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Residência Olga Baeta

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Residência
Olga Baeta
Ficha técnica
Arquitetos: João Batista Vilanova Artigas e Carlos Cascaldi
Estrutura: Arquitetos
Instalações: Arquitetos
Construção: Arquitetos dirigiram mestre Agostinho Mallart
Endereço: Rua Gaspar Moreira, 271, Butantã - SP
Ano do projeto e da construção: 1957
Proprietário: Olga Baeta
Área do terreno: 480 m²
Área construída: 239,73 m²
Área ocupada: 132,05 m²
Térreo: 107,7m²
Piso intermediário: 19,6m²
Segundo Piso: 88,3m²
Pavimentos: 2
Imagem 1
Imagem 
2. O Arquiteto
2.1 Biografia
João Batista Vilanova Artigas (Curitiba, PR, 1915 - São Paulo, SP, 1985), formou-se engenheiro-arquiteto na Escola Politécnica da USP em 1937, Artigas, muito embora tenha atuado principalmente em São Paulo, deixou significativas obras na capital onde nasceu e mesmo no interior paranaense.
Abre uma empresa de projeto e construção com Duílio Marone a Artigas & Marone Engenheiros, ao mesmo tempo em que participa de exposições da Família Artística Paulista (FAP). Em 1944, afasta-se da construtora e decide montar escritório próprio, ao lado do calculista Carlos Cascaldi, e, engajado na política de regulamentação da profissão, funda, com outros colegas, a representação do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB/SP) em São Paulo. Filia-se ao Partido Comunista Brasileiro (PCB), em 1945.
Participa, em 1948, da criação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU/USP), onde passa a lecionar. Mergulhado em uma crise profissional, que se estende até meados dos anos 1950. Após o golpe militar de 1964, é preso e, logo depois, exilado no Uruguai, de onde regressa e passa a viver na clandestinidade. Retorna à FAU/USP em 1967, e profere uma aula inaugural em rejeição à luta armada, intitulada O Desenho, em que defende o projeto como atitude de resistência à opressão. 
Imagem 3
2.2 Principais Obras
Foram inúmeras residências, instituições, escolas, edifícios residenciais e comerciais. Artigas deixou obras reconhecidas internacionalmente.
Sede da faculdade de Arquitetura da USP (FAU-USP)
Imagem 4
Estádio do Morumbi
Imagem 5
Casa Rubens de Mendonça (triângulos)
IImagem 6
 
 3. A Residência
3.1 Contexto Histórico
Artigas imaginava que nessas residências poderia, em termos técnicos, conseguir resolver os problemas da casa popular, além do que, nelas poderiam se antecipar as futuras modificações sociais desejadas. Assim, nessa proposição, também seria possível denunciar os contrassensos do nosso país. O projeto da casa Olga Baeta (1956-57), no bairro do Butantã, em São Paulo, é uma prova desse escopo, pois suas empenas conformam um prédio cerrado que rechaça a rua, opondo-se à desvirtuação do discurso funcionalista em relação à cidade, formulando, assim, uma nova concepção espacial.
Diante dessa leitura, a casa Olga Baeta busca romper com uma inter-relação com o entorno porque, ao contrário da liberdade formal dos desenhos sinuosos das marquises e das transparências que propunham a ligação interior-exterior, as empenas cegas de sua construção configuram fachadas iguais, rebatendo os valores plásticos como forma de distinção. Sendo assim, essa obra constitui um volume que refuta a paisagem, mantendo certo distanciamento dela, cindindo as mais emblemáticas características dos projetos edificados pelo repertório dos arquitetos cariocas, até as suas assimilações pelo mercado imobiliário paulistano. Em seu recolhimento, a casa Olga Baeta se fecha sobre suas elevações. Apenas suas laterais são fendidas, mas, mesmo assim, demarcadas pelo exíguo terreno. Então, perante essa espacialização, Artigas buscará não apenas demonstrar a inadequação de se constituir uma arquitetura em contato com o exterior, devido à especulação do solo urbano, mas também procurará por uma ocupação mais racional da casa, em uma cidade empreitada pelo capital. Desse ponto de vista, Artigas destitui a tradicional compartimentação da residência burguesa, abolindo a garagem como “cocheira” e as dependências de serviço localizadas numa edificação separada, de modo a unificá-las ao corpo da casa.
