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TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO MARANHÃO (TRE/MA) NOÇÕES DE DIREITO ELEITORAL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 2 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 1 TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO MARANHÃO (TRE/MA) Queridos(as) Alunos(as)! Como estão os estudos de Direito Eleitoral para os TRE/MA? Firmes e fortes nesta jornada rumo à aprovação? Registro a todos vocês que o estudo da matéria não é tão difícil e, igualmente aos cursos anteriores de Eleitoral, bem como de outras matérias, tentaremos, ao máximo, fechar todas as lacunas possíveis de cobrança na prova. Com força e determinação, todos conseguirão alcançar seus objetivos. Concurso é uma fila que anda para aqueles que persistem até a aprovação! Desejo a todos sucesso em seus estudos! Agora vamos lá! Ricardo Gomes Aula 2 TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO MARANHÃO (TRE/MA) NOÇÕES DE DIREITO ELEITORAL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 2 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 2 QUADRO SINÓPTICO DA AULA: Organização da Justiça Eleitoral: composição e competência: 1. Competência do TSE 2. Competência dos TRE 3. Juízes Eleitorais 4. Juntas Eleitorais 1. ÓRGÃOS DA JUSTIÇA ELEITORAL. 1.2. Competências dos Tribunais Eleitorais. Competências do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Pessoal, entraremos agora numa parte que exigirá bastantes leituras e releituras do texto legal para que fixemos, ao máximo, as taxativas competências do TSE e dos TREs. Consoante preleciona o art. 121, caput, da CF-88, Lei Complementar disporia sobre organização e competência dos Tribunais, Juízes de Direito e Juntas Eleitorais. Esta Lei Complementar é o Código Eleitoral, lei ordinária em sua originalidade, quando editada em 1965, que foi recepcionado com status de Lei Complementar pela Constituição Federal de 1988. TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO MARANHÃO (TRE/MA) NOÇÕES DE DIREITO ELEITORAL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 2 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 3 CF-88 Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos juízes de direito e das juntas eleitorais. O rol de competências do TSE é prevista no art. 22 e 23 do Código Eleitoral. Referidas competências são classificadas como competências: JURISDICIONAIS (art. 22) – competências de decidir juridicamente o conflito, de forma originária ou em grau de recurso; ADMINISTRATIVAS (art. 23) – competências privativas do TSE em questões internas/administrativas. Por sua vez, as competências JURISDICIONAIS do TSE podem ser dividas em 2 grupos: a) ORIGINÁRIAS – quando cabe a este Tribunal processar e julgar em 1ª e única instância. Ou seja, quando cabe somente ao TSE e a nenhum outro Tribunal julgar determinada matéria ou circunstância fática prevista em lei (o TSE julga desde o início a matéria, sem interposto Tribunal ou Juiz de 1º Grau); b) RECURSAIS – quando cabe ao TSE julgar os recursos de decisões dos TREs; Compete ao TSE processar e julgar ORIGINARIAMENTE (1º e única instância) as seguintes matérias (art. 22, I): 1. o registro e a cassação (cancelamento) de registro de partidos políticos, dos seus diretórios nacionais e de TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO MARANHÃO (TRE/MA) NOÇÕES DE DIREITO ELEITORAL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 2 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 4 candidatos à Presidência e Vice-Presidência da República; É competência do TSE registrar determinados “atos eleitorais”, quais sejam, registro e cassação (cancelamento) de registro: a. de Partidos Políticos – por terem caráter nacional; b. dos Diretórios NACIONAIS dos partidos políticos; Obs 1: atenção! O registro de diretórios Estaduais e Municipais é competência dos TREs. c. de candidatos à Presidência da República e VICE. Obs 2: somente o registro da candidatura do Presidente e o VICE-Presidente da República, não cabe para Governador!). A Lei nº 9.096/95 (Lei dos Partidos Políticos) dispõe sobre os procedimentos para registro e cancelamento de registro dos Partidos Políticos, impondo o necessário registro dos seus estatutos no TSE. Ademais, prevê as hipóteses de cancelamento de registro. Lei nº 9.096/95 Art. 7º O partido político, após adquirir personalidade jurídica na forma da lei civil, registra seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral. Art. 28. O Tribunal Superior Eleitoral, após trânsito em julgado de decisão, determina o cancelamento do registro civil e do estatuto do partido contra o qual fique provado: I - ter recebido ou estar recebendo recursos financeiros de procedência estrangeira; II - estar subordinado a entidade ou governo estrangeiros; III - não ter prestado, nos termos desta Lei, as devidas contas à Justiça Eleitoral; IV - que mantém organização paramilitar. Quanto aos candidatos à Presidente da República e Vice, cabe TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO MARANHÃO (TRE/MA) NOÇÕES DE DIREITO ELEITORAL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 2 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 5 também ao TSE julgar as argüições de inelegibilidade de suas candidaturas, conforme previsto na Lei de Inelegibilidades: LC nº 64/90 Art. 2º Compete à Justiça Eleitoral conhecer e decidir as argüições de inelegibilidade. Parágrafo único. A argüição de inelegibilidade será feita perante: I - o Tribunal Superior Eleitoral, quando se tratar de candidato a Presidente ou Vice-Presidente da República; 2. os conflitos de jurisdição entre Tribunais Regionais e Juízes Eleitorais de Estados diferentes; Os Conflitos de jurisdição são conflitos de competência entre autoridades jurisdicionais, que podem ser positivos (ambos declaram-se competentes) ou negativos (ambos declaram-se não competentes - incompetentes). O Código não foi claro neste dispositivo, linguagem inclusive dúbia, mas vamos tentar melhorar a compreensão. Resumindo o TSE julgará conflitos de competência: a. Entre Tribunais Regionais Eleitorais (entre TREs) - ex: TRE/SP com TRE/RJ); - esse é o entendimento da jurisprudência majoritária do TSE. b. Entre Juízes Eleitorais de Estados diferentes – ex: um Juiz Eleitoral de Goiás com um Juiz Eleitoral de Minas Gerais. Isto porque um TRE de um Estado não tem jurisdição sobre Juízes Eleitorais de outro Estado, restando ao TSE julgar conflitos entre juízes eleitorais de TRE/Estados diferentes. Obs: conflitos entre Juízes Eleitorais de mesmo Estado TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO MARANHÃO (TRE/MA) NOÇÕES DE DIREITO ELEITORAL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 2 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 6 são julgados pelo TRE respectivo – regra: se o TRE tem jurisdição sobre os Juízes, é o próprio Tribunal Regional quem julga os magistrados a ele vinculados. Ex: conflitos entre juízes eleitorais de Poços de Caldas/MG e deVarginha/MG são julgados pelo TRE/MG. c. Não está expresso na lei, mas é o TSE que julgará conflitos de jurisdição entre um TRE de um Estado e um juiz eleitoral de outro Estado. Ex: TRE/PE versus Juiz Eleitoral do Ceará. Isso porque não há jurisdição do TRE/PE sobre Juiz Eleitoral do CE, cabendo ao TSE dirimir o conflito. 3. a suspeição ou impedimento aos seus Membros, ao Procurador Geral e aos funcionários da sua Secretaria; Não existe outra instância superior que possa julgar as argüições de suspeição e impedimento dos Membros do TSE, Procurador-Geral Eleitoral e dos funcionários da Secretaria da Corte Superior, a não ser o próprio TSE. Em apertada síntese, relato que a previsão legal de argüição de suspeição ou impedimento de Membro do TSE, Procurador-Geral e dos funcionários da Secretaria visa impedir eventuais decisões parciais em favor ou em desfavor de algum candidato ou partido. O impedimento legal gera a presunção absoluta de parcialidade do Juíz (ex: um Membro do TSE que seria parte no processo que ele mesmo julgará). Já a simples suspeição gera presunção relativa de parcialidade, dependente de prova da eventual parcialidade do magistrado (ex: amigo íntimo ou inimigo mortal de alguma das partes do processo – tem que provar que era amigo íntimo). Basta memorizar que o TSE julgará as exceções (ações) de suspeição ou impedimento de: 1. seus Membros (Ministros do TSE); 2. Procurador-Geral Eleitoral; TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO MARANHÃO (TRE/MA) NOÇÕES DE DIREITO ELEITORAL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 2 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 7 3. funcionários da Secretaria do TSE; 4. os crimes eleitorais e os comuns que lhes forem conexos