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Doença Mamária

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Amanda Freitas Medicina 6° Período 
1 
 
 
Anatomia da Mama 
 
 Sistema ductal 
 
A porção glandular da mama é composta 
por 12 a 15 sistemas de ductos independentes, 
sendo que cada um drena aproximadamente 40 
lóbulos. Cada lóbulo é formado por 10 a 100 
ácinos produtores de leite que drenam em 
pequenos ductos terminais. 
Esses ductos convergem entre si formando 
ductos de maior calibre até constituírem outros 
maiores, que se alargam em um reservatório 
abaixo do mamilo, chamado seio lactífero. 
Em geral, apenas 6 a 8 papilas são visíveis 
na superfície do mamilo. Essas papilas drenam os 
sistemas de canais que são responsáveis pelo 
volume glandular da mama. A aréola contém 
numerosas glândulas sebáceas lubrificantes, 
chamadas de glândulas de Montgomery, que 
costumam ser visualizadas como proeminências 
pontuais. Além das estruturas epiteliais, a mama é 
composta de estroma colágeno e gordura em 
proporções variáveis. 
 
 Drenagem linfática 
 
A drenagem linfática aferente da mama é 
realizada pelos sistemas dérmico, subdérmico, 
interlobar e pré-peitoral. Os linfonodos axilares 
recebem maior parte da drenagem linfática da 
mama, por isso são os mais envolvidos nas 
metástases de câncer de mama. 
 
 Desenvolvimento 
 
Na puberdade, em geral entre os 10 e 13 
anos, o estrogênio e a progesterona ovarianos 
cooperam no direcionamento da comunicação 
organizada entre as células epiteliais e as células 
mesenquimais da mama, resultando em 
ramificação extensa do sistema ductal e no 
desenvolvimento de lóbulos. 
A diferenciação final da mama é mediada 
pela progesterona e pela prolactina, não sendo 
concluída até a primeira gravidez completa. 
Durante os anos reprodutivos, os ductos 
terminais próximos aos ácinos e os próprios ácinos 
ficam mais sensíveis aos hormônios ovarianos e à 
prolactina. A maioria das formas benignas e 
malignas de doença da mama surge nessas 
estruturas ácino-ducto terminal. 
 
Avaliação da massa mamária 
 
É impossível distinguir a massa mamária 
entre benigna e maligna, ou cística e sólida pelo 
exame clínico. Entretanto, os achados do exame, 
interpretados em conjunto com a imagem e o 
exame patológico (teste triplo), contribuem 
significativamente para as decisões sobre o 
tratamento. 
 
 Exame físico 
 
A mama possui o formato de uma vírgula e 
seu prolongamento axilar corresponde à cauda 
de Spence. Essa extensão pode ser volumosa, em 
especial durante a gravidez e a lactação, e 
costuma ser confundida com uma massa axilar. 
 
Amanda Freitas Medicina 6° Período 
2 
 
O exame clínico da mama começa com 
sua inspeção para determinar se há ondulação, 
retração do mamilo ou alterações na pele. A 
presença e a característica de descarga mamilar 
são registradas. Além disso, a localização de uma 
massa deve ser especificamente documentada 
de acordo com sua posição no quadrante, e a 
distância desde seu centro até o centro do 
mamilo deve ser aferida com uso de uma régua 
ou compasso. 
Embora apenas com o exame clínico não 
seja possível excluir a possibilidade de câncer, a 
observação de que a massa apresenta 
características benignas, como consistência 
macia, formato arredondado e mobilidade, 
influenciará a decisão final de extirpar ou observar 
a lesão. A avaliação também deverá incluir 
exame cuidadoso de axilas, fossa infraclavicular e 
fossa supraclavicular. 
 
