Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Amanda Freitas Medicina 6° período 1 A flora vaginal de uma mulher normal, em idade reprodutiva, assintomática, inclui várias espécies aeróbias ou facultativas, bem como espécies anaeróbias obrigatórias. Essas bactérias mantem uma relação simbiótica com o hospedeiro e sofrem modificações dependendo do microambiente. Normalmente o pH vaginal varia entre 4 e 4,5. Acredita-se que esse pH seja em função da produção de ácido láctico, ácidos graxos e outros ácidos orgânicos por espécies de Lactobacillus. Essa síndrome reflete uma anormalidade na flora vaginal. Pode ser denominada por: vaginite por Haemophilus, vaginite por Corynebacterium, vaginite por Gardnerella ou anaeróbia e vaginite inespecífica. Por razões desconhecidas, a relação simbiótica da flora vaginal se altera, passando a haver supercrescimento de espécies anaeróbias, incluindo Gardnerella vaginalis, Ureaplasma urealyticum, Mobiluncus spp., Mycoplasma hominis e Prevotella spp. A vaginose bacteriana também está relacionada com a ausência ou redução de espécies normais de lactobacillus. Transmissão Não é considerada uma doença sexualmente transmissível, apesar de poder ser transmitida durante o contato sexual. Diagnóstico A VB é relatada por alguns especialistas como a causa mais frequente dos sintomas vaginais que resultam em consultas médicas. Entre os sintomas, descarga vaginal sem irritação e com mau cheiro é característica, mas nem sempre está presente. Em regra, a vagina não se encontra eritematosa, e o exame do colo uterino não revela anormalidades. Os critérios diagnósticos são: • Avaliação microscópica de uma preparação salina da secreção vaginal; • Liberação de aminas voláteis produzidas pelo metabolismo anaeróbio; • Determinação do pH vaginal; No primeiro critério, pode ser identificado a presença de clue cells, as quais são as indicadoras mais confiáveis de VB. Essas células epiteliais vaginais contém muitas bactérias aderidas, que criam uma borda celular pontilhada mal definida. A adição de hidróxido de potássio (KOH) a 10% a uma amostra fresca de secreção vaginal libera aminas voláteis com odor de peixe. Na linguagem informal, isso é referido como whiff test. Amanda Freitas Medicina 6° período 2 De forma similar, a alcalinidade do fluido seminal e a do sangue são responsáveis pela queixa de odor ofensivo após relação sexual e durante a menstruação. O achado de clue cells e um whiff test positivo são patognomônicos, mesmo em pacientes assintomáticas. Nas pacientes com VB, o pH vaginal caracteristicamente está. 4,5 e resulta da redução na produção de ácido pelas bactérias. O herpes genital é a doença ulcerosa genital de maior prevalência e é uma infecção crônica. O vírus penetra nas terminações dos nervos sensoriais e é transportado para as raízes dos gânglios dorsais, onde fica latente por toda a vida. Há dois tipos de vírus herpes simples (herpes simplex vírus), o HSV-1 e o HSV-2. O tipo 1 é a causa mais frequente das lesões orais, já o tipo 2, costuma ser encontrado nas lesões genitais. Ambos os tipos podem causar herpes genital!! Transmissão O herpes é transmitido através do contato com a pele ou mucosa infectada, secreções da vagina, pênis ou ânus ou fluido oral de alguém infectado pelo vírus. Isso inclui tocar, beijar e contato sexual (vaginal, anal, peniano e oral). Sintomas Pode haver a presença de eritema, pápulas, bolhas, úlceras e crostas. As três fases das lesões são: 1. vesícula (com ou sem formação de pústula com duração de 1 semana) 2. ulceração 3. crosta O vírus se dissemina nas primeiras duas fases do surto infeccioso. Queimação e dor intensa acompanham as lesões vesiculares e os sintomas urinários, como frequência e/ ou disuria podem estar presentes em caso de lesões na vulva. É possível haver edema local causado por lesões vulvares levando à obstrução uretral. As lesões podem envolver vagina, colo uterino, bexiga, ânus e reto. é comum a paciente apresentar outros sinais de viremia, como febre baixa, mal-estar e cefaleia. Pacientes imunodeficientes apresentam maior suscetibilidade, menor resposta e cicatrização retardada. Para um paciente