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Exame locomotor em ruminantes (1)

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11 
Sistema Locomotor 
"PRIMEIRO APRENDA A ANDAR E DEPOIS A CORRER." 
(Andrew Parks) 
Semiologia do Sistema Locomotor de Bovinos 
CELSO ANTÓNIO RODRIGUES 
Semiologia do Sistema Locomotor de Equinos 
ANA Liz GARCIA ALVES 
Semiologia do Sistema Locomotor de 
Cães e Gatos 
FLÁVIA DE REZENDE EUGÊNIO 
 
Semiologia do Sistema 
Locomotor de Bovinos 
CELSO ANTÓNIO RODRIGUES 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
 As informações contidas neste capítulo têm a intenção de servir como 
um guia preliminar no exame do aparelho locomotor de bovinos. A bus-
ca incessante pelo incremento da eficiência produtiva, observada nas 
últimas décadas, na bovinocultura de corte e leiteira, tem resultado no 
aumento da produtividade. Esse manejo cada vez mais intensivo dos 
bovinos tem por consequência um aumento na variedade e na frequên-
cia com que as enfermidades do aparelho locomotor ocorrem. A impor-
tância do reconhecimento e adequado tratamento dessas afecções ob-
tém grande importância ao considerarmos estudos em países da Europa 
e América do Norte que revelam prejuízos significativos, cm decorrên-
cia de enfermidades podais em bovinos, sendo estes superados somente 
pelas doenças ligadas ao sistema reprodutivo. Assim, este estudo torna-se 
extremamente pertinente e importante para estudantes e veterinários 
que atuam ou pretendam atuar na buiatria. 
Preliminarmente, as claudicações na espécie bovina devem ser 
definidas como uma desordem do padrão biomecânico de locomoção 
em um ou mais membros, causada frequentemente pela presença de 
dor. Com frequência, a presença de processos dolorosos em um mem-
bro induz movimentos compensatórios discretos nos outros membros 
e cabeça, durante o andamento, manifestada durante a progressão ou 
quando o animal permanece em posição quadrupedal c esses movi-
mentos compensatórios podem auxiliar na localização da lesão. 
ANATOMIA FUNCIONAL DO 
APARELHO LOCOMOTOR BOVINO 
O conhecimento das diversas estruturas que compõem o membro do 
bovino é fundamental para o desenvolvimento de estudos envolven-
do biomecânica, bem como para a compreensão das enfermidades que 
resultam em claudicações nessa espécie. Assim, qualquer estudo do 
aparelho locomotor dos bovinos baseia-se em um perfeito conheci-
mento anatomofisiológico e na etiopatogenia dessas enfermidades. 
550 Semiologia Veterinária: A Arte do Diagnóstico 
A familiaridade com as estruturas do dígito, 
incluindo-sc a nomenclatura das regiões do cas-
co, com as características morfológicas e bioquí-
micas dos tecidos que constituem essas regiões, 
reveste-se de grande importância, pois o dígito é 
a região do membro em que ocorre a maioria das 
afecções na espécie bovina que resultam em clau-
dicação. 
A muralha, a sola e os talões dos cascos são 
compostos de uma camada epidermal de queratina 
não-sensitiva (Fig. 11.1). A queratina, também 
chamada de tecido corneificado, é composta pri-
mariamente pelos aminoácidos histidina, lisina, 
arginina e, em especial, por metionina, sendo este 
último sulfurado. Sua composição apresenta ain-
da 30% de água, aproximadamente 1% de mine-
rais e uma pequena quantidade de ácidos graxos. 
A constituição bioquímica das regiões que com-
põem o casco refletc diretamente seu estado de 
saúde. Alterações dessa composição, como por 
exemplo dessecação, podem predispor a fissuras 
verticais ou horizontais. 
A formação de queratina e subsequente cres-
cimento do casco são processados a partir do có-
rio coronário presente na coroa do casco. A mura-
lha abaxial cresce mais rapidamente do que a 
muralha axial, sendo esse crescimento maior na 
região dos talões. Dessa maneira, a tendência 
natural durante o crescimento do casco é o des-
locamento do centro de gravidade da região abaxial 
da muralha e talão em direção aos bulbos do casco. 
Esse deslocamento do centro de gravidade, asso- 
Axial 
ciado ao maior crescimento natural na região dos 
talões, pode agravar o desequilíbrio das forças de 
sustentação de peso, resultando em indesejável 
apoio nos bulbos dos cascos. 
Os cascos crescem aproximadamente 5mm por 
mês, quando submetidos a condições normais de 
temperatura e umidade. Essa taxa de crescimen-
to pode sofrer variações para mais ou para me-
nos, dependendo da estação do ano e das condi-
ções ambientais. Assim, a maior e a menor taxas 
de crescimento são observadas no verão e inver-
no, respectivamente. Outro ponto a ser observa-
do são as taxas de crescimento naturalmente 
maiores para os membros pélvicos. 
A sola basicamente apresenta a mesma com-
posição da muralha, contudo possui uma tex-
tura mais macia, consequente a sua maior por-
centagem de água. Em razão da espessura re-
duzida da sola, cerca de lem, frequentemente 
são observadas perfurações desta. Essas perfu-
rações são normalmente decorrentes de corpos 
estranhos ou instrumentos utilizados indevida-
mente no casqueamento dos animais. A perfu-
ração da sola, seja qual for a sua origem, resulta 
em exposição do cório solear sensitivo, hemor-
ragia e claudicação. 
Entre a muralha e a sola do casco existe uma 
estrutura delimitada, denominada linha branca. 
A linha branca apresenta aproximadamente 2cm 
de largura e representa a união do epitélio lami-
nar da muralha com a sola do casco. Por causa de 
sua constituição mais macia em relação às demais 
estruturas que compõem o casco, frequentemen-
te é acometida pelo acúmulo de sujidades, cor-
pos estranhos e rachaduras, que podem desenca-
dear processos sépticos como, por exemplo, os 
abscessos subsoleares. 
Ao examinar-se os cascos dos bovinos de di-
ferentes faixas etárias, deve-se considerar que 
estes, fisiologicamente, são submetidos a varia-
ções nas forças de sustentação do peso do ani-
mal. Em razão dessas variações, ocorre uma mai-
or deposição de queratina na muralha, sola e ta-
lões do casco mais exigido. Assim, observa-se que 
não existem variações entre os cascos medial c 
lateral de animais jovens. Contudo, os cascos la-
terais dos membros pélvicos exibem maior depo-
sição de queratina, sendo o inverso verificado nos 
membros torácicos de animais adultos. 
Similarmente, a sustentação do peso do ani-
mal não é distribuída de forma igual pelas dife-
rentes regiões da superfície da sola do casco, sendo 
o terço médio abaxial da muralha e o talão as prin- 
 
Abaxial 
Apical 
Subapical 
Pré-bulbar 
Bulbar 
Figura 11.1 - Regiões da sola. 
Semiologia do Sistema Locomotor de Bovinos 551 
cipais regiões de sustentação do peso. Ao exami-
nar-se bovinos com cascos demasiadamente lon-
gos, deve-se considerar que essas forças de sus-
tentação são deslocadas em direção aos bulbos. 
Dessa maneira, o animal mantido em piso abra-
sivo pode sofrer desgaste excessivo dos bulbos e 
consequente claudicação. 
O dígito também c composto pelas falanges, 
ligamentos, articulações, tendões e bainhas ten-
díneas (Figs. 11.2 e 11.3). As falanges proximal e 
média possuem formas semelhantes, mas a pro-
ximal é cerca de duas vezes mais longa que a média. 
A falange distai apresenta em sua totalidade pro-
ximal um sulco articular, responsável pela aco- 
modação e articulação da falange média. Sua borda 
dorsal é formada por pronunciada eminência, 
denominada processo extensor, na qual se insere 
o tendão extensor digital comum. 
Na articulação intcrfalângica distai se loca-
liza o osso sesamóide distai (navicular). Esse osso 
está firmemente fixado à superfície flexora da 
falange distai pelo ligamento interósseo. O osso 
navicular e o tendão flexor digital profundo pro-
tegem a articulação interfalângica distai contra 
a penetração de corpos estranhos através da sola. 
A região solear da falange distai é levemente côn-
cava, apresentando proeminência que correspon-
de à tuberosidade flexora, na qual se insere o 
 
