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Seminário II - Módulo III - Gabriela Guimarães Sousa

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Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário
SEMINÁRIO II 
ALUNA: GABRIELA GUIMARÃES SOUSA
QUESTÕES
1.	No art. 151 do CTN, que significa o termo “exigibilidade”? Quando surge essa “exigibilidade”? E qual o efeito da suspensão da exigibilidade? Impede-se (i) o lançamento, (ii) a inscrição na dívida ativa, (iii) a execução fiscal; (iv) todos estes atos? (vide anexo I a IV).
	O termo “exigibilidade”, previsto no art. 151 do CTN, diz respeito ao direito da Administração Pública de cobrar o crédito tributário inscrito em dívida ativa, ou seja, é o direito que o Fisco tem de poder praticar os atos para a cobrança do crédito tributário pelas vias judiciais. 
 	A exigibilidade surge quando o contribuinte não efetua o pagamento do crédito tributário dentro do prazo previsto, ou seja, surge com o vencimento do crédito tributário, momento em que esse crédito é inscrito em dívida ativa. Desse modo, primeiramente, tem-se apenas o crédito tributário constituído com o lançamento, após, decorrido o prazo previsto sem que o administrado pague o tributo, a Administração Pública tem o direito de querer a satisfação do crédito tributário pelas vias judiciais. 
	Quando a exigibilidade é suspensa, ou seja, quando tratar-se de algumas das hipóteses previstas no art. 151 do CNT, o direito da Administração Pública de prosseguir com os atos de ver seu crédito satisfeito fica suspenso. Ou seja, a suspensão da exigibilidade suspende o decurso dos atos tendentes à satisfação do crédito da fazenda pública.
 
	O termo exigibilidade, conforme conceituado acima, não deve ser confundido com a existência do crédito tributário, portanto, em nada tem a ver com o lançamento desse crédito, a exigibilidade é uma consequência do não pagamento dentro do prazo do crédito tributário. Assim, a suspensão da exigibilidade em nada influencia na existência do crédito tributário, portanto, não impede o lançamento. 	
	
	Ocorre a inscrição em dívida ativa quando do vencimento do crédito tributário. Quando constituído o crédito tributário e o contribuinte interpõe recurso administrativo, dentro do prazo legal, pode-se afirmar que, na realidade, o que ocorre é um impedimento de que se configure a exigibilidade, pois, como dito acima, esta apenas passa a existir com o vencimento. Portanto, pode-se afirmar que não há que se falar na existência de uma exigibilidade, por consequência, inexistente uma causa suspensiva da exigibilidade do crédito tributário, mas sim, uma causa impeditiva de inscrição em dívida ativa e por consequência, impeditiva do direito de exigibilidade da Administração Pública.
		
	A execução fiscal depende da existência de um título executivo, ou seja, para sua distribuição necessária se faz a “exequibilidade”, a qual é consequência do direito de exigibilidade da Administração Pública. Ou seja, cronologicamente, primeiro tem-se a exigibilidade, uma vez satisfeita, tem-se a exequibilidade, momento em que inicia-se a execução fiscal. Assim, uma vez suspensa a exigibilidade do crédito tributário, por consequência, impede-se a execução fiscal, enquanto perdurar referida suspensão. 
			
2.	Em que sentido a expressão “crédito tributário” foi utilizada no art. 151 do CTN? Essa expressão congrega também liames decorrentes da prática de atos ilícitos (e.g. multa por desrespeito aos deveres instrumentais)? 
 	O artigo 151 do CTN está inserido no capítulo que diz respeito à suspensão da exigibilidade do crédito tributário, e, conforme dito em questão anterior, referida exigibilidade apenas passa a existir após o vencimento do crédito. 
Ou seja, após o vencimento sem o devido pagamento, o contribuinte encontra-se em mora. Assim, a expressão “crédito tributário” prevista no dispositivo legal diz respeito ao crédito que foi inscrito em dívida ativa somado aos encargos de juros e multas decorrentes da mora existentes até o momento em que se suspende a exigibilidade, em decorrência de alguma das hipóteses previstas no artigo 151 do CTN. 
Dessa forma, essa expressão, inserida nesse artigo, também congrega os liames decorrentes da prática de atos ilícitos, que nesse caso, é o não pagamento do crédito constituído pelo lançamento tributário dentro do prazo previsto. 
3.	As hipóteses de “suspensão da exigibilidade do crédito tributário” previstas no art. 151 do CTN são taxativas? (vide anexo V). 
	Em decorrência dos princípios da vinculação e da estrita legalidade pode-se afirmar que as hipóteses de suspensão da exigibilidade do crédito tributário previstas no artigo 151 do CTN são taxativas. Não havendo hipótese prevista em lei, não há que se falar em suspensão da exigibilidade. 
Considerando que não houve alteração nos art. 151 do CTN, pergunta-se:
a) A equiparação, prescrita pelo §2º do art. 835 do CPC/15, a dinheiro da fiança bancária e do seguro garantia, tem o condão de consagrar a hipótese de suspensão do crédito tributário prevista no art. 151, II, do CTN? 
	Não, a equiparação feita no §2º do art. 835 do CPC, a dinheiro da fiança bancária e do seguro desemprego não tem o condão de consagrar a hipótese de suspensão do crédito tributário previsto no art. 151, II do CTN. Isso porque, conforme dito anteriormente, as hipóteses de suspensão de exigibilidade do crédito tributário são taxativas, assim, apenas as hipóteses previstas expressamente no artigo 151 do CTN podem suspender a exigibilidade do crédito tributário.	
O inciso II do artigo 151 do CTN prevê que o depósito do montante integral do crédito tributário suspende sua exigibilidade, ou seja, o depósito do montante em espécie. Fiança bancária e seguro garantia são institutos diferentes de um depósito de dinheiro, o fato de serem equiparadas à dinheiro para fins de penhora, não quer dizer que podem ser equiparadas ao depósito mencionado no art. 151, inciso II do CTN. 
					
