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1 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO - UEMA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS - CCT CURSO: ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA: PROJETO DE ESTRADAS SEÇÃO TRANSVERSAL DE VIAS São Luís 2019 2 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO - UEMA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS - CCT CURSO: ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA: PROJETO DE ESTRADAS PROFESSOR: TALES CAMINHA MANOEL DE JESUS CUTRIM SOARES – 201023319 SEÇÃO TRANSVERSAL DE VIAS Trabalho apresentado como requisito para composição da 1ª nota na disciplina de Projeto de Estradas do curso de Engenharia Civil da Universidade Estadual do Maranhão, Prof: Tales Caminha São Luís 2019 3 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 2. SEÇÃO TRANSVERSAL DE VIAS 2.1. Definição 2.2. Caracterização 2.3. Objetivos 3. ELEMENTOS BÁSICOS CONSTITUINTES DAS SEÇÕES TRANVERSAIS 3.1. Faixa de tráfego 3.2. Pista de rolamento 3.3. Acostamentos 3.4. Faixa de domínio 3.5. Plataforma da via 3.6. Espaço para drenagem 3.7. Separador central 3.8. Taludes laterais 3.9. Inclinações transversais 4. CONCLUSÃO REFERÊNCIAS 4 1. INTRODUÇÃO É notório que o pavimento de vias, rodovias e estradas de maneira geral deve prover uma faixa de tráfego (rolamento) econômico, rápido, seguro e confortável aos seus usuários. Estes elementos estão ligados aos Perfis Longitudinal e Transversal do pavimento das vias. Para fins do projeto geométrico, representa o alinhamento superficial transversal à via, incluindo a pista de rolamento, faixas de segurança, acostamentos, plataforma, sarjetas, valetas e taludes, entre as interseções com o terreno natural. Resulta da interseção de um plano vertical perpendicular ao eixo com a superfície do corpo estradal contido entre os limites da terraplenagem. 2. SEÇÃO TRASVERSAL DE VIAS 2.1. Definição Seção transversal é o corte da estrada feito por um plano perpendicular ao eixo, que define e posiciona os diversos elementos que compõem o projeto na direção longitudinal. Levantadas após definição do traçado e do perfil longitudinal do terreno. A seção padrão é denominada seção tipo. A estrada pode ter uma seção tipo ou mais de uma, caso ocorram alterações nos elementos básicos do projeto em decorrência de mudanças do tráfego/condições físicas locais. 2.2. Caracterização • Influenciam características operacionais, estéticas e de segurança da via; • Devem ser adequadas à classe funcional da via; • Devem ser compatíveis com padrões estabelecidos. 5 2.3. Objetivos Descrever os elementos de projeto das seções transversais de vias e rodovias. 3. ELEMENTOS BASICOS 3.1. Faixas de tráfego É o espaço delimitado por onde um veículo tem condições de trafegar em condições seguras. Serve para disciplinar o fluxo de veículos em uma pista, oferecendo um espaço com largura e declividade suficiente e segura para os veículos, nela autorizados a trafegar, desenvolverem adequadamente a sua jornada. A largura da faixa de tráfego (L) tem grande influência na segurança e no conforto dos veículos. É composta pela largura (U) do veículo-padrão, acrescida dos espaços de segurança (c): 𝐿 = 𝑈 + 2𝑐 • Para o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), os valores recomendados para pistas pavimentadas situam-se entre 3,00 m e 3,60 m; • Quanto maior o espaço de segurança (c), maior será a segurança e o conforto que a estrada proporcionará; • Entretanto, o custo da construção também cresce significativamente com o aumento da largura dos elementos que compõem o projeto. Figura 1 6 • Faixas de tráfego com largura de 3,60 m são consideradas seguras e confortáveis. Esse valor é obtido com o uso de veículo comercial padrão, com largura (U) de 2,60 m e espaços de segurança (c) de 0,50 m. Características do veículo Veículos Leve Veículos e ônibus convencionais Caminhões e ônibus longos Semirreboques Largura total 2,10 2,60 2,60 2,60 Comprimento 5,80 9,10 12,20 16,80 Tabela 1 - Dados básicos de veículos de projeto (m). Fonte: DNIT • Um grande número de estradas brasileiras usa faixas de tráfego com largura de 3,50 m, que corresponde a espaços de segurança