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1 COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL FÚLVIA CRISTINA DO CARMO ALVES 1 2 COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL 1° edição Ipatinga, MG Faculdade Única 2020 3 4 LEGENDA DE Ícones Trata-se dos conceitos, definições e informações importantes nas quais você precisa ficar atento. Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dos textos. Eles são para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um com uma função específica, mostradas a seguir: São opções de links de vídeos, artigos, sites ou livros da biblioteca virtual, relacionados ao conteúdo apresentado no livro. Espaço para reflexão sobre questões citadas em cada unidade, associando-os a suas ações. Atividades de multipla escolha para ajudar na fixação dos conteúdos abordados no livro. Apresentação dos significados de um determinado termo ou palavras mostradas no decorrer do livro. FIQUE ATENTO BUSQUE POR MAIS VAMOS PENSAR? FIXANDO O CONTEÚDO GLOSSÁRIO 5 SUMÁRIO 1.1 Definição de Cultura Organizacional....................................................................................................8 1.2 Níveis da Cultura Organizacional............................................................................................................8 1.3 Dinamicidade da Cultura Organizacional........................................................................................9 1.4 Influência da Cultura Organizacional no Comportamento dos colaboradores e nas práticas gerenciais.......................................................................................................................................10 1.5 A Cultura Organizacional enquanto recurso estratégico.....................................................12 2.1 Conceituando Estruturas Organizacional.......................................................................................18 2.2 Componentes da Estrutura Organizacional................................................................................18 2.3 Tipos de Estruturas........................................................................................................................................19 2.4 A influência da estrutura organizacional no comportamento e atitudes dos colabores......................................................................................................................................................................21 3.1 Definições de Liderança.............................................................................................................................27 3.2 Teorias sobre Liderança..............................................................................................................................27 3.3 Tipos de Poder e Liderança.....................................................................................................................30 3.4 Manejo do Poder nas Organizações..................................................................................................31 UNIDADE 1 UNIDADE 2 UNIDADE 3 CULTURA ORGANIZACIONAL ESTRUTURA ORGANIZACIONAIS 4.1 Conceitos de Motivação..............................................................................................................................37 4.2 Teorias de Motivação....................................................................................................................................37 4.2.1 Teoria das Necessidades.................................................................................................................38 4.3 Teoria dos Dois Fatores..............................................................................................................................39 4.4 Teoria da Equidade.......................................................................................................................................39 4.5 Teoria do Reforço..........................................................................................................................................40 4.6 Aspectos Organizacionais que Ativam a Motivação.............................................................40 UNIDADE 4 LIDERANÇA E PODER MOTIVAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES UNIDADE 5 CLIMA ORGANIZACIONAL 5.1 Definição de Clima Organizacional....................................................................................................47 5.2 Variáveis do Clima Organizacional.....................................................................................................48 5.3 Indicadores do Clima Organizacional..............................................................................................49 5.4 A Pesquisa de Clima Organizacional...............................................................................................50 5.5 A Gestão do Clima Organizacional......................................................................................................51 UNIDADE 6 DIVERSIDADE NAS ORGANIZAÇÕES 6.1 Conceituando Diversidade.......................................................................................................................57 6.2 A Diversidade nas Organizações.........................................................................................................57 6.3 Ações para a Implantação da Diversidade nas Organizações........................................59 6.4 Os Benefícios da Diversidade nas Organizações....................................................................60 6.5 Gestão da Diversidade nas Organizações......................................................................................61 Referências Bibliográficas...............................................................................................................................68 6 UNIDADE 1 Este capítulo aborda a definição de cultura organizacional como referência para os colaboradores de como se comportar e de que modo trabalhar, dentro de uma organização. Busca também identificar os níveis da cultura organizacional, ou seja, os elementos que a moldam. O material discorre acerca da dinamicidade da cultura organizacional, isto é, como ela é aprendida, transmitida e transformada. Apresenta também como a cultura organizacional pode afetar o comportamento dos colaboradores, bem como estas podem nortear as atitudes dos líderes, como podem transformar a cultura organizacional em um recurso estratégico de vantagem competitiva. UNIDADE 2 Neste capítulo você conhecerá o conceito de estrutura organizacional, conhecer os componentes de uma estrutura organizacional, bem como identificará os diversos tipos de estruturas organizacionais existentes e por fim irá compreender a relação existente entre a estrutura organizacional e o comportamento e atitudes dos colaboradores. UNIDADE 3 Neste capítulo você conhecerá a definição de liderança, identificará algumas teorias sobre liderança, definirá e descreverá os tipos de poder e a relação destes na liderança na contemporaneidade. E por fim, será discutido sobre o manejo do poder nas organizações. UNIDADE 4 Neste capítulo você conhecerá os diferentes conceitos de motivação e identificará os aspectos organizacionais e pessoais que desencadeiam a motivação no contexto de trabalho. Será descrito também as principais teorias motivacionais. UNIDADE 5 Este capítulo aborda a definição e as variáveis de clima organizacional, bem como conhecer os seus indicadores. No final do capítulo serão apresentadas as etapas da pesquisa de levantamento do clima organizacional e reflexões sobre a sua gestão. UNIDADE 6 Neste capítulo você será capaz de conceituar a diversidade da força de trabalho, conhecer as características da diversidade das pessoas nas organizações; conhecerá os principais grupos discriminatórios e a necessidade de inclusão; identificará as principais ações para a implantação da diversidade nas organizações; conheceráos benefícios da inclusão da diversidade nas organizações e por fim aprenderá sobre como acontece a gestão da diversidade no contexto de trabalho. C O N FI R A N O L IV R O 7 CULTURA ORGANIZACIONAL UNIDADE 01 8 1.1 DEFINIÇÃO DE CULTURA ORGANIZACIONAL As organizações são compostas por pessoas, e como temos equipes heterogêneas com pessoas de crenças, raças, opiniões distintas, elas se apresentam de sobremaneira diferentes uma das outras, e isso é de certa forma positivamente salutar. Do mesmo modo que as pessoas se diferem uma das outras quanto aos seus valores, cultura e personalidade, as organizações assim também são. A interação das pessoas dentro de uma mesma organização significa uma junção e confluência de todos esses pensamentos diferentes, formando uma só cultura, na qual os participantes da organização irão se orientar. As empresas, de um modo geral, têm a sua identidade, o seu modo de ser e de operacionalizar suas ações, ou seja, a sua cultura. Mesmo organizações que se enquadram no mesmo ramo de serviços/atividades ou produtos, como por exemplo, as empresas do ramo alimentício, por mais que apresentem ao público consumidor o mesmo produto, tenham a mesma estrutura industrial física, a mesma logística de distribuição, de certa maneira não são iguais, podem ter similaridades, mas possuem uma cultura organizacional própria e única. A cultura organizacional é composta por um conjunto de normas, crenças, regras e valores, que influencia no modo de uma organização funcionar. Ela se forma a partir pensamento, crenças e valores dos seus líderes fundadores e posteriormente dos administradores que a assumirão. Ela dá a base de orientação do modo de agir de cada participante desta organização, os quais vão se adaptando a essa cultura (BANOV, 2019) Perez e Cobra (2017) definem cultura organizacional como um conjunto de valores, símbolos e normas que formam os hábitos que regulam o comportamento humano tanto a nível individual