não infectado anteriormente, a fase vesicular ou inicial é mais longa. Há aumento no período de formação da nova lesão e a cicatrização é mais demorada. A dor persiste pelos primeiros 7 a 10 dias, e a cicatrização da lesão requer 2 a 3 semanas. Se um paciente tiver sofrido exposição anterior ao HSV-2, o episódio inicial será significativamente menos grave. A duração da dor e da sensibilidade dolorosa será menor, e o tempo de cicatrização será de aproximadamente duas semanas. Em geral, o vírus se dissemina apenas durante a primeira semana. Amanda Freitas Medicina 6° período 3 Diagnóstico O padrão ouro é a cultura tecidual. A especificidade é alta, mas a sensibilidade é baixa e declina à medida que as lesões cicatrizam. O teste da reação em cadeia da polimerase (PCR, de polymerase chain reaction) é de 1,5 a 4 vezes mais sensível do que a cultura, sendo provável que venha a substituí-la. É importante observar que uma cultura negativa não significa inexistência de infecção herpética. Há testes sorológicos tipo-específicos para glicoproteína-G disponíveis para detectar anticorpos específicos para glicoproteína-G2 (HSV-2) e para glicoproteína-G1 (HSV-1). Embora esses testes sejam utilizados para confirmar a infecção por herpes simples, o tratamento e o rastreamento-padrão adicional podem ser iniciados nos casos clinicamente evidentes logo após o exame físico. Tratamento O controle clínico é realizado com a terapia antiviral disponível. Há indicação para analgesia com fármacos anti-inflamatórios não esteroides ou com um narcótico leve, como a associação paracetamol e codeína. Além disso, anestésicos tópicos, como pomada de lidocaína, podem produzir alívio. O cuidado local para prevenir infecção bacteriana secundária é importante. A terapia antiviral disponível inclui aciclovir) fanciclovir e valaciclovir. Embora esses agentes possam acelerar a cicatrização e reduzir os sintomas, a terapia não erradica o vírus latente nem afeta a história futura de infecções recorrentes. As pacientes devem ter a prescrição antecipadamente para que tenham a medicação disponível para começar a terapia assim que se iniciem os sintomas prodrômicos. A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível causada pela espiroqueta Treponema pallidum, que é um organismo fino com forma de espiral e terminações afiladas. As mulheres com maior risco são aquelas pertencentes a grupos socioeconômicos desfavorecidos, as adolescentes, aquelas com início precoce da vida sexual e aquelas com um Amanda Freitas Medicina 6° período 4 número grande de parceiros sexuais ao longo da vida. Sífilis primaria Tem início com a formação do cancro, onde as espiroquetas são abundantes. É uma úlcera clássica, isolada, firme ao toque, com bordas arredondadas levemente elevadas e uma base integrada não infectada. Pode se tornar infectada e dolorosa. Oscancros são encontrados no colo uterino, na vagina e na vulva, mas também na boca e ao redor do ânus. Essa lesão pode se desenvolver em 10 dias a 12 semanas após a exposição, com um período médio de exposição de três semanas. Sem tratamento, essas lesões cicatrizam espontaneamente em até seis semanas. Sífilis secundária Essa fase esta associada à bacteremia e desenvolve-se em seis semanas a seis meses após o surgimento do cancro. Sua manifestação é um exantema maculopapular que pode envolver todo o corpo e inclui palmas, plantas e mucosas. Nas áreas corporais quentes e úmidas, esse exantema pode produzir placas grandes, rosadas ou cinzas esbranquiçadas, altamente infecciosas, denominadas condylomata lata. Outras manifestações sistêmicas: febre, mal-estar. Na sífilis, sistema orgânicos, como renal, hepático, osteoarticular e o nervoso central podem ser envolvidos. Sífilis latente Denomina-se sífilis latente secundária o período de um ano após o surgimento de sífilis secundária sem tratamento, durante o qual podem surgir sinais e sintomas secundários. Entretanto, as lesões associadas a essas manifestações, em geral, não são contagiosas. A sífilis latente tardia é definida como aquela na qual tenha se passado um ano desde a infecção inicial. Sífilis terciária Esta fase da sífilis não