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Patologias mamárias

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Victoria Karoline Libório Cardoso 
Imagens: Déborah Anny Oliveira 
Patologias mamárias 
 
 
Introdução 
 
As patologias da mama 
compõem acometimentos 
malignos e benignos, geralmente 
acompanhados de mastalgia (dor 
mamária), nódulos palpáveis, 
descarga papilar (saída de 
secreção do mamilo). 
 
Classificações das 
patologias 
 
Benignas: ​ocorrem comumente 
em mulheres pré-menopausa. 
 
Tumor filoides (benigno ou 
maligno):​ massa tipicamente 
grande e de rápido crescimento; 
se forma a partir de células 
estromais periductais da mama, 
sendo geralmente benigna. 
 
Carcinomas: ​ocorrem com mais 
incidência em mulheres 
pós-menopausa. 
 
Anatomia e fisiologia das 
mamas 
 
Antes da puberdade: ​poucos 
ramos de ductos e pequenos 
lóbulos. 
 
Puberdade:​ com a atuação do 
estrogênio e da progesterona 
tem-se uma maior extensão e 
ramificação dos ductos, assim 
como o desenvolvimento dos 
lóbulos. 
 
Pós 1° gestação completa: ​a 
prolactina e a progesterona 
atuam na diferenciação final das 
mamas. 
 
Porção glandular: 
 
● Possui entre 12 e 15 
ductos independentes 
que drenam em direção 
ao lóbulo mamário. 
 
● Cada lóbulo é formado 
por ácinos produtores de 
leite que drenam para 
um conjunto de 
pequenos ductos 
terminais. Esses ductos 
então se convergem e 
formam ductos de maior 
calibre. 
 
 
 
 
Obs:​ a maioria das doenças 
(malignas ou benignas) da mama 
surgem nessas estruturas 
ácino-ducto terminais. 
 
Alterações gerais e 
sintomatologia 
 
Mastalgia: ​dor mamária que 
pode ser uni ou bilateral, focal 
ou difusa, constante ou 
intermitente e cíclica ou acíclica. 
 
● Cíclica: ​relacionada ao 
ciclo menstrual, tem 
caráter bilateral, difusa e 
mais intensa ao final da 
fase lútea. 
 
○ Tende a cessar ao 
fim da 
menstruação. 
 
● Acíclica: ​costuma ser 
focal e constante ou 
intermitente. 
 
○ Causa: ​desde um 
cisto a um 
câncer. 
 
Obs: ​apenas 2-7% das mulheres 
com câncer de mama 
apresentam a dor como sintoma 
inicial. 
 
● É mais comum na 
pós-menopausa. 
 
Mastite: ​é um processo 
infeccioso no tecido mamário, 
pode ocorrer na gravidez, no 
 
 
puerpério e em períodos não 
puerperais.  
 
● Infecção puerperal​: 
costuma ser aguda e seu 
principal agente 
etiológico é o 
Staphylococcus aureus. 
Pode estar, associada a 
formação de abscessos. 
 
○ Sinais/sintomas: 
eritema, calor 
difuso, aumento 
do volume 
mamário; pode 
ter sinais 
sistêmicos como 
febre, mal-estar, 
mialgia e 
leucocitose. 
 
○ Tratamento: 
antibiótico, como 
a Cefalexina 
500mg oral, 
12-12h por 7 dias. 
Não se suspende 
a amamentação. 
 
○ Formação de 
abscessos:​ junção 
de tratamento 
medicamentoso e 
drenagem da 
mama. 
 
● Mastite não puerperal: 
comumente de evolução 
lenta, com várias 
aparições, surgindo em 
surtos e muitas vezes 
não percebida em 
quadros agudos. 
 
○ Tratamento: 
realiza-se um 
diagnóstico 
diferencial e 
trata-se a 
infecção inicial. 
 
Descarga papilar:​ muito comum 
e pode ter saída espontânea ou 
por expressão da mama. 
 
● Descarga (apenas) após 
expressão:​ geralmente é 
fisiológico. 
 
● Descarga espontânea: 
deve ser considerada 
patológica e precisa de 
investigação.  
 
● Colorações: ​leitoso, 
verde, marrom (“água de 
rocha”) e sanguinolento. 
 
● Descarga espontânea 
leitosa/galactorréia: 
pode ser por gravidez, 
puerpério, uso de 
medicamentos, 
hipotireoidismo, 
hiperprolactinemia, 
processos neoplásicos... 
 
