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ERGONOMIA GINÁSTICA LABORAL Unidade II (3)

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82
Unidade II
Unidade II
5 PROGRAMA DE GINÁSTICA LABORAL
Será preciso para nortear os esforços frente à realidade de cada empresa. Necessidades serão 
identificadas, objetivos serão traçados e as estratégias para atingi-los podem ser variadas.
A seguir serão analisadas as etapas para planejar um programa de ginástica laboral.
5.1 Definição dos objetivos do programa
A primeira necessidade para planejamento de um programa de ginástica laboral será a definição 
dos objetivos. Parte dos objetivos pode ser conhecida somente após uma avaliação ser realizada pelo 
profissional, mas em algumas situações a própria empresa define as metas importantes a serem buscadas 
com a proposição do programa, devendo estas ser analisadas pelo profissional de ginástica laboral.
Para Berté Júnior (2006, p. 6), alguns dos objetivos da ginástica laboral são:
Reduzir a fadiga muscular.
Promover consciência corporal, saúde e bem-estar.
Promover integração entre os trabalhadores.
Reduzir o número de acidentes de trabalho.
Aumentar a motivação e disposição para o trabalho.
Prevenir doenças ocupacionais.
Quando os objetivos de implantação da ginástica laboral não são apenas a melhoria da produtividade 
relacionada aos casos de LER/Dort ou outras questões de saúde, setores internos podem se unir para 
justificar a contratação de um serviço de ginástica laboral em conjunto com objetivos institucionais 
diversos. Por exemplo:
• melhor entrosamento entre os trabalhadores do mesmo setor;
• melhor entrosamento entre trabalhadores de setores diferentes;
• melhoria na imagem interna e externa da empresa;
83
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
Apesar de alguns desses fatores estarem relacionados com a produtividade, estão fora do escopo dos 
problemas de saúde. Nesses casos, o profissional de ginástica laboral não tem condições de avaliá-los 
como necessidades, mas pode levá-los em consideração ao programar as atividades que serão propostas 
ao longo do programa.
Importante ressaltar o critério do profissional quanto à definição dos objetivos e propostas do 
programa. Tomando como exemplo um trabalhador de descarga de caminhão que falta ao trabalho 
por dor lombar, certamente seria beneficiado por um treinamento para fortalecimento muscular. 
Todavia, pela curta duração da sessão de ginástica laboral – poucos minutos –, não é possível obter 
resultados de fortalecimento em comparação à carga de trabalho já exercida em uma jornada 
de oito horas, pois não há condição de submetê-lo a cargas ainda maiores em tão pouco tempo de 
duração. Assim, uma estratégia mais plausível para subtrair o absenteísmo neste caso poderia incluir 
relaxamento, compensação ou alongamentos para diminuir a sobrecarga e compensá-la em vez de 
propor mais situações de aumento de carga.
Figura 51 – Atividades de ginástica laboral no pátio em frente à empresa podem 
mostrar à população que passa pelo local que a entidade se preocupa 
com os trabalhadores, com sua saúde ou com boas práticas 
Disponível em: https://bit.ly/30iSUzk. Acesso em: 12 nov. 2021.
Alguns dos objetivos relacionados à saúde e à produtividade podem estar predefinidos em verificações 
anteriores da própria empresa, antes mesmo de o profissional de ginástica laboral ter sido contratado, 
pois relatórios internos podem revelar quais setores estão sofrendo mais com o número de faltas ao 
trabalho por motivo médico, ou a queda na produtividade por fatores humanos, ou ainda um número 
elevado de afastamentos do trabalho.
Nessa realidade, o profissional de ginástica laboral pode solicitar reuniões com os agentes 
envolvidos para tomar conhecimento sobre o diagnóstico já realizado, planejar avaliações 
complementares que sejam importantes em sua proposta e entender as manifestações do problema 
em questão. 
84
Unidade II
 Observação
Se uma empresa tem o objetivo de diminuir o índice de faltas ao trabalho, 
o profissional de ginástica laboral deve pesquisar quais os principais motivos 
de faltas, para depois poder traçar os objetivos do programa.
5.2 Avaliação inicial
O planejamento de um programa de ginástica laboral deve iniciar-se com uma avaliação para 
diagnosticar o quadro em que se encontram os trabalhadores. Também será importante levantar 
informações sobre como o programa poderá ser implantado.
Essa avaliação pode ser feita conjugando-se diversas fontes de informação que estiverem 
disponíveis. A seguir estudaremos algumas delas. 
5.2.1 Reunião com os gestores
Uma entrevista com os gestores de diversos níveis hierárquicos permite, além dos dados concretos de 
problemas identificados por eles, descobrir o que os gestores esperam do programa. Contudo, nem sempre 
essa visão é condizente com a realidade, podendo a entrevista proporcionar um alinhamento de expectativas.
Como exemplo de dados a serem obtidos nessa reunião, estão as informações sobre tarefas 
desenvolvidas pelos trabalhadores, estrutura local, característica do departamento, necessidades 
especiais, definição de prazos etc.
Com os gestores, pode-se avaliar os horários, a frequência, a duração e os locais para a prática da 
ginástica laboral, o agrupamento de setores, a ponderação sobre as atividades etc.
5.2.2 Reunião com o médico do trabalho/departamento médico
O médico do trabalho, quando presente na empresa, pode passar dados importantes sobre os casos 
mais frequentes de necessidade de atendimento, de condução para tratamento, de acidentes, tipos 
de problemas que atualmente estão sob sua atenção, dores relatadas mais frequentemente pelos 
trabalhadores etc. Pode ainda ajudar a entender a dinâmica da incidência de questões de saúde na 
empresa. A relação com o departamento médico deve persistir, proporcionando ao profissional de 
ginástica laboral acesso a informações que contribuam com o programa. 
5.2.3 Reunião com os membros da Cipa
Quando instalada e atuante, a Cipa (NR 5) tem papel vital na prevenção de acidentes, e um olhar 
crítico dos trabalhadores que integram a Cipa pode proporcionar ao profissional de ginástica laboral um 
panorama na visão deles, que talvez inclua fatores diferentes da ótica médica. A Cipa também deve estar 
integrada com o programa, pois é em favor dos trabalhadores que este será executado.
85
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
Figura 52 – Reunir-se com os gestores e instâncias internas de uma empresa 
pode trazer informações importantes para o projeto de ginástica laboral 
Disponível em: https://bit.ly/3kwCElL. Acesso em: 12 nov. 2021.
 Lembrete
O planejamento de um programa de ginástica laboral deve iniciar-se 
com uma avaliação para diagnosticar o quadro em que se encontram 
os trabalhadores.
5.2.4 Reunião com o setor de RH 
O contato com o setor de gestão de pessoas, benefícios ou departamento pessoal visa obter 
dados sobre a situação atual da empresa no que se refere a faltas, afastamentos, problemas de saúde, 
necessidades de acompanhamento, melhorias, relações humanas na empresa etc.
Com atribuições variadas, setores que atuam nessa esfera possuem dados que podem ser valiosos 
para o profissional de ginástica laboral poder planejar o programa a ser implantado.
5.2.5 Contatos com os departamentos interessados
Dependendo dos processos internos da empresa, pode haver mais interessados em participar da 
implantação da ginástica laboral. O responsável pelo contato com o profissional pode ser um elo 
importante para o levantamento de dados em diferentes setores. Por exemplo, até o departamento 
jurídico pode ter interesse de que seja executada a ginástica laboral em um setor com muitos litígios ou 
casos em andamento. O profissional de ginástica laboral deve investigar as melhores possibilidades de 
obter informações relevantes para que o programa consiga atingir os objetivos propostos.
86
Unidade II
5.2.6 Aplicação de questionários ou entrevistas
A verificação de necessidades diretamente com os colaboradores pode ser feita por questionários 
ou através de entrevistas. Com o consentimento da empresa, é possível realizar conversas informaisou 
entrevistas estruturadas para obter entendimento das tarefas e sobrecargas sentidas pelos trabalhadores 
no dia a dia. Alguns questionários que já foram validados em pesquisas podem ser adaptados, 
ou pode-se criar um questionário próprio. 
