Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Fisiologia II – LM ✓ Mecanismo de eliminação do excesso de água pela excreção de urina diluída ✓ Mecanismos de preservação de água pela excreção de urina concentrada ✓ Mecanismos de feedback renal para concentração de sódio e osmolaridade do LEC ✓ Mecanismos de sede e apetite por sal A concentração total de soluto e a osmolaridade do LEC precisa ser regulada precisamente a fim de impedir que as células murchem ou se edemaciem OSMOLARIDADE PLASMÁTICA = QUANTIDADE DE SOLUTO / VOLUME DO LEC Aa osmolaridade e a concentração de sódio são reguladas pela quantidade extracelular de água A água total do organismo é controlada pela: 1. Ingestão de líquidos, a qual é regulada por fatores que determinam a sede 2. Pela excreção de água EXCESSO DE ÁGUA – URINA DILÚIDA Excesso de água leva à formação de uma urina mais diluída A osmolaridade torna-se reduzida = 50 mOsm/l Os rins podem excretar um grande volume de urina diluída ou um pequeno volume de urina concentrada sem que haja grandes alterações nas taxas de solutos como sódio e potássio 2 Fisiologia II – LM ADH (VASOPRESSINA) E O CONTROLE DA OSMOLARIDADE: Um vasoconstritor Controlador primário do feedback para regular a osmolaridade e a concentração de sódio do plasma Opera através da excreção renal de água livre, independentemente da taxa de excreção de solutos ↑ osmolaridade dos líquidos corporais = ↑ secreção de ADH pela neuro-hipófise = ↑ reabsorção de água e ↓ volume de urina, mantendo a taxa de excreção dos solutos A taxa de secreção do ADH determinada a escala de excreção de urina diluída ou concentrada MECANISMOS RENAIS DE EXCREÇÃO Em excesso de água, o rim pode excretar até 20 L/dia de urina diluída, com concentração tão baica quanto 50 mOms/l Isso acontece por: a. Contínua reabsorção de solutos b. Diminuição de reabsorção de água nas porções distais Quando o filtrado glomerular começa a ser formado sua osmolaridade plasmática é igual a 300 mOsm/L Para excretar o excesso de água, o filtrado vai sendo diluído conforme percorre os túbulos Essa diluição ocorre somente em alguns segmentos do sistema tubular Túbulo proximal: solutos e água são reabsorvidos em igual proporção, ocorrendo pouca alteração na osmolaridade – líquido permanece isosmótico em relação ao plasma Segmento descendente: ocorrem reabsorção de água por osmose e um equilíbrio entre o líquido tubular e o intersticial da medula renal (hipertônico) – líquido tubular torna-se mais concentrado a medida que flui pelo túbulo Segmento ascendente: intensa reabsorção de sódio, potássio e cloreto, mas é impermeável à água, mesmo com ADH – diluição do filtrado tubular (100 mOsm/l), deixando o segmento tubular distal sendo hiposmótico Túbulos distais e coletores: ocorre maior reabsorção de NaCl conforme o líquido percorre o túbulo distal até o ducto coletor medular; na ausência de ADH ocorre reabsorção adicional de solutos, tornando o líquido ainda mais diluído (50 mOsm/L) A não reabsorção de água e a contínua reabsorção de solutos resultam na formação de um grande volume de urina diluída Em rins saudáveis, o líquido que deixa o segmento ascendente da alça de Henle e o início do túbulo distal sempre é diluído, independentemente do nível de ADH DÉFICIT DE ÁGUA – URINA CONCENTRADA O corpo elimina água por diversas vias: pulmões por evaporação pelo ar expirado, o trato gastrointestinal por meio das fezes, a pele por evaporação e transpiração e os rins por meio da excreção de urina A homeostasia deve ser mantida apesar dessas perdas e quando o suprimento de água está baixo A capacidade dos rins de formarem um pequeno volume de urina concentrada minimiza a ingestão necessária de água para manter os valores