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TRT-BR TÉCNICO JUD. TRT-BR GUIA DE ESTUDO Técnico Judiciário EDIÇÃO 2022 SOBRE OS AUTORES NOSSA METODOLOGIA OS TRIBUNAIS REGIONAIS DO TRABALHO POR ONDE COMEÇAR? MÓDULO 1 POR ONDE COMEÇAR? 2 SUMÁRIO SOBRE OS AUTORES..............................................................................PG 3 NOSSA METODOLOGIA...........................................................................PG 6 OS TRIBUNAIS REGIONAIS DO TRABALHO.............................................PG 7 POR ONDE COMEÇAR?..........................................................................PG 10 3 SOBRE OS AUTORES HUGO DE FREITAS Meu nome é Hugo de Freitas, tenho 28 anos e estudo para concursos desde 2016. Concluí minha graduação em Arquitetura e Urbanismo em 2015, e logo co- mecei a estudar para concursos na minha área de formação. Após várias tentativas, consegui uma aprovação em primeiro lugar em um concurso que acabou por ser suspenso e quase me fez desistir. Eu disse quase. Nesse período, prestei mais de 12 concursos públicos, fui reprovado em quase todos, mas enfim consegui êxito e fui aprovado em três grandes concursos: duas aprovações no Tribunal de Justiça de São Paulo para o cargo de Escrevente Técnico Judiciário - em 2017, com 86 pontos na prova e em 2018, com 89 pontos; e ainda em 2018, veio a terceira aprovação que foi no Ministério Público da União, para o cargo de Técnico Administrativo. Finalmente, no início de março de 2019, veio então minha primeira nomea- ção para o Tribunal de Justiça de São Paulo e em 2021, a segunda nomea- ção para o cargo que exerci no TJ-SP na região do Interior. Foi em meio a tudo isso, que criei um canal no YouTube para compartilhar minha rotina de estudos, dicas e outros assuntos que considerava interes- sante para mim como concurseiro e que pudesse ajudar outras pessoas que estavam na mesma luta que eu. Hoje, já somos mais de 380 mil inscri- tos e 21 milhões de visualizações. Não sou professor ou coach. Sou um estudante que encontrou um jeito efi- ciente de estudar para concursos e quer ajudar outras pessoas a alcança- rem o sonho da aprovação também. É um prazer conhecer você. ESTAMOS JUNTOS. 4 MATEUS ALVES Meu nome é Mateus Alves de Lima, tenho 28 anos e estou nesse mundo de concursos desde 2015. A minha história não é muito diferente da maioria. Aliás, esse fato é algo para ser deixado claro desde o início. Eu, definitivamente, não sou alguém diferenciado. Não falo isso por qualquer tipo de humildade falsa, mas por fatos práticos que posso comprovar. Até minha oitava série, sempre tive os pais chamados no colégio em razão das minhas notas. Não é que fosse um aluno ruim, eu era a própria cari- catura deles. Aquele que senta lá atrás, não presta muita atenção na aula e muito menos estuda em casa. Bem visto pelos colegas, mal visto pelos professores. O resultado era sempre o mesmo. Acumulava recuperações. Acumulava, também, sermões dos meus pais, que, por óbvio, preocupa- vam-se com o meu futuro. Depois de largar o curso de Engenharia no meio, decidi por cursar Direito e enxerguei nos concursos uma oportunidade de mudança de vida muito grande. Diferente da maioria, não me joguei nos estudos de cara. Eu fui ler, pes- quisar, entender o que era o mundo dos concursos. Acho que esse foi meu grande trunfo. Foi uma época complicada, pois parecia que eu estava perdendo tempo, mas lia fóruns sobre concursos o dia todo, sobretudo na parte de “como fui aprovado”. Eu li mais de 50 depoimentos e ali descobri um mundo ao qual eu jamais tinha sido apresentado nos meus 15/16 anos como aluno regular de colégio. As pessoas falavam em técnicas de estudos que eu jamais ouvira falar. E o pior, como lugar comum. Falavam sobre “ revisão 24, 7, 1 mês”, falavam sobre mapas mentais, curva de esquecimento, flash cards e afins. Logo pensei “ essa galera sabe algo que eu não sei e esse ‘algo’ tem dado resulta- do”. E fui pesquisar. Li muita coisa boa, mas muita porcaria também. Comecei a vislumbrar padrões nos depoimentos e relatos dos aprovados. Algumas estratégias pareciam funcionar para a maioria deles. Resolvi