Os questionários permitem avaliar regiões corporais com dor, grau de satisfação com o trabalho, 
dificuldades encontradas durante o trabalho, relacionamento interpessoal e com a chefia imediata, 
estresse, entre outros parâmetros.
Dependendo do nível educacional dos trabalhadores, alguns questionários podem ser mais 
simples, usando figuras e espaços para marcar X, enquanto outros podem ser bastante complexos, 
até mesmo para trabalhadores com nível educacional superior preencherem sozinhos, devendo ser 
entrevistados para que seja possível completá-los.
Uma forma simples de identificar desconfortos musculares é o mapa corporal, no qual o 
próprio trabalhador assinala com um X ou com uma graduação (1 a 5, por exemplo) a região 
onde sente desconforto.
Um dos questionários utilizados em pesquisas sobre queixas de dores é o Questionário Nórdico de 
Sintomas Osteomusculares (QNSO, ou Nordic Musculoskeletal Questionnaire – NMQ), traduzido para o 
português e apresentado no trabalho de Machado Jr. et al. (2012), que concluiu que as queixas cervicais 
mostraram resultados positivos através da ginástica laboral, comparando indivíduos praticantes e não 
praticantes de ginástica laboral em uma instituição financeira.
 Saiba mais
Para saber mais sobre a aplicação do Questionário Nórdico, leia:
SANTOS, V. M. dos et al. Aplicação do Questionário Nórdico 
Musculoesquelético para estimar a prevalência de distúrbios osteomusculares 
relacionados ao trabalho em operárias sob pressão temporal. In: ENCONTRO 
NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 35., 2015, Fortaleza. Anais...
Fortaleza: Abepro, 2015. Disponível em: https://bit.ly/3kJE3oZ. Acesso em: 
12 nov. 2021.
Em alguns casos de diagnóstico, que não necessitam de comparação na literatura científica, 
questionários podem ser criados para investigar situações específicas. Em outros casos, deve-se usar um 
questionário já validado em estudos. A seguir, destacamos a reprodução de questionário diagnóstico 
utilizado para detectar dores e postura usual em trabalhadores para um estudo de Candotti, Stroschein e 
Noll (2011):
87
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
Quadro 8 
NOME:____________________________________________________________________
IDADE:_____________________________ MASSA CORPORAL:____________________
ESTATURA:_________________________________________________________________
SETOR:________________________________________________________________
TEMPO NESTE CARGO:________________________________________________________
1) Você sente dor? 
( ) sim ( ) não
2) Em que horário esta dor se manifesta?
a) antes do trabalho ( ) b) durante o trabalho ( ) c) após o trabalho ( )
3) Qual a frequência em que você sente esta dor?
a) 1 vez por semana ( ) b) 2 vezes por semana ( ) c) todos os dias ( )
4) Esta dor interfere em suas atividades diárias (lazer, afazeres domésticos, estudos, trabalho)?
( ) sim ( ) não ( ) às vezes
5) Circule nas escalas abaixo a intensidade da sua dor, referente a cada segmento do corpo:
e) referente ao braço: 0 – 1 – 2 – 3 – 4 – 5 – 6 – 7 – 8 – 9 – 10. 
f) referente a punho/mão: 0 – 1 – 2 – 3 – 4 – 5 – 6 – 7 – 8 – 9 – 10. 
g) referente ao pescoço: 0 – 1 – 2 – 3 – 4 – 5 – 6 – 7 – 8 – 9 – 10. 
h) referente às costas: 0 – 1 – 2 – 3 – 4 – 5 – 6 – 7 – 8 – 9 – 10.
i) referente às pernas: 0 – 1 – 2 – 3 – 4 – 5 – 6 – 7 – 8 – 9 – 10. 
6) Você pratica atividade física regularmente, além da ginástica laboral?
( ) sim ( ) não
7) Marque a figura abaixo que melhor representa sua postura durante o trabalho:
A)
C)
B)
D)
Figura 53 
Fonte: Candotti, Stroschein e Noll (2011, p. 713-714).
88
Unidade II
Realizando pesquisas mais aprofundadas, encontram-se na literatura diversos instrumentos 
aplicáveis que podem suprir a necessidade de conhecimento do problema nos trabalhadores que se 
quer avaliar.Por exemplo, é possível citar a avaliação simplificada do risco de lombalgia de Silva Jr., 
Buzzoni e Morrone (2016), composta de 13 perguntas com resposta dicotômica (sim/não), e ainda a 
avaliação simplificada do risco de ocorrência de distúrbios musculoesqueléticos de membros superiores 
relacionados ao trabalho, com 26 perguntas com resposta dicotômica (sim/não).
 Lembrete
O profissional de ginástica laboral deve investigar as melhores 
possibilidades de obter informações relevantes para que o programa 
consiga atingir os objetivos propostos.
5.2.7 Observação in loco
Aliada às formas anteriores de obtenção de dados e informações, a observação in loco possibilitará 
ao profissional de ginástica laboral conhecer: dinâmica do trabalho, fontes estressoras do ambiente, 
condições ambientais, questões ergonômicas, efetividade das pausas existentes, setores com 
dificuldades de quaisquer naturezas etc. 
Além das características da realização das tarefas e do reconhecimento dos ambientes, a observação 
in loco permitirá uma análise para o planejamento da proposição das atividades de ginástica laboral, 
identificando a quantidade de trabalhadores em cada setor, a proximidade entre os setores, a existência 
de local adequado e com espaço suficiente próximo ao posto de trabalho em que se possa reunir os 
indivíduos, a área no próprio departamento no caso de realização da ginástica laboral lá, a existência de 
risco (máquinas funcionando, áreas perigosas, ruído excessivo), a impossibilidade técnica para aplicação 
(atividades que exigem silêncio ou que são perigosas) etc.
5.3 Duração das sessões de ginástica laboral
O conceito de pausas durante o trabalho é bem estudado e, dependendo da natureza das tarefas, 
existem propostas de pausas que tornam mais produtivo o período de trabalho como um todo. 
Tabela 7 – Indicação de pausas de acordo com a situação de trabalho 
Situação de trabalho Indicação de pausas
Trabalho com movimentos repetitivos 
Pausas curtas de 3 a 5 minutos por 
hora trabalhada, reduzindo a fadiga e 
aumentando o potencial de atenção 
prolongada.
Trabalho pesado ou em ambientes 
quentes ou frios 
Pausas dosadas pare que a carga horária 
máxima suportável não seja ultrapassada.
Trabalho físico ou mental médio Pausa de 10 a 15 minutos durante a manhã e outra à tarde.
89
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
Situação de trabalho Indicação de pausas
Trabalhos corn elevada exigência mental
Além das pausas maiores de 10 a 15 minutos, 
prever uma a duas pausas curtas por turno, 
de 3 a 5 minutos.
No aprendizado de habilidades ou 
trabalho de aprendizes
Dosar as pausas conforme a dificuldade das 
habilidades a serem aprendidas.
Fonte: Grandjean (1998, p. 176).
A pausa, em si, já é um alívio à sobrecarga das tarefas cumpridas pelo trabalhador. Uma justificativa 
à implantação da ginástica laboral passa a ter sentido, pois tornará a pausa simples em uma atividade 
especificamente benéfica ao organismo.
Tabela 8 – Tempo de pausa por hora trabalhada de acordo com a situação de trabalho
Pausa por hora trabalhada Situação de trabalho
5 minutos Repetitividade, sem possibilidade de rodízio
10 minutos Repetitividade e alta intensidade de força ou desvios posturais
15 minutos Repetitividade, alta intensidade de força e desvios posturais
Fonte: Couto et al. (1998, p. 334).