b) As espécies de tutela provisória previstas no CPC/15 se aplicam ao Processo Tributário? Tais medidas têm o condão de suspender a exigibilidade do crédito tributário?
	Sim, as espécies de tutela provisória previstas no CPC/15 se aplicam ao Procedimento Tributário e têm o condão de suspender a exigibilidade do crédito tributário, tendo em vista que se encontram presentes dentre as hipóteses taxativas de suspensão previstas no artigo 151 do CTN. O inciso V do art. 151 do CTN prevê que “a concessão de medida liminar ou de tutele antecipada, em outras espécies de ação judicial” suspendem a exigibilidade do crédito tributário.”
	Assim, tendo em vista a aplicação subsidiária do CPC ao Procedimento Tributário, o Procedimento Tributário deve observar o que dispõe referido código, no Livro V (Da Tutela Provisória). 
	Apenas uma observação deve ser feita aqui. O artigo 151, inciso V, do CTN, menciona o termo “tutela antecipada”, espécie do gênero “tutela provisória”, motivo pelo qual, em atendimento ao princípio da taxatividade, entendo que apenas as tutelas provisórias de caráter antecedentes têm o condão de suspender referida exigibilidade. 
4.	Sobre o depósito judicial efetuado nos autos de uma ação declaratória proposta antes da constituição do crédito tributário, pergunta-se: trata-se de faculdade do contribuinte? Há distinção entre depósito judicial para fins do art. 151, II do CTN e prestação de caução? O levantamento do depósito judicial pelo contribuinte vincula-se ao êxito (com trânsito em julgado) da ação pelo contribuinte ou o juiz pode a qualquer tempo autorizar o levantamento do depósito? (vide anexo VI).
	Sim, o depósito judicial efetuado nos autos de uma ação declaratória proposta antes da constituição do credito tributário é faculdade do contribuinte. Isso porque, tomando como base o artigo 151 do CTN, o depósito tem como objetivo suspender a exigibilidade do crédito tributário, sendo que não é preciso autorização judicial para tanto, o depósito por si só suspende referida exigibilidade. E mesmo que o crédito ainda não tenha sido constituído, o depósito é interessante para o contribuinte, pois evita assim a posterior incidência de juros e correção monetária. 
	Existe sim distinção entredepósito judicial para fins do artigo 151, II do CTN e a prestação de caução. Como dito anteriormente, o depósito judicial mencionado no artigo 151 do CTN é faculdade do contribuinte e tem sua razão de ser na suspensão da exigibilidade do crédito tributário, e ainda é interessante para evitar incidência de juros e correção monetária. Já a caução existe para garantir o juízo em caso por exemplo de uma ação cautelar preparatória proposta pelo contribuinte com a finalidade de obter uma certidão negativa de débitos tributários, por exemplo. 
Nesse segundo caso, a caução é condição da ação que visa também uma liminar que suspenderá a exigibilidade do crédito, ou seja, nesse caso a exigibilidade será suspensa em detrimento de uma liminar, se encaixando no inciso V do artigo 151 do CTN (“concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial”) e não em razão do valor da caução em si, diferente do depósito judicial previsto no inciso II. 
O levantamento do depósito judicial pelo contribuinte não se vincula ao trânsito em julgado da ação pelo contribuinte, ou seja o juiz pode a qualquer tempo autorizar o levantamento do depósito. Isso porque, uma vez que referido depósito é feito voluntariamente, ou seja, é faculdade do contribuinte, deve ser permitido que o mesmo levante o valor depositado a qualquer momento, sendo que nesse caso, uma vez deixando de existir a causa de suspensão, o crédito tributário volta a ser exigível. 
5. A partir da vigência do CPC/15 foi instituído um novo fundamento para a concessão de tutela provisória, a evidência do direito, tal como preveem os arts. 294 e 311. Pergunta-se: 
a) Identifique a diferença entre tutela antecipada e tutela cautelar. É possível a concessão de tutela provisória antecipada em mandado de segurança? Ou em mandado de segurança tão somente é admissível medidas provisórias de natureza cautelar?
	Tutela cautelar tem como objetivo assegurar o resultado útil do processo, ou seja, é uma medida que tem sua razão de ser na preservação dos efeitos uteis do processo, para impedir que o mesmo não perca sua utilidade quando chegar no final. Desse modo, conforme disposto no artigo 305 do CPC, ela tem como objetivo assegurar o um direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. 
	Já a tutela antecipada, nada mais é que antecipação dos efeitos satisfatórios da decisão final do processo, porém, em momento antecedente. Ou seja, nela o Juiz concede o que é pedido pelo requerente que só poderia ser concedido com uma decisão definitiva de mérito, ou seja, é a satisfação do que é pedido em juízo antes da decisão definitiva. 
	 A partir do art. 7º, inciso III da Lei 12.016/2009 (disciplina o mandado de segurança), que dispõe que ao despachar a inicial o juiz ordenará “que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir do impetrante caução, fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica”, percebe-se que a natureza do mandado de segurança, é, a priori, de medida cautelar, pois essa “suspensão do ato que deu motivo ao pedido” protege o resultado útil do processo, mas não tem como objetivo satisfazer o direito antecipadamente. 
	Entretanto, o CPC/15 inovou ao dispor sobre a Tutela de Evidência, onde não é preciso demonstrar “o perigo do dano ou de risco ao resultado útil do processo”, conforme art. 311 (CPC/15), caso seja preenchido um dos requisitos dispostos em seus incisos, dentre eles, pode-se afirmar que os que podem repercutir no direito tributário são: inciso II “(as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante”) e inciso III (“se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa”).
	Ainda, o art. 311, § único, do CPC, dispõe que no caso dos incisos II e III o juiz poderá decidir liminarmente. Assim, levando-se em consideração essa inovação do CPC, penso que, por não trazer qualquer restrição, assim como afirma Paulo Cesar Conrado[footnoteRef:1], a tutela de evidência pode ser concedida em caráter satisfativo em mandado de segurança, motivo pelo qual pode-se afirmar que é possível a concessão de tutela provisória antecipada em mandado de segurança. [1: CONRADO, Paulo Cesar. Tutela de evidência de Mandado de Segurança afeta direito tributário. Disponível em: <http://www.conjur.com.br/2016-mai-25/paulo-conrado-tutela-evidencia-ms-afeta-direito-tributario>. acesso em: 28 abril 2020.] 
b) É cabível o requerimento de liminar em mandado de segurança fundada na evidência do direito a partir da vigência do CPC/15? Ou diante das disposições da Lei Federal n. 12.016/09, apenas é cabível o requerimento de liminares fundadas em urgência, a outra espécie de tutela provisória prevista no CPC/15?
	