normais Diante de um déficit de água no organismo, os rins formam urina concentrada por meio de: a. Excreção contínua de solutos b. Aumento da reabsorção de água c. Redução do volume de urina 3 Fisiologia II – LM Concentração urinária máxima = 1200 a 1400 mOsm/L NÍVEIS ELEVADOS DE ADH E MEDULA RENAL HIPEROSMÓTICA Os requisitos básicos para a formação de urina concentrada são: 1. Nível alto de ADH, que aumenta a permeabilidade dos túbulos distais e ductos coletores à água, permitindo intensa reabsorção 2. Alta osmolaridade do líquido intersticial da medula renal, que proporciona um gradiente osmótico necessário à reabsorção de água na presença de altos níveis de ADH O interstício da medula renal que circunda os ductos coletores é, normalmente, hiperosmótico (hipertônico, muito soluto) ↑ ADH = movimentação da água por osmose até o interstício renal → carreada pelos vasos recta de volta para o sangue A capacidade de concentração da urina limita-se pelo nível de ADH e pelo grau de hiperosmolaridade da medula renal MECANISMOS MULTIPLICADOR DE CONTRACORRENTE Processo que torna o líquido intersticial da medula renal hiperosmótico Depende do arranjo anatômico especial das alças de Henle e dos vasos recta (capilares peritubulares especializados da medula renal) Osmolaridade do líquido intersticial em quase todas as partes do organismo = 300 mOsm/L Osmolaridade do líquido intersticial da medula renal = 1200 a 1400 mOsm/L Isso significa que na medula renal se acumula mais solutos do que água Uma vez atingida a alta concentração de solutos, ela passa a ser mantida por um equilíbrio dos fluxos de entrada e saída de solutos e água na medula Os principais fatores que contribuem com a acumulação de solutos na medula renal são: 1. Transporte ativo de íons sódio e cotrasporte de potássio, cloreto e outros íons do segmento ascendente espesso da alça de Henle para o interstício medular 2. Transporte ativo de íons dos ductos coletores para o interstício medular 3. Difusão facilidade de ureia dos ductos coletores mais profundos da medula para o interstício medular 4. Difusão de apenas uma pequena quantidade de água dos túbulos medulares para o interstício medular APRISIONAMENTO DE SOLUTOS NA MEDULA RENAL A alça de Henle possuem características que, juntamente com as propriedades dos túbulos proximais, túbulos corticais e parte profunda dos ductos coletores medulares Grande fator causador da alta osmolaridade medular: transporte ativo de sódio e cotransporte de potássio, cloreto e outros íons para o interstício Essa bomba é capaz de estabelecer um gradiente de concentração de cerca de 200 mOsm/L entre o lúmen tubular e o líquido intersticial Como o ramo ascendente espesso é praticamente impermeável á água, os solutos bombeados para fora não são acompanhados por um fluxo osmótico de água para o interstício Também ocorre certo grau de reabsorção passiva de NaCl no segmento ascendente fino, sendo também impermeável à água, o que adiciona mais solutos à concentração do interstício medular renal O ramo descendente é altamente permeável à água, de forma que a osmolaridade do líquido tubular rapidamente se iguala à da medula renal Dessa forma, a água difunde-se para fora do ramo descendente da alça para o interstício e a osmolaridade do líquido tubular aumenta gradativamente conforme este flui até a extremidade da alça de Henle 4 Fisiologia II – LM ETAPAS PARA TORNAR O INTERSTÍCIO HIPEROSMÓTICO: 1. Preenchimento da alça de Henle com o líquido de concentração = 300 mOsm/L 2. Bomba iônica ativa do segmentos ascendente espesso reduz a concentração dentro do túbulo e aumenta a concentração intersticial, estabelecendo uma concentração = 200 mOms/L 3. Líquido tubular do segmento descendente da