como também coletivo. A cultura organizacional é manifestada pela linguagem, ideologias, crenças, e pelos ritos e mitos presentes no cotidiano da organização. Ela compõe a dimensão simbólica nas organizações. A cultura organizacional constitui a identidade da organização e a difere em relação às outras organizações. A formação da Cultura Organizacional concentra-se na pessoa do fundador da organização, pois estes irão trazer sua história, suas crenças, seus valores, seus hábitos e assim projetam na maneira como conduzem os negócios da organização. Eles criam modelos de como agir e pensar no contexto de trabalho ali em questão, transmitindo explicita ou implicitamente a sua maneira de gestão (PEREZ; COBRA, 2017) 1.2 NÍVEIS DA CULTURA ORGANIZACIONAL A Cultura Organizacional ou cultura corporativa é o conjunto de hábitos e cren- ças, estabelecidos por normas, valores, atitudes e expectativas, compartilhado por todos os membros da organização. Ela se refere ao sistema de significados com- partilhados por todos os membros e que distingue uma organização das demais” (CHIAVENATO, 2004, p. 165) Perez e Cobra (2017) referenciando a Schein (1992), um dos autores mais citados na literatura técnica sobre cultura organizacional, apresenta o conceito de que a cultura organizacional se manifesta tanto a nível consciente como inconscientemente. A cultura manifesta-se por meio de três diferentes níveis: artefatos visíveis, valores e pressupostos básicos, conforme figura abaixo: 9 • Primeiro nível: artefatos visíveis. Formado por aspectos visíveis da organização, como linguagem, arquitetura, tecnologia e maneira de vestir e comunicação ao público. É tudo aquilo que é manifestado pelas pessoas e encontra-se visível no ambiente organizacional. Nesse nível os elementos culturais são de fácil observação. • Segundo nível: valores. Formado pelas justificativas ou racionalizações que são utilizadas para explicar e/ou predizer o comportamento dos participantes da organização. Nesse nível os elementos culturais são difíceis de serem observadas diretamente. • Terceiro nível: pressupostos básicos. Formado pelas manifestações culturais invisíveis, inconscientes e difíceis de serem observadas, mas são os principais elementos que influenciam no sentimento, percepção e pensamento dos colaboradores da organização. A incorporação desses pressupostos é demorada, alcançando o inconsciente, ou seja, de forma imperceptível, influenciando o comportamento dos participantes da organização. Os componentes observáveis (visíveis) são orientados pelos aspectos organizacionais, e os componentes não observáveis (ocultos) são orientados pela emoção e situações afetivas e são os verdadeiros direcionadores das ações. Figura 1: Níveis da Cultura Organizacional Fonte: Azevedo (2018) 1.3 DINAMICIDADE DA CULTURA ORGANIZACIONAL O conjunto de valores, normas e símbolos, para se tornar cultura organizacional precisam ser legitimados pelo grupo, isto é, precisam ser aceitos por todos os integrantes da organização. A cultura quando é internalizada ela atua de forma espontânea e natural, modelando o comportamento das pessoas. A cultura organizacional, de acordo com Banov (2019) pode ser transmitida aos colaboradores da organização por meio das histórias que refletem a real política da empresa e a vida da organização. Histórias que podem ser de eventos ocorridos com o fundador da organização, histórias que contam sucessos e fracassos, e outras que irá compor as tessituras e nós que permeiam as relações da empresa com seus pares. Estas histórias explicam as reais práticas adotadas pelas organizações e revela a sua crença central, a sua cultura. Outro aspecto relevante da cultura organizacional é que ela é dinâmica, temporal, pois sofre mudanças de acordo com o cenário cultural, econômico, político e social. Traços 10 da cultura organizacional se perdem, outros se adicionam, em velocidades distintas nas diferentes sociedades (PEREZ; COBRA, 2017) A formação e desenvolvimento da cultura organizacional ocorrem ao longo do tempo. A organização que muda com frequência seu quadro de pessoal não desenvolve uma cultura em que as pessoas se orientem e criem uma identidade têm dificuldades de se manter no mercado (BANOV, 2019). A cultura organizacional passa por um processo de amadurecimento que, conforme Perez e Cobra (2017) são divididos em 4 etapas: • 1ª etapa: É o nascimento e crescimento: É o período inicial, na qual há o domínio do fundador no estilo de gestão, que delineia as competências e a identidade da organização. • 2ª etapa: É o período intermediário, chamado de sucessão, na qual os possíveis sucessores são acompanhados, com o objetivo de identificar se os valores da organização serão preservados ou não. Vale ressaltar que o objetivo principal é manter a cultura iniciada pelo fundador, diminuindo as possibilidades de mudanças culturais. • 3ª etapa: É o período da meia-idade, na qual ocorre o desenvolvimento de novos produtos ou serviços, expansão geográfica, aquisições e fusões por parte da organização, o que possibilita uma mudança cultural. • 4ª etapa: É o período da idade madura e declínio, na qual a organização é caracterizada por uma estabilidade interna dos relacionamentos, o que pode levar a uma queda na motivação de seus participantes para a mudança, podendo gerar um conflito entre a necessidade de transformação e a acomodação. Assim, as organizações são um organismo vivo, que, por meio de sua cultura se modifica com o tempo, pois recebem influências tanto do ambiente externo quanto do interno, ou seja, a comunidade que está envolta da organização pode influenciá-la bem como a organização influencia a comunidade a qual está inserida, estabelecendo uma relação de reciprocidade. Na cultura organizacional, também é possível identificar as subculturas, ou seja, são aspectos culturais que derivam da cultura principal e podem ter também valores adicionais e particulares de alguns grupos ou departamentos.Segundo Perez e Cobra (2017) as subculturas podem ou não estar relacionadas entre si, e pode também até uma concorrer com a outra. Além da cultura principal e das subculturas, existem também dentro de um contexto organizacional a contracultura, que consiste em ser um movimento de reação contra os valores tradicionais da organização. Ao contrário do que se pensavam há algumas décadas atrás, a existência da contracultura nas organizações é positiva, pois as mudanças e inovações derivam das ações de questionamento da cultura tradicional. 1.4 INFLUÊNCIA DA CULTURA ORGANIZACIONAL NO COMPORTA- MENTO DOS COLABORADORES E NAS PRÁTICAS GERENCIAIS O comportamento das pessoas em um contexto de trabalho é influenciado por diversos aspectos, dentre eles a cultura organizacional. Para Perez e Cobra (2017) o conjunto de crenças e valores defendidos pela empresa interfere no desempenho das pessoas que ali estão inseridas. A cultura organizacional impacta no comportamento das pessoas em uma organização em diferentes dimensões: 11 • Valores: conjunto de crenças as quais as organizações baseiam as suas atitudes. Por exemplo: excelência no atendimento, padrão de qualidade etc. • Símbolos: considerado como uma verdade para a organização. As instalações físicas são exemplos: opção de layout e disposição do mobiliário, open space (eliminação de paredes e estação de trabalho em ilha), salas fechadas, home office (tele trabalho), dentre outros. O ambiente físico também é usado para a distribuição de status e mostra quem é quem na organização: tamanho do espaço ocupado pelo colaborador, objetos presentes em seu espaço, tipo de mobília e tecnologia disponível. A vestimenta (uniformes) e até mesmo o comportamento das pessoas podem dizer muito acerca da cultura de uma organização. O ambiente físico, as pessoas, suas vestimentas e comportamentos dizem muito da cultu- ra de uma organização. A relação entre os funcionários e o espaço físico pode fortalecer ou enfraquecer certos tipos de comportamento. Da mesma forma, é fácil compreender que a cultura de uma instituição que exige roupa social dos funcionários é diferente daquela que permite o uso de bermuda. A informalidade revela uma empresa moderna, enquanto que a formalidade demonstra uma cultura tradicional. VAMOS PENSAR? • Cerimônias, eventos comemorativos: o que é feito para integrar, motivar os colaboradores (endomarketing), disseminando a missão e objetivo da organização. Propósito e valores serão reforçados nestes rituais, que são oportunidades relevantes para fortalecer comportamentos da cultura observáveis no dia-a-dia. • Heróis: pessoas que fazem ou fizeram parte da organização e surgem como modelos a serem seguidos. • Regulamentos e ética: Manuais de conduta é um exemplo. Representam um guia na forma de agir. No caso a ética está ligada à uma moral coletiva. • Comunicação: existem dois tipos: a corporativa baseada em normas, regulamentos e a comunicação geral que são os boatos, em que se propagam assuntos e novidades inventadas ou mesmo comentários não formalizados. Então, pode-se inferir que a cultura influencia todos os membros da organização com diretrizes e premissas para guiar seus comportamentos e pensamentos. E conforme salientado por Perez e Cobra (2017)a cultura organizacional tem muitas funções, que são: • Definição de limites e coerência nos atos dos colaboradores • Oferece aos funcionários um senso de identidade, de pertencer a algo grande, amplo e sério, trazendo motivação e ainda fazendo-os se comprometer com interesses coletivos • Reduz a ambiguidade, determinando com mais clareza como as atividades devem ser realizadas • Firmação do vínculo entre colaborador e organização, fortalecendo-os por meio de normas do que se deve fazer e dizer. Mas essa influência não se restringe ao contexto interno do trabalho. A cultura organizacional influencia o colaborador e este levará essa influência para os diversos contextos ao qual está inserido, tais como familiar e social. Assim, a cultura organizacional ressoa na comunidade a qual essa organização se insere, por meio das ações, pensamentos e sentimentos dos colaboradores. 