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efeitos da condenação

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→ Efeito principal 
Imposição da pena (privativa de liberdade, restritiva de direitos, pena 
de multa) ou de medida de segurança; 
 
→ De natureza penal 
• DE NATUREZA PENAL: 
➢ impede, em regra, a concessão de sursis em novo 
crime praticado pelo agente; 
➢ pode revogar o sursis por condenação anterior; 
➢ pode revogar o livramento condicional; 
➢ pode gerar reincidência; 
➢ aumenta o prazo da prescrição da pretensão 
executória; 
➢ interrompe a prescrição da pretensão executória 
quando caracterizar a reincidência; 
➢ pode causar a revogação da reabilitação. 
 
• DE NATUREZA EXTRAPENAL: 
➢ Afetam o sujeito em outras esferas, que não a penal. 
➢ Subdividem-se em GENÉRICOS e ESPECÍFICOS: 
 
▪ EFEITOS GENÉRICOS 
São automáticos decorrendo de qualquer condenação criminal e não 
precisam ser expressamente declarados na sentença (art. 91). 
a) Tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime; 
Observações: 
→ A sentença condenatória transitada em julgado torna-se titulo 
executivo no juízo cível, sendo desnecessário rediscutir a culpa do 
causador do dano (art. 63 do CPP). No juízo cível somente se discute 
o montante da reparação, em liquidação de sentença. 
→ O valor do dinheiro pago à vítima ou a seus dependentes em caso 
de substituição da pena por prestação pecuniária deve ser 
descontado do montante da indenização. 
→ Em não se tratando de sentença condenatória, deverá o 
prejudicado propor ação ordinária de indenização para reparação do 
dano causado pelo ato ilícito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
→ O mesmo pode acontecer quando não ocorrer condenação por 
causa da prescrição, de arquivamento de inquérito, de transação 
penal da Lei 9.099/95. 
→ Quando o ofendido for pobre, o Ministério Público tem legitimidade 
para propor a ação civil ex delicto (legitimação extraordinária). 
 
❖ Em caso de sentença absolutória, também é possível a 
propositura da ação no cível, EXCETO quando o Juízo Criminal 
reconhecer que: 
I. o fato não aconteceu; 
II. que o acusado não foi o autor do fato; e 
III. ou que atuou sob excludente de criminalidade. Essas 
decisões acima também fazem coisa julgada no 
juízo cível. 
b) A perda em favor da União (confisco) dos instrumentos do crime, 
desde que seu uso, porte, detenção, alienação ou fabrico, constituam 
fato ilícito, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé; 
Observações: 
→ Confisco é a perda ou privação de bens do particular em favor 
do Estado. 
→ Instrumentos são os objetos, coisas materiais empregadas para a 
realização do crime. 
→ A corrente majoritária entende que o dispositivo não se aplica em 
casos de condenação por contravenção, mas tem decisões admitindo 
o confisco em crimes e contravenções. 
→ As propriedades rurais e urbanas utilizadas para cultura ilegal de 
plantas psicotrópicas (art. 243, caput, CF) e todo e qualquer bem de 
valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ou da 
exploração do trabalho escravo (parágrafo único do art. 243, CF). 
→ A perda dos instrumentos do crime é automática. No entanto, é 
incabível este confisco quando celebrada a transação penal prevista 
no art. 74 da Lei n. 9.099/95. Da mesma forma se ocorrer o 
arquivamento, absolvição ou extinção da punibilidade pela prescrição 
da pretensão punitiva. 
 
c) A perda em favor da União (Confisco), do produto e do proveito do 
crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido 
pelo agente com a prática do fato criminoso, ressalvado o direito do 
lesado ou de terceiro de boa-fé. 
 
Efeitos da condenação 
Observações: 
→ Produto é a vantagem direta auferida pela prática do crime (ex. 
relógio furtado). 
→ Proveito é a vantagem decorrente do produto (o dinheiro obtido 
com a venda do relógio). 
→ O produto do crime deve ser devolvido ao lesado ou terceiro de 
boa-fé, somente se realizando o Confisco pela União, se permanecer 
ignorada a identidade do dono ou não for reclamado o bem ou valor. 
→ Poderá ser decretada a perda de bens ou valores equivalentes 
ao produto ou proveito do crime quando estes não forem 
encontrados ou quando se localizarem no exterior. (Art. 91, § 1o do 
CP) 
→ Na hipótese do § 1°, as medidas assecuratórias previstas na 
legislação processual poderão abranger bens ou valores equivalentes 
do investigado ou acusado para posterior decretação de perda. (Art. 
91, § 2o do CP) 
 
d) A suspensão dos direitos políticos, enquanto durarem os efeitos da 
condenação (art. 15, III, da CF). 
→ Enquanto não for extinta a pena, independente da modalidade 
aplicada, o condenado fica privado de seus direitos políticos, não 
podendo sequer exercer o direito de voto. 
→ Comentar sobre a aparente contradição existente entre o art. 
15, inciso III (que prevê a suspensão dos direitos políticos e, por 
consequência, a perda do mandato eletivo) e o art. 55, VI, da CF (que 
condiciona a perda do mandato eletivo dos parlamentares federais à 
deliberação pela Casa respectiva por maioria absoluta, mesmo por 
sentença criminal transitada em julgado). 
 
