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GA G Fisiologia Renal Concentração e diluição da urina - Regulação da osmolaridade e da concentração de Sódio no LEC Aluna de Medicina: Greice A. Giongo Livro: Guyton & Hall - Tratado de Fisiologia médica, 13ª ed. Para as céls funcionarem adequadamente elas necessitam estar banhadas em LEC com concentrações constantes de eletrólitos e outros solutos. A osmolaridade deve ser regulada com precisão para que as céls não murchem ou inchem. - Osmolaridade é definida pela quantidade de soluto dividida pelo volume do LEC - é regulada pela quantidade de água extracelular - Toda água corporal é controlada por - ingestão de líquidos - controle da sede - excreção renal de água - múltiplos fatores que influenciam a filtração e a reabsorção tubular. Os rins excretam excesso de água pela produção de urina diluída - Rins normais variam as proporções de solutos e água na urina - Quando existe excesso de água no corpo e queda da osmolaridade do líquido corporal, os rins excretam urina com osmolaridade de até 50 mOsm/L e, - Quando ocorre déficit de água e elevação da osmolaridade, os rins excretam urina com concentração de de 1.200 a 1.400 mOsm/L - Do mesmo modo, os rins podem excretar grande volume de urina diluída ou pequeno volume de urina concentrada, sem grandes alterações na excreção de solutos (Na e K). Hormônio antidiurético controla a concentração urinária - O sistema de feedback que atua por meio da alteração na excreção renal de água, independente da excreção de solutos, tem um efetor importante - o hormônio ADH ou vasopressina. - Quando a osmolaridade dos líquidos corporais se eleva, a glândula hipófise posterior secreta mais ADH, fazendo com que a permeabilidade à água aumente nos túbulos distais e ductos coletores - aumenta a reabsorção de água e reduz o volume urinário sem alterar a excreção de solutos. - No excesso de água, a secreção de ADH diminui, a permeabilidade é reduzida e há excreção de maiores quantidades de urina mais diluída. - A secreção de ADH determina uma excreção de urina mais diluída ou mais concentrada. GA G Mecanismos renais para a excreção de urina diluída - Com excesso de água no corpo, os rins excretam 20L/dia de urina diluída, com concentração baixa - por meio da manutenção da reabsorção de solutos e da não reabsorção de água do líquido tubular nos TCD final e dos ductos coletores. - Ou seja, os rins eliminam o excesso de água sem aumentar a excreção de solutos - O filtrado glomerular (recém saído do glomérulo), possui osmolaridade semelhante à do plasma - 300 mOsm/L. Para excretar o excesso de água ocorre a diluição do filtrado à medida que ele passa ao longo do túbulo - A diluição é produzida pela reabsorção de solutos, em escala maior que a água, em alguns segmentos dos túbulos renais. - No TCP, solutos e água são reabsorvidos em proporções equivalentes, por isso, o líquido do TCP é isosmótico ao plasma. - No ramo descendente da alça de Henle, a água é reabsorvida por osmose, e o líquido tubular fica com osmolaridade equilibrada com o líquido intersticial da medula renal - hipertônico . - O líquido tubular fica mais concentrado à medida que flui pela alça de Henle. - No ramo ascendente da alça de Henle, principalmente segmento espesso, há ávida reabsorção de Na, K, e Cl e o túbulo é impermeável à água, mesmo na presença de ADH. - O líquido tubular fica mais diluído à medida que flui pelo ramo ascendente da AH até o início do túbulo distal - 100 mOsm/l - Portanto, o líquido que deixa o segmento tubular distal inicial é hiposmótico, independente da presença ou ausência de ADH. - Saindo do túbulo distal inicial com osmolaridade de apenas ⅓ dá do plasma, vai ocorrer a reabsorção adicional de Nacl, na porção distal final do túbulo e no ducto coletor cortical e ducto coletor, fazendo com que o líquido tubular fique mais diluído. - Na porção final do TCD e nos ductos ocorre a ação do hormônio ADH - se presente o túbulo ficará permeável a água e o líquido ficará mais concentrado, na ausência do ADH o túbulo é impermeável a água e a osmolaridade fica em torno de 50 mOsm/L. Os rins conservam água excretando urina concentrada - Os rins formam urina mais concentrada que o plasma - A água é continuamente perdida do corpo por várias vias - pulmões - evaporação para o ar expirado - TGI - fezes GA G - Pele - evaporação e sudorese - Rins - eliminação da urina - Consumo de líquido é necessário para compensar essa perda. - Os rins têm a capacidade de produzir pequenos