testar na minha própria experiência e fui lapidando, ao longo do caminho, aquilo que entendia ser relevante e adequado à minha realidade. Observando que as coisas começaram a funcionar, resolvi criar um insta- gram e um canal no youtube para não deixar que esse conhecimento fi- casse restrito a mim. Nesse período, fui aprovado nos cargos de Analista Administrativo da Defensoria Pública da União, Técnico Judiciário do TRT 5 23ª e Técnico Judiciário do TRT 8ª. Hoje, sou TJAA do TRT 23ª e trabalho em Home Office de Fortaleza para uma Vara do Mato Grosso. Com o sucesso da metodologia, fui convidado para participar da equipe de Coach do Estratégia Concursos, onde fiquei por cerca de 2 anos. Poste- riormente, com projetos pessoais, já ajudei mais de 1.500 concurseiros na jornada de estudar para concursos. Desse modo, as metodologias que serão aqui apresentadas já foram tes- tadas e validadas não somente por mim e pelo Hugo, mas muitos e muitos concurseiros que lograram êxito com a aplicação de tudo de que tratare- mos. Espero ser útil na sua preparação. Abraços. 6 NOSSA METODOLOGIA Após anos estudando para concursos, resolvemos consolidar o método de estudos que utilizamos que literalmente mudou nossas vidas e nos deu a oportunidade de ingressar no serviço público. Nesse método vamos mostrar a você, passo a passo, como estudar para o concurso de Técnico Judiciário - Área Ad- ministrativa do Tribunal Re- gional do Trabalho de maneira sistematizada com orientação do que estudar em cada dia. Sem pontas soltas. O objetivo é que você conhe- ça a metodologia, siga esses passos, e consiga adaptar à sua rotina para estudar de for- ma mais efetiva, aumentando suas chances reais de garantir uma vaga no próximo concur- so do TRT. O MÉTODO É PRÁTICO, SEM ENROLAÇÃO. Vamos mostrar como iniciar o ciclo de estudos, responder questões, fazer a leitura da lei e criar um ma- terial para revisão. Aqui você vai encontrar também uma análise completa da prova, plane- jamento e cronogramas de estudo, metodologia para revisar e responder questões, além de dicas extras sobre como lidar com a ansiedade, dificul- dade de reter conteúdo e outras áreas que você deve cuidar no período de preparação para o concurso. 7 OS TRIBUNAIS REGIONAIS DO TRABALHO PANORAMA GERAL Ao todo, no país, são 24 Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs), além do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Vale destacar que não são todos os estados que contam com um TRT. O estado de São Paulo, por exemplo, abarca o TRT 2ª (Capital) e TRT 14ª (Cam- pinas e Interior). Já o TRT 10, por exemplo, contempla o Distrito Federal e Tocantins, assim como o TRT 8 abarca os estados do Pará e Amapá. CARGOS E VAGAS Atualmente, os concursos do TRT contam com aproximadamente 2.225 vagas para o cargo de Técnico Judiciário Auxiliar, segundo levantamento feito no Portal do Conselho Superior da Justiça do Trabalho. SITUAÇÃO ATUAL Além disso, encontram-se com prazo de validade vencidos os seguintes concursos de TRT: • TRT 3ª Região (Minas Gerais) • TRT 4ª Região (Rio Grande do Sul) • TRT 5ª Região (Bahia) • TRT 8ª Região (Pará e Amapá) • TRT 9ª Região (Paraná) • TRT 10ª Região (Distrito Federal e Tocantins) • TRT 13ª Região (Paraíba) • TRT 14ª Região (Rondônia e Acre) 8 • TRT 16ª Região (Maranhão) • TRT 17ª Região (Espírito Santo) • TRT 18 ª Região (Goiás) • TRT 19ª Região (Alagoas) • TRT 22ª Região (Piauí) • TRT 23ª Região (Mato Grosso). CARREIRA Os candidatos nomeados para trabalhar em qualquer Tribunal Regional do Trabalho do país são subordinados ao Regime Jurídico dos Servidores Pú- blicos Civis da União (Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e alterações posteriores) e demais normativos federais aplicáveis à Justiça do Traba- lho, bem como regulamentação interna. ATRIBUIÇÕES Ao ser aprovado para o cargo de Técnico Judiciário– Área Administrati- va, você irá desempenhar atividades de natureza jurídico-administrativa dentro da estrutura da Justiça do Trabalho, consistente em prestar apoio técnico e administrativo pertinente às atribuições das unidades organi- zacionais; executar tarefas de apoio à