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Afecções da vagina, vulva e colo uterino

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Amanda Freitas Medicina 6° período 
 
1 
 
 
 
 
A flora vaginal de uma mulher normal, em 
idade reprodutiva, assintomática, inclui várias 
espécies aeróbias ou facultativas, bem como 
espécies anaeróbias obrigatórias. Essas bactérias 
mantem uma relação simbiótica com o 
hospedeiro e sofrem modificações dependendo 
do microambiente. 
Normalmente o pH vaginal varia entre 4 e 
4,5. Acredita-se que esse pH seja em função da 
produção de ácido láctico, ácidos graxos e outros 
ácidos orgânicos por espécies de Lactobacillus. 
 
 
Essa síndrome reflete uma anormalidade 
na flora vaginal. 
Pode ser denominada por: vaginite por 
Haemophilus, vaginite por Corynebacterium, 
vaginite por Gardnerella ou anaeróbia e vaginite 
inespecífica. 
 
 
Por razões desconhecidas, a relação 
simbiótica da flora vaginal se altera, passando a 
haver supercrescimento de espécies anaeróbias, 
incluindo Gardnerella vaginalis, Ureaplasma 
urealyticum, Mobiluncus spp., Mycoplasma 
hominis e Prevotella spp. 
 
A vaginose bacteriana também está relacionada 
com a ausência ou redução de espécies normais 
de lactobacillus. 
 
Transmissão 
 
Não é considerada uma doença 
sexualmente transmissível, apesar de poder ser 
transmitida durante o contato sexual. 
 
Diagnóstico 
 
A VB é relatada por alguns especialistas 
como a causa mais frequente dos sintomas 
vaginais que resultam em consultas médicas. 
Entre os sintomas, descarga vaginal sem 
irritação e com mau cheiro é característica, mas 
nem sempre está presente. Em regra, a vagina 
não se encontra eritematosa, e o exame do colo 
uterino não revela anormalidades. 
 
Os critérios diagnósticos são: 
• Avaliação microscópica de uma 
preparação salina da secreção vaginal; 
• Liberação de aminas voláteis produzidas 
pelo metabolismo anaeróbio; 
• Determinação do pH vaginal; 
 
No primeiro critério, pode ser identificado a 
presença de clue cells, as quais são as indicadoras 
mais confiáveis de VB. Essas células epiteliais 
vaginais contém muitas bactérias aderidas, que 
criam uma borda celular pontilhada mal definida. 
A adição de hidróxido de potássio (KOH) a 
10% a uma amostra fresca de secreção vaginal 
libera aminas voláteis com odor de peixe. Na 
linguagem informal, isso é referido como whiff test. 
 
Amanda Freitas Medicina 6° período 
 
2 
 
 
De forma similar, a alcalinidade do fluido 
seminal e a do sangue são responsáveis pela 
queixa de odor ofensivo após relação sexual e 
durante a menstruação. 
O achado de clue cells e um whiff test 
positivo são patognomônicos, mesmo em 
pacientes assintomáticas. 
Nas pacientes com VB, o pH vaginal 
caracteristicamente está. 4,5 e resulta da redução 
na produção de ácido pelas bactérias. 
 
 
 
 
 
O herpes genital é a doença ulcerosa 
genital de maior prevalência e é uma infecção 
crônica. O vírus penetra nas terminações dos 
nervos sensoriais e é transportado para as raízes 
dos gânglios dorsais, onde fica latente por toda a 
vida. 
Há dois tipos de vírus herpes simples (herpes 
simplex vírus), o HSV-1 e o HSV-2. O tipo 1 é a causa 
mais frequente das lesões orais, já o tipo 2, 
costuma ser encontrado nas lesões genitais. 
 
 Ambos os tipos podem causar herpes genital!! 
 
Transmissão 
O herpes é transmitido através do contato 
com a pele ou mucosa infectada, secreções da 
vagina, pênis ou ânus ou fluido oral de alguém 
infectado pelo vírus. Isso inclui tocar, beijar e 
contato sexual (vaginal, anal, peniano e oral). 
 