Essa tentativa de atualização da habitação à vida contemporânea já vinha sendo experimentada em alguns projetos anteriores de Artigas, mas, no projeto da casa Olga Baeta, assumirá uma constituição que altera a percepção dos novos materiais, inclusive, da técnica moderna. Ao inverso dos arranjos com grandes planos de vidro de outrora, o concreto armado agora deflagra, na empena cega, as objeções de Artigas em relação às agruras do contexto urbano e à opressão do sistema vigente, traduzindo-as em uma inversão do próprio sentido de progresso requerido.
Todavia, apesar desse teor contestatório, o projeto da casa Olga Baeta, em seu interior, admite aproximações com as ideais de um espaço contínuo, mantendo forte ligação com os pressupostos das vanguardas europeias do início do século XX. Assim, o piso todo colorido dos ambientes sociais, tal como um quadro de Mondrian, subentende uma divisão do espaço que se pressupõe em suspenso, promovendo uma constante interpenetração das funções – composição que pode sugerir uma materialização do traço neoplasticista, presente na Maison Particulière (1923), dos arquitetos do De Stijl.
3.2 O programa
Residência projetada e construída em 1957 por Vilanova Artigas em um bairro horizontal de residências de classe alta com predominância do verde para Olga e Sebastião Baeta Henriques Situada na Rua Gaspar Moreira 271, Butantã, na cidade de São Paulo. Localizada em um terreno de 456m² de área, retangular, plano, de meio de quadra, com medidas de 16x28,5m, onde a face frontal corresponde a insolação leste e a face posterior a oeste.
O programa de residências consiste em um abrigo para carro, sala de estar e jantar integradas, cozinha, área de serviço, dormitório banheiro de serviço (piso térreo), estúdio/sala de estudos (piso intermediário), quatro dormitórios, dois banheiros (piso superior).
A residência é implantada centralizada no lote, guardando distância das divisas, seguindo regras da loteadora do bairro, a Cia City, caracterizando em projeção um retângulo com medidas de 11,60m x 13,84m. Os recuos, considerando a projeção da residência em relação às divisas, equivalem à 8m na frente, 2,04m na direita, 2,35m na esquerda e nos fundos e o recuo equivale a 6,66m. As fachadas frontal e posterior praticamente não apresentam aberturas, ao contrário das laterais, norte e sul, que concentram quase todas as aberturas da residência.
Na parte frontal a única abertura está representada na porta de acesso à edificação.
A fachada lateral direita (norte) apresenta grandes aberturas na parte superior (dormitórios) adicionadas a painéis de madeira de revestimento externo que aumentam sua aparência, já na parte inferior apresenta uma abertura maior referente a cozinha e uma fita de aberturas elevadas que percorre toda zona de serviços, abrangendo cozinha, área de serviço e banheiro de serviço. Nos fundos verificam-se apenas três aberturas, referentes ao dormitório de serviço e um conjunto de duas janelas quadradas superiores que iluminam os banheiros. A fachada sul é composta por uma grande superfície envidraçada que ilumina as áreas sociais da casa.
O acesso à residência se dá junto de uma área coberta que também serve para guarda de veículos. O espectador adentra na zona mais baixa de um ambiente de pé-direito em três alturas que caracteriza hall, sala de jantar e sala de estar. Fazendo um giro para esquerda o espectador encontra uma escada e percebe a continuação deste ambiente de tripla altura em outro espaço caracterizado pelo estúdio, meio nível acima do estar, como um prolongamento do patamar intermediário da escada. A escada termina na circulação aberta do pavimento superior, conectando todos ambientes deste pavimento (dormitórios e banheiros, onde o pé direito volta a ser mais baixo).