atividade judiciária; arquivar docu- mentos; efetuar tarefas relacionadas à movimentação e à guarda de pro- cessos e documentos; atender ao público interno e externo; classificar e autuar processos; realizar estudos, pesquisas e rotinas administrativas; redigir, digitar e conferir expedientes diversos e executar outras atividades de mesma natureza e grau de complexidade. REMUNERAÇÃO O concurso do TRT é um dos melhores do país em relação à remuneração. A remuneração inicial do cargo de Técnico Judiciário é de R$ 7.591,37, po- dendo chegar a R$ 11.398,39. Pois bem, feita essa parte introdutória acerca dos cargos e vagas, da car- reira e atribuições, além de falarmos sobre essa parte gostosa que é a re- 9 muneração, vamos ver o que precisamos fazer para conquistá-la. Aos es- tudos. 10 POR ONDE COMEÇAR? Você decidiu estudar para o TRT, adquiriu esse método, mas e agora, o que fazer? Calma! O primeiro passo é entender a estrutura da prova. Qual a banca responsável pela realização das provas, quais as disciplinas e os assuntos mais cobra- dos. Vamos começar então fazendo uma análise pontual das últimas provas para que você saiba exatamente o que te espera e como se preparar ade- quadamente. A ESTRUTURA DA PROVA Os candidatos ao concurso público do TRT para o cargo de Técnico Judi- ciário – Área Administrativa, em geral, são avaliados por meio de: prova ob- jetiva e prova discursiva. As provas são tradicionalmente realizadas, em sua grande maioria, pela banca FCC, seguidas das bancas FGV e CESPE, embora o último concurso do TRT 1ª Região (Rio de Janeiro) tenha sido realizado pela AOCP. Nesse sentido, como as bancas mais tradicionais nos concursos de TRT são a FCC e a FGV, faremos nossa análise de acordo com as últimas provas realizadas por estas bancas. FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS As provas realizadas pela banca FCC são tradicionalmente no modelo MÚL- TIPLA ESCOLHA, composta por um total de 60 questões objetivas, sendo 20 questões de Conhecimentos Gerais (Língua Portuguesa, Regimento In- terno, Noções sobre Direitos das Pessoas com deficiência, Raciocínio-lógi- co-matemático) com Peso 1 e 40 questões de Conhecimentos Específicos (Administração Geral e Pública, Administração Financeira e Orçamentária, Direito Constitucional, Direito Administrativo, Direito do Trabalho, Direito Processual do Trabalho, Direito Processual Civil) com Peso 3 e uma Reda- ção Discursiva com Peso 1. 11 Na avaliação das provas do Concurso: a) é contado o total de acertos de cada candidato em cada prova; b) são calculadas a média e o desvio padrão dos acertos de todos os candidatos em cada prova; c) é transformado o total de acertos de cada candidato em nota padronizada (NP). Para isso, calcula-se a diferença entre o total de acertos do candidato na prova (A) e a média de acertos do grupo na prova ( X ), divide-se essa diferença pelo desvio padrão (s) do grupo da prova, multiplica-se o resultado por 10 (dez) e soma-se 50 (cin- quenta), de acordo com a fórmula: d) é multiplicada a nota padronizada do candidato em cada prova pelo respectivo peso. e) são somadas as notas padronizadas (já multiplicadas pelos pesos respectivos) de cada prova, obtendo-se, assim, o total de pontos de cada candidato. FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS As provas da FGV também são tradicionalmente no modelo de MÚLTIPLA ESCOLHA, composta por 80 (oitenta) questões de múltipla escolha, nu- meradas sequencialmente, com 05 (cinco) alternativas para resposta e apenas uma resposta correta, sendo 30 Questões do Módulo de Conheci- mentos Básicos, contendo as Disciplinas de Língua Portuguesa (20 Ques- tões) e Raciocínio Lógico (10 Questões) e 50 Questões do Módulo de Co- nhecimentos Específicos, contendo as Disciplinas: Noções de Direito do Trabalho, Noções de Direito Processual do Trabalho, Noções de Direito Constitucional, Noções de Direito Administrativo, Noções de Administra- ção Pública e Noções de Administração. 