 
Figura 11.2 - Secção sagital distai do membro. Estruturas 
ósseas: a = metatarso; b = falange proximal; c = falange 
média; d = falange distai; e = sesamóide proximal; f = 
sesamóidedistai. Estruturas sinoviais: l = articulação meta-
tarsofalângica; II = bainha do tendão flexor digital profun-
do; III = articulação interfalângica proximal; IV = bursa do 
navicular. Estruturas tendíneas: 1 = tendão extensor digital 
comum; 2 = tendão flexor digital superficial; 3 = tendão 
extensor digital profundo. (Cortesia de Desrochers e Anderson.) 
 
Figura 11.3 - (A) Secção sagital do dígito: A = Cápsula 
articular interfalângica distai; B = cório perióplico; C 
= coxim coronário; D = banda coronária (epiderme 
perióplica); E = lâminas; F = artéria marginal; G = l i -
nha branca; H = processo flexor da falange distai; l = 
inserção do tendão flexor digital profundo; J = sesamóide 
distai (navicular); K = coxim digital; L = tendão flexor 
digital profundo; M = bainha tendínea; N = bursa 
podotroclear; O = ligamento suspensor do sesamóide 
distai; P = recesso retroarticular; Q = bainha tendínea 
do flexor digital profundo parcialmente formada pelo 
flexor digital superficial; R = bursa flexora da articula-
ção interfalângica distai. (B) Fotografia de uma secção 
sagital do dígito. (Cortesia de Creenough.) 
552 Semiologia Veterinária: A Arte do Diagnóstico 
tendão flexor digital profundo e que correspon-
de ao local na sola em que normalmente se ob-
serva a úlcera de sola. 
Dentre os vários ligamentos contidos no dí-
gito, destaca-se o interdigital distai (cruzado). 
Esse ligamento, localizado na face palmar ou 
plantar dos dígitos, une as faces axiais das falan-
ges médias e distais, incluindo os sesamóides 
distais (Fig. 11.4). Os ligamentos interdigitais 
distai e proximal e a pele do espaço interdigital 
são as principais estruturas responsáveis pela 
união dos dígitos e devem ser considerados 
quando da decisão do nível de amputação digi-
tal (Figs. 11.5 e 11.6). 
As bainhas tendíneas estão normalmente 
localizadas sobre as articulações, pois desem-
penham papel fundamental na facilitação do 
deslizamento, suporte c lubrificação dos ten-
dões nessas regiões. As articulações metacarpo 
e metatarsofalângicas possuem em suas faces 
dorsal, palmar e plantar, bainhas tendíneas. Na 
face dorsal, localizam-se as bainhas dos ten-
dões extensor digital comum e extensor digi-
tal longo, referentes aos membros torácicos e 
pélvicos, respectivamente. Trata-se de uma 
 
Figura 11.4-Vista plantar do membro pélvico. 1 = ligamen-
to interdigital distai; 2 = tendão flexor digital profundo; 3 = 
ligamentos suspensórios dos dígitos acessórios; 4 = ligamen-
to anular digital; 5 = ligamento anular plantar; 6 = tendão 
flexor digital superficial. (Cortesia de Desrochers e Anderson.) 
 
Figura 11.5 - Ligamentos da superfície axial do dígito. (Corte-
sia de Creenough.) 
Figura 11.6 - Ligamentos da superfície abaxial do dígito. 
(Cortesia de Greenough.) 
única bainha na porção proximal que se divi-
de distalmente ao longo dos dígitos lateral e 
medial. As bainhas tendíneas dos flexores di-
gitais superficiais e profundos estendem-se da 
face palmar ou plantar do metacarpo ou meta-
tarso, terminando em duas porções distintas 
no aspecto distai da falange média, podendo 
haver comunicação entre as bainhas axial e 
abaxial em suas regiões proximais. As bainhas 
tendíneas devem merecer atenção especial du-
rante o exame clínico, quando da ocorrência 
de processos sépticos podais, em decorrência 
da sua íntima correlação com as estruturas nor-
malmente envolvidas (Fig. 11.7). 
 
Ligamento 
anular do 
boleto 
Ligamento 
interdigital 
proximal 
Ligamento 
anular digital 
Ligamento 
colateral da 
quartela 
Ligamento 
interdigital distai 
Ligamento 
elástico dorsal 
Ligamento 
interfalângicçi, 
distai 
 
Músculo 
interósseo 
Ramo extensor 
do músculo 
interósseo 
Extensor 
digital lateral 
Ligamento 
colateral abaxial 
Semiologia do Sistema Locomotor de Bovinos 553 
Figura 11.7 - (A) Vista lateral distai do membro torácico. 1 = 
falange proximal; 2 = falange média; 3 = falange distai; 4 = 
sesamóide distai; 5 = ligamento colateral lateral da articulação 
interfalângica distai; 6 = ligamento elástico dorsal; 7 = tendão 
extensor digital comum; 8 = tendão extensor digital lateral; 9 
= tendão flexor digital superficial; 10 = tendão flexor digital 
profundo; 11 = ligamento colateral lateral da articulação 
interfalângica proximal; 12 e 13 = ligamentos colateral e distai 
abaxiais do sesamóide distai. (B) Vista lateral distai do mem-
bro pélvico. 1 = tendão extensor digital lateral; 2 = metatarso; 
3 = ligamento suspensor do boleto; 4 = ligamento acessório 
do tendão flexor digital profundo; 5 = tendão flexor digital 
profundo; 6 = tendão flexor digital superficial; 7 = ligamento 
colateral lateral do boleto; 8 = ligamento anular plantar do 
boleto; 9 = ligamento acessório do ligamento suspensor do 
boleto; 10 = ligamento anular digital; 11 = ligamento suspen-
sor dos dígitos acessórios. (Cortesia de DesrocherseAnderson.) 
A flexão e a extensão das articulações que com-
põem os membros são determinadas pela contra-
ção e relaxamento das unidades musculotendíneas 
flexoras e extensoras. O músculo tríceps e sua iner-
vação exercida pelo radial desempenham papel 
crucial na habilidade para sustentação do peso do 
animal, pois esse músculo c requerido para exten-
são da articulação umerorradioulnar. Função simi-
lar é realizada pelo músculo quadríceps e sua iner-
vação pelo femoral, que determinam a extensão 
da articulação femorotibiopatelar e pelo músculo 
gastrocnêmio e nervo tibial responsáveis pela ex-
tensão da articulação do tarso. 
IDENTIFICAÇÃO DO ANIMAL 
Os animais a serem examinados devem ser iden-
tificados individualmente (Tabela 11.1). Essa iden-
tificação deve conter o nome ou número no reba-
nho. A numeração pode ser obtida de várias ma-
neiras, dentre as quais podem ser citadas: brin-
cos, tatuagens, marcas a ferro quente ou mais re-
centemente por microchips, implantados no sub-
cutâneo. Esses últimos são capazes de fornecer 
inúmeras informações pela sua leitura óptica. A 
raça do animal é outra informação importante, pois 
algumas afecções podem apresentar maior pre-
valência em determinadas raças, em razão de fa-
tores hereditários ou características raciais que 
atuam predispondo determinadas doenças. Algu-
mas enfermidades ocorrem mais frequentemente 
em machos ou fêmeas. Nos touros as enfermi-
dades ocorrem com maior frequência nos mem-
bros pélvicos, sendo exemplo clássico a gonite em 
consequência do esforço para realização da mon-
ta, resultando em sobrecarga na articulação 
femorotibiopatelar e desencadeamento de processo 
degenerativo. Nas vacas leiteiras, em decorrên-
cia das adversidades dos pisos contidos nos di-
versos sistemas de produção utilizados nas pro-
priedades, as enfermidades localizadas nos dígi-
tos apresentam prevalência mais elevada. O pro-
tocolo de exame deve conter, além de informa-
ções referentes ao sexo do animal, dados relati-
vos à idade aproximada ou à data de nascimento, 
uma vez que bovinos jovens em crescimento e 
supernutridos, apresentam maior predisposição às 
doenças ortopédicas do desenvolvimento como, 
por exemplo, a osteocondrose. Vacas de peso ele-
vado e alta produção, alimentadas com altos ní-
veis de carboidratos e fibra de baixa digestibilidade, 
podem apresentar alterações estruturais nas di- 
 B 
554 Semiologia Veterinária: A Arte do Diagnóstico 
Tabela 11.1 - Sequência de exame clínico do aparelho locomotor de bovinos. 
 