de 0,45 m. • Para estradas secundárias (de baixo volume de tráfego ou baixa velocidade de projeto) é aceitável o uso de espaços de segurança menores. • Faixas com largura de 3,30 m têm sido adotadas, principalmente, para reduzir o custo. Figura 2 7 • Valores propostos pelo DNIT: Terreno Classificação das Rodovias Classe 0 Classe I Classe II Classe III Classe IV Plano 3,75 3,60 3,60 3,60 3,50 – 3,30 Ondulado 3,75 3,60 3,50 3,50 3,50 – 3,30 Montanhoso 3,60 3,60 3,50 3,30 3,30 – 3,00 Tabela 2- Largura da faixa de tráfego (m). Fonte: DNIT • Embora a velocidade diretriz possa se modificar em função das mudanças de relevo do terreno, não convém variar a largura das faixas de tráfego; • Isso se traduz em maior segurança e garantia da manutenção da capacidade; • Somente se justifica a adoção de larguras de faixas diferentes em trechos longos, onde venha a ocorrer nítida mudança de todas as características. 3.2. Pista de rolamento Conjunto de duas ou mais faixas de tráfego. A largura de uma pista é a soma das larguras de todas as faixas que a compõem. Seção transversal de pista simples Figura 3 8 Seção transversal de pista dupla (02 faixas de tráfego / 01 pista de rolamento) (04 faixas de tráfego / 02 pistas de rolamento) Figura 4 Figura 5 Figura 6 9 (06 faixas de tráfego / 02 pistas de rolamento) 3.3. Acostamento É o espaço adjacente à faixa de trânsito que é destinado à parada emergencial de veículos, não sendo em geral dimensionado para suportar o trânsito de veículos (que pode ocorrer em caráter esporádico). Seção transversal de pista simples Benefícios: 3.3.1. Benefícios Figura 7 Figura 8 10 • criam espaços necessários para que as faixas de tráfego fiquem livres; • servem como áreas de escape para que veículos possam fugir ou diminuir os efeitos de possíveis acidentes; • ajudam a drenagem da pista e, quando pavimentados, protegem as bordas da pista; • melhora a visibilidade de curvas horizontais; • garantem a inexistência de obstáculos próximos da pista, o que reduziria a capacidade de tráfego da estrada. • O acostamento é um elemento imprescindível à: • segurança do tráfego; • garantia de escoamento. • Limitações podem ocorrer no fluxo de veículos em virtude da inexistência de acostamentos, ou da existência com larguras insuficientes ou mal conservados. • Para o DNIT, todas as vias devem possuir acostamento, pavimentados ou não; • A largura destinada ao acostamento deverá ser: • bem visível para o motorista, e; • uniforme, sem sofrer estreitamento desnecessários. • As mudanças de largura, quando absolutamente necessárias, deverão ser tão suaves quanto possível e precedidas de sinalização adequada. • Quando pavimentados, os acostamentos contribuem para conter e suportar a estrutura do pavimento da pista. • Para acostamentos não-pavimentados, é desejável que seja revestida uma faixa adjacente à pista de 30 a 50 cm de largura, objetivando estimular o uso da largura integral da pista. • É importante minimizar eventuais degraus entre a pista e o acostamento. • O ideal seria o acostamento abrigar o veículo e uma pessoa trabalhando ao seu lado, mantendoainda um afastamento de segurança da pista; • Essas condições somente são justificadas em condições relativamente severas de tráfego, situadas em regiões com topografia favorável e sem restrições de faixa de domínio; • Acostamentos muito largos: estimulam o uso inadequado; 11 • Desejável: textura, rugosidade, coloração e outras características contrastantes com a pista. Larguras dos acostamentos recomendados pelo DNIT: Terreno Classificação das Rodovias Classe 0 Classe I Classe II Classe III Classe IV Plano 3,50 3,50 3,00 2,50 2,00 Ondulado 3,00 2,50 2,50 2,00 2,00 – 1,50 Montanhoso 3,00 2,50 2,00 2,00 1,50 – 1,20 Tabela 3 - Largura do acostamento direito (m). Fonte: DNIT. • Em rodovias de pistas duplas ou de mão única deve ser prevista uma largura pavimentada adicional entre o bordo esquerdo da pista de rolamento e o elemento separador (acostamento interno ou faixa de segurança). Terreno Pista de mão única – Classe 0 ou I Número de faixas 2 3 4 Plano 0,60 3,00 – 2,50 3,00 Ondulado 0,60 2,50 – 2,00 3,00 Montanhoso 0,50 2,50 – 2,00 3,00 – 2,50 Tabela 4 - Largura dos acostamentos internos (m). Fonte: DNIT. 12 Acostamentos • A inclinação transversal dos acostamentos deve, sempre que possível, ser maior que o da pista, e variar de 2% a 6% dependendo do tipo de revestimento: • pavimentados: entre 2% e 5%; • não pavimentados: entre 4% e 6%. Seção transversal de pista simples • A vantagem de a inclinação transversal dos acostamentos ser maior que a da pista contígua colabora com a saída das águas pluviais. Figura 9 Figura 10 13 • A inclinação do acostamento interno pode: • acompanhar a mesma inclinação da pista; • manter a inclinação utilizada nos trechos em tangente. • Primeira alternativa: vantagem de proporcionar melhor escoamento das águas pluviais, porém compromete o conforto e segurança de veículos altos que eventualmente parem no acostamento; • Segunda alternativa: menos eficiente quanto ao escoamento de águas, porém mais eficiente quanto à segurança. • Código de Trânsito Brasileiro: ➢ Art. 193: Transitar com o veículo em calçadas, passeios (...), canteiros centrais e divisores de pista de rolamento, acostamentos e marcas de canalização: ▪ Infração: gravíssima (7 pontos na carteira); ▪ Penalidade: multa (R$ 880,41). 3.4. Faixa de domínio Faixa de terra que envolve o eixo da rodovia projetada, com largura suficiente para comportar os seus elementos constituintes, de modo a permitir Figura 11 Figura 12 14 a sua construção, operação, manutenção, condições de segurança, além das futuras ampliações. Faixa de domínio • Definida de forma a abranger as seções transversais, sendo as suas dimensões definidas a partir do desenho das linhas de corte e de pés de aterro, considerando uma largura adicional de, no mínimo, 10 m para cada lado; • Essa largura deve ser suficiente para: • Obras complementares (dispositivos de drenagem, contenção e/ou de segurança), e; • permitir a operação de equipamentos (atividades de construção e manutenção rodoviária). • Para rodovias em pista simples: a definição da faixa de domínio deve considerar a disposição geométrica da rodovia já duplicada; • Adotam-se larguras constantes ao longo de trechos com características e/ou uso do solo relativamente homogêneas para se evitar definição de limites irregulares/variáveis em segmentos curtos. • Nas proximidades de áreas urbanas são adotadas faixas mais largas, pois o desenvolvimento urbano valoriza os terrenos lindeiros, encarecendo eventuais desapropriações; • É desejável que a faixa de domínio resulte: • assimetria em relação ao eixo da rodovia em pista simples, e; • simetria em relação ao eixo de referência da rodovia de pista duplicada. Figura 13 15 • Em todos os casos, respeitar os valores mínimos estabelecidos pelo DNIT: Terreno Classificação das Rodovias Classe Especial Classe I Classe II Classe III Plano - 60 30 30 Ondulado - 70 40 40 Montanhoso - 80 50 50 Tabela 5 - Largura das faixas de domínio (m). Fonte DNIT. • Fatores que podem condicionar a fixação das larguras ou configurações específicas para as faixas de domínio: • dutovias; • linhas ferroviárias; • linha de transmissão de energia/dados; • rios, lagos, acidentes geográficos; • outras rodovias, e; • interferências diversas. 3.5. Plataforma da via Espaço compreendido entre os limites externos dos passeios ou entre os pés dos cortes e cristas dos aterros, destinado ao deslocamento dos veículos com acréscimos de áreas para estacionamento e os dispositivos destinados ao escoamento superficial das águas pluviais; • Assim, a plataforma contém: • pistas de rolamento; • acostamentos; • espaços para drenagem; • separador central (no caso de pistas duplas). 16 Seção transversal de pista simples Seção transversal de pista dupla 3.6. Espaços para drenagem A água das chuvas, uma vez escoadas lateralmente, necessitam ser conduzidas no sentido longitudinal para serem lançadas no terreno natural; A vida do pavimento está intimamente ligada a existência de uma drenagem eficiente que impeça a eventual chegada de águas subterrâneas à base do pavimento; É necessário espaços suficientes para a implantação de dispositivos adequados de drenagem. Figura 15 Figura 16 17 • Um dos dispositivos é uma canaleta apropriada conhecida por sarjeta, cuja seção faz parte da seção transversal da rodovia; • Espaços