 
 
 
Sintomas 
 
Pode haver a presença de eritema, 
pápulas, bolhas, úlceras e crostas. 
As três fases das lesões são: 
1. vesícula (com ou sem formação de pústula 
com duração de 1 semana) 
2. ulceração 
3. crosta 
 
O vírus se dissemina nas primeiras duas fases do 
surto infeccioso. 
 
Queimação e dor intensa acompanham 
as lesões vesiculares e os sintomas urinários, como 
frequência e/ ou disuria podem estar presentes 
em caso de lesões na vulva. 
É possível haver edema local causado por 
lesões vulvares levando à obstrução uretral. As 
lesões podem envolver vagina, colo uterino, 
bexiga, ânus e reto. 
é comum a paciente apresentar outros 
sinais de viremia, como febre baixa, mal-estar e 
cefaleia. 
 
 Pacientes imunodeficientes apresentam maior 
suscetibilidade, menor resposta e cicatrização 
retardada. 
 
Para um paciente não infectado 
anteriormente, a fase vesicular ou inicial é mais 
longa. Há aumento no período de formação da 
nova lesão e a cicatrização é mais demorada. A 
dor persiste pelos primeiros 7 a 10 dias, e a 
cicatrização da lesão requer 2 a 3 semanas. 
Se um paciente tiver sofrido exposição 
anterior ao HSV-2, o episódio inicial será 
significativamente menos grave. A duração da 
dor e da sensibilidade dolorosa será menor, e o 
tempo de cicatrização será de aproximadamente 
duas semanas. Em geral, o vírus se dissemina 
apenas durante a primeira semana. 
Amanda Freitas Medicina 6° período 
 
3 
 
 
 
 
Diagnóstico 
 
O padrão ouro é a cultura tecidual. A 
especificidade é alta, mas a sensibilidade é baixa 
e declina à medida que as lesões cicatrizam. 
O teste da reação em cadeia da 
polimerase (PCR, de polymerase chain reaction) é 
de 1,5 a 4 vezes mais sensível do que a cultura, 
sendo provável que venha a substituí-la. 
É importante observar que uma cultura 
negativa não significa inexistência de infecção 
herpética. 
Há testes sorológicos tipo-específicos para 
glicoproteína-G disponíveis para detectar 
anticorpos específicos para glicoproteína-G2 
(HSV-2) e para glicoproteína-G1 (HSV-1). 
 
 Embora esses testes sejam utilizados para 
confirmar a infecção por herpes simples, o 
tratamento e o rastreamento-padrão 
adicional podem ser iniciados nos casos 
clinicamente evidentes logo após o exame 
físico. 
 
Tratamento 
 
O controle clínico é realizado com a 
terapia antiviral disponível. 
Há indicação para analgesia com 
fármacos anti-inflamatórios não esteroides ou com 
um narcótico leve, como a associação 
paracetamol e codeína. 
Além disso, anestésicos tópicos, como 
pomada de lidocaína, podem produzir alívio. O 
cuidado local para prevenir infecção bacteriana 
secundária é importante. 
A terapia antiviral disponível inclui aciclovir) 
fanciclovir e valaciclovir. Embora esses agentes 
possam acelerar a cicatrização e reduzir os 
sintomas, a terapia não erradica o vírus latente 
nem afeta a história futura de infecções 
recorrentes. 
 
 
As pacientes devem ter a prescrição 
antecipadamente para que tenham a 
medicação disponível para começar a terapia 
assim que se iniciem os sintomas prodrômicos. 
 
 
A sífilis é uma infecção sexualmente 
transmissível causada pela espiroqueta 
Treponema pallidum, que é um organismo fino 
com forma de espiral e terminações afiladas. 
As mulheres com maior risco são aquelas 
pertencentes a grupos socioeconômicos 
desfavorecidos, as adolescentes, aquelas com 
início precoce da vida sexual e aquelas com um 
Amanda Freitas Medicina 6° período 
 
4 
 
 
número grande de parceiros sexuais ao longo da 
vida. 
 
 Sífilis primaria 
 
Tem início com a formação do cancro, 
onde as espiroquetas são abundantes. É uma 
úlcera clássica, isolada, firme ao toque, com 
bordas arredondadas levemente elevadas e uma 
base integrada não infectada. Pode se tornar 
infectada e dolorosa. 
Oscancros são encontrados no colo 
uterino, na vagina e na vulva, mas também na 
boca e ao redor do ânus. Essa lesão pode se 
desenvolver em 10 dias a 12 semanas após a 
exposição, com um período médio de exposição 
de três semanas. 
Sem tratamento, essas lesões cicatrizam 
espontaneamente em até seis semanas. 
 