Pode-se, nesse momento de quantificação e análise das pausas, fazer menção aos estudos de Kroemer e 
Grandjean (2005) sobre a natureza das pausas do trabalho, classificadas como: pausas voluntárias – decisão 
do trabalhador para recuperação rápida; pausas mascaradas – trabalhos colaterais que desviam a atuação da 
repetitividade, embora se continue trabalhando: limpeza da mesa, buscar um papel na impressora; pausas 
necessárias – induzidas pela dinâmica externa, como aguardar o término de uma impressão, tempo de espera 
na linha telefônica; e pausas obrigatórias – determinadas pela legislação ou pela empresa.Autores acentuam diversas possibilidades de duração da sessão de ginástica laboral, muitas vezes 
definida pela disponibilidade de tempo frente à rotina do trabalho exercido. A diferença de abordagens 
tem sido relatada como um desafio para comparação da efetividade de programas.
Grande, Silva e Parra (2014, p. 56) ilustram diferenças entre os programas por eles analisados:
• Japão: 10-15 minutos, antes da jornada.
• EUA: em média 30 minutos de duração.
• Brasil: 10 a 15 minutos, no início, no meio ou no fim da jornada.
Em significativa incidência nos programas de ginástica laboral, as sessões variam entre 10 e 15 minutos, 
chegando em alguns casos a 20 minutos. Muitas vezes, as empresas desejam limitar o tempo de sessão 
a poucos minutos, visando despender menor tempo a esta atividade, o que nem sempre é positivo. 
Há também o problema de que a dinâmica do trabalho sendo executado não permite um intervalo suficiente 
para realização de uma sessão com uma duração adequada, possibilitando apenas uma pequena pausa, 
que pode caracterizar-se como pouco produtiva para provocar resultados através da ginástica laboral.
90
Unidade II
As sessões de ginástica laboral muito curtas têm uma efetividade limitada devido ao baixo número 
de repetições, à pouca quantidade de exercícios e ao menor tempo para correções ou orientações. 
Assim, deve-se esperar uma menor eficiência no programa que tenha uma limitação importante no 
seu tempo de execução, embora parte dessa desvantagem possa ser amenizada pela frequência diária 
de aplicação da ginástica laboral. Deve-se estar atento, pois o gasto de tempo para mobilização dos 
trabalhadores para uma sessão curta é o mesmo do que em uma sessão mais longa, ou seja, o tempo 
investido menos aproveitado é proporcional.
Por outro lado, as sessões de ginástica laboral muito longas tendem a influenciar negativamente na 
adesão. Um tempo muito longo de sessão pode confrontar o trabalhador com a decisão entre participar 
da sessão e atrasar seus afazeres, ou simplesmente não participar. Assim, o evento passa a ter menor 
efetividade para o programa, pois não vai garantir participação significativa dos trabalhadores. O efeito 
prático que se poderia esperar seria de bons resultados para os trabalhadores que participam de uma 
sessão longa, mas pouca influência na produtividade total, pela baixa adesão.
Em sua pesquisa, Dishman (1988) destaca trabalhadores que iniciavam programas de atividades 
físicas com durações diferentes. Os grupos foram avaliados quanto à permanência do indivíduo na 
atividade, comparando-se as diferentes durações de sessões. Notou-se que durações longas de sessão 
tendem a ter maior evasão, provavelmente porque os funcionários passavam a se preocupar com as 
tarefas de seu trabalho que não estavam sendo cumpridas.
O profissional de ginástica laboral deverá conhecer o comportamento dos colaboradores e 
a dinâmica da empresa para buscar o melhor equilíbrio possível entre o tempo disponibilizado e a 
efetividade do programa.
5.4 Locais para realização da ginástica laboral
As áreas onde ocorrerão as sessões de ginástica laboral devem ser definidas com antecedência, 
na fase de avaliação inicial. Esses espaços podem ser sugeridos pela empresa, visando fluxo dos 
trabalhadores, segurança, menor interferência naqueles que continuarão trabalhando etc. Também é 
importante o profissional de ginástica laboral fazer sugestões sobre o local para a prática, para verificar 
se há objeções da entidade.
Normalmente, procura-se optar por um local de fácil acesso, muitas vezes no posto de trabalho, 
na própria sala ou ambiente por falta de área próxima em condições superiores. Quando possível, 
pode-se planejar usar um ambiente aberto, permitindo ao indivíduo respirar ar puro, ou isolar-se um 
pouco mais de onde trabalha.
Nesse contexto, avalia-se o percurso a realizar dentro da empresa, levando em conta os locais a 
serem atendidos, os horários e o número de colaboradores em cada espaço, para traçar a melhor opção 
de rota para atendimentos sucessivos. Depois, define-se junto com a organização onde cada tarefa 
pode ser mais bem realizada. Em alguns casos, repetições de sessão no mesmo lugar, revezando os 
colaboradores; em outros casos, uma sequência de locais diferentes escolhidos apropriadamente.
91
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
5.5 Possibilidades de integração da ginástica laboral com outros programas 
de incentivo à saúde e qualidade de vida do trabalhador
No planejamento de um programa de ginástica laboral, deve-se levar em conta outras ações 
concomitantes, que já ocorreram ou que possam vir a ser executadas, dentro de um contexto geral de 
incentivo à saúde e qualidade de vida do trabalhador. Estudos mostram que a qualidade de vida tem 
importante relação com o domínio físico (SILVA et al., 2010).
Por conta dessa possibilidade de atuação em conjunto com outras ações, em muitas empresas 
podem ser formadas equipes multidisciplinares, com professores de educação física, fisioterapeutas, 
ergonomistas, nutricionistas, psicólogos, médicos, engenheiros do trabalho etc.
Qualidade de vida geral, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 1995 apud FERNANDES et al., 
2011, p. 1), envolve a “autopercepção do indivíduo no contexto da cultura e nos sistemas de valores em que 
ele vive, relacionando com seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”. Lipp (2004) identifica 
os seguintes tópicos para determinação da qualidade de vida geral: 
• trabalho/condições de trabalho;
• recursos econômicos;
• escolaridade;
• saúde/acesso aos serviços de saúde;
• relações familiares;
• habitação;
• nutrição;
• lazer.
Uma área específica de interesse é a qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS), em inglês 
Health-Related Quality of Life (HRQOL-QVS-80), que é menos direcionada aos fatores sociológicos 
e diretamente ligada a saúde, sintomas físicos, toxicidade, funções físicas, emocionais, cognitivas e 
sexuais, aspectos sociais, estado funcional e possíveis consequências desses fatores (DINIZ, 2013).
 Saiba mais
O QVS-80 é um instrumento que permite avaliar parâmetros da 
qualidade de vida no trabalho (QVT) segundo quatro domínios: saúde, 
atividade física, ambiente ocupacional e percepção da qualidade de vida.
Leia sobre o QVS-80 e os fatores envolvidos com a saúde e a qualidade de 
vida no ambiente corporativo: 
92
Unidade II
VILARTA, R.; GUTIERREZ, G. L. (Org.) Qualidade de vida no ambiente 
corporativo. Campinas: Ipes, 2008. Disponível em: https://bit.ly/3HntMJ3. 
Acesso em: 12 nov. 2021.
A qualidade de vida no trabalho é um tema cada vez mais importante quando gestores e empresas 
se preocupam com produtividade. E a saúde do funcionário pode ser incrementada por meio de ações 
que atendam a necessidades de sua vida também fora da organização, pois um indivíduo com hábito de 
praticar atividades físicas regulares fora da empresa terá, também em sua vida profissional, os efeitos 
benéficos de uma saúde melhor. 
Saúde corporativa, segundo Silva e De Marchi (1997), é a “soma das áreas assistencial, ocupacional, 
preventiva e de promoção da saúde”, buscando por meios educativos a conscientização dos indivíduos 
para gerenciar “seu estilo de vida, tornando-o mais saudável, feliz e produtivo”. Para os autores, 
um programa de qualidade de vida e promoção da saúde deve melhorar saúde e estilo de vida, disposição 
geral, nutrição e diminuir os riscos cardíacos.