cometidos pelos seus próprios juízes (Ministros do TSE) e pelos Juízes dos Tribunais Regionais (Membros dos TREs); CUIDADO! É ponto bastante duvidoso a definição exata da competência para julgamento de Crimes cometidos pelos Ministros do TSE, Membros de TREs e Juízes Eleitorais. Esta dúvida ocorre porque o Código Eleitoral prevê competências completamente dissonantes ao que a atual Constituição Federal preleciona. Crimes eleitorais e comuns NÃO são mais julgados pelo TSE! Esta competência não mais pertence ao TSE, pois a CF-88 agora prevê que cabe ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), respectivamente, julgar as infrações penais COMUNS e os crimes de responsabilidade dos Membros dos Tribunais Superiores (TSE e outros), e dos Membros dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs). Vide arts. 102, I, c, e art. 105, I, a, da CF-88. Mas, Professor, o STF e o STJ têm competência para julgar os crimes comuns, onde está a previsão dos crimes eleitorais? Informo que apenas para fins de competência, os crimes eleitorais são considerados incluídos no conceito de crimes COMUNS. Exatamente por esse motivo é que o STF é o competente para julgar os Ministros do TSE, e o STJ, os Desembargadores/Membros dos TREs, quanto à prática de crimes comuns, inclusive os crimes eleitorais. Lembro que esse foi tema de grandes discussões no STJ e no STF, especialmente nos julgados de 2006-2007, se os crimes eleitorais seriam ou não incluídos no conceito de crimes comuns da CF-88. Conclusão: o TSE não tem mais competência para julgar crimes TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO MARANHÃO (TRE/MA) NOÇÕES DE DIREITO ELEITORAL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 2 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 8 eleitorais e crimes comuns cometidos pelos Ministros do TSE e pelos Membros dos TREs! Assim, os Ministros do TSE são julgados pelos crimes eleitorais por eles cometidos pelo STF (Supremo Tribunal Federal)! Por fim, os crimes eleitorais cometidos pelos Juízes Eleitorais serão julgados pelos TREs do Estado respectivo. Cuidado! Os TREs somente julgarão crimes eleitorais cometidos pelos Juízes Eleitorais de 1º Grau. Os crimes comuns cometidos pelos Juízes serão julgados pelo Tribunal de Justiça do Estado (TJ Estadual). É isto o que prescreve também o art. 96, III, da CF-88. Resumo das competências para julgamento dos crimes cometidos por Membros e Juízes dos Tribunais Eleitorais: Membros e Juízes Eleitorais Crimes COMUNS Crimes ELEITORAIS Ministros do TSE STF STF Membros de TREs STJ STJ Juízes Eleitorais de 1º grau TJ* TRE* CF-88 Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I - processar e julgar, originariamente: c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO MARANHÃO (TRE/MA) NOÇÕES DE DIREITO ELEITORAL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 2 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 9 de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999) Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: I - processar e julgar, originariamente: a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais; Art. 96 III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Federal e Territórios, bem como os membros do Ministério Público, nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral. 5. o habeas corpus ou mandado de segurança, em matéria eleitoral, relativos a atos do Presidente da República, dos Ministros de Estado e dos Tribunais Regionais; ou, ainda, o habeas corpus, quando houver perigo de se consumar a violência antes que o juiz competente possa prover sobre a impetração; Competência do TSE para julgar Mandado de Segurança (MS) e Habeas Corpus (HC). Neste caso, o STF restringiu a aplicação do dispositivo, no Recurso Extraordinário nº 163.727-7/RJ, para dar força ao previsto nos arts. 102, I, d, e art. 105, I, c, da CF-88, que preveem competência do STF e do STJ para julgarem Mandado de Segurança (MS) contra, respectivamente, TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO MARANHÃO (TRE/MA) NOÇÕES DE DIREITO ELEITORAL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 2 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 10 Presidente da República e Ministros de Estados. CF-88 Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal (STF), precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I - processar e julgar, originariamente: d) o "habeas-corpus", sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores (inclusive Ministros de Tribunais Superiores – Ministros do TSE); o mandado de segurança e o "habeas-data" contra atos do Presidente da República,das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal; Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça (STJ): I - processar e julgar, originariamente: c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas mencionadas na alínea "a" (inclusive os Membros de Tribunais Regionais Eleitorais), ou quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; Quanto ao Mandado de Segurança (MS), o TSE julgará tão somente os impetrados contra atos dos Membros dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs). Com isto, hoje a competência do TSE para julgar HC e MS em matéria eleitoral pode ser assim resumida: a) para julgar habeas corpus em matéria eleitoral contra Presidente da República, Ministros de Estado e Tribunais Regionais. b) para julgar habeas corpus para os casos em que o Juiz não possa provê-lo antes do próprio TSE; c) para julgar mandado de segurança apenas contra os TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO MARANHÃO (TRE/MA) NOÇÕES DE DIREITO ELEITORAL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 2 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 11 Membros dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs), não cabendo mais MS no TSE contra Presidente e Ministros de Estado. A jurisprudência do TSE define que o próprio TSE NÃO é competente para processar e julgar habeas corpus contra decisão de juiz relator de TRE (decisão de Membro do TRE). A decisão monocrática (pessoal de 1 único Membro-Relator do TRE) é recorrível ao próprio TRE, sob pena de supressão de instância. Dessa forma, só caberá HC no TSE contra decisão de órgão colegiado de TRE (nunca de decisão monocrática) - Acórdão-TSE, de 28.2.2012, no HC nº 151921. 6. as Reclamações relativas a obrigações impostas por lei aos partidos políticos, quanto à sua contabilidade e à apuração da origem dos seus recursos; Toda reclamação referente à contabilidade e apuração da origem dos recursos dos partidos políticos, deverá ser endereçada ao TSE ou ao TRE (competente para julgar a reclamação), conforme também prevê o art. 29, I, f, do Código Eleitoral. Além do Código Eleitoral, o art. 35 da Lei nº 9.096/95 (Lei dos Partidos Políticos) prevê que o TSE e os TREs têm competência para determinar exame da escrituração do partido político e a apuração de qualquer ato que viole as prescrições legais ou estatuárias em matéria financeira, na hipótese de denúncia de filiado ou delegado de partido ou representação do Procurador-Geral/Regional Eleitoral, bem como de iniciativa do Corregedor. 7. as impugnações à apuração do resultado geral, proclamação dos eleitos e expedição de diploma na eleição de Presidente e Vice-Presidente da República; As impugnações sobre o resultado das eleições, proclamação dos eleitos e expedição de diploma apenas nas candidaturas de Presidente e Vice da República, serão processadas e julgadas pelo TSE. Atenção porque é TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO MARANHÃO (TRE/MA) NOÇÕES DE DIREITO ELEITORAL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 2 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 12 apenas para os casos de Presidente e Vice da República. 