 Sífilis secundária 
 
Essa fase esta associada à bacteremia e 
desenvolve-se em seis semanas a seis meses após 
o surgimento do cancro. 
Sua manifestação é um exantema 
maculopapular que pode envolver todo o corpo 
e inclui palmas, plantas e mucosas. 
Nas áreas corporais quentes e úmidas, esse 
exantema pode produzir placas grandes, rosadas 
ou cinzas esbranquiçadas, altamente infecciosas, 
denominadas condylomata lata. 
Outras manifestações sistêmicas: febre, mal-estar. 
 
Na sífilis, sistema orgânicos, como renal, 
hepático, osteoarticular e o nervoso central 
podem ser envolvidos. 
 
 Sífilis latente 
 
Denomina-se sífilis latente secundária o 
período de um ano após o surgimento de sífilis 
secundária sem tratamento, durante o qual 
podem surgir sinais e sintomas secundários. 
Entretanto, as lesões associadas a essas 
manifestações, em geral, não são contagiosas. 
A sífilis latente tardia é definida como 
aquela na qual tenha se passado um ano desde 
a infecção inicial. 
 
 Sífilis terciária 
 
Esta fase da sífilis não tratada pode surgir 
até 20 anos após a latência. Durante essa fase, 
evidencia-se o envolvimento cardiovascular, do 
SNC e do sistema musculoesquelético. No 
entanto, a neurossífilis e a sífilis cardiovascular são 
50% menos comuns nas mulheres. 
 
 
 
Transmissão 
A sífilis é transmitida por meio das relações 
sexuais desprotegidas, sangue ou produtos 
sanguíneos (agulhas contaminadas ou transfusão 
com sangue não testado), da mãe para o filho em 
qualquer fase da gestação ou no momento do 
parto (sífilis congênita) e pela amamentação. 
 
Amanda Freitas Medicina 6° período 
 
5 
 
 
Diagnóstico 
 
A sífilis precoce é diagnosticada 
principalmente pelo exame em campo escuro ou 
pelo teste de imunofluorescência direta do líquido 
da lesão. 
Na ausência de diagnóstico positivo, o 
diagnóstico suposto pode ser confirmado com os 
testes sorológicos não treponêmicos: (1) teste 
VDRL ou (2) teste da reagina plasmática rápida 
(RPR). 
 
 
Como alternativa, pode-se optar pelos 
testes treponêmicos: (1) teste de absorção de 
anticorpo de treponema fluorescente (FTA-ABS) 
ou (2) teste de aglutinação passiva para anticorpo 
contra Treponema pallidum. 
O resultado positivo em uma paciente que 
tenha sido tratada pra sífilis ou o aumento de 
quatro vezes no título (duas diluições) em paciente 
previamente tratada para sífilis determina a 
necessidade de confirmação com testes 
específicos para treponema. 
 
 Assim, para a confirmação do diagnóstico em 
uma paciente com resultado positivo para 
teste não treponêmico de anticorpo ou com 
suspeita clínica de sífilis, as melhores opções 
são FTA-ABS ou TP-PA. Finalmente, para as 
medições quantitativas de títulos de 
anticorpos para avaliar a resposta ao 
tratamento, os testes mais utilizados são RPR ou 
VDRL. 
 
Tratamento 
 
Com o tratamento, pode haver uma 
resposta aguda e febril autolimitada, chamada 
de reação de Jarisch-Herxheimer, dentro das 
primeiras 24 horas após o tratamento da doença 
inicial, acompanhada de cefaleia e mialgia. 
Assim como com todas as DSTs, as 
pacientes tratadas para sífilis e seus contatos 
sexuais devem ser testadas para outras DSTs. 
As pacientes com envolvimento 
neurológico ou cardíaco evidente devem ser 
tratadas por um especialista em doenças 
infecciosas. 
Após o tratamento inicial, as mulheres 
devem ter consultas agendadas em intervalos de 
seis meses para avaliação clínica e novos testes 
sorológicos. 
 