Identificação do animal Raça, idade, sexo, procedência 
 
 
Anamnese 
Exame físico • 
Geral 
Específico 
Exames complementares 
Sistema de produção utilizado na propriedade 
Produção diária de leite da vaca 
Quantidade e qualidade da alimentação fornecida 
Tipo de manejo 
Ocorrência de doenças infecciosas 
Duração da claudicação 
Tipo e intensidade da claudicação 
Tratamentos realizados 
Resultados obtidos com os tratamentos 
Frequência cardíaca 
Frequência respiratória 
Coloração das membranasmucosas 
Turgor da pele 
Ausculta pulmonar, cardíaca e do trato digestório 
Palpação de linfonodos 
Inspeção em posição quadrupedal 
Inspeção em movimento 
Contenção física e/ou medicamentosa 
Limpeza dos dígitos 
Inspeção e palpação do espaço interdigital 
Pinçamento dos cascos 
Palpação dos ossos, articulações, tendões e músculos 
Bloqueios anestésicos 
Hemograma, líquido sinovial, raio X e ultra-sonografia 
 
versas camadas que constituem o casco, ocasio-
nando deformações no crescimento, enfraqueci-
mento e formação de anéis longitudinais na 
muralha desses cascos sem, contudo, caracterizar 
um quadro de laminite. O peso e o escore corpo-
ral também devem fazer parte de um protocolo 
de exame, uma vez que refletem diretamente a 
gravidade da enfermidade, bem como a efetividade 
do tratamento instituído. 
Como mencionado, torna-se extremamente 
desejável que todos os dados colhidos, relativos ao 
animal que apresente algum tipo de claudicação, 
sejam anotados. Assim, sugere-se a adoção do pro-
tocolo proposto por Greenough e cols. (Quadro 11.1), 
no qual se observa a possibilidade de uma comple-
ta tomada de dados, que vai desde a identificação 
do animal até o tratamento utilizado e resultados 
obtidos. A utilização desse protocolo propicia ainda 
a exportação dos dados para sofíwares, permitindo, 
dessa maneira, rápido e preciso diagnóstico da si-
tuação, bem como a elaboração de levantamentos 
cpidemiológicos. Outros protocolos, que se adap-
tem a condições particulares, podem ser adotados. 
Estes conteriam dados como, por exemplo, inter-
valo entre partos, produção diária de leite, número 
de inseminações ou montas naturais, ganho de peso 
durante o tratamento e custo da terapia. 
Instruções para Preenchimento do 
Protocolo de Obtenção de Dados 
sobre Claudicação 
Inicialmente, anote a identificação do animal 
e rebanho (a identificação do rebanho deverá con-
sistir em um identificador de três letras para a pessoa 
que administra a investigação, mais um número) e 
data de exame. Então, complete a forma de cam-
po para campo, seguindo a ordem numérica. 
1. ESCORE DE CLAUDICAÇÃO (MANSON 
E LÊ AVE R, 1988) 
1.0. Abdução/adução mínima, nenhuma desigual-
dade de andamento e nenhuma sensibilidade. 
1.5. Abdução/adução leve, nenhuma desigualda-
de ou sensibilidade. 
2.0. Abdução/adução presente, andamento desi-
gual e possível sensibilidade. 
2.5. Abdução/adução presente, andamento desi-
gual, sensibilidade podai. 
3.0. Claudicação leve, não afetando comportamento. 
3.5. Claudicação óbvia, dificuldade em virar não 
afetando comportamento. 
4.0. Claudicação óbvia, dificuldade em virar, afe-
tando comportamento. 
Semiologia do Sistema Locomotor de Bovinos 555 
Quadro 11.1 - Protocolo para obtenção de dados sobre claudicação. 
_ Tatuagem 
Data de nascimento / / Sexo: j Macho j Fêmea | Novilho [ Data de descarte 
Razão do descarte: Claudicação | Produção | Infertiíidade | Mastite | Morte j Outro ___ 
[ESCORE DA CLAUDICAÇÃO 
T. NORMAL 
2. ANORMALIDADE LEVE 
xxxxxxxxxxxxxxxxxxx 
3. CLAUDICAÇÃO LEVE 
xxxxxxxxxxxxxxxxxxx 
4. CLAUDICAÇÃO ÓBVIA 
xxxxxxxxxxxxxxxxxxx 
5. CLAUDICAÇÃO CRAVE 
xxxxxxxxxxxxxxxxxxx 
MEMBR O/DIGITO AF ETAD O 
 
1. Escápula ou pelve 
2. Úmero ou fémur 
3. Rádio ou tíbia 
4. Carpo ou tarso 
5. Metacarpo ou metatarso 
6. Falange proximal 
7. Falange intermédia 
8. Falange distai 
9. Sesamóide distai f^\ 
10. Interdigital ^ - ' 
TORÁCICO 
ESQUERDO 
12 
Sola do casco 
Muralha do casco 
Talão do casco 
Osso 
Músculo 
Articulação 
TECIDO 
REGIÃO DO CORPO 
PÉLVICO 
ESQUERDO 
56 
FOTOGRAFIA 
NÃ
O 
MARCA 
NUMERO DA LESÃO 
 
Lesões da sola 
1. Hemorragia de sola 
2. Úlcera de sola 
3. Doença da linha branca 
4. Erosão de talão 
5. Desgaste/Abrasão de soía 
6. Sola dupla 
7. Trauma de sola 
8. Abscesso de sola 
Lesões interdigitais 
9. Foot rof/necrose 
10. Dermatite interdigital 
11. Hiperplasia interdigital 
12. Corpo estranho 
Lesões digitais 
 
20. Dermatite digital 
21. Artrite séptica 
22. Abscesso retroarticular 
Fissuras na muralha do casco 
 
30. Fissura vertical Tipo l 
31. Fissura vertical Tipo II 
32. Fissura vertical Tipo III 
33. Fissura vertical Tipo IV 
34. Sulco horizontal (gravidade = cm) 
 
38. Fissura horizontal/dedal 
39. Fissura horizontal fratura apical 
Anormalidades da muralha 
40. Crescimento acima do normal 
41. Casco achinelado 
42. Casco em forma de saca-rolha 
43. Casco em forma de tesoura 
44. Casco em forma de gancho 
45. Superfície reativa irregular (gravi 
dade = cm) 
46. Alterações na banda coronária 
Lesões proximais no membro 
 