8. os pedidos de Desaforamento dos feitos não decididos nos TREs dentro de 30 (trinta) dias da conclusão ao relator, formulados por partido, candidato, Ministério Público ou parte legitimamente interessada. O pedido de desaforamento visa o deslocamento da competência de um Juiz Eleitoral de uma comarca para o de outra, com a finalidade de que seja proferido novo julgamento ou processamento do feito. Em linguagem simples, o desaforamento serve para retirar o processamento e julgamento do processo de um determinado juízo eleitoral para outro, por, entre outros motivos, impossibilidade de julgamento na comarca. Ex: convulsão social que prejudique o andamento normal do feito. Aqueles pedidos de desaforamento não decididos nos TREs em até 30 DIAS, formulados por partidos políticos, candidato, MP ou parte interessada, serão julgados pelo TSE. 9. as reclamações contra os seus próprios juízes que, no prazo de 30 (trinta) dias a contar da conclusão, não houverem julgado os feitos a eles distribuídos. Conforme consta do Código eleitoral, caso um Ministro do TSE não julgue os processos de sua carga em até 30 dias, caberá reclamação para o Pleno do próprio TSE. No entanto, considera-se que este dispositivo foi revogado pela jurisprudência do próprio TSE na Reclamação nº 475, de 10.10.2007, ao estabelecer que esta competência para o julgamento das reclamações desta espécie passou a ser do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), nos termos do art. 103-B, § 4o, III, da CF-88. Para concursos da FCC, deve-se ficar atento se a questão exige o conhecimento do Código Eleitoral ou faz alusão ao entendimento atual do TSE. Por outro lado, o CESPE deve entender tal dispositivo revogado, mas ainda não encontrei questão de concurso sobre este ponto, no qual tivesse manifestado TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO MARANHÃO (TRE/MA) NOÇÕES DE DIREITO ELEITORAL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 2 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 13 seu entendimento. 10. a ação rescisória, nos casos de inelegibilidade, desde que intentada dentro de 120 (cento e vinte) dias de decisão irrecorrível, possibilitando-se o exercício do mandato eletivo até o seu trânsito em julgado. A Ação rescisória é um meio autônomo de impugnação de sentença de mérito judicial (diferente de recurso judicial) por motivos de ilegalidade ou injustiça. Por meio dela pede-se a desconstituição (rescisão) de uma sentença já transitada em julgada (isto é, da qual não caiba mais recursos). Cuidado! Para essa competência do TSE, o STF declarou a inconstitucionalidade da parte do dispositivo que permite, por meio da ação rescisória, o exercício do mandato eletivo até o seu trânsito em julgado. Com isso, o TSE é competente para julgar ação rescisória somente nos casos de inelegibilidade, desde que intentada em até 120 dias da decisão irrecorrível. Neste caso, a ação rescisória não é meio hábil para possibilitar o exercício do mandato eletivo com a sua simples interposição. Apenas com a decisão final da rescisória é tal efeito poderá ser conferido (Acórdãos nas A.R.s nº 376 e 339, de 11/12/2008 e de 22/04/2008). Observo, por fim, que segundo TSE (nas decisões AC.-TSE nº 106/2000 e 89/2001) os TREs não são competentes para o julgamento de ação rescisória no âmbito da Justiça Eleitoral, pois incumbiria apenas ao TSE seu processo e julgamento, originariamente, contra seus próprios julgados. Nesse caso, predomina que somente caberá ação rescisória na Justiça Eleitoral de decisões do TSE no próprio TSE, não cabendo de decisões de TREs e de Juízes Eleitorais. Há divergências, mas é o que predomina. Se a ação rescisória não for proposta em 120 DIAS do trânsito em julgado da decisão, configura decadência (perda do direito) - Ac.-TSE, de TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO MARANHÃO (TRE/MA) NOÇÕES DE DIREITO ELEITORAL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 2 PROF: RICARDO GOMESwww.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 14 10.11.2011, no AR nº 93296. Ademais, a competência do TSE em sede de ação rescisória limita- se à revisão de seus próprios julgados que tenham analisado o mérito de questões relativas à inelegibilidade (Ac.-TSE, de 6.8.2013, no AgR-AR nº 16927; Ac.-TSE, de 20.6.2013, no AgR-AR nº 4975). Competência RECURSAL do TSE (art. 22, II). Compete ao TSE julgar os recursos interpostos das decisões dos TREs, de acordo com o art. 276 do Código Eleitoral, salvo quanto à matéria administrativa. A despeito do art. 22, II, prelecionar que o TSE julgaria recursos de decisões dos TREs inclusive sobre matérias administrativas, tal parte específica é inaplicável, conforme pacífica jurisprudência do TSE (Ac.-TSE, de 22.2.2007, nos Respe nos 25.416 e 25.434; Ac.-TSE, de 22.2.2007, no Respe no 25.836). Código Eleitoral Art. 22. Compete ao Tribunal Superior: II - julgar os recursos interpostos das decisões dos Tribunais Regionais nos termos do Art. 276 inclusive os que versarem matéria administrativa. (esta ultima parte deve ser desconsiderada!) O art. 276 do CE prevê as hipóteses de Recursos Ordinários e Especiais do TRE para o TSE. Na parte referente a recursos eleitorais, trataremos sobre o tema com os devidos detalhes. Código Eleitoral Art. 276. As decisões dos Tribunais Regionais são terminativas, salvo os casos seguintes em que cabe recurso para o Tribunal Superior: TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO MARANHÃO (TRE/MA) NOÇÕES DE DIREITO ELEITORAL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 2 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 15 I - especial: a) quando forem proferidas contra expressa disposição de lei; b) quando ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribunais eleitorais. II - ordinário: a) quando versarem sobre expedição de diplomas nas eleições federais e estaduais; b) quando denegarem habeas corpus ou mandado de segurança. O parágrafo único do art. 22 do CE foi tacitamente revogado pelo art. 121, §3º, da CF: Código Eleitoral Art. 22 Parágrafo único. As decisões do Tribunal Superior são irrecorríveis, salvo nos casos do Art. 281. CF-88 Art. 121 § 3º - São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, salvo as que contrariarem esta Constituição e as denegatórias de "habeas-corpus" ou mandado de segurança. Competência PRIVATIVA (ADMINISTRATIVA) do TSE (art. 23). Somente ao TSE, e a nenhum outro Tribunal, compete praticar os seguintes atos (competência privativa): TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO MARANHÃO (TRE/MA) NOÇÕES DE DIREITO ELEITORAL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 2 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 16 1. elaborar o seu Regimento Interno; Competência exclusiva de todo Tribunal. É matéria prevista em todos os Editais de TREs. 2. organizar a sua Secretaria e a Corregedoria Geral, propondo ao Congresso Nacional a criação ou extinção dos cargos administrativos e a fixação dos respectivos vencimentos, provendo-os na forma da lei; O TSE é competente para: a. organizar sua Secretaria e a Corregedoria-Geral; b. propor ao Congresso a criação e extinção de cargos e a fixação de vencimentos; c. prover os cargos (nomear e dar posse a todos os candidatos aprovados nos concursos do TSE!) Atenção! O TSE não cria ou extingue cargos, apenas propõe ao Congresso! 3. conceder aos seus Membros (Ministros) licença e férias assim como afastamento do exercício dos cargos efetivos; Segundo determina a CF-88, os Tribunais, inclusive o TSE, detém competência para conceder licença, férias e outros afastamentos aos seus Membros e aos Juízes e servidores imediatamente vinculados. CF-88 Art. 96. Compete privativamente: I - aos tribunais: f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e servidores que lhes forem imediatamente vinculados; TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO MARANHÃO (TRE/MA) NOÇÕES DE DIREITO ELEITORAL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 2 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 17 4. aprovar o afastamento do exercício dos cargos efetivos dos Juízes dos Tribunais Regionais Eleitorais; O afastamento tratado pelo Código Eleitoral é o referente aos cargos efetivos principais exercidos pelos Juízes Eleitorais. Ex: cargo de Juiz de Direito da Justiça Estadual. O afastamento do cargo efetivo é medida de caráter extraordinário, que visa atender a necessidades temporárias e excepcionais do serviço eleitoral. A competência para decretação deste afastamento é privativa da Justiça Eleitoral, não competindo aos Tribunais de Justiça participarem do ato. Vale assinalar que a concessão de afastamento a Juiz de Tribunal Regional Eleitoral (TRE) ou a Juiz Eleitoral é da competência privativa do respectivo do TRE, cabendo ao TSE apenas sua aprovação. A Resolução – TSE nº 21.842/2004 disciplina o afastamento de magistrados da Justiça Eleitoral dos seus cargos efetivos. Observem que foi o TSE quem regulamentou o afastamento de todos os magistrados da Justiça Eleitoral. Apesar do Juiz ou Membro ser do TRE respectivo, o TSE tem competência para regulamentar sobre afastamento. De todo modo, o TRE tem competência para conceder o afastamento e o TSE apenas aprovará ou não. Resolução nº 21.842/2004 Art. 1 § 2º O deferimento do afastamento ficará condicionado ao voto favorável de cinco dos membros do Tribunal Regional Eleitoral e deverá ser submetido ao Tribunal Superior Eleitoral. 