suficientes para implantação de dispositivos de drenagem: • pista simples: recomendado que sejam deixados espaços de 1 m adjacentes aos acostamentos; • pista dupla: além dos espaços laterais, são colocados dispositivos de drenagem ao longo do canteiro central. Seção transversal de pista simples Seção transversal de pista dupla • Projeto de drenagem • pré-dimensionamento das sarjetas; • verificação do pré-dimensionamento; • estabelecimento dos limites de aplicação. Figura 17 Figura 18 18 • Cortes: sarjeta de maiores dimensões em razão da necessidade de maior capacidade de vazão; • Aterros: conveniência de adoção de sarjetas deve ser avaliada no projeto de drenagem em virtude de problemas de erosão. • Ponto de vista hidráulico: sarjetas com seção triangular, semicircular, trapezoidal ou retangular; • Tipos e configurações geométricas dependem basicamente: • dimensionamento hidráulico; • padrões de projeto; • materiais disponíveis para sua construção. • Seleção da seção mais adequada: levada em consideração a segurança dos veículos. Figura 18 Figura 19 19 • Seções triangulares: simples, convenientes e mais indicadas sob o ponto de vista de segurança para o trânsito, embora possuam menor capacidade de escoar os volumes d’água (resultar em seções muito largas): • Seções trapezoidais: maior capacidade de vazão e maior risco de danos para veículos desgovernados; Figura 20 Figura 21 Figura 22 20 • Projetos de rodovias de padrões menos sofisticados: podem ser projetadas sarjetas em terra, revestidas com grama ou pedra arrumada, visando a redução dos custos; • Projetos de melhor categoria: sarjetas cimentadas (elementos pré fabricados ou moldados no local);• Observados os tamanhos mínimos: • considerações de ordem econômica; • aproveitamento de materiais locais. 3.7. Separador central Conhecidos por “canteiros centrais”, são dispositivos com função de isolar correntes de tráfego opostas. Figura 23 Figura 24 21 • Aspectos operacionais e estéticos: desejáveis canteiros centrais com a maior largura possível e que sejam viáveis economicamente; • Constituição: defensas metálicas ou de concreto, calçadas com guias, canteiros gramados, que evitam erosões e compõem o paisagismo; • Os dispositivos que separam pistas com sentidos de tráfego opostos têm grande importância na segurança dos veículos (evitar que veículos saiam acidentalmente de uma pista e a atinjam o tráfego oposto). • A largura mínima normal do separador, independente da existência de acostamentos internos, será de 6 metros; • O mínimo absoluto, em casos especiais, será de 3 metros; • Larguras de 10 a 12 metros são desejáveis sempre que possível, podendo atingir cerca de 18 a 20 metros em condições favoráveis, valor este que permite: • eventual aproveitamento do canteiro por outro meio de transporte, e; • futura faixa adicional de tráfego. • Devem ter largura suficiente para a construção de dispositivos de separação de tráfego e redução dos efeitos do ofuscamento noturno. Largura Tipo Até 3 m em nível, pavimentado ou gramado com meio-fio elevado e defensa De 3 a 5 m abaulado ou com depressão, pavimentado ou gramado De 5 a 20 m com depressão, inclinação transversal 4:1, gramado e drenagem central Tabela 6 - Largura dos separadores centrais (m). Fonte DNIT. • Analisar os custos de implantação dos separadores centrais, pois muitas vezes são economicamente inviáveis. • O tipo de seção transversal do separador depende de alguns fatores: • tráfego; • necessidade de dispositivos de drenagem; • largura disponível: 22 • no caso de canteiros com largura muito pequenas, em vias de alta velocidade, é conveniente dispor de um separador físico rígido (defensas ou barreiras). defensas e barreiras • Defensas e barreiras: estruturas de segurança instaladas com o fim de conter veículos desgovernados que possam: • cruzar o canteiro central e chocar-se com veículos da outra pista; • chocar-se com obstáculos fixos próximos à pista (postes, pilares, guarda-corpos, etc.); • sair da pista e rolar um talude íngreme (1:4), curvas acentuadas ou condições adversas como rios, valas profundas, abismo, rochas e muros de arrimo. • O emprego somente é válido no caso de impacto do veículo contra as mesmas ter consequências