alça de Henle e o líquido intersticial rapidamente atingem equilíbrio osmótico graças à osmose da água para fora do lúmen = 400 mOSm/L (mantida em razão do transporte de íons para fora do segmento ascendente espesso da alça) 4. Envolveo fluxo adicional de líquido do túbulo proximal para a alça, o que faz com que o líquido hiperosmótico formado anteriormente no ramo descendente flua para o ramo ascendente 5. Uma vez no ramo ascendente, íons são bombeados para o interstício e a água permanece no túbulo até que se estabeleça o gradiente de 200 mOms/L e a osmolaridade do líquido intersticial = 500 mOsm/L 6. O líquido do ramo descendente atinge um equilíbrio com o interstício medular hiperosmótico e, à medida que esse líquido hiperosmótico do ramo descendente da alça flui para o ramo ascendente, mais soluto é bombeado continuamente para fora dos túbulos e depositado no interstício medular Essas etapas são repetidas várias vezes, com efeito final de adição de mais e mais solutos à medula do que água 7. Com o tempo, esse processo gradualmente aprisiona solutos na medula e multiplica o gradiente estabelecido pelo bombeamento ativo de íons para fora do segmento ascendente espesso da alça de Henle, o que por fim eleva a osmolaridade do líquido intersticial para 1200 a 1400 mOsm/L Desse modo, a reabsorção repetitiva de cloreto de sódio pelo segmento ascendente espesso da alça de Henle e o fluxo ininterrupto de novo cloreto de sódio do túbulo proximal para a alça de Henle recebem o nome de mecanismo multiplicador de contracorrente. O cloreto de sódio reabsorvido do segmento ascendente da alça continua sendo adicionado ao 5 Fisiologia II – LM cloreto de sódio recém-chegado, “multiplicando” sua concentração no interstício medular TÚBULO COLETOR E DUCTOS COLETORES NA EXCREÇÃO DE URINA CONCENTRADA: Quando o líquido tubular deixa a alça de Henle e flui para o túbulo contorcido distal no córtex renal, o líquido está diluído com osmolaridade de aproximadamente 100 a 140 mOsm/L o inicio do túbulo distal realiza transporte ativo de cloreto de sódio do túbulo sendo ao mesmo tempo relativamente impermeável à água, diluindo ainda mais o líquido tubular A quantidade de água reabsorvida passa a depender criticamente da concentração de ADH Como ocorre reabsorção de grande quantidade de água para o córtex e não para a medula renal, isso auxilia na manutenção da alta osmolaridade do líquido intersticial medular A água absorvida é carreada pelos vasos recta para o sangue venoso Com níveis altos de ADH, os ductos coletores tornam- se permeáveis à água, de forma que o líquido de sua porção final atinge essencialmente a mesma osmolaridade do líquido intersticial da medula renal = 1200 mOsm/L Portanto, por meio da reabsorção do máximo possível de água, os rins formam urina altamente concentrada, excretando quantidades normais de solutos ao mesmo tempo que devolvem água ao líquido extracelular e compensam seus déficits no organismo UREIA – MEDULA RENAL HIPEROSMÓTICA E URINA CONCENTRADA A ureia contribui com cerca de 40 a 50% da osmolaridade (500 a 600 mOsm/L) do interstício medular renal quando os rins formam urina com máxima concentração A ureia é reabsorvida pelo túbulo de forma passiva Quando ocorre déficit de água e a concentração de ADH do sangue aumenta, grandes quantidade de ureia são reabsorvidas passivamente dos ductos coletores medulares profundos para o interstício 6 Fisiologia II – LM Mecanismo de reabsorção da ureia: a. Conforme a água flui pelo ramo ascendente da alça até os túbulos coletores corticais, pouca ureia é reabsorvida, na presença de altas concentrações de ADH, a água é rapidamente reabsorvida do túbulo coletor cortical e a concentração de ureia sobe rapidamente, sendo