 
 Diagnóstico por imagem 
 
O diagnóstico por imagem de uma massa 
suspeita pode ser iniciado com mamografia que 
inclui magnificação, compressão extra ou visões 
extras, além das habituais incidências 
mediolaterais oblíquas e craniocaudais que 
costumam ser usadas para rastreamento. 
Diferentemente da mamografia de 
rastreamento, a mamografia diagnóstica pode ser 
adequada para mulheres de qualquer idade. 
Além disso, a ultrassonografia é inestimável para 
determinar se uma massa é cística ou sólida e faz 
parte da maioria dos algoritmos de imagem 
diagnóstica. 
Certas características das massas sólidas, 
como margens irregulares, ecos internos ou 
proporção entre largura e altura < 1,7, sugerem 
malignidade. 
Os resultados das imagens diagnósticas 
devem ser resumidos de acordo com a 
classificação do Sistema de Banco de Dados e de 
Relatórios das Imagens das Mamas (BI-RADS). As 
lesões classificadas como BI-RADS 5 são altamente 
sugestivas de malignidade, e ≥ 95% delas serão 
cancerosas. Classificações numericamente 
decrescentes estão associadas à menor 
probabilidade de malignidade. 
 
 
 Biópsia de mama 
 
A avaliação de uma massa sólida de 
mama é finalizada com biópsia por agulha. Essas 
biópsias devem ser realizadas após exame de 
imagem ou, no mínimo, duas semanas antes do 
exame de imagem, uma vez que o trauma 
tecidual resultante pode produzir artefatos de 
imagem que simulam malignidade. As opções 
incluem biópsia por punção aspirativa com 
agulha fina (PAAF) ou biópsia por agulha grossa. 
 
 Teste triplo 
 
A combinação de exame clínico, de 
imagem e biópsia por agulha é denominada teste 
triplo. Quando todas essas avaliações sugerem 
lesão benigna ou câncer de mama, o teste triplo 
é considerado concordante. 
Um teste triplo concordante benigno é 99% 
acurado, e os nódulos mamários nessa categoria 
Amanda Freitas Medicina 6° Período 
3 
 
podem ser acompanhados apenas com exame 
clínico a cada seis meses. 
Se qualquer uma das avaliações sugerir 
malignidade, o nódulo deve ser retirado 
independentemente dos resultados das outras 
duas avaliações. Considera-se apropriada a 
conduta de oferecer à paciente a possibilidade 
de retirada de um nódulo mamário avaliado por 
completo, mesmo com teste concordante 
benigno, já que esses nódulos podem ser fonte de 
ansiedade significativa. 
 
Cistos 
 
↪ A maioria dos cistos mamários forma-se a partir 
de metaplasia apócrina de ácino lobular. Em 
geral, são revestidos por uma única camada 
de epitélio, que varia de plano a colunar. 
↪ Os cistos de mama são diagnosticados e 
classificados a partir de exame 
ultrassonográfico. 
↪ Existem três tipos de cistos: simples, 
complicado e complexo. 
↪ Os cistos simples são sonoluscentes, com 
margem definida e reforço acústico posterior. 
Essas lesões não exigem tratamento ou 
monitoramento especial, mas podem ser 
aspiradas de forem dolorosas. Os cistos 
recorrentes podem ser submetidos a novos 
exames de imagem e à nova punção com 
aspiração, mas se sintomáticos, a melhor 
conduta é a excisão. 
↪ Os cistos complicados apresentam ecos 
internos à ultrassonografia e algumas vezes 
não é possível distingui-los de massas sólidas. 
Todos os cistos complicados devem ser 
aspirados. O material aspirado pode ser 
submetido à cultura, se for purulento ou à 
citologia. Se a anormalidade ultrassonográfica 
não se resolver por completo com a 
aspiração, deve-se realizar biópsia por agulha 
grossa. 
↪ Os cistos complexos apresentam septações ou 
massas intracísticas ao exame USG. A massa 
intracística geralmente é um papiloma. 
Recomenda-se a excisão de todos os cistos 
complexos. 
 