12 A Prova Escrita Objetiva vale 80 (oitenta) pontos, sendo que todas as ques- tões possuem o mesmo valor. Será considerado aprovado na Prova Escrita Objetiva o candidato que, cumulativamente: a) acertar, no mínimo, 40% (quarenta por cento) das questões do módulo de conhecimentos básicos, ou seja, 12 (doze) questões; e b) acertar, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das questões do módulo de conhecimentos específicos, ou seja, 25 (vinte e cinco) questões. O candidato que não atender a tal requisito será eliminado do concurso. Para o cargo de Técnico Judiciário, há, também, uma Prova Escrita Dis- cursiva, composta por uma redação, que deverá ser redigida em gênero dissertativo-argumentativo, com número mínimo de 20 (vinte) e máximo de 30 (trinta) linhas. A redação valerá 20 (vinte) pontos. A Prova Escrita Discursiva possui caráter eliminatório e classificatório. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Os concursos para os TRTs costumam contar com a mesma base de con- teúdo programático com as seguintes disciplinas, variando pouco de uma banca para outra: • Língua Portuguesa • Matemática e Raciocínio Lógico • Informática • Administração Pública e Gestão de Pessoas • Direito da Pessoa com Deficiência • Direito Administrativo • Direito Constitucional 13 • Direito do Trabalho • Direito Processual do Trabalho • Leis Específicas (Regimento Interno) • Redação Discursiva Agora passamos à análise das principais disciplinas cobradas nos concur- sos de TRT, a fim de verificar quais são os tópicos mais exigidos dentro de cada uma delas, considerando-se a análise feita com base nas últimas provas. LÍNGUA PORTUGUESA É sem sombra de dúvidas uma das disciplinas mais importantes não só em TRTs, mas em todo e qualquer concurso público. Os órgãos costumam dar muita ênfase em Língua Portuguesa, exigindo cada vez mais dos candida- tos. A FCC e FGV costumam fazer uma prova muito parecida entre todos os concursos que costuma organizar, priorizando em primeiro lugar a inter- pretação de texto e depois regras gramaticais específicas. Então de cara já percebemos que a prova é um pouco cansativa, porque às vezes você terá de 2 a 3 textos para analisar. Outro ponto importante da banca é que ela explora todo o edital de Língua Portuguesa, cobrando tópicos como re- gência, concordância, crase, pontuação e colocação pronominal com mui- ta ênfase. Essa deve ser a sua prioridade. Responder muitas questões e começar a entender o padrão das bancas, pois certamente será o diferencial na prova. MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO Outra disciplina muito temida por alguns concurseiros, mas que está pre- sente na maioria dos editais. A tendência também é englobar os conhe- cimentos de Matemática e Raciocínio Lógico em uma única disciplina, cobrando tanto a parte de cálculo matemático quanto de argumentação lógica. 14 Não é uma disciplina muito extensa, ficando restrita a apenas alguns tópi- cos de Matemática, porém é importante dominar boa parte de Raciocínio Lógico (estruturas lógicas, negação, equivalência, tabela verdade, etc.). Um dos erros mais comuns dos concurseiros é justamente pegar disci- plinas como RLM e deixar de estudar por acreditar que 4 a 5 questões na prova não fará a diferença. Em Tribunais isso não é verdade. Cada questão pode ser a diferença entre a aprovação e a reprovação. Não deixe de estu- dar nenhuma disciplina. Dito isso, recomenda-se o estudo por videoaulas para ser mais didático e ilustrativo. Aliado com muitas questões de provas anteriores para enten- der como os assuntos são explorados em questões múltipla-escolha. NOÇÕES DE INFORMÁTICA Uma disciplina que ganha cada vez mais importância dentro dos concursos públicos das mais diversas áreas. Informática é essencial não só para a sua prova, comopara as atribuições do cargo. Lembre-se que desde 2015 não existem mais processos físicos na maioria dos Tribunais, portanto é tudo digital. Isso explica o porquê as provas cobram um conteúdo bem completo de Informática. Aqui é necessário um estudo mais aprofundado, passando pela parte bá- sica de hardware (equipamentos de informática) como pelos principais softwares, principalmente os de caráter livre como LibreOffice, BrOffice, que costumam ser utilizados pelos órgãos públicos. A dica é sempre que possível estudar com algum computador ao lado. Sabemos que não é a realidade para muitas pessoas, mas se você tem disponível um computador ou notebook, sempre estude com ele aberto, testando na prática os programas (Writer, Word, Excel, Calc, etc), teclas de !!! Vale ressaltar que não é recomendável ABANDONAR nenhuma disciplina. 