Espera-se redução de quatro vezes na 
titulação. Caso isso não ocorra, o tratamento terá 
fracassado ou a paciente foi reinfectada. Nesse 
caso deve ser reavaliada e retratada. 
 
 
 
É causada por um bacilo sem motilidade, 
não formador de esporos, facultativo, gram-
negativo, o Haemophilus ducreyi. Em geral, o 
período de incubação é de 3 a 10 dias, e o acesso 
ao hospedeiro requer a presença de fissura na 
pele ou na mucosa. O cancro mole não causa 
reação sistêmica, e não há síndrome prodrômica 
descrita. 
 
Transmissão 
Não é preciso haver ejaculação para que 
ocorra a transmissão. A bactéria pode ser 
transmitida através do sexo pela via anal, vaginal 
ou oral. Mas o Haemophilus ducreyi também pode 
ser transmitido por vias não sexuais, pelo contato 
direto com as lesões, apesar desse modo ser bem 
menos comum. 
 
Amanda Freitas Medicina 6° período 
 
6 
 
 
Sintomas 
 
A paciente com a doença se apresenta 
inicialmente com uma pápula eritematosa que 
evolui para pústula que sofre ulceração em 48 
horas. 
As bordas dessas úlceras dolorosas, em 
geral, são irregulares, com limites eritematosos sem 
enduração. A base da úlcera costuma ser 
avermelhada e granular e, em contraste com o 
cancro sifilítico, tem consistência amolecida. 
Em regra, as lesões são recobertas com 
material purulento e, quando secundariamente 
infectadas, exalam odor fétido. 
Nas mulheres as localizações mais comuns 
são a fúrcula vulvar, o vestíbulo, o clitóris e os 
grandes lábios. As úlceras no colo uterino ou na 
vagina podem ser duras. 
Simultaneamente, quase metade das 
pacientes desenvolverá linfadenopatia inguinal 
mole unilateral ou bilateral. 
Quando as úlceras são grandes e 
flutuantes, são chamadas de bubão. Às vezes 
podem supurar e formar fístulas, e sua drenagem 
resultará na formação de outra úlcera. 
 
Diagnóstico 
 
O diagnóstico é confirmado com a 
identificação de bastonetes gram-negativos, sem 
motilidade, em esfregaço coletado da lesão e 
corado pelo Gram. Antes de se obter a amostra, o 
pus superficial ou a crosta devem ser removidos 
com gaze esterilizada embebida em solução 
salina. 
 
Tratamento 
 
O tratamento bem-sucedido resultará em 
melhora sintomática em três dias e evidência 
objetiva de melhora em uma semana. 
A linfadenopatia cura mais devagar e, se 
flutuante, podem ser necessárias uma incisão e 
uma drenagem. 
 
 
 
 
 
Na maioria das vezes, essa infecção é 
caudada por Candida albicans, que pode ser 
encontrada na vagina de pacientes 
assintomáticas e é um comensal de boca, reto e 
vagina. 
É mais comum em mulheres que moram 
em regiões de clima quente e em obesas. Além 
disso, em imunossuprimidas, diabéticas, gravidas e 
em uso recente de antibiótico de amplo espectro. 
 
Transmissão 
Atrito, calor e umidade facilitam o 
desenvolvimento do fungo já existente nas 
mucosas ou pele. O contato com secreções 
originadas da boca, pele, vagina e dejetos de 
portadores ou doentes. A transmissão vertical dá-
se da mãe para o recém-nascido, durante o 
parto. 
 
Diagnóstico 
 
Os sintomas mais comuns da candidíase 
são: prurido, dor, eritema vulvar e edema com 
escoriações. 
Amanda Freitas Medicina 6° período 
 
7 
 
 
O corrimento vaginal característico é 
descrito como semelhante ao queijo cottage. O 
pH vaginal é normal < 4,5 e o exame microscópico 
da leucorreia vaginal, após aplicação de solução 
salina ou KOH a 10% permite a identificação da 
levedura. 
A cultura para cândida vaginal não é 
recomendada como rotina. Entretanto, pode-se 
justificar nas pacientes cujo tratamento empírico 
tenha fracassado e naquelas com evidência deinfecção, mesmo com ausência de levedura 
microscópica. 
 