Assim, ilustraremos a seguir algumas iniciativas que podem ser realizadas com alguma proximidade 
ao programa de ginástica laboral de forma a enriquecer o resultado final, em comum, que é a boa 
condição de saúde do trabalhador.
 Saiba mais
O texto a seguir destaca valiosas informações a respeito dos participantes 
do programa de ginástica laboral.
BRITO, E. C. O.; MARTINS, C. O. Percepções dos participantes de 
programa de ginástica laboral sobre flexibilidade e fatores relacionados a um 
estilo de vida saudável. Revista Brasileira de Promoção da Saúde, v. 25, n. 4,p. 445-454, 2012.
5.5.1 Programas de ergonomia
Programas de ergonomia e de ginástica laboral se complementam claramente em busca de um 
ambiente de trabalho e uma execução de tarefas que não agridam o indivíduo. Muitas vezes, a empresa 
implantará os dois programas ao mesmo tempo, e os profissionais envolvidos devem estabelecer um 
canal de comunicação facilitador de resultados positivos. Pode-se atuar em conjunto na análise das 
tarefas, na correção de posturas, na definição de pausas e atividades etc.
93
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
Para Martins e Duarte (2000, p. 12), o programa ergonômico é absolutamente necessário, pois sem 
ele as sessões de ginástica laboral seriam apenas um
paliativo momentâneo, já que alguns minutos de alongamento e relaxamento 
não seriam capazes de atuar com eficácia sobre a má postura ocasionada 
por um mobiliário antiergonômico ou tarefas deficientemente prescritas, 
realizadas durante seis ou oito horas.
Os profissionais de ginástica laboral devem, ainda, ter precaução para não interferir 
negativamente no trabalho do profissional de ergonomia, pois nem sempre as ações podem ter 
o mesmo ritmo de implantação. Por exemplo, ele não deve criticar a não existência ou cobrar a 
aquisição de apoios para os punhos dos digitadores, pois a ênfase do programa de ergonomia 
pode ser outra naquele momento. 
5.5.2 Academia in loco
Algumas organizações ou centros empresariais conjugados oferecem um serviço de academia, 
implantado no próprio local, podendo ser utilizado por trabalhadores antes ou após o expediente. 
Os custos podem ser cobertos pela empresa, mas muitas vezes podem ser compartilhados com 
o trabalhador, que paga parte da mensalidade, enquanto a empresa paga o restante, gerando uma 
percepção de benefício e responsabilidade.
O profissional de ginástica laboral deve tomar conhecimento sobre tal iniciativa, assimilando as 
indicações e limitações de seu uso, podendo recomendar sempre que necessário a participação 
complementar em casos como obesidade, limitações físicas e necessidades particulares não atendidas 
pela ginástica laboral.
Do mesmo modo, ao buscar integração, o profissional da academia pode passar a recomendar aos 
seus matriculados a participação na ginástica laboral, de modo a aumentar a adesão ao programa.
Figura 54 – Uma academia in loco pode ser forte aliada de um 
programa de ginástica laboral, embora tenha diferentes objetivos 
Disponível em: https://bit.ly/3HleZOP. Acesso em: 12 nov. 2021.
94
Unidade II
5.5.3 Grupos de caminhada, ginástica ou corrida
Algumas empresas executam diversas práticas de atividades físicas e de lazer também com o 
objetivo de proporcionar boas condições de saúde a seus trabalhadores. O programa de ginástica laboral 
pode incentivar a adesão a esses programas, que, por sua vez, podem aumentar a conscientização para 
participação dos trabalhadores na ginástica laboral.
5.5.4 Programa de nutrição ou combate à obesidade
De modo similar ao caso anterior, é possível integrar ações como educação nutricional ou combate 
à obesidade em busca do objetivo da saúde integrada. A ginástica laboral não provoca perda calórica 
suficiente para redução de peso, mas seu caráter educacional pode contribuir para que o indivíduo se 
conscientize da importância de cuidar de sua saúde, e haja maior adesão ao programa nutricional ou 
de perda de peso.
Por outro lado, ao buscar uma convergência de atuações, o programa de combate à obesidade ou 
de educação nutricional pode contribuir para a conscientização do trabalhador em participar de outras 
ações de saúde, como a ginástica laboral.
Figura 55 – A qualidade (e a quantidade) dos alimentos nas refeições realizadas na empresa e os hábitos 
alimentares em casa são alvo de campanhas de conscientização nutricional e combate à obesidade, 
em busca da saúde dos trabalhadores. A integração dos programas pode ser benéfica para os resultados de ambos 
Disponível em: https://bit.ly/3kt4ZcA. Acesso em: 12 nov. 2021.
5.5.5 Possibilidades de integração com outros programas de qualidade de vida e saúde 
no trabalho
Programas de promoção de saúde e qualidade de vida abrangentes ou específicos estão sendo 
utilizados nas empresas para preservar o capital humano. A ginástica laboral comumente faz parte dessa 
estrutura, embora às vezes seja aplicada separadamente.
95
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
Há uma grande diversidade de iniciativas que podem ser implementadas nas organizações, muitas 
vezes sendo escolhidas devido a área de atuação da empresa, faixa etária ou interesses dos trabalhadores, 
objetivos estratégicos ou outras decisões.
Algumas das ações podem visar sobretudo o relaxamento, como salas de descompressão com TV ou 
video games, redes de descanso ou almofadas para leitura, jardim ou espaço zen. Em uma empresa de 
tecnologia de São Paulo, foi instalado um local para pequenos cochilos, com privacidade e iluminação 
controlada. Algumas iniciativas podem, por exemplo, premiar os mais assíduos participantes da ginástica 
laboral com uma sessão de quick massage (massagem expressa na qual não é necessário retirar a roupa 
ou deitar-se na maca).
Sobre essa atribuição de espaço durante uma pausa, a OIT (2018) propõe que o local seja separado, longe 
do barulho ou de perturbações, para que o trabalhador possa se recuperar, não somente descansando, mas 
se preparando para em seguida voltar a produzir em melhores condições. Outras sugestões são que haja 
mobília confortável e atmosfera relaxante, utilização de plantas e boa ventilação, água e instalações sanitárias 
adequadas e soluções de baixo custo, como um toldo permitindo acesso à área externa e sombra.
Quando além do relaxamento a empresa deseja provocar alguma movimentação ou até mesmo 
o combate ao sedentarismo, pode-se instalar bicicletas para empréstimo, jogo de dardos, bicicleta 
ergométrica, cesta de basquete (bolas de espuma), máquina de remada ou até bonecos próprios para 
golpear com socos. 
Figura 56 – Para extravasar a tensão, algumas empresas possuem salas de descompressão, possibilitando 
um local para sentar-se e ouvir música, ou mesmo para praticar dardos ou golpear um objeto 
Disponível em: https://bit.ly/3wEqex3. Acesso em: 12 nov. 2021.
Se houver integração dentro de uma filosofia convidativa, todas essas ações vão gerar diferentes 
estímulos à saúde física e psicossocial dos indivíduos no trabalho, podendo ser valorizadas pelo programa 
de ginástica laboral, aumentando sua adesão.
A integração mostra-se importante, pois muitos dos gastos das empresas podem vir de situações 
não diretamente impactadas pela ginástica laboral, mas de relevância coadjuvante ao programa. 
Silva e De Marchi (1997) sintetizam um exemplo dos gastos com saúde dependendo do estilo de vida 
do trabalhador:
96
Unidade II
Tabela 9 – Aumento de despesas em grupos específicos 
relacionado a hábitos e condições de saúde 
Sedentários
36% Maiores as despesas com saúde
54% Maior o tempo de internação
Obesos
8% Maiores as despesas com saúde
85% Maior o tempo de internação
Fumantes
40% Maior a taxa de absenteísmo
25% Maiores as despesas de saúde
114% Maior o tempo de internação
Fonte: Silva e De Marchi (1997, p. 138).