5. propor a criação de Tribunal Regional (TRE) na sede de qualquer dos Territórios; Se o Brasil vier a possuir outros Territórios, poderá o TSE propor a criação de TRE em sua sede. TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO MARANHÃO (TRE/MA) NOÇÕES DE DIREITO ELEITORAL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 2 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 18 6. propor ao Poder Legislativo o aumento do número dos juízes de qualquer Tribunal Eleitoral, indicando a forma desse aumento; Este dispositivo não é aplicável em virtude da composição dos TREs não ser mínima, isto é, a CF-88 no art. 120, §1º, previu apenas que os TREs seriam compostos de 7 Membros, não facultando a possibilidade de aumento. Com isso, o TSE não poderá mais propor aumento do número de juízes de TREs. 7. fixar as datas para as eleições de Presidente e Vice- Presidente da República, senadores e deputados federais, quando não o tiverem sido por lei: Esse dispositivo não tem mais validade em vista da previsão na CF-88 de data específica para eleições de Presidente e Vice da República. Ademais, a Lei nº 9.504/97 estabelece que as eleições para, entre outros, Senadores, Deputados Federais e Estaduais, serão realizadas simultaneamente. Com efeito, os TREs poderão fixar data das eleições suplementares. Conforme visto, a data das eleições ordinárias/comuns (federais, estaduais e municipais) já é prevista na Constituição Federal e na Lei nº 9.504/97, não remanescendo mais a competência para o TSE e os TREs marcarem as datas de referidas eleições. Todavia, em determinadoscasos extraordinários (ex: cassação de mandato eletivo, especialmente nos Municípios) são demandadas a realização de novas eleições fora do calendário ordinário e comum. Nestes casos, o Presidente do Tribunal Regional poderá marcar as chamadas eleições suplementares. Ademais, hoje a Justiça Eleitoral detém competência para a fixação de data de plebiscito e referendo, nos limites da circunscrição do órgão eleitoral (TSE – em todo o país; TRE – em todo o Estado; Juiz Eleitoral – na circunscrição municipal), conforme determina a Lei nº 9.709/98. TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO MARANHÃO (TRE/MA) NOÇÕES DE DIREITO ELEITORAL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 2 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 19 CF-88 Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á, simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato presidencial vigente. Lei nº 9504/97 Art. 1º As eleições para Presidente e Vice-Presidente da República, Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal, Prefeito e Vice-Prefeito, Senador, Deputado Federal, Deputado Estadual, Deputado Distrital e Vereador dar-se-ão, em todo o País, no primeiro domingo de outubro do ano respectivo. Parágrafo único. Serão realizadas simultaneamente as eleições: I - para Presidente e Vice-Presidente da República, Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal, Senador, Deputado Federal, Deputado Estadual e Deputado Distrital; Lei nº 9.709/98 Art. 8o Aprovado o ato convocatório, o Presidente do Congresso Nacional dará ciência à Justiça Eleitoral, a quem incumbirá, nos limites de sua circunscrição: I – fixar a data da consulta popular; 8. aprovar a divisão dos Estados em zonas eleitorais ou a criação de novas zonas; Somente o TSE poderá aprovar a criação e divisão de zonas eleitorais. É comum confundir esta competência ao imaginar ser exclusiva dos TREs. A despeito de ser interesse regional, compete ao TSE aprovar o estabelecimento das zonas eleitorais (o TSE homologa ou não a divisão da TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO MARANHÃO (TRE/MA) NOÇÕES DE DIREITO ELEITORAL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 2 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 20 circunscrição do Estado em Zonas Eleitorais). Os TREs criarão e dividirão as zonas eleitorais, submetendo-se à aprovação do TSE. TREs: 1. dividem o território em Zonas Eleitorais; 2. criam e desmembram as Zonas Eleitorais TSE – aprova ou não 9. expedir as instruções que julgar convenientes à execução deste Código; Este dispositivo é um dos diversos outros previstos na Legislação Eleitoral, especialmente no Código Eleitoral e na Lei nº 9.504/97, que dá sustentáculo ao Poder Regulamentar do TSE. Código Eleitoral Art. 1º (...) Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral expedirá instruções para sua fiel execução. Art. 23 - Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior, (...) IX - expedir as instruções que julgar convenientes à execução deste Código; Lei nº 9.504/1997 Art. 105. Até o dia 5 de março do ano da eleição, o Tribunal Superior Eleitoral, atendendo ao caráter regulamentar e sem restringir direitos ou estabelecer sanções distintas das previstas nesta Lei, poderá expedir todas as instruções necessárias para sua fiel execução, ouvidos, previamente, em audiência pública, os delegados ou representantes dos TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO MARANHÃO (TRE/MA) NOÇÕES DE DIREITO ELEITORAL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 2 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 21 partidos políticos. (Redação dada pela Lei nº 12.034, de 2009) 10. fixar a diária do Corregedor Geral, dos Corregedores Regionais e auxiliares em diligência fora da sede; 11. enviar ao Presidente da República a lista tríplice organizada pelos Tribunais de Justiça (TJs) nos termos do art. 25; Como já estudamos, igualmente ao TSE, os TREs são compostos por 2 Advogados, escolhidos dentre a lista de 6 Advogados indicados pelo TJ local. Esta nomeação dos 2 Advogados para compor o pleno do TRE é feita pelo Presidente da República (Chefe do Poder Executivo Federal). Para tanto, o TJ Estadual organiza os nomes dos Juízes em lista tríplice (3 nomes) e encaminha ao TSE, que a divulgará através de Edital. Observem que o TSE é que enviará ao Presidente da República a lista tríplice de Advogados encaminhada pelo TJ local para comporem o TRE de cada Estado. É comum confundirem esta competência como se fosse dos TREs e não do TSE. Cuidado! CF-88 Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de cada Estado e no Distrito Federal. § 1º - Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão: III - por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça. 12. responder, sobre matéria eleitoral, às CONSULTAS que lhe forem feitas em tese por autoridade com jurisdição, federal ou órgão nacional de partido político; O TSE poderá ser demandado acerca de alguma matéria eleitoral TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO MARANHÃO (TRE/MA) NOÇÕES DE DIREITO ELEITORAL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 2 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 22 que se apresenta ainda duvidosa no meio jurídico. É uma faceta do poder regulamentar da Justiça Eleitoral. Como aspecto histórico, um exemplo desse expediente foi a consulta formulada ao TSE a respeito da aplicabilidade da “Lei da Ficha Limpa” (Lei Complementar nº 135/2010) às Eleições do antigo ano de 2010. O TSE respondeu em 10/06/2010, firmando entendimento no sentido de que a Lei Complementar 135/2010 pode ser aplicada para as eleições do ano de 2010. Apesar da decisão do TSE, o STF, no julgamento do Recurso Extraordinário (RE) nº 633703 decidiu em 23/03/2011 que os termos da Lei da Ficha Limpa NÃO se aplicam às eleições de 2010, mas apenas às posteriores, com base no princípio da anterioridade da legislação eleitoral. Estas Consultas ao TSE devem ser realizadas apenas em abstrato (em tese), nunca no bojo de um processo já instaurado, pois as consultas visam apenas sanar dúvida de cunho jurídico no âmbito ainda abstrato, distante do caso concreto. As consultas não têm caráter vinculante, mas podem servir de suporte para as razoes dos juízes eleitorais. As consultas podem ser realizadas por autoridade com jurisdição federal ou órgão nacional de partido político. O TSE também tem realizado consultas de cunho administrativo, não apenas em matéria eleitoral, quando relevantes em relação à temática. Um exemplo foi a edição da Resolução nº 22.314/2006: Resolução nº 22.314/2006 MAGISTRADO. Participação em TRE. 1. Ex-membro titular ou substituto. Assunção da titularidade de zona eleitoral. Inadmissibilidade. Inclusão no final da lista de antiguidade. 2. Substituto atual. Cumulação de cargo de titular de zona eleitoral. Inadmissibilidade. 3. Consultas de cunho administrativo não eleitoral, conhecidas em razão da relevância dotema. Aplicação da Res. TS nº 21.009/2002. 