Tratamento 
 
As mulheres com quatro ou mais infecções 
por cândida durante um ano são classificadas 
como portadoras da doença complicada, e 
culturas devem ser obtidas para confirmar o 
diagnóstico. 
As espécies de Candida não albicans não 
são responsivas à terapia tópica com azóis. Por 
isso, os esquemas terapêuticos locais intravaginais 
prolongados e a adição de fluconazol oral, 1 a 3 
vezes por semana, podem ser necessários para a 
cura clínica. 
O tratamento primário para a prevenção 
de infecção recorrente é feito com fluconazol 
oral, 100 a 200 mg/semana, por seis meses. Para a 
infecção recorrente por não albicans, uma 
cápsula contendo 600 mg de gelatina de ácido 
bórico por via intravaginal diariamente durante 
duas semanas tem sido eficaz. 
 
 
 
 
A tricomoníase é mais comumente 
diagnosticada em mulheres, pois a maioria dos 
homens é assintomática. 
Em geral, esse parasita é um marcador do 
comportamento sexual de alto risco, e a 
coinfecção com patógenos sexualmente 
transmissíveis é comum, em especial N. 
gonorrhoeae. 
O Trichomonas vaginalis tem predileção 
pelo epitélio escamoso, e as lesões podem facilitar 
o acesso para outras espécies sexualmente 
transmissíveis. A transmissão vertical durante o 
parto é possível, podendo persistir por um ano. 
 
Transmissão 
Sua transmissão ocorre por meio das 
relações sexuais ou contato íntimo com secreções 
de uma pessoa contaminada. Pode ser 
transmitida por mulher/homem e mulher/mulher. 
Em geral, afeta mais as mulheres. 
 
Diagnostico 
 
O período de incubação do T. vaginalis 
varia de três dias a quatro semanas, e vagina, 
uretra, ectocérvice e bexiga podem ser afetadas. 
Nas pacientes com queixas, a leucorreia 
vaginal costuma ser descrita como mal cheirosa, 
Amanda Freitas Medicina 6° período 
 
8 
 
 
fina e amarela ou verde. Além disso, disúria, 
dispareunia, prurido vulvar e dor podem ser 
observados. 
 
 Os achados podem confundir com a doença 
inflamatória pélvica (DIP) 
 
Com a tricomoníase, a vulva pode estar 
eritematosa, edemaciada e escoriada. A vagina 
elimina a leucorreia mencionada e hemorragias 
subepiteliais ou “manchas vermelhas” podem ser 
observadas na vagina e colo uterino (colo em 
framboesa ou morango). 
Costuma ser diagnosticada com a 
identificação microscópica de parasitas em um 
preparo salino da secreção. 
O pH vaginal geralmente está elevado. Os 
tricomonas podem ser observados no 
rastreamento por esfregaço de papanicolaou. Se 
houver descrição de tricomonas na lâmina do 
exame preventivo, deve-se realizar o exame 
microscópico para confirmação antes de iniciar o 
tratamento. 
 
Tratamento 
 
 
 
Os efeitos adversos incluem gosto metálico 
na boca e reação do tipo dissulfiram (náusea e 
vômitos), se combinado com álcool. 
Consequentemente, as pacientes devem abster-
se do consumo de álcool nas 24 horas seguintes à 
terapia com metronidazol e por 72 horas após 
tinidazol. 
 
 
Os fatores de risco para pacientes 
portadoras de gonococos com infecção 
potencial do trato reprodutivo superior são as 
seguintes: idade igual ou inferior a 25 anos, 
presença de outras infecções sexualmente 
transmissíveis, antecedente de infecção por 
gonococos, parceiro sexual recente ou múltiplos 
parceiros, prática sexual sem preservativos, 
compartilhamento de seringas ou objetos 
cortantes com resíduo de sangue e profissionais do 
sexo. 
 
Sintomas 
 
A gonorreia sintomática do trato 
reprodutivo inferior feminino pode se apresentar 
na forma de vaginite ou de cervicite. 
Em geral, as mulheres portadoras de 
cervicite descrevem uma secreção vaginal 
profusa sem odor, não irritante e de cor branca-
amarelada. 
Os gonococos também podem infectar as 
glândulas de Bartholin e de Skene e a uretra, e 
ascender para o endométrio e as tubas uterinas, 
causando infecção no trato reprodutivo superior. 
 