menos graves que o acidente que sua ausência ocasionaria; • Embora contribuam para reduzir a gravidade do acidente, não deixam também de provocar danos materiais/pessoais; • Defensas e barreiras implicam em custos de implantação e manutenção. Figura 25 23 • Desejável tentar eliminar, sempre que viável, a necessidade: • suavização de taludes de aterro; • afastamento ou eliminação de obstáculos fixos; • alargamento do canteiro central. • O custo de execução dessas medidas pode ser inferior aos custos de implantação e manutenção; • Em todos os casos: investigar a melhor solução. • O uso de defensas e separadores rígidos influem sobre a distância de visibilidade disponível; • Características: • separadores rígidos convencionais de concreto: larguras de 0,60 a 0,80 m na base e de 0,15 m na crista, com altura de 0,80 m (acima do pavimento); • defensas metálicas: altura de 0,75 m e larguras de 0,50 m (defensas simples para tráfego de um só lado) a 0,80 m (defensa dupla para canteiro central). Figura 26 24 A necessidade de defensas ou barreiras rígidas em crista de aterro: determinada \por gráfico e se baseia nos principais aspectos geométricos do talude: altura e inclinação: Necessidade de defensas ou barreiras em aterros Figura 27 Figura 28 Figura 29 25 • Apesar da indicação do gráfico, pode ocorrer a necessidade de instalação desses dispositivos: • verificação de condições desfavoráveis no pé do talude; • entrada de pontes e viadutos; • curva acentuada à esquerda; • declive acentuado; • acostamento estreito. 3.8. Taludes laterais Constituem o contorno lateral do corpo da estrada. • Primordial: estabilidade para a segurança do tráfego, razão pela qual se deve: • proceder a um cuidadoso estudo de estabilidade com apoio nos estudos geológicos e geotécnicos, e nas condicionantes hidrológicas e de drenagem; • Operação, segurança e aparência da rodovia: desejáveis taludes os mais suaves possíveis, com inclinações aquém daquelas calculadas para se obter a sua estabilidade. • Taludes suaves têm a seu favor: • a maior conformação às formas da natureza; Figura 30 26 • uma melhor impressão visual e estética; • a maior estabilidade geotécnica em alguns casos; • menores custos de manutenção; • taludes de aterros: segurança aumentada em caso de desgoverno do veículo, que poderá retornar à pista sem tombar. • Em taludes pequenos deve-se usar inclinações suaves, acomodando os taludes ao terreno natural de forma contínua, sem variações bruscas de declividade; • Quando os cortes ou os aterros são baixos, menores que 5 m, o uso de inclinações suaves nos taludes: • não implica significativos movimentos de terra, • aumenta a segurança da estrada; • melhora condições de visibilidade nas curvas em corte; • oferece melhores condições para o plantio de grama e o paisagismo na faixa de domínio. • Os taludes com inclinação 1:4 arredondados nas concordâncias com a plataforma da estrada e com o terreno natural são uma boa solução: Figura 31 27 • Emprego de taludes suaves: diminuem a necessidade de defensas, pois o custo inicial e de manutenção das defensas é mais onerosa que a suavização dos taludes; • Taludes excessivamente suaves assumem uma aparência artificial, além de aumentar os custos; • Segurança aos veículos e usuários: inclinações de taludes entre 1:6 e 1:4 reduzem os riscos de tombamento para veículos desgovernados, pois estes conseguem retornar à pista após invadirem o talude. • Taludes de corte: inclinação definida em função das características do solo a ser escavado. • Taludes de aterros: em função do material e do grau de compactação adotado; • Em ambos os casos, deve ser garantida a estabilidade da estrada sem criar custos desnecessários. • Tipo de talude que merece maior análise: cortes em rocha; • Estabilidade: taludes verticais, atendem a economia da obra. Não convém taludes totalmente verticais e muito elevados, em virtude da impressão de estreitamento que ocasiona aos motoristas e usuários; • As inclinações variam de acordo com as características e propriedades das rochas. Recomendam-se inclinações desde 12:1, enquanto outros indicam o limite de 5:1. Tipo de talude que merece maior análise: cortes em rocha Figura 32 28 em uma seção