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FAMEMA PRIMEIRA SÉRIE MEDICINA Amauri Doreto da Rocha Filho 2015 PROBLEM BASED LEARNING (PBL) 1) Histórico: É um método de aprendizagem ativa que surgiu na década de 60 na Universidade McMaster (Canadá) e disseminou-se para a Europa, principalmente, na Universidade de Maastricht (Holanda) e nos Estados Unidos. No Brasil, foi implantado, inicialmente, na FAMEMA e na UEL. 2) Funcionamento: Problema deve ser usado como estímulo à aquisição de conhecimento ao refletir a realidade, antecipando-a ao aluno. Problema deve ser estudado em pequenos grupos (facilita o aprendizado do trabalho em grupo, desenvolve mais facilmente o pensamento crítico e permite maior harmonia entre os estudantes) supervisionados por um tutor e/ou cotutor cuja função é dar suporte para que estudantes desenvolvam uma discussão produtiva (facilitando e orientando o aprendizado). Tutor deve garantir um mínimo de aprendizado, uma vez que busca é realizada com base em um brainstrom grupal e os estudantes possuem diferentes vivências (ou seja, diferenças entre os grupos são previstas); caso esse mínimo não seja atingido, problema é falho e deve ser reformulado. Resultados são focados no desenvolvimento de habilidades. 3) Benefícios: Método coloca o estudante na posição do construtor de conhecimento (é sujeito ativo), estimulando-o a aprender a partir de experiências prévias, ensinando-o a pensar estrategicamente e aumentando sua autoconfiança na resolução de problemas. Além disso, o método permite maiores conexões com a realidade prática da profissão e permite que os estudantes desenvolvam sua capacidade de comunicação. 4) Passos da Sessão de Tutoria: Leitura do problema, compreensão/identificação, brainstorm a partir de experiências prévias, formulação de hipóteses, identificação de objetivos por meio da formulação de perguntas, estudo individual e rediscussão à luz dos novos conhecimentos. Essa sequência é muito semelhante à do método científico, no qual observa-se uma situação, tenta-se compreendê-la, formula-se hipóteses para explicá-la, realiza-se um experimento (formulação de perguntas), avalia-se os resultados obtidos (estudo individual) e, por fim, elabora-se uma conclusão que confirme ou negue a hipótese (rediscussão). 5) Comparação com Método Tradicional: O que se chama, hoje, de “Pedagogia Ocidental Contemporânea” é fruto do pensamento dos gregos com alterações de alguns filósofos, sendo René Descartes o principal deles. Segundo o Método Cartesiano, tem-se duas premissas; a primeira diz que deve-se duvidar de tudo e questionar todas as “verdades” para se atingir uma conclusão enquanto a segunda diz que deve-se desmembrar o conhecimento em fragmentos cada vez menores para, assim, ter-se uma noção de cada pequena parte e, depois, deve-se juntá-las para compor o todo. O PBL é um método que segue a primeira premissa do Método Cartesiano, elaborando perguntas em cima de casos para verificar a validade das hipóteses formulados. O método tradicional, por outro lado, divide o conhecimento em diferentes disciplinas e cada disciplina também é dividida em áreas. O problema dessa divisão é o fato de o aluno não conseguir juntar tão eficientemente o conhecimento de cada uma dessas disciplinas e, assim, ter uma noção do todo; nesse sentido, observa-se, nas escolas, uma grande valorização da interdisciplinaridade. Outro problema do método tradicional é a autonomia dada ao docente sobre sua disciplina, que acumula conteúdo de ano para ano de forma quase anárquica e resulta em uma quantidade exaustiva e desnecessária de avaliações. SUS – SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE 1) Origem: Apesar de ter começado a funcionar apenas em 1991, foi um sistema de saúde criado em 5/10/1988 com a promulgação da Constituição Cidadã que, democrática, garante à população um acesso universal à saúde. 2) Princípios 2.1) Universalidade: Princípios baseado no sistema de saúde inglês pós-Segunda Guerra Mundial (posteriormente, também adotado pelo Canadá), garante o acesso à saúde a todos os brasileiros, sem discriminação. 2.2) Integralidade: Ação do SUS é voltada tanto à saúde individual quanto coletiva. 2.3) Equidade: Atendimento deve priorizar a necessidade dos pacientes, não sua ordem de chegada, mas deve ocorrer de forma que todos sejam atendidos. 3) Diretrizes 3.1) Descentralização: Cada esfera do poder público tem uma responsabilidade na manutenção do SUS. Município é responsável pelo atendimento de baixa complexidade, Estado é responsável pelos atendimentos de média e alta complexidade e União é responsável pela formulação e gerenciamento de políticas públicas. 3.2) Regionalização: Plano de atendimento é realizado de acordo com a área que engloba várias cidades, levando-se em consideração a existência de hospitais de referência em uma cidade e a ausência em outra. 3.3) Hierarquização: Casos devem ser direcionados para postos de saúde e hospitais de acordo com o grau de complexidade de cada um. 3.4) Resolubilidade: Organização deve ser feita para resolver casos da forma mais eficiente na medida do possível. 3.5) Participação da Comunidade: Atuação do cidadão na promoção da saúde participando de conselhos (municipais, estaduais ou nacionais) e de conferências nacionais em saúde. 3.6) Complementaridade do Setor Privado: Ao setor privado pode ser solicitado que contribua com o SUS em casos de superlotação da rede pública, falta de remédios e necessidade da realização de exames. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- OBSERVAÇÃO: Paciente é levado até unidade de atendimento de baixa complexidade (UBS ou USF). Se necessário, é encaminhado para unidade de atendimento de média complexidade (Unidade de Pronto Atendimento) com a guia de referência (guia que menciona estado do paciente ao chegar e sair da unidade e os procedimentos realizados). Caso a situação seja mais grave, ele é encaminhado para unidade de atendimento de alta complexidade (hospital) com uma guia de referência. Paciente pode ser levado diretamente para unidade de média ou alta complexidade sem passar pela de baixa complexidade. Uma vez que ele recebe alta, o hospital ou Unidade de Pronto Atendimento envia à USF desse paciente a guia de contra-referência (que menciona os procedimentos realizados, medicamentos a serem tomados, datas de retorno em consultas e outros elementos. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- 4) Unidades de Atendimento de Baixa Complexidade 4.1) Unidade Básica de Saúde (UBS): Composta por médicos especialistas (o que, geralmente, leva pacientes a preferirem tal unidade), é composta por, no mínimo, um clínico geral, um pediatra, um ginecologista, um enfermeiro e um dentista. Sua área de atuação abrange toda a cidade em que está localizada. Nessas unidades, o contato com o paciente é menor, estabelecendo-se um vínculo restrito. 4.2) Unidades de Saúde da Família (USF): Por abrangerem uma área limitada do município e realizarem um atendimento contínuo de acompanhamento das famíliasque nela se encontram, um maior vínculo médico-paciente é estabelecido. Composta por, no mínimo, médicos clínicos gerais ou especialistas em saúde da família, enfermeiro e dentista. O trio médico-enfermeiro-dentista compõe o trio gestor da USF (embora, na prática, uma boa parte das responsabilidades caia nas mãos do enfermeiro). Nelas, o agente comunitário de saúde é, obrigatoriamente, um morador da comunidade e é um elo entre a população local e a equipe de saúde, sendo responsável pelo registro e atualização das famílias, realização de ações de promoção e prevenção de saúde, além de identificar indivíduos expostos a situações de risco. O acolhimento feito é o primeiro contato entre o paciente e a unidade, devendo ser realizado por uma equipe multiprofissional qualificada para recepcionar esse paciente e ouvir suas primeiras queixas. ANATOMIA E HISTOLOGIA – INTRODUÇÃO 1) Coloração em Histologia: Uma técnica de coloração de elementos histológicos é a técnica hematoxilina-eosina (HE). Hematoxilina é corante básico arroxeado que cora estruturas ácidas/basófilas (como o núcleo). Eosina é corante ácido róseo que cora estruturas básicas/acidófilas (como o citoplasma). 2) Planos: Superfícies que atravessam o corpo. Pode ser sagital (divide corpo em lado direito e esquerdo, podendo ser mediano, quando o faz exatamente na metade, ou paramediano), frontal (divide corpo em partes anterior e posterior) e transverso/horizontal (divide corpo em parte superior ou inferior). 3) Posição Anatômica: É definida como a posição em que a pessoa está em pé, com a cabeça na posição horizontal, os olhos voltados diretamente para frente, os pés estão plantados no solo e dirigidos para frente enquanto os braços estão esticados, em cada lado, com as palmas voltadas para frente. CITOLOGIA – CICLO CELULAR E MECANISMOS DE MORTE 1) Ciclo Celular 1.1) Considerações Iniciais: O ciclo celular compreende o crescimento e a divisão mitótica. Um ciclo dura, geralmente, entre 12 e 24 horas, dependendo do tecido; 95% desse tempo corresponde à intérfase, ou seja, aos eventos celulares entre duas divisões mitóticas (mitose dura, em média, cerca de 1 hora). Células podem se dividir continuamente (células embrionárias ou de renovação rápida, como as do revestimento intestinal, do sistema linfático e da medula óssea; são células extremamente sensíveis a agentes químicos/fármacos e físicos/radiação, que afetam a replicação do DNA), permanecer em G0 e se dividirem apenas quando estimuladas (células desprovidas de fatores de crescimento, mantém baixo metabolismo e velocidade de síntese de macromoléculas, tendo tamanho reduzido e DNA não duplicado, o que caracteriza G0; nutrientes, hormônios de crescimento e estímulos mecânicos podem induzir a divisão dessas células, que correspondem, por exemplo, as hepatócitos, fibroblastos da pele, células renais, células do músculo liso, células do pâncreas, células dos ovários, células dos pulmões, células endoteliais, células ósseas e células da glândula adrenal) ou serem terminalmente diferenciadas (neurônios e células da musculatura esquelética e cardíaca permanece indefinidamente em G0 ao mesmo tempo que células sanguíneas e do epitélio, também nessa situação, tem vida curta e são continuamente substituídas a partir de células tronco pluripotentes, as stem cells ). 1.2) Fases 1.2.1) Interfase 1.2.1.1) Período G1: Caracteriza-se pelo reinício da síntese de RNA e proteínas após a mitose. No final dessa fase, tem-se o ponto de restrição (R); caso o acúmulo de proteínas sintetizadas alcance um determinado ponto crítico, células passa para a fase S da intérfase e, caso não alcance, célula passa para a fase G0. 1.2.1.2) Período S: Seu início é marcado pelo início da síntese de DNA, cujo conteúdo é dobrado/replicado. Surgem os pró-centríolos (primórdios dos centríolos). 1.2.1.3) Período G2: Término da replicação do DNA e reparação de eventuais erros (mecanismos sensores de natureza molecular impedem a continuidade do ciclo em caso de erros irreparáveis no DNA, levando à apoptose). Continuidade da síntese de RNA e proteínas, iniciada em G1. 