12 Um exercício prático para entender como isso acontece é pensar: na sua cidade existe uma grande empresa e/ou indústria? Esta organização é mais antiga (existem muitas cidades que foram fundadas a partir da instalação de uma empresa, ou se desenvolveram a partir da chegada dela), e agora pense como esta empresa e seus valores interferem na cultura local. VAMOS PENSAR? Como dito anteriormente, organização e colaborador mantem entre si uma relação dialética e de influência mútua, e a cultura organizacional é o fio condutor. E quanto mais uma cultura for forte, mais ela poderá influenciar no comportamento das pessoas e nas práticas de gestão. As organizações com cultura organizacional forte compartilham os seus valores de forma constante e a maioria dos colaboradores é influenciada por comportamentos e expectativas. Exemplos de empresas de cultura forte: IBM, Google e Honda. No entanto, as organizações de cultura fraca podem ser facilmente alteradas. 1.5 A CULTURA ORGANIZACIONAL ENQUANTO RECURSO ESTRATÉGICO As organizações de um modo em geral vivenciam um desafio que é sobreviver no mundo dos negócios e para isso elas precisam desenvolver ações eficientes para se diferenciarem de seus concorrentes. Para essa tarefa, o envolvimento e o comprometimento dos seus colaboradores são fundamentais, pois, quanto maior a competência de suas equipes, mais competitiva é a empresa. Conforme salienta Perez e Cobra (2017) torna-se fundamental investir em alinhamento da missão, visão e valores da organização a fim de que elas (reflexo da cultura organizacional) representem um norte para os colaboradores. É possível pensar a cultura de uma organização como um recurso importante de gestão, a fim de alcançar os resultados estabelecidos. Por meio da cultura organizacional, os colaboradores podem sentir orgulho (pertencimento) e satisfação por trabalhar nessa organização e assim, se engajarem e buscar melhores resultados e superar metas estabelecidas. Mas não é simplesmente pela existência da cultura organizacional que automaticamente os funcionários já estão comprometidos. É necessário que ela seja gerenciada, ou seja, é fundamental conhecer, compreender e administrar a cultura, levando em consideração as constantes mudanças do ambiente (interno e externo) da organização e a necessidade de adaptação a essas mudanças (PEREZ; COBRA, 2017). A cultura do negócio em que uma organização se sustenta precisa ser disseminada entre to- dos os colaboradores, criando um conjunto de ações estratégicas de sucesso. Por essa razão, é necessário investir em programas de treinamento para que a cultura fique sedimentada na organização. Desenvolver competências com base em cultura é a chave do negócio. FIQUE ATENTO 13 A cultura organizacional influencia nas práticas de gestão, por meio do papel do líder, que de acordo com Banov (2019) deve ser compatível com a filosofia e estrutura da organização. A cultura mostra o que os gerentes devem prestar atenção em seus colaboradores, o que avaliarão e o que controlarão. Gerenciar a cultura organizacional a fim de que ela se transforme em recurso estratégico significa conhecer os valores dessa organização e sobre eles atuar em processos de mudança cultural, que segundo Banov (2019) deve ser gradativa e planejada. No entanto, as organizações de cultura conservadora apresentam maior resistência às mudanças, pois são caracterizadas pela manutenção de costumes, ideias, valores e tradições. Segundo Perez e Cobra (2017) os valores que compõem uma cultura organização para serem considerados recursos estratégicos, isto é, fonte de vantagem competitiva para alcançar um desempenho melhor, deve haver uma transformação da cultura organizacional, ligando os ideais do fundador com os objetivos da organização. Parece uma contradição,pois se fala na necessidade de mudança, mas ao mesmo tempo, é necessária certa estabilidade da cultura organizacional, ou manter a tradição. Um grau de estabilidade nos valores culturais de uma organização são importantes, uma vez que ela orienta a vida das pessoas nas organizações. Por isso, que como dito acima, a mudança deve ser planejada e gradual. Portanto, a cultura organizacional é uma ferramenta importante para unir ideais, objetivos e recursos para transformar os elementos da organização em resultados de crescimento e ampliação de participação no mercado. A competente gestão de culturas organizacionais se constitui em um fator-chave estratégico. Acredita-se que a organização precisa praticar realmente os seus valores, usar valores que ela é realmente capaz de seguir. As organizações que trabalham respeitando seus norteadores conseguem de fato transmitir seus valores a sua equipe, na qual o discurso e as ações devem estar alinhados, praticando o que é pregado. Vídeo 1: Como manter a produtividade em uma cultura inovadora? LINK: https://www.youtube.com/watch?v=HbXfkBB7Z6c BUSQUE POR MAIS Vídeo 2: O que é cultura organizacional? LINK: https://www.youtube.com/watch?v=p0rgPNfN52Y 14 1 - A cultura organizacional é composta por um conjunto de normas, crenças, regras e valores, que influencia no modo de uma organização funcionar (BANOV, 2019). Dessa forma, leia as frases abaixo: I. As organizações são compostas por pessoas semelhantes uma das outras. II. As empresas do mesmo ramo têm a mesma identidade, o seu modo de ser e de agir, ou seja, a sua cultura. III. A cultura organizacional se forma a partir pensamento, crenças e valores dos seus líderes fundadores e posteriormente dos administradores que a assumirão. Está correto em: a) I b) II c) III d) Todas as frases estão corretas e) Todas as frases estão incorretas 2 - A cultura organizacional dá a base de orientação do modo de agir de cada participante desta organização, os quais vão se adaptando a esta cultura (BANOV, 2019). De acordo com essa afirmação, sobre a cultura organizacional considere as frases abaixo: I. Regula o comportamento humano apenas a nível individual, não alcançando o nível coletivo. II. Compõe a dimensão simbólica nas organizações. III. Marca a diferença em relação às outras organizações. Está correto em: a) I e II b) II e III c) I e III d) Todas as frases estão corretas e) Todas as frases estão incorretas 3 - Sobre a cultura organizacional, leia as alternativas abaixo: I. A sua origem concentra-se na pessoa do fundador da organização II. Cria modelos de como pensar e agir no contexto de trabalho III. Não precisa ser gerida, pois está direcionada a gerar resultados positivos na organização Considerando V para as verdadeiras e F para as falsas, a alternativa a ser marcada é: a) V, V, F FIXANDO O CONTEÚDO 15 b) F, F, V c) V, F, V d) F, F, F e) V, V, V 4 - Em relação aos níveis da cultura organizacional, quais são aqueles que devem ser praticados no cotidiano da organização a fim de tornar a cultura mais coesa? a) Valores b) Ritos c) Mitos d) Padrões e) Tabus 5 - A cultura organizacional é dinâmica e temporal, pois sofre mudanças. Traços se perdem, outros se adicionam, em velocidades distintas nas diferentes sociedades (PEREZ; COBRA, 2017). Sobre a dinamicidade da cultura organizacional, considere as frases abaixo: I. A cultura organizacional passa por um processo de amadurecimento. Ela não permanece a mesma do início de sua formação. II. A cultura organizacional precisa se fortalecer, manter- se em um grau de estabilidade, mas ser flexível para ser transformada quando for necessário III. A organização que muda com frequência seu quadro de pessoal não desenvolve uma cultura em que as pessoas se orientem e criem uma identidade pode ter dificuldades de se manter no mercado IV. A mudança cultural nas organizações é um processo rápido e espontâneo, pois envolve aspectos objetivos e que não necessitam de muito tempo para serem incorporadas ao cotidiano dos colaboradores. As frases corretas são: a) Apenas I e II b) Apenas III e IV c) I, II e III d) Apenas a IV e) Todas estão corretas 6 - Acerca da cultura organizacional, julgue os itens abaixo: I. A cultura organizacional influencia no comportamento das pessoas e consequentemente nos processos de uma organização, interferindo no alcance dos resultados. II. A influência da cultura organizacional vai além dos colaboradores de uma organização, mas influencia na forma de relacionamento com fornecedores, clientes e comunidade a qual está inserida. III. Nas organizações existem também as subculturas, que são aspectos culturais que derivam da cultura principal e podem ter também valores adicionais e particulares de alguns grupos ou departamentos. Elas estão relacionadas entre si e estabelecem uma relação de cooperação uma com as outras. 16 Está correto em: a) I e II b) II e III c) Somente a II d) Somente a III e) Todas estão corretas 7 - A cultura organizacional é um recurso importante de gestão para o alcance dos resultados estabelecidos. Sobre essa afirmação, considere as frases abaixo e marque a alternativa correta: a) A cultura organizacional é estática e não permite realizar modificações no decorrer do tempo b) Variáveis ambientais não influencia a cultura organizacional. c) A cultura organizacional pode ser manifestada por meio da linguagem, seja ela oficial (formal) ou informal. d) As organizações de cultura conservadora apresentam maior aderência às mudanças culturais e) A instabilidade nos valores culturais de uma organização é necessária para uma organização manter sua vantagem competitiva no mercado. 