13. autorizar a contagem dos votos pelas mesas receptoras nos Estados em que essa providência for TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO MARANHÃO (TRE/MA) NOÇÕES DE DIREITO ELEITORAL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 2 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 23 solicitada pelo Tribunal Regional respectivo; 14. requisitar a força federal (Policial) necessária ao cumprimento da lei, de suas próprias decisões ou das decisões dos Tribunais Regionais que o solicitarem, e para garantir a votação e a apuração; A Polícia Federal (PF) é a Força que fica à disposição da Justiça Eleitoral para a necessidade de cumprimento de suas decisões, especialmente no período eleitoral (Decreto-Lei nº 1.064/69). A Resolução do TSE nº 21.843/2004 dispõe acerca da requisição de força federal pela Justiça Eleitoral. O poder de o TSE requisitar força federal NÃO depende da intermediação do presidente do STF! 15. organizar e divulgar a Súmula de sua jurisprudência; 16. requisitar funcionários da União e do Distrito Federal quando o exigir o acúmulo ocasional do serviço de sua Secretaria; As requisições de servidores da União e do DF devem durar apenas 1 ANO, renovável por igual período. Na atual regulamentação do tema, a Lei nº 11.300/2006 alterou a Lei nº 9.504/97 para determinar o prazo de requisição de 3 meses a 3 meses depois de cada eleição para trabalhar no pleito eleitoral. Lei nº 6.999/82 Art. 2 § 1º - As requisições serão feitas pelo prazo de 1 (um) ano, prorrogável, e não excederão a 1 (um) servidor por 10.000 (dez mil) ou fração superior a 5.000 (cinco mil) eleitores inscritos na TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO MARANHÃO (TRE/MA) NOÇÕES DE DIREITO ELEITORAL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 2 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 24 Zona Eleitoral. Lei nº 9.504/97 Art. 94-A. Os órgãos e entidades da Administração Pública direta e indireta poderão, quando solicitados, em casos específicos e de forma motivada, pelos Tribunais Eleitorais: (Incluído pela Lei nº 11.300, de 2006) II - ceder funcionários no período de 3 (três) meses antes a 3 (três) meses depois de cada eleição. (Incluído pela Lei nº 11.300, de 2006) 17. publicar um boletim eleitoral; Este Boletim Eleitoral não existe mais, pois foi criada a Revista Jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral por meio da Resolução do TSE nº 16.584/90). 18. tomar quaisquer outras providências que julgar convenientes à execução da legislação eleitoral. A CF-88, em seu art. 96, prevê importantes regras básicas para organização de todo e qualquer tribunal, inclusive para os TREs e para o TSE. Leiam: CF-88 Art. 96. Compete privativamente: I - aos tribunais: a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com observância das normas de processo e das garantias processuais das partes, dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos; TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO MARANHÃO (TRE/MA) NOÇÕES DE DIREITO ELEITORAL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 2 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 25 b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes forem vinculados, velando pelo exercício da atividade correcional respectiva; c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de juiz de carreira da respectiva jurisdição; d) propor a criação de novas varas judiciárias; e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedecido o disposto no art. 169, parágrafo único, os cargos necessários à administração da Justiça, exceto os de confiança assim definidos em lei; f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e servidores que lhes forem imediatamente vinculados; Competência dos TREs (Tribunais Regionais Eleitorais). As competências dos TREs estão previstas no art. 29 e 30 do Código Eleitoral. Igualmente às do TSE, as competências dos TREs podem ser classificadas como competências: JURISDICIONAIS (art. 29) – competências de decidir juridicamente o conflito, de forma originária ou em grau de recurso; ADMINISTRATIVAS (art. 30) – competências privativas do TRE em questões internas/administrativas. TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO MARANHÃO (TRE/MA) NOÇÕES DE DIREITO ELEITORAL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 2 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 26 Por sua vez, as competências JURISDICIONAIS do TRE também podem ser dividas em 2 grupos: a) ORIGINÁRIAS – quando cabe ao TRE processar e julgar em 1ª e única instância. Ou seja, quando cabe somente ao TRE e a nenhum outro Tribunal julgar determinada matéria ou circunstância fática prevista em lei (o TRE julga desde o início a matéria, sem interposto Juiz de 1º Grau); b) RECURSAIS – quando cabe ao TRE julgar os recursos de decisões dos Juízes e Juntas Eleitorais; Compete aos TREs processar e julgar ORIGINARIAMENTE as seguintes matérias (art. 29): 1. o registro e o cancelamento do registro dos diretórios estaduais e municipais de partidos políticos, bem como de candidatos a Governador, VICE-Governadores, e membro do Congresso Nacional e das Assembléias Legislativas; Atenção! O registro e o cancelamento de registro dos diretórios ESTADUAIS e MUNICIPAIS de partidos políticos não é mais realizado pelos TREs, pois hoje os partidos apenas devem comunicar à Justiça Eleitoral a constituição dos seus órgãos diretivos e nomes de seus integrantes apenas para fim conferir publicidade e anotação nos Tribunais Eleitorais. Com isso, não é mais requisito para constituição dos diretórios estaduais e municipais o prévio registro no TRE (Acórdão TSE nº 13.060/96). Lei nº 9.096/95 Art. 10. As alterações programáticas ou estatutárias, após registradas no Ofício Civil competente, devem ser encaminhadas, para o mesmo fim, ao Tribunal Superior Eleitoral. TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO MARANHÃO (TRE/MA) NOÇÕES DE DIREITO ELEITORAL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 2 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 27 Parágrafo único. O Partido comunica à Justiça Eleitoral a constituição de seus órgãos de direção e os nomes dos respectivos integrantes, bem como as alterações que forem promovidas, para anotação: (Incluído pela Lei nº 9.259, de 1996) I - no Tribunal Superior Eleitoral, dos integrantes dos órgãos de âmbito nacional; (Incluído pela Lei nº 9.259, de 1996) II - nos Tribunais Regionais Eleitorais, dos integrantes dos órgãos de âmbito estadual, municipal ou zonal. Ressalvas: a. o registro de partidos políticos e de seus diretórios NACIONAIS DEVE SER FEITO e é competência do TSE. b. Continua competindo aos TREs o registro e cassação de registros dos candidatos a Governador, Vice, Membros do Congresso Nacional (Deputados Federais e Senadores) e das Assembléias Legislativas (Deputados Estaduais); Atenção!Nos TREs são registradas as candidaturas de Governador, Vice e membros das Assembleias Legislativas (isto é até obvio, não é verdade?). Contudo, também cabe aos TREs registrar a candidatura de Membros do Congresso Nacional! Isto mesmo! Dos Deputados Federais e Senadores! Faço esse registro porque muitos confundem com se fosse competência do TSE, ao imaginar que os Deputados e Senadores são “federais” ou “nacionais”. Na realidade, os Deputados Federais e Senadores são vinculados ao respectivo Estado. Vale ressaltar que quanto a esses candidatos aos cargos eletivos da circunscrição estadual (Senador, Deputados Federais e Estaduais, Governador e VICE), cabe também aos TREs julgar as argüições de inelegibilidade de suas candidaturas, conforme previsto na Lei de Inelegibilidades: TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO MARANHÃO (TRE/MA) NOÇÕES DE DIREITO ELEITORAL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 2 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 28 LC nº 64/90 Art. 2º Compete à Justiça Eleitoral conhecer e decidir as argüições de inelegibilidade. Parágrafo único. A argüição de inelegibilidade será feita perante: II - os Tribunais Regionais Eleitorais, quando se tratar de candidato a Senador, Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal, Deputado Federal, Deputado Estadual e Deputado Distrital 2. os conflitos de jurisdição entre juízes eleitorais do respectivo Estado; Como estudamos, o TRE julgará apenas conflito de competência entre Juízes a ele vinculados. Não poderá julgar conflito entre Juízes de outros TREs (competência do TSE), muito menos entre TRE e Juiz Eleitoral de outro TRE. 3. a suspeição ou impedimentos aos seus Membros, ao Procurador Regional e aos funcionários da sua Secretaria assim como aos juízes e escrivães eleitorais (chefes de cartório eleitoral); Em síntese, a previsão legal de argüição de suspeição ou impedimento de Membro do TRE, Juiz Eleitoral, Procurador Regional, dos funcionários da Secretaria e dos escrivães eleitorais visa impedir eventuais decisões parciais em favor ou em desfavor de algum candidato ou partido. O impedimento legal gera a presunção absoluta de parcialidade do Juíz (ex: um Juiz que seria parte no processo que ele mesmo julgará). Já a simples suspeição gera presunção relativa de parcialidade, dependente de prova da