essa região pouco permeável a ela b. À medida que o líquido tubular flui para os ductos coletores profundos da medula, mais água será reabsorvida, resultando em concentração ainda maior de ureia no líquido c. A alta concentração de ureia do líquido tubular da região mais profunda do ducto coletor medula causa difusão de ureia do túbulo para o líquido intersticial renal Transportadores de ureia: a difusão é gradativamente facilitada por esses transportadores específicos, UT-A1 e UT-A3 Esses transportadores são ativados pelo ADH, aumentando ainda mais o transporte de ureia do ducto coletor medular quando os níveis de ADH estão aumentados O movimento simultâneo de água e ureia para fora dos ductos coletores medulares profundos mantém alta concentração de ureia no líquido tubular e, por fim, na urina, mesmo com reabsorção de ureia Pessoas com dietas de alto teor de proteínas geram grandes quantidade de ureia como um produto nitrogenado do metabolismo e podem concentrar a urina melhor do que pessoas com dietas de teor proteico e produção de ureia mais baixos A má nutrição é associada a menor concentração de ureia no interstício medular e considerável comprometimento da capacidade de concentração da urina RECIRCULAÇÃO DA UREIA: Uma pessoa saudável excreta 20 a 60% da carga filtrada de ureia, dependendo do fluxo urinário e do estado de hidratação A taxa de excreção de ureia é determinada por: 1. Concentração de ureia do plasma 2. Taxa de filtração glomerular (TFG) 3. Reabsorção tubular renal de ureia Pacientes com doença renal e que apresentam grave redução da TFG, a concentração plasmática de ureia aumenta significativamente, retornando a carga filtrada de ureia e sua excreção ao nível normal, apesar da TFG diminuída 40 a 50% da ureia filtrada sofre absorção no túbulo proximal, contudo, a concentração de ureia do líquido tubular ainda assim aumenta em razão de a ureia não ser tão permeante quanto a água A concentração de ureia continua aumentando à medida que o líquido tubular flui para os segmentos delgados da alça de Henle, em parte devido à reabsorção de água do ramo descendente e em parte devido a um grau de secreção de ureia para o segmento delgado a partir do interstício medular Secreção passiva de ureia: acontece nos segmentos delgados da alça e é facilitada pelo transportador de ureia UT-A2 O segmento ascendente espesso da alça, o túbulo distal e o túbulo coletor cortical são menos permeáveis à ureia, sendo somente pequenas quantidade reabsorvidas normalmente nesses segmentos Conforme a ureia flui para o ducto coletor medular profundo, a alta concentração e os transportadores UT-A1 e UT-A3 causam difusão da ureia para o interstício medular 7 Fisiologia II – LM Uma considerável parte dessa ureia se difunde para o segmento delgado da alça de Henle e, em seguida, ascende ao ramo ascendente da alça, túbulo distal e túbulo coletor cortical para posteriormente retornar ao ducto coletor medular A ureia, então, pode recircular através dessas porções terminais do sistema tubular por diversas vezes antes de sua excreção Cada passagem pelo circuito contribui com a manutenção de alta concentração de ureia Essa recirculação fornece, ainda, um mecanismo de formação da medula hiperosmótica Excesso de água no corpo = ↑ fluxo urinário = ↓ concentração de ureia nos ductos coletores medulares = ↓ difusão de ureia para o interstício Excesso de água = ↓ ADH = ↓ permeabilidade à água e ureia = ↑ excreção de ureia na urina TROCA POR CONTRACORRENTE NOS VASOS RECTA – HIPEROSMOLARIDADE DA MEDULA RENAL Fluxo sanguíneo é fornecido à medula renal para suprir as necessidades metabólicas das células nessa parte dons rins Sem esse sistema especial, os solutos bombeados para a