Resumos das patologias 
mamárias 
 
 
 
Diagnóstico 
 
Mamografia (MMG):​ é a 1° 
escolha para investigação de 
alterações clínicas. 
 
● Trata-se de uma 
radiografia com 
especificidade de 94-97% 
e sensibilidade de 
61-89%. 
 
Ultrassonografia (USG):​ é 
complementar à mamografia, 
pois a MMG possui algumas 
limitações diagnósticas quando a 
mama é mais densa (mulheres 
mais jovens). 
 
● A USG complementar à 
MMG diagnostica lesões 
císticas sólidas. 
 
Ressonância magnética (RM):​ é 
mais sensível e específico do que 
a MMG, então é indicada quando 
as lesões não são bem vistas na 
MMG e/ou na USG. Pode ser 
usada com ou sem contraste de 
gadolínio. 
 
● Ponto negativo: ​alto 
custo e alta possibilidade 
de falsos positivos. 
 
BI-RADs - Sistema de Banco de 
Dados e de Relatórios de 
Imagens das Mamas:​ local de 
classificação dos diagnósticos. 
 
● Quanto menor a 
classificação, menor a 
chance de malignidade. 
 
● Classificação 0: 
inconclusivo; faz-se 
avaliação adicional de 
imagem ou comparação 
com exames anteriores. 
 
● Classificação 1: ​sem 
alteração; faz-se 
rastreamento normal. 
 
● Classificação 2:​ benigno; 
faz-se rastreamento 
normal. 
 
● Classificação 3: 
provavelmente benigno; 
faz-se controle 
radiológico a cada 6 
meses no 1° ano e 
anualmente nos 2 anos 
seguintes. 
 
● Classificação = 4 (A, B, 
C);​ faz-se biópsia. 
 
 
○ A:​ baixo grau de 
suspeição. 
 
○ B:​ intermediário 
grau de 
suspeição. 
 
○ C: ​alto grau de 
suspeição. 
 
● Classificação 5:​ sugestão 
de malignidade; faz-se 
biópsia. 
 
● Classificação 6: 
confirmação histológica 
de câncer (biópsia 
conhecida e malignidade 
comprovada); faz-se 
tratamento. 
 
Obs: ​classificações ​>​ 5 sugerem 
malignidade e 95% são 
cancerígenas. 
 
PAAF - biópsia por Punção 
Aspirativa com Agulha Fina: 
permite análise citológica (ou 
por agulha grossa, que permite a 
análise histológica). Método de 
complemento do exame físico 
e/ou dos exames de imagem. 
 
● Ponto positivo:​ menor 
tempo de demora para 
realização e custo 
reduzido. 
 
● Ponto negativo:​ menor 
probabilidade de um 
diagnóstico específico, 
costumando ter 
amostras insuficientes, 
dificultando a 
diferenciação da lesão. 
 
Etiologia das patologias 
mamárias 
 
AFBM - Alterações Funcionais 
Benignas da Mama: ​são sinais e 
sintomas como as mastalgias, o 
derrame papilar e os cistos. 
 
● Cistos:​ ​comum na 
perimenopausa, pode ter 
diversos tamanhos e 
conteúdos variáveis 
(líquido/sólido, cor 
amarelo-esverdeado ou 
sanguinolento). Podem 
causar dor pela 
distensão de tecidos e a 
classificação se dá pela 
USG. 
 
● Cistos simples: ​margem 
definida e reforço 
acústico posterior na 
USG. Não precisa de 
tratamento ou 
monitoramento 
específico, a não ser que 
haja dor, sendo 
necessária aspiração do 
conteúdo. 
 
● Cistos complicados: 
apresentam ecos 
internos à USG pela 
presença de resíduos 
(debris celulares, 
proteínas, sangue…). São 
de difícil distinção de 
massas sólidas, então 
devem ser aspirados, 
podendo ou não haver 
posterior biópsia de 
agulha grossa. 
 
● Cistos complexos: 
apresentam septações ou 
massas intracísticas, 
geralmente um papiloma, 
mas pode ser um tumor 
intracístico, então 
recomenda-se a excisão 
dos cistos.  
 
Fibroadenoma: ​tumor benigno 
comum em mulheres de idade 
reprodutiva (menor de 30 anos). 
É móvel, bem delimitado, de 
crescimento lento e pode ser 
múltiplo. Sua natureza é 
hiperplásica, podendo ser de 
estroma ou de epitélio. 
 