1.2.2) Mitose 1.2.2.1) Prófase: Condensação gradual das fibras de cromatina em processo que as torna cromossomos individualizados (condensação e fundamental para evitar o emaranhamento e o rompimento do material genético durante sua distribuição nas células-filhas); processo é realizado por proteínas chamadas condensinas (as principais representantes são as histonas H1 e H3), que são ativadas por fosforilação. Conforme a cromatina se condensa e vira cromossomo, ela se torna geneticamente inativa, levando ao fim da síntese de RNAm e RNAr, à diminuição da síntese de RNAt e, consequentemente, à desorganização do nucléolo. No citoplasma, centrossomos atuam como centros polimerizadores de tubulina e microtúbulos, formando o fuso mitótico; conforme centrossomos se polarizam na célula, envoltório nuclear é desfeito e microtúbulos do fuso se prendem ao cinetócoro (estrutura proteica nos centrômeros dos cromossomos que é produzida no final da prófase, um momento que alguns autores dizem ser uma fase da mitose entre a prófase e a metáfase chamada de pró-metáfase). 1.2.2.2) Metáfase: Máximo grau de condensação dos cromossomos, que se alinham no equador da célula e, assim, formam a placa metafásica. 1.2.2.3) Anáfase: Encurtamente dos microtúbulos (que ocorre por perda de dímeros de tubulina) e aumento da distância entre os pólos da célula determinam a separação das cromátides-irmãs e sua migração para os pólos. 1.2.2.4) Telófase: Inicia-se quando os cromossomos-filhos atingem seus respectivos pólos. Núcleo se reconstitui e citoplasma se divide. 1.2.3) Citocinese: É a divisão do citoplasma (não ocorre em algumas células, como alguns hepatócitos e nas fibras musculares cardíacas, resultando em células com vários núcleos). Na maioria das células, começa na anáfase e termina logo após a conclusão da telófase. Enzima RhoA, ativada no córtex celular do futuro sítio de divisão, promove a montagem de anel de actina e miosina II (GTP se liga à enzima RhoA por troca de nucleotídeo no córtex celular do futuro sítio de clivagem). 1.3) Mecanismos de Controle 1.3.1) Externo: Hormônios conhecidos como fatores de crescimento agem fundamentalmente controlando a progressão de G1 para S, estimulando células em proliferação a ultrapassarem o ponto de restrição (R) e, assim, não estagnarem em G0 ou estimulando células em G0 a retornarem à atividade proliferativa. Mecanismo de regulação ocorre por meio de receptores de membrana. 1.3.2) Interno: Controle genético do ciclo celular é feito por meio de enzimas quinases (CdK) dependentes de ciclinas, que transferem grupo fosfato de um doador (ATP ou GTP) para um aminoácido aceptor (geralmente, serinas ou treoninas), o que é chamado de fosforilação (genes responsáveis pelas CdK’s constituem 2% do genoma humano). Essas CdK’s, ativadas ou inativadas durante o ciclo, promovem padrões cíclicos de fosforilaçãode proteínas que regulam os principais eventos do ciclo celular. Vários tipos de ciclinas podem se associar com vários tipos de CdK’s de forma a formarem um de quatro complexos ciclina-CdK. A fosforilação da proteína ribonuclease (Rb) resulta na liberação de fator E2F; este, além de ativar genes que promovem a progressão do ciclo celular (dando início à transcrição do DNA), como a ciclina E, também realiza a fosforilação da ribonuclease em um processo de retroalimentação positiva. 1.3.2.1) Complexo G1-CdK: Responsável pela decisão da célula de entrar ou não em divisão celular, sendo ativado por fatores de crescimento. 1.3.2.2) Complexo G1/S-CdK: Estimula a duplicação dos centrossomos e desencadeia a fosforilação de proteínas celulares (enzimas e polimerases) necessárias à síntese de DNA, estimulando a célula a entrar na fase S da intérfase. 1.3.2.3) Complexo S-CdK: Ativado no final da fase G1, é responsável pela fosforilação com Complexo de Reconhecimento (ORC), desencadeando a replicação do DNA (ORC atua após se ligar ao complexo pré-replicativo, pré-RC; após a replicação, S-CdK desmonta o pré-RC, impedindo que uma origem de replicação seja lida mais de uma vez). 1.3.2.4) Complexo M-CdK: Inativo durante todo o G2, em cujo final é ativado pela enzima fosfatase CDC25, Induz a condensação de cromossomos (por meio da fosforilaçãos das histonas H1 e H3), a fragmentação do envoltório nuclear (fosforila serina presente no envoltório) e reorganiza o citoesqueleto para a montagem do fuso mitótico (fosforila MAP, proteína associada aos microtúbulos, para reduzir a estabilidade dos microtúbulos e alterar a arquitetura celular). Também atua na entrada da célula em anáfase, pois liga-se ao Complexo Promotor de Anáfase (APC), que atua sobre proteína securina, cuja principal função é inibir a proteína separase; com a destruição da securina, separase degrada complexo de coesina, que unia os centrômeros-irmãos. Complexo Promotor de Anáfase também degrada ciclina M, inativando a M-CdK; esse processo descondensa os cromossomos e reorganiza o envoltório nuclear, levando a célula a sair da mitose e progredindo para a intérfase. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- OBSERVAÇÃO: Replicação do DNA A replicação/replicação do DNA é assincrônica (diferentes regiões do material genético se replicam em diferentes momentos; eucromatina, geneticamente ativa, replica-se desde o início de S e heterocromatina, geneticamente inativa e condensada, replica-se a partir do final de S), possui diferentes pontos de origem (replicação ocorre com velocidade entre 0,5 e 2 mm/min; para que replicação não demore meses, ela ocorre a partir de diferentes pontos de origem do DNA) e é bidirecional (uma vez iniciada a replicação a partir de um ponto de origem, ela se propaga para ambas direções da molécula de DNA até encontrar os extremos da cadeia dos pontos de origem adjacentes). -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- 1.4) Câncer 1.4.1) Definição e Características: Tumor é termo que designa qualquer aumento de volume em um órgão, podendo, inclusive, ter origem inflamatória (nesse caso, é um edema). Se tumor é resultado de proliferação celular anormal, é chamado de neoplasia. Neoplasia pode ser benigna (células permancem localizadas, afetando apenas o órgão que se originou e os tecidos adjacentes, sendo facilmente tratável com cirurgia; a existência de uma cápsula fibrosa nas neoplasias benignas impede a metástase) ou maligna (uma célula do tumor primário se desprender e coloniza tecidos saudáveis do organismo, dando origem a tumores secundários, a metástase; a isso dá-se o nome de invasividade). Dá-se o nome de câncer às neoplasias malignas. Surgimentos do câncer ocorre por mutações no DNA, causadas por vírus, substâncias químicas e agentes físicos (radiação), que levam a defeitos no ciclo mitótico; células normais se dividem de 50 a 60 vezes cada uma antes de morrerem, enquanto células cancerosas são “imortais”, dividindo-se indiscriminadamente. Para que casa célula saudável se converta em cancerosa, ela deve acumular vários acidentes de mutação raras e independentes nas células de sua linhagem (o que é evidenciado pelo fato de alguns tipos de cânceres serem mais comuns com a idade avançada). Cânceres estimulam a angiogênese (seu crescimento causa hipóxia e essa resulta no aumento da liberação de fator indutível de hipóxia HIF-α, uma proteína que induz genes a produzirem fatores pró-angiogênicos, como o fator de crescimento endotelial vascular, VEGF). Cânceres são geneticamente instáveis (acumulam alterações genéticas em taxa anormalmente rápida, tornando-se progressivamente mais resistentes à terapia). 1.4.2) Genes Tumorais 1.4.2.1) Anti-Oncogenes: Também chamados de Genes Supressores Tumorais (GST), são genes que causam a supressão do ciclo celular. Alguns desses genes mantém a célula em G0 e outros impedem que o ciclo continue normalmente. O principal desses genes é o que produz a proteínas p53 (essa proteína, além de induzir a apoptose no caso de haver erros incorrigíveis no material genético após a replicação do DNA, ativa proteínas p27 e p21, que inibem a ligação entre ciclinas e quinases; 50% dos cânceres apresentam mutação ou deleção desse gene). Outro gene importante é que produz a proteínas p16 (que também atua impedindo a ligação entre ciclinas e quinases). 1.4.2.2) Oncogenes: Proto-Oncogenes são genes normais e necessários que estimulam o ciclo celular (há um gene, por exemplo, que produz a proteína p14, responsável por inibir a proteína p53); caso esses genes sofram mutações e passem a atuar de forma anormal, recebem o nome de oncogenes. Os oncogenes codificam proteínas que promovem a perda do controle sobre o ciclo mitótico, funcionando como ativadores mitogênicos; assim, atuam codificando fatores de crescimentos quando esses não são necessários, codificando receptores de membranas defeituosos que emitem sinais para a célula se dividir mesmo sem a estimulação por fatores de crescimentos (como o gene RAS, que atua sobre a proteína G de um dos receptores de membrana) ou inibindo a apoptose. 2) Lesão e Morte Celular 2.1) Irrigação Sanguínea: Uma boa circulação garante que o sangue atinja todas as áreas do corpo, permitindo que elas sejam alvo das três funções básicas do sangue, que são o transporte de substâncias (gases, nutrientes, hormônios, excretas), regulação (controle de pH por meio de tampões e regulação da temperatura corporal devido à sua capacidade de absorção de calor e resfriamento da água) e proteção (sangue coagula para evitar perdas excessivas após ferida e transporta células de defesa e proteínas de ação imunológica, como os anticorpos e as proteínas dos sistema complemente). A interação dessas três funções garante parte da homeostase do corpo. 2.2) Agentes Lesivos:Uma lesão celular ocorre quando a célula é exposta a agentes lesivos à sua natureza, quando são estressadas tão excessivamente que não conseguem mais se adaptar ou quando são prejudicadas por anomalias intrínsecas. Geralmente, as causas de lesão celulares são a privação de oxigênio (hipóxia é redução parcial do fluxo sanguíneo, que pode fazer com que o tecido se adapte a atrofie ou morra, enquanto isquemia, caracterizada pela dor e pela cianose, é uma interrupção completa do fluxo sanguíneo), agentes físicos (traumas mecânicos, extremos de temperaturas, radiação, choques elétricos, alterações da pressão atmosférica), agentes químicos e drogas (venenos e substâncias tóxicas), agentes infecciosos (vírus, bactérias, fungos e parasitas), reações imunológicas (doenças auto-imunes), defeitos genéticos (deficiência de proteínas funcionais ou acúmulo de DNA danificado e proteínas anormalmente dobradas) e desequilíbrios nutricionais (carências e excessos). A partir da lesão, morte celular pode ocorrer por necrose ou apoptose. 