Fibroadenoma 
 
↪ Os fibroadenomas representam uma 
anormalidade focal no desenvolvimento de 
um lóbulo mamário e, como tal, não são 
neoplasias verdadeiras. 
↪ Histologicamente, são constituídos por 
estruturas glandulares e epiteliais císticas 
envolvidas por estroma celular. 
↪ Em geral, surgem na adolescência, são 
identificados frequentemente na pré-
menopausa e sofrem involução após a 
menopausa.↪ Os fibroadenomas classificados como 
benignos no teste triplo concordante podem 
ser acompanhados com segurança sem 
excisão. 
↪ Um fibroadenoma que estiver crescendo 
deve excisado. 
 
Tumores filoides 
 
↪ Os tumores filoides são similares aos 
fibroadenomas. 
↪ Nos tumores filoides, as células estromais são 
monoclonais e neoplásicas. 
↪ Esses tumores são classificados como 
benignos, intermediários ou malignos, com 
Amanda Freitas Medicina 6° Período 
4 
 
base em grau de atipia das células estromais, 
número de mitoses, características das 
margens do tumor e abundância de células 
estromais. 
↪ São responsáveis por menos de 1% das 
neoplasias de mama e a média de idade de 
diagnóstico é de 40 anos. 
↪ Os tumores malignos podem produzir 
metástase para órgãos distantes, e o pulmão 
é o sítio primário. 
↪ As radiografias simples ou a tomografia 
computadorizada do tórax fazem parte dos 
exames para estadiamento nos casos 
malignos. 
↪ É raro os tumores filoides produzirem metástase 
para linfonodos e, portanto, não há 
necessidade de estadiamento axilar, exceto 
se houver linfonodos clinicamente envolvidos. 
↪ O tratamento consiste na excisão local com 
margem mínima de 1 cm. 
↪ A mastectomia pode ser necessária para que 
se obtenha essa margem, uma vez que o 
tamanho médio do tumor é de 5 cm. 
 
Descarga papilar 
 
↪ Em geral, o líquido tem origem em mais de um 
ducto e sua coloração pode variar de branca 
leitosa a verde-escura ou marrom. 
↪ A cor esverdeada está relacionada à 
presença de diepóxido de colesterol, não 
sendo sugestiva de infecção ou de 
malignidade subjacente. 
↪ As descargas multiductais que ocorrem 
apenas após expressão manual, são 
consideradas fisiológicas e não exigem 
avaliação adicional. 
↪ As descargas espontâneas devem ser 
consideradas patológicas e merecem 
avaliação. 
↪ A descarga espontânea leitosa→ 
denominada galactorreia pode ter várias 
causas. 
↪ Descarga multiductal hemorrágica é comum 
durante a gravidez. 
↪ Defini-se descarga papilar como patológica 
quando é: uniductal, espontânea, serosa ou 
hemorrágica. 
↪ A maioria das descargas patológicas do 
mamilo é causada por papilomas intraductais 
benignos, que são pólipos simples nos ductos 
lactíferos. 
↪ A avaliação da descarga patológica do 
mamilo se inicia com o exame da mama. 
↪ O teste de sangue oculto e o exame 
microscópico fornecem informações 
adicionais. 
↪ Após esses exames há indicação de 
mamografia diagnóstica e de avaliação dos 
ductos subareolares por ductografia, 
ductoscopia ou USG mamária. 
↪ A descarga patológica do mamilo é 
diagnosticada e tratada definitivamente com 
a excisão do ducto subareolar→ 
microductectomia. 
 
Amanda Freitas Medicina 6° Período 
5 
 
 
 
 
Infecções mamárias 
 
↪ As infecções mamárias costumam ser divididas 
em puerperais, que ocorrem durante a 
gravidez e a lactação, e não puerperais. 
 