50. Fratura/ruptura 
51. Hematoma 
Tratamento: 
Substância usada: 
Substância 
usada: 
Identificação do animal Brinco __ 
Data de exame ___ / __ / __ Escore corporal 
 __ Identificação da fazenda. 
Peso ________ kc 
7. Pele 
8. Nervo 
9. Tendão 
10. Ligamento 
TORÁCICO 
DIREITO 
34 
PÉLVICO 
DIREITO 
78 
SIM 
LAT. 
3 
LAT. 
5 
LAT. 
1 
MED. 
4 
MED. 
6 
LAT. 
7 
TRATAMENTO 
Tópico 
Penicilina G Procaína 
Penicilina G benzatina 
Lincomicina 
Tetraciclina 
Oxitetraciclina 
Eritromicina 
Tilosina 
Sulfadimctoxina 
Suífaclorpiridazina 
Sultadiazina 
Analgésico 
Fenilbutazona 
Dexameíasona 
Predinisolona 
Bandagem/bota 
Amputação 
Ressecção 
Artrodcse 
Casqueamento 
Elevação/taco 
Veterinário 
Tratador 
Técnico/estudante 
 
 
M
E
D. 2 
1. Moderada, traços ^^ 
2. Sinais diagnósticos distintos 
3. Lesão clínica marcante 
4. Complicada, séria ou infectada 
Data da recuperação ____________________ / / 
Dosagem ______________________________ Frequência de 
aplicação: _____________________________ N- dias 
Dosagem ______________________ Frequência de aplicação: _________ N- dias 
 