2.3) Necrose: Morfologicamente descrita como a desnaturação de proteínas intracelulares e da digestão enzimática de células lesadas. Células necróticas são incapazes de manter sua integridade e seus conteúdos sempre extravasam. Ocorre por meio de enzimas digestivas de lissosmos da própria células que está morrendo ou de leucócitos que são recrutados para eliminá-la. 2.3.1) Depleção de ATP: Redução dos suprimentos de oxigênio e nutrientes diminuem a síntese de ATP, sendo esse necessário para todos os processos sintéticos e degradativos que acontecem dentro da célula. Ausência de ATP leva à falência da bomba de sódio e potássio e da bomba de cálcio, acarretando influxo de íons cálcio, íons sódio e água e efluxo de íons potássio (como consequência disso, tem-se a tumefação das células em necrose, bolhas e perda de microvilosidades). Ao mesmo tempo, inicia-se o processo de glicólise anaeróbia com o propósito de manter a síntese de ATP (mesmo que de forma menos eficiente), formando ácido lático; disso resulta em uma diminuição do pH intracelular, reduzindo a atividade de muitas enzimas. Além disso, a depleção prolongada de ATP causa rompimento estrutural do aparelho de síntese proteica, manifestado com o despreendimentos dos ribossomos do retículo endoplasmático granular e consequente redução da síntese proteica. 2.3.2) Influxo de Cálcio: Maior influxo/entrada de cálcio na célula pode ocorrer por falha na bomba de cálcio ou por um agente lesivo. Acúmulo de cálcio citosólico leva à abertura de poros de transição de permeabilidade mitocondrial, que causa a perda de potencial de membrana da mitocôndria; assim, tem-se uma falha na fosforilação oxidativa e consequente diminuição da produção de ATP. Acúmulo de cálcio também ativa enzimas fosfolipases (causa danos à membrana), proteases (clivam proteínas de membrana e do citoesqueleto), endonucleases (fragmentam cromatina e DNA) e ATP-ase (acelerando a depleção de ATP). 2.4) Apoptose: Via de morte celular induzida por um programa de suicídio no qual as células destinadas a morrer ativam enzimas proteolíticas denominadas caspases que degradam o próprio DNA e proteínas nucleares e citoplasmática. Fisiologicamente, pode ser causada para matar células que já tenham cumprido seu papel (linfócitos e neutrófilos, por exemplo, que morrem por estarem privadas dos sinais de sobrevivência, como os fatores de crescimento), involução de tecidos hormônio-dependentes após privação de hormônio, ou eliminação de linfócitos autorreativos (potencialmente nocivos, podem atacar tecidos saudáveis da própria pessoa); patologicamente, pode ser causa por lesão do DNA, acúmulo de proteínas anormalmente dobradas (leva a estresse do retículo endoplasmático) ou infecções (induzidas pelo microorganismo ou por linfócitos T, na tentativa de destruir o reservatório do microorganismo). A apoptose pode ocorrer por uma via intrínseca/mitocondrial ou extrínseca. Na via intrínseca/mitocondrial, lesão no irreparável no DNA ativa proteína p53 e, consequentemente via secundária que envolve proteína p21 e proteínas pró-apoptóticas da família de proteínas Bcl-2, liberando citocromo c das mitocôndrias; no citoplasma, citocromo c associa-se a proteína Apaf-1, ativando a pró-caspase 9 e a caspase 9 e dando início à cascata de caspases. Na via extrínseca, também chamada de via dos receptores de morte, é ativada por meio do receptor de fator de necrose tumoral 1 (TNFR-1) e pelo receptor CD95 (um receptor de FAS); estimulação do receptor ativa caspases 8 e 10, que ativam as proteínas da família Bcl-2. Ao final do processo, célula é fragmentado em corpos apoptóticos envoltos por membrana que são, assim, fagocitados e digerido por células adjacentes. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- OBSERVAÇÃO: * Quadro comparativo entre necrose e apoptose. CARACTERÍSTICA NECROSE APOPTOSE Tamanho da Célula Aumentado/Tumefação Reduzido/Retração Membrana Plasmática Rompida Intacta Conteúdos Celulares Digeridos Intactos Inflamação Adjacente Frequente Nenhuma Papel Fisiológico ou Patológico Patológico (finalização de lesão celular irreversível) Fisiológico (elimina células indesejadas) e patológico *Autofagia: Processo pelo qual a célula digere seu próprio conteúdo. É um mecanismo de sobrevivência em períodos de privação de nutrientes quando a célula privada sobrevive canibalizando a si mesma enquanto digere componentes celulares para renová-los posteriormente. * Lesões Hipóxica e Isquêmica: Hipóxia é a redução do oxigênio disponível (mais frequentemente causada por obstrução mecânica do sistema arterial ou redução da drenagem venosa), levando a produção de energia pela glicólise anaeróbia. A isquemia, por outro lado, é uma redução total do suprimento de oxigênio e substratos ao tecido e, portanto, a glicólise anaeróbia é sustentada até que as reservas glicolíticas do tecido tenham se exaurido ou quando a glicólise é inibida pelo acúmulo de metabólitos que teriam sido facilmente eliminados pelo fluxo sanguíneo. Por isso, a isquemia tende a causar lesão tecidual mais rápida e intensa que a hipóxia. PSICOLOGIA – INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA & TEORIA PSICANALÍTICA DE FREUD 1) Psicologia 1.1) Etiologia e Definição: Do grego, “psique” significa “alma”. Logo, a Psicologia é a ciência encarregada do estudo do comportamento e dos sentimentos, bem como suas interferências na vida humana. 1.2) História: Filósofos já se preocupavam com o estudo do homem em termos comportamentais e sentimentais; esse estudo, contudo, foi barrado na Idade Média uma vez que, na época, a alma/mente era domínio da Igreja Católica e, assim, a função dos cientistas era estudar as constituições físicas e biológicas do homem. A psicologia separou-se da filosofia e tornou-se uma ciência independente recentemente, há pouco mais de um século. 1.3) Objeto de Estudo: A psicologia estuda o comportamento, a vida psíquicae a consciência do indivíduo. Para isso, atua em processo ontológico/metafísico (estuda a origem e a essência dos fenômenos psíquicos) e processo experimental/empírico (analisa comportamento observável a fim de testar teorias). 2) Teoria Psicanalítica de Sigmund Fred: Composta por duas tópicas que se complementam. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- OBSERVAÇÃO: Teoria é um modelo científico que deixou de ser uma simples hipótese após ser comprovado; está, contudo, sujeito à alteração, substituição ou, até mesmo, anulação, caso não seja mais eficiente para explicar determinado fenômeno. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- 2.1) Teorias 2.1.1) Teoria Topográfica (Primeira Tópica): De acordo com o funcionamento mental, Freud divide o aparelho psíquico em três sistemas/topus. 2.1.1.1) Inconsciente: Conteúdos fora da compreensão consciente, representa a parte mais primitiva do aparelho psíquico, é a “representação sensorial das coisas” (fragmentos de antigas percepções que funcionam como arquivo sensorial, ou seja, como conjunto de elementos despido de palavras; nasce com as experiências e vivências emocionais). 2.1.1.2) Pré-Consciente: Pequeno arquivo próximo ao consciente cujos conteúdos podem ser acessados por meio de atos voluntários, uma vez que são “representações de palavras”. 2.1.1.3) Consciente: Periferia do aparelho psíquico, abarca todos os fenômenos percebidos em determinado momento da vida (recepciona experiência do exterior e interior), muitas vezes através dos sentidos. 2.1.2) Teoria Estrutural (Segunda Tópica): Freud divide a personalidade humana em três componentes. 2.1.2.1) Id: Pólo psicobiológico, representa pulsões que, em parte, são hereditárias e, em parte são adquiridas. Impulsos que funcionam pelo princípio do prazer, (busca o prazer imediato e evita a dor, não conhecendo a frustração). Desconhece o juízo, a lógica e a moral, sendo cego e irracional; constitui a totalidade da personalidade humana ao nascer 2.1.2.2) Ego: Instância central da personalidade, desenvolve-se a partir do id quando criança começa a, após entrar em contato com a realidade, introduzir a razão para que se possa retardar o prazer até o momento em que a sua satisfação seja máxima e com o mínimo de experiência negativas; ego busca, assim, harmonização entre os desejos do id e a realidade. Sua parte consciente está relacionada à percepção, pensamentos, memórias, capacidade de síntese e conhecimento; sua parte inconsciente está relacionada à angústia gerada pela não-satisfação imediata dos desejos do id. Funciona através do princípio da realidade (tolera as frustrações e, portanto, aceitar postegar a realização de desejos). 2.1.2.3) Superego: Pólo psicossocial, é herança sócio-cultural. Desenvolve-se a partir do ego, forçando-o a se comportar de maneira moral, ou seja, respeitando os valores ditados pela sociedade; é subdividido em ego ideal (o bem a ser procurado) e consciência (o mau a ser evitado). 2.2) Mecanismos de Defesa do Ego: Na tentativa de aliviar as tensões/frustrações do ego ao não satisfazer imediatamente os desejos do id, tem-se operações mentais para gerar alívio. 2.2.1) Compensação: Compensa deficiência real ou imaginária (como o caso de deficientes físicos que se tornam gênios da ciência, por exemplo). 2.2.2) Deslocamento: Impulso/Sentimento é deslocado de um objeto original para um substituto, como no caso de um dos pacientes de Freud que transferia o ódio do pai (de quem sofria maus-tratos) para cavalos. 2.2.3) Fantasia: Idéias/Imagens mentais para resolver problemas intrapsíquicos, como alunos que sofrem com estratégia de aula adotada por um professor e se imaginam na posição de educadores, utilizando estratégias diferentes. 2.2.4) Formação Reativa: É a antítese do que realmente é almejado pelo impulso, é a hipocrisia consciente enquanto o subconsciente sofre. É o caso de pessoas que dizem estar bem, quando perguntadas, quando, na verdade, estão sofrendo. 2.2.5) Introjeção: Indivíduo busca se igualar a outro nas características de sua personalidade que admira, como crianças que tentam copiar gestos e atitudes dos pais. 2.2.6) Negação: Bloqueio/Recusa de certas percepções intoleráveis para proteger-se do sofrimento, como no caso de alcoólotras que não reconhecem sua condição. 2.2.7) Projeção: Atribuir sentimentos ou impulsos inaceitáveis para si mesmo a outra pessoa, como em casos de pessoas que se apaixonam e dizem aos amigos que é a outra pessoa quem está interessada. 2.2.8) Racionalização: Tentativa de explicar conscientemente impulsos que não são aceitos pelo ego, como em casos de pessoas que se recusam a tomar vacinas e afirmam que isso é forma de controle populacional do governo. 2.2.9) Repressão: Bloqueio involuntário de sentimentos e experiências desagradáveis, como vítimas que não conseguem se lembrar do acidente. 2.2.10) Sublimação: Modificação do impulso para torná-lo aceitável às demandas do meio, como pais que canalizam raiva após filho ser morto por motoristas bêbados e passam a atuar como ativistas em programas de conscientização para que motoristas não bebam antes de dirigir. 2.2.11) Supressão: Bloqueio voluntário da própria consciência, identificável em pessoas que dizem frases como “Não quero pensar nisso agora”. 2.2.12) Isolamento: Separar pensamento do sentimento ou evento relacionado a ele, como mulheres que são estupradas e descrevem o crime de forma fria e sem emoção. 