volumes de urina concentrada, minimizando a ingestão de líquido necessário para a homeostasia. - Quando ocorre escassez de água, o rim gera urina concentrada por continuar a excretar solutos, ao mesmo tempo em que aumenta a reabsorção de água, diminuindo o volume de urina formada. Nessa situação, a urina produzida pode chegar a uma osmolaridade de 1.200 a 1.400 mOsm/L - Para saber qual volume mínimo de urina deve ser excretado, em um SH de 70 Kg, eu divido 600 mOsm/dia (normal que deve ser excretado diariamente), por 1.200 mOsm/L (concentração máxima por litro), ou seja, 0,5L/dia. Essa perda mínima de volume na urina contribui para a desidratação. - Por que a ingestão de água do mar causa desidratação? - Porque a concentração de NaCl no mar é em torno de 3 a 5%, com osmolaridade variando entre 1000 e 1200, sendo assim, se eu dividir 1200/1200, eu vou precisar excretar um volume urinário de 1 litro, ou seja, excretando 1L de urina eu elimino 1200 mOsm/L de NaCl, mas ainda preciso eliminar os 600 mOsm/L, especialmente ureia. Assim, para cada litro de água salgada, eu preciso de 1,5 litro de urina para livrar o corpo dos 1200 + 600 dos outros solutos, há uma perda real de meio litro de líquido para cada litro de água do mar ingerida. Gravidade específica da urina - É utilizada para dar uma rápida estimativa da concentração de solutos na urina - É a medida do peso do soluto em um dado volume de urina - sendo determinada pelo número e dimensão da molécula. - Medida com tiras de papel ou bastões (dipsticks) e refratômetro - Quanto mais concentrada a urina, maior a gravidade - Em condições normais, varia entre 1,002 e 1,028 g/mL - Aumentando para 0,001 para cada incremento de 35 a 40 mOsm/l da osmolaridade urinária - Essa relação é alterada quando existem grandes moléculas na urina, como glicose, meios de radiocontraste usado em diagnóstico ou algum antibiótico. GA G Requisitos para a excreção de urina concentrada - Para ocorrer a formação de urina concentrada é necessário alto nível de ADH - responsável por aumentar a permeabilidade dos túbulos distais e ductos coletores à água, fazendo com que a água seja reabsorvida para o interstício renal. - E alta osmolaridade do líquido intersticial da medula renal - produz gradiente osmótico para reabsorção de água em presença de altos níveis de ADH. - O interstício que circunda os ductos coletores medulares, geralmente é hiperosmótico, sendo assim, quando o ADH está elevado, a água se desloca da membrana do túbulo para o interstício renal por osmose, e retorna a circulação sanguínea pela vasa recta, impedindo que esse intersticio fique hiposmótico. - O processo pelo qual o líquido intersticial da medula renal se torna osmótico envolve o mecanismo multiplicador de contracorrente. - Esse mecanismo depende da disposição anatômica das alças de Henle e dos vasa recta e capilares peritubulares - Tanto as alças de Henle como os vasa recta mergulham profundamente na medula renal antes de retornarem ao córtex - E os ductos coletores que conduzem a urina pela medula renal hiperosmótica antes da sua excreção - O mecanismo - A osmolaridade do líquido intersticial, em quase todas as partes do corpo, é de 300 mOsm/L, quando corrigida pela atração e repulsão intermoleculares fica 282 mOms/L - A da medula renal é muito mais alta e pode aumentar até 1400 - Ou seja, o interstício medular tem acumulado solutos em excesso de água - Assim, logo que a alta concentração de solutos for atingida na medulaela é mantida pelo equilíbrio entre a entrada e a saída de solutos e água na medula. - Os fatores que contribuem para aumentar os solutos no interstício medular são: - Transporte ativo de íons Na e cotrasnporte de íons K, Cl e outros, no ramo ascendente espesso da alça de Henle para o interstício medular. - Transporte ativo de íons dos ductos coletores para o interstício - Difusão facilitada de grande quantidade de ureia, dos ductos coletores medulares profundos para o interstício. - Difusão de pequena quantidade de água dos túbulos medulares para o interstício. GA G Características da alça de Henle que mantém solutos na medula renal - A alta osmolaridade medular está intimamente ligada ao transporte ativo de NaCl e o cotransporte de K, Cl e outros íons no ramo ascendente espesso da alça de Henle (RAEAH). - Gera um gradiente osmótico de 200 mOsm/L entre o lúmen tubular e o líquido intersticial - Devido a impermeabilidade à água que a alça de Henle apresenta, os solutos que saem do RAEAH não são acompanhados pela