	Sim, entendo que é cabível o requerimento de liminar em mandado de segurança fundada na evidencia do direito a partir da vigência do CPC/15. O CPC/15, Lei posterior a Lei 12.016/09, inovou dispor sobre a Tutela de Evidência, e conforme dito no item acima, o art. 311, § único, do CPC, dispõe que o juiz poderá decidir liminarmente nas hipóteses dos incisos II e III. 
Assim, acredito que referido dispositivo deve ser aplicado em mandado de segurança, onde não será preciso demonstrar o perigo de dano e de risco ao resultado útil do processo, como ocorre nos casos de liminares fundadas em urgência, basta que, no caso do direito tributário, “as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante” (art. 311, inciso II, CPC). ‘
	
6.	Dado o seguinte caso concreto: Gênesis Waves Ltda. obteve liminar em Mandado de Segurança para suspender a exigibilidade do crédito tributário que posteriormente foi “cassada” pela sentença de denegação da segurança. Pergunta-se: 
	
a) na hipótese de a empresa apelar da sentença que “cassou” a liminar, o recebimento de sua apelação, nos efeitos suspensivo e devolutivo, tem o condão de afastar os efeitos da sentença e reconstituir os efeitos da liminar? Responder a pergunta considerando as disposições do CPC/15 a respeito dos efeitos da apelação (vide anexo VII). 
	