 Outros tratamentos. 
Cortesia de GREENOUGH P.R.; WEAVER, A.D.; BROOM, D.M.; ESSLEMONT, R.J.; GALINDO, F.A. Basic conceptsof bovine lameness. In: GREENOUGH, 
P.R.; WEAVER, A.D. Lameness in Cattie, 3rd ed., Philadelphia: W.B. Saunders, 1997. Chapter 1, p.3-13. 
MED. 
GRAVIDADE DA LESÃO 
556 Semiologia Veterinária: A Arte do Diagnóstico 
4.5. Alguma dificuldade em aclives c ao caminhar, 
comportamento afetado. 
5.0. Dificuldade extrema em aclives e ao cami-
nhar, comportamento afetado. 
O examinador pode usar o escore completo 
ou uma modificação simplificada. No Protocolo 
de Obtenção de Dados sobre Claudicação a abre-
viação, a seguir, é usada: 
1. Normal - não claudica. 
2. Anormalidade leve - andamento desigual, 
rígido e presença de sensibilidade. 
3. Claudicação leve — claudicação moderada e 
consistente. 
4. Claudicação óbvia - claudicação óbvia afetan- 
do comportamento. 
5. Claudicação grave - claudicação muito mar 
cante. 
2. MEMBRO/DÍGITO AFETADO 
Os dígitos são numerados em sentido horário, 
começando pela lateral do membro torácico esquer-
do. Os números destinados aos dois dígitos são 
usados para designar o membro afetado, por exem-
plo, torácico esquerdo =12; torácico direito = 34; 
pélvico direito = 78 e pélvico esquerdo = 56. 
3. CLASSIFICAÇÃO DA LESÃO 
Caso o escore de claudicação seja preenchido, 
o número da lesão causal deve aparecer na primeira 
coluna (número da primeira lesão). Lesões (fissuras 
horizontais, crescimento excessivo, borda coronária 
anormal e reação cdematosa) que estão presentes 
em vários dígitos necessitam ser ranqueadas como 
comprometendo somente um deles. O protocolo é 
provido de espaço para até quatro lesões, que de-
vem ser listadas em ordem de importância. Uma 
lesão nova é registrada se ocorrer no mesmo dígito 
ou em um outro diferente, depois de 28 dias. 
4. GRAVIDADE DA LESÃO 
A maioria dos graus de gravidade é ranqueada 
de l a 4 ou 5. No caso de uma fissura horizontal 
c reação edematosa, a anotação da figura deve 
compreender a distância em centímetros da jun-
ção de pele-casco. O campo no banco de dados 
pode ser formulado para calcular a data automa-
ticamente do procedimento,isto é, data do exa-
me (medida em cm + 2,5). 
5. ZONA DO DIGITO 
A delimitação das zonas do dígito usadas neste 
protocolo é concordante à estabelecida pelo 6q 
Simpósio Internacional em Doenças Digitais do 
Ruminante, Liverpool, Reino Unido, 1990. 
6. TRATAMENTO 
Este campo permite flexibilidade, anotando 
em tratamentos, alguns dos quais são designados 
na região apropriada do texto. Data de recupera-
ção é útil quando se lida com flegmão, porque se 
este não apresentar melhora em 3 dias, o diagnós-
tico pode ser questionável. 
7. REGIÃO DO CORPO (Normalmente Opcional) 
Este campo em combinação com o campo de 
membro, designa a região anatómica. Usado prin-
cipalmente para condições que afetam o mem-
bro proximalmente. Note que o "espaço inter-
digital" está incluído aqui. 
8. TECIDO DO CORPO (Normalmente Opcional) 
Este campo é principalmente usado em com-
binação com região de corpo. Uma articulação ou 
ligamento é identificado como mais próximo a um 
osso, ao passo que um músculo ou tendão para 
sua inserção. 
Nota: Se a lesão é fotografada, faça a anota-
ção apropriada na caixa no topo direito do proto-
colo. Na mesma caixa, medidas para crescimento 
do casco podem ser feitas criando uma marca 3cm 
a partir da junção pele-casco na superfície dorsal 
do dígito e, a partir de registros subsequentes, 
uma fórmula pode automaticamente calcular a taxa 
de crescimento. Esta é uma estratégia útil para 
conferir a taxa de crescimento do casco. 
IDENTIFICAÇÃO DO 
PROPRIETÁRIO E PROPRIEDADE 
O protocolo de exame clínico deve conter infor-
mações relativas ao nome, endereço e telefone 
do proprietário, favorecendo contatos rápidos e 
produtivos quando da elaboração de uma estra-
tégia de tratamento ou para o intercâmbio de 
informações durante a execução deste. Dados 
relativos à propriedade de origem do animal faci-
litam a elaboração de estudos epidemiológicos nos 
Semiologia do Sistema Locomotor de Bovinos 557 
rebanhos, possibilitam a pronta identificação de 
surtos de enfermidades infecciosas, instituição 
precoce de tratamentos e tomada de medidas 
profiláticas para os animais e rebanhos não aco-
metidos. A localização geográfica da proprieda-
de, em algumas situações, pode apresentar im-
portante papel na etiologia da enfermidade. 
Anamnese 
Um amplo e detalhado quesdonamento, con-
templando os diversos sistemas, mas enfatizando 
o aparelho locomotor, deve ser elaborado e exe-
cutado, sendo este preferencialmente realizado 
antes do exame clínico geral e específico. As mes-
mas questões devem ser formuladas de diferen-
tes maneiras, visando confrontar informações ou 
mesmo facilitar sua compreensão. A linguagem 
utilizada na formulação das questões deve ser 
condizente com o nível cultural da pessoa que 
fornece as informações. As anotações poderão ser 
realizadas utilizando-se vocabulário técnico, sem 
que sejam promovidas distorções ou direcio-
namento das informações fornecidas. Ao adotar-
se esse procedimento pode-se obter algumas di-
retrizes referentes à etiologia do problema, condu-
tas a serem tomadas c até mesmo prováveis diag-
nósticos. Entretanto, conclusões precipitadas de-
vem ser evitadas, pois podem acarretar diagnós-
ticos imprecisos ou incompletos. O fato de se deixar 
sugestionar por informações distorcidas e até 
mesmo um diagnóstico previamente estabeleci-
do pela pessoa que fornece as informações é outro 
ponto importante que frequentemente resulta em 
diagnósticos erróneos. 
Dentre os diversos aspectos que devem ser 
abordados durante a formulação das questões, 
destacam-se: 
Sistema de produção utilizado na propriedade. 
Deve-se dar atenção especial ao sistema de pro-
dução adotado em cada propriedade, por exem-
plo, "freestal", "tiestall", pois sabidamente sis-
temas de criação como estes, que mantêm os 
animais confinados e submetidos a pisos úmidos 
e abrasivos, resultam em maior incidência de 
enfermidades podais. Caso o piso utilizado seja 
concreto, deve-se atentar para a abrasividade deste, 
que quando associado à umidadc elevada favore-
cerá o desgaste irregular dos cascos. Outro ponto 
importante a ser conferido é o poder anti-sépti-
co, bem corno a capacidade irritativa aos tecidos, 
dos produtos empregados na higienização das ins- 
talações, especialmente do piso. Um exemplo in-
teressante a ser mencionado são as soluções con-
tendo formol. Essas soluções, apesar de apresen-
tarem custo reduzido e boa ação anti-séptica, são 
extremamente lesivas para as feridas podais, além 
de promoverem irritação no trato respiratório e olhos 
das pessoas envolvidas no manejo dos animais. 
Quando os bovinos são mantidos em regime 
de semiconfinamento ou em piquetes, deve-se 
dar atenção para o tipo de piso ao redor dos cochos. 
O acúmulo de lama e água neste local servirá como 
fonte de infecção, favorecendo a disseminação de 
microorganismos patogênicos, além de produzir 
enfraquecimento do casco em consequência da 
umidade elevada. 
Produção diária de leite do animal (exclusiva para 
vacas leiteiras em lactação). Vacas de produção lei-
teira elevada estão sujeitas a maior número de 
enfermidades, pois necessitam e recebem maior 
quantidade de concentrado; normalmente são 
animais pesados e apresentam úbere volumoso. 
A somatória das características, peso elevado, 
supernutrição e estresse causado pelo manejo 
intensivo, é tida como um dos fatorcs predispo-
nentes para as enfermidades podais. O número 
de ordenhas diárias também precisa ser conheci-
do, pois refletirá diretamente a intensidade com 
que a vaca é manejada. 
Quantidade e qualidade da alimentação forneci-
da. O questionamento não deve se limitar às in-
formações referentes à qualidade e à quantidade 
de concentrado e volumoso fornecido ao bovino, 
mas também sua procedência, forma de armaze-
namento, alterações recentemente promovidas. 
Esses quesitos apresentam ênfase especial quando 
se suspeita de laminite, que ocorre em consequên-
cia de ingestão excessiva de carboidratos solúveis 
e volumosos de baixa digestibilidade. 
Tipo de manejo. Alterações que podem pas-
sar desapercebidas como tratador, tempo de per-
manência em piquetes c qualidade destes, piso 
dos currais, piso ao redor dos cochos c frequên-
cia de utilização do pedilúvio, podem resultar 
no aumento do número de animais acometidos, 
bem como na diversidade de enfermidades podais 
na propriedade. 
O pessoal envolvido no manejo direto com 
os bovinos não deve sofrer mudanças frequentes, 
pois o contato diário com os animais aguça a sen-
sibilidade do tratador ou ordenhador e, assim, sinais 
sutis de algumas enfermidades podem ser obser-
vados precocemente. 
 558 Semiologia Veterinária: A Arte do Diagnóstico 
A utilização de pedilúvios contendo, separa-
damente, soluções de sulfato de cobre 5 a 10%, 
formalina 3 a 10% ou sulfato de zinco 10 a 20% 
acrescidos ou não de um surfactante (lauril sulfato 
de sódio) merece atenção especial, uma vez que 
reconhecidamente propriedades que fazem uso 
correto desse sistema apresentam menor incidên-
cia de enfermidades podais. A utilização de solu-
ções contendo formalina tem sido desaconselhada 
cm razão de sua ação irritativa indesejável, às fe-
ridas, aos olhos e ao trato respiratório dos animais 
e das pessoas que manejam os bovinos. 
Ocorrência de doenças infecciosas. Caso a inci-
dência de doenças infecciosas como mamites, 
pneumonias, diarreias e conjuntivites seja eleva-
da em determinada propriedade, existem sérios 
indícios de que esta apresente condições de hi-
giene e sanidade precárias. 
Duração da claudicação. Claudicações de iní-
cio repentino podem indicar inflamação aguda 
como flegmão interdigital, abscesso subsolear e 
penetração de corpos estranhos na sola ou espaço 
interdigital. O lento e gradual agravamento da 
sintomatologia referente ao sistema locomotor pode 
sugerir a ocorrência de doença degenerativa, ci-
tando como exemplo a osteocondrose.O curso da 
sintomatologia, apesar de menos frequente, pode 
apresentar-se de forma intermitente. Entretan-
to, deve-se procurar diferenciar enfermidade in-
termitente de processo reicidivante, sendo este 
último comumente caracterizado pela ineficácia 
do tratamento utilizado. 
Tipo e intensidade da claudicação. Estas infor-
mações têm como proposição localizar regional-
mente a origem da claudicação e sugerir a esta 
graus de gravidade, baseados nas manifestações 
clínicas e na intensidade de acometimento dos 
diversos tecidos que compõem o membro do 
animal e que são observadas pelas pessoas envol-
vidas no manejo diário dos animais. 
Tratamentos realizados. Deve-se indagar sobre 
o tipo de antimicrobiano administrado, dose, via, 
intervalo de administração e duração da terapia 
utilizada. O questionamento necessita abranger 
também a utilização de tratamentos locais, bem 
como a utilização de outras substâncias, especial-
mente antiinflamatórios. 
Resultados obtidos com os tratamentos. Questões 
devem ser formuladas objetivando mensurar a 
eficiência dos tratamentos utilizados e, principal-
mente, determinar se estes resultaram em algu-
ma melhora do quadro. A resposta positiva ou 
negativa em relação a tratamentos instituídos pode 
nortear a localização da lesão e servir como guia 
para condutas terapêuticas. 
Exame Físico Geral 
A elaboração de um histórico e anamnese 
abrangentes e de um criterioso exame clínico ge-
ral deve sempre preceder o exame específico do 
aparelho locomotor, pois alguns distúrbios sisté-
micos podem resultar em comprometimentos 
locais, culminando em claudicação como ocorre 
com a laminite. 
Exame Físico Específico 
Deve constar do exame do aparelho locomotor 
a colheita e anotação de todos os dados referen-
tes ao animal, seguindo assim uma conduta siste-
mática e minuciosa na qual o objetivo principal é 
o diagnóstico da afecção. 
Dentre os tipos de claudicações podem ser 
destacados aqueles que são observados quando o 
animal está em posição quadrupedal e imóvel, sendo 
esta manifestada por alterações posturais ou mes-
mo comportamcntais. A atribuição de valores à 
intensidade de claudicação deve ser preferivelmente 
realizada com o bovino em movimento. Ao consi-
derar-se a intensidade da claudicação deve-se pre-
ferencialmente orientar-se por métodos simplifi-
cados, como o apresentado no protocolo proposto, 
em que a claudicação é graduada em níveis de l 
(ausência de claudicação) a 5 (grave e marcante). 
Entretanto, podem ser utilizados outros métodos 
que atribuem ao grau de claudicação níveis que 
variam de O (ausente) a 4 (imobilidade e decúbito), 
como pode ser observado no Quadro 11.2. 
O exame clínico específico do aparelho loco-
motor deve ser realizado de maneira objetiva, 
otimizando-se as condições disponíveis para obser-
vação e contenção do animal, utilizando racionalmente 
o tempo de exame despendido para cada animal. 
Inspeção do Bovino em 
Posição Quadrupedal 
Ao inspecionar-se um animal com suspeita de 
claudicação deve-se, inicialmente, observar o seu 
porte físico, estado corpóreo e conformação. A con-
formação geral do animal deve ser analisada, com 
ênfase especial aos membros e cascos. Deve-se 
Semiologia do Sistema Locomotor de Bovinos 559 
 