15 atalho, funções do sistema, etc. Isso ajuda muito na absorção do conteúdo e no entendimento. Caso não possua um computador para treinar, faça muitas questões de prova. Assim você consegue verificar na prática como os assuntos são co- brados. Também recomendamos assistir videoaulas, principalmente para quem não possui um computador, para conseguir visualizar os sistemas e programas em operação. ADMINISTRAÇÃO GERAL E GESTÃO PÚBLICA Não esqueçamos que o cargo de Técnico Judiciário possui especialidade em Administração, portanto essa disciplina também se torna uma das dis- ciplinas chave para a sua aprovação. Praticamente todo o conteúdo aqui é teórico e doutrinário, para usar um termo mais técnico. Não há leis ou legislações, de forma geral, que vão orientar o estudo aqui. Basicamente são conhecimentos teóricos estabe- lecidos por livros, autores e manuais. Recomendamos fortemente o livro “Administração Geral e Pública: provas e concursos” do professor Idalberto Chiavenato. Pode-se considerar ele como o grande guru da Administração no Brasil e é de suas obras que os examinadores criam as questões de prova. Por ser um conhecimento muito teórico, é comum achar certas divergên- cias em determinados assuntos, mas sempre busque uma fonte bibliográ- fica para embasar o seu conhecimento, assim fica até mais fácil argumen- tar em um possível recurso após a prova. Faça muitas questões das bancas e construa um material sistemático para revisão, pontuando por tópicos: liderança, motivação, evolução da admi- nistração pública, gestão de pessoas, etc.. Dessa forma você terá um ex- celente material de revisão completamente organizado por tópicos e será fácil buscar qualquer informação para estudo. DIREITO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA Apesar de não mais vigorar a Resolução nº 230/2016 do CNJ que obrigava a cobrança de matéria atinente aos Direitos da Pessoa com Deficiência em 16 provas de Tribunais, entende- -se que estes ainda tendem a ser objeto de prova de con- curso, dada a sua relevância, razão pela qual sugere-se o seu estudo. Nas últimas provas, fo- ram objeto de cobrança as Leis nº 13.146/2015, a Lei nº 10.048/2000, a Lei nº 10.098/2000 e o Decreto nº 5.296/2004. Na Lei nº 10.098/2000, é im- portante atentar-se às de- finições de: acessibilidade; barreiras; pessoa com deficiência; pessoa com mobilidade reduzida; acompanhante; elemento de urbanização; mobiliário urbano; tecnolo- gia assistiva ou ajuda técnica; comunicação; e desenho universal, tudo conforme Lei nº 13.146/2015. A Lei nº 10.048/2000 regula o atendimento prioritário às pessoas com defi- ciência, idosos com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, gestantes, lactantes, pessoas com crianças de colo e obesos. Como se trata de uma lei com poucos artigos, basta uma leitura atenta dos seus dispositivos. Já o Decreto 5.296/2004, que regulamenta a Lei nº 10.048/2000 e a Lei nº 10.098/2000, é um pouco maior, sendo interessante dar maior atenção ao art. 5º, que trata do atendimento prioritário, art. 8º, que trata das condi- ções gerais de acessibilidade, art. 10 e seguintes, que tratam da implemen- tação da acessibilidade arquitetônica e urbanística, e art. 31 e seguintes, que tratam da acessibilidade aos serviços de transportes coletivos. Na Lei nº 13.146/2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência), é importante dar atenção especial aos arts. 1º a 17, que são os mais cobrados em provas. Assim, é importante estudar o conceito de Pessoa com Deficiência, bem como os conceitos trazidos pelo art. 3º do Estatuto da Pessoa com Defi- ciência: acessibilidade; tecnologia assistiva ou ajuda técnica; adaptações razoáveis; pessoa com mobilidade reduzida; residências inclusivas; mora- dia para a vida independente da pessoa com deficiência; atendente pes- soal; profissional de apoio escolar; acompanhante. 