2.3) Desenvolvimento da Personalidade: Segundo Freud, a personalidade se desenvolve a partir do libido, conceito biológico que faz referência à energia que está à disposição dos impulsos de vida ou sexuais. Segundo Freud, a vida adulta é atingida em uma sucessão de fases que não é linear, ou seja, apesar de haver um período de predomínio de cada uma delas, essas fases interagem, sobrepõe-se e continuam, deixando uma impressão no psiquismo/inconsciente chamada “ponto de fixação” (formado a partir da gratificações ou frustrações das zonas erógenas). Na infância, tem-se as fases oral, anal, fálica e latente; essas são seguidas, posteriormente, pela puberdade, adolescência, fase adulta e velhice. 2.3.1) Fase Oral (do nascimento ao final do primeiro ano de vida): Nessa fase, libido está concentrado na parte posterior do trato digestório e, por isso, boca é a zona erógena principal, estando ligada aos impulsos de auto-preservação (especialmente, a necessidade de alimentar-se). Nesse sentido, a mãe é a fonte de satisfação da criança e é por meio dela que a criança começa a conhecer o mundo, uma vez que ela não reconhece a diferença entre o “eu”e o “não-eu” (seio materno representa o mundo e, portanto, se promover satisfação, introjetará na criança uma imagem otimista e, se não promover satisfação, introjetará imagem negativa). Necessidade de satisfação oral não está completamente depende da necessidade de alimentar-se, uma vez que, mesmo sem fome, criança succionaa língua, dedos e outros objetos que consiga alcançar (assim, percebe-se que crianças inquietas são tranquilizadas quando a chupeta lhes é oferecida, aliviando as tensões do organismo que não podem ser satisfeitos com a simples ingestão de alimentos). 2.3.2) Fase Anal (do primeiro ao terceiro ano de vida): Nessa fase, energia libidinosa está concentrada na porção posterior do trato digestivo e satisfação anal, obtida pela estimulação da mucosa retal e partes adjacentes, ganha destaque; soma-se a isso a atenção que os pais dão para que a criança aprenda a controlar os esfíncteres. Inicialmente, criança sente prazer em esvaziar bexiga e intestinos imediatamente mas, com as exigências do meio, aprende a ter prazer em reter fezes e urina para eliminá-las posteriormente; assim, prazer deixa de estar localizado na expulsão de excrementos e passa a estar localizado em sua retensão. Por outro lado, valorização dos adultos pela evacuação pode fazer criança acreditar que produtos fecais são preciosos e, assim, querer guardá-los para si, não evacuando (aspecto sádico da fase anal). 2.3.3) Fase Fálica: (do terceiro até o quinto ou sexto ano de vida): Aos três anos de idade, zona oral já perdeu predominância como área de gratificação pessoal e criança já aprendeu a controlar os esfíncteres, além de já perceber com mais clareza o mundo que a rodeia. Assim, nessa fase, aumenta o interesse pelo próprio corpo, principalmente pelos genitais (masturbação/reconhecimento genital, exibicionismo e tendências de maior contato físico com o sexo oposto); ou seja, a libido concentra-se nos órgãos genitais. Nas meninas, esse processo é menos evidente, mas há a percepção da abertura vaginal e conflito entre ter cavidade a ser introduzida (tendência feminina) e introduzir (tendência masculina); nos meninos, sensações genitais confundem-se com as as anais e, dessa forma (por também terem hormônios femininos), surge tendência bissexual que persiste por toda a vida e pode se transformar em homossexualismo caso elemento heterossexual seja suprimido (como ocorre, por exemplo, em prisões, quartéis e colégios internos). Nessa fase, também, tem-se o surgimento de fantasias incestuosas das crianças para com o progenitor do sexo oposto com concomitantes impulsos homicidas pelo progenitor do mesmo sexo, o Complexo de Édipo; inicialmente, ao perceber a relação do pai com a mãe, menino tenta se comportar como o pai para conquistá-la antes de oferecer ajuda ao pai para realizar suas tarefas (tornam-se “aliados”) e, por fim, deixar o pai para tentar fazer essas atividades sozinho; nas meninas, esse processo ocorre de forma diferente uma vez que elas não se aliam a mãe, vendo-as como concorrentes durante todo o processo e tentando conquistar o pai com características próprias (Síndrome de Elektra); uma vez que criança percebe que não conquistará o progenitor do sexo oposto, uma vez que ele é mais poderoso, inicia-se a fase latente. 2.3.4) Fase Latente (do quinto/sexto ao décimo/décimo primeiro ano de vida): Nessa fase, por não terem conseguido conquistar a mãe com as características do pai, meninos começam a conhecer a si próprio para obterem satisfação; meninas também o fazem. Nessa fase, contudo, menino percebe que possui mais força que as meninas e, assim, suas redes sociais se separam (meninos e meninas passam não mais a conviverem juntos), formando grupos apenas de meninos e apenas de meninos (meninos reproduzem entre si as características que observaram em seus pais e meninas reproduzem entre si as características que observaram em suas mães). 2.3.5) Puberdade (do décimo/décimo primeiro ao décimo terceiro ano de vida): Dentro da análise de Freud, a puberdade não é uma fase do desenvolvimento da personalidade, mas um momento de transição entre duas fases. Dentro do grupo formado na fase latente, meninos e meninos percebem que suas características sexuais são parecidas com a de seus amigos; meninos tem necessidade de saber que outros meninos também podem ter o mesmo prazer que ele e precisa ver o órgão fálico dos amigos ou até precisam ser tocados por eles; meninas, além de estarem passando por um rápido desenvolvimento intelectual (caso isso não ocorra, passam a ser tratadas como meninos pelas amigas), descobrem que, mesmo não tento um pênis, também podem sentir prazer sexual e passam a se interessar por meninos. Na menina, essa necessidade é quebrada com a menstruação, que a faz perceber que precisa de outra pessoa para gerar uma criança além de perceber que o prazer sexual é um estímulo bom, dando início à masturbação. 2.3.6) Adolescência (do décimo terceiro ao vigésimo ano de vida; em alguns casos, até o trigésimo): Com a expansão da rede social, indivíduo recebe novas influências e, assim, seus pais deixam de seu a fonte principal do saber, tornando-se uma fonte secundária consultada apenas em momentos de extrema necessidade. A adolescência é marcada pelos desenvolvimentos físico, emocional, intelectual, sexual e vocacional. Essa expansão da rede social também é responsável por uma depressão causada pelo fato de o adolescente comparar seus desenvolvimento físico e intelectual com o de outros adolescentes. Além disso, tem-se o planejamento do futuro com sonhos irreais. Essa fase só chega ao fim quando indivíduo sai da casa dos pais e se torna independente em relação a eles. 2.3.7) Fase Adulta (do vigésimo ao Sexagésimo ano de vida): Nessa fase, indivíduo adquire maturidade intelectual muito forte Além disso, tem-se o amadurecimento intelectual (indivíduo compreende que é único, que suas ações determinam seu futuro e trazem independência, além de fazer sonhos realistas para o futuro), emocional (aprende que emoções podem ser controladas; redes sociais antigas já não trazem mais contentamento de antes, de forma que precisa construir novas com mais intimidade e convivência; reconhece suas responsabilidades e compreenda a reciprocidade do respeito na formação de vínculos) e sexual (percebe que contatos táctil e visual constroem vínculos, compreende-se como ser reprodutor, compreende intensidade do prazer sexual e a capacidade de ele proporcionar os vínculos de matrimônio, além de buscar novas formas de prazer com a realização de fantasias eróticas para manter vínculo). 2.3.8) Velhice (inicia-se no sexagésimo ano de vida): Em um primeiro momento, chamado de velhice juvenil, idoso não reconhece que é dependente de outras pessoas para realizar tarefas que antes fazia; em um segundo momento, chamado de velhice anciã, idoso aceita esse fato e passa a aceitar ajuda para a realização dessas tarefas (nesse ponto reside a importância da família). Assim, surge um sentimento de angústia/depressão que é seguido por um sentimento de aceitação (idoso compreende que vai morrer e começa a fazer as atividades que ainda consegue). Velhice é dividida em primária (nessa fase, tem-se a mudança do sentimento de angústia para a aceitação e a consequente preparação paraa morte, na qual o idoso escolhe roupas e caixão para ser enterrado), secundária (doenças típicas da velhice e consequentes dor e sofrimento) e morte (pode ocorrer por se entregar após se despedir de familiares e amigos ou por agravamentos de doenças). -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- OBSERVAÇÃO: Fases do desenvolvimento da personalidade e seus respectivos objetos sexuais. FASE PERÍODO OBJETO SEXUAL Oral 0 até 1 ano Boca Anal 1 até 3 anos Ânus Fálica 3 até 5/6 anos Órgão genital Latente 5/6 até 10/11 anos Realização própria Puberdade 10/11 até 13 anos Órgão genital e corpo Adolescência 13 até 20/30 anos Órgão genital Adulta 20/30 anos – 60 anos Órgão genital Velhice 60 anos em diante – BIOÉTICA – INTRODUÇÃO & AUTONOMIA 1) Ética 1.1) Etiologia e Definição: Em grego, “ethos” significa “caráter”, “comportamento”. Sendo assim, ética é a ciência da conduta humana e educação da vontade (a escolha dos meios adequados para se chegar a um fim) e é fruto da sabedoria e da prudência. Segundo Leonardo Boff, “ético significa tudo aquilo que ajuda a tornar melhor o ambiente para que seja uma moradia materialmente saldável, psicologicamenta integrada e espiritualmente fecunda”. Nesse sentido, enquanto a moral é a ação dos homens, a ética é a reflexão sobre essa moral. 1.2) Modelos Éticos: Uma vez que o bom é o objeto de estudo da ética, tem-se alguns modelos para esse estudo, como o subjetivismo (bom é o que se aprova e mal é o que se desaprova), relativismo (não há verdades), hedonismo (busca pelo prazer), pragmatismo/utilitarismo (bom é o que é útil), personalismo (ser humano é o fim, não o meio, e por isso deve ter a sua dignidade reconhecida, uma vez que ela é inata a ele, não atribuída). 1.3) Escolhas Éticas: Com o ideal/bom como referência, deve-se buscar o maior bem possível na situação; deve-se considerar a realidade como plural e complexa e manter seus princípios. 2) Bioética: Objetiva distinguir o lícito e o ilícito no âmbito do tecnologicamente admissível, identificando limites e finalidades das intervenções do homem sobre a vida, indicando valores de referência racionalmente fundamentados e denunciando riscos das possíveis aplicações. É a parte da moral que estuda critérios éticos para o julgamento do bem e do mal das ações sobre a vida humana e todas as outras formas de vida em sinergia biofílica (promove e tutela a vida com qualidade e dignidade). Termo foi criado pelo bioquímico americano Van Potter, deveria servir como ponte entre os saberes científicos e humanistas para evitar desastre ambiental; termo surgiu da ambivalência do progresso biomédico, direitos humanos e crise do mito da neutralidade da ética na ciência na segunda metade do século XXI. É carcaterizada por ser uma ciência interdisciplinar. 