8 - Sobre a cultura organizacional, leia e julgue os itens que se seguem: I. A cultura organizacional indica para os membros sobre o que é comportamento apropriado e relevante naquela organização. II. Na concepção de cultura organizacional, o sistema de significados compartilhados e mantidos por seus membros distingue essa organização de outras. III. Existem subculturas organizacionais, que são valores partilhados por um pequeno número de colaboradores, não se relaciona e nem se integra à cultura macro. IV. A cultura macro, ou a principal, fornece à organização uma personalidade própria. Assinale a alternativa correta. a) I e II apenas b) III e IV apenas c) I, II e IV d) Todas estão corretas e) Todas estão incorretas 17 ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS UNIDADE 02 18 2.1 CONCEITUANDO ESTRUTURA ORGANIZACIONAL De acordo com Banov (2019) a estrutura organizacional é a forma de organização de uma empresa em relação à maneira como suas atividades são realizadas, organizadas e gerenciadas. É o modo como uma organização (pública ou privada) divide o trabalho e as responsabilidades e como coordena todos os esforços realizados. A estrutura de uma organização é descrita por meio de um organograma e quanto maior for a organização, mais complexo será o seu organograma, conforme mostrado na figura 2. Tipo de diagrama que mostra todos os cargos e as relações hierárquicas de uma organização. GLOSSÁRIO Figura 2: Modelo de organograma Fonte: Barros (2019) 2.2 COMPONENTES DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL De acordo com Banov (2019) os componentes que formam a estrutura de uma organização são: Especialização do trabalho: identificada também como divisão do trabalho que aponta a especialização dos colaboradores. O trabalho é dividido em partes e os colaboradores se especializam em parte dele. Para que uma ação coordenada seja realizada, é preciso realizar a departamentalização, ou seja, refere-se ao agrupamento das tarefas. Cadeia de comando: mostra quem deve se reportar a quem, o número de gerentes e os níveis hierárquicos de uma organização. Mostra a relação de subordinação dentro da estrutura e mostra como funciona a hierarquia funcional. Para Vecchio (2012) diz respeito ao fluxo de informações e de autoridade no interior de uma organização. Podem ser extensas ou achatadas, ou seja,na estrutura achatada há um grande número de colaboradores por gestor e um pequeno número de gestor e a estrutura extensa há um grande número de gestores e pequeno número de colaboradores por gestores. Margens de controle: definição do número de pessoas que cada gerente pode dirigir com eficiência e eficácia, colocando o gestor mais próximo ou mais distante de seus 19 colaboradores, o que pode gerar maior ou menor iniciativa por parte dos colaboradores. Centralização e descentralização: refere-se ao grau de autonomia do gerente e de seus colaboradores. A centralização acontece quando as decisões são tomadas por quem pertence à cadeia de comando (gestores ou pessoas de comando no organograma da empresa). Na descentralização, a tomada de decisões envolve todos os colaboradores dentro de suas especialidades, conforme defendido por Vecchio (2012, p. 314) que “em uma entidade mais centralizada, existe participação relativamente menor dos empregados em diversas decisões”. No entanto, a descentralização extrema pode conduzir a uma falta de integração e coordenação. • Formalização: referem-se às normas, regras e procedimentos. • Canais de comunicação: referem-se às redes limitadas e podem ser: descendentes (de cima para baixo), lateral (entre todos) e ascendente (de baixo para cima). Em uma estrutura de alta formalização, o gestor cumpre a norma estabelecida pela organi- zação enviando ao seu superior o pedido de seu colaborador para a compra de material de escritório para suprir as necessidades do seu departamento. A excessiva formalização limita a flexibilidade, a criatividade e a rapidez de resposta. E essas competências são consideradas essenciais para as organizações na atualidade. O que você pensa a respeito? VAMOS PENSAR? 2.3 TIPOS DE ESTRUTURAS Para Banov (2019) existem dois grandes blocos formam os tipos de estruturas: as mecanicistas e as orgânicas. Estruturas mecanicistas: consideradas mais rígidas, estáveis e controladas. Marcadas pela alta especialização, pela extensa departamentalização, pela alta formalização, com canais de informação limitada, pela baixa participação dos colaboradores na tomada de decisões e pela comunicação do tipo descendente. As mecanicistas que servem apenas para ambientes estáveis. Para Vecchio (2012), esse tipo de estrutura também recebe o nome de funcional e pode apresentar diversos pontos fracos, tais como: tendência à lentidão para reagir às mudanças no ambiente da organização e pode resultar em menos inovação. Estruturas orgânicas: utilizam de equipes de trabalho ou projetos, com poucos níveis hierárquicos, pouca formalização e conta com uma rede mais abrangente de informações na qual a comunicação pode ser lateral, ascendente e descendente. Nesse tipo de estrutura as políticas, regras e procedimentos tendem a serem mais flexíveis e os colaborados participam na tomada de decisão. As orgânicas se ajustam a ambientes instáveis. De acordo com Vecchio (2012) essa estrutura tende a ser mais ajustada para adaptar-se às mudanças no ambiente organizacional. E esse autor lembra que embora possa ser uma estrutura mais saudável, ela pode elevar a competição inicial a uma luta de poder de grande intensidade. As estruturas organizacionais, além de serem mecanicistas ou orgânicas, também podem ser híbridas (ou mistas), refletindo o tipo de ambiente que a organização se encontra. Ou seja, em ambientes em transformação, a estrutura da organização tende a ser híbrida. Banov (2019)aborda outros modelos de estruturas de organização do trabalho, tais como: estruturas simples; organização sem fronteiras; estrutura de equipe e estrutura 20 Na atualidade as tendências das estruturas organizacionais apontam que as decisões são influenciadas pelas mudanças tecnológicas e ambientais, pela valorização das pessoas, pela necessidade do contato com o cliente e pela organização mais global. Isso possibilita a reflexão sobre a necessidade do rompimento com os modelos tradicionais e a inclusão virtual em rede ou modular, como explicado melhor abaixo: Estruturas simples: definida por pouca especialização, pela centralização em uma única pessoa e por uma pequena formalização. São encontradas principalmente em pequenas organizações, mas que se torna inviável quando que a organização cresce e aumenta o número de colaboradores, o que leva à necessidade de aumentar a cadeia e a margem de comando. É o momento em que a mudança torna-se necessária. • Organização sem fronteiras: definida pela predominância das estruturas orgânicas, que fazem uso da tecnologia. Tem como objetivo eliminar a cadeia de comando, substituindo os departamentos por equipes autônomas com poder de decisão. Buscam eliminar os limites horizontais, limites verticais, barreiras à clientela externa e barreiras geograficamente criadas. • Estrutura em equipe: formadas por colaboradores com diferentes funções e departamentos, mas que trabalham em conjunto, de acordo com um determinado objetivo. • Estrutura virtual em rede ou modular: definidas por organizações focadas no cliente e no mercado, que formam uma rede de pessoas/empresas que atendam ao negócio. Necessário ter sistemas de informação e telefonia modernos que as auxiliam no controle de todo o processo. Terceirizam muitas das suas principais funções mantendo parcerias com clientes, fornecedores, vendedores, distribuidores e outras empresas ou pessoas que fazem parte do processo, e assim formam a rede. Esse tipo de estrutura possibilita escolher pessoas e organizações indicadas para atender a sua demanda. É fundamental no sucesso desse tipo de estrutura, a confiança entre os parceiros. Vecchio (2012)ainda acrescenta o tipo de estrutura complexa, ou seja, são organizações que apresentam mais níveis de autoridade. E geralmente, uma organização de estrutura mais complexa, com amplitudes de controle mais reduzidas, permite uma orientação mais eficiente dos colaboradores, em que os supervisores dispõem de mais tempo para dedicar ao acompanhamento de um número menor de pessoas. E por fim, tem a estrutura matricial, na qual o colaborador da organização conta tanto com o gerente de setor, quanto com o gerente de projetos - de produtos, clientes, dentre outros, ou seja, cada colaborador terá dois gerentes e há duas bases de departamentalização operando simultaneamente. Esse tipo de estrutura organizacional pode ser considerada uma forma adequada para organizações que precisam de um modo de funcionamento mais fluido e dinâmico, portanto menos enrijecida ou burocrática. A justificativa é que trata-se de uma estrutura que descentraliza a responsabilidade e a autoridade, além de formar equipes com membros de diversas especialidades. Qual é o número de autoridade ideal para uma organização? O consultor de gestão Peter Drucker recomendou que sete níveis administrativos é o máximo necessário para qualquer organização. Já Thomas Peters, aconselha que cinco níveis é o máximo para uma organiza- ção de grande porte, mas para organizações menores, recomenda três níveis administrativos como máximo (VECCHIO, 2012). FIQUE ATENTO 21 da tecnologia digital da informação e da comunicação e a busca incessante de inovação. Dessa forma, entende-se que as organizações com estruturas orgânicas, em equipes e as organizações sem fronteiras tendem a ocupar mais espaço na contemporaneidade. Vecchio (2012) uma estrutura de uma organização dificilmente será estática, mas ela pode evoluir ao longo do tempo, buscando adaptar ás características dinâmicas de ambiente interno e externo. Mudança organizacional é qualquer alteração, planejada ou não, ocorrida na or- ganização, decorrente de fatores internos e/ou externos à organização que traz algum impacto nos resultados e/ou nas relações entre as pessoas no trabalho. BRUNO-FARIA (2000) 2.4 A INFLUÊNCIA DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL NO COMPOR- TAMENTO E ATITUDES DOS COLABORADORES. As organizações possuem estruturas diferentes que, por meio