medula pelo mecanismos multiplicador de contracorrente seriam rapidamente dissipados Duas características especiais do fluxo sanguíneo da medula renal contribuem para preservar as altas concentrações de solutos: 1. O fluxo sanguíneo na medula renal é baixo, correspondendo a menos que 5% do fluxo sanguíneo renal total 2. Os vasos recta servem como mediadores de contracorrente, minimizando também a remoção de solutos do interstício medularrenal O sangue entra e sai da medula através dos vasos recta no limite entre o córtex e a medula renal À medida que o sangue descende pela medula em direção às papilas, torna-se progressivamente mais concentrado, em parte devido à entrada de solutos do interstício e em parte devido à perda de água para o interstício No momento de sua chegada às extremidades dos vasos retos, sua concentração = de 1.200 mOsm/L, igual à do interstício medular Durante sua ascensão de volta ao córtex, o sangue torna-se progressivamente menos concentrado conforme solutos se difundem de volta ao interstício e a água adentra os capilares Os vasos recta não criam a hiperosmolaridade medular, apenas impedem que ela seja dissipada O formato de U dos vasos minimiza a perda de solutos do interstício, mas não impede o alto fluxo e solutos para o sangue em função das usuais pressões 8 Fisiologia II – LM hidrostáticas e coloidosmóticas que favorecem a reabsorção nesses capilares ↑ do fluxo sanguíneo na medula renal = ↓ capacidade de concentração da urina Alguns vasodilatadores podem aumentar significativamente o fluxo sanguíneo da medula renal, causando remoção de parte dos solutos e redução da capacidade máxima de concentração da urina ↑ na pressão arterial = ↑ o fluxo sanguíneo = ↓ capacidade da concentração da urina – até um grau maior que em outras regiões dos rins, gerando uma tendência de diluição do interstício hiperosmótico, o que reduz a capacidade de concentração da urina A capacidade máxima dos rins de concentrar a urina determina-se não só pelo nível de ADH, mas também pela osmolaridade do líquido intersticial da medula renal A capacidade de concentração da urina permanecerá diminuída se o fluxo sanguíneo medular estiver alto o suficiente para reduzir a hiperosmolaridade dessa região, mesmo com níveis máximos de ADH CONTROLE DA OSMOLARIDADE E CONCENTRAÇÃO DE SÓDIO NO LEC A regulação da osmolaridade e da concentração de sódio do LEC são intimamente ligadas tendo em vista que o sódio é o íon mais abundante do compartimento extracelular Concentração plasmática de sódio é normalmente regulada dentro do estreito limite de 140 a 145 mEq/L, com média ao redor de 142 mEq/L A osmolaridade situa-se em torno de 300 mOsm/L e raramente se altera em mais que 2 a 3% Estimativa da osmolaridade a partir do sódio: O sódio e seus ânions associados correspondem a cerca de 94% dos solutos do compartimento extracelular A osmolaridade plasmática pode ser estimada pela concentração plasmática de sódio (PNa+), como se segue: Posm = 2,1 x PNa+ (mmol/ℓ) Em condições associadas a uma doença renal, inclui-se a contribuição da concentração plasmática de outros dois solutos, glicose e ureia: Posm = 2 × [PNa +, mmol/ℓ] + [Pglicose, mmol/ℓ] + [Pureia, mmol/ℓ] Essas estimativas da osmolaridade plasmática são em geral precisas dentro de uma pequena faixa de porcentagem em relação à mensuração direta 9 Fisiologia II – LM Embora o controle da quantidade de sódio e água excretados pelos rins inclua múltiplos mecanismos, dois sistemas primários estão especialmente envolvidos na regulação da concentração de sódio e osmolaridade do líquido extracelular: 1. O sistema osmorreceptor-ADH 2. Mecanismo da sede SISTEMA DE FEEDBACK OSMORRECEPTOR-ADH ❖ Quando a osmolaridade aumenta acima do