tratada pode surgir até 20 anos após a latência. Durante essa fase, evidencia-se o envolvimento cardiovascular, do SNC e do sistema musculoesquelético. No entanto, a neurossífilis e a sífilis cardiovascular são 50% menos comuns nas mulheres. Transmissão A sífilis é transmitida por meio das relações sexuais desprotegidas, sangue ou produtos sanguíneos (agulhas contaminadas ou transfusão com sangue não testado), da mãe para o filho em qualquer fase da gestação ou no momento do parto (sífilis congênita) e pela amamentação. Amanda Freitas Medicina 6° período 5 Diagnóstico A sífilis precoce é diagnosticada principalmente pelo exame em campo escuro ou pelo teste de imunofluorescência direta do líquido da lesão. Na ausência de diagnóstico positivo, o diagnóstico suposto pode ser confirmado com os testes sorológicos não treponêmicos: (1) teste VDRL ou (2) teste da reagina plasmática rápida (RPR). Como alternativa, pode-se optar pelos testes treponêmicos: (1) teste de absorção de anticorpo de treponema fluorescente (FTA-ABS) ou (2) teste de aglutinação passiva para anticorpo contra Treponema pallidum. O resultado positivo em uma paciente que tenha sido tratada pra sífilis ou o aumento de quatro vezes no título (duas diluições) em paciente previamente tratada para sífilis determina a necessidade de confirmação com testes específicos para treponema. Assim, para a confirmação do diagnóstico em uma paciente com resultado positivo para teste não treponêmico de anticorpo ou com suspeita clínica de sífilis, as melhores opções são FTA-ABS ou TP-PA. Finalmente, para as medições quantitativas de títulos de anticorpos para avaliar a resposta ao tratamento, os testes mais utilizados são RPR ou VDRL. Tratamento Com o tratamento, pode haver uma resposta aguda e febril autolimitada, chamada de reação de Jarisch-Herxheimer, dentro das primeiras 24 horas após o tratamento da doença inicial, acompanhada de cefaleia e mialgia. Assim como com todas as DSTs, as pacientes tratadas para sífilis e seus contatos sexuais devem ser testadas para outras DSTs. As pacientes com envolvimento neurológico ou cardíaco evidente devem ser tratadas por um especialista em doenças infecciosas. Após o tratamento inicial, as mulheres devem ter consultas agendadas em intervalos de seis meses para avaliação clínica e novos testes sorológicos. Espera-se redução de quatro vezes na titulação. Caso isso não ocorra, o tratamento terá fracassado ou a paciente foi reinfectada. Nesse caso deve ser reavaliada e retratada. É causada por um bacilo sem motilidade, não formador de esporos, facultativo, gram- negativo, o Haemophilus ducreyi. Em geral, o período de incubação é de 3 a 10 dias, e o acesso ao hospedeiro requer a presença de fissura na pele ou na mucosa. O cancro mole não causa reação sistêmica, e não há síndrome prodrômica descrita. Transmissão Não é preciso haver ejaculação para que ocorra a transmissão. A bactéria pode ser transmitida através do sexo pela via anal, vaginal ou oral. Mas o Haemophilus ducreyi também pode ser transmitido por vias não sexuais, pelo contato direto com as lesões, apesar desse modo ser bem menos comum. Amanda Freitas Medicina 6° período 6 Sintomas A paciente com a doença se apresenta inicialmente com uma pápula eritematosa que evolui para pústula que sofre ulceração em 48 horas. As bordas dessas úlceras dolorosas, em geral, são irregulares, com limites eritematosos sem enduração. A base da úlcera costuma ser avermelhada e granular e, em contraste com o cancro sifilítico, tem consistência amolecida. Em regra, as lesões são recobertas com material purulento e, quando secundariamente infectadas, exalam odor fétido. Nas mulheres as localizações mais comuns são a fúrcula vulvar, o vestíbulo, o clitóris e os grandes lábios. As úlceras no colo uterino ou na vagina podem ser duras. Simultaneamente, quase metade das pacientes desenvolverá linfadenopatia inguinal mole unilateral ou bilateral. Quando as úlceras são grandes e flutuantes, são chamadas de bubão. Às vezes podem supurar e formar fístulas, e sua drenagem resultará na formação de outra úlcera. Diagnóstico O diagnóstico é confirmado com a identificação