 Infecções puerperais 
 
↪ É caracterizada por eritema difuso, sensível e 
quente da mama com sinais sistêmicos de 
infecção, como febre, mal-estar, mialgias e 
leucocitose. 
↪ O tratamento com antibióticos orais ou 
intravenosos é bem-sucedido, dependendo 
da gravidade, mas a infecção também pode 
progredir formando abscessos 
parenquimatosos profundos que exigem 
drenagem cirúrgica. 
↪ A USG é indicada para identificação de 
abscessos parenquimatosos profundos. 
↪ As mulheres com mastite puerperal deverão 
continuar a amamentar ou retirar o leite por 
bomba durante o tratamento para evitar 
estase do leite, o que poderia contribuir para 
a evolução da infecção. 
↪ Mamilos rachados ou escoriados podem ser 
fonte de entrada de bactérias → tratar com 
loções ou unguentos à base de lanolina. 
↪ Prescrição por 7 dias de cefalexina ou 
dicloxacilina 500 mg VO 4x/dia ou associação 
de amoxicilina e clavulanato 500 mg VO 
3x/dia. 
↪ Se não houver melhora → suspeitar de 
Staphilococcus aureus → sulfametoxazol-
trimetoprima 1 ou 2 cp VO 3x/dia ou 
clindamicina 300 mg VO 3x/dia. 
↪ Nas pacientes graves → clindamicina 600 mg 
IV 8/8 h ou vancomicina 1g 12/12 h por 24 a 48 
hrs → completar tratamento por VO até 
completar 7-10 dias. 
 
 Infecções não puerperais 
 
↪ Celulite: exames de imagem + biópsia para 
excluir câncer de mama inflamatório. 
↪ Abscesso: classificados como periféricos ou 
subareolares. 
o Abscessos periféricos: foliculite ou 
infecção de cistos de inclusão 
epidérmica, ou de glândulas de 
Montgomery. Trata-se com drenagem 
+ antibióticos. 
o Abscessos subareolares: originam-se 
de ductos lactíferos obstruídos. 
Tratamento efetivo com excisão do 
ducto e remoção total do complexo 
ductal. Se drenagem→ realizar biópsia 
para descartar câncer. 
Amanda Freitas Medicina 6° Período 
6 
 
Mastalgia 
 
↪ A dor na mama é comum e a prevalência é 
maior nas mulheres perto da menopausa em 
comparação com as mais jovens. 
↪ Etiologia não está determinada, mas pode 
estar relacionada com alterações no 
conteúdo aquoso intersticial e na pressão 
intersticial, mediadas por estrogênio e 
progesterona. 
↪ Pode ser classificada como cíclica ou acíclica. 
o Acíclica: costuma ser focal e sem 
relação com o ciclo menstrual. Deve 
ser identificada com exame físico 
cuidadoso + exame de imagem 
focado + biópsia; 
o Cíclica: costuma ser bilateral, difusa, 
mais intensa no final da fase lútea do 
ciclo menstrual. Tende a sofrer remissão 
com o início da menstruação. Não 
requer avaliação especifica e é 
tratada com AINES. 
 
 
Doença mamária proliferativa benigna 
 
 Alteração fibrocística 
 
↪ Os componentes teciduais primários da mama 
são gordura, estroma fibroso e estruturas 
epiteliais. 
↪ O componente hormônio- -responsivo é o 
epitélio, mas há comunicação parácrina 
considerável entre o epitélio e o estroma. 
↪ O estímulo hormonal pode resultar em um 
ácino lobular dilatado repleto de fluido, 
interpretado como microcisto nos cortes 
histológicos e com frequência acompanhado 
de relativa abundância de estroma. Em geral, 
esse quadro é denominado alteração 
fibrocística. 
↪ Dependendo do padrão particular das 
estruturas epiteliais e do estroma associado, a 
mama pode ter aspecto denso na 
mamografia, ser percebida como nodular à 
palpação, ou ambas. 
↪ A alteração fibrocística costuma ser 
classificada como proliferativa ou não 
proliferativa, de acordo com as características 
epiteliais do processo. 
 