2.1) Níveis de Reflexão da Bioética 2.1.1) Geral/Fundamental: Questões preliminares básicas (modelos antropológicos, teorias éticas, princípios e produção de normas). 2.1.2) Especial: Grandes problemas (resolvidos à luz dos modelos e fundamentos). 2.1.3) Clínica de Decisão/Resolução/Deliberação: Examina valores em jogo e por quais caminhos encontrar uma linha de conduta sem modificar esses valores. Processo inclui um momento empírico (caso em si e aspectos científicos relacionados), momento hermenêutico (mediação interpretativa a partir de princípios, modelos e fundamentos) e momento nromativo/ético (decisão/deliberação). 2.2) Princípios 2.2.1) Princípio do Duplo Efeito: Quando ação possui efeito bom e desejável e efeito danoso e indesejável de forma indissociável, o efeito bom deve ser desejado e o efeito danoso deve ser apenas tolerado. 2.2.2) Princípio da Totalidade/Terapêutica: Superação do princípio do duplo efeito, afirma que parte pode ser sacrificada em nome do todo. 2.2.3) Princípio da Solidariedade/Caridade: Sacrifício de parte para salvar o todo (como as doações de órgãos) deve ser ato voluntário. 2.2.4) Princípios Prima Facie: São imediatos, como os princípios da beneficência (fazer o bem), autonomia (consentimento informado), justiça (obrigação da igualdade de tratamento e justa distribuição de verbas para a saúde) e não-maleficência (não causar dano/mal ao paciente). 2.2.5) Princípio de Defesa da Vida (anterior ao princípio da liberdade e responsabilidade). 2.2.6) Princípio da Liberdade e Responsabilidade. 2.2.7) Princípio da Sociabilidade e Subsidiariedade: Garantir tratamento sem exageros ou abandono (equidade). 2.2.8) Princípio da Beneficência e da Não-Maleficência: Fazer o bem ao paciente e não fazer o mal. 2.2.9) Princípio da Justiça: Com caráter social, é a distribuição igual, equitativa e apropriada do acesso à saúde de acordo com as necessidades. 2.2.10) Princípio do Respeito à Austeridade: Profissional deve respeitar a diversidade cultural e social do paciente. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- OBSERVAÇÕES: *Em um tratamento para manter um paciente, podem ser usados meios proporcionais/ordinários (meios simples), desproporcionais/extraordinários (meios complexos, como a internação) e a obstinação terapêutica. Enquanto os dois primeiros visamà cura, o último se constitui nos excessos para a manutenção das funções vitais. *Em biótica, define-se o testamento biológico, ou seja, a antecipação da vontade. Nesse sentido, tem-se a eutanásia (alguém decide pela morte do paciente), o suicídio assistido (o paciente decide pela própria morte), s distanásia (prolongamento obstinado da vida) mistanásia (morte precoce e evitável) e ortotanásia (morte digna). -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- 3) Autonomia 3.1) Definição: Conceito que considera a liberdade e a qualidade do agente (capacidade de agir perante a lei), é, em bioética, a capacidade de o paciente pensar/decidir/agir de forma livre e independente em relação ao tratamento pela qual passará. Decisão deve ser tomada após o profissional de saúde esclarecer ao paciente o seu real quadro de saúde. Esse conceito rompe com a idéia de uma Medicina paternalista, na qual o médico era o único responsável pela organização do tratamento. 3.2) Autonomia Reduzida: Em alguns casos, a autonomia pode ser retirada do paciente e transferida à família ou, em casos de urgência, ao profissional de saúde responsável. Isso pode acontecer de forma temporária, no caso de crianças (menores de idades estão sujeitos às determinações de seus pais responsáveis legais) ou presidiários (a manutenção de sua vida e saúde é responsabilidade do Estado), ou de forma permanente, no caso de pessoas com enfermidades que comprometam a sua racionalidade. 3.3) Polêmica: Em alguns casos em que o paciente não esteja com sua racionalidade comprometida mas opte por um tratamento que ofereça riscos à sua vida, profissional de saúde pode recorrer à justiça para agir de forma a romper a autonomia do pacientee salvar sua vida. ATENDIMENTO A ACIDENTADOS 1) Avaliação de Segurança: Avaliação feita pelo profissional mais graduado da equipe de resgate para definir se a equipe pode adentrar a área do acidente. Para isso, deve-se avaliar o local de forma a identificar a causa do acidente e assim, “prever” os possíveis traumas dos acidentados e possíveis alterações nas cenas (explosões, desmoronamentos, quedas de ávores, entre outros). 2) Avaliação do Acidentado 2.1) Avaliação Primária: No local, avalia-se a responsividade/consciência do paciente, bem como as suas vias aéreas, seu pulso e a presença de possíveis hemorragias. Para isso, segue-se o protocolo internacional ABCDE. Após ser feita pela primeira vez, deve ser repetida antes de se passar para a avaliação secundária. 2.1.1) A ( Airway ): Após a imobilização manual da coluna cervical, seguida pela imobilização com o uso do colar cervical (após a colocação, deve-se soltar a cabeça do paciente), o socorrista deve conferir e garantir a permeabilidade das vias aéreas, desobstruindo-as, realizando procedimetnos cirúrgicos (intubações endotraqueais orais/nasais) ou fazendo uso de oxigenoterapia (com centração próxima de 100%, deve-se tomar cuidado com chamas no ambiente pois é um comburente). 2.1.2) B ( Breathing ): Avalia-se a ventilação do paciente ao ver e ouvir a sua respiração, analisando a frequência, amplitude e simetria por meio de palpação do tórax e ausculta. Alterações mais frequentes encontradas incluem dor, fratura de costelas, deminuição da consciência, pneumotóraz e hemotórax. 2.1.3) C (C irculation ): Avalia-se a circulação do paciente e controlam-se grandes hemorragias (sangramentos arterias e venosos s”ao, geral e respectivamente, em jatos e contínuos). Deve-se comprimir o ponto de sangramento e, caso não haja controle, comprimir ponto arterial prévio após levantar o membro acometido. Avalia-se o pulso radial bilateral quanto à frequência, ritmo e amplitude. 2.1.4) D ( Disability ): Avaliação neurológica (estado de consciência, diâmetro e reatividade das pupilas e escala de coma de Galasgow). 2.1.5) E ( Exposure & Environment ): Retira-se as roupas do paciente se expô-lo excessivamente ao público (não retirar roupas aderidas à pele queimada). Deve-se estar atentto à perda de calor para o ambiente. 2.2) Avaliação Secundária: Na ambulância, faz-se uma inspeção da cabeça aos pés em busca mais minuciosa de lesões superficiais, graves ou que possam significar risco de morte. 3) Escala de Coma de Glasgow: Utilizada para avaliações e comparações reptidas do nível de consciência. São atribuídas pontuações numéricas para as atividades responsivas do paciente que, ao final, serão somadas e resultando em um valor que pode variar de 3 a 15 pontos (pontuações abaixo de 8 sugerem estado de coma). ESCALA DE COMA DE GLASGOW PARÂMETROS PONTUAÇÃO Abertura Ocular Não 1 À dor 2 Aos estímulos verbais 3 Espontâneo 4 Melhor Resposta Motora Sem resposta 1 Extensão 2 Flexão anormal 3 Retirada em flexão 4 Localiza a dor 5 Obedece 6 Sem resposta 1 Sons incompreensíveis 2 Melhor Resposta Verbal Palavras desconexas 3 Desrientado 4 Conversa com orientação 5 4) Serviços de Resgate no Brasil 4.1) Particulares: Podem ser de empresa privada ou própria do hospital. Alguns hospitais terceirizam suas frotas de ambulância. Médicos reguladores (os que orientam diretrizeas a serem tomadas pela equipe de atendimento) devem obedecer grade de referência da Secretaria da Saúde. 4.2) Públicos: Surgiram à partir de Projeto Piloto em 1986. 4.2.1) SAMU (Serviço de Atendimento Médico de Urgência): Serviço de remoção de pacientes, atende casos como dores no peito; intoxicações por envenenamento; queimaduras; trabalho de parto com risco de morte para a mãe e para o feto; queda acidental; crises convulsivas; acidentes de trânsito com atropelamento; trauma no tórax, abdômem ou crânio; fraturas, desmaios e sangramentos/hemorragias. Possui suporte básico (com equipamentos para intubação, desfibrilador, medicamentos, soro...) e avançado (além dos equipamentos para suporte básico, possui respiradores e monitores cardíacos avançados), levando os pacientes para hospitais ou unidades de pronto atendimento, de acordo com a gravidade de cada caso. Ao ser acionado, os médicos reguladores podem, por telefone, isntruir o paciente ou seu acompanhante sobre o que deve ser feito em cada caso até a chegada do resgate ou para onde se direcionar. 4.2.2) Bombeiros: Não é serviço de remoção de pacientes, dedicando-se ao atendimento local. É acionado em casos de acidentes de trânsito com vítimas presas em ferragens, acidentes domésticos, acidentes com substâncias inflamáveis ou tóxicas, acidentes traumáticos pessoais ou de trabalho, emergência em via pública e atende ocorrências relacionadas à presença de animais que ofereçam risco à população. Não atende partos de emergência, intoxicações, casos clínicos em geral e casos psiquiátricos (o que é função do SAMU). NECESSIDADES DE SAÚDE (LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CECILIO) 1) Definição: Conjunto de ações necessárias à assistência integral à saúde do paciente. 2) Pilares 2.1) Autonomia: No que diz respeito ao modo de conduzir a própria vida. 2.2) Vínculo: Relacionamento do paciente com a equipe da unidade de saúde a qual pertence é a porta de entrada do paciente para o sistema de saúde como um todo. 2.3) Condições de Vida: No que tange ao ambiente em que vive e sua relação com o processo saúde-doença (sentido funcionalista) e o lugar que o paciente ocupa no processo produtivo da sociedade (sentido marxista). 2.4) Acesso a Tecnologias: Paciente pode ter acesso a tecnologias leves (de baixa complexidade, como medicamentos e procedimentos), leve-duras (de média complexidade, como alguns procedimentos e exames, como os de raio-X) e dura (de alta complexidade, como cirurgias e exames mais complexos, como tomografias). BIOQUÍMICA – METABOLISMO ENERGÉTICO 1) Introdução 1.1) Metabolismo: Conjunto de todas as reações químicas que acintecem no organismo. Pode ser dividido em catabolismo (a decomposição de noléculas orgânicas grandes e/ou complexas em moléculas mais simples) e anabolismo (combinação de moléculas orgânicas simples e monoméricas para formar moléculas maiores; favorecido em situações pós-prandiais). 1.2) Transferência de Energia 1.2.1) Reação de Oxidação e Redução: As reações de oxidação são aquelas em que ocorre a remoção de elétrons de átomos ou moléculas, tendo como consequência a diminuição da energia potencial desses átomos ou moléculas (como a maioria das reações de oxidação biológicas compreende a perda de átomo de hidrogênio, também são chamadas de reações de desidrogenação). Já as reações de redução, por outro lado, compreendem a adição de elétrons ao átomo ou molécula, aumentando sua energia potencial. Reações de oxidação e redução são simultâneas/acopladas e, portando, quando uma substância é oxidada, átomos de hidrogênio não ficam livres, sendo transferidos para a redução das coenzimas dinucleotídeo de nicotinamida (NAD) ou dinucleotídeo de flavina adenina (FAD).