5.6 Planejamento do programa de ginástica laboral
Não há uma única forma de planejar o programa de ginástica laboral para obter sucesso. As 
diversas realidades nas empresas vão determinar quais os fatores mais críticos em cada caso, 
cabendo ao profissional de ginástica laboral entender as necessidades e a melhor forma de atuação 
naquele caso. 
É importante haver um processo de abordagem que permita orquestrar todas essas variáveis. 
Cañete (2001) propõe uma divisão em cinco fases: levantamento de necessidades (diagnóstico), 
informação (sensibilização), implementação (projeto piloto), desenvolvimento e consolidação (todos os 
setores), e comprometimento (interiorização).
Mendes e Leite (2012) fazem uma proposta de quatro fases do projeto de ginástica laboral:
• Fase 1 – estruturação: englobaa composição do grupo de trabalho e a obtenção de levantamentos, 
com dados de cada setor, traçando-se um perfil do público-alvo, das tarefas realizadas no trabalho 
(espaço físico).
• Fase 2 – planejamento: envolve o planejamento em si, quando é feita a seleção das atividades, 
a escolha dos exercícios, a determinação de horários e a tarefa de sensibilização e divulgação.
• Fase 3 – execução: refere-se à implantação do programa de exercícios, cabendo ao profissional 
de ginástica laboral não apenas ministrar os exercícios, mas também trabalhar continuamente 
para a motivação. Deve-se prever um período para aplicar o projeto piloto no grupo escolhido, em 
geral com a duração de 3 a 6 meses.
• Fase 4 – avaliação do programa: realizada após a implantação do projeto piloto ou em 
continuidade a cada 3 ou 6 meses, mensura os parâmetros conquistados e não conquistados para 
estudar as alterações necessárias no programa. 
97
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
O planejamento tem a seguinte proposta de divisão: geral, mensal (segmentação em períodos), 
semanal e da sessão. 
Os três primeiros níveis são realizados como planejamento de longo prazo, prevendo e estudando 
o que ocorrerá no andamento do projeto, enquanto o último passo é o planejamento da sessão em 
si, que também deve ser avaliado com antecedência e ser integrado ao restante do programa, como 
veremos adiante.
Planejamento geral
É uma visão do programa como um todo. Nele estarão contidas as ideias gerais, considerando 
as necessidades da empresa. Deve prever a aplicação de uma avaliação inicial e a determinação dos 
objetivos para cada setor.
O planejamento geral pode prever no início da implantação a possibilidade de um projeto piloto, que é 
a execução de maneira controlada em uma parte do escopo, por exemplo, em apenas um turno, ou alguns 
departamentos menos conturbados, ou mais participativos etc. Assim, conhecendo as consequências da 
introdução, as demandas geradas, as repercussões perante os trabalhadores e qualquer interferência na 
dinâmica diária daquele setor, em seguida é possível estabelecer o projeto nos demais departamentos 
ou no restante da empresa, já prevendo as ações testadas para facilitar o processo.
Vejamos um exemplo de um projeto piloto. 
Considere que uma empresa queira implantar um grande projeto de ginástica laboral em diversas 
cidades. Ao programar um projeto piloto em uma unidade que se deseja testar como modelo, 
pode-se entender as variáveis não previstas, como o tempo de deslocamento entre dois setores, a demora 
entre a chegada do profissional e o início da atividade em si, a necessidade de alguma adaptação de 
abordagem etc. 
Se o responsável pela ginástica laboral e o(s) seu(s) interlocutor(es) na empresa puderem avaliar a 
experiência da implantação do projeto piloto, a sequência com a introdução nas demais cidades será 
feita já abrangendo os ajustes necessários, minimizando as ocorrências indesejáveis nessa fase final.
Planejamento mensal
Em um segundo nível, o planejamento seguirá prevendo a segmentação do período total em partes 
ou ciclos. Pode variar dependendo da exigência do projeto. Assim, é possível usar essa divisão em 
planejamento mensal, semestral ou trimestral – ou mesmo uma combinação entre estes. Exemplificando 
em ciclos mensais, um planejamento pode determinar que o primeiro mês deve ter como objetivo 
adicional a melhor integração entre os trabalhadores, e o ciclo seguinte pode ter intenção de desenvolver 
uma melhor consciência corporal, com objetivos definidos para tais ciclos. Isso permitirá que nos ciclos 
subsequentes possam ser aproveitados ao máximo os esforços do programa com as preocupações 
iniciais de integração e consciência corporal.
98
Unidade II
Sem se afastar dos objetivos gerais fixados pelo programa, os ciclos podem incluir algumas metas 
momentâneas, ou somente usar estratégias diferenciadas para a sua realização. Poderia, no exemplo 
citado, usar atividades em duplas e trios no início do programa, promovendo interação social, enquanto 
trabalha os movimentos necessários para alcançar os objetivos físicos já definidos como importantes.
Pensando em diversos setores ao mesmo tempo, um planejamento diferenciado pode prever um 
ciclo do programa no qual haverá mais frequência de atuação em um departamento crítico, em que se 
deseja diminuir emergencialmente o número de ocorrências de dor, do que em outro setor, já deixando 
estipulado que no ciclo seguinte, quando já se tiver conseguido alguma estabilização no quadro, 
poder-se-á adotar uma frequência menor, permitindo o deslocamento do profissional de ginástica 
laboral para um setor que até então não havia sido atendido por ser menos emergencial.
Planejamento semanal
O terceiro nível de planejamento segue também a possibilidade de flexibilidade. Aqui servirá 
como referência para a variabilidade do programa, não pela exata frequência necessária ser semanal, 
mas como base de comparação. Alguns planejamentos usam como referência um mês; outros, cada 
sessão separadamente. 
Um programa de ginástica laboral deve perseguir seus objetivos principais constantemente, mas não 
deve propor atividades repetitivas, com o risco de tornar-se desmotivador. Ao propor a base semanal 
como referência, espera-se que o profissional de ginástica laboral implemente alterações em suas rotinas 
de exercícios com certa frequência – a elaboração de cada sessão será estudada depois.
O profissional de ginástica laboral que usar a referência semanal pode prever um mesmo exercício em 
todas as sessões daquela semana – ou então definir que seja vital realizar sempre exercícios diferentes. 
O que mais importa é ter controle sobre a dinâmica, perseguindo os objetivos e estipulando uma rotina 
de variações que o grupo aceite como motivadora.
A decisão de repetir o mesmo exercício ao longo de uma semana pode ser justificada 
alegando-se que o trabalhador pode assimilar melhor a sua execução, perceber a posição do corpo 
e as sensações da realização, dominando algum movimento específico, o que não ocorreria sem a 
possibilidade de repetição. 
Não há necessidade, entretanto, que todos os exercícios da sessão sejam repetidos. Pode-se decidir 
repetir um exercício complexo ao longo de todas as sessões da semana, enquanto outro exercício 
pode ser alterado. O profissional de ginástica laboral vai encontrar a melhor organização do programa 
conforme as necessidades locais.
Tomando como exemplo a importância da flexibilidade da região lombar para diminuir as queixas 
de dores como um dos objetivos principais do programa de ginástica laboral, se a decisão é pela maior 
variedade de exercícios, o plano da semana deve prever, por exemplo, três diferentes realizações de 
flexão da coluna lombar. O primeiro exercício poderia ser na posição em pé, com os pés juntos e os 
joelhos estendidos, flexionando o tronco à frente até onde for confortável para cada trabalhador. 
99
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
Na sessão seguinte, a flexão do tronco à frente com as pernas afastadas lateralmente uma da outra, e 
como terceira opção de variação do exercício em outra sessão, a realização da flexão do tronco à frente 
a partir da posição sentada, na própria cadeira de trabalho.
Desse modo, o objetivo estaria sempre sendo buscado, mas com o planejamento semanal prevendo 
a variabilidade de exercícios para a região corporal trabalhada.