normal devido a um déficit de água livre, esse sistema de feedback funciona da seguinte forma: a. Aumento da osmolaridade extracelular (elevação da concentração plasmática de sódio) = provoca o murchamento de células osmorreceptoras, no hipotálamo anterior, próximo aos núcleos supraóticos b. O murchamento estimula as células osmorreceptoras - enviam sinais a neurônios dos núcleos supraópticos - retransmitem os sinais pelo pedículo da glândula hipófise para a hipófise posterior c. Potenciais de ação chegam à hipófise posterior - estimulam a liberação de ADH nas terminações nervosas d. ADH entra na corrente sanguínea e é transportado até os rins 10 Fisiologia II – LM e. ADH promove aumento da permeabilidade da porção final dos túbulos distais, túbulos coletores corticais e ductos coletores medulares à água f. Aumento da reabsorção de água + excreção de pequeno volume de urina concentrada Conserva água no corpo, enquanto sódio e outros solutos continuam a ser excretados na urina Diluição dos solutos no líquido extracelular, retornando à concentração normal Quando o líquido extracelular fica muito diluído: o Menos ADH é formado – reduz a permeabilidade – reduz a reabsorção de água – produção de maior volume de urina diluída o Promove concentração do líquido do corpo e normalização da osmolaridade plasmática SÍNTESE E LIBERAÇÃO DE ADH O ADH é produzido no hipotálamo, por dois tipos de neurônios: 1. Células dos núcleos supraópticos o 5/6 da síntese 2. Células dos núcleos paraventiculares o 1/6 da síntese Emitem prolongamentos neuronais para a hipófise posterior, de onde o ADH será liberado ↑ osmolaridade = estímulo dos núcleos supraópticos e paraventriculares = altera a permeabilidade da membrana = ↑ entrada de cálcio = ADH armazenado nas vesículas secretoras é liberado e conduzido pela circulação da hipófise para a circulação sistêmica Secreção de ADH representa meio rápido de alterar a excreção renal de água, pois a resposta ao estímulo osmótico é rápida Região anteroventral do terceiro ventrículo (AV3V): outra região importante para o controle da osmolaridade e secreção de ADH Estruturas da região AV3V: o Órgão subfornical o Órgão vesicular o Lâmina terminal Lesões da região AV3V → déficits no controle da secreção de ADH, da sede, do apetite pelo sal e da pressão sanguínea Estimulação elétrica da região AV3V ou estimulação pela angiotensina II → ↑ a secreção de ADH, a sede e o apetite por sal Ambos os órgãos têm suprimento vascular, sem barreira hematoencefálica típica, que impede a difusão da maior parte dos íons do sangue para o tecido cerebral → possibilita passagem de íons e outros solutos do sangue para o interstício dessa região = osmorreceptores respondem rapidamente a alterações da osmolaridade extracelular ESTIMULAÇÃO DA LIBERAÇÃO DE ADH PELA QUEDA NA PA E/OU QUEDA NO VS • Reflexos barorreceptores arteriais • Reflexos cardiopulmonares 11 Fisiologia II – LM Vias reflexas que se originam em regiões de alta pressão sanguínea e de baixa pressão Estímulos aferentes → nervos vago e glossofaríngeo → sinapses no núcleo do trato solitário → retransmissão para núcleos hipotalâmicos → controlam a síntese e secreção de ADH Além da osmolaridade elevada, dois outros estímulos aumentam a secreção de ADH: o Diminuição da PA o Redução do VS Entretanto, o ADH é mais sensível a pequenas alterações da osmolaridade, do que a variações similares do volume sanguíneo ▪ Diminuições do volume sanguíneo maiores que 10% aumentam os níveis de ADH rapidamente OUTROS ESTÍMULOS PARA A SECREÇÃO DE ADH • Fármacos e hormônios • Náusea – estímulo potente para liberação de ADH, que aumenta até 100x após o vômito • Nicotina, morfina – estimulam liberação de ADH • Álcool – inibe a liberação