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Desenvolvimento sustentável das áreas sociais, econômicas e socioambientais Desde a Antiguidade, sobretudo nos escritos de Aristóteles, para quem o interesse individual deveria estar atrelado a um projeto de bem comum, o desenvolvimento se baseia na harmonia social. Para os filósofos da Idade Média, a ideia de uma sociedade harmoniosa supunha, acima de tudo, um bom funcionamento de suas instituições e a existência de cidadãos virtuosos. Com o advento do sistema capitalista o significado de harmonia social muda profundamente. O cidadão comerciante que passa a ser visto como o modelo de homem na sociedade nascente. Com as ideias dos iluministas e filósofos os interesses pessoais passam a ser o principal motor da harmonia social. Na busca de realização do interesse individual as pessoas caminhariam rumo ao interesse coletivo, regulado pela mão invisível do mercado que trabalharia de maneira mais eficaz para o interesse da sociedade. O desenvolvimento se dá através do fortalecimento da esfera produtiva, principal motor da riqueza coletiva e da regulação social. Nesse contexto, essa teoria se divide em duas concepções: a liberal, em que o controle principal advém do mercado livre, e a marxista cuja ênfase do controle é colocada na esfera estatal. Essas teorias clássicas inspiraram outros estudos, e até a década de 1970 predominou o modelo fordista de desenvolvimento, que possuía dois pilares essenciais: uma ação centralizadora do Estado; e o crescimento econômico. Porém, a crise mundial ocorrida ainda na década de 1970 abalou os principais alicerces desse modelo: o consumo, a abundância, a mobilidade social baseada no trabalho e a própria noção de emprego. A principal consequência disso foi um aumento visível das desigualdades sociais, tanto entre os países quanto internamente neles. Dessa forma, a partir da década de 1980, o conceito de desenvolvimento se redefine. O enfoque tradicional desenvolvimentista considera que o crescimento econômico é um desejo da maioria das sociedades e que se pode elevar indefinidamente o nível de riqueza material para alcançá-lo, enquanto que o enfoque sustentável busca aliar de forma interdependente ao crescimento econômico a justiça social e a conservação dos recursos naturais. Para implementar o desenvolvimento sustentável é necessário visar à harmonia e à racionalidade, não somente entre o homem e a natureza, mas principalmente entre os seres humanos. As ações desenvolvimentistas devem priorizar investimentos e programas que tenham como lastro tecnologias e projetos comunitários que procurem sempre despertar a solidariedade e a mobilização por objetivos comuns nos grupos envolvidos. O poder público, na implementação do desenvolvimento sustentável, deve ser construída sob uma lógica econômica e social que possibilite o desenvolvimento de múltiplas formas de produção, considerando, inclusive, a possibilidade de reprodução de diversas formas de organização social, como cooperativas, ONGs, associações, fundações, organizações de microcrédito, movimentos sociais, entre outros. O paradoxo deste início de século é, de um lado, o crescimento econômico e a transformação tecnológica sem precedentes; e, de outro, a dramática condição social de inúmeras pessoas e os problemas ambientais assustadores. Uma das conclusões óbvias desse quadro de contrastes é que o crescimento econômico, por si só, não traz automaticamente o desenvolvimento. Contudo, se o crescimento econômico é colocado a serviço de objetivos socialmente desejáveis e repensado de forma a minimizar os impactos ambientais negativos, ambos caminham em direção aos mesmos objetivos. Nesse ponto que reside a importância das políticas públicas, a articulação entre os recursos do meio ambiente, as relações sociais e a subjetividade humana, pode direcionar uma revolução social e cultural. O desenvolvimento somente poderá ser considerado efetivo se for constituído de desenvolvimento humano, social e sustentável, pois deve-se buscar a melhoria da vida das pessoas e da sociedade como um todo. Assim, fazem-se necessárias as seguintes ações: ◼ Aumentar o acesso da população às instâncias decisórias, através da gestão social; ◼ Viabilizar seu acesso à riqueza gerada pelo país, através de uma política de distribuição de renda justa e igualitária; ◼ Possibilitar o acesso ao conhecimento, através de uma política pública educacional que possibilite ao cidadão, desde cedo, ter uma visão crítica. Contudo, isso só será possível quando a atenção dos governantes não estiver voltada para índices meramente quantitativos, mas quando levarem em consideração também os aspectos qualitativos de todo o processo. Dessa forma, uma sociedade poderá caminhar efetivamente para a promoção de um desenvolvimento efetivo e extensivo a toda população.
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