Planejamento da sessão 
É o quarto nível do planejamento dessa abordagem, descrevendo cada sessão de ginástica 
laboral quanto a objetivos específicos, exercícios a serem realizados e sua respectiva quantificação 
(amplitude, número de repetições, tempo de execução, tempo de permanência em posição estática etc.), 
possibilitando a planificação do tempo de sessão, como será visto no tópico a seguir.
 Lembrete
Apesar de a monotonia não ser desejável, pode ser que em algumas 
situações a possibilidade de repetição de um movimento seja proveitosa. 
Cabe ao profissional de ginástica laboral decidir conforme cadarealidade. 
6 PLANEJAMENTO DAS SESSÕES DE GINÁSTICA LABORAL
As sessões de ginástica laboral são a menor unidade desse programa de implementação, e são a 
instrumentalização para o alcance dos objetivos.
O planejamento das sessões deve prever as características dos clientes e os conteúdos a abranger, 
de acordo com os objetivos propostos e as estratégias a serem utilizadas.
6.1 Característica dos clientes
Os trabalhadores de uma empresa nem sempre realizam atividades físicas regulares ou diversificadas. 
Por isso, o profissional de ginástica laboral deve avaliar com cuidado a vivência dos seus clientes e as 
possibilidades de realização de movimentos por eles, de forma a preservar os participantes, evitando que 
se machuquem e utilizando movimentos que sejam compreensíveis e executáveis inicialmente dentro 
de seu repertório motor, e ao longo do programa aumentar gradativamente as possibilidades.
A fim de dar meios de análise ao profissional de ginástica laboral sobre a realidade do cliente, pode-se 
analisar alguns gráficos elaborados pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), 
em sua publicação sobre atividades físicas e esportivas para todas as pessoas (PNUD, 2017).
No primeiro gráfico a seguir, quando analisada a prática de atividades físicas e esportivas por faixa 
etária e sexo, nota-se em primeiro lugar a grande diferença entre o sexo masculino e o feminino nos 
primeiros 40 anos, com gradativo declínio do percentual de prática do sexo masculino até ambos 
100
Unidade II
igualarem-se (em níveis baixos) de 50 anos em diante. Ao planejar atividades de ginástica laboral, 
o profissional deve estar ciente dessa característica populacional, levando em conta, logicamente, a 
atividade física exercida em alguns tipos de funções laborais.
80
70
60
50
40
30
20
% 15 a 17 anos 18 a 24 anos 25 a 39 anos 40 a 59 anos 60 anos ou +
Homens Mulheres
Figura 57 – Proporção de praticantes de atividades físicas e esportivas no Brasil segundo faixa etária e sexo
Fonte: PNUD (2017, p. 102).
Em seguida, ainda avaliando a clientela populacional, pode-se verificar como ocorre a prática de 
atividades físicas e esportivas segundo a renda domiciliar, comparando-se as realidades encontradas 
entre as pessoas com baixa renda e sem renda e as que estão na faixa de cinco salários mínimos ou 
mais, o que sugere uma graduação desse comportamento segundo a faixa salarial. Essa visão pode 
auxiliar o profissional de ginástica laboral a entender os hábitos e necessidades de diferentes setores 
nas empresas:
80
70
60
50
40
30
20
10
% 15 a 17 anos 18 a 24 anos 25 a 39 anos 40 a 59 anos 60 anos ou +
Sem rendimentos a menos de ½ salário mínimo 5 salários mínimos ou mais
Figura 58 – Proporção de praticantes de atividades físicas e esportivas no Brasil segundo as faixas 
de rendimento mensal domiciliar per capita e a idade 
Fonte: PNUD (2017, p. 103).
Outra análise que pode ser realizada é quanto aos motivos da busca da prática de atividades físicas e 
esportes pela população, dividindo essa procura em faixas etárias. O profissional de ginástica laboral pode 
101
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
examinar na tabela a seguir as características dessa procura diferenciada e tentar entender em relação 
a seu público local os gostos ou as necessidades de adequação a faixa etária e interesses específicos.
Tabela 10 – Percentual da população segundo o motivo para prática 
de atividades físicas e esportivas, por idade, no Brasil
Motivo 15 a 17 anos
18 a 24 
anos
25 a 39 
anos
40 a 59 
anos
60 anos 
ou mais Total
Para melhorar a qualidade de vida 
ou o bem-estar 14,2 23,9 34,0 39,7 38,9 32,7
Para relaxar ou se divertir 40,8 31,4 23,0 15,5 10,0 22,2
Para melhorar ou manter o 
desempenho físico 17,2 26,7 26,9 19,5 13,1 22,0
Por indicação médica 2,3 3,0 6,6 19,6 34,8 13,0
Por gostar de competir 16,5 9,9 5,7 3,0 1,5 6,1
Para socializar, encontrando com 
amigos ou fazendo novas amizades 7,3 4,4 2,9 2,0 1,3 3,1
Outro 1,7 0,8 0,8 0,8 0,4 0,8
Fonte: PNUD (2017, p. 121).
Não se pode deixar de analisar a vestimenta dos clientes que participam de programas de ginástica 
laboral. Diferentemente do que ocorre em uma academia ou um programa de ginástica ou corridas, 
os participantes de um programa de ginástica laboral utilizam sua própria roupa de trabalho para 
realizar os exercícios. Os calçados usados também são um fator a ser levado em conta no planejamento 
das atividades, e eventualmente equipamentos de proteção individual (EPIs) que sejam obrigatórios em 
determinado local, inclusive para o profissional de ginástica laboral.
Figura 59 – Vestimentas pesadas, como as de operários da construção, podem causar restrições 
de movimentos em alguns exercícios. Também é importante considerar a troca de calor corporal 
em relação ao clima, aos calçados e aos EPIs usados pelos trabalhadores 
Disponível em: https://bit.ly/3qwmJHM. Acesso em: 12 nov. 2021.
Não há necessidade de roupa especial para a prática da ginástica laboral, mas para evitar que 
os trabalhadores não consigam realizar movimentos planejados, o profissional deverá considerar as 
limitações de cada vestimenta (TULONI; MORO, 2010).
102
Unidade II
Concebendo que a ginástica laboral não deve provocar sudorese, no estudo de Sjögren et al. 
(apud TULONI; MORO, 2010), os autores concordam que treinamentos físicos realizados por 
trabalhadores com baixa intensidade (30% de 1RM) não causariam suor e por isso não necessitariam de 
vestimenta própria nem de banho após a sessão.
Nesse mesmo estudo, foi executado um teste com sete exercícios físicos predeterminados, 
e verificou-se que em 78% dos movimentos dos trabalhadores avaliados a amplitude de movimento foi 
menor com o uniforme oficial de trabalho da empresa do que com um agasalho próprio para realizar 
atividades físicas em alguns dos exercícios, enquanto em outros a amplitude alcançada foi equivalente 
nas duas vestimentas. Treze dos vinte indivíduos descreveram sentir limitação de movimento com o 
uniforme da empresa, embora não tenha havido objeção em participar ou insatisfação com o programa 
no grupo designado quanto ao uso do uniforme da empresa durante o estudo.
Considerando não ser razoável a exigência de troca de roupa para realização da ginástica laboral, 
tampouco a confecção de uniformes para trabalhar que sejam necessariamente adequados à ginástica 
laboral em todas as entidades, caberá ao profissional que ministra os exercícios ter a precaução de 
planejá-los para que possam ser feitos com a roupa usual de trabalho de cada departamento. 
Em locais com condições rústicas, uniformes grossos de proteção, muitas vezes com calçados 
reforçados, como botas de segurança, podem exigir uma adequação vital das atividades, em especial 
por limitarem a amplitude de alguns dos movimentos.
Em ambientes formais administrativos, trajes típicos de trabalho, como calça social, gravata, vestidos 
e blazers, podem requerer atenção da mesma forma. Além de algumas roupas limitarem os movimentos, é 
necessário atenção para que não haja desestruturação das roupas utilizadas nem exposição corporal 
indesejada, o que, certamente, terá o efeito de diminuição da frequência de participação dos trabalhadores 
que se ressentirem mais desses aspectos. Nesse ambiente, o salto alto para as mulheres também pode ser 
um fator limitante em algumas atividades. Em locais com um piso adequado, como carpete, possibilita-se 
a retirada dos sapatos para execução de exercícios. Todavia, essa opção deve ser do trabalhador, e não uma 
imposição do programa, para evitar constrangimentos desnecessários.