17 NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL A disciplina de Direito Constitucional, juntamente com Direito Administra- tivo, Direito do Trabalho e Direito Processual do Trabalho, é uma das mais importantes nos concursos de TRT. Um ponto que vem sendo muito cobrado em provas diz respeito à Organi- zação Político-Administrativa do Estado, notadamente do art. 18 ao art. 25 da CRFB/88. Nesse sentido, cabe um estudo detalhado do art. 18, bem como à compe- tência da União (art. 21), assim como quanto à sua competência privativa em matéria legislativa (art. 22), bem como quanto à competência comum (art. 23) e competência concorrente (art. 24) da União, dos Estados, do Dis- trito Federal e dos Municípios (art. 23). As bancas também costumam trazer uma questão sobre Nacionalidade, sendo importante distinguir quem são os brasileiros natos e quem são os naturalizados, quanto aos cargos privativos de brasileiro nato, bem como no tocante às regras para a perda de nacionalidade. Outro ponto que não pode ser esquecido é o art. 5º da CRFB, que sempre é questão de prova. Sobre este tópico é sempre bom ficar atento às se- guintes questões: Inviolabilidade do domicílio; Criação de associações; Li- berdade de expressão; direito de petição; Tribunal do Júri; Crimes inafian- çáveis e imprescritíveis; extradição de brasileiros natos e naturalizados; Remédios Constitucionais. Por fim, no que se refere ao Poder Judiciário, outro ponto extremamente cobrado em provas, é importante estar atento às questões que envolvem o Direito do Trabalho, notadamente o art. 111 ao art. 117. NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO Outra disciplina de extrema importância, seja pela sua relevância, seja pela sua extensão - vale dizer, tem bastante conteúdo - é a disciplina de Direito Administrativo. Um dos temas mais importantes desta disciplina diz respeito aos Atos de Improbidade Administrativa. 18 Sobre este ponto é bom estar atento quanto às modalidades de Improbi- dade Administrativa: Enriquecimento Ilícito; Lesão ao Erário e Atos contra os Princípios da Administração Pública, decorando as sanções decorren- tes de cada uma delas. Já quanto ao tema Licitações, também extremamente cobrado em provas, há que se atentar que, por enquanto, as bancas estão cobrando a Lei nº 8.666/1993 e a Lei nº 14.133/2021, sendo importante estudar ambas as leis. Porém, já é chegado o momento de dar mais atenção à Nova Lei de Licita- ções, tendo em mente que: A nova lei de licitações deverá ter sua cobran- ça completamente calcada na legislação, uma vez que não há doutrina e jurisprudência sobre o tema; O examinador tende a focar nas mudanças em relação à Lei 8.666 para elaboração de questões. Essa é a tradição em concurso. Outro tema bastante cobrado em provas é o da Responsabilidade Civil do Estado. Neste tópico, já adentrando na parte que trata da “Administração Pública”, cabe trazer §6º do art. 37 da CRFB/88, que dispõe que “As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa”. Segundo a Doutrina, esse dispositi- vo constitucional consagra no Brasil a responsabilidade extracontratualobjetiva da Administração Pública, na modalidade risco administrativo. Sendo assim, a Administração Pú- blica tem a obrigação de indeni- zar o dano causado a terceiros por seus agentes, independentemente da prova de culpa no cometimento da lesão (e independentemente da existência de contrato entre ela e o terceiro prejudicado). O tópico “Da Administração Públi- ca” também deve ser estudado com carinho, principalmente o art. 37. 