de bastonetes gram-negativos, sem motilidade, em esfregaço coletado da lesão e corado pelo Gram. Antes de se obter a amostra, o pus superficial ou a crosta devem ser removidos com gaze esterilizada embebida em solução salina. Tratamento O tratamento bem-sucedido resultará em melhora sintomática em três dias e evidência objetiva de melhora em uma semana. A linfadenopatia cura mais devagar e, se flutuante, podem ser necessárias uma incisão e uma drenagem. Na maioria das vezes, essa infecção é caudada por Candida albicans, que pode ser encontrada na vagina de pacientes assintomáticas e é um comensal de boca, reto e vagina. É mais comum em mulheres que moram em regiões de clima quente e em obesas. Além disso, em imunossuprimidas, diabéticas, gravidas e em uso recente de antibiótico de amplo espectro. Transmissão Atrito, calor e umidade facilitam o desenvolvimento do fungo já existente nas mucosas ou pele. O contato com secreções originadas da boca, pele, vagina e dejetos de portadores ou doentes. A transmissão vertical dá- se da mãe para o recém-nascido, durante o parto. Diagnóstico Os sintomas mais comuns da candidíase são: prurido, dor, eritema vulvar e edema com escoriações. Amanda Freitas Medicina 6° período 7 O corrimento vaginal característico é descrito como semelhante ao queijo cottage. O pH vaginal é normal < 4,5 e o exame microscópico da leucorreia vaginal, após aplicação de solução salina ou KOH a 10% permite a identificação da levedura. A cultura para cândida vaginal não é recomendada como rotina. Entretanto, pode-se justificar nas pacientes cujo tratamento empírico tenha fracassado e naquelas com evidência deinfecção, mesmo com ausência de levedura microscópica. Tratamento As mulheres com quatro ou mais infecções por cândida durante um ano são classificadas como portadoras da doença complicada, e culturas devem ser obtidas para confirmar o diagnóstico. As espécies de Candida não albicans não são responsivas à terapia tópica com azóis. Por isso, os esquemas terapêuticos locais intravaginais prolongados e a adição de fluconazol oral, 1 a 3 vezes por semana, podem ser necessários para a cura clínica. O tratamento primário para a prevenção de infecção recorrente é feito com fluconazol oral, 100 a 200 mg/semana, por seis meses. Para a infecção recorrente por não albicans, uma cápsula contendo 600 mg de gelatina de ácido bórico por via intravaginal diariamente durante duas semanas tem sido eficaz. A tricomoníase é mais comumente diagnosticada em mulheres, pois a maioria dos homens é assintomática. Em geral, esse parasita é um marcador do comportamento sexual de alto risco, e a coinfecção com patógenos sexualmente transmissíveis é comum, em especial N. gonorrhoeae. O Trichomonas vaginalis tem predileção pelo epitélio escamoso, e as lesões podem facilitar o acesso para outras espécies sexualmente transmissíveis. A transmissão vertical durante o parto é possível, podendo persistir por um ano. Transmissão Sua transmissão ocorre por meio das relações sexuais ou contato íntimo com secreções de uma pessoa contaminada. Pode ser transmitida por mulher/homem e mulher/mulher. Em geral, afeta mais as mulheres. Diagnostico O período de incubação do T. vaginalis varia de três dias a quatro semanas, e vagina, uretra, ectocérvice e bexiga podem ser afetadas. Nas pacientes com queixas, a leucorreia vaginal costuma ser descrita como mal cheirosa, Amanda Freitas Medicina 6° período 8 fina e amarela ou verde. Além disso, disúria, dispareunia, prurido vulvar e dor podem ser observados. Os achados podem confundir com a doença inflamatória pélvica (DIP) Com a tricomoníase, a vulva pode estar eritematosa, edemaciada e escoriada. A vagina elimina a leucorreia mencionada e hemorragias subepiteliais ou “manchas vermelhas” podem ser observadas na vagina e colo uterino (colo em framboesa ou morango). Costuma ser diagnosticada com a identificação microscópica de parasitas em um preparo salino da secreção. O pH vaginal geralmente está elevado. Os tricomonas podem ser observados no rastreamento por esfregaço de papanicolaou. Se houver descrição de tricomonas na lâmina do exame preventivo, deve-se