água, deixando o interstício medular com excesso de soluto. - No RADAH ocorre uma certa reabsorção de NaCl, ramo que também é impermeável à água, aumentando a concentração de solutos no interstício medular renal. - Já o ramo descendente da alça de Henle é permeável a água, o que significa que nesse segmento a água passa da alça para o interstício, fazendo com que a osmolaridade tubular se iguale a osmolaridade intersticial. - As caraterísticas da AH participa da manutenção da hiperosmolaridade no interstício medular, por meio de 7 etapas: - 1- AH é cheia de líquido com uma concentração de 300 mOsm/L, a mesma que deixa o TCP - 2- No RAEAH a bomba de íons reduz a concentração tubular e eleva a concentração do interstício - estabelece a diferença de 200 mOsm/L entre o túbulo e o interstício. - o limite é 200, porque a difusão paracelular de íons de volta para o túbulo contrabalança o transporte de íons para fora do lúmen. - 3- Há o rápido equilíbrio osmótico entre o líquido tubular e o líquido intersticial ao passar pelo RDAH, devido ao movimento de água por osmose, para fora do túbulo. - Osmolaridade intercicila fica em 400 mOsm/L, por causa do transporte ativo de íons contínuo no RAEAH - Por ele mesmo, o transporte ativo para fora do RAE estabelece um gradiente de concentração de 200 mOsm/L, que é muito menos do que o atingido pelo mecanismo contracorrente, - 4- ocorre fluxo adicional de líquido do TCP para a AH, fazendo com que o líquido tubular hiperosmótico do RD flua para o RA - 5- Uma vez no RA ocorre influxo de íons para o interstício, retendo água no túbulo até que seja estabelecido uma osmolaridade de 200 no líquido tubular e 500 no líquido intersticial. - 6- Mais uma vez o líquido do no RD se equilibra com o intersticial hiperosmótico GA G - 7- à medida que o líquido tubular flui do RDAH para o RA, mais solutos é bombeado dos túbulos para o interstício - Essas etapas se repetem várias vezes ocasionando mais adição de soluto à medula do que água, esse processo retém soluto e multiplica o gradiente de concentração estabelecido pelo transporte ativo de íons na RAEAH, levando, por fim, a osmolaridade intersticial para 1200 a 1400 mOsm/L - reabsorção repetitiva de NaCl pelo segmento ascendente espesso da alça de Henle e o fluxo ininterrupto de novo NaCl do túbulo proximal para a alça de Henle recebem o nome de mecanismo multiplicador de contracorrente. Sistema multiplicador de contracorrente da alça de Henle para produção de medula renal hiperosmótica. Papel túbulo distal e dos ductos coletores na excreção de urina concentrada - O líquido tubular deixa a AH e flui para TCD no córtex renal com uma osmolaridade de 100 mOsm/L, na porção inicial do TCD ele é ainda mais diluído, pois nesse segmento a membrana apresenta transporte ativo de NaCl jogando-o para fora do túbulo e é ,relativamente, impermeável a água. - A quantidade de água reabsorvida no segmento do túbulo coletor (TC) cortical é dependente da concentração plasmática do hormônio vasopressina (ADH) - Na ausência, o segmento fica impermeável à água, mas continua a reabsorver solutos - urina mais diluída - Altas concentrações de ADH, TC fica permeável à água - grande quantidade de água passa a ser reabsorvida do túbulo para o interstício cortical, onde é removida pelos capilares peritubulares. GA G - O líquido flui para os ductos coletores medulares reabsorvendo água adicional do túbulo para o interstício medular, porém, em quantidade menor que no ducto cortical. - A água na reabsorvida para a medula renal é drenada pelas vasas recta para o sangue venoso. - Devido a presença de ADH, os ductos coletores ficam permeável a água, sendo que no final desses ductos a osmolaridade é basicamente a mesma do líquido intersticial medular - 1200 mOsm/L - Portanto, por meio da reabsorção do máximo possível de água, os rins formam urina altamente concentrada, excretando quantidades normais de solutos ao mesmo tempo que devolvem água ao líquido extracelular e compensam seus déficits hídricos no organismo Formação de urina concentrada diante de níveis altos do hormônio antidiurético (ADH). O líquido que deixa a alça de Henle está diluído, porém se torna concentrado conforme a água é reabsorvida nos túbulos distais e túbulos coletores. Com níveis altos de ADH, a osmolaridade da urina aproxima-se da osmolaridade do líquido intersticial da papila medular renal, que é de cerca de 1.200 mOsm/ℓ . O papel da ureia na hiperosmolaridade da medular renal e na formação da urina concentrada - Além do NaCl, a