● Em mulheres com até 35 
anos e o tumor entre 2,5 
e 3 cm, realiza-se exame 
de imagem e PAAF. Caso 
o BIRADS for 2 ou 3, 
realiza-se a conduta 
adequada de cada 
classificação. 
 
Doença mamária proliferativa 
benigna: ​geralmente em ductos 
terminais e/ou ácinos. Sua 
proliferação de células epiteliais 
causa ductos terminais ou 
ácinos com várias camadas de 
células. Tais alterações 
chama-se “hiperplasia ductal ou 
lobular”, respectivamente.  
 
● Essas proliferações 
possuem risco de 4,5% 
para desenvolvimento de 
câncer de mama. 
 
Carcinoma 
 
● Carcinoma lobular ​in 
situ​:​ é um marcador de 
risco aumentado para 
câncer de mama. Tem 
característica multifocal 
e bilateral.  
 
○ Tratamento: 
quimioprevenção 
e reforço de 
vigilância, pois 
sua excisão é 
difícil e por isso 
não costuma 
ocorrer. 
 
 
● Carcinoma ductal ​in 
situ​: ​os ductos mamários 
são preenchidos por 
células cancerosas, mas 
não invadem além da 
membrana basal, pois 
não sobrevivem fora dos 
ductos. Assim, 
considera-se um câncer 
de mama estágio 0. 
 
○ Diagnóstico: 
mamografia de 
rastreamento;pode estar 
associado a 
calcificações 
pleomórficas 
lineares ou 
ramificadas.  
 
○ Tratamento: 
excisão da lesão 
com margem 
negativa e em 
casos de maior 
extensão, 
recomenda-se 
uma 
mastectomia 
total. 
 
○ Caso não tratado: 
há 50% de 
chance de 
recidiva com 
carcinoma 
invasivo. 
 
Câncer de mama: ​97% são 
primários e 3% metastáticos de 
outros sítios, sendo o carcinoma 
invasivo o mais comum, seguido 
pelo carcinoma lobular invasivo.  
 
● Prevenção: ​avaliação dos 
fatores de risco, toque 
manual das mamas e 
MMG para mulheres de 
50-69 anos a cada 2 
anos. 
 
● Teste triplo:​ exame 
clínico + radiológico + 
biópsia. 
 
● Imuno-histoquímica: 
quantifica os receptores 
de estrogênio (RE), de 
progesterona (RP) e os 
receptores de 
crescimento epidérmico 
humano tipo 2 (HER2). 
 
● Genes de suscetibilidade 
ao câncer de mama: 
BRCA1 e BRCA2. 
 
● Após confirmação do 
câncer de mama: 
deve-se realizar o 
estadiamento para 
planejamento do 
tratamento. Cada 
paciente é classificada 
quanto ao estádio clínico 
e patológico. 
 
○ Estádio clínico: 
baseia-se nas 
informações 
clínicas e 
radiológicas. 
 
○ Estádio 
patológico: 
baseia-se nas 
medidas do 
tumor e avaliação 
dos linfonodos. 
 
○ Estadiamento 
cirúrgico: 
baseia-se no 
TNM (tumor, 
linfonodos e 
metástase). 
 
● Tratamento: ​depende do 
perfil da paciente, do 
estadiamento do tumor, 
dos fatores de risco em 
relação ao tumor, dos 
fatores prognósticos do 
tumor e da relação 
tumor/mama. 
 
● Cirurgia:​ mastectomia 
simples, radical, 
poupadora de pele ou 
adenomastectomia 
(preserva o complexo 
areolomamilar). 
 
● Hormonioterapia: 
tratamento adjuvante 
com Tamoxifeno (na 
pré-menopausa) ou com 
inibidor da aromatase 
(na pós-menopausa) 
quando o tumor possui 
receptores hormonais 
positivos. 
 
● Radioterapia: ​realiza-se 
nas cirurgias 
conservadoras 
(mastectomia com tumor 
de 5 cm e/ou com 
comprometimento 
axilar). 
● Quimioterapia:​ casos 
mais avançados e/ou 
com mau prognóstico 
molecular. 
 
Caso clínico 
 
COPIAR O CASO CLÍNICO DO 
CELULAR. 
 
Possíveis diagnósticos: 
 
● Fibroadenoma. Tumor 
benigno comum em 
mulheres de idade 
reprodutiva (menor de 
30 anos). É móvel, bem 
delimitado, de 
crescimento lento e pode 
ser múltiplo. Sua 
natureza é hiperplásica, 
 
podendo ser de estroma 
ou de epitélio. 
 