 Hiperplasia ductal e lobular 
 
↪ Na maioria das vezes, as alterações 
proliferativas desenvolvem-se nos ductos 
terminais e nos ácinos dos lóbulos. 
↪ Essas estruturas são revestidas por uma 
camada interna de células epiteliais luminais 
cuboides e uma camada externa de células 
mioepiteliais. 
↪ A proliferação das células epiteliais luminais 
resulta em ductos terminais ou em ácinos com 
várias camadas de células, o que é referido 
como hiperplasia ductal ou lobular, 
respectivamente. 
↪ À medida que esse processo evolui, os ductos 
terminais ou os ácinos passam a ficar envoltos 
pelas células, que começam a apresentar 
atipia nuclear → hiperplasia ductal atípica 
(HDA) ou hiperplasia lobular atípica (HLA). 
↪ Cada vez mais os ductos terminais ou os ácinos 
ficam envolvidos, e essa condição é 
reconhecida como carcinoma ductal in situ 
(CDIS) ou carcinoma lobular in situ (CLIS). 
 
 
Amanda FreitasMedicina 6° Período 
7 
 
Carcinoma lobular in situ 
 
↪ Não está associado a quaisquer 
características mamográficas ou palpáveis 
específicas, por isso só é diagnosticado 
incidentalmente. 
↪ O CLIS clássico tradicionalmente não é visto 
como precursor direto de câncer de mama, 
mas sim como um marcador de risco 
aumentado. Isto porque os cânceres de 
mama subsequentes desenvolvem-se com 
frequência quase igual em ambas as mamas. 
↪ O carcinoma lobular in situ tende a ser 
multifocal e bilateral. Portanto, a excisão local 
com margens cirúrgicas livres de doença 
quase sempre é impossível e desnecessária. 
↪ As opções de tratamento incluem 
acompanhamento com reforço na vigilância, 
quimioprevenção ou mastectomia profilática 
bilateral. 
↪ O acompanhamento deve incluir exames 
clínicos e mamografia duas vezes ao ano, 
alternando com imagem por ressonância 
magnética (RM) de rastreamento. 
↪ Os cânceres lobulares infiltrantes, que podem 
se desenvolver, frequentemente não 
aparecem nas imagens mamográficas. 
↪ A maioria das pacientes com CLIS rejeita a 
mastectomia profilática bilateral. No entanto, 
para aquelas com CLIS e história familiar de 
câncer de mama, ou para aquelas que 
continuam necessitando de múltiplas biópsias, 
a opção por mastectomia frequentemente é 
bem-vinda. 
 
Carcinoma ductal in situ 
 
↪ As células cancerosas preenchem porções de 
um sistema ductal mamário sem invadir sítios 
além da membrana basal do ducto. 
↪ Embora as células do CDIS acumulem muitas 
das alterações do DNA comuns ao câncer de 
mama invasivo, elas não possuem certas 
alterações decisivas que possibilitariam sua 
permanência fora do ducto. 
↪ O CDIS é classificado como câncer de mama 
de estádio 0. 
↪ Na maioria das vezes é diagnosticado por 
mamografia de rastreamento e 
frequentemente está associado a 
calcificações pleomórficas, lineares ou 
ramificadas. 
↪ O carcinoma ductal in situ é classificado em 
função de tipo morfológico, presença ou 
ausência de comedonecrose e graduação 
nuclear. 
↪ Os tipos morfológicos mais comuns incluem 
cribriforme, sólido, micropapilar e comedo. 
↪ A comedonecrose aparece como um núcleo 
necrótico eosinofílico abaixo do centro de um 
ducto envolto com células cancerígenas. 
↪ De todas as variáveis classificatórias, o grau 
nuclear é a mais preditiva para câncer 
invasivo associado, extensão da doença e 
recorrência após o tratamento. 
↪ O CDIS sem tratamento completo pode 
recidivar localmente, e 50% das recorrências 
estão associadas a câncer de mama invasivo 
totalmente desenvolvido. 
↪ O tratamento principal do CDIS é excisão 
ampla com margem negativa. Para tanto, 
talvez haja necessidade de mastectomia se o 
CDIS for extenso ou se houver outras 
contraindicações à conservação da mama. 
↪ Quando for possível a conservação da mama, 
a irradiação pós-operatória da mama reduzirá 
a taxa de recorrência local de 18 para 9%, 
sendo este o tratamento adjuvante-padrão. 
↪ Recomendam-se cinco anos de 
administração de tamoxifeno para os casos de 
CDIS positivo para receptor de estrogênio, 
tratados com conservação da mama. 
 
