indiscriminada do caranguejo na
região de Sucuriju, no Município de Amapá, já
começa a mostrar seus efeitos devido à
diminuição da espécie na região. É um dos
ecossistemas mais ativos, pois participa
intensamente no aumento da produtividade
primária dos mares e estuários, constituindo
berçário de espécies marinhas, crustáceos,
peixes, aves, dentre outros
4 – Mata de Igapó
São representados por áreas disjuntas,
de difícil precisão de seus limites e
dimensões, com grandes limitações naturais
em termos de uso e ocupação, e por
consequência, não ressentindo, até o
momento de grandes pressões. Caracteriza-
se pelo regime de alagamento permanente
ou pelo menos com alto grau de
encharcamento do solo durante a maior
parte do ano.
FORMAÇÕES CAMPESTRES (3 tipos) 
1 – Cerrados
De acordo com as informações pesquisadas o
Cerrado é um ambiente não amazônico. Sua
presença nesta região é consequência de drásticas
alterações climáticas que marcaram a história. Sua
vegetação é do tipo savanítica (cobertura vegetal
aberta), com vegetação esparsa, constituída de um
estrato herbáceo bastante denso e um estrato
arbustivo-arbóreo, formado por elementos
isolados de baixo porte, com presença de capões
(porção de mata isolado no meio dos campos), com
raízes profundas, troncos retorcidos com casca
grossa e solos ácidos.
O cerrado amapaense embora possa
conservar algumas semelhanças com os
cerrados do planalto central brasileiro, possui
características particulares, atribuídas à sua
história evolutiva no âmbito dos regimes
amazônicos, que definem dois grandes padrões
fisionômicos:
1- Cerrado arbóreo-arbustivo: tipo florístico marcado
pela presença de um estrato lenhoso pouco
diversificado e muito sensível a diferenciações locais do
meio. Seus representantes arbóreos mais importantes
situam-se em torno de 7 a 12 metros de altura e os
mais frequentes são: bate-caixa (Salvertia
convalaeodora), sucuúba (Himathanthus articulata) e
caimbé (Curatella americana). Outros representantes
com portes menores e mais freqüentes envolvem uma
diversidade maior de espécies;
2 - Cerrado parque: tipo florístico caracterizado pelo
domínio do estrato herbáceo com presença de
elementos lenhosos dispersos, sem nenhuma relação
definida de distância entre si. O cerrado parque é mais
frequente em áreas de relevo ondulado ou mesmo, em
áreas aplainadas ou abaciadas. Neste caso, o excesso
de umidade durante o período chuvoso deve constituir
limites ao desenvolvimento de suas espécies lenhosas.
Árvores típicas: Sucuuba, barbatimão,
Murici vermelho, caimbé, Caju, Murici-branco,
etc...Na classificação climática oficial (segundo
Köppen) o Cerrado do Amapá apresenta dois
tipos climáticos. O Ami-tropical chuvoso com
pequeno período seco, correspondendo a 30%
da região e o Awi-tropical chuvoso com nítida
estação seca, dominante no restante da área.
2 – Campo de Várzea 
Os campos inundáveis, constituem
ambiente influenciado pelo regime pluvial
sazonal, e de marés cíclicas, representam uma
relação ecológica altamente especializada,
caracterizados pela presença de macrófitas
aquáticas, com um elevado estoque de peixes,
importante para o regime alimentar das
populações locais, sendo utilizado ainda como
pastagens naturais, e por sua beleza natural são
utilizados para atividades de lazer.
Os campos de Várzea são influenciados
pelas águas das chuvas e pelo regime de marés
compondo um cenário de áreas deprimidas,
interligada por uma intensa rede de canais com
inúmeros pequenos lagos temporários ou
permanentes. Ocorre com maior intensidadena
região que vai do Rio Araguari até o Cabo
Orange, no Oiapoque.
3 – Florestas de Transição 
Corresponde a passagem bioecológica que
decorrem de ecossistemas diferentes. Algumas
vezes essas paisagens também são chamadas de
áreas de tensão ecológicas. Apesar da unidade
fisionômica desse ambiente ser eminentemente
florestal, diferencia-se dos ambientes limítrofes
pela diversidade de sua estrutura flora e pela
estrutura da vegetação que, em geral, se apresenta
com características próprias e, em alguns casos ,
com inúmeras áreas entre a savana (cerrado) e a
floresta densa de terra firme e ainda, na passagem
de ambientes para a terra firme e cerrado.
HIDROGRAFIA
BACIA HIDROGRÁFICA
O Estado do Amapá possui uma costa
banhada pelo Oceano Atlântico portanto
constituído por água salgada que se estende do
Cabo Norte ao Cabo Orange e outra banhada
por água doce do Rio Amazonas que se estende
da Foz do Rio Jari ao Cabo Norte, ambas
localizadas em áreas de planícies sedimentares.