ureia também contribui para a hiperosmolaridade do interstício medular renal com cerca de 40 a 50% da osmolaridade (500 a 600 mOsm/L) quando os rins formam urina com máxima concentração; - É reabsorvida passivamente pelo túbulo - Reabsorção maior quando déficit de água e concentração alta de ADH - Na passagem do líquido tubular do RAEAH para os TCD e ductos coletores corticais, há pequena absorção de ureia, pois esses segmentos são impermeáveis à ureia. - Na presença de↑ concentração de ADH, a água é reabsorvida no túbulo coletor cortical e a concentração de ureia aumenta. No ducto coletor medular as reabsorções são maiores. - Quando a concentração de ureia é elevada no líquido do ducto coletor medular, ocorre a difusão da ureia para fora - interstício medular renal. - Difusão facilitada por transportadores de ureia - UT-A1 e UT-A3. GA G - Esses transportadores são ativados pelo ADH - O movimento simultâneo de água e ureia para fora dos ductos coletores medulares profundos mantém alta concentração de ureia no líquido tubular e, por fim, na urina, mesmo com reabsorção de ureia. - Indivíduos com dieta rica em proteína, produzem mais ureia, como um produto nitrogenado do metabolismo, consequentemente apresenta urina mais concentrada. Recirculação da ureia do ducto coletor para a alça de Henle - 20 a 50% da carga filtrada da ureia é excretada. Essa excreção é determinada pela: - concentração da ureia no plasma - filtração glomerular (FG) - reabsorção de ureia tubular renal. - Pacientes com doença renal e redução da TFG apresentam aumento na concentração plasmática de ureia, fazendo retornar a carga filtrada e a excreção de ureia aos níveis normais, apesar da FG reduzida. - No TCP, a reabsorção da ureia é de 40 a 50%, mesmo assim, conforme ela flui pelo túbulo a concentração aumenta, em especial no RADAH, em virtude da reabsorção da água e pela pequena secreção de ureia no RDAH do interstício medular. A secreção passiva de ureia nesse segmento ocorre pelos transportadores UT-A2 - No RAEAH, TCD e TCC a reabsorção de ureia é muito pequena, pois são impermeáveis a esse metabólico. - Quando há formação de urina concentrada e existem altos níveis de ADH, a reabsorção da água a partir do túbulo distal e do túbulo coletor cortical aumenta a concentração de ureia. Quando esse líquido flui em direção ao ducto coletor medular interno, a alta concentraçãode ureia no túbulo e a presença dos transportadores promovem a difusão de ureia para o interstício medular. - Uma fração moderada da ureia do interstício medular se difunde para o ramo delgado da AH e então para o ramo ascendente espesso, TCD e TCC e novamente DCM. A ureia pode recircular diversas vezes antes de ser excretada. Cada volta no circuito contribui para a concentração mais elevada de ureia. - Como a ureia é o produto residual mais abundante que é excretado pelos rins, esse mecanismo de concentração no interstício renal economiza líquido corporal, quando ocorre escassez de água no ambiente externo. - Quando existe excesso de água - Fluxo de urina (débito urinário) aumenta - Concentração de ureia nos DCM diminui - Níveis de ADH ficam reduzidos - O que leva à excreção de ureia na urina. GA G A recirculação da ureia auxilia em seu aprisionamento na medula renal e contribui com a hiperosmolaridade desse local. Troca por contracorrente nos vasa recta preserva hiperosmolaridade da medula renal - Sem fluxo sanguíneo na medula renal, os solutos bombeados para a medula pelo sistema multiplicador de contracorrente são dissipados. - Características do FS na medula renal que contribuem para a alta concentração de soluto: - FS baixo - demanda menos de 5% do FS renal total - supre as necessidades metabólicas dos tecidos e auxilia na minimização da perda de solutos no interstício - Os vasa recta servem como trocadores por contracorrente, minimizando a retirada de solutos - Mecanismo de troca por contracorrente: - Sangue entra e sai da medula pelos vasa recta - São permeáveis a solutos de sangue, exceto proteínas plasmáticas - À medida que o sangue desce pela medula em direção as papilas ele fica mais concentrado - ganho soluto do interstício - perde água para o interstício - Quando o sangue chega a parte mais interna, a concentração é de 1200 mOsm/L, semelhante ao interstício. - Quando o sangue ascende para o córtex, ele perde soluto para o interstício e água para os vasa recta, ficando menos concentrado; GA G - Devido o formato em U dos vasa recta, a diluição da concentração medular é mínima, em