transversal • Estética e segurança: crista dos taludes de corte e o pé dos taludes de aterro convêm arredondados, de maneira a não se ter ângulos pronunciados com o terreno natural; • Valor do arredondamento dependerá do tipo de solo, inclinação e altura do talude e declividade do terreno; • Indicação: adotadas curvas verticais com comprimentos de 1,5 m a 4,0 m. • Em resumo: • conformação mais desejável aos taludes: transição entre plataforma e terreno natural é efetuada da forma mais natural possível, procurando disfarçar o rasgo e os elementos estranhos introduzidos na paisagem; • para alcançar esse objetivo, contribui a adoção para os taludes deum perfil suave continuamente arredondado, conectando plataforma e terreno. 3.9. Inclinações transversais Declividade transversal ao eixo da rodovia com o objetivo de facilitar o rápido escoamento das águas pluviais e proporcionar melhor condição estética e operacional nas tangentes. Figura 33 29 • Trechos em tangente: pistas com uma inclinação mínima de 2% a partir do eixo, caindo para os dois lados de forma a reduzir a distância de percurso das águas superficiais. Seção transversal de pista simples • Trechos em curva: pista com a superelevação de projeto. Seção transversal de pista simples Figura 34 Figura 35 Figura 36 30 • Seção transversal arredondada em forma de parábola, fazendo que a inclinação vá aumentado no sentido das bordas. Problema dessa solução: dificuldade de construção. • A inclinação do acostamento interno pode: • acompanhar a mesma inclinação da pista, respeitando o valor mínimo estabelecido para o trecho em tangente; • manter a inclinação utilizada nos trechos em tangente. • O acostamento externo deverá ter inclinação oposta à da pista, não inferior aos valores mínimos estabelecidos: criar adequado escoamento das águas pluviais, evitando que a água que cai sobre o acostamento corra sobre a pista. • Nesse caso: acostamento deverá ter um trecho arredondado próximo a 1,20 m para eliminar a brusca mudança de inclinação na passagem da pista para o acostamento, conforme a figura 38. Seção inclinada – pista simples Figura 37 Figura 38 31 • Se a diferença algébrica entre as inclinações da pista e do acostamento externo for maior que 7%: melhor que as inclinações tenham o mesmo sentido, para evitar a grande mudança de inclinação que pode comprometer a segurança do tráfego. Ver figura 39. Seção inclinada – pista simples • Rodovias com pista dupla: • Declividade única: elimina mudança de inclinação transversal na passagem de uma faixa para outra. Seção transversal de pista dupla • Pistas com mais de duas faixas de tráfego com inclinação para o mesmo lado devem ter: • trechos em tangente: inclinação de 2% nas duas primeiras faixas (no sentido do escoamento de água), e; Figura 39 Figura 40 32 • acréscimo de 0,5 a 1% para cada conjunto de duas faixas, de forma a facilitar o escoamento das águas pluviais. • trechos em curva: além desse acréscimo, poderá ser aumentada a inclinação das faixas da esquerda, considerando que, normalmente, são ocupadas pelos veículos mais rápidos. Seção inclinada – pista de múltiplas faixas • Também necessárias faixas de segurança junto as faixas de tráfego mais à esquerda (no sentido do tráfego). • Pistas com mais de duas faixas: podem ter acostamentos no lugar das faixas de segurança. Esses acostamentos destinam-se ao uso dos veículos que trafegam pela faixa da esquerda. Figura 41 Figura 42 33 4. CONCLUSÃO Assim, o projeto geométrico de uma rodovia, é o estudo dos elementos de planta, perfil longitudinal e seção transversal de uma via, fundamentado na mecânica e em experiências realizadas, objetivando fornecer aos veículos condições de operações compatíveis no que se refere à segurança, conforto e economia. 34 REFERÊNCIAS ANTAS, P. M.; VIEIRA, A.; GONÇALO, E. A.; LOPES, L. A. S. Projeto geométrico e de terraplanagem. Rio de Janeiro – RJ. MICHELIN R. G. Drenagem superficial e subterrânea de estradas. 2. ed., Porto Alegre – RS. OLIVEIRA, J. Código de trânsito brasileiro. São Paulo – SP. DNIT –IPR 740. Manual de Pavimentação. 3ª Edição. Rio de Janeiro, 2006 https://www.ebanataw.com.br/trafegando/faixas.htm
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