19 Um inciso de extrema importância do art. 37 é o inciso XI que trata do teto remuneratório do funcionalismo público, cabendo lembrar, acerca do teto remuneratório: Esfera Federal: Ministro do STF; Esfera Municipal: Prefei- to; Esfera Estadual: Governador, Deputado Estadual e Desembargador do Tribunal de Justiça. Também é importante reforçar o estudo nos casos de acumulação de car- gos. Em regra é vedado, porém há previsão de acumulação se houver com- patibilidade de horários em alguns casos. Por fim, mas não menos importante, tem-se o tema Agentes Públicos, sen- do importante o seu estudo nos dispositivos Constitucionais, bem como por meio da Lei nº 8.112/1990. NOÇÕES DE DIREITO DO TRABALHO Agora sim, passamos à disciplina mais importante, juntamente com Direito Processual do Trabalho, para o seu concurso de TRT. Como se trata de uma matéria muito extensa, é importante estar atento aos temas mais quentes, sem perder o foco dos pontos mais básicos, claro. Por exemplo, há que se estar atento aos conceitos de empregado, empre- gador, salário, verbas rescisórias, verbas indenizatórias, jornada de tra- balho (aí incluídos o trabalho noturno, horas extras, período de descanso, etc), férias, o que caracteriza uma atividade penosa, perigosa ou insalubre, da extinção do contrato de trabalho, dentre outros. Para se ter uma ideia da importância de dominar tais assuntos, destaca- mos aqui alguns temas das últimas provas realizadas pelas bancas FCC e FGV. O primeiro deles diz respeito à prescrição quanto ao crédito resultante das relações de trabalho, cabendo destaque para o famoso art. 11, da CLT, que dispõe: “A pretensão quanto a créditos resultantes das relações de traba- lho prescreve em cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho”. Entretanto, aqui, mais do que a letra da Lei, é importante saber os entendimentos ju- risprudenciais acerca do tema. Outro tema recorrente em matéria trabalhista diz respeito à extinção do 20 acordo de trabalho, cabendo destacar a chamada rescisão indireta, de ini- ciativa do empregado, quando ocor- rerem as situações elencadas no art. 483, bem como o art. 484-A que trata da rescisão do contrato de trabalho por acordo entre empregado e em- pregador. A representação dos empregados, prevista no art. 510-A a 510-D da CLT, também foi objeto de prova recente da FCC, sendo importante ressaltar que a questão cobrou a letra da lei. Cabe destacar, aliás, que a FCC tem mais o perfil de cobrar letra da lei e jurisprudência de forma mais incisiva, enquanto a FGV tem o costume de cobrar mais conceitos (mas não se engane, a FGV não é uma banca fácil, principalmente porque vem mudando seu perfil nos últimos anos, chegan- do a se assemelhar à FCC. Porém, a título de exemplo, veja-se que a FGV já cobrou questão envolven- do os requisitos da relação de emprego, previstos no art. 3º da CLT. Outras questões que também já foram objeto de provas recentes referem- -se à adicional de insalubridade - tema este que, conforme já dito, é de extrema importância seu estudo, trabalho noturno, férias e conceito de empregado doméstico. Enfim, veja-se que, apesar de o conteúdo de Direito do Trabalho ser exten- so, focar nos temas básicos - os já mencionados conceitos de empregado, empregador, salário, verbas rescisórias, verbas indenizatórias, jornada de trabalho, férias, atividade penosa, perigosa ou insalubre, da extinção do contrato de trabalho, etc - pode lhe render muitas questões. NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Direito Processual do Trabalho é, como já falamos no tópico anterior, disci- plina de extrema importância para o estudo para concurso de TRT. Como 21 também não é uma matéria muito enxuta, apesar de ser bem menos exten- sa que Direito do Trabalho, merece destaque para os temas mais quentes de serem cobrados em prova. Veja-se que, de acordo com levantamento feito, foram objeto de provas recentes os tópicos Organização da Justiça do Trabalho e do Ministério Público do Trabalho - MPT; Audiência de Conciliação e de Instrução e Jul- gamento; Competência da Justiça do Trabalho; Provas no processo do tra- balho; Dissídio individual e dissídio coletivo; Sistema recursal trabalhista; Execução em matéria trabalhista, Prazos processuais, dentre outros. Um capítulo que cabe destaque diz respeito à Da Responsabilidade por Dano Processual (art. 793-A a art. 793-D), também conhecida por litigân- cia de má-fé. Isto porque referida matéria foi introduzida pela Reforma Tra- balhista, a qual, apesar de ser do ano de 2017, ainda é uma novidade nas provas de concurso. Outro tema importantíssimo, já elencado, mas que cabe destacar é o refe- rente