O Amapá possui uma bacia hidrográfica
constituída de muitos rios que se destacam pela
sua importância econômica. Os rios amapaenses,
na sua maioria, deságuam no Oceano Atlântico.
Figura 01. Mapa de localização da Zona Costeira do Estado do Amapá (ZCA): Setor 1. Amazônico
Setor 2. Atlântico (MMA, 1996)
“A Zona Costeira do Amapá (ZCA), com cerca de
750 km de extensão, é considerada a mais preservada e
menos densamente povoada do país. Esta zona é
subdividida em duas áreas influenciadas
dominantemente pelas marés. Estes dois setores são:
(i) A zona costeira estuarina ou amazônica,
influenciada pelo Canal do Norte do rio Amazonas,
e (ii) A zona costeira oceânica ou atlântica de
frente para o oceano Atlântico.
A foz do rio Araguari constitui um marco divisório
entre a zona costeira oceânica ao norte, que tem
regime de macro a mesomarés, e a zona costeira
estuarina ao sul, que exibe mesomarés”.
Uma vasta rede hidrográfica caracteriza a
geografia do Amapá, cujos rios desembocam no
Rio Amazonas ao sul e sudeste, ou no Oceano
Atlântico ao norte e nordeste do Estado. Assim
temos uma costa de água doce, que se estende da
desembocadura do Rio Jari até o Cabo Norte e
outra de água salgada que vai do cabo norte,
particularmente do Sucuriju até o Cabo Orange no
Oiapoque.
DISTRIBUIÇÃO SUB-BACIAS DO AMAPÁ
N. BACIA ÁREA TOTAL (Km 2)
01 Rio Araguari 42.711,18
02 Rio Jari 32.166,29
03 Rio Vila Nova 5.003,51
04 Rio Cajari 5.002,71
05 Rio Maracá-Pucu 3.461,56
06 Rio Gurijuba 3.040,00
07 Rio Matapi 2.517,95
08 Rio Pedreira 2.086,35
09 Rio Preto 1.256,00
10 Rio Ajuruxi 1.085,28
11 Rio Macacoari 726,92
12 Arquipélago do Bailique 585,00
13 Rio Curiaú 584,00
14 Rio Mazagão 470,00
15 Igarapé Matauaú 393,00
16 Igarapé Tambaqui 372,91
17 Rio Ariramba 202,20
18 Ilha de Santana 24,24
19 Ilha do Açougue 17,32
20 Ilhas Pedreira 5,82
21 Ilha Cajari 5,52
Cerca de 39% da bacia hidrográfica do Estado
faz parte da bacia do Amazonas. A maioria dos rios
do Amapá desaguam no oceano Atlântico. Os
principais rios são:
- Rio Araguari: possui 36 cachoeiras;
- Rio Oiapoque: fronteira natural entre o Brasil e a
Guiana Francesa;
- Rio Pedreira: foi utilizado para retirar pedras
destinadas à construção da Fortaleza de São José de
Macapá;
- Rio Gurijuba: foi um rio com grande concentração
de peixes.
O Rio Jari:, afluente da margem esquerda
do Rio Amazonas , separa o Amapá do Estado do
Pará. As mais importantes cachoeiras são: Santo
Antônio, Cumaru, Inaj, Aurora , Maçaranduba,
Guaribas do Robojo, do Desespero.
O Rio Pedreira: possui uma importância
histórica para nós, pois dele foram extraídas as
pedras para a construção da Fortaleza de São
José de Macapá, Forte que foi construído pelos
escravos e índios para defesa do Brasil contra
invasores estrangeiros.
O Rio Gurijuba: já fora considerado o rio
mais rico em pescado do Amapá, hoje, devido à
pesca indiscriminada a sua piscosidade vêm
diminuindo gradativamente.
O Rio Cassiporé: localizado ao norte do
estado do Amapá, é rico em cardumes
diversificados;
• O Rio Vila Nova: separa os Municípios de
Santana e Mazagão; nele encontram-se as
jazidas de ferro mais importantes do Amapá; é
muito importante por possui sua foz no rio
Amazonas.
Rio Matapi: banha o município de Santana
e deságua em frente a ilha de Santana.
Rio Amapari: é afluente do Rio Araguari, é
importante porque banha a Serra do navio e em
seu leito que era lavado o manganês.
Rios Amapá Grande , Flexal,
Tartarugalzinho e Tartarugal Grande: banham o
município de Amapá e são ricos em peixes.