Diagnóstico 
 
Para a identificação do gonococo estão 
disponíveis os testes NAAT que substituíram a 
cultura na maioria dos laboratórios. 
Para as mulheres submetidas à 
histerectomia (sem colo uterino), coleta-se 
amostra da primeira urina da manhã (jato inicial) 
Para aquelas com colo uterino, amostras 
coletadas por swab vaginal são tão sensíveis e 
específicas quanto aquelas obtidas com swab 
cervical. 
Todas as pacientes investigadas para 
gonorreia devem ser testadas para outras 
infecções sexualmente transmissíveis, e seus 
parceiros sexuais avaliados e tratados. 
Deve haver abstinência sexual até que a 
terapia tenha sido concluída e até que a paciente 
e os parceiros tratados tenham seus sintomas 
resolvidos. 
 
 
Amanda Freitas Medicina 6° período 
 
9 
 
 
Transmissão 
Contato sexual sem proteção, seja vaginal, 
anal ou oral, podendo ser transmitida mesmo que 
não exista penetração. De mãe para filho durante 
o parto, especialmente se a mulher não tiver feito 
o tratamento para a infecção. 
 
Tratamento 
 
 
 
 
É uma doença sexualmente transmissível 
causada pelo Chlamydia trachomatis. 
 
Sintomas 
 
Ele causa infecção do epitélio colunar e, 
assim, os sintomas refletem a infecção de 
glândulas ectocervicais, com resultante descarga 
mucopurulenta ou secreções ectocervicais. Se 
infectado, o tecido ectocervical costuma se 
apresentar edemaciado e hiperêmico. A uretrite 
pode ocorrer com intensa disúria. 
 
Diagnóstico 
 
Como exames mais específicos, cultura, 
NAAT e ensaio imunoenzimático (Elisa) estão 
disponíveis para amostras ectocervicais. A 
alternativa mais utilizada é um teste combinado 
para gonococo e clamídia. 
Os swabs com material de vagina são tão 
sensíveis e específicos quanto os de colo uterino. 
As amostras de urina, embora aceitas, são 
menos utilizadas em mulheres que tenham colo 
uterino. Contudo, para pacientes 
histerectomizadas dá-se preferência ao primeiro 
jato de urina. 
 
Transmissão 
A infecção por clamídia pode ser 
transmitida por via sexual anal, vaginal ou oral e 
durante o momento do parto de mãe para filho, 
quando o bebê passa pelo canal vaginal. 
 
Tratamento 
 
 
 
Após o tratamento, não há necessidade 
de novo teste caso os sintomas tenham sido 
resolvidos. Para evitar outras infecções, 
recomenda-se abstinência sexual até que a 
paciente e seu(s) parceiro(s) tenham sido tratados 
e estejam assintomáticos. 
 
 
O papilomavírus humano é um vírus de 
DNA dupla-hélice simples com um capsídeo 
proteico. O HPV infecta principalmente as células 
epiteliais escamosas ou metaplásicas humanas. 
Foram identificados aproximadamente 130 
tipos de HPV geneticamente distintos. Desses tipos, 
30 a 40 infectam principalmente o trato 
anogenital inferior. 
 
 
 
 
Amanda Freitas Medicina 6° período 
 
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Tipos de HPV 
 
Clinicamente, os tipos de HPV são 
classificados como de alto risco e de baixo risco 
com base em sua oncogenicidade e força de 
associação ao câncer de colo uterino. 
Os tipos de HPV de baixo risco 6 e 11 
causam quase todas as verrugas genitais e uma 
pequena parcela das infecções subclínicas por 
HPV. Essas infecções raramente são oncogênicas. 
Em contrapartida, a infecção persistente 
por HPV de alto risco é exigência para o 
desenvolvimento de câncer do colo uterino. 
Os HPV de alto risco, incluindo os tipos 16, 
18, 31, 33, 35, 45 e 58 respondem por 
aproximadamente 95% dos casos de câncer de 
colo uterino. 
O HPV 16 é o mais carcinogênico. Ele é o 
responsávelpela maior parte porcentagem de 
lesões NIC 3 e de cânceres do colo uterino. 
Os tipos de HPV mais encontrados nos 
cânceres de colo uterino (tipos 16, 18, 45 e 31) são 
também os mais prevalentes na população geral. 
 