de sua cultura, influenciamas atitudes e os comportamentos das pessoas que nelas trabalham. Para Vecchio (2012) as atitudes e os comportamentos dos colaboradores são influenciados pelo ambiente externo: como governo, sistema legal, oferta de mão-de-obra, fornecedores, clientes e estado da tecnologia existente, bem como pelas unidades de trabalho (ambiente interno), por meio das tarefas, relações intragrupais, regras e políticas, como já mencionado anteriormente. No que se refere às influencias externas pode-se compreender que uma organização é influenciada por seu entorno e ela depende e precisa se adaptar rapidamente às mudanças desse ambiente, para que sobreviva. Os ambientes podem ser complexos e diversificados e, quanto mais complexo, mais diversificado ele é. Outro aspecto relevante do ambiente externo é o seu grau de estabilidade, ou seja, ritmo das mudanças e quanto mais instável é o entorno da organização, mais afetada ela será. E por fim, cita-se o grau de incerteza desse ambiente, que conforme descrito por Vecchio (2012) é resultado da dificuldade em prever os fatores ambientais com alto grau de confiança e da pouca ou falta de informação a respeito dos aspectos necessários para tomar decisões. Todas essas características do ambiente externo influencia a organização e consequentemente, afeta os colaboradores da mesma. No entanto, as organizações não necessariamente são passíveis às forças de influências do ambiente as quais estão inseridas, mas elas podem gerenciar esse ambiente. Elas podem tentar adquirir ou controlar forças influentes e experimentar mudanças internas que as tornem menos vulneráveis. 22 Vídeo 1: Entenda as formas de estrutura organizacional. LINK: https://www.youtube.com/watch?v=q89d4pfmwxE BUSQUE POR MAIS Vídeo 2: Tipos de organograma. LINK: https://www.youtube.com/watch?v=TtK9_cO2iq8 23 1 - Uma organização é formada por pessoas e toda organização possui uma estrutura que se refere à forma de organização de uma empresa em relação à maneira como suas atividades são realizadas, organizadas e gerenciadas. Dessa forma, leia as frases abaixo: I. Trata-se da maneira como uma organização divide o trabalho e as responsabilidades e como coordena todos os esforços realizados. II. A estrutura de uma organização é descrita por meio de um organograma. III. Assim como a estrutura organizacional do setor privado, a administração pública também apresenta uma estrutura flexível. Está correto em: a) I e II b) II e III c) I e III d) Todas as frases estão corretas e) Todas as frases estão incorretas 2 - Relativo à estrutura organizacional, julgue os itens abaixo: I. A estrutura em rede é considerada mais rígida, estável e controlada. II. A estrutura orgânica utiliza de equipes de trabalho ou projetos, com poucos níveis hierárquicos. III. A estrutura complexa que apresentam mais níveis de autoridade. Está correto em: a) I e II b) II e III c) I e III d) Todas as frases estão corretas e) Todas as frases estão incorretas 3 - A estrutura organizacional que tem duas bases de departamentalização operando simultaneamente é conhecida por: a) Funcional b) Mecanicista c) Orgânica d) Matricial e) Militar 4 - As estruturas de organizações que estão inseridas em ambientes mutantes e instáveis são: FIXANDO O CONTEÚDO 24 a) Mecanicista b) Orgânica c) Rígida d) Comportamental e) Tradicional 5 - Sobre os componentes que formam a estrutura de uma organização, considere as afirmativas abaixo: I. A formalização refere-se às normas, regras e procedimentos. II. A cadeia de comando refere-se à divisão do trabalho que aponta a especialização dos colaboradores. III. A especialização do trabalho refere-se quem deve se reportar a quem, o número de gerentes e os níveis hierárquicos de uma organização. A frase correta está em: a) I, apenas b) II, apenas c) III, apenas d) I e II e) II e III 6 - A estrutura de uma organização pode ser centralizada ou descentralizada. A respeito, julgue os itens abaixo: I. A centralização acontece quando as decisões são tomadas por quem pertence à cadeia de comando. II. A centralização refere-se a baixo grau de autonomia dos gestores de uma organização. III. Na descentralização, a tomada de decisões envolve todos os colaboradores dentro de suas especialidades. IV. A descentralização refere-se aos canais de comunicação fora da organização. Considerando V para as frases verdadeiras e F para as falsas, marque a opção correspondente: a) V, F, V, F b) F, V, F, V c) V, V, F, F d) F, F, V, V e) V, V, V, F 7 - Sobre outros modelos de estruturas de organização do trabalho, considere as frases abaixo: I. A estrutura complexa é encontrada principalmente em pequenas organizações. II. As organizações sem fronteiras têm como objetivo aumentar a cadeia de comando, substituindo as equipes por departamentos com poder de baixo pode de decisão. III. Uma organização com estrutura virtual em rede ou modular são focadas no cliente e no 25 mercado, que formam uma rede de pessoas/empresas que atendam ao negócio. Está correto em: a) I, apenas b) II, apenas c) III, apenas d) I e II e) II e III 8 - O organograma é um desenho que representa uma estrutura de uma organização. Sobre essa temática, leia as frases abaixo e julgue-as: I. O organograma denota a aplicação do princípio da especialização das funções para cada tarefa. II. O organograma representa simultaneamente os diversos elementos da organização e as suas respectivas relações. III. No organograma circular, os setores de maior poder estão no topo e os com menos poder estão abaixo deles, na forma de uma pirâmide. IV. O organograma apresenta graficamente as relações funcionais, fluxos de autoridade e responsabilidade e funções organizacionais. V. O organograma é uma ferramenta na qual somente os gestores devem ter acesso, não sendo permitida a transmissão do mesmo aos membros internos. Está correto em: a) I, II e IV b) II, III e V c) I e III d) IV e V e) Todas estão corretas 26 LIDERANÇA E PODER UNIDADE 03 27 3.1 DEFINIÇÕES DE LIDERANÇA Refere-se ao cargo ou ao posto ocupado por uma pessoa em uma posição de comando, tendo como objetivo principal controlar e influenciar o comportamento das pessoas que formam a sua equipe. Dessa forma, essa pessoa está exercendo a liderança. De acordo com Banov (2019) liderança é um processo de influência na qual o líder exerce sobre uma pessoa ou sobre uma equipe. Essa influência pode ser reconhecida na capacidade de planejar, organizar, coordenar, controlar, delegar, oferecer condições para que a tarefa seja realizada, cobrar resultados, avaliar, centralizar informações, levar o grupo a atingir as metas, entre outras. Mas não é uma tarefa fácil, ao contrário, pois motivar e inspirar pessoas de diversas idades, crenças, personalidades vem sendo um dos maiores desafios da liderança na atualidade. Segundo Gracioso (2009) os profissionais que desejam ocupar cargos de liderança precisam continuamente desenvolver competências comportamentais e Gerenciais. As comportamentais são: Empreendedorismo, Ética Pessoal e Corporativa, Comprometimento e Responsabilidade, Equilíbrio Emocional, Relacionamento Interpessoal, Consciência da Diversidade Intercultural e Flexibilidade. E as competências gerenciais são: liderança Estratégica e para o Alinhamento, Visão Global, Planejamento Estratégico e Gestão Empresarial, Gestão de Pessoas e Conflitos, Processo de Vendas, Trabalho em Equipe, Gerenciamento e Entrega, Processo de Tomada de Decisão, Etiqueta Empresarial e Cultura e Valores Organizacionais. Essas competências se mostram nas atitudes e comportamentos que não são estanques, isto é, não são fixos, pois o ser humano está sempre em processo de transformação. Para um líder exercer influência sobre outra pessoa ou um grupo ele precisa ser detentor de poder. As fontes de poder são diversas, tais como: habilidades sociais, potencial intelectual, grau de escolaridade, conhecimento, recursos financeiros, prestígio social (cargo e/ou popularidade),dentre outras. E só existirá uma relação de influência, se a outra parte o legitimar. Se for uma relação baseada na obrigação, deixa de ser relação de influência e passa a ser impositiva. Liderança é uma competência que pode ser desenvolvida, com empenho, desejo e dedicação da pessoa. Não se nasce líder pronto, mas se forma líder. E é um processo de formação conti- nuada, pois o mundo corporativo é dinâmico e mutável. FIQUE ATENTO 3.2 TEORIAS SOBRE LIDERANÇA Será apresentado aqui 7 teorias da liderança, baseados nos estudos de Banov (2019) : dos traços de personalidade, do estilo de liderança, as situacionais, a liderança servidora, a transformacional, a carismática e a visionária. Teoria dos traços de personalidade: Baseia-se nos traços ou características pessoais dos líderes, como exemplo: determinado, carismático, decidido, corajoso e entusiasta. A ênfase está nas qualidades pessoais do líder, que deve ter traços: Físicos: aparência, 28 estatura, energia e força física. Intelectuais: inteligência, conhecimento relevante, facilidade em resolver problemas etc. Sociais: facilidade de se relacionar, habilidades interpessoais etc. Baseado nessa teoria, a liderança deve ser fundamentada na inteligência emocional, autoconfiança, integridade, capacidade cognitiva, entre outros. Teoria do estilo de liderança: Refere-se à forma como os líderes se comportam e como controlam o comportamento dos seus liderados. Essa teoria relaciona três estilos de liderança: autocrática, democrática e liberal. O líder com estilo autocrático é aquele que determina regras, atividades, objetivos e as formas de execução de um trabalho. O líder mais autocrático é uma pessoa de comportamento mais dominador, rígido e controlador. Os colaboradores de um líder autocrático tendem a desenvolver um alto nível de agressão e que se pode alternar com a apatia. Geralmente a falta de espontaneidade e iniciativa são características marcantes na equipe do líder autocrático. O líder com estilo