cada nível da medula, mesmo com líquidos e solutos sendo trocados, dessa forma, os vasa recta não geram hiperosmolaridade medular, mas evitam sua dissipação. - O formato em U reduz a perda de soluto do interstício, mas não impede a ultrafiltração de líquidos e solutos para o sangue através das pressões hidrostáticas e coloidosmóticas, que favorecem a reabsorção nesses capilares, - Dessa forma, os vasa recta retiram do interstício a quantidade de soluto e água absorvidos no túbulos medulares, preservando a alta concentração de solutos estabelecida pelo mecanismo contracorrente. Trocas por contracorrente nos vasos retos. O plasma que flui ao longo do segmento descendente dos vasos retos torna-se mais hiperosmótico em virtude da difusão da água para fora do sangue e da difusão de solutos do líquido intersticial renal para o sangue. No segmento ascendente dos vasos retos, os solutos difundem-se de volta para o líquido intersticial, e a água, de volta para o sangue. Aumento do FS medular reduz a capacidade de concentração da urina - Vasodilatadores aumentam o FS medular renal, causando a remoção dos solutos da medula renal e reduzindo a concentração da urina. - Elevação da pressão arterial também aumentam FS tendendo a deixar o interstício hiposmótico - Mesmo com níveis elevados de ADH, a capacidade de concentração de urina é reduzida pelo aumento do FS. GA G Resumo dos mecanismos de concentração urinária e alterações de osmolaridade em diferentes segmentos dos túbulos. - TCP - 65% dos eletrólitos são reabsorvidos - Membrana permeável a água - aquaporinas 1 - soluto reabsorvido, água se difunde junto - Osmolaridade do líquido tubular igual à do filtrado glomerular - 300 mOsm/L - RDAH - Membrana possui aquaporinas 1 - água passa para o interstício, porém não passa solutos - Osmolaridade do líquido aumenta gradativamente, se igualando ao do interstício - 1200 - qdo a concentração plasmática de ADH estiver elevada - Na urina diluída, devida às baixas de ADH, a osmolaridade do interstício é inferior a 1200, o líquido tubular também fica menos concentrado - Essa redução se deve a menor reabsorção de ureia para o interstício pelos ductos coletores por baixo nível de ADH e formação de grande volume de urina diluída. - RADAH - Impermeável à água - reabsorve pequena qtdade de Nacl - Difusão passiva de NaCl do lúmen do ramo para o interstício, devido à alta concentração do NaCl no líquido tubular. - Líquido tubular mais diluído - Reabsorve ureia pelos transportadores UT-A2 - RAEAH - Impermeável a água - Deslocamento de grande qtdade de Na, K, Cl por transporte ativo - Líquido muito diluído - Osmolaridade baixa - 100 mOsm/L - TCD - porção inicial - Líquido tubular fica ainda mais diluído - 50 mOsm/L GA G - água permanece no túbulo - TCD - porção final e túbulos coletores corticais (TCC) - A osmolaridade do líquido tubular depende do ADH - Presença do hormônio - reabsorção significativa de água - A ureia não é muito permeável nessa parte, aumentando sua concentração à medida que a água é reabsorvida. - Chegando aos ductos medulares onde será reabsorvida ou excretada na urina - Ausência do hormônio - pouca reabsorção de água - osmolaridade diminui em virtude da reabsorção contínua de íons. - Ductos coletores medulares internos - A concentração de líquido nesse ramo depende do ADH e da osmolaridade do interstício medular, estabelecida pelo mecanismo contracorrente. - Níveis de ADH elevados - produção de urina concentrada e em pequeno volume. - A hiperosmolaridade da urina se deve a concentração de NaCl, porém na desidratação, acompanhada por baixa ingestão de sódio, quem determina a concentração é a ureia e a creatinina - Grandes qtdades de urina diluída podem ser excretadas sem aumentar a excreção de sódio - pela diminuição da secreção do ADH, o que reduz a reabsorção de água, sem alterar a reabsorção de sódio. - Existe um volume urinário obrigatório - Ditado pela máxima concentração de urina pelo rim e pela qtdade de soluto a ser excretada - Se houver necessidade de excretar grande qtdade de soluto, ela será acompanhada por mínima qtdade de água. P. ex.: para excretar 600 mOsm de soluto, precisa-se de 500ml de urina, se a capacidade máxima de concentração urinária for de 1200 mOsm/L Calculando a concentração e diluição de urina pelos rins: Clearance de água livre e clearance osmolar - Depuração osmolar - O clearance total de solutos do sangue pode ser expresso na forma de clearance osmolar (Cosm). É o volume de plasma depurado de solutos por