e) O Código de Transito Brasileiro prevê como efeito extrapenal da 
condenação nos crimes nele tipificados, que o condenado perderá sua 
habilitação ou permissão, ficando obrigado a submeter-se a novos 
exames para que possa voltar a dirigir, de acordo com as normas 
estabelecidas pelo Contran. Trata-se de efeito extrapenal 
automático, que independe de expressa motivação na sentença. 
 
Efeitos específicos 
Devem ser expressamente declarados e só podem ser aplicados em 
determinados crimes (art. 92, parágrafo único, do CP). 
➢ Não se confundem com as penas de interdição temporária de 
direitos, pois estas são consequências diretas do crime e 
substituem a pena privativa de liberdade pelo mesmo tempo da 
duração. 
 
➢ Os efeitos específicos são consequências reflexas, de natureza 
extrapenal e são permanentes. 
 
a) a perda do cargo, função pública ou mandato eletivo quando 
aplicada pena privativa de liberdade igual ou superior a 1 ano, nos 
crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para 
com a Administração Pública 
Ex. Crimes funcionais (arts. 312 a 326 do CP). 
Observações: 
→ Se a condenação for em crime de tortura, a Lei n. 9.455/97, 
em seu art. 1°, §5°, impõe também a perda do cargo, função ou 
emprego público, qualquer que seja a pena imposta, e a interdição 
para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada; 
→ No caso de preconceito de raça ou de cor praticado por servidor 
público, também ocorrerá este efeito, se o Juiz declarar na sentença 
(art. 18, da Lei n. 7.716/89). 
→ O art. 55, VI, da CF, determina a perda do mandato de deputado 
ou senador que sofrer condenação definitiva. Independentemente da 
quantidade de sanção, a suspensão dos direitos políticos e a perda do 
mandato eletivo, decorre da condenação criminal. 
→ O funcionário perde a função, mas não fica impossibilitado de, 
posteriormente, ser investido em outra 
 
b) A perda do cargo, função pública ou mandato eletivo quando for 
aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 anos, 
qualquer que tenha sido o crime cometido; 
 
c) Incapacidade para o exercício do poder familiar, da tutela ou da 
curatela nos crimes dolosos sujeitos à pena de reclusão cometidos 
contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar, contra 
filho, filha ou outro descendente ou contra tutelado ou curatelado; 
Exigem-se quatro requisitos: 
I. crime doloso; 
II. sujeito a pena de reclusão; 
III. contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar, 
contra filho, filha ou outro descendente ou contra 
tutelado ou curatelado como vítimas; 
IV. declaração expressa na sentença. 
 
Observações: 
→ Nos crimes de maus-tratos (art. 136) e abandono de incapaz (art. 
133), não pode ser aplicado esse efeito, pois a pena prevista é de 
detenção. Se a vítima falecer ou sofre lesão grave, a pena passa a 
ser de reclusão, hipótese em que poderáser aplicado o efeito 
condenatório. 
→ No caso de morte do filho, o efeito é aplicado em relação aos 
demais filhos. 
→ O dispositivo também é aplicado ao crime de tortura, previsto no 
art. 1, inciso II da Lei n. 9.455/97(reclusão, de 2 a 8 anos). 
→ Ainda que reabilitado, a capacidade não poderá ser exercida em 
relação ao filho, tutelado ou curatela do ofendido pelo crime. 
 
d) A inabilitação para dirigir veículo, quando este é utilizado como 
instrumento para a prática de crime doloso (homicídio doloso, lesões 
dolosas, etc). 
Exigem-se três requisitos: 
I. crime doloso; 
II. veículo como instrumento do crime; 
III. declaração expressa na sentença. 
 
→ Trata-se de efeito permanente, que somente pode ser cancelado 
mediante reabilitação criminal. 
→ Não confundir esta inabilitação com a suspensão de permissão, 
autorização ou habilitação para dirigir veículo aplicável nos crimes de 
trânsito.

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