O Rio Araguari: nasce próximo a Serra
Lombarda no Estado do Amapá e deságua no
Oceano Atlântico, após um curso de 575Km e 36
cachoeiras. Neste Rio estão instaladas três
hidrelétricas (Hidrelétrica Coaracy Nunes, Ferreira
Gomes Energia e Cachoeira Caldeirão) das quatro
presentes no estado.
O Estado possui uma rica e vasta rede
hidrográfica envolvendo bacias hidrográficas e
uma grande concentração de lagos ao norte do
Rio Araguari, onde está localizada a região de
lagos, que cobre uma área de aproximadamente
300 Km² e que forma uma unidade diferenciada
no quadro físico do litoral do Amapá.
Os lagos têm sua origem em antigas
depressões limitadas por barreiras, que foram se
formando pela deposição de sedimento que
estancaram a água. À medida que a sedimentação
continua, esses lagos deverão tornar-se, mesmo
que muito lentamente, cada vez mais rasos. Hoje o
grande problema desta região, do ponto de vista
ecológico, é sem dúvida a degradação provocada
pelo rebanho bubalino, que provoca a
compactação dos solos devido ao pisoteamento
do gado, a salinização das águas dos lagos, a
erosão dos solos, a devastação de trechos para
abertura pastos, dentre outros.
POROROCA 
O que causou o fim da pororoca?
As possibilidades levantadas por especialistas
para o fim da pororoca são a soma de três
fatores: a construção de três hidrelétricas no rio
Araguari, a abertura de canais para levar águas
a fazendas e a degradação causada pelo pisoteio
de búfalos na região.
ASSOREAMENTO DO RIO
Acima, imagem de 2003 mostra o curso do rio, em azul, passando por entre a vegetação,
em verde. Abaixo, imagem de 2014 mostra o assoreamento do rio no trecho destacado
em lilás. É possível ver também um canal no canto inferior esquerdo, que não existia em
2003. (Foto: Reprodução/Base Cartográfica)
Em outros rios também ocorre Pororoca
- Rio Cassiporé
- Rio Sucuriju
- Rio Calçoene 
- Rio Igarapé do Inferno 
- Ilha Fausino
- Ilha Curuá
Figura: Novos projetos hidrelétricos no Amapá.
Fonte: CEA (2012).
ÁREAS DE RESSACA
Ressaca é uma expressão regional empregada
para designar um ecossistema típico da zona
costeira do Amapá. São áreas encaixadas em
terrenos Quaternários que se comportam como
reservatórios naturais de água, caracterizando-se
como um ecossistema complexo e distinto,
sofrendo os efeitos da ação das marés, por meio de
uma intricada rede de canais e igarapés e do ciclo
sazonal das chuvas. De forma mais sintética
podemos dizer que as ressacas são bacias de
acumulação de água, influenciadas pelo regime de
marés, dos rios e das chuvas
A ocupação crescente e desordenada nas
áreas de "Ressacas" dos municípios de Macapá e
Santana vem preocupando bastante o Governo e os
órgãos ambientais do Estado, pois elas se localizam
nas margens dos cursos d'água, facilitando o
deslocamento da população. Porém são áreas
caracterizadas por ser um ecossistema complexo e
distinto que sofre o efeito da ação das marés e da
pluviosidade e que funcionam como reservatórios
naturais de água. Com o aumento da população
urbana em todo o Estado do Amapá, destacando-se
principalmente os municípios de Macapá e Santana,
e o baixo nível da renda familiar, estas áreas de
"Ressacas" passaram a ter um crescimento
populacional expressivo.
As áreas úmidas de Macapá,
predominantemente áreas de ressaca,
desempenham um papel primordial no sistema de
drenagem (natural) e atuam como reguladoras
bioclimáticas do ambiente urbano. Estassão áreas
de Proteção Permanente APP. Entretanto, dado o
crescimento populacional que tem acontecido nos
últimos 35 anos, de 1980 a 2015 (217%), estas têm
sido alvo de invasão e ocupação de forma ilegal, por
pessoas que vêm de outros estados à procura de
melhores condições de vida. Por serem espaços
sem proteção efetiva, acabam por ser ocupados,
essencialmente, por estes migrantes.
Além da moradia, outros usos impactantes
como a extração de argila para olarias, a criação de
búfalos em áreas da periferia urbana e a
piscicultura ocorrem de forma indiscriminada. As
queimadas, muito comuns na época de estiagem
(agosto a dezembro), causadas em sua maioria de
modo intencional para a "limpeza" e renovação da
pastagem para os búfalos causam sérios prejuízos
ambientais. Outras atividades tais como a caça e
pesca de subsistência, a extração vegetal, a
navegação, e a recreação e turismo também são
realizadas nas áreas de ressacas sem nenhum ou
pouco controle por parte dos órgãos ambientais.
Agora vamos fazer os exercícios!

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