𝑁𝐴𝐷 + + 𝐻 + + 𝐻 − → 𝑁𝐴𝐷𝐻 + 𝐻 + 𝐹𝐴𝐷 + 𝐻 + + 𝐻 − → 𝐹𝐴𝐷𝐻 2 1.2.2) Geração de ATP: A adenosina trifosfato (ATP) é a molécula que mais participa da trasnferência de energia e do equilíbrio entre as reações anabólicas e catabólicas. O ATP é formado a partir do influxo de energia (E) liberado na oxidação da adenosina difosfato (ADP) em uma reação chamada fosforilação, na qual é adicionado uma partícula de fosfato inorgânico (Pi) ao ADP. 𝐴𝐷𝑃 + 𝑃𝑖 + 𝐸 → 𝐴𝑇𝑃 -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- OBSERVAÇÃO: Fontes primária, secundária, terciária e quaternária de energia para o ser humano são, respectivamente, a glicose, o glicogênio, os triglicerídeos/triacilgliceróis (TAG; gordura) e as proteínas. As vias de metabolização dessas substâncias são hierarquizadas de acordo com os subprodutos gerados e seus consequentes efeitos colaterais. A metabolização de proteínas, por exemplo, produz amônia, um composto tóxico; a metabolização de gorduras produz corpos cetônicos, responsáveis pela cetoacidose; a metabolização de glicose, no ciclo de Krebs, forma o radical livre hidroxila, que é muito reativo e provoca lesões tissulares (radical hidroxila é bloqueado por vitaminas). -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- 2) Carboidratos: Também chamados de glicídios ou hidratos de carbono, são compostos de função mista poliálcool-cetona ou poliálcool aldeído. No processo de digestão, polissacarídeos são hidrolisados em monossacarído glicose (80%) enquanto os outros 20% são hidrolisados em monossacarídeo frutose (parte é convertid em glicose enquanto é absorvida pelas células do epitélio intestinal ou é convertida em glicose pelos hepatócitos) e monossacarídeo galactose (convertido em glicose pelos hepatócitos); portanto, falar de metabolismo de carboidratos é o mesmo que falar do metabolismo da glicose. Processo de feedback negativo mantém a glicemia (nível de glicose no sangue) a 90 mg/100ml de sangue (ou seja, aproximadamente 2 ou 3 gramas circulantes no corpo). No organismo, glicose é utilizada para sintentizar ATP, aminoácidos, glicogênio e triglicerídios. Glicose é absorvida por transporte ativo no trato gastrointestinal e nos túbulos renais e entra no citoplasma atravessandi a membrana plasmática por difusão facilitada pela feita GluT, uma classe de proteínas transportadoras (insulina aumenta a inserção do tipo GluT4 na membrana); ao entrar na célula, glicose é fosforilada (como GluT não transporta glicose fosforilada, essa reação “aprisona” a glicose na célula). 2.1) Catabolismo: Respiração celular. 2.2) Anabolismo 2.2.1) Glicogênese: Processo que ocorre nos hepatócitos quando a glicose não é necessária à imediata formação de ATP. Nesse caso, ocorre a polimerização da glicose, formando glicogênio, um polissacarídeo que é formado no interior das céulas (corpo consegue armazer, em média, 500 gramas de glicogênio, sendo 75% nas fibras musculares e 25% nos hepatócitos). Esse processo é estimulado pela insulina e mediado pela enzima glicogênio sintetase. Esse processe ocorre em situação pós-prandial (após a alimentação) e em repouso. 2.2.2) Glicogenólise: Quando há falta de glicose no sangue e ela é necessária para que organismo possa desempenhar suas atividades, hormônio glucagon estimula a quebra do glicogênio ao ativar a enzima glicogênio fosforilase e estimula a liberação da glicose no sangue por meio da GluT (glicose é re-formada a partir da enzima fosfatase; como os hepatócitos são as únicas células que possuem fosfatase, a glicose liberada a partir do glicogênio do fígado pode ter atuação sistêmica enquanto a glicose liberada a partir do glicogênio da fibras musculares possuirá atuação local). Esse processo ocorre em situações de jejum. 2.2.3) Gliconeogênese/Neoglicogênese: Quando os suprimentos de glicogênio hepático é escasso, devemos nos alimentar; caso isso não ocorra, corpo começa a catabolizar triglicerídios (gorduras) e proteínas para formar glicose (isso ocorre naturalmente no corpo, mas em menor escala). Esse processo é estimulado pelo cortisol (principal hormônio glicocorticóide da glândula suprarrenal) e pelo glucagon (pâncreas). Nessa situação, ácido lático e alguns aminoácidos são convertidos em ácido pirúvico, alguns aminoácidos são convertidos em ácido oxalacético e o glicerol proveniente dos triglicerídios é convertido em gliceraldeído 3-fosfato. Esse processo ocorre em situações de jejum. Mesmo que, por vezes, esse processo consuma ATP, o consumo será reposto pelo ATP gerado na oxidação da glicose formada; em outros casos, processo é feito para tornar glicose livre/disponível para órgãos que dela precisem. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- OBSERVAÇÕES *Fome: Estimulada pelos núcleos laterais do hipotálamo (“centro da fome”), que recebe sinais referentes ao enchimento/esvaziamento do trato gastrointestinal e da quantidade de nutrientes (glicose, aminoácidos, ácidos graxos) no sangue. *Cortisol converte proteínas em aminoácidos, disponibilizando-os para a gliconeogênese. *Hormônios tireoidianos (tiroxina e tri-iodotironina) também mobilizam proteínas e triglicerídios do tecido adiposo, disponibilizando-os para a gliconeogênese). -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- 3) Lipídios: São compostos formados pela associação de um ácido graxo e um álcool. Possuem uma composição molecular de caráter apolar/hidrofóbico e combinam-se com proteínas do fígado e do intestino para se tornarem solúveis, na forma de lipoproteínas, e poderem ser transportados pelo sangue. As principais lipoproteínas são os quilmicrons (formadas nas células epiteliais da mucosa do intestino delgado, levam lipídios não digeridos da dieta para serem armazenados no tecido adiposo), lipoproteína de densidade muito baixa (VLDL; formada nos hepatócitos, transporta glicerídio sintetizado para adipócito e, é, assim, convertido em LDL; sua produção é aumentada após a ingestão de alimentos muito gordurosos), lipoproteína de baixa densidade (LDL; transporta lipídios para reparo de membranas e para síntese de hormônios esteroidais e sais biliares; em excesso, deposita colesterol nas fibras musculares e nas artérias sendo, por isso, chamado popularmente de “colesterol ruim”) e lipoproteína de alta densidade (HDL; remove excesso de colesterol das células do corpo, transportando-o para o fígado para ser eliminado). Lipídios podem ser oxidados para a produção de ATP; caso não haja necessidade imediata, são armazenados (50% na tela subcutânea e os outros 50% se dividem entre as áreas genitais, músculos, atrás dos olhos, rins,sulcos do coração e área externa do intestino grosso). -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- OBSERVAÇÃO: * Colesterol: Obtido em alimentos de origem animal (carne e ovos) ou sintetizado nos hepatócitos, desempenha algumas funções essenciais no organismo, como sintetizar hormônios e vitamina D e conferir estabilidade para a membrana plasmática. Alimentos gordurosos isentos de colesterol podem aumentar a quantidade de colesterol no sangue por causar uma maior reabsorção de colesterol da bile (menos colesterol é eliminado nas fezes) ou porque parte dos produtos da decomposição de gorduras saturadas são convertidos em colesterol nos hepatócitos. *Níveis normais de LDL e HDL são, respectivamente, inferior a 200 mg/dL de sangue e inferior a 130 mg/dL de sangue. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- 3.1) Catabolismo (Lipólise): É a hidrólise de triglicerídeos/triacilgliceróis em glicerol e ácidos graxos por meio de reações catalisadas por enzimas chamadas lipases e intensificadas pela ação da epinefrina e da norepinefrina (é inibido pela insulina). Processo ocorre de forma mais intensa em situação de jejum logo após o esgotamento dos estoques de glicogênio. Ácidos graxos liberados a partir da lipólise passam pelo processo de betaoxidação, formando acil-CoA; essa passa para o interior da mitocôndria com auxílio da carnitina acil-transferase e se converte em acetil-CoA, que participará do ciclo de Krebs para a geração de ATP (condensação de duas acetil-CoA nos hepatócitos forma o ácido acetoacético que, através de um processo chamado cetogênese, é convertido em compostos chamados corpos cetônicos, como o ácido beta-hidroxibutírico e a acetona, que se difundem livremente pela membrana plasmática e caem na corrente sanguínea, chegando até as células do músculo cardíaco e do córtex renal, que os utilizam para produzir ATP). Processo ocorre em situação de jejum. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- OBSERVAÇÃO: Excesso de corpos cetônicos abaixa o pH do sangue, mudando o padrão respiratório do indivíduo; essa situação é muito comum em diabéticos, sendo conhecida como cetoacidose diabética. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- 3.2) Anabolismo (Lipogênese): Síntese de triacilgliceróis/lipídios a partir de glicose e aminoácidos nos hepatócitos e nos adipócitos, é processo estimulado pela insulina. Ocorre quando pessoa consome mais calorias do que as necessárias para satisfazer suas necessidades de ATP. 4) Proteínas: São macromoléculas constituídas pela polimerização de alfa-aminoácidos. Proteínas não armazenadas para uso posterior e seu excesso é convertido em glicose (gliconeogênese) ou triglicerídeos (lipogênese), mas jamais eliminado na urina ou nas fezes. Aminoácidos podem ser essenciais (obtidos na dieta) ou não-essenciais (corpo consegue sintetizar por meio de processo chamado transaminação, no qual um grupo amino é transferido ao ácido pirúvico); aminoácidos também podem ser classificados como cetogênicos (formam acetil-CoA) e glicogênicos (produzem oxalacetato, um dos percursores da gliconeogênese). 4.1) Catabolismo: Estimulado pelo cortisol (produzido no córtex da glândula suprarrenal). Proteínas são decompostas em aminoácidos (convertidos em ácidos graxos, glicose ou corpos cetônicos pelos hepatócitos) ou oxidadas no corpo todo para a produção de acetil-CoA que será utilizada no ciclo de Krebs ou na síntese de triacilgliceróis (lipogênese). Antes de serem utilizados pelo organismo, aminoácidos passam pelo processo de desaminação, no qual perdem o grupo amino e, consequentemente, dão origem à amônia (processo estimulado por aminotransferases). 4.2) Anabolismo: Realizado nos ribossomos em quase todas as células em processo dirigido por DNA e RNA e influenciado pelos hormônios T3 e T4. 5) Respiração Celular 5.1) Fases 5.1.1) Glicólise: Única fase que ocorre no citoplasma da célula, independe da presença de oxigênio para acontecer. Nesse momento, ocorre a clivagem da molécula de glicose (C 6 H 12 O 6 ) em duas moléculas de ácido pirúvico, cada uma com três carbonos. Inicialmente, a glicose é fosforilada pela enzima hexoquinase em um processo que consome ATP, formando a glicose 6-fosfato que, sobre a ação do hormônio T4, dá origem à frutose 6-fosfato. Essa, sobre a ação da enzima PFK/fosofofrutoquinase, em um processo que consome ATP e é estimulado pela insulina, dá origem à frutose 1,6-disfosfato; essa, por sua vez, origina o equilíbrio químico entre o gliceraldeído 3 fosfato e a di-hidroxiacetona. Em seguida, o gliceraldeído 3-fosfato é oxidado a 1,3-bifosfoglicerato, 3-fosfoglicerato, 2-fosfoglicerato e fosfoenolpiruvato. O fosfoenolpiruvato, então, devido à atuação da enzima piruvatoquinase, é convertido em piruvato em um processo estimulado pela insulina. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- OBSERVAÇÃO: Todos os NADH ou FADH 2 produzidos durante a glicólise e o ciclo de Krebs serão usados na cadeia transportadora de elétrons para a geração de energia. No entanto, em condições anaeróbias, o NADH formado na conversão do gliceraldeído 3-fosfato pode ser utilizado para um processo de respiração anaeróbia; nesse processo, o ácido pirúvico/piruvato formado ao final da glicólise é convertido em ácido lático/lactato (processo oposto pode ocorrer na gliconeogênese por meio da enzima lactato desidrogenase). 𝑃𝐼𝑅𝑈𝑉𝐴𝑇𝑂 + 𝑁𝐴𝐷𝐻 → 𝐿𝐴𝐶𝑇𝐴𝑇𝑂 -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- 5.1.2) Ciclo de Krebs/ Ciclo de Ácido Cítrico: Inicialmente, o piruvato formado ao final da glicólise entra na mitocôndria e, em sua matriz, será convertido em acetil-coenzima A (acetil-CoA) por processo estimulado pela insulina; nesse processo, cuja primeira etapa é estimulada pela enzima piruvato desidrogenase, piruvato será descabroxilado (perde uma molécula de gás carbônico) e ocorre a formação de NADH (acetil-CoA também pode ser formada a partir de aminoácidos). 𝑃𝐼𝑅𝑈𝑉𝐴𝑇𝑂 + 𝑁𝐴𝐷 + + 𝑃𝐼𝑅𝑈𝑉𝐴𝑇𝑂 𝐷𝐸𝑆𝐼𝐷𝑅𝑂𝐺𝐸𝑁𝐴𝑆𝐸 → 𝐴𝐶𝐸𝑇𝐼𝐿 + 𝑁𝐴𝐷𝐻 + 𝐻 + + 𝐶𝑂 2 𝐴𝐶𝐸𝑇𝐼𝐿 + 𝐶𝑂𝐸𝑁𝑍𝐼𝑀𝐴 𝐴 → 𝐴𝐶𝐸𝑇𝐼𝐿 − 𝐶𝑂𝐸𝑁𝑍𝐼𝑀𝐴 𝐴 Ao mesmo tempo, o ácido oxalacético/oxalacetato pode ser formado a partir de aminoácidos ou a partir do piruvato que sofrerá a influência da enzima piruvato carboxilase e dos hormônios cortisol e T4. O ciclo de Krebs inicia-se formalmente quando o oxalacetato e a acetil-CoA reagem, formando o ácido cítrico/citrato. Em seguida, é formado um isômero dessa última substância, o ácidoisocítrico/isocitrato que, sobre a ação da enzima isocitrato desidrogenase, forma o ácido alfa-cetoglutâmico/alfa-cetoglutamato (que pode ser originado a partir de aminoácidos também). A partir desse ponto, ocorre a formação, respectivamente, de succinil-CoA, ácido succínico/succinato, ácidofumárico/fumarato, ácido málico/malato e, então, tem-se a reconstituição do ácido oxalacético/oxalacetato; em meio a essas reações, tem-se a formação de FADH 2 , NADH e ATP (ATP é formado a partir do GTP, trifosfato de guanosina, um composto altamente energético). -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- OBSERVAÇÃO: Para cada molécula de glicose quebrada, formam-se dois piruvatos. Portanto, para cada molécula de glicose, o ciclo ocorre duas vezes e, assim, cada molécula de glicose é responsável pela formação de dois ATP’s no ciclo de Krebs. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- 5.1.3) Cadeia Transportadora de Elétrons: Essa fase, assim como o ciclo de Krebs, ocorre no interior da mitocôndria; diferentemente da fase anterior, contudo, não ocorre na matriz, mas nas cristas da membrana interna pois são nelas que se encontram substâncias conhecidas como transportadoras de elétrons, como o mononucleotídeo de flavina (FMN), centros ferro-enxofre (Fe-S), citocromos, coenzima Q e átomos de cobre (Cu); função dos transportadores é transportar elétrons para complexos que funcionam como bombas de prótons, transferindo H + para o espaço entre as membrana interna e externa da mitocôndria. Em um primeiro momento, elétrons provenientes do NADH e do FADH 2 gerados nas fases anteriores são transportados para o complexo formado por FMN e Fe-S, fazendo com que NADH e FADH 2 sejam oxidados a NAD + e FAD. Coenzima Q transporta elétrons para o segundo complexo, formado por citocromos e Fe-S; nesse momento, elétrons passa da coenzima Q para citocromo b, complexo Fe-S e citocromo c 1 . Em seguida, elétron é enviado para o terceiro complexo, o complexo citocromo-oxidase, passando por átomos de cobre, citocromo a e citocromo a 3 antes de, por fim, entrar em contato com meia molécula de oxigênio, o aceptor final de elétrons. O H + enviados para o espaço intermembranoso da mitocôndria, então, criam um gradiente eletroquímico (espaço intermembranoso é positivo e interior da mitocôndria é negativo); assim, ocorre um bombeamento desse H + de volta para o interior da mitocôndria (quimiosmose) por meio da enzima ATP sintase, cuja força mortiz (originada a partir de seu giro decorrente da passagem do H + ) sintetiza ATP a partir de ADP e Pi. 5.2) Variações 5.2.1) Via/Rota/Desvio das Pentoses: Ativa em situação pós-prandial de repouso. Quando os níveis de ATP são altos (após alimentação), enzima isocitrato desidrogenase torna-se saturada, ocasionando um acúmulo de isocitrato e citrato. Sendo o citrato a única subtância do ciclo de Krebs capaz de atravessar a membrana plasmática, ele é deslocado para o citoplasma. Lá, seus altos níveis inativam a PFK/fosfofrutoquinase, ocasionando um acúmulo de frutose 16-fosfato e de glicoseose 6-fosfato, interrompendo a glicólise. Nesse momento, uma rota alternativa é ativada, a via das pentoses, na qual a glicose 6-fosfato se converte, respectivamente, em 6-fosfatogluconato, 5-fosfatoribulose e 5-fosfatoribose antes dar origem ao gliceraldeído 3-fosfato e, assim, dar continuidade à glicólise (transformação 6-fosfatogluconato em 5-fosfatoribulose origina um NADPH). 5.2.2) Síntese do Triacilgliceról: O citrato, ao passar para o citoplasma, também irá, sobre o efeito da insulina, converter-se acetil-CoA. Essa, influenciada pela insulina e pela enzima acetil-CoA carboxilase, originará a malonil-CoA que, por sua vez, também influenciada pela insulina e por um NADPH (formado na rota das pentoses), originará ácidos graxos. Esses ácidos graxos combinam-se com o glicerol formado a partir da di-hidroxiacetona (em equilíbrio com o gliceraldeído 3-fosfato) para dar origem à triacilgliceróis. 5.2.3) Rota Lançadeira Malato-Aspartato: Ao final da glicólise, piruvato pode dar origem à acetil-CoA pelo efeito da insulina (que participará do ciclo de Krebs) ou pode dar origem ao oxalacetato (em reação estimulada pela enzima piruvato carboxilase e pelos hormônios cortisol e T4), que é convertido em malato ao mesmo tempo que oxida um NADH e um H + a NAD + . O malato passa para o citoplasma e, através da redução de NAD + , volta a formar oxalacetato. O oxalacetato citoplasmático, em uma reação que consome ATP e que é estimulada pelos hormônios cortisol e insulina e pela enzima fosfoenolpiruvato carboxiquinase, dá origem ao fosfoenolpiruvato, a partir do qual tem-se o processo de gliconeogênese. NUTRIÇÃO 1) Nutrientes 1.1) Micronutrientes: Nutrientes que o corpo precisa em menor quantidade. 1.1.1) Vitaminas VITAMINA FONTE FUNÇÃO CARÊNCIA EXCESSO Lipossolúveis A (retinol) Leite e derivados; pró-vitamina (beta-caroteno) é encontrada em vegetais verdes. Manutenção de tecidos epiteliais, síntese de mucopolissacarídeos e componente da rodopsina (pigmento visual). Xeroftalmia (queratinização do tecido coular) e cegueiras noturna e permanente. Cefaléia, vôm descamação da anorexia e tumefação d ossos. D Óleo de fígado de bacalhau, ovos, leite e derivados. Crescimento e mineralização dos ossos (maior absorção de cálcio). Raquitismo (criança) e osteomalácia (adultos). Vômito, diarr perda de pes danos renai E (tocoferol) Sementes, vegetais verdes, margarinas e algumas gorduras. Antioxidante. Anemia. Relativamen atóxica. K (filoquinona) Vegetais verdes, cereais, frutas e carnes. Coagulação sanguínea. Hemorragias internas e sangramentos. Relativamen atóxica; form sintéticas sau icterícia. Hidrossolúveis C (ácido ascórbico) Frutas cítricas, tomate, pimentão verde e verduras. Mantém matriz intracelular da cartilagem, do osso e da dentina. Síntese de colágeno. Escorbuto (degeneração de pele, dentes, vasos sanguíneos; hemorragias epiteliais). Relativamen atóxica. Possibilidade cálculos rena Complexo B B1 (tiamina) Carne, vísceras, cereais integrais, nozes, legumes, leites, frutas e vegetais. Coenzima nas reaçãoes de remoção do dióxido de carbono. Beribéri (alterações nos nervos periféricos, edema e insuficiência cardíaca). Sem relato B2 (riboflavina) Carnes, ovos, leite e derivados, cereais integrais, vegetais verdes. Componente das coenzimas NAD e FAD. Lábios evermelhados, queilose (fendas nos cantos da boca) e lesões oculares. Sem relato B3 (niacina) Fígado, carnes magras, aves, cereais, legumes e amendoins (pode ser formada a partir do triptofano). Componente das enzimas de oxidação-redução NAD e NADP. Pelagra (lesões cutâneas e gastrointestinais e distúrbios nervosos mentais). Rubor, queima formigamento redor do pesc nas faces e n mãos. B5 (ácido pantotênico) Carnes, peixes, aves, leite e derivados, legumes e grãos integrais. Componenteda coenzima A. Fadiga, distúrbios do sono, coordenação alterada e náusea. Sem relato B6 (piridoxina) Carnes, peixes, aves, vegetais, grãos integrais, cereais e sementes. Coenzima envolvida no metabolismo de amoniácidos e glicogênio. Irritabilidade, convulsões, contrações musculares, dermatite e cálculos renais. Sem relato B7/B8/H (biotina) Legumes, vegetais, carnes, fígado, gema de ovo, nozes. Coenziam necessária à síntese de gordura, metabolismo de aminoácidos e formação de glicogênio. Fadiga, depressão, náuseas, dermatite, dores musculares. Sem relato B9 (ácido fólico) Legumes, vegetais verdes, carnes, ovos, produtos lácteos, fígado e trigo integral. Coenzima que atua no metabolismo de ácidos nucleicos e aminoácidos. Anemia, distúrbios gastrointestinais, diarréia, língua avermelhada. Sem relato B12 (cobalamina) Músculo, peixe, ovos, produtos lácteos. Coenziam que atua no metabolismo de ácidos nucleicos. Anemia perniciosa e distúrbios neurológicos. Sem relato -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- OBSERVAÇÃO: Radicais livres são espécies químicas com um elétron não-pareado em uma órbita externa produzidos naturalmente durante o metabolismo devido ao “vazamento de elétrons ao longo da cadeia transportadora”; nas mitocôndrias, durante a respiração, maior parte do oxigênio é utilizado na produção de água, mas pode haver a produção de hidroxila (OH - ), óxido nítrico (ONOO - ), peróxido de hidrogênio (H 2 O 2 ) ou superóxido (O 2 - ), que lesionam componentes celulares elétron-densos, como a parede celular ou o material genético). A expressão estresse oxidativo refere-se ao acúmulo de radicais livres, o que potencializa os seus efeitos danosos. Radicais livres podem se formar durante o metabolismo normal, absorção de energia radiante (luz ultravioleta e raio-X, por exemplo, hidrolisam a água em hidroxila e hidrogênio) ou por meio de metais de transição (cobre e ferro doam/recebem elétrons durante reações intracelulares ou catalisam a formação de radicais livres). Essas substâncias são removidas por meio de antioxidantes (vitaminas lipossolúveis bloqueiam sua produção ou os inativam) e por enzimas (catalase, por exemplo, degrada a água oxigenada nos peroxissomos). O acúmulo de radicais livres danifica membranas (oxidação de lipídios, que resulta em peróxidos capazes de propagar a