democrático é aquele que busca decidir junto com o grupo as normas, regras, atividades e execução do trabalho. O líder busca estimular, orientar e recomendar a sua equipe e avalia o desempenho de seus colaboradores de forma mais criteriosa e objetiva. O líder incentiva a participação das pessoas apresentando alternativas para o grupo escolher. Geralmente a equipe mostra maior envolvimento com a atividade proposta e aprecia as atitudes e condutas do líder. As características marcantes nesse tipo de liderança é a formação de relacionamentos cordiais, franqueza, espontaneidade, responsabilidade e envolvimento com a tarefa. No caso de uma ausência do líder, a equipe continua realizando o trabalho e outro membro do grupo tende a assumir a liderança, se necessário. Os integrantes do grupo se mostram mais motivados e satisfeitos com a liderança. O líder com estilo liberal é aquele que fornece o material de trabalho e orienta seus colaboradores somente quando solicitado. Não é participante e deixa na responsabilidade da equipe a execução da atividade e apresenta dificuldades de avaliar o desempenho da equipe. Geralmente existem queixas em relação à indiferença do líder e a pouca ajuda oferecida, deixando o grupo, muitas vezes, sem saber o que fazer. O grupo, frente a essa liderança, pode apresentar uma produção mediana ou até baixa, e o clima impera discussões pessoais, boatos e pouco respeito ao líder. Liderança situacional e multicultural: Teoria criada por Paul Hersey e Kenneth Blanchard, que defende que não existe um único estilo ou característica de liderança que se valida para toda situação. O líder, o grupo e a situação são três fatores que devem ser levados em consideração, ao pensar em liderança. A situação é o fator de destaque influenciando nas atitudes do líder e o papel que deverá desempenhar. O líder deve ser preparado para desempenhar qualquer estilo, adequando-se à maturidade do grupo e da situação a qual está vivenciando. Assim, na liderança situacional o líder deve ser multicultural e devem estar atentos à cultura organizacional. Na figura abaixo ilustra que a atuação do líder é influenciada pelo grau de maturidade de seu liderado, variando entre baixa a alta. O líder precisa ter uma sensível capacidade de diagnosticar, perceber e identificar a realidade do seu ambiente e as pessoas. O líder vai identificar a quantidade de orientação e direção que vai oferecer ao liderado, como também a quantidade de apoio sócio-emocional dado. Os estilos de liderança são: Determinar, persuadir, compartilhar e delegar. Quando o líder determina mais para equipe, ele ensina ao colaborador como deve executar as tarefas e acompanha o desenvolvimento das mesmas até o seu desfecho. Essa postura perdura até que o colaborador/equipe tenha confiança para executá-las sozinho. O líder 29 direciona a equipe para compreender as ações que deve tomar para alcançar os resultados organizacionais estabelecidos. Quando o líder usa o estilo de persuadir, significa que ele tem o papel de orientador, ou seja, ele mostra a tarefa ao colaborador, explica sua importância, contribui com novas ideias, ensina sempre que necessário e motiva de modo que a execução seja conforme o planejado. Em parceria com o colaborador, ele utiliza suas habilidades e competências para o alcance dos resultados que a empresa almeja para o sucesso. Na situação em que o líder compartilha, ele está apoiando o colaborador/equipe. Esse apoio é fundamental para que o colaborador adquira confiança, busque crescimento e desenvolva de forma contínua as suas habilidades. O líder não mais precisa interferir diretamente no trabalho de seu liderado, pois ele consegue desempenhar suas funções e atividades com ainda mais autonomia, a partir do momento que tem liberdade para tal. E por fim, na situação em que o líder delega entende-se que ele não precisa mais supervisionar diretamente e assiduamente seus colaboradores, para garantir que eles façam o que precisa ser feito, pois eles têm autonomia e liberdade para trabalhar e, muitas vezes, até autoridade para tomar decisões e fazer mudanças sem consultar o líder. Fig u ra 3: Lid eran ça Situ acion al Fon te: C LS d o B rasil (20 19) • Liderança servidora: Tipo de liderança que está a serviço dos seres humanos. Geralmente, neste tipo de liderança, o líder tem autoridade moral e um caráter incontestável. A satisfação do líder está na realização e no progresso dos seus colaboradores. O líder busca fazer a diferença na vida dos seus colaboradores, e está aberto para ouvir os seus colaboradores e busca sempre promover o consenso na equipe. Esse tipo de liderança inspira a equipe pelo exemplo e o líder atua como um mentor e geralmente os membros da sua equipe o aceita voluntariamente e com entusiasmo. •Liderança transformacional: Tipo de liderança formada por competências que permite ao líder reconhecer a necessidade de uma mudança e consegue seguidores para assim realizá-la. É o tipo de liderança que transforma o ambiente de forma positiva. O líder tem foco nas pessoas, busca modificar comportamentos e contribui para melhorar as pessoas por meio de suas atitudes. Como na liderança servidora, serve de inspiração para sua equipe e se destaca pela maneira como trata as pessoas. O que os líderes bem-sucedidos fazem, que os outros lideres não fazem? Líderes bem-sucedidos, tem sempre em mente o propósito de seu trabalho e fazem ques- tão de reforçar este propósito com suas equipes. Além disso, eles sabem que são modelos para sua equipe e por isto fazem questão de demonstrar integridade em todas as relações de trabalho. Líderes assim são líderes transformadores (SILVA, 2016) • Liderança carismática: Fundamenta-se nas habilidades que os seguidores percebem no líder quando observam o seu comportamento. O líder que exerce a liderança carismática, geralmente são pessoas marcadas por atitudes fora do padrão e contrárias às normas, mas que provocam mudanças positivasem seu ambiente de trabalho. São pessoas que possuem habilidade de comunicação, ou seja, se expressam de maneira compreensível a todos e são autoconfiantes. Mas esse tipo de liderança, se não for bem conduzido, se 30 for antiética, os seguidores se comportar de forma inapropriada, antiética ou até mesmo ilegal, defendendo que o líder os orientou dessa forma. O carisma é definido como uma forma de atração interpessoal que inspira apoio e aceitação, e a liderança carismática é como um tipo de influência baseada no carisma do líder (GRIFFIN; MOORHEAD, 2015, p. 349). • Liderança visionária: Os líderes nesse tipo de liderança possuem uma visão de futuro maior, com habilidade desenvolvida para identificar, criar oportunidades e inovar. Geralmente esses líderes têm potencial acima da média e percebem além do que a maioria das pessoas. Tem como característica o foco no trabalho e diante de obstáculos, não são de desistir com facilidade, mas com solidariedade, ética e senso de justiça. 3.3 TIPOS DE PODER E LIDERANÇA O poder, segundo Banov (2019) é o recurso utilizado pelo líder para influenciar os seus liderados. Para exercer a liderança é necessário um recurso, o poder. Existem diferentes formas de poder que se manifestam nas organizações e que influenciam a interação entre o líder e o liderado. Um líder pode utilizar uma ou até mais formas de manifestação de poder para influenciar seus colaboradores. Segundo Banov (2019)as diferentes formas de poder detectadas por eles são: poder de recompensa, coercitivo, legítimo, de competência e de referência. Poder de recompensa: baseia-se na utilização de estímulos, identificados por Skinner como reforço positivo quando recebido algo que lhe seja agradável, ou de reforço negativo, quando é retirado algo que é considerado desagradável ao indivíduo. Elogios, promoções, aumentos, atribuição de trabalhos desejáveis e licença de trabalho são resultados recompensadores que os líderes geralmente utilizam para influenciar a sua equipe. De semelhante função, a extinção de situações indesejadas pode ser uma forma de recompensar os funcionários, como por exemplo, condições de trabalho desagradáveis ou obrigatoriedade de horas extras. Dessa maneira, a liderança consegue influenciar o comportamento dos seus colaboradores oferecendo coisas positivas ou retirando coisas negativas. Assim, para continuar recebendo o que agrada e eliminando o que não agrada, os colaboradores tendem a ser obedientes ao líder. Poder coercitivo (ou de punição): Com o intuito de influenciar o comportamento dos colaboradores, o líder pode recorrer a esse tipo de poder, ou seja, as punições. No entanto, a literatura indica que não é uma forma eficaz e ética de manifestação do poder, embora seja comum sua presença nas organizações, pois o poder coercitivo, em geral, favorece a vivência do medo. E casos mais extremos pode até ser considerado assédio moral no trabalho. O comportamento dos colaboradores mediante a essa forma de poder é de obediência, mas por terem receio da punição. Exemplo de punições: repreensões públicas, designação de tarefas indesejáveis, descontos no pagamento ou, suspensões, transferências e demissões. 31 Embora o uso do poder coercitivo pelo líder influencie o comportamento de seu colaborador, acredita-se que o poder de recompensa, além de também influenciar, traz melhores resul- tados. Dessa forma, uma organização torna-se mais competitiva no mercado por meio do engajamento de seus colaboradores, quando o líder troca a punição pela recompensa. VAMOS PENSAR? • Poder legítimo: Tipo de poder que é dado a uma pessoa devido ao posto de autoridade ocupado na hierarquia. O líder geralmente utiliza desse tipo de poder e de outros, já que sua posição no organograma da organização assim o permite. • Poder de competência: Baseia-se no nível de conhecimento, especialização, perícia, experiência ou talento do líder. Um colaborador será influenciado por uma pessoa a qual acredita ter conhecimento ou perícia especial sobre o assunto em questão. Quando o colaborador percebe que seu líder possui conhecimentos e habilidades que contribuem para a sua eficiência e progresso, o líder conquista então o respeito de seu colaborador. • Poder de referência: Esse tipo de poder advém das características pessoais do líder, ou seja, são os atributos pessoais do líder a referência de sua influência. Ativa no colaborador uma admiração pela pessoa do líder e esse começa a ter seu comportamento influenciado. Essa manifestação de poder pode ser desenvolvida quando os gestores mostram virtudes que a equipe valoriza e assim, servindo de modelo. 