Quadro 
Escore 
11.2 - 
Classificação 
Anormalidade de 
andamento 
do grau de claudicação segundo Desrochers e cols., 2001. 
Descrição 
0 Ausente Anormalidade de andamento não visível ao caminhar; animal não relutante 
 em caminhar. 
1 Leve Variação leve no andamento ao caminhar; incluindo andamento assimétrico inter- 
 mitente leve e pequena restrição bilateral ou quadrilateral em movimentos livres. 
2 Moderado Assimetria moderada no andamento e consistente ou andamento simétrico 
 mas anormal, porém hábil para caminhar. 
3 Grave Andamento variando de assimetria marcante a grave anormalidade simétrica. 
4 Imobilidade Decúbito. 
atentar para desvios nos eixos ósseos dos membros, 
alterações das angulações articulares, deformações 
nos cascos decorrentes de crescimento exagerado 
da região apical ou bulhar, lesões no espaço inter-
digital, edemas, feridas, fístulas e atrofias muscula-
res, especialmente dos músculos glúteos. Qualquer 
alteração postural deve ser observada, sendo impor-
tante observar o animal de frente, de trás e de ambos 
os lados, enfatizando a simetria anatómica. 
Inspeção do Bovino em Movimento 
Importante ressalva deve ser feita antes de 
qualquer tentativa de extrapolar os métodos de 
inspeção em movimento, utilizados no exame de 
equinos para o exame dos bovinos. Aptidões, tem-
peramento, peso e manejo dos equinos possibili-
tam ampla maneabilidade do animal, durante o exame 
clínico, conforme pode ser observado no Capítulo 
10. Dentre estas são destacadas as possibilidades 
de fazer o equino caminhar, trotar, galopar, em li-
nha reta ou em círculos. Ainda pode-se executar essas 
variáveis com o animal sendo puxado ou montado. 
Ao inspecionar-se um bovino em movimen-
to, deve-se obedecer ao pré-requisito básico de 
respeitar o temperamento do animal, evitando, 
dessa maneira, qualquer tipo de acidente. As 
possibilidades de um bom exame serão maiores, 
quanto mais manejado e dócil for o animal. Em 
algumas situações, especialmente ao examinar-
se bovinos criados extensivamente de tempera-
mento indócil, recomenda-se observá-lo em um 
curral ou em seu ambiente natural, sem que seja 
realizado qualquer tipo de contenção, podendo 
essa observação ser realizada preliminarmente em 
qualquer animal que apresente claudicação. Sem-
pre que possível, deve-se fazer com que o animal 
caminhe em pisos que promovam maior e menor 
concussão, concreto e gramado, respectivamen-
te, pois essa alternância de dureza de superfícies 
ao andamento pode evidenciar melhor certos ti-
pos de claudicações. 
O objetivo do exame durante o movimento é 
tentar localizar a origem da lesão c determinar a 
intensidade da claudicação. Sempre que possível, 
a inspeção deve ser realizada com o bovino cami-
nhando sobre um piso áspero, impossibilitando 
que os cascos deslizem ao tocarem o solo. O exa-
minador deve estar atento c apto a individualizar 
os componentes do passo, incluindo: posição do 
dígito ao tocar ou deixar o solo; trajetória e o tempo 
despendido em cada fase do andamento. 
As afecções que acometem a sola dos cascos, 
como úlcera de sola e abscessos subsoleares, po-
dem causar encurtamento da fase de sustentação 
do peso durante o passo e prolongamento da fase 
de não sustentação do peso no membro acometi-
do. Assim, o animal relutará em apoiar os cascos 
desse membro no solo e, contrariamente, tenderá 
em remover a pressão exercida sobre a sola, pro-
movendo sua elevação o maior tempo possível. 
Simultaneamente, o bovino também busca remo-
ver o apoio do dígito e da região solear lesada, trans-
ferindo esse apoio para o dígito sadio, bem como 
para a região íntegra do dígito acometido. Ao ana-
lisar-se esses aspectos, pode-se facilmente com-
preender que ocorrerá maior desgaste do dígito sadio 
e o dígito sede da lesão apresentará os cascos de-
masiadamente compridos ou até mesmo deforma-
dos, em decorrência do menor desgaste. 
Contenção 
Antes de proceder-se ao exame dos dígitos, 
ossos, articulações, tendões e músculos, deve-se 
ff! Semiologia Veterinária: A Arte do Diagnóstico 
 
Figura 11.8 - Elevação manual do membro torácico de um 
bovino contido em um brete convencional. 
certificar de que o bovino está adequadamente 
contido. Essa contenção pode ser realizada de várias 
maneiras, sempre considerando o temperamento 
do animal a ser examinado. 
Os métodos de contenção variam na depen-
dência do temperamento do animal a ser exami-
nado. Ao examinar-se animais dóceis pode-se 
realizar simples elevação manual do membro 
comprometido, sendo essa restrita aos membros 
torácicos (Fig. 11.8) ou a elevação e amarraçãocom 
o auxílio de cordas com o animal contido em um 
brete (Fig. 11.9). Fsses métodos, realizados com 
o animal em posição quadrupedal, além de limi-
tados ao temperamento do bovino, são indicados 
para procedimentos rápidos e simples. 
A utilização de bretes e de troncos para o 
exame do aparelho locomotor aprescnta-se como 
uma ótima opção de contenção, pois permite a 
inspeção e a palpação sem a necessidade imedi-
ata de sedação ou anestesia. Existem vários mo-
delos de bretes e troncos; entretanto, recomen-
dam-se os modelos destinados ao casqueamento 
de bovinos em posição quadrupedal (Figs. 11.10 
e 11.11) ou em decúbito lateral (Fig. 11.12). Es-
ses bretes normalmente apresentam melhores con-
dições de contenção segura para o examinador e 
o animal. Além disso, possibilitam o exame de 
animais dos mais variados temperamentos e pe-
sos, podendo, inclusive, ser móveis e adaptados 
em carretas, possibilitando seu deslocamento até 
locais onde seu uso se faça necessário. Outra 
possibilidade de contenção, quando da ausência 
desses bretes, seria o posicionamento em decúbito 
lateral, sobre o solo, por meio de cordas (Fig. 11.13). 
Em todos os métodos de contenção descri-
tos, deve-se salientar a necessidade de proteger 
os locais nos membros, onde serão posicionadas 
as cordas. Com essa finalidade, prefere-se a uti-
lização de tiras de ráfia torcida (Fig. 11.14), obti-
das facilmente a partir de sacos utilizados para 
embalar grãos e rações. Esse material, em decor- 
Figura 11.9 - Elevação e amarração do mem-
bro pélvico de bovino. Note que o procedi-
mento é realizado com o auxílio de cordas 
com o animal contido em brete. 
Semiologia do Sistema Locomotor de Bovinos 561 
 
Figura 11.10 - Bovino contido em brete especificamente 
destinado ao casqueamento em posição quadrupedal. Note 
a elevação parcial do bovino, por meio de correias e rolda-
nas. Essa elevação objetiva a remoção de apoio, facilitando 
o manejo do animal. 
rência de sua estrutura física e sua confecção, 
impede que ocorra o garroteamento da extremi-
dade do membro, frequentemente causado pela 
utilização de cordas convencionais. 
Ao executar-se qualquer um dos métodos de 
contenção física, objetivando o exame do aparelho 
 