de ADH → diurese acentuada MECANISMO DA SEDE ❖ Regula o consumo de líquido, o que, juntamente com o mecanismo osmorreceptor-ADH, mantém o controle da osmolaridade e da concentração de sódio no líquido extracelular CENTRO DA CEDE NO SNC Parede anteroventral do terceiro ventrículo (região AV3V) → promove liberação do ADH e também estimula a sede Anterolateralmente no núcleo pré-óptico → área diminuta, quando estimulada eletricamente, provoca sede imediata = centro da sede Neurônios do centro da sede respondem a injeções de soluções salinas hipertônicas, por estimular o comportamento da ingestão de águaOsmolaridade elevada do LCR, no 3º ventrículo = promove a sede → orgão vasculoso da lâmina terminal, na região AV3V ESTÍMULOS PARA A SEDE • ↑ Osmolaridade extracelular = promove a desidratação intracelular nos centros da sede = 12 Fisiologia II – LM estimula o desejo de beber para diluir os líquidos extracelular e retornar a osmolaridade ao normal • ↓ queda do volume de líquido extracelular • ↓ queda da pressão arterial = barorreceptores arteriais sistêmicos e cardiopulmonares na circulação • Angiotensina II: o Atua sobre o órgão subfornical e sobre o órgão vasculoso da lâmina terminal = fora da barreira hematoencefálica o Angiotensina II se difunde pelos tecidos o Também é estimulada pela hipovolemia e baixa pressão sanguínea = ↓ da excreção de líquido • Estímulos gastrointestinais e faríngeos LIMIAR PARA O ESTÍMULO OSMOLAR DA INGESTÃO DE ÁGUA • Sempre há tendência para a desidratação o Sempre estamos perdendo água, por diversos mecanismos o Tendência consequente de aumento da osmolaridade e da concentração de sódio extracelular • ↑concentração de sódio acima do normal = mecanismo de sede é ativado = causa desejo de beber = limiar para a ingestão de água = ↑ concentração de sódio por apenas cerca de 2 mEq/L RESPOSTAS INTEGRADAS DOS MECANISMOS REGULATÓRIOS DA OSMOLARIDADE EXTRACELULAR Mecanismo osmorreceptor-ADH e da sede atuam paralelamente → regulam a osmolaridade do líquido extracelular e a concentração Mesmo com aumento acentuado da ingestão de sódio/sal, a concentração plasmática de sódio é pouco afetada, graças à essa regulação Quando um dos mecanismos falha, o outro ainda consegue controlar a osmolaridade razoavelmente, desde que haja ingestão suficiente de líquido para contrabalancear as perdas Se os dois param de funcionar: com a ingestão de sódio aumentada, ocorrem alterações significativas da concentração plasmática de sódio → Não existe outro mecanismo de feedback capaz de regular a osmolaridade plasmática PAPEL DA ANGIOTENSINA II A DA ALDOSTERONA ↓ ingestão de sódio = ↑ níveis de angiotensina II e de aldosterona = estimulam reabsorção de sódio pelos rins Esses hormônios não regulam a concentração de sódio extracelular Ao mesmo tempo que aumentam a quantidade de sódio extracelular, também aumentam o volume do líquido extracelular e causam reabsorção de água → não exercem alteração na concentração de sódio MECANISMO DE APETITE PELO SAL A manutenção do volume extracelular e da concentração de sódio em níveis normais requer o equilíbrio entre a excreção e a ingestão de sódio 13 Fisiologia II – LM Ingestão média de sódio costuma ser de 100 a 200 mEq, embora o necessário para sobrevivência deva ser 10 a 20 mEq/dia Em casos de déficit de sódio no corpo, ocorre impulso comportamental para obtenção desse alimento – ânsia por sal o Ex: doença de Addison → deficiência extrema de sódio que gera desejo pelo consumo do sal Em geral, estímulos primários que aumentam o apetite por sal o Deficiência de sódio o Redução do volume sanguíneo o Baixa pressão sanguínea Mecanismo análogo ao mecanismo da sede → centros neuronais do cérebro, na região AV3V
Compartilhar