minuto. GA G - Onde, Uosm é a osmolaridade urinária, V· é o fluxo urinário e Posm é a osmolaridade do plasma. - Por exemplo, se a osmolaridade plasmática for 300 mOsm/ℓ, a urinária 600 mOsm/ℓ e o fluxo urinário for de 1 mℓ/min (0,001 ℓ/min), - a taxa de excreção osmolar será 0,6 mOsm/min (600 mOsm/ℓ × 0,001 ℓ/min) - o clearance osmolar será 0,6 mOsm/min divididos por 300 mOsm/ℓ, ou 0,002 ℓ/min (2,0 mℓ/min). - Isso significa que 2 mililitros de plasma são depurados do soluto a cada minuto. - A taxa de clearance de água livre representa a taxa com que a água sem solutos é excretada pelos rins. - Quando o clearance é positivo, entende-se que há excreção de água em excesso pelos rins; - Quando é negativo, entende-se que solutos estão sendo removidos do sangue em excesso pelos rins, concomitantemente à conservação de água - Portanto, sempre que a osmolaridade da urina for maior do que a osmolaridade do plasma, o clearance de água livre será negativo, indicando que está ocorrendo conservação de água - Quando os rins estão formando urina diluída (i. e., urina com osmolaridade < osmolaridade plasmática), o clearance de água livre será positivo, - A água sem solutos (água livre) está sendo removida do plasma pelos rins em maior quantidade que os solutos, estásendo perdida água do organismo ao passo que o plasma está sendo concentrado. *Distúrbios da capacidade de concentração da urina - Secreção inadequada de ADH, tanto para mais como para menos - Diabetes insípido central: lesão ou infecção ou de causa congênita da hipófise posterior - A produção insuficiente de ADH TCD não reabsorvem água, formando grande volume de urina diluída (15 L/dia). - Não há queda nos níveis de água corporal porque o mecanismo de sede é ativado - Se houver restrição de água, ocorrerá desidratação. - TTO: - Administração de análogo sintético de ADH - desmopressina GA G - Atua seletivamente nos receptores V2, elevando a permeabilidade da parte final dos TCD e dos ductos coletores à água - Aplicada por meio de injeção, spray nasal, via oral - Mecanismo contracorrente inadequado - o interstício medular precisa ser hiperosmótico para se ter capacidade máxima de concentração - Incapacidade do TCD, TCC e DCM em responder ao ADH. - Diabetes insípido nefrogênico: níveis normais de ADH, porém os segmentos tubulares não respondem ao hormônio - A anormalidade reside nos rins. - A alteração pode ser por falha no mecanismo contracorrente (não tem interstício hiperosmolar) ou falha nos túbulos distais e coletores e dos ductos em responder ao ADH - Grande volume de urina diluído - Tendência a desidratação - Se diferencia do tipo central, porque após administrar desmopressina ocorre diminuição imediata do volume urinário e aumento da osmolaridade (em torno de 2h) - TTO: - Correção do distúrbio renal - Hipernatremia pode ser atenuada com dieta de baixo teor de sódio e TTO com diuréticos capazes de aumentar a excreção renal de Na - tiazídicos. Controle da osmolaridade e da concentração de sódio do LEC - Como o Na é o íon mais abundante no LEC, a regulação da osmolaridade está relacionada com sua concentração. - Normal: 140 a 145 mEq/L, média 142 mEq/L - Osmolaridade média: 300 mOsm/L, quando corrigida pela atração interiônica 282 mOsm/L - Raramente se altera mais do que +- 2% a 3% - A osmolaridade plasmática pode ser estimada a partir da concentração plasmática de Na - Posm = 2,1 × PNa+ (mmol/ℓ) - Se a concentração for de 142 x 2,1 = 298 mOsm/L será a osmolaridade - Na presença de doença renal, deve ser incluído a concentração de glicose e ureia: - Posm = 2 × [PNa+, mmol/ℓ] + [Pglicose, mmol/ℓ] + [Pureia, mmol/ℓ] GA G - Em condições normais, íons Na e os ânions associados - BCO₃⁻ e Cl⁻ - representam 94% dos osmóis extracelulares - Glicose e ureia contribuem com 3 a 5%, contudo, a ureia se difunde na membrana, exercendo pouca pressão osmótica efetiva sob condições estáveis. - Portanto, íons Na e os ânions associados determinam o movimento dos líquidos através das membranas celulares. - Os principais sistemas envolvidos na regulação da concentração do Na e da osmolaridade do LEC são: - Sistema de feedback osmorreceptor-ADH e o mecanismo de sede - Quando a osmolaridade aumenta em virtude de déficit de água, o sistema é ativado: - 1- ↑ concentração de Na provoca o murchamento dos neurônios - céls osmorreceptoras - no hipotálamo anterior, próximo aos núcleos supraóticos. - 2- O murchamento dos neurônios estimula as céls osmorreceptoras que enviam sinais a outros neurônios do núcleo