Portanto, para a questão da análise dos clientes, o profissional de ginástica laboral terá que adequar 
as atividades para seus diferentes públicos. Sua experiência facilitará a análise e sugestões ao grupo de 
participantes, tanto no planejamento como na condução da sessão visando a adequação necessária.
6.2 Planejamento do conteúdo da sessão de ginástica laboral
Uma vez identificados osobjetivos pretendidos com o programa e os fatores característicos dos 
clientes e das sessões, pode-se iniciar a definição das atividades a serem realizadas.
De modo geral, as atividades possíveis de envolver conteúdos no programa de ginástica laboral 
são citadas por Brasil (2000), que afirma que uma equipe multidisciplinar pode trazer benefícios na 
prevenção aos quadros de LER/Dort. Para tal, Brasil (2000, p. 13-14) destaca alguns exemplos de 
atividades a serem desenvolvidas: 
103
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
• Núcleo informativo: acoplado ao trabalho corporal, informações sobre anatomia e fisiologia, 
fisiopatologia de LER/Dort, atividades da vida diária, noções de limite.
• Abordagem de aspectos psicossociais, instrumentalizando o paciente a superar dificuldades rotineiras.
• Técnicas variadas de alongamento, automassagem, relaxamento, fortalecimento muscular e correção 
de postura.
• Cinesioterapia, massoterapia.
• Estímulo a atividades lúdico-sociais.
• Condicionamento físico.
Quanto ao proposto como núcleo informativo de um programa de ginástica laboral, Brito e Martins 
(2012, p. 448) complementam com informações a respeito da ergonomia, dizendo que “tais atitudes 
devem ser frequentemente salientadas durante a ginástica laboral, perpetuando e solidificando o 
bem-estar que essas aulas podem gerar”. Continuam as autoras:
A abrangência da ginástica laboral pode ir além dos minutos que ela 
compreende, pois, dependendo do que o professor repassa, seja sob forma 
de exercício físico ou de informação sobre saúde, os trabalhadores podem 
apropriar-se de tais conhecimentos e aplicá-los em qualquer momento do 
dia, dentro ou fora da jornada de trabalho (BRITO; MARTINS, 2012, p. 448).
De fato, Kallas e Batista (2009) defendem uma metodologia de inserção do conhecimento nas sessões 
de ginástica laboral para que, em vez de serem somente de caráter procedimental, também gerem 
benefícios conceituais e atitudinais, por exemplo, ao reconhecer os benefícios de uma determinada 
prática física ou a adoção de hábitos de atividade física como modificação de sua atitude.
Figura 60 – A ginástica laboral pode ser planejada para fornecer informação para o trabalhador sobre hábitos 
audáveis e prática de atividade física regular, trazendo benefícios para sua saúde 
Disponível em: https://bit.ly/3c59l4X. Acesso em: 12 nov. 2021.
Achour Junior (apud LIMA, 2008), por exemplo, propõe que um trabalhador “simplesmente alongue-se, 
independentemente do horário”. Para isso, é preciso haver o reconhecimento da região corporal e da tensão 
muscular, a identificação da necessidade de distensionamento ou aquecimento local, e o conhecimento de 
104
Unidade II
uma técnica de alongamento para a qual tenha sido instruído e que passou a fazer parte de seu repertório 
de defesa contra a tensão, ações que devem ter sido desenvolvidas pelo profissional no programa de ginástica 
laboral, empoderando o trabalhador na manutenção de suas condições de conforto e saúde.
Couto et al. (1998) sugerem que profissionais de fisioterapia e educação física atuem em atividades 
de aquecimento, de distensionamento e compensatórias. As primeiras são indicadas quando o 
trabalhador realizará ação repetitiva ou vigorosa, permitindo o aumento da temperatura muscular. 
O distensionamento sugerido pelo autor é executado através de alongamentos, de acordo com a 
musculatura mais utilizada, enquanto a atividade compensatória visa combater as posturas forçadas 
durante a jornada de trabalho.
Seguindo essa linha de pensamento, atividades com potencial benéfico ao quadro de necessidades 
encontrado e objetivos propostos devem ser escalonados dentro do programa permanentemente para 
seu sucesso. Quando os objetivos do programa enumeram, por exemplo, diminuição da fadiga 
dos flexores do punho e dedos (digitação) e diminuição no absenteísmo por dor lombar (postura), 
os grupos das atividades a serem propostas devem ser elencados entre as necessidades levantadas 
(relaxamento, fortalecimento, alongamento, massageamento etc.). Então, na etapa do planejamento 
das sessões, os exercícios serão escolhidos.
Uma sessão de ginástica laboral irá respeitar o planejamento realizado, e seu conteúdo deverá estar 
de acordo com a proposta para aquela data. Ao planejar determinada sessão, o profissional irá consultar 
o programa para aquele período e verificar os conteúdos a serem executados nas sessões e as regiões 
corporais a serem trabalhadas.
A variabilidade deve ser assegurada, devendo o profissional consultar as sessões anteriores para 
propor exercícios diferentes com uma periodicidade de variação, considerando o planejamento semanal 
analisado previamente. Assim, além de variar em certo grau as exigências para determinada região 
corporal, como amplitude, intensidade, repetições etc., irá provocar uma variação motivacional e elevar 
a conscientização corporal através da aquisição de maior repertório motor.
Há várias possibilidades para trabalhar o alongamento dos flexores dos dedos e do carpo. Em uma 
sessão, o profissional pode fazer uma extensão de punho com a palma da mão virada para a frente; 
na sessão seguinte, apoiando a palma da mão sobre a mesa; depois, pode realizar o exercício em duplas; 
a seguir, apoiando a mão na parede, e assim por diante. 
Pode-se cumprir o objetivo, sessão após sessão, sem ser repetitivo. Isso valoriza o profissional, 
dinamiza o programa e aumenta o repertório motor dos clientes e a adesão ao programa.
O ordenamento e adequação do conteúdo também se torna vital. Atividades um pouco mais 
vigorosas ou exigentes podem ser deixadas para a segunda metade da sessão, após a realização de 
alguns movimentos que prepararem o trabalhador para o gesto mais vigoroso a seguir.
Por exemplo, se o objetivo planejado é a mobilização de punho, pode-se fazer primeiramente no 
sentido anteroposterior (flexão e extensão), preparando a região com movimentos simples antes de um 
movimento mais complexo, como a circundução. 
105
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
6.3 Classificações da ginástica laboral
Muitas são as possibilidades de classificação da ginástica laboral conforme os objetivos e as 
propostas. Neste livro-texto, vamos usar uma classificação simples, de acordo com o horário de 
aplicação da sessão.
6.3.1 Ginástica de aquecimento ou preparatória
Conforme proposto por Couto et al. (1998), exercícios de aquecimento são indicados quando houver 
alta repetitividade, como no computador, ou em atividades fisicamente pesadas.
Nos dois casos, a ginástica laboral, se realizada antes do expediente, pode colaborar na preparação do 
organismo para as solicitações da jornada de trabalho, através de adaptações físicas e fisiológicas, como 
preparação postural, aquecimento muscular, aumento da irrigação sanguínea e frequência cardíaca, 
bem como de preparo psicoemocional para iniciar as funções de trabalho.
A literatura concorda em atribuir à ginástica laboral preparatória benefícios e consequente melhor 
preparação para enfrentar a carga de trabalho, em especial em atividades pesadas. No entanto, Lafetá 
et al. (2012) pesquisaram a repercussão de uma sessão de ginástica laboral preparatória contendo 
exercícios de aquecimento, massagem e alongamento balístico. Contrariando o senso comum e estudos 
consolidados sobre os benefícios da ginástica laboral preparatória, os autores não observaram alterações 
na avaliação eletromiográfica na porção anterior dos deltoides direito e esquerdo na avaliação de 
exercício isométrico de força máxima logo após a ginástica laboral. Ademais, o grupo experimental (que 
realizou a ginástica laboral preparatória) teve uma diminuição de torque no teste de força isométrica no 
protocolo do teste para o membro superior direito, que não se repetiu no membro superior esquerdo. 