3.4 MANEJO DO PODER NAS ORGANIZAÇÕES É comum no senso comum atribuir ao poder um conceito pejorativo, deturpado e estereotipado, levando sempre como algo negativo. Mas não é bem assim. O poder é um constructo psicológico presente em todas as relações humanas, é inerente ao ser humano, portanto está sempre presente. E o poder tem seu aspecto positivo sim, pois uma sociedade sem relações de poder seria o caos. O poder organiza e possibilita a civilização e a socialização. Então, o que vai definir se a manifestação do poder é positiva ou negativa, é a ética da pessoa que o detém. Isto é, a forma como esse poder é manejado. Quando o manejo do poder é pautado na ética, é buscar a justiça comum para a outra parte, por meio da equidade na negociação. Ética: “Conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral de um indivíduo, de um grupo social ou de uma sociedade.” (Fonte: www.dicio.com.br) GLOSSÁRIO 32 Por outro lado, quando o uso do poder é antiético, pode-se considerar que há um abuso deste e a relação é baseada na exploração, na arbitrariedade e na corrupção. A influência é impositiva, não existe margem para a decisão da pessoa, a intenção do detentor do poder é buscar o benefício somente para si mesmo e a relação é baseada na coação e ameaça. Essa forma de uso do poder é refletida no autoritarismo, que é uma relação de poder sem legitimidade e não há participação dos colaboradores nas decisões. A obediência acontece por imposição (oprime a liberdade). Nas organizações de trabalho, quando o manejo do poder é ético, pode ser útil para estabelecer metas, objetivos e atingir resultados. Favorece a motivação e a saúde mental dos colaboradores. Um dos desafios da liderança é a conscientização das implicações de poder, a fim de saber utilizá-lo de maneira ética, gerando saúde, motivação e resultados. E se for preciso, que os líderes revejam sua postura e suas práticas. Atualmente uma forma de manejo do poder nas organizações e que tem favorecido a motivação é o empoderamento, que, segundo Banov (2019) é um tipo de relação com o poder em que o líder transfere aos colaboradores poder e recursos, incentivando-os a se responsabilizar pelo que fazem. As pessoas sentem-se valorizadas e reconhecidas pela organização ao obterem poder e autonomia sobre o seu trabalho. É uma estratégia gerencial que busca maior participação dos colaboradores nas realizações de trabalho promovendo a co-responsabilidade nas decisões. No entanto, o empoderamento não acontece em todas as organizações. Algumas são mais resistentes do que outras. Mas é possível identificar a presença desse tipo de ação estratégica em empresas com estruturas orgânicas, cujas culturas valorizam o colaborador e faz uso da liderança democrática, na qual os líderes compartilham com seus colaboradores o poder de decisão. Vídeo 1: TED – A liderança de todo o dia.. LINK: https://www.youtube.com/watch?v=0sYaq-wAC08 BUSQUE POR MAIS Vídeo 2: Gestão e liderança de pessoas na prática. LINK: https://www.youtube.com/watch?v=ERB34uN0rOE 33 1 - Líder é uma pessoa que ocupa uma posição de comando, que tem como objetivo principal influenciar o comportamento das pessoas que formam a sua equipe. Dessa forma, leia as frases abaixo: I. A influência se manifesta na capacidade de planejar, organizar, coordenar, controlar, delegare oferecer condições para que a tarefa seja realizada. II. Liderar uma equipe vem se transformando em uma tarefa fácil na atualidade, pois motivar e inspirar pessoas que são semelhantes entre si. III. A liderança é composta por competências comportamentais e Gerenciais. Está correto em: a) I e II b) II e III c) I e III d) Somente a II e) Somente a III 2 - Sobre liderança, considere as afirmativas abaixo: I. As competências comportamentais e gerenciais que compõe a liderança são conhecimentos, atitudes e comportamentos inatos ao ser humano. II. Liderança é uma relação de influência, e só existirá influência, se a outra parte o legitimar. Se for uma relação baseada na obrigação, deixa de ser relação de influência e passa a ser impositiva. III. Para um líder exercer influência sobre outra pessoa ou um grupo ele precisa ser detentor de poder. As habilidades sociais, potencial intelectual, grau de escolaridade, conhecimento, recursos financeiros, prestígio social fontes são exemplos de fonte de poder. Está correto em: a) I e II b) II e III c) I e III d) Somente a II e) Somente a III 3 - Com relação a teoria dos traços de personalidade: I. A teoria dos traços compreende que a liderança é inata e surge por características físicas, habilidades e personalidade. II. Baseia - se nas características pessoais do líder e está incluída nas teorias contingenciais. III. A ênfase está nas qualidades do líder, que deve ter traços físicos, intelectuais e sociais. FIXANDO O CONTEÚDO 34 Está correto em: a) I e II b) II e III c) I e III d) Somente a II e) Somente a III 5 - Sabe-se que as teorias sobre liderança compõe um arcabouço fundamental para que as organizações desempenhem suas atividades e atinjam os resultados (BANOV, 2019). Dessa maneira, leia as frases abaixo: I. O estilo de liderança que tem foco nos relacionamentos, a preocupação do líder é o estabelecimento da confiança mútua e da amizade com sua equipe. II. O exercício da liderança independe da constituição da organização e de sua cultura. III. A teoria de liderança situacional defende que o comportamento do líder é direcionado para a tarefa ou para o relacionamento é determinado pelo grau de estruturação das atividades. Está correto em: a) I apenas b) II apenas c) III apenas d) Todas estão corretas e) Todas estão incorretas 6 - Observe a charge abaixo: O líder com estilo autocrático é aquele que determina regras, atividades, objetivos e as formas de execução de um trabalho. O líder mais autocrático é uma pessoa de comportamento mais dominador, rígido e controlador. Sobre as teorias de liderança, leia as frases abaixo: I. O carisma é uma competência pessoal na qual o líder influencia sua equipe por meio de ações inspiradoras e atenção às necessidade individuais de cada colaborador. II. Para realizar adequadamente tarefas percebidas como entediantes, estressantes ou ameaçadoras, as pessoas devem ser lideradas mediante um estilo diretivo e autocrático. III. Quando uma equipe formada por pessoas inexperientes, o líder deverá delegar aos integrantes desse grupo para que eles se sintam mais seguros na realização das tarefas. Está correto em: a) I apenas 35 b) II apenas c) III apenas d) Todas estão corretas e) Todas estão incorretas 7 - Um dos desafios da liderança na contemporaneidade é a crescente diversidade nas organizações, demandando dos líderes o desenvolvimento de perfis multiculturais, com métodos mais flexíveis de trabalho para a integração de múltiplas competências nas equipes e organizações. Nesse contexto, considere as afirmativas abaixo: I. O objetivo principal da liderança na atualidade é a manutenção da estabilidade, do crescimento orgânico, da preservação dos lucros. II. Por ser uma variável independente dentro do modelo organizacional, a liderança está isenta de critérios de valor. III. O tipo de liderança desse novo líder, desejável em organizações dinâmicas e modernas, é a liderança transformacional. Está correto em: a) I apenas b) II apenas c) III apenas d) Todas estão corretas e) Todas estão incorretas 8 - Jorge é o gestor de uma equipe de pessoas altamente qualificadas. Ele é conhecido por dar total liberdade aos membros da equipe para decidirem e executarem suas tarefas da forma como acham melhor e não acompanham o que realizam. Ele afirma: “Meu grupo tem capacidade, motivação e maturidade para realizar o trabalho; não me importo como fazem”. Mas a equipe não fica muito satisfeita com Jorge, pois ele não participa das decisões. Conforme descrito acima, é possível identificar que o estilo de liderança de Jorge é: a) carismático b) liberal c) democrático d) servidora e) transformacional 36 MOTIVAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES UNIDADE 04 37 4.1 CONCEITOS DE MOTIVAÇÃO A motivação é um estímulo que influencia no comportamento das pessoas. É o motivo que leva uma pessoa a agir de uma maneira e não de outra. Estar motivado significa estar pronto e desejoso de entrar em ação. O ser humano em diversos contextos de sua vida é impelido a se comportar de uma ou de outra maneira, o que vai influir sobre isso é a motivação. Etimologicamente, a palavra motivação deriva originalmente da palavra latina movere, que significa mover, ou seja, vem de motivo para a ação. Essa origem da palavra dá a noção de ação, que é a principal característica motivação (BANOV, 2019) No contexto de trabalho a motivação também se faz presente, e ela é a responsável pela qualidade do desempenho dos colaboradores de uma organização. A sobrevivência das organizações depende da motivação daqueles que nela trabalham. Para Bergamini (2018) é a motivação a responsável por influenciar cada pessoa a pôr em ação os seus recursos pessoais, especialmente seus pontos fortes. Também reconhecida como mola fundamental para o entusiasmo para realizar com eficácia uma atividade nas organizações e para atingir essa eficácia, as organizações contam com recursos financeiros, produtivos, técnicos e motivacionais. No entanto, a motivação não é algo concreto e fácil de mensurar. Ela possui uma natureza subjetiva, sendo, portanto, um desafio favorecê-la no ambiente laboral, requer ações estratégicas por parte da organização, como também requer ações do próprio indivíduo para auto motivar-se. De acordo com Bergamini (2018) as pessoas são motivadas por um conjunto complexo de necessidades, metas e objetivos, os quais se combinam e formam a motivação. Todo ser humano já possuem em si mesmo forças motivacionais intrínsecas, sendo necessário às organizações desbloquear, por meio de ações planejadas, o potencial motivacional de cada colaborador. É necessário que a liderança da organização ofereça possibilidades para que as potencialidades dos colaboradores possam ser utilizadas de forma natural e eficaz. Dessa forma, cada pessoa contribuirá a seu modo no atingimento dos objetivos organizacionais. “A motivação do ser humano deve ser concebida como um reduto de forças guardado no interior de cada um, que tem o potencial para energizar seu comportamento” (BERGAMINI, 2018) 4.2 TEORIAS DE MOTIVAÇÃO Entre as várias teorias sobre a motivação humana, serão abordadas neste capítulo 4 teorias, baseados nos estudos de Banov (2019) Teoria das Necessidades; Teoria dos Dois Fatores; Teoria da Equidade e Teoria do Reforço. 