lesão), proteínas (oxidam as cadeias laterais dos aminoácidos) e material genético (quebra de filamentos de DNA). -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- 1.1.2) Sais Minerais MINERAL FONTE FUNÇÃO CARÊNCIA EXCESSO Cálcio Leite, queijo, vegetais verde-escuros, legumes. Contração muscular, formação de ossos, coagulação sanguínea, transmissão nervosa. Retardo do crescimento, raquitismo, osteoporose, convulsões. Sem relatos. Fósforo Leite, queijo, iogurte, carne, aves, peixes e cereais. Fomrção dos ossos e dentes, equilíbrio ácido-base, previne perda de cálcio dos ossos. Fraqueza, desmineralização. Erosão do maxilar superior. Potássio Vegatis, melão, feijão-de-lima, batata, banana, leite, carne, café, chá. Equilíbrio hídrico, transmissão nervosa, balanço ácido-base. Cãibras musculares, ritmo cardíaco irregular, confusão mental, perda de apetite. Se houver falência renal, excesso resulta em arritmias cardíacas. Enxofre Preoteínas dietéticas e conservantes de alimentos. Equilíbrio ácido-base e manutenção da função hepática. Improvável. Desconhecido. Sódio Sal de cozinha. Equilíbrio ácido-base, equilíbrio hídrico e função neural. Cãibras musculares, apatia mental, apetite reduzido. Elevação da pressão arterial. Cloro Alimentos com sal, frutas e alguns vegetais. Parte importante de líquidos extracelulares. Improvável Elevação da pressão arterial. Magnésio Cereais integrais e folhas verdes. Ativa enzimas envolvidas na síntes de carboidratos e aminoácidos. Falha no crescimento, distúrbios comportamentais. Diarréia. Ferro Ovos, carnes magras, legues, gãos integrais e vegetais verdes. Componente da hemoglobina e de enzimas do metabolismo energético. Anemia ferropriva (fraqueza e resistência reduzida a infecções). Siderose, cirrose hepática. Flúor Água potável, chá, frutos do mar. Manutenção da estrutura óssea. Cáries dentárias. Manchas nos dentes e maior densidade óssea. Zinco Distribuído extensamente nos alimentos. Compinentes de enzimas digestivas e regula expressão gênica. Falha no crescimento, pequenas glândulas sexuais. Febre, náusea, vômito e diarréia. Iodo Peixes e moluscos marinhos, produtos lácteos, vegetais, sal iodado. Componente de hormônios teroidianos. Bócio (aumento da tireóide). Deprime atividade da tireóide. 1.2) Macronutrientes: Nutrientes que o organismo precisa em grande quantidade. 1.2.1) Carboidratos: Também chamados de açúcares, são substâncias constituídas de carbono hidrogênio e oxigênio. Nos seres vivos, exercem as funções de fonte de energia (4 kcal/g), de reserva (como a glicose e o amido), sustentação (como a celulose e a quitina) e exercem funções específicas, além disso, são percursores das pentoses, sendo necessárioas para a síntese de ácidos nucleicos. De acordo com um grau de complexidade crescente, podem ser classificados como monossacarídios (monômeros, como a glicose, frutose a galactose), dissacarídeos (moléculas formada pela união de dois monossacarídeos, como a sacarase, a maltase e a lactase) e polissacarídeos (polímero formado pela união de vários monossacarídeos, como o amido e o glicogênio); na digestão, dissacarídeos e polissacarídeos são hidrolisados a monossacarídeos para serem absorvidos pela mucosa intestinal. Em geral, suas principais fontes são massas, doces e cereais, existindo em menor quantidade frutas e leguminosas. 1.2.2) Lipídios: São compostos insolúveis em água e solúveis em solventes orgânicos, sendo o triacilgliceról o de interesse nutricional por ser passível de ser acumulado na forma de reserva de energia; triacilgliceról é composto de três moléculas de ácidos graxos e uma de glicerol. Além disso, outros lipídios atuam como componentes de membrana, percursores de hormônios esteróides ou compostos altamente ativos (como as prostaglandinas). 1.2.3) Proteínas: Polímeros cuja unidade monomérica são aminoácidos, são os compostos orgânicos mais abundantes no corpo, tendo função estrutural, enzimática, transporte de gases e outras substâncias, defesa imunológica, coagulação sanguínea, fonte de energia (4 kcal/g), entre outras. Alimentos de origem animal (carne, ovos, leite e derivados) são ricos em proteínas, mas tmbaém encontra-se em alguns produtos vegetais (leguminosas, castanhas e nozes). 1.3) Fibras: Simplificadamente, corresponde aos polissacarídeos das plantas e lignina não sujeitos à hidrólise durante a digestão, correspondendo à parte fibrosa mastigável de frutas e vegetais (parede celular e outros componentes celulares com celulose, hemicelulose, lignina, beta-glicanas, pectina mucilageme gomas). Seu impacto no trato gastro-intestinal é avaliado de acordo com suas propriedades, que são a viscosidade e absorção de nutrientes (aumento na taxa retarda a velocidade do esvaziamento gástrico, facilitando o aumento da sensação de saciedade, além de dificultar a mistura do bolo alimentar com o conteúdo intestinal, diminuindo a ação das enzimas digestivas e da liberação dos nutrientes absorvíveis oara as células da mucosa intestinal) e capacidade de sequestrar água (aumenta a quantidade de água nas fezes). 2) Controle de Peso: Deve ser baseado no controle da ingestão calórica (mudança de hábitos alimentares) e queima de reservas energéticas. Ou seja, deve-se diminuir a oferta de calorias e aumentar o seu gasto. Essas mudanças deve ser feitas de forma permanente pois, se forem temporárias, o peso perdido será ganho novamente em até um ano (apenas 5% dos pacientes em experimentos conseguem manter novo peso sete anos e meio após mudanças de hábitos). 2.1) Dieta: Para que ocorra perda de peso e novo peso seja mantido, deve haver mudanças nos hábitos alimentares. Para isso, dietas devem ser planejadas de acordo com a necessidade estimada de energia (ERE; estimated energy requirement , medido em kcal/dia), utilizando referências como peso (medido em kg), sexo, idade (medida em anos) e altura (medida em metros), além de um coeficiente (CAF) que traduz a quantidade de atividade física do paciente. Através desses cálculos, pode-se perceber três padrões de dietas, compostas de 1600 kcal/dia (mulheres com atividades físicas leves ou sedentárias e adultos idosos), 2200 kcal/dia (crianças, adolescentes do sexo feminino, mulheres com atividade física intensa, homens com atividade física leve ou sedentários, gestantes ou nutrizes) e 2800 kcal/dia (adolescentes do sexo masculino, homens com atividade física intensa e mulheres com atividade física muito intensa). Assim, cardápio deve ser planejado para adequar dieta a essas necessidades. 𝐸𝑅𝐸 = 354 − 6 , 91 𝑥 𝐼𝐷𝐴𝐷𝐸 ( ) + 𝐶𝐴𝐹 𝑥 ( 9 , 63 𝑥 𝑃𝐸𝑆𝑂 + 727 𝑥 𝐴𝐿𝑇𝑈𝑅𝐴 ) CAF ESTILO DE VIDA (ATIVIDADE FÍSICA) SEXO MASCULINO FEMININO Sedentário 1 1 Leve 1,11 1,12 Moderado 1,25 1,27 Intenso 1,48 1,45 PORÇÃO (1 UNIDADE) EXEMPLO VALOR CALÓRICO Cereais 1 pão fracês ou 4 colheres de sopa de arroz/macarrão ou 4 biscoitos salgados. 150 kcal Verduras 5 folhas de alface ou 2 colheres de sopa de cenoura ou 1 tomate. 15 kcal Frutas ½ banana-nanica ou ½ maçã ou ½ fatia de abacaxi com ½ copo de suco de suco de laranja. 35 kcal Leite e Derivados 1 xícara de leite ou 1 copo de iogurte ou 1 fatia de queijo minas. 120 kcal Carnes e Ovos 1 fatia de carne assada ou 1 filé de frango grelhado ou 1 ovo frito. 190 kcal Leguminosas 4 colheres de sopa de feijão ou 2 colheres de sopa de grão-de-bico ou 2 colheres de copa de lentilha/soja. 55 kcal 2.2) Exercícios Físicos: Treinamento deve atingir uma queima de 300 kcal sempre que possível (o que ocorre com 30 minutos de corrida, natação, ciclismo ou treinamento de resistência em circuitos moderados ou vigorosos ou em 60 minutos de caminhada rápida), ocorrendo de 3 a 4 vezes na semana, no mínimo. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- OBSERVAÇÃO: Pirâmide Alimentar é um instrumento, sob a forma gráfica, que tem como objetivo orientar as pessoas para uma dieta mais saudável. É um guia alimentar geral que demonstra como deve ser a alimentação diária para uma população saudável, acima de 2 anos de idade. Cada parte da pirâmide representa um grupo de alimentos e o número de porções recomendadas diariamente. Na alimentação diária devemos incluir sempre todos os grupos recomendados para garantir os nutrientes que o nosso organismo necessita. Os alimentos que precisam ser consumidos numa quantidade maior estão na base da pirâmide e os que precisam ser consumidos em menor quantidade estão no topo da pirâmide. Para sabermos o número correto de porções diárias a serem ingeridas de cada grupo de alimentos, é necessário observar as calorias diárias que cada indivíduo necessita.Portanto, é necessário que o profissional da área de nutrição planeje o programa alimentar, pois este varia conforme sexo, peso, idade, altura e necessidades individuais. Em média, a maioria dos indivíduos necessita de, pelo menos, um número mínimo de porções dentro das variações recomendadas. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- 3) Medidas Antropométricas: Antropometria é o conjunto de técnicas utilizadas para quantificar o tamanho corporal, sua proporção e formato. 3.1) Índice de Massa Corpórea (IMC): Índice calculado dividindo-se o peso pela altura ao quadrado. 𝐼𝑀𝐶 = 𝑃 ℎ 2 3.2) Circunferência Abdominal: Medida logo acima da crista ilíaca, passando pela altura do umbigo. Excesso de gordura abdominal está relacionado à doenças metabólicas como a dislipidemia, diabete melito tipo 2 e hipertensão arterial. Em homens, valor normals é igual ou menor que 102 centímetros e, em mulheres, menor ou igual que 88 centímetros. Acúmulo de gorduras em homens ocorre em toda a região abdominal (obesidade em forma de maçã) e na mulher ocorre de forma mais concentrada na região do quadril (obesidade em forma de pêra). 3.3) Relação Quadril-Cintura: Cintura deve ser medida em ponto médio entre os arcos costais e quadril. Divide-se o calor do comprimento do quadril pelo valor do comprimento da cintura. Em homens, é normal quando menor que 0,8 e, em mulheres, quando menor que 0,9. 4) Dieta Hiperproteica 4.1) Princípio: A não ingestão de carboidratos evitaria a formação de reservas de energia na forma de glicogênio. Isso estimularia o corpo a utilizar a gordura como fonte de energia, o que reduziria a massa corporal. Por isso, diatea consiste na ingestão de proteínas em grande quantidade e na ingestãos de gorduras. 4.2) Cetogênese: No caso desse tipo de dieta, há o predomínio de lipólise que, devido à beta-oxidação, produz acetil-CoA, cuja entrada no ciclo de Krebs depende da combinação com o oxalacetato; uma vez, contudo, que a principal via de formação do oxalacetato é a partir do piruvato originado na via glicolítica e essa se encontra alterada devido à baixa/inexistente ingestão de glicose, a acetil-CoA é, nos hepatócitos, condensada aos pares para formar o ácido acetoacético-acetoacetato (no jejum e na diabetes, o oxalacetato formado a partir de aminoácidos é utilizado para a gliconeogênese, quase não existindo na forma de substrato para se combinar com a acetil-CoA). A acetoacetato é, assim, convertido em ácido beta-hidroxibutírico/beta-hidroxibutirato e acetona; acetoacetato, beta-hidroxibutirato e acetona