realizar o exame microscópico para confirmação antes de iniciar o tratamento. Tratamento Os efeitos adversos incluem gosto metálico na boca e reação do tipo dissulfiram (náusea e vômitos), se combinado com álcool. Consequentemente, as pacientes devem abster- se do consumo de álcool nas 24 horas seguintes à terapia com metronidazol e por 72 horas após tinidazol. Os fatores de risco para pacientes portadoras de gonococos com infecção potencial do trato reprodutivo superior são as seguintes: idade igual ou inferior a 25 anos, presença de outras infecções sexualmente transmissíveis, antecedente de infecção por gonococos, parceiro sexual recente ou múltiplos parceiros, prática sexual sem preservativos, compartilhamento de seringas ou objetos cortantes com resíduo de sangue e profissionais do sexo. Sintomas A gonorreia sintomática do trato reprodutivo inferior feminino pode se apresentar na forma de vaginite ou de cervicite. Em geral, as mulheres portadoras de cervicite descrevem uma secreção vaginal profusa sem odor, não irritante e de cor branca- amarelada. Os gonococos também podem infectar as glândulas de Bartholin e de Skene e a uretra, e ascender para o endométrio e as tubas uterinas, causando infecção no trato reprodutivo superior. Diagnóstico Para a identificação do gonococo estão disponíveis os testes NAAT que substituíram a cultura na maioria dos laboratórios. Para as mulheres submetidas à histerectomia (sem colo uterino), coleta-se amostra da primeira urina da manhã (jato inicial) Para aquelas com colo uterino, amostras coletadas por swab vaginal são tão sensíveis e específicas quanto aquelas obtidas com swab cervical. Todas as pacientes investigadas para gonorreia devem ser testadas para outras infecções sexualmente transmissíveis, e seus parceiros sexuais avaliados e tratados. Deve haver abstinência sexual até que a terapia tenha sido concluída e até que a paciente e os parceiros tratados tenham seus sintomas resolvidos. Amanda Freitas Medicina 6° período 9 Transmissão Contato sexual sem proteção, seja vaginal, anal ou oral, podendo ser transmitida mesmo que não exista penetração. De mãe para filho durante o parto, especialmente se a mulher não tiver feito o tratamento para a infecção. Tratamento É uma doença sexualmente transmissível causada pelo Chlamydia trachomatis. Sintomas Ele causa infecção do epitélio colunar e, assim, os sintomas refletem a infecção de glândulas ectocervicais, com resultante descarga mucopurulenta ou secreções ectocervicais. Se infectado, o tecido ectocervical costuma se apresentar edemaciado e hiperêmico. A uretrite pode ocorrer com intensa disúria. Diagnóstico Como exames mais específicos, cultura, NAAT e ensaio imunoenzimático (Elisa) estão disponíveis para amostras ectocervicais. A alternativa mais utilizada é um teste combinado para gonococo e clamídia. Os swabs com material de vagina são tão sensíveis e específicos quanto os de colo uterino. As amostras de urina, embora aceitas, são menos utilizadas em mulheres que tenham colo uterino. Contudo, para pacientes histerectomizadas dá-se preferência ao primeiro jato de urina. Transmissão A infecção por clamídia pode ser transmitida por via sexual anal, vaginal ou oral e durante o momento do parto de mãe para filho, quando o bebê passa pelo canal vaginal. Tratamento Após o tratamento, não há necessidade de novo teste caso os sintomas tenham sido resolvidos. Para evitar outras infecções, recomenda-se abstinência sexual até que a paciente e seu(s) parceiro(s) tenham sido tratados e estejam assintomáticos. O papilomavírus humano é um vírus de DNA dupla-hélice simples com um capsídeo proteico. O HPV infecta principalmente as células epiteliais escamosas ou metaplásicas humanas. Foram identificados aproximadamente 130 tipos de HPV geneticamente distintos. Desses tipos, 30 a 40 infectam principalmente o trato anogenital inferior. Amanda Freitas Medicina 6° período 10 Tipos de HPV Clinicamente, os tipos de HPV são classificados como de alto risco e de baixo risco com base em sua oncogenicidade e força de associação ao câncer de colo uterino. Os tipos de HPV de baixo risco 6 e 11 causam quase todas as