eventual parcialidade do magistrado (ex: amigo íntimo ou inimigo mortal de alguma das partes do processo – tem que provar que era amigo íntimo). TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO MARANHÃO (TRE/MA) NOÇÕES DE DIREITO ELEITORAL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 2 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 29 Basta memorizar que o TRE julgará as exceções (ações) de suspeição ou impedimento de: 1. seus Membros (Desembargadores do TRE); 2. Procurador Regional Eleitoral; 3. funcionários da Secretaria do TRE; 4. Juízes Eleitorais; 5. Escrivães eleitorais. Segundo a jurisprudência do TSE, a exceção de suspeição deve ser dirigida, inicialmente, ao juiz tido por suspeito (o Juiz excepto). Caso seja acolhida a exceção pelo próprio Juiz, a ação eleitoral principal deve ser submetida ao exame e julgamento de outro Juiz, diferente do reputado como suspeito. Se a exceção de suspeição não for acolhida pelo Juiz excepto, deve ser mandada ao TRE respectivo para julgamento. Assim, em outra linguagem, inicialmente, a exceção de suspeição é direcionada ao Juiz Eleitoral de 1º Grau reputado como suspeito. Se ele aceitar a exceção, o processo principal vai para outro Juiz. Caso ele não aceite, a exceção de suspeição vai ao TRE para decidir se o Juiz é ou não suspeito (Acórdão-TSE, de 30.5.2006, no MS nº 3.423). 4. os crimes eleitorais cometidos pelos Juízes Eleitorais; Os crimes eleitorais cometidos pelos Juízes Eleitorais serão julgados pelos TREs do Estado respectivo. Cuidado! Os TREs somente julgarão crimes eleitorais cometidos pelos Juízes Eleitorais. Os crimes comuns cometidos pelos Juízes serão julgados pelo Tribunal de Justiça do Estado. É isto o que prescreve também o art. 96, III, da CF-88: Art. 96 III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Federal e Territórios, bem como os membros do Ministério Público, nos crimes comuns e de responsabilidade, TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO MARANHÃO (TRE/MA) NOÇÕES DE DIREITO ELEITORAL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 2 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 30 ressalvada a competência da Justiça Eleitoral. 5. o habeas corpus ou mandado de segurança, em matéria eleitoral, contra ato de autoridades que respondam perante os Tribunais de Justiça por crime de responsabilidade e, em grau de RECURSO, os denegados ou concedidos pelos juízes eleitorais; ou, ainda, o habeas corpus quando houver perigo de se consumar a violência antes que o juiz competente possa prover sobre a impetração; Frise-se que os TREs somente julgarão HC e MS em matéria eleitoral. Assim se resume a competência dos TREs de julgar os Habeas Corpus e Mandado de Segurança (em matéria eleitoral): a. contra ato de autoridade que respondam perante o TJ por crime de responsabilidade (previstos na Constituição Estadual); b. em grau de recurso de decisão de Juiz Eleitoral, os HC e MS denegados ou concedidos; c. o HC quando houver perigo de se consumar a violência antes do Juiz competente deferi-lo – esta hipótese é também de competência do TSE. Por força desse dispositivo, a assunção ao cargo de prefeito, no curso de processo criminal eleitoral, realmente desloca a competência de um Juiz Eleitoral para o TRE (pela prerrogativa de foro do Prefeito perante o TJ ou TRE). Contudo, esse deslocamento da competência NÃO invalida os atos praticados por juiz de 1º Grau ao tempo em que era competente - Acórdão- TSE, de 2.5.2012, no HC nº 5003. 6. as reclamações relativas a obrigações impostas por lei aos TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO MARANHÃO (TRE/MA) NOÇÕES DE DIREITO ELEITORAL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 2 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 31 partidos políticos, quanto a sua contabilidade e à apuração da origem dos seus recursos; Toda reclamação referente à contabilidade e apuração da origem dos recursos dos partidos políticos, deverá ser endereçada ao TSE ou ao TRE (competente para julgar a reclamação), conforme também prevê o art. 22, I, f, do Código Eleitoral. Além do Código Eleitoral, o art. 35 da Lei nº 9.096/95 (Lei dos Partidos Políticos) prevê que o TSE e os TREs têm competência para determinar exame da escrituração do partido político e a apuração de qualquer ato que viole as prescrições legais ou estatuárias em matéria financeira, na hipótese de denúncia de filiado ou delegado de partido ou representação do Procurador-Geral/Regional Eleitoral, bem como de iniciativa do Corregedor. 7. os pedidos de desaforamento dos feitos não decididos pelos juízes eleitorais em 30 (trinta) dias da sua conclusão para julgamento, formulados por partido, candidato, Ministério Público ou por parte legitimamente interessada sem prejuízo das sanções decorrentes do excesso de prazo. O pedido de desaforamentovisa o deslocamento da competência de um Juiz Eleitoral de uma comarca para o de outra, com a finalidade de que seja proferido novo julgamento ou processamento do feito. Em linguagem simples, o desaforamento serve para retirar o processamento e julgamento do processo de um determinado juízo eleitoral para outro, por, entre outros motivos, impossibilidade de julgamento na comarca. Ex: convulsão social que prejudique o andamento normal do feito. Aqueles pedidos de desaforamento não decididos pelos Juízes Eleitorais no prazo de até 30 DIAS de sua conclusão para julgamento, deverão ser julgados pelo TRE a que é vinculado o magistrado. Competência RECURSAL dos TREs (art. 29, II). Compete aos TREs julgar os recursos interpostos: TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO MARANHÃO (TRE/MA) NOÇÕES DE DIREITO ELEITORAL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 2 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 32 1. dos atos e das decisões proferidas pelos Juízes e Juntas Eleitorais; 2. das decisões dos Juízes Eleitorais que concederem ou denegarem Habeas Corpus ou Mandado de Segurança. Código Eleitoral Art. 29. Compete aos Tribunais Regionais: II - julgar os recursos interpostos: a) dos atos e das decisões proferidas pelos juízes e juntas eleitorais. b) das decisões dos juízes eleitorais que concederem ou denegarem habeas corpus ou mandado de segurança. Competência PRIVATIVA (ADMINISTRATIVA) dos TREs (art. 30). Somente ao TRE, e a nenhum outro Tribunal, compete praticar os seguintes atos (competência privativa): 1. elaborar o seu Regimento Interno; Competência exclusiva de todo Tribunal. É matéria prevista em todos os Editais de TREs. 2. organizar a sua Secretaria e a Corregedoria Regional provendo-lhes os cargos na forma da lei, e propor ao Congresso Nacional, por intermédio do Tribunal Superior a criação ou supressão de cargos e a fixação dos TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO MARANHÃO (TRE/MA) NOÇÕES DE DIREITO ELEITORAL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 2 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 33 respectivos vencimentos; Os TREs podem autonomamente organizar sua Secretaria e sua Corregedoria Regional. Podem também prover os cargos públicos do Tribunal (nomear e dar posse a todos vocês!). Contudo, a proposição de criação de supressão de cargos, bem como de fixação de vencimentos, como já estudamos, é realizada por intermédio do TSE. Logo, o TRE proporá ao Congresso Nacional tais atos mediante o TSE e não diretamente. Resumo da Competência de Projeto de Lei de criação e extinção de cargos: quem tem competência para propor ao Congresso Nacional projeto de lei de criação/extinção de cargos é o Tribunal Regional Eleitoral (TRE). No entanto, para assim proceder, o TRE precisa da intermediação do TSE, não sendo autorizado o TRE propor diretamente no Congresso Nacional a criação/extinção de cargos públicos. Isto porque o TSE deve consolidar as propostas de todos os TREs do país, encaminhando-se de forma conjunta ao Congresso. Assim, impedem-se inúmeras propostas difusas e separadas de Projeto de Lei sobre cargos públicos, evitando-se tratamentos desiguais entre TREs. Síntese: TRE – competência de sugerir ao TSE a proposição ao Congresso de PL sobre cargos; TSE – encaminha propostas consolidadas de todos os TREs ao Congresso (o TSE não cria ou extingue cargos!!) 