Transmissão 
 
A transmissão ocorre por contato direto, 
normalmente contato sexual, com pele ou 
mucosas genitais ou com líquidos corporais de um 
parceiro com verrugas ou infecção subclínica por 
HPV. 
As transmissões oral-genital e manual-
genital são possíveis, mas parecem ser bem menos 
comuns que a genital-genital, em particular o 
contato pênis-vagina com penetração. 
 
Evolução da infecção por HPV 
 
A infecção pode ser latente ou evidente, 
ou transitória ou persistente, com ou sem 
desenvolvimento de neoplasia. A neoplasia é o 
resultado menos comum da infecção genital por 
HPV. 
 
 
Infecção latente por HPV 
Ocorre quando as células estão 
infectadas, mas o HPV permanece quiescente. 
 
Infecção por HPV proliferativa 
 
Caracterizam-se pela ocorrência do ciclo 
de vida completo do vírus e por aumento da 
população de partículas virais infecciosas. 
 
 
Tanto no trato genital feminino como no 
masculino, as infecções proliferativas por HPV 
causam verrugas genitais visíveis, denominadas 
condilomas acuminados ou, muito mais 
comumente, infecções subclínicas. 
 
Fatores de risco para infecção por HPV 
 
Os fatores de risco mais importantes para 
infecção genital por HPV são número de parceiros 
sexuais durante toda a vida e recentes e primeira 
relação sexual em idade precoce. 
 
Prevalência 
 
A maior parte das infecções incidentes por 
HPV ocorre em mulheres com menos de 25 anos. 
 
Amanda Freitas Medicina 6° período 
 
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Diagnóstico de infecção por HPV 
 
O diagnóstico definitivo só pode ser 
estabelecido por detecção direta do DNA do 
HPV. Isso pode ser feito histologicamente via 
hibridização in situ, amplificação do ácido 
nucleico por reação em cadeia da polimerase 
(PCR). 
Caso sejam encontradas verrugas típicas 
em uma jovem, ou caso seja identificada 
neoplasia de colo uterino de alto grau ou câncer 
invasivo por citologia ou histologia, presume-se 
que haja infecção por HPV e a confirmação por 
teste para HPV não é necessária. 
O teste de rotina para HPV não é indicado 
além dos seguintes cenários: rastreamento para 
câncer de colo uterino em mulheres com 30 anos 
ou mais, rastreamento ou acompanhamento de 
determinados achados citológicos anormais e 
vigilância pós-tratamento. 
 
Tratamento 
 
As indicações para tratamento de doença 
do TGI relacionada a HPV são verrugas 
sintomáticas que causem desconforto físico ou 
psicológico, neoplasia de alto grau ou câncer 
invasivo. A infecção por HPV diagnosticada a 
partir de impressão clínica ou testes citológicos, 
histológicos ou de DNA de HPV, não implica 
tratamento. 
Remoção ou destruição mecânica, 
imunomoduladores tópicos e coagulação 
química ou térmica podem ser utilizados para 
remover as verrugas. 
 
Prevenção 
 
• Uso de preservativos, porém menor 
garantia de proteção; 
• Redução no número de parceiros; 
• Postergação da primeira relação sexual; 
 
 
 
Vacinas anti-HPV 
 
A Gardasil é uma vacina tetravalente 
contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do HPV. A Cervarix é 
uma vacina bivalente contra os tipos 16 e 18. 
Cada uma delas contém um adjuvante diferente 
que aumenta a resposta imune do receptor aos 
antígenos vacinais. 
As estratégias de vacinação devem 
enfatizar a administração antes da primeira 
relação sexual, quando o benefício é máximo. 
Entretanto, a história de relação sexual ou de 
doença relacionada ao HPV não contraindica a 
administração da vacina. 
Recomenda-se atualmente que qualquer 
uma das vacinas contra HPV seja administrada 
rotineiramente a meninas com idades entre 11 e 
12 anos (tão cedo como 9 anos de idade). 
 
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 Ginecologia de Willians

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