a Recursos. É muito importante saber os prazos para cada recurso, bem como que na Justiça do Trabalho, as decisões interlocutórias não en- sejam recurso imediato, salvo em hipóteses específicas. Também cabe destaque para o tema dos Dissídios Coletivos, instaurados quando não ocorre um acordo na negociação direta entre trabalhadores ou sindicatos e empregadores. É preciso saber quais são os requisitos para instaurar o dissídio coletivo, quais são os sujeitos que estão aptos a propor o dissídio coletivo, etc. Enfim, temos que este é um tema complexo, que merece bastante atenção do candidato. Por fim, cabe ressaltar a importância do estudo das Súmulas do TST, tendo em vista o seu alto índice de incidência nas provas, principalmente as apli- cadas pelas bancas FCC e FGV. ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA Administração Financeira Orçamentária é uma matéria muito importante até para atribuição do cargo de Técnico Judiciário, pois você pode acabar trabalhando em algum setor de licitação, orçamento, etc. Apesar dos edi- tais não cobrarem um conteúdo tão extenso nessa disciplina, é importante dominar os aspectos básicos como Ciclo Orçamentário, Orçamento Públi- 22 co no Brasil, Despesas e Receitas Públicas. Embora não seja fácil, a maioria dos concurseiros têm uma dificuldade exacerbada em AFO pelo modo de estudo que adotam. Somente a leitura fria da legislação pode funcionar para algumas provas de nível médio e para matérias específicas, mas para AFO não. Isso porque AFO possui muitos termos técnicos e trata de assuntos que não são do senso comum do con- curseiro médio. Se você apenas ler a legisla- ção e não se preocupar em entender o que, de fato, é dito, a sua capacidade de retenção será mínima. Diante disso, em AFO, é mandatário ter um professor para lhe guiar na le- gislação e, de preferência, em vídeo. Em nosso cronograma temos indicações de aulas gratuitas ou você também pode se utilizar de um curso em PDF/vídeos para acompanhar a matéria. É importante dar ênfase ao estudo dos princípios e da parte constitucional da matéria, bem como ao conhecimento da Lei 4.320/1964, considerada por muitos “A bíblia da disciplina AFO”. A maioria das questões é tirada des- ses conteúdos. A PROVA DISCURSIVA A prova discursiva é, certamente, um dos terrores da maioria dos candida- tos. Existe quem escolha provas somente pensando em fugir daquelas que possuem discursiva. Mas, sabendo que a maioria tem dificuldade e, consequentemente, medo dessa prova, ela pode se tornar o seu grande diferencial. A primeira coisa que você precisa mudar sobre a discursiva é o seu padrão de estudo. Vejo muitas pessoas aceitando passar 10 meses estudando 2 ou 3 horas por dia Direito Constitucional, Direito administrativo ou maté- rias correlatas, mas ficando impacientes se a suaprimeira redação não sai como esperado. 23 Se você não escreve um texto de 20 linhas desde a escola, é natural que te- nha certa dificuldade. Mas, da mesma forma que não se aprende a andar de bicicleta somente lendo manual de como andar de bicicleta, não se apren- de a escrever redação somente vendo alguém falar sobre como escrever redação. Coloque a meta de escrever, pelo menos, uma redação na primeira sema- na. Depois, aumente para duas redações. Depois, três e assim por diante. No mês da minha prova eu escrevia praticamente uma redação por dia e após o estudo, para me testar no cansaço. “Fora isso, o que pode ser feito?” 1. Leitura constante de textos de opinião 2. Leitura de redações anteriores nota 10 da banca organizadora do seu concurso (você acha isso no Google facilmente). 3. Pesquisa de temas controversos que podem ser abordados pela banca e posterior criação de saída para eles. Crie um caderno com vários temas e saídas. 4. Pesquise sobre “argumentos de autoridade que cabem em qualquer redação” no google. 5. Pense em possíveis citações à constituição federal em alguns te- mas. Ela sempre cabe. 6. Tenha um esqueleto de argumentação pronto (mas diferente daque- les engessados de cursinho) para agilizar os seus processos. 24 TRT-BR TÉCNICO JUD.
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