Figura 11.11 - Detalhe da contenção do membro pélvico 
realizada por meio de travessa de madeira, na qual o membro 
é amarrado com o auxílio de "corda" torcida de ráfia. 
locomotor, deve-se a princípio, evitar a utilização de 
sedativos e analgésicos que possam influenciar no 
resultado dos testes de sensibilidade a serem utiliza-
dos. Entretanto, determinadas situações exigem a ad-
ministração de sedativos e anestésicos em razão da 
agressividade do animal e/ou necessidade de derru-
bamento para contenção em decúbito lateral sobre o 
solo. Nessas situações, os resultados dos testes de sen-
sibilidade realizados devem ser criteriosamente ana-
lisados, uma vez que as manifestações dolorosas po-
dem ser abolidas ou minimizadas. 
A manutenção dos bovinos em decúbito la-
teral, especialmente quando da administração de 
tranquilizantes c anestésicos, deve ser o mais breve 
possível e restringir-se ao menor tempo necessá-
rio para que o procedimento seja realizado, redu- 
Figura 11.12 - Bovino em 
decúbito lateral contido 
em tronco móvel, adapta-
do a carreta (fotografia 
gentilmente cedida pelo 
Prof. Dr. José Luiz de Mello 
Nicoletti). 
562 Semiologia Veterinária: A Arte do Diagnóstico 
Figura 11.13 - Touro 
sedado com xilazina e 
contido no solo em de-
cúbito lateral, com auxí-
lio de cordas. 
 
Figura 11.15 - Materiais utilizados na limpeza, exame e 
casqueamento de bovinos. Na porção superior podem-se 
observar diferentes tipos de rinetas e abaixo, da esquerda para 
direita, observam-se: grosa, turquês, pinça de casco, lixadeira 
elétrica. 
Figura 11.14- Detalhe da utilização de tiras de ráfia torcida, 
evitando o garroteamento das extremidades dos membros. 
zindo, dessa maneira, os riscos de miopatias, 
neuropatias, regurgitação e pneumonias por falsa 
via. Animais muito pesados ou demasiadamente 
magros devem receber cuidados redobrados. 
Exame do Dígito 
Exame adequado do dígito deve ser prece-
dido por ampla limpeza de toda a região com água 
e sabão, auxiliada por uma escova. Assim, pro-
move-se a remoção de fezes e lama que se acu-
mulam especialmente no espaço interdigital, sola 
e região axial do casco. Um limpador de cascos 
pode ser bastante útil nessa tarefa, em consequên-
cia de ressecamento do material acumulado nes-
sas regiões. 
Objetivando a localização de determinada le-
são, especialmente na região solear, pode-se reali-
zar o pinçamento dos cascos. Esse procedimento, 
baseado na exacerbação da sensibilidade, deve ser 
realizado aplicando-se pressão compressiva cons-
tante, por meio de pinça de casco. O pinçamento 
deve inicialmente contemplar, de forma seqiien- 
 
 
 
Semiologia do Sistema Locomotor de Bovinos 563 
 
 
Figura 11.16- Exame da região solear através da remoção 
de delgada camada, com o auxílio de uma rineta. 
Figura 11.18 - Estágio inicial de uma úlcera de sola, evi-
denciada após a remoção de camada de sola, por rineta. 
Localização típica da lesão, acometendo o dígito lateral 
do membro pélvico direito. 
 
 
Figura 11.17 - Utilização de uma lixadeira elétrica para 
desbaste de delgada camada da sola. 
 
 
Figura 11.19 - Exame do espaço interdigital, revelando tiloma. 
 
ciai, toda a superfície solear, na qual uma haste da 
pinça é pressionada contra a região abaxial da 
muralha e a outra contra a sola. O próximo passo 
é a compressão entre as regiões axial e abaxial da 
muralha. A pressão exercida em cada ponto deve 
ser constante, pois caso seja excessiva em um ponto, 
pode determinar uma falsa interpretação de 
sensibilidade. 
Posteriormente, realiza-se um casqueamento 
corretivo ou simplesmente a remoção de uma fina 
camada da sola (Figs. 11.16 e 11.17). Esse proce-
dimento objetiva a detalhada inspeção solear, es- 
 