supraóptico, estes retransmitem os sinais pelo pedículo da glândula hipófise para a hipófise posterior (HP). - 3- Esses potenciais de ação, conduzidos até a HP, estimulam a liberação de ADH armazenado em vesículas nas terminações nervosas. - 4- O ADH entra na corrente sanguínea e é transportado até os rins, promovendo aumento da permeabilidade à água dos túbulos distais finais, coletores corticais e ductos coletores medulares. - 5- Ocorre aumento de reabsorção de água e excreção de pequeno volume de urina concentrada. - Dessa forma, a água é conservada no corpo, enquanto sódio e solutos são excretados na urina. - Isso causa diluição dos solutos no LEC corrigindo as concentrações altas. - Quando o LEC encontra-se hiposmótico - ingesta excessiva de água - menos ADH é formado, tem redução da permeabilidade, menor reabsorção de água, maior volume de urina diluído (urina clara), normaliza a concentração de líquido no corpo e a normalização da osmolaridade. GA GMecanismo de feedback osmorreceptor-hormônio antidiurético (ADH) para regulação da osmolaridade do líquidoextracelular em resposta a um déficit de água.Síntese de ADH pelos núcleos supraópticos e paraventriculares do hipotálamo e liberação de ADH pela glândula hipófise posterior - As céls dos núcleos supraópticos e paraventriculares sintetizam ADH - Ambos os núcleos emitem prolongamentos axonais para a HP - Os núcleos são estimulados pela aumento da osmolaridade do LEC - Os impulsos nervosos passam pelas terminações nervosas, alteram a permeabilidade da membrana e aumentam a entrada de Ca. - O ADH armazenado nas vesículas é liberado em resposta a essa entrada de Ca. - Outra região de secreção de ADH é a AV3V - região anteroventral do 3º ventrículo - Na parte superior dessa área tem o órgão subfornical e na parte inferior o órgão vasculoso da lâmina terminal, localizado entre esses dois órgãos fica o núcleo pré-óptico mediano. GA G - Esses órgãos possuem suprimento sanguíneo, sem barreira hematoencefálica típica, que impede a difusão da maior parte dos íons do sangue para o tecido cerebral. - Esse núcleo possui conexões nervosas com os dois órgãos, bem como com os núcleos supraóptico e os centros de controle da pressão sanguínea no bulbo. - As lesões na AV3V provoca déficits na secreção de ADH, da sede, do apetite pelo sal e da pressão sanguínea. - Essa região é estimulada pela angiotensina 2 e por estimulação elétrica. - A queda de pressão arterial e/ou no volume sanguíneo aumentam a secreção de ADH - Os reflexos barorreceptores arteriais e os cardiopulmonares, localizados em regiões de alta pressão - arco aórtico e seio carotídeo - e de baixa pressão - átrios cardíacos -, conduzem estímulos aferentes pelos nervos vagos e glossofaríngeo, fazendo sinapses nos núcleos do trato solitário (localizado na parte caudal e dorsomedial do bulbo), que retransmitem os sinais para os núcleos hipotalâmicos, que controlam a síntese e a secreção de ADH. - O ADH é mais sensível à variação de osmolaridade do que variações percentuais do volume sanguíneo. - A variação de osmolaridade de 1% já altera os níveis de ADH, enquanto que de volume sanguíneo, a a redução precisa ser de 10%. - A partir daí os níveis se elevam rapidamente - Outros estímulos para a secreção de ADH - Náuseas - aumenta em até 100x o normal - Nicotina, morfina - estimulam liberação - álcool e outras drogas - inibem Controle da sede - O consumo de líquido é regulado pelo mecanismo de sede, que junto com o mecanismo osmorreceptor-ADH mantém o controle da osmolaridade e da concentração de Na no LEC. - Na parede anteroventral do 3º ventrículo e anterolateral do núcleo pré-óptico localiza-se o centro da sede. GA G - Um dos estímulos mais importantes para estimular o centro da sede é a osmolaridade elevada do LEC, que promove desidratação intracelular nos centros de sede. - Baixo volume do LEC e da pressão arterial também estimulam a sede. Ocorre por meio de impulsos neurais provenientes dos barorreceptores arteriais sistêmicos e cardiopulmonares na circulação. - Angiotensina 2 atua sobre o órgão subfornical e órgão vascular da lâmina terminal. Essas regiões são desprovidas de barreira hematoencefálica, de forma que peptídeos como a angiotensina II podem se difundir para os tecidos - A sensação de secura na boca e nas membranas mucosas do esôfago pode provocar a sensação de sede. - A distensão gástrica pode aliviar parcialmente a sede, a simples insuflação de um balão dentro do estômago pode aliviar a sede, porém é de curta