38 4.2.1 Teoria das Necessidades Teoria desenvolvida por Abraham Maslow, psicólogo norte-americano, que buscava compreender o que mobilizava as pessoas para realizar alguma coisa. Por meio da observação do comportamento humano, percebeu que o ser humano possui necessidades organizadas em prioridades e hierarquia. Assim, ele desenvolveu a teoria, organizando essas necessidades em sequência, formando uma pirâmide com 5 patamares, que quando as necessidades estão razoavelmente satisfeitas, o ser humano busca satisfazer as necessidades do nível acima. E a necessidade satisfeita não é mais fonte motivadora para comportamentos. As necessidades são: fisiológicas, de segurança, social, autoestima e auto realização, conforme demonstrado na figura abaixo: Figura 4: Pirâmide das Necessidades Fonte: Andreasi (2011) Na figura pode-se observar também alguns exemplo de ações as quais as organizações podem realizar a fim de possibilitar a satisfação no trabalho e assim, ativar a motivação em seus colaboradores. No primeiro nível aparecem as necessidades fisiológicas: alimentação, sede, sono, repouso, desejo sexual, exercícios físicos, que as necessidades que estão relacionadas à sobrevivência do ser humano. São necessidades instintivas, de vital importância e que já nascem com o indivíduo. As organizações para ativar a motivação das pessoas usam benefícios que visam satisfazer as necessidades fisiológicas. No segundo nível encontram-se as necessidades de segurança que se referem às necessidades de proteção: física, psíquica e profissional. A necessidade de segurança comporta a busca de proteção contra a privação e a ameaça, seja ela real, seja imaginária. No terceiro nível estão as necessidades sociais, representadas pelas necessidades de participação, de pertencimento, afeto e de se sentir aceito e estimado nos grupos a qual se insere. Trata-se das relações interpessoais. No quarto nível estão as necessidades de estima que se referem à necessidade de ser aceito por si mesmo. Também chamada de necessidades do Ego, representadas pela autoconfiança e autoestima. No último nível encontram-se as necessidades de auto realização, que envolvem a 39 utilização do potencial de uma pessoa para o autodesenvolvimento. Nessa necessidade, a pessoa sente a necessidade de buscar o autoconhecimento e o autodesenvolvimento. Nesse patamar, a pessoa identifica se há ou não prazer pelo trabalho. Paulo, gerente de uma grande rede de restaurantes, visando ativar a motivação de seus co- laboradores, buscou, por meio de conversas informais e observando o comportamento de sua equipe, identificar quais as necessidades dos mesmos, que não estavam satisfeitas e que estive no alcance da empresa. Paulo buscava aumentar o engajamento de sua equipe na realização do trabalho. A Pirâmide das Necessidades de Maslow é de extrema relevância, em qualquer contexto humano em que se queira evitar a permanência da necessidade, situação que gera insatisfação. Assim, o gerente deve estar atento às necessidades de seus colabora- dores, de forma personalizada. VAMOS PENSAR? 4.3 TEORIA DOS DOIS FATORES Teoria desenvolvida por Frederick Herzberg, psicólogo norte-americano, que estudou sobre os fatores envolvidos na satisfação no trabalho. Em seus estudos identificou que satisfação e insatisfação não são polos opostos, mas são escalas diferentes. Ele trabalhou com dois conjuntos de necessidades: uma que visa evitar o desconforto (fatores higiênicos) e outra que leva à satisfação (fatores motivacionais). • Fatores higiênicos: são os fatores externos, que estão sob controle da organização e do ambiente de trabalho; eles não trazem satisfação, mas a sua ausência pode gerar insatisfação. Quando controlados, diminuem a possibilidade de baixo desempenho. • Fatores motivacionais: são os fatores internos, que estão sob controle do indivíduo, com o que faz e com a natureza de suas tarefas. Referem-se à realização, reconhecimento, crescimento profissional, grau de responsabilidade, possibilidade de progresso e o trabalho em si. Esses fatores não geram insatisfação quando estão ausentes, pois são neutros, mas, quando presentes, pode gerar satisfação. Para Herzberg, o líder precisa administrar os fatores higiênicos para evitar a insatisfação e estimular os fatores motivacionais, por meio da criação de desafios para os seus colaboradores. 4.4 TEORIA DA EQUIDADE Desenvolvida por J. Stacey Adams, na década de 1960 e se fundamenta na percepção de justiça por parte das pessoas quando elas comparam o que elas oferecem para a organização (trabalho, talento, educação, experiência, tempo) e o que delas recebem (salário, reconhecimento, benefícios, status, recompensas específicas etc.). A comparação acontece também em relação a outras pessoas da organização no que diz respeito ao que elas oferecem e o que recebem por sua contribuição. Se a pessoa, após a comparação percebe justiça, acontece a motivação. No entanto, se é percebida injustiça, a insatisfação se manifesta e influencia o comportamento. Mas o líder precisa identificar os principais aspectos que um colaborador escolhe para comparar- 40 se a outras pessoas e quem são essas pessoas que servem de referência. A percepção de uma pessoa é influenciada pelas experiências vividas, crenças e valores, formando os critérios de avaliação da pessoa quando ela se compara a uma outra pessoa. E o resultado de sua percepção é o senso de justiça ou de injustiça, que é o fator primordial para o seu engajamento no trabalho. Assim, o colaborador quando entende que está sendo tratado com equidade, sente-se mais disposto a realizar o trabalho e por outro lado, quando percebe que estão oferecendo mais do que estão recebendo da organização, é possível sentir insatisfação. 4.5 TEORIA DO REFORÇO Teoria desenvolvida por B. F. Skinner que se baseia no pressuposto de que o comportamento é determinado por suas consequências. Essas podem ser: reforços positivos, por exemplo: elogios, admiração, prestígio, status, adicionais de salários, bônus etc.; reforços negativos, por exemplo: retirada de algo indesejável; extinção, por exemplo: remoção de um reforço que controla o comportamento e punições, como por exemplo: advertências. Para essa teoria, o reforço positivo favorece a motivação, devido ao prazer sentido pelo recebimento das recompensas. E também pelo reforço negativo, quando algo indesejado é retirado e funciona como estímulo, pois as pessoas vão evitar o que elas não desejam. A premissa dessa teoria é que os comportamentos reforçados positivamente tendem a se repetir. Na Teoria do Reforço, a motivação é externa. Não se levam em consideração os fatores internos e a automotivação. As teorias aqui apresentadas utilizam conceitos diferentes para definir os fatores que desencadeiam a motivação. Elas não precisam ser vistas como contraditórias, mas sim como complementares, agregando valor ao tema e contribuindo para a aquisição de uma visão mais abrangente do ser humano, levando em conta a sua natureza complexa. 4.6 ASPECTOS ORGANIZACIONAIS QUE ATIVAM A MOTIVAÇÃO A motivação é algo natural ao ser humano, no entanto as organizações de trabalho podem, por meio de ações estratégicas, ativá-la e assim, conseguir que seus resultados sejam alcançados. As organizações que estão preocupadas em ativar a motivação de seus colaboradores mantem uma vantagem competitiva no mercado. A responsabilidade do departamento de Recursos Humanos de uma organização é estar atento às necessidades de seus colaboradores e junto com os demais gestores da organização, planejarem e executarem ações que visem estimular a motivação da equipe. Para Bergamini (2018) a verdadeira satisfação motivacional está necessariamente ligada à autonomia nas escolhas e decisões, ou seja, quando alguém está no comando das próprias ações, sentindo liberdade para fazer coisas segundo a própria vontade. Para essa autora, quando as pessoas estão dispostas a fazer o que estão fazendo, elas se envolvem na atividade com maior interesse e comprometimento. Mas quando as pessoas sentem que estão sendo controladas, elas agem pressionadas e podem até realizar a atividade, mas não se engajam e não colocam o seu potencial. Aquilo que fazem não é a expressão do seu ser. 41 Assim, é importante pensar que as organizações precisam desenvolver ações não para controlar seus colaboradores, mas sim ações que fomente as potencialidades dos mesmos, incentivando a criatividade, a autoconfiança, a autonomia e a iniciativa. Torna- se fundamental à organização liberar o potencial motivacional, reconhecendo que ele representa fonte de autonomia e autorrealização. Trata-se de dar
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