3. conceder aos seus Membros e aos Juízes Eleitorais licença e férias, assim como afastamento do exercício dos cargos efetivos submetendo, quanto aqueles (Membros dos TREs), a decisão à aprovação do Tribunal Superior Eleitoral; A competência para concessão de licença, férias e afastamentos dos cargos efetivos de Juízes Eleitorais e de Membros dos Tribunais é dos TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO MARANHÃO (TRE/MA) NOÇÕES DE DIREITO ELEITORAL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 2 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 34 TREs, sendo que em relação aos Membros dos TREs, tais decisões devem ser aprovadas (homologadas) pelo TSE. Resumo: TREs – competência para conceder licença, férias e afastamentos a seus Membros (Desembargadores) e aos Juízes Eleitorais (1ª instância) TSE – as mesmas concessões aos Membros do TRE devem ser submetidas à aprovação do TSE Cuidado porque apenas serão submetidas ao TSE as concessões aos Membros do TRE e não dos Juízes Eleitorais. A aprovação do TSE é apenas em caráter de homologação. CF-88 Art. 96. Compete privativamente: I - aos tribunais: f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e servidores que lhes forem imediatamente vinculados; 4. fixar a data das eleições de Governador e Vice- Governador, deputados estaduais, prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e juízes de paz, quando não determinada por disposição constitucional ou legal; O dispositivo não tem mais eficácia em vista da previsão na CF- 88 e na Lei nº 9.504/97 de data específica para eleições de Governador, Vice, Deputados estaduais, Prefeitos, Vice e Vereadores. Ademais, a Lei nº 9504/97 estabelece que as eleições para, entre outros, Senadores, Deputados Federais e Estaduais, serão realizadas simultaneamente: No entanto, os TREs poderão fixar data das eleições suplementares. Conforme visto, a data das eleições ordinárias/comuns (federais, estaduais e municipais) já é prevista na Constituição Federal e na Lei TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO MARANHÃO (TRE/MA) NOÇÕES DE DIREITO ELEITORAL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 2 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 35 nº 9.504/97, não remanescendo mais a competência para o TSE e os TREs marcarem as datas de referidas eleições. Todavia, em determinados casos extraordinários (ex: cassação de mandato eletivo, especialmente nos Municípios) são demandadas a realização de novas eleições fora do calendário ordinário e comum. Nestes casos, o Presidente do Tribunal Regional poderá marcar as chamadas eleições suplementares. Ademais, hoje a Justiça Eleitoral detém competência para a fixação de data de plebiscito e referendo, nos limites da circunscrição do órgão eleitoral (TSE – em todo o país; TRE – em todo o Estado; Juiz Eleitoral – na circunscrição municipal), conforme determina a Lei nº 9.709/98. Lei nº 9504/97 Art. 1º As eleições para Presidente e Vice-Presidente da República, Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal, Prefeito e Vice-Prefeito, Senador, Deputado Federal, Deputado Estadual, Deputado Distrital e Vereador dar-se-ão, em todo o País, no primeiro domingo de outubro do ano respectivo. Parágrafo único. Serão realizadas simultaneamente as eleições: I - para Presidente e Vice-Presidente da República, Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal, Senador, Deputado Federal, Deputado Estadual e Deputado Distrital; 5. constituir as Juntas Eleitorais e designar a respectiva sede e jurisdição; As Juntas Eleitorais são órgãos colegiados de 1ª instância da Justiça Eleitoral, compostos de: a) 1 JUIZ DE DIREITO (Presidente da Junta); b) 2 ou 4 CIDADÃOS de notória idoneidade. TRIBUNAL REGIONAL ELEITORALDO MARANHÃO (TRE/MA) NOÇÕES DE DIREITO ELEITORAL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 2 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 36 O TRE poderá constituir Juntas eleitorais diretamente, sem interferência direta do TSE. De outro lado, os TREs criarão e dividirão as Zonas eleitorais, submetendo-se à aprovação do TSE. 6. indicar ao TSE as zonas eleitorais ou seções em que a contagem dos votos deva ser feita pela mesa receptora; 7. apurar, com os resultados parciais enviados pelas Juntas Eleitorais, os resultados finais das eleições de Governador e Vice-Governador, Membros do Congresso Nacional e expedir os respectivos DIPLOMAS, remetendo dentro do prazo de 10 (dez) dias após a diplomação, ao TSE, cópia das atas de seus trabalhos; Dentro do Estado o TRE deverá finalizar as apurações das eleições Presidenciais (Presidente e Vice da República) e encaminhar os dados consolidados parciais (especificamente do Estado) para o TSE. As Juntas Eleitorais encaminham os resultados parciais apurados nas eleições em cada Zona Eleitoral do Estado, referentes às Eleições Estaduais. Estes resultados parciais deverão ser contabilizados pelo TRE, que apurará os resultados finais das eleições para Governador, Vice, Senador, Deputado Federal e Estadual. Os TREs têm competência para não somente apurar os resultados finais das eleições, mas também para EXPEDIR DIPLOMAS de Governador, Vice, e Membros do Congresso Nacional (Senadores e Deputados Federais), bem como dos Deputados Estaduais. A Diplomação dos membros dos Senadores e Deputados Federais não é de competência do TSE, mas dos TREs respectivos! Cuidado! É muito comum imaginar que a competência para expedir diplomas dos membros do Congresso (Deputado Federal e Senador) é do TSE. Basta lembrar que os candidatos para tais cargos são eleitos nos ESTADOS e não na TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO MARANHÃO (TRE/MA) NOÇÕES DE DIREITO ELEITORAL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 2 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 37 União. Eleições Presidenciais – TRE apura os resultados parciais do Estado. Eleições Estaduais (Governador, Vice, Senador, Deputado Federal e Estadual) – TRE apura os resultados finais. 8. responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas, em tese, por autoridade pública ou partido político; Os TREs, da mesma maneira que o TSE, respondem a consultas formuladas sobre questões eleitorais duvidosas no meio jurídico. Decorre tal competência do poder normativo da Justiça Eleitoral. Estas Consultas aos TREs e ao TSE devem ser realizadas apenas em abstrato (em tese), nunca no bojo de um processo já instaurado, pois as consultas visam apenas sanar dúvida de cunho jurídico no âmbito ainda abstrato, distante do caso concreto. As consultas não têm caráter vinculante, mas podem servir de suporte para as razoes dos juízes eleitorais. 9. dividir a respectiva circunscrição em Zonas Eleitorais, submetendo essa divisão, assim como a criação de novas zonas, à aprovação do TSE; Segundo o TSE, a Zona Eleitoral é a região geograficamente delimitada dentro de um Estado, gerenciada pelo cartório eleitoral, que centraliza e coordena os eleitores ali domiciliados. Pode ser composta por mais de um município, ou por parte dele. Normalmente segue a divisão de comarcas da Justiça Estadual. A criação e a divisão das circunscrições eleitorais em zonas eleitorais são realizadas pelos TREs. No entanto, como já examinamos, deverá ser submetido tal processo ao TSE, que aprovará ou não. TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO MARANHÃO (TRE/MA) NOÇÕES DE DIREITO ELEITORAL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 2 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 38 Resumo: TREs: 1. dividem o território em Zonas Eleitorais; 2. criam e desmembram as Zonas Eleitorais TSE – aprova ou não 10. aprovar a designação do Ofício de Justiça que deva responder pela escrivania eleitoral (cartório eleitoral) durante o biênio; 11. requisitar a força necessária ao cumprimento de suas decisões e solicitar ao TSE a requisição de força federal; Em determinadas eleições, especialmente nas municipais, as circunstâncias podem exigir a presença de força policial para garantir a lisura e o regular trabalho do processo eleitoral. O Decreto Lei nº 1.064/69 determina que o Departamento de Polícia Federal ficará à disposição da Justiça Eleitoral sempre que houver de se realizar eleições, gerais ou parciais, em qualquer parte do território nacional. O TSE já regulou tal matéria na Resolução TSE nº 14.623/88, disciplinando as atribuições da Polícia Federal quando à disposição da Justiça Eleitoral. Quando for necessária força federal, o TRE poderá requerer ao TSE a sua requisição. Código Eleitoral Art. 23. Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior: XIV – requisitar força federal necessária ao cumprimento da lei, de suas próprias decisões ou das decisões dos Tribunais Regionais que o solicitarem, e para garantir a votação e a apuração. TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO MARANHÃO (TRE/MA) NOÇÕES DE DIREITO ELEITORAL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 2 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 39 12. autorizar, no Distrito Federal e nas capitais dos Estados, ao seu presidente e, no interior, aos juízes eleitorais, a requisição de funcionários federais, estaduais ou municipais para auxiliarem os escrivães eleitorais, quando o exigir o acúmulo ocasional do serviço; 13. requisitar funcionários da União e, ainda, no Distrito Federal e em cada Estado ou Território, funcionários dos respectivos quadros administrativos, no caso de acúmulo ocasional de serviço de suas Secretarias; 14. aplicar as penas disciplinares de advertência e suspensão, por até 30 (trinta) dias, aos Juízes Eleitorais; Amigos, não é só servidor que responde a processo disciplinar por conduta ilícita. Os Juízes Eleitorais, em suas funções, poderão sofrer penalidade, aplicada pelo TRE, de advertência e de suspensão de até 30 DIAS. 15. cumprir e fazer cumprir as decisões e instruções do Tribunal Superior; 16. determinar, em caso de urgência, providências para a execução da lei na respectiva circunscrição; 17. organizar o fichário dos eleitores do Estado. 18. suprimir os mapas parciais de apuração mandando utilizar apenas os boletins e os mapas totalizadores, desde que o menor número de candidatos às eleições proporcionais justifique a supressão. TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO MARANHÃO (TRE/MA) NOÇÕES DE DIREITO ELEITORAL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 2 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 40 Mapas de apuração são formulários para transcrição de resultado de votação. As normas referentes à supressão dos mapas parciais de apuração têm pouco relevância para as provas, mas listo abaixo: a) qualquer candidato ou partido poderá requerer ao Tribunal Regional que suprima a exigência dos mapas parciais de apuração; b) da decisão do Tribunal Regional qualquercandidato ou partido poderá, no prazo de três dias, recorrer para o Tribunal Superior, que decidirá em cinco dias; c) a supressão dos mapas parciais de apuração só será admitida até seis meses antes da data da eleição; d) os boletins e mapas de apuração serão impressos pelos Tribunais Regionais, depois de aprovados pelo Tribunal Superior; e) o Tribunal Regional ouvira os partidos na elaboração dos modelos dos boletins e mapas de apuração a fim de que estes atendam às peculiaridade locais, encaminhando os modelos que aprovar, acompanhados das sugestões ou impugnações formuladas pelos partidos, à decisão do Tribunal Superior. Por fim, vale registrar que, em tese, faltando em algum possível Território um TRE próprio, o TSE designará o TRE de algum Estado, que terá jurisdição sobre aquele Território. Código Eleitoral Art. 31. Faltando num Território o Tribunal Regional, ficará a respectiva circunscrição eleitoral sob a jurisdição do Tribunal Regional que o Tribunal Superior designar. Competência do Procurador Geral Eleitoral (PGE). TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO MARANHÃO (TRE/MA) NOÇÕES DE DIREITO ELEITORAL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 2 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 41 As funções de Procurador-Geral do TSE serão exercidas pelo Procurador-Geral da República (PGR), que é o Chefe do Ministério Público da União (MPU). Segundo a Lei Orgânica do MPU, o Procurador-Geral e o VICE- Procurador-Geral poderão designar Membros do Ministério Público Federal (MPF) para oficiarem perante o TSE. No entanto, estes outros membros do MPU designados pelo PGR para auxiliá-lo nas funções eleitorais não poderão ter assento no Plenário do TSE. Ademais, será substituto do Procurador-Geral Eleitoral, nas hipóteses de impedimento e vacância, o VICE-Procurador-Geral Eleitoral, designado entre os Subprocuradores-Gerais da República. Código Eleitoral Art. 18. Exercerá as funções de Procurador Geral, junto ao Tribunal Superior Eleitoral, o Procurador Geral da República, funcionando, em suas faltas e impedimentos, seu substituto legal. Parágrafo único. O Procurador Geral poderá designar outros membros do Ministério Público da União, com exercício no Distrito Federal, e sem prejuízo das respectivas funções, para auxiliá-lo junto ao Tribunal Superior Eleitoral, onde não poderão ter assento. LC nº 75/93 Art. 72. Compete ao Ministério Público Federal exercer, no que couber, junto à Justiça Eleitoral, as funções do Ministério Público, atuando em todas as fases e instâncias do processo eleitoral. Art. 73. O Procurador-Geral Eleitoral é o Procurador-Geral da República. Parágrafo único. O Procurador-Geral Eleitoral designará, dentre os Subprocuradores-Gerais da República, o Vice-Procurador-Geral Eleitoral, que o substituirá em seus impedimentos e exercerá o cargo em caso de vacância, até o provimento definitivo. Art. 74. Compete ao Procurador-Geral Eleitoral exercer as funções do Ministério Público nas causas de competência do TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO MARANHÃO (TRE/MA) NOÇÕES DE DIREITO ELEITORAL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 2 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 42 Tribunal Superior Eleitoral. Parágrafo único. Além do Vice-Procurador-Geral Eleitoral, o Procurador-Geral poderá designar, por necessidade de serviço, membros do Ministério Público Federal para oficiarem, com sua aprovação, perante o Tribunal Superior Eleitoral. Competências do PROCURADOR-GERAL ELEITORAL: a) assistir às sessões do TSE e tomar parte nas discussões; b) exercer a Ação Pública e promovê-la, até final, em todos os feitos de competência originária do Tribunal; Apenas o Ministério Público, no caso, o Procurador-Geral Eleitoral no TSE, tem o domínio da Ação Penal, que se aplica no âmbito eleitoral aos crimes eleitorais. O Procurador-Geral promove a ação penal apenas nos processos de competência originária do TSE. Nos processos de competência dos TREs e do Juiz Eleitoral de 1º grau, compete, respectivamente, ao Procurador Regional Eleitoral e ao Promotor Eleitoral promover a ação penal. Frise-se que quem maneja a Ação Penal em matéria eleitoral é o Procurador-Geral, não cabendo qualquer tipo de atribuição correlata ao Corregedor-Geral. É muito comum cobrarem em prova confundirem os candidatos. c) oficiar em todos os recursos encaminhados ao Tribunal (tomar ciência e manifestar-se por meio de Parecer); O Código Eleitoral determina adicionalmente que o Procurador- Geral, além de ter que se manifestar em todos os processos tramitantes no TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO MARANHÃO (TRE/MA) NOÇÕES DE DIREITO ELEITORAL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 2 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 43 TSE, deverá oficiar (tomar ciência e manifestar-se por meio de Parecer) em todos os RECURSOS encaminhados ao Tribunal. Contudo, a jurisprudência mais moderna aponta pela inaplicabilidade desta regra aos recursos já em tramitação no TSE. Ademais, não é necessário o pronunciamento da Procuradoria-Geral nos embargos de declaração. d) manifestar-se, por escrito ou oralmente, em todos os assuntos submetidos à deliberação do Tribunal, quando solicitada sua audiência por qualquer dos juízes, ou por iniciativa sua, se entender necessário (tomar ciência e manifestar-se por meio de Parecer); Direito de manifestação sobre os processos e assuntos afetos ao TSE: manifestação escrita ou oral; por iniciativa própria ou solicitada por qualquer membro do TSE. e) defender a jurisdição do Tribunal; f) representar ao Tribunal sobre a fiel observância das leis eleitorais, especialmente quanto à sua aplicação uniforme em todo o País; O Procurador-Geral tem o dever de representar (impetrar ação, representação) ao Tribunal de toda e qualquer irregularidade eleitoral por ele conhecida, com base nos preceitos da legislação eleitoral. Exemplo: propaganda eleitoral irregular, candidaturas ilegais, etc. g) requisitar diligências, certidões e esclarecimentos necessários ao desempenho de suas atribuições; Competência investigatória e instrutória do Ministério Público como TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO MARANHÃO (TRE/MA) NOÇÕES DE DIREITO ELEITORAL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 2 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 44 fiscal da lei (Parquet). Exemplo: pode o Procurador-Geral solicitar à Receita Federal cópias das Declarações de Imposto de Renda de candidato que declarou à Justiça Eleitoral seus bens e rendimentos. h) expedir instruções aos órgãos do Ministério Público junto aos TREs; O Procurador-Geral detém a atribuição de Chefe de Ministério Público Eleitoral em toda a Federação. Por isso, tem a atribuição de expedir instruções aos Procuradores Regionais Eleitorais dos Estados, que exercem suas atribuições perante os TREs. i) acompanhar, quando solicitado, o Corregedor-Geral, pessoalmente ou por intermédio de Procurador que designe, nas diligências a serem realizadas. Os inquéritos presididos pelo Corregedor–Geral contra Juízes Eleitorais ou Servidores e as diligências por este empreendidas nas Zonas
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