 
 
Amanda Freitas Medicina 6° Período 
8 
 
 Doença de Paget do mamilo 
 
↪ Esse tipo de CDIS apresenta-se como rash 
eczematoso focal do mamilo. 
↪ Células do carcinoma ductal, em resposta a 
substâncias quimioatrativas secretadas por 
células da derme, migram para a superfície do 
mamilo provocando rachadura na pele. 
↪ A condição é de fácil diagnóstico histológico 
após a excisão da ponta do mamilo afetado 
sob bloqueio anestésico local de 
aréola/mamilo. 
↪ A mamografia identifica densidades ou 
calcificações suspeitas. 
↪ O tratamento inclui excisão ampla com 
margens negativas. A conservação da mama, 
que requer ressecção central mamária 
incluindo o complexo mamilo-aréola e toda a 
área subjacente identificável como 
comprometida pela doença, é seguida por 
radioterapia pós-operatória na mama. 
↪ O estadiamento axilar por biópsia do LNS não 
é necessário, exceto se um componente 
invasivo for identificado ou tiver sido realizada 
mastectomia total. 
 
 
Fatores de risco para câncer de mama 
 
↪ Ser do gênero feminino; 
↪ Idade avançada; 
↪ Menarca precoce (< 12 anos); 
↪ Menopausa tardia (> 55 anos); 
↪ Primeira gravidez após os 30 anos; 
↪ Nuliparidade; 
↪ Uso de contraceptivos orais; 
↪ Terapia de reposição hormonal pós-
menopausa; 
↪ Etilismo, sobrepeso e obesidade, inatividade 
física, exposição à radiação ionizante; 
↪ Tabagismo? 
↪ Fatores genéticos: genes BRCA1, BRCA2 
PALB2, CHEK2, BARD1, ATM, RAD51C, RAD51D, 
TP53; 
↪ Doença mamária proliferativa benigna e 
história familiar; 
 
Rastreamento do câncer de mama 
 
 Mamografia de rastreamento 
 
↪ É atualmente o melhor e mais validado meio 
de rastreamento do câncer de mama. 
 
 Ultrassonografia de rastreamento 
 
↪ Identifica câncer não percebido à 
mamografia em menos de 1% das mulheres; 
↪ A USG de rastreamento é demorada e sua 
precisão é altamente dependente do 
operador; 
 
 Ressonância magnética de rastreamento 
 
↪ É interessante ser realizado em mulheres de 
alto risco; 
↪ Apresenta alto custo e pode dar resultados 
falso-positivos; 
↪ Requer radiologistas especialmente treinados, 
especializados no equipamento; 
↪ Pode ser realizada com ou sem contraste 
intravenoso de gadolínio; 
 
 Exame físico de rastreamento 
 
↪ Não deve ser negligenciado; 
↪ Alta sensibilidade; 
Amanda Freitas Medicina 6° Período 
9 
 
↪ Grande importância do autoexame; 
 
 Termografia 
 
↪ Exibe informações sobre as variações de 
temperatura em tecidos da mama; 
 
 Tomossíntese 
 
↪ Fornece várias imagens bidimensionais em 
diversos ângulos da mama; 
 
 Critérios de rastreamento do câncer de mama 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Câncer de mama invasivo 
 
 Características do tumor 
 
↪ O carcinoma ductal infiltrante é a forma mais 
comum de câncer de mama invasivo (80%), e 
o carcinoma lobular infiltrante é a segunda 
mais comum (15%), outras malignidades, 
como tumores filoides, sarcoma e linfoma, 
formam o restante. 
↪ Sem considerar o estádio, as características do 
tumor primário que mais influenciam o 
prognóstico e as decisões de tratamento são 
status de receptor hormonal, grau nuclear e 
expressão Her-2/neu. 
↪ Quase dois terços dos cânceres de mama são 
positivos para o receptor de estrogênio- -
progesterona. Em geral, essa característica 
está associada a prognóstico melhor e a mais 
opções de tratamento. 
 