No grupo de controle (não fez a ginástica laboral preparatória), não houve alterações significativas.
Tabela 11 
Análise da RMS normalizada (%CIVM) e torque máximo (kgf) no pré e pós-teste do grupo experimentalVariável n Pré-teste / DP Pós-teste / DP
RMS dir. 10 29.27+/-4.48 29.29+/-6.09
RMS esq. 10 31.65+/-3.37 31.81+/-5.07
Torque máx. dir. 10 5.01+/-3.29 3.94+/-2.67
Torque máx. esq. 10 4.17+/-2.79 3.87+/-1.27
Análise da RMS normalizada (%CIVM) e torque máximo (kgf) no pré e pós-teste do grupo de controle
Variável n Pré-teste / DP Pós-teste / DP
RMS dir. 9 29.97+/-4.33 28.48+/-6.83
RMS esq. 9 29.49+/-4.32 30.7+/-6.47
Torque máx. dir. 9 5.18+/-1.64 4.97+/-1.76
Torque máx. esq. 9 4.19+/-9.52 4.28+/-1.48
Fonte: Lafetá et al. (2012, p. 326).
106
Unidade II
A tabela apresenta os valores de pré-teste e pós-teste da eletromiografia do deltoide anterior e 
de torque máximo para o grupo experimental (GE – parte superior da tabela) e o grupo de controle 
(GC – parte inferior da tabela). Note no torque máximo D (direito) do GE que se apresentou um 
decréscimo do valor no pós-teste (LAFETÁ et al., 2012).
Tal fato pode indicar que a sessão de ginástica laboral preparatória realizada, não sendo específica 
para aumento de força, logicamente não causa repercussão neuromuscular e incremento da força. 
Mais pesquisas são necessárias para demonstrar a diferença entre protocolos de ginástica laboral 
preparatória e suas exatas repercussões musculares, o que não invalida todas as pesquisas feitas sobre 
os benefícios do caráter de aquecimento ou proteção da ginástica laboral preparatória.
6.3.2 Ginástica de pausa
Ocorre com o intuito de provocar uma interrupção no ritmo de trabalho e, mais do que permitir o 
descanso, executar uma sessão de ginástica laboral no meio do expediente, retornando logo a seguir ao 
trabalho. Couto et al. (1998) indicam para essa categoria uma ginástica de distensionamento, devendo 
o profissional analisar os movimentos mais realizados no trabalho e propor exercícios compensatórios 
adequados àqueles grupos musculares ou estruturas corporais.
A ginástica de pausa é chamada de ginástica compensatória por alguns autores. Para fins didáticos, 
aqui será aplicado o termo ginástica de pausa, pois a compensação das estruturas solicitadas ao longo 
da jornada pode estar incluída também nos objetivos da ginástica praticada no fim do expediente, não 
sendo exclusiva sua busca apenas durante a pausa.
6.3.3 Ginástica de fim de expediente
Tem como característica principal o objetivo de fazer uma finalização da jornada, provocando um 
relaxamento do trabalho realizado, preparando o indivíduo para terminar seu turno e retornar a sua 
casa em condições confortáveis.
Segundo Lima (2008), um dos objetivos da ginástica de fim de expediente é propor atividades para 
que o trabalhador possa relaxar, meditando e fazendo uma autoavaliação, através de exercícios de 
alongamento e consciência corporal.
Essa aplicação ao fim do expediente é chamada de ginástica de relaxamento por alguns autores, 
mas como alguma forma de relaxamento também pode fazer parte dos objetivos da categoria 
anterior, preferimos o termo ginástica de fim de expediente. Essa ginástica de fim de expediente 
pode prevalecer como relaxante na maioria de suas propostas, mas não de forma exclusiva, pois 
em outros momentos da jornada de trabalho podem ser usados exercícios de relaxamento de 
determinados segmentos ou grupos musculares, mesmo que em proporção menor.
107
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
 Resumo
Nesta unidade foram avaliadas as etapas para o planejamento de um 
programa de ginástica laboral.
Destacamos ao aluno as necessidades de antecipação para que o programa 
atenda às necessidades diagnosticadas, fator vital para sua execução.
Assim, foi possível verificar a estruturação de uma sessão de ginástica 
laboral, suas variações e como nortear as atividades com foco nos objetivos.
Vimos que o profissional de ginástica laboral pode analisar os motivos a 
busca da prática de atividades físicas e esportes pela população, dividindo 
essa procura em faixas etárias. Desse modo, poderá entender em relação a 
seu público local os gostos ou as exigências de adequação a faixa etária e 
interesses específicos.
 Exercícios
Questão 1. (Enade 2004, adaptada) Milton Santos, ao se referir às relações entre o lazer e o trabalho 
no mundo atual, comenta: “As pessoas não se divertem, são objetos de diversão. É preciso resgatar o 
lazer criativo e popular, que gera solidariedade e trabalho [...]. A diversão é produzida, reproduzida, e 
as pessoas são convocadas a consumi-la. Houve uma domesticação do gosto, impondo ou reforçando 
imagens de um mundo ou do outro. Esse “lazer industrializado” faz com que as pessoas não vejam 
o mundo real, mas o mundo como dizem que é.”
Com base no texto em tela, propor uma prática que concorde com esta reflexão significa:
I – Tornar obrigatórias as atividades esportivas e/ou de ginástica laboral dentro das empresas de 
indústria e comércio.
II – Propor políticas públicas para promoção do lazer em suas múltiplas possibilidades (autonomia, 
instalações, tempo livre).
III – Racionalizar o custo de produtos de entretenimento e lazer para que a população possa consumi-los.
IV – Possibilitar a criação de atividades para promoção de práticas culturais regionais.
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Unidade II
É correto apenas o que se destaca em:
A) I e II.
B) I e IV.
C) II e III.
D) II e IV.
E) III e IV.
Resposta correta: alternativa D.
Análise das afirmativas
I – Afirmativa incorreta.
Justificativa: a obrigatoriedade da participação nas atividades fere o estatuto do trabalho, que não 
prevê em nenhuma lei a obrigatoriedade de ações que não fazem parte das atividades de trabalho.
II – Afirmativa correta.
Justificativa: essa afirmação refere-se às ações de conscientização do trabalhador nas suas 
diferentes esferas.
III – Afirmativa incorreta.
Justificativa: essa afirmação refere-se à redução do lazer, fato que diminuiria a adesão a essa prática.
IV – Afirmativa correta.
Justificativa: essa afirmação refere-se à criação de atividades culturais que possibilitem a promoção 
da saúde.
Questão 2. No planejamento de um programa de ginástica laboral, deve-se levar em conta outras 
ações concomitantes, que já ocorreram ou que possam vir a ser implementadas futuramente, dentro de 
um contexto geral de incentivo à saúde e qualidade de vida do trabalhador.
porque
As empresas podem possuir outras ações, que podem ser realizadas por equipes multidisciplinares, 
com professores de educação física, fisioterapeutas, ergonomistas, nutricionistas, psicólogos, médicos, 
engenheiros do trabalho etc.
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ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
Acerca dessas asserções, assinale a alternativa correta:
A) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.
B) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta 
da primeira.
C) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa.
D) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira.
E) As duas asserções são proposições falsas.
Resposta correta: alternativa A.
Análise da questão
Ambas as asserções são verdadeiras, pois a adoção de ações concomitantes mostra organização e 
engajamento da equipe multiprofissional, atingindo o trabalhador da melhor maneira possível. A segunda 
asserção justifica a primeira, pois as empresas podem possuir outras ações e outros profissionais.

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