● Em mulheres com até 35 
anos e o tumor entre 2,5 
e 3 cm, realiza-se exame 
de imagem e PAAF. Caso 
o BIRADS for 2 ou 3, 
realiza-se a conduta 
adequada de cada 
classificação. 
 
● Diagnóstico diferencial: 
lipoma. 
 
Trata-se de câncer de mama? 
Explique. 
 
● Não, pois deu BI-RADS 3, 
exame histopatológico 
benigno e características 
benignas.: 
 
○ Classificação 3: 
provavelmente 
benigno; faz-se 
controle 
radiológico a 
cada 6 meses no 
1° ano e 
anualmente nos 2 
anos seguintes. 
 
● Além disso, paciente 
jovem, a massa é móvel, 
bem delimitada e com 
superfície lisa, 
consistência 
fibroelástica, indolor a 
palpação, ecotextura 
homogênea 
 
Recomendações para o rastreio 
do câncer de mama: 
 
● Avaliação dos fatores de 
risco, toque manual das 
mamas e MMG 10 anos 
antes da idade de um 
parente próximo com 
histórico de câncer de 
mama.  
 
Qual o exame de imagem de 
escolha para investigação de 
nódulos mamários palpáveis? 
 
● Ultrassonografia. 
 
Qual a conduta nos cistos 
múltiplos impalpáveis nas 
mamas? 
 
● Faz-se o exame de 
ultrassom para seguinte 
categorização dos cistos. 
 
Qual a categorização utilizada 
para o achado de nódulos na 
mamografia? 
 
○ Estádio clínico: ​baseado 
nas informações clínicas 
e radiológicas. 
 
○ Estádio patológico: 
baseia-se nas medidas do 
tumor e avaliação dos 
linfonodos. 
 
○ Estadiamento cirúrgico: 
baseia-se no TNM 
(tumor, linfonodos e 
metástase). 
 
Aula 
 
13:20 - 14:00 tempo para resolver 
o caso clínico. 
 
14:00 - 14:20 Resolução do caso 
clínico com a turma toda. 
 
● Professora explicou:  
 
○ Recomendação 
do rastreio do 
câncer de mama 
 
○ Sinais de 
benignidade em 
nódulos. 
 
○ Exame de 
imagem de 1° 
escolha: 
ultrassonografia. 
 
○ Conduta nos 
cistos múltiplos 
não palpáveis. 
 
● Não explicou a última 
questão do caso clínico 
(categorização utilizada 
para o achado de 
nódulos na mamografia). 
 
14:20 - 15:00 explicação da 
matéria 
 
● Citou quais são os 
processos fisiológicos de 
alterações mamárias e 
quais são os de 
patologias mamárias. 
 
● Nomenclatura dos 
distúrbios do 
desenvolvimento 
mamário. 
 
● Citou quais são as 
alterações do mamilo e 
da aréola (mas não 
explicou o que são). 
 
● Explicou 
superficialmente o que 
são os cistos mamários, 
mas apenas lendo os 
slides (em torno de 1-2 
min na explicação de 
cistos). 
 
● Explicou 
superficialmente sobre o 
fibroadenoma, apenas 
lendo o slide (2-3 
minutos). 
 
● Explicou 
superficialmente sobre o 
tumor filoides, apenas 
lendo o slide (1 min ou 
menos). 
 
● Explicou 
superficialmente sobre o 
hamartomas, apenas 
lendo o slide (1-2 min). 
 
● Explicou 
superficialmente sobre o 
necrose gordurosa, 
apenas lendo o slide (1-2 
minutos). 
 
● Explicou 
superficialmente sobre o 
hiperplasia com atipias, 
apenas lendo o slide (1-2 
minutos). 
 
● Explicou 
superficialmente sobre o 
ginecomastia, apenas 
lendo o slide (2-3 
minutos). 
 
● Citou superficialmente 
sobre métodos 
diagnósticos, apenas 
lendo o slide, não 
explicou o que é PAAF, 
apenas disse o que 
significava, a mesma 
coisa sobre a mamografia 
e não como realizava. 
(1-2 minutos). 
 
● Considerações finais 
lendo o slide (1-2 
minutos). 
 
● Fatores de risco citados, 
mas por ser mais auto 
explicativo não teve 
tanto problema (1-2 min) 
 
● Exame físico citado, mas 
não explicado (2-3 min).  
● Categorias BI-RADS 
literalmente citado, mas 
por ser apenas uma 
categoria, não houve 
tanto problema.

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