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HIDRATAÇÃO ORAL E TREV Diarreia: 3 ou mais evacuações amolecidas ou líquidas nas últimas 24h. • Aguda aquosa: pode durar até 14 dias com perda de grande volume de fluidos, podendo causar desidratação; causada por vírus e bactérias; pode causar desnutrição se a alimentação não for adequada. • Aguda com sangue (disenteria): presença de sangue nas fezes, representando lesão na mucosa intestinal; pode associar-se com infecção sistêmica e outras complicações, incluindo desidratação; bactérias do gênero Shigella são as principais causadoras. • Persistente: dura mais de 14 dias, podendo provocar desnutrição e desidratação; alto risco de complicação e letalidade. CAUSAS Os seguintes agentes infecciosos são os que causam a maior parte dos quadros de diarreia aguda: • Vírus: rotavírus, coronavírus, adenovírus, calicivírus (em especial o norovírus) e astrovírus; • Bactérias: E. coli enteropatogênica clássica, E. coli enterohemorrágica, E. coli enteroinvasiva, E. coli enteroagregativa, Aeromonas, Pleisiomonas, Salmonella, Shigella, Campylobacter jejuni, Vibrio cholerae, Yersinia. • Parasitos: Entamoeba histolytica, Giardia lamblia, Cryptosporidium, Isospora; • Fungos: Candida albicans. Pacientes imunossuprimidos podem ter por Klebsiella, Pseudomonas, Cryptosporidium, Isospora. Outras causas: alergia ao leite de vaca, apendicite, uso de laxantes, antibióticos, etc. AVALIAÇÃO CLÍNICA História clínica • Duração (número de episódios); • Práticas alimentares vigentes e prévias; • Febre (febre na pediatria é acima de 37,8); • Outros sinais (vômitos persistentes, alteração de níveis sensórios, etc); • Comorbidades: DM, nefropatia, hepatopatia; • Idade < 2 meses (casos geralmente graves e merecem atenção para a internação). Exame físico • Estado de hidratação; • Estado nutricional; • Estado de alerta (ativo, irritável, letárgico); • Capacidade de ingerir líquidos; • Diurese. O percentual de perda de peso é o melhor indicador da desidratação • Perda de até 5% do peso: desidratação leve. • Perda de 5-10% do peso: desidratação moderada. • Perda de > 10% do peso: desidratação grave. TRATAMENTO Distribuído em três categorias: • Plano A (TRO): paciente com diarreia e hidratado; • Plano B (TRO): paciente com diarreia e algum grau de desidratação; • Plano C (TREV): paciente com diarreia e desidratação grave. PLANO A: tratamento em domicílio; aumentar a oferta de líquidos, incluindo soro de reidratação oral e manutenção da alimentação; deve-se iniciar a suplementação com zinco e manter alimentação habitual. Sinais de alarme devem ser enfatizados nesta fase, para serem identificados prontamente na evolução se ocorrerem (aumento da frequência das dejeções líquidas, vômitos frequentes, sangue nas fezes, recusa para ingestão de líquidos, febre, diminuição da atividade, presença de sinais de desidratação, piora do estado geral). PLANO B: administrar o soro de reidratação sob supervisão médica; manter o aleitamento materno e suspender outros alimentos durante o período de terapia; após o término desta fase, retomar os procedimentos do Plano A. A alimentação deve ser reiniciada ainda no serviço e deve ser instituída a suplementação de zinco. PLANO C: corrigir a desidratação grave com terapia de reidratação oral por via parenteral; o paciente deve ser mantido no serviço de saúde, em hidratação parenteral de manutenção, até que tenha condições de se alimentar e receber líquidos por via oral na quantidade adequada. Indicações para reidratação venosa: • Desidratação grave; • Contraindicação de hidratação oral (íleo paralítico, abdômen agudo, alteração do estado de consciência ou convulsões; • Choque hipovolêmico. Indicações para internação hospitalar: • Choque hipovolêmico; • Manifestações neurológicas; • Vômitos biliosos; • Falha na reidratação oral.
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