verrugas genitais e uma pequena parcela das infecções subclínicas por HPV. Essas infecções raramente são oncogênicas. Em contrapartida, a infecção persistente por HPV de alto risco é exigência para o desenvolvimento de câncer do colo uterino. Os HPV de alto risco, incluindo os tipos 16, 18, 31, 33, 35, 45 e 58 respondem por aproximadamente 95% dos casos de câncer de colo uterino. O HPV 16 é o mais carcinogênico. Ele é o responsávelpela maior parte porcentagem de lesões NIC 3 e de cânceres do colo uterino. Os tipos de HPV mais encontrados nos cânceres de colo uterino (tipos 16, 18, 45 e 31) são também os mais prevalentes na população geral. Transmissão A transmissão ocorre por contato direto, normalmente contato sexual, com pele ou mucosas genitais ou com líquidos corporais de um parceiro com verrugas ou infecção subclínica por HPV. As transmissões oral-genital e manual- genital são possíveis, mas parecem ser bem menos comuns que a genital-genital, em particular o contato pênis-vagina com penetração. Evolução da infecção por HPV A infecção pode ser latente ou evidente, ou transitória ou persistente, com ou sem desenvolvimento de neoplasia. A neoplasia é o resultado menos comum da infecção genital por HPV. Infecção latente por HPV Ocorre quando as células estão infectadas, mas o HPV permanece quiescente. Infecção por HPV proliferativa Caracterizam-se pela ocorrência do ciclo de vida completo do vírus e por aumento da população de partículas virais infecciosas. Tanto no trato genital feminino como no masculino, as infecções proliferativas por HPV causam verrugas genitais visíveis, denominadas condilomas acuminados ou, muito mais comumente, infecções subclínicas. Fatores de risco para infecção por HPV Os fatores de risco mais importantes para infecção genital por HPV são número de parceiros sexuais durante toda a vida e recentes e primeira relação sexual em idade precoce. Prevalência A maior parte das infecções incidentes por HPV ocorre em mulheres com menos de 25 anos. Amanda Freitas Medicina 6° período 11 Diagnóstico de infecção por HPV O diagnóstico definitivo só pode ser estabelecido por detecção direta do DNA do HPV. Isso pode ser feito histologicamente via hibridização in situ, amplificação do ácido nucleico por reação em cadeia da polimerase (PCR). Caso sejam encontradas verrugas típicas em uma jovem, ou caso seja identificada neoplasia de colo uterino de alto grau ou câncer invasivo por citologia ou histologia, presume-se que haja infecção por HPV e a confirmação por teste para HPV não é necessária. O teste de rotina para HPV não é indicado além dos seguintes cenários: rastreamento para câncer de colo uterino em mulheres com 30 anos ou mais, rastreamento ou acompanhamento de determinados achados citológicos anormais e vigilância pós-tratamento. Tratamento As indicações para tratamento de doença do TGI relacionada a HPV são verrugas sintomáticas que causem desconforto físico ou psicológico, neoplasia de alto grau ou câncer invasivo. A infecção por HPV diagnosticada a partir de impressão clínica ou testes citológicos, histológicos ou de DNA de HPV, não implica tratamento. Remoção ou destruição mecânica, imunomoduladores tópicos e coagulação química ou térmica podem ser utilizados para remover as verrugas. Prevenção • Uso de preservativos, porém menor garantia de proteção; • Redução no número de parceiros; • Postergação da primeira relação sexual; Vacinas anti-HPV A Gardasil é uma vacina tetravalente contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do HPV. A Cervarix é uma vacina bivalente contra os tipos 16 e 18. Cada uma delas contém um adjuvante diferente que aumenta a resposta imune do receptor aos antígenos vacinais. As estratégias de vacinação devem enfatizar a administração antes da primeira relação sexual, quando o benefício é máximo. Entretanto, a história de relação sexual ou de doença relacionada ao HPV não contraindica a administração da vacina. Recomenda-se atualmente que qualquer uma das vacinas contra HPV seja administrada rotineiramente a meninas com idades entre 11 e 12 anos (tão cedo como 9 anos de idade). a a A Ginecologia de Willians
Compartilhar