	Conforme disposto no art. 1.012 do CPC, a apelação terá efeito suspensivo, o que quer dizer que a apelação tem como efeito suspender os efeitos da sentença, no presente caso, da sentença que cassou a liminar que suspendeu a exigibilidade do crédito tributário. Assim, pode-se afirmar que uma vez recebida a apelação com efeito suspensivo os efeitos da sentença ficariam suspensos e, consequentemente, os efeitos da liminar estariam reconstituídos.
	Entretanto, o art. 1.012, §1º do CPC dispõe algumas exceções onde o efeito não será suspenso por si só, no presente caso, destaca-se o inciso V (“confirma, concede ou revoga tutela provisória”). Assim, se a liminar concedida inicialmente foi feita com base em tutela provisória, e a mesma foi cassada, para que haja a suspensão dos efeitos da decisão que a cassou é preciso que o apelante cumpra com o disposto no §4º de referido artigo, ou seja, deve ser demonstrada a “probabilidade de provimento do recurso ou se, sendo relevante a fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil reparação”.
b) Há incidência de multa e juros moratórios em relação ao período em que o crédito tributário esteve com sua exigibilidade suspensa, por força de liminar concedida em Mandado de Segurança, posteriormente cassada por ocasião da sentença? E se a liminar foi concedida depois de vencido o prazo para pagamento do tributo? (vide anexos VIII e IX). 
	Por força do que dispõe o art. 63, §2º da Lei 9.430/96, mesmo com liminar cassada, não incide multa moratória em relação ao período em que o crédito esteve com sua exigibilidadesuspensa. Até porque se assim não fosse, a suspensão da exigibilidade perderia uma parcela de sua razão de ser, pois, uma vez em que o contribuinte preencheu uma das alternativas para que o crédito seja suspenso, em respeito ao Princípio da Segurança Jurídica, não há que se falar em multa moratória para o período em que a exigibilidade do crédito esteve suspensa.
	Por outro lado, em atendimento ao Princípio da Estrita Legalidade, e em razão do art. 63 da Lei 9.430/96 não mencionar a não incidência de juros, entendo que os mesmos devem incidir, ainda que a exigibilidade do crédito estiver suspensa. Inclusive, o CTN traz a possibilidade de impedir que o contribuinte arque com a incidência dos os juros e correção monetária sobre o crédito, qual seja, o depósito judicial. Da mesma forma, em atendimento ao Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Privado, e uma vez em que a arrecadação de tributos é de interesse público, entendo que se não incidissem os juros a Fazenda Pública ficaria em prejuízo. 
	Por fim, conforme dito em item anterior (questão 01), a exigibilidade do crédito tributário passa a existir após o vencimento do pagamento da dívida tributária. Por isso, logicamente, a liminar concedida depois de vencido o prazo para pagamento do tributo tem o condão de suspender a exigibilidade, e, da mesma forma, com base no art. 63, §2º, da Lei 9.430/96, referida suspensão impede a incidência de multa moratória, diferente dos juros, que devem incidir, de acordo com a fundamentação supramencionada. 
7.	Primeiramente distinga tutela antecipada e tutela cautelar. Fixados esses conceitos, responda à seguinte pergunta: diante do novo cenário das tutelas provisórias do código de processo civil de 2015, a ordem judicial suspensiva da exigibilidade da obrigação tributária, tenha fundamento na urgência ou na evidência, assume natureza antecipada ou cautelar?
 
	A tutela antecipada é aquela em que o direito do sujeito é satisfeito antecipadamente, ou seja, a satisfação do direito que ocorreria apenas no final do processo ocorre logo de início, isso ocorre desde que haja evidencias da probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo, conforme disposto no art. 300 do CPC. Já a tutela cautelar, concedida também com base no perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo (art. 305 do CPC), não procura satisfazer o direito, ela não tem natureza satisfativa, mas sim de preservação dos resultados do processo, ou seja, ela tem sua razão de ser na proteção processual, para evitar que o processo perca sua utilidade. 
	A priori, pode-se parecer que a ordem judicial suspensiva da exigibilidade da obrigação tributária assume apenas natureza cautelar. Entretanto, penso que a partir da inovação do CPC, ao dispor sobre a Tutela de Evidência, referida ordem, dependendo do caso, pode ter natureza antecipada, quando pautada na evidência. 
Assim, penso que a ordem judicial suspensiva da exigibilidade do crédito tributário, feita com base no art. 311, inciso II, do CPC/15, tem natureza antecipada, pois as evidências estão pautadas em documentos e julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante, ou seja, é evidente que o sujeito tem referido direito.

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