Ventos predominantes no sentido sudeste-noroeste coincidentescom a direção dos rios Pinheiros e Tamanduateí.
Residência construída para o casal Olga e Sebastião Baeta Henriques , sem filhos, jovens, no ano de 1956.
3.2.1 Fluxograma e Tabelas de área / Porcentagem de Uso
	Ambiente
	Uso
	Área (m²)
	Porcentagem (%)
	Garagem
	Circulação
	27,27
	14,72
	Escritório
	Íntimo
	16,15
	8,72
	Sala estar/jantar
	Social
	32,65
	17,64
	Cozinha
	Serviço
	12,115
	6,54
	Área de serviço
	Serviço
	4,775
	2,58
	W.C.
	Serviço
	1,875
	1,01
	Dormit empregada
	Serviço
	7,525
	4,06
	Dormitório
	Íntimo
	17,5
	9,46
	Dormitório 2
	Íntimo
	10,5
	5,67
	Dormitório 3
	Íntimo
	10,5
	5,67
	Dormitório 4
	Íntimo
	8,635
	4,66
	Banheiro
	Social
	5,805
	3,13
	Banheiro 2
	Social
	3,565
	1,92
	Escada/ Corredor
	Circulação
	26,335
	14,22
	TOTAL
	-
	185,2
	100%
	Uso
	Porcentagem (%)
	Circulação
	28,94
	Íntimo
	25,46
	Serviço
	14,19
	Social
	31,41
	Total
	100%
3.3 Memorial descritivo e justificativo
Cansado da tipologia residencial paulistana, que já se mostrava ultrapassada a tempos, com seu programa fragmentado, separando as casas em diferentes pedaços, e observando que mesmo na arquitetura moderna, esse reflexo da segregação sociocultural ecoava na forma dos edifícios, Vilanova Artigas propõe, pela primeira vez, resolver todo o programa da residência em um único volume, concentrando os usos num mesmo espaço sobre a estrutura.
Embora essa ideia ganhe forma literal apenas em seus próximos projetos residenciais, é na casa para a professora Olga Baeta que Artigas ensaia o conceito. A casa possui apenas 6 pilares, distribuídos de tal maneira a formar 3 pórticos. Os dois pórticos laterais sustentam duas vigas-parede no pavimento superior, que por sua vez sustentam o grande sustentam o grande balanço da cobertura sul. Artigas queria que a sala de estar tivesse um pé direito duplo, com um grande fechamento de vidro, de piso a teto e, para isso, não teve receio em estruturar toda a cobertura nessas duas empenas.
Mais do que isso, Artigas não teve dúvidas em deixar as empenas leste e oeste cegas (o arquiteto disse mais tarde que, a empena cega recortada pelo formato em duas águas da cobertura, com a textura vertical das formas de madeira à vista, o lembrava das casas curitibanas de sua infância).
A fachada Sul livre de pilares, com a nova escora metálica ao fundo. Porém, a solução estrutural gerava um problema: as duas empenas não seriam o bastante para conter o momento fletor da cobertura no eixo central da casa, já que uma viga-parede não poderia ser colocada no pórtico do meio. Para solucionar o problema, Artigas e Cascaldi projetam uma escora de concreto armado.
Ao estruturar a casa nesses 3 pórticos, Artigas acaba por criar uma arquitetura que é homogênea por fora, e extremamente rica por dentro, com diferentes espacialidades. Os valores das dimensões ganham tons ainda mais impressionantes com os revestimentos em planos coloridos.
Detalhe do piso/patamar do escritório destacado da escada. Internamente e externamente, a casa compartilha de um meio nível, resultado do arranjo topográfico, onde acontece o espaço do escritório. Artigas pensava nesse espaço, como um espaço de descanso.
