Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Walk with me Walk by my side, the way only you can do Trap me in the elliptic movement of planets around stars, That you mastered too Fill me with a thousand wars, Of heart and brain and lungs and all else, Everything that battles when you touch my scars. Help me lift up my heart, that already fell Fell too deep, too soon Tripping on the footprints you leave behind, on which I always dwell Hold ME, like yourself is a spoon, And me, molten like liquid love And let me live the dream of you till noon Let me look at you, up above On the clouds I placed you Like the divine dove. Ande comigo Ande ao meu lado, como você sabe fazer tão bem Prenda-me no movimento elíptico de planetas ao redor de estrelas, Como você aprendeu também. Preencha-me com mil guerras, De coração e cérebro e pulmões e tudo o mais, Tudo que se agita quando você toca minhas marcas. Ajude-me a erguer meu coração, que já afundou Fundo demais, cedo demais Tropeçando nas pegadas que você deixa pra trás, nas quais meu ser mergulhou Segure-me, como se você fosse colher E eu, derretido como amor líquido E deixe-me viver o sonho de você até o dia nascer Deixe-me olhar-te, lá em cima Onde te coloquei, Como a pomba divina. — Tiago Aureliano Vestes negras Aquilo que se apresenta como diferente do esperado é uma violência perpetrada contra a ordem projetada, mas há sempre agressões que fazem cantar os corações. Numa tarde pálida de outubro em que a carruagem de Apolo parece não ter deixado o palácio do celeste, Uma tarde em que os ventos parecem ter se inspirado nas nove musas do Olimpo, e cantam ao percorrer o concreto, o espaço entre as árvores e os contornos dos corpos humanos, Uma paisagem é composta, como que trabalhada por pincéis desalmados, uma cena cinzenta e incolor. Uma figura teimosa, rebelde, trajada como Nyx primordial, atravessa uma rua quase vazia com a mão segurando o capuz contra a ventania. As vestes negras rasgam a palidez vespertina como faca em seda, marcando de forma distinta o trajeto da mulher, como estrela cadente que corta o céu imortal. Seus passos decididos e pintados de preto dilaceram a paisagem sem cor, e a violência atinge, com caráter de milagre, o coração desavisado de um observador apaixonado. O coração confessa Vejo você andando, e a rua em que pisa se torna tão bella Ouço você falando, e a brisa que leva sua voz me revella, O sussurro de anjos, rindo em alegria eterna Num paraíso de flores, sonhos, músicas e amores. Me alegro com sua imagem, que em meus olhos se congella Me deleito com sua voz, que em meus ouvidos vira novella Como um conto, composto por deuses, musas, e os melhores escritores Sobre a graça da chuva e a glória da terra. Chuva que cai como tinta e preenche minha tella, Tela de alma, alma que é minha e que está repleta Repleta de cor, de formas e traços de flor Flor como tu, cujo nome neste texto é tabu Tabu que eu trai, nome que omiti e entreguei em cada deslize Revelando tanto quanto a coragem permite. Que a traição seja completa, Prenda a respiração, o que segue me atrela Por palavras me prendo, mas apenas a palavra me liberta A palavra que o medo nega, e o coração agora confessa A palavra que eu procuro não pode ser outra, Senão Isabella. Eu vou digitar pra vc, sem intenção de enviar, porque quero tanto falar com você que essa encenação fantasística é não apenas desejada, mas irresistível. Quando eu me descuido das palavras com as quais penso, me pego formulando mentalmente a frase: eu te amo, e logo em seguida percebo quão ridícula é a ideia de amar sem ainda conhecer, e me corrijo dizendo "quero vir a te amar." Isso faz mais sentido, pq amar, como comportamento-fenômeno supostamente conhecido é algo que podemos desejar fazer mesmo sem conhecer o objeto amado. Isso porque fantasiamos, além do comportamento do Outro, o nosso comportamento. Imaginamos o que faríamos, ou diríamos, e como faríamos ou diríamos. E nessa atividade fantasística, mal posso esperar te conhecer e sentir o choque de ter você destruindo a imagem idealizada que venho formulando, para que eu possa ver você como você é, algo esperado, porém totalmente novo. Quero te amar no que te Suponho ser, e quero te amar ainda mais no que gradualmente te descobrir ser de verdade ++++++++ O tempo lapida a rocha do ser, esculpindo os entes como o vento raspando os penhascos O tempo consome a vida, aqui dita como energia que impulsiona o viver. O tempo só entrega o costume, O costume de ver indo tudo o que se imaginou ter conseguido segurar, O costume de ver escorrer pelo ralo os sonhos aparentemente tão duradouros, que não passavam de espuma. O costume de contemplar a tudo que se ama através das lentes quebradas da cisão, clivagem, separação insuperável entre Eu e Não-eu. Costume de encarar, a partir da distância entre o que sou, sem verbos, e o que desejo, sem moderação. O costume de ver morrer a tudo, e aguardar de forma impaciente a própria vez. ++++++++
Compartilhar