 Estadiamento do câncer de mama 
 
↪ Cada paciente é classificada em um estádio 
clínico e em um estádio patológico. 
↪ O estádio clínico tem como base exame 
clínico e achados radiográficos, e o estádio 
patológico tem como base as medidas reais 
do tumor e as avaliações patológicas dos 
linfonodos após a cirurgia primária. 
↪ O estadiamento cirúrgico do câncer de 
mama tem como base o sistema TNM, que 
inclui tamanho do tumor primário (T), ausência 
ou presença e extensão de metástase em 
linfonodos regionais (N, de node) e presença 
ou ausência de metástases a distância (M). 
↪ O sítio de metástase mais comum no câncer 
de mama é o osso, e a prática varia em 
relação ao rastreamento para doença 
metastática. No entanto, as modalidades de 
rastreamento comuns incluem TCs do tórax, do 
abdome e da pelve combinadas com 
cintilografia óssea ou com tomografia por 
emissão de pósitrons (PET). 
↪ Metástases axilares podem ser diagnosticadas 
na fase pré-operatória por meio de biópsia 
com agulha guiada por ultrassonografia em 
Amanda FreitasMedicina 6° Período 
10 
 
18% das pacientes com axilas clinicamente 
negativas. 
 
 
 Tratamento do câncer de mama 
 
↪ Cirúrgico: Seguindo-se à quadrantectomia, a 
radioterapia em toda a mama é o 
procedimento-padrão. Pode ser feita também 
a mastectomia radical com dissecção de 
linfonodos axilares. 
↪ Quimioterápico: inclui uma antraciclina, como 
a doxorrubicina, em conjunto com 
ciclofosfamida. 
↪ Terapia hormonal: é empregada para tumores 
positivos para receptor de estrogênio. Nas 
pacientes antes ou após a menopausa, uma 
opção é o modulador seletivo do receptor de 
estrogênio, tamoxifeno. 
↪ Radioterapia 
 
 Acompanhamento 
 
↪ Deve incluir anamnese e exame físico 
periódicos, tanto gerais quanto direcionados 
para a detecção de sinais ou sintomas de 
recorrência. 
↪ Exames laboratoriais e de imagem são 
realizados para investigação complementar 
de sinais ou sintomas específicos. 
 Câncer de mama inflamatório 
 
↪ É responsável por 1 a 5% dos cânceres de 
mama. 
↪ Esse câncer apresenta-se com alterações na 
pele que podem variar desde um rosado claro 
até um rash vermelho vivo associado a edema 
de pele (alteração em casca de laranja). 
↪ Distingue-se do câncer de mama primário 
avançado sem tratamento por suas instalação 
e evolução rápidas, em poucas semanas. 
↪ O câncer se espalha por toda a mama e cria 
endurações difusas. Como resultado, a mama 
pode aumentar em duas a três vezes o seu 
volume original em semanas. 
↪ A investigação deve sempre incluir 
mamografia diagnóstica e biópsia por punção 
da pele, mas pode haver necessidade de 
biópsias múltiplas e exames adicionais de 
imagem, como RM ou rastreamento com 
sestamibi. 
↪ O tratamento inicial inicial inclui quimioterapia 
de indução, seguida de mastectomia radical 
modificada (mastectomia total e dissecção 
axilar) seguidas por radioterapia pós-
operatória na parede do tórax com ou sem 
quimioterapia adicional. 
 
Prevenção do câncer de mama 
 
↪ Mudança de fatores de risco modificáveis 
↪ Atividade física regular 
↪ Autoexame das mamas regularmente 
↪ Acompanhamento médico assíduo (a cada 
seis meses para mulheres com alto risco) 
↪ Atenção aos sinais de alterações mamárias: 
 
Referências Bibliográficas 
↪ Ginecologia de Willians-Hoffman 2° ed; 
↪ NACIONAL DE CÂNCER, I.; GOMES DA SILVA, J. 
Ministério da Saúde Diretrizes para a Detecção 
Precoce do Câncer de Mama no Brasil.

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