duração. - Quando uma pessoa bebe água, 30 a 60 minutos podem ser necessários até que a água seja reabsorvida e distribuída ao longo do organismo. Se a sensação de sedenão fosse temporariamente aliviada após a ingestão de água, essa pessoa continuaria a beber água incessantemente até que ocorresse hiperidratação e diluição excessiva dos líquidos corporais. - Os rins necessitam excretar continuamente uma quantidade obrigatória de água, mesmo no indivíduo desidratado, a fim de depurar o organismo dos excessos de solutos (600 mOsm) que são ingeridos ou produzidos pelo metabolismo. - A água também é perdida por meio de evaporação e sudorese através da pele. - Há sempre uma tendência de desidratação, com resultante aumento da concentração de Na e osmolaridade do LEC. - Quando a concentração de Na aumenta apenas cerca de 2 mEq/ℓ acima do normal, o mecanismo da sede é ativado, gerando um desejo de beber água. A isso se dá o nome de limiar de ingestão de líquidos. - Pequenos aumentos da osmolaridade plasmática já são normalmente seguidos por ingestão de água, restaurando a osmolaridade e volume do líquido extracelular ao normal Distúrbios da sede e ingestão de água - Polidipsia, ou sede excessiva, ocorre algumas vezes sem um estímulo fisiológico conhecido da sede. - Polidipsia psicogênica, pode ser causada por doenças mentais como esquizofrenia ou transtorno obsessivo-compulsivo - hiponatremia adicional, - Adipsia, ou ausência de sede mesmo na presença de hipernatremia ou depleção de volume, é rara e geralmente resulta de lesões dos centros da sede hipotalâmicos devidas a traumatismo, infecção ou cirurgia GA G - A deficiência parcial do mecanismo de sede, causando ingestão de água inadequada (hipodipsia), ou a incapacidade de acesso a líquidos, pode ocorrer em pacientes vítimas de acidentes vasculares cerebrais, pacientes idosos com demência ou pacientes criticamente enfermos. - Na ausência de ingestão adequada de água, ocorrem desidratação e hipernatremia, mesmo com aumentos significativos nos níveis de ADH. Respostas integradas dos mecanismos osmorreceptores-ADH e da sede no controle da osmolaridade e da concentração de Na do LEC - Quando ocorre falha ou no mecanismo do ADH ou da sede, em geral um deles ainda consegue controlar a osmolaridade e a concentração de sódio com eficácia razoável contanto que a ingestão de líquidos seja suficiente para equilibrar o volume de urina obrigatório e perdas de água causadas pela respiração, por sudorese ou pelo trato gastrointestinal - Na ausência dos mecanismos ADH-sede, nenhum outro mecanismo de feedback será capaz de regular adequadamente a concentração de sódio e a osmolaridade do plasma. Papel da angiotensina 2 e da aldosterona no controle da osmolaridade e concentração de sódio no líquido extracelular - Efeito de grandes alterações da ingestão de sódio sobre a concentração de sódio do líquido extracelular em cães sob condições normais (linha vermelha) e após bloqueio do sistema de feedback da aldosterona (linha azul). O controle da concentração de sódio do LEC se mantém relativamente constante nessa ampla faixa de ingestão, com ou sem o controle de feedback da aldosterona GA G - Isso porque, esses hormônios aumentam a quantidade de Na no LEC, ao mesmo tempo que aumentam o volume de LEC por meio de maior reabsorção de água juntamente com o sódio.. - E, contanto que o mecanismo ADH-sede esteja funcional, qualquer tendência de aumento da concentração plasmática de sódio será compensada por um aumento na ingestão de água ou na secreção plasmática de ADH, o que tende a diluir o líquido extracelular de volta ao normal. - Portanto, a angiotensina 2 e a aldosterona exercem pouco efeito sobre a concentração de sódio, exceto sob condições extremas - Portadores de doença de Addison ocorre deficiência na secreção de aldosterona, o que provoca perda excessiva de sódio na urina e leva a uma diminuição do volume e da concentração de Na no LEC, ambos fatores que despertam o desejo por sal. - Estímulos primários para o aumento do apetite por sal são aqueles relacionados a déficits de sódio e redução da volemia ou da pressão arterial, em conjunto com uma insuficiência circulatória. - Mecanismo neuronal do apetite pelo sal é análogo ao da sede - mesmos centros neuronais da região AV3V no encéfalo - Paralelamente, reflexos circulatórios produzidos tanto pela queda da pressão arterial quanto pela redução da volemia afetam, ao mesmo tempo, a sede e o apetite pelo sal.
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