564 Semiologia Veterinária: A Arte do Diagnóstico 
pccialmente da linha branca, região apical e pré-
bulbar. Qualquer ponto enegrecido nessas regiões 
precisa ser explorado, unia vez que pode revelar a 
ocorrência de abscessos, úlceras e hematomas (Fig. 
11.18). A presença de pequenas ou amplas cavida-
des, preenchidas por fezes e lama, associadas a 
material necrótico, também necessita de limpeza 
e exploração adequada, objetivando seu dimensio-
namento. O exame da região bulbar pode revelar, 
entre outras enfermidades, a ocorrência de erosões, 
separações pele tecido córneo e dermatite digital. 
As lesões associadas a fístulas devem ser explora-
das com o auxílio de uma sonda flexível ou cânula 
mamaria, visando o dimensionamento das regiões 
acometidas. 
O exame do dígito deve abranger o espaço 
interdigital, sendo este realizado por meio de ins-
peção e palpação. Durante esse exame deve-se 
atentar para a presença de hiperplasia e flegmão 
interdigitais, feridas ou corpos estranhos, vesícu-
las e dermatite digital (Fig. 11.19). 
A articulação interfalângica distai de cada 
um dos dígitos pode ser examinada por movi-
mentos individualizados de extensão, flexão e 
rotação. O mesmo procedimento deve ser exe-
cutado no dígito contralateral. Posteriormente, 
deve-se forçar a separação dos dígitos, obje-
tivando testar a sensibilidade do ligamento 
interdigital distai. Durante a realização desse 
exame, qualquer sinal doloroso deve ser corre-
tamente interpretado. 
Exame dos Ossos, Articulações, 
Tendões e Músculos 
Este exame consiste primordialmente na pal-
pação do membro acometido pela claudicação. 
O examinador deve estar atento a qualquer rea-
ção do animal que demonstre dor. Dentre essas 
reações podem ser citadas: contração muscular, 
retração do membro, mugidos e coices. A deter-
minação de edemas, crepitações, calor e a pre-
sença de feridas são aspectos a serem explora-
dos e podem, inclusive, dar noções das dimen-
sõesda lesão. O exame do membro acometido 
de claudicação deve, preferencialmente, ser re-
alizado com o animal em posição quadrupedal, 
contido em um brete convencional ou de casquea-
mento, conforme mencionado anteriormente. A 
utilização de sedativos ou anestésicos deve ser 
evitada, visto acarretar prejuízo nas respostas aos 
estímulos dolorosos. 
A palpação do membro acometido deve obe-
decer uma sequência lógica das regiões a serem 
examinadas, podendo ser preferencialmente ini-
ciada pela quartela do bovino. Após inspeção 
minuciosa da região deve-se começar pela palpa-
ção dos talões e bulbos dos cascos; posteriormen-
te, é avaliada a superfície palmar ou plantar da 
quartela, enfatizando especialmente os tendões 
e as bainhas dos flexores digitais superficial c 
profundo. A mensuração da gravidade de uma en-
fermidade podai pode ser preliminarmente reali-
zada pela análise da integridade da pele, presen-
ça e intensidade de sinais inflamatórios e sensi-
bilidade à compressão digital. 
As articulações que compõem o membro 
devem ser palpadas preferencialmente com o 
animal em posição quadrupedal. A essas articula-
ções individualmente impõem-se movimentos de 
flexão, extensão, adução e abdução simultanea-
mente à palpação. Esses procedimentos objeti-
vam, dentre outros, o diagnóstico de luxações e 
subluxações, bem como a presença de dor decor-
rente de osteoartrites ou fraturas articulares. 
Os diversos ossos que compõem o membro 
são palpados por meio de uma firme pressão so-
bre sua extensão, especialmente nas regiões com 
pequena cobertura de tecidos moles, por exem-
plo, metacarpo, metatarso, face medial da tíbia e 
do rádio. A palpação realizada dessa maneira pode 
levar à suspeita de fraturas incompletas, cm ra-
zão de respostas que mimetizam dor. 
Durante o exame das articulações e ossos, 
qualquer resposta que mimetiza dor deve ser 
cautelosamente interpretada, pois pode tratar-sc 
de um instinto de autodefesa. Assim, caso hou-
ver dúvida na interpretação da resposta dolorosa, 
deve-se repetir o procedimento no membro con-
tralateral sadio e comparar as respostas. 
A ausculta, com o auxílio de um estetoscópio, 
pode tornar-se um artifício extremamente útil no 
diagnóstico de lesões ósseas e articulares, espe-
cialmente nos casos de fraturas. Esse procedimento 
simples deve ser realizado simultaneamente à 
movimentação da região a ser examinada. Nos casos 
em que as suspeitas recaem sobre as articulações 
com ampla cobertura muscular, como as articula-
ções femorotibiopatelar e coxofemoral, essa aus-
culta pode ser realizada durante o lento caminhar 
do animal. Quando passível de ser realizada, essa 
técnica evita o derrubamento, contenção ou se-
dação de um animal que apresenta um déficit de 
locomoção. 
Semiologia do Sistema Locomotor de Bovinos 565 
Exames Complementares 
Análise do Líquido Sinovial 
A inspeção visual do líquido sinovial no mo-
mento da colheita pode ser extremamente útil no 
diagnóstico preliminar das enfermidades articula-
res. O líquido sinovial normal apresenta-se com colo-
ração amarelo-pálida, claro e desprovido de flocos 
ou debris. A presença de sangue no líquido aspira-
do está frequentemente correlacionada à hemartrose 
produzida pela artrocentese com agulhas. 
A análise do líquido sinovial objetiva princi-
palmente a diferenciação entre artrites sépticas e 
assépticas ou degenerativas. A caracterização do 
processo, propiciada pelo exame do líquido 
sinovial, apresentará implicação direta na condu-
ção do tratamento. Assim, recomenda-se que 
bovinos apresentando contagens totais de célu-
las nuclcadas > 20.000 células/mL, polimorfonu-
cleares > 18.000 células/mL ou > 85% e valores 
de proteína total > 4,5g/dL, sejam considerados 
acometidos de artrite séptica. 
O isolamento dos microorganismos causado-
res de artrite séptica pode ser realizado pela cul-
tura do líquido sinovial. Contudo, estudos em 
equinos evidenciaram 70% de resultados positi-
vos na combinação da cultura do líquido e mem-
brana sinovial nas articulações avaliadas. A colheita 
de amostras da membrana sinovial pode ser ob-
tida simultaneamente com a do líquido sinovial, 
por meio de raspagem da ponta de uma agulha 
hipodérmica 40x10 na superfície da membrana 
sinovial, realizada simultaneamente a aspiração 
pela seringa. Após o isolamento do agente, pode-
se proceder a um antibiograma, visando o ade-
quado tratamento da artrite. 
Inicialmente, as artrites causam alteração nas 
propriedades do líquido sinovial. Dentre essas pro-
priedades destaca-se a viscosidade, que pode ser 
analisada por teste do precipitado de mucina. Esse 
teste consiste na adição de 0,5mL de líquido sinovial 
a 3mL de solução de ácido acético a 2%. O resul-
tado do líquido normal será representado pela 
formação de coágulo firme e denso, ao passo que 
fragmentação do coágulo e partículas flutuando na 
solução refletirão um líquido sinovial anormal. 
fxame Radiográfico 
A radiografia é o mais comum e importante 
método de diagnóstico por imagem na medicina 
veterinária. Dentre os vários aspectos que depõem 
favoravelmente para esse exame destacam-se: uso 
de aparelhos portáteis; custo relativamente bai-
xo do equipamento; ensino e treinamento técni-
co ministrado nos cursos de medicina veteriná-
ria. Além disso, a radiografia oferece excelente 
contraste osso-tccidos moles, possibilitando a fácil 
identificação da origem da claudicação. 
Os exames radiográficos de regiões acima do 
carpo e tarso apresentam sérias limitações, espe-
cialmente se os animais forem adultos. Essas li-
mitações devem-se a potência do equipamento, 
normalmente portátil; dimensões corpóreas do 
animal e técnicas de posicionamento que deman-
dam anestesia geral ou sedação. 
Por meio da radiografia, as infecções podais 
são as mais frequentemente diagnosticadas na 
ortopedia bovina. Contudo, a utilização desse 
exame deve ser analisada criteriosamente na fase 
inicial da afecção, em razão da inexistência de 
comprometimento ósseo preliminarmente na maior 
parte das doenças ortopédicas. O exame radio-
gráfico apresenta-se extremamente útil nas fases 
mais evoluídas do processo, favorecendo inclusive 
a elaboração de um prognóstico. 
Exame Ultra-sonográfico 
Este exame destina-se especialmente à ava-
liação de tecidos moles, sendo altamente van-
tajoso em consequência da análise da lesão e 
obtenção de seu resultado em tempo real. Suas 
limitações incluem a inacessibilidade a regiões 
profundas recobertas ou não por estruturas ós-
seas c locais onde exista a presença de gás. En-
tretanto, esse exame possibilita avaliação de-
talhada dos tecidos moles nas adjacências dos 
ossos, como tendões e ligamentos, bem como 
análise detalhada de efusões articulares e acú-
mulos de coleçõcs líquidas. As estruturas ósse-
as são mais bem observadas pelo exame radio-
gráfico. Entretanto, o ultra-som pode ser utili-
zado objetivando à visualização de alterações 
periosteais que evidenciam inflamação, corpos 
estranhos, trauma ou fraturas por avulsão. Dentre 
as várias aplicações do exame ultra-sonográfico, 
destaca-se, recentemente, a possibilidade de 
confirmar-se o diagnóstico de ruptura de liga-
mento cruzado, na articulação femorotibiopa-
telar, com sedação c posicionamento do animal 
em decúbito lateral. 
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Tabela 1 1 .2 - Características físicas e citológicas do líquido sinovial de bovinos normais e acometidos de artrites. 
Q. 
O 
 ^^^B* 
Leucócitos/ml^H^H 
 
pmBB 
BB*-™ "^"M^H^^^M 
O 
Z' 
10 
 3 Aparência Grumos Total Polimorfunucleares % Mononucleares (%) Proteína (g/dl) Preciptado de Mucina 
l: Normal Claro <250 * < 10 ausentes < 1,8 Firme, denso n O 
Artrite séptica Turbidez marcante + 85.049 79.622 ± 7.854 89,16 9,41 ± 1,29 5,58 ± 0,163 flocos 
 ± 8.127 ± 1,63 
Artrite asséptica Turbidez marcante + ou - 5.254 3.624 ± 1.720 31,91 68,55 ± 4,49 3,.32 ± 0,21 Normal ou levemente 
 anormal 
 ± 2.288 ± 4,63 
Artrite degenerativa Claro ou levemente < 250 * ausentes < 2 Normal ou levemente 
 túrbido anormal 
* Valores demasiadamente baixos, normalmente observados após centrifugação. 
Modificado de WEAVER, A.D. Joint conditions. In: CREENOUGH, P.R., WEAVER, A.D. Lameness in Cattle, 3
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