O fechamento dos dormitórios, voltados para norte são em janelas do tipo guilhotina.
A caixa d´água apoiada em um único pilar, linguagem tão utilizada e difundida no modernismo brasileiro, viria a aparecer numa das primeiras vezes na Casa Baeta, talvez um dos primeiros projetos didáticos de nossa arquitetura: esse aspecto ósseo do edifício, onde é possível ler sua sustentação, seu programa, apenas pela forma com que o edifício ganha materialidade.
Nessa primeira tentativa, Artigas vai além. Talvez aqui, mais do que em qualquer outra construção, a arquitetura é etérea, anônima e ao mesmo tempo pessoal pelo ineditismo com que suas características são empregadas. 
Ao passar pelo portão uma surpresa: o Edifício se desfaz no ar.
3.3.1 Materiais utilizados
Estrutura: Concreto Armado
Cobertura: Estrutura de concreto armado apoia a laje de forro de cooncreto e o telhado com telhas de barro
Laje: Nervurada de concreto armado
Alvenaria: Tijolo revestido com massa e pintado
Escada: Concreto armado
Esquadrias: Madeira (dormitórios)
Caixilhos: Ferro pintado
Vidros: Simples
Revestimentos: Concreto pintado, látex amarelo, vermelho, azul, branco, azulejo branco (cozinha)
Pisos: Cimentado (abrigo de autos), ladrilho hidráulico azul (cozinha, lavanderia), ladrilho hidráulico azul, vermelho, preto (sala), taco (dormitórios, estúdio).
 4. Bibliografia 
Imagens
Imagem 1 : Residências em São Paulo 1947 – 1975, Marlene Milan Acayaba . Romano Guerra, São Paulo; 1ª edição, 2011
Imagem 2: Google Maps
Imagem 3, 4 e 5: http://caHYPERLINK "http://casavogue.globo.com/Arquitetura/Gente/noticia/2015/03/memoria-o-legado-de-vilanova-artigas.html"sHYPERLINK "http://casavogue.globo.com/Arquitetura/Gente/noticia/2015/03/memoria-o-legado-de-vilanova-artigas.html"avogue.globo.com/Arquitetura/Gente/noticia/2015/03/memoria-o-legado-de-vilanova-artigas.html
Imagem 6: http://wwwHYPERLINK "http://www.g-arquitetura.com.br/vilanova_artigas.htm".HYPERLINK "http://www.g-arquitetura.com.br/vilanova_artigas.htm"g-arquitetura.com.br/vilanova_artigas.htm
Texto
http://www.arquiteturabrutalista.com.br/fichas-tecnicas/DW%201956-19/1956-19-fichatecnica.htm
Revista FCT Unesp V. 4, N° 1, p. 117 - 130, 2010
www.comover-arq.blogspot.com.br/2011/09/vilanovaartigas-e-fauusp.html
www.usp.br
www.vitruvios.com.br
www.spbr.arq.br/projetos/9501_baeta/9501.htm
KAMITA, João Massao. Vilanova Artigas. São Paulo: Cosac & Naify.
ARTIGAS, João Batista Vilanova. Caminhos da Arquitetura. ed. 4. São Paulo: Cosac Naify, 2004. 
ACAYABA, Marlene Millan. Residências em São Paulo. ed 1. 2011. Romano Guerra Editores. Residências em São Paulo 1947 – 1975, Marlene Milan Acayaba . Romano Guerra, São Paulo; 1ª edição, 2011
http://www.fau.usp.br/cursos/graduacao/arq_urbanismo/disciplinas/aut0512/Residencias_em_Sao_Paulo_-_Marlene_Acayaba.pdf
Garagem
Sala Estar/Jantar
Corredor
Dorm. Empreg.
Cozinha
Escritório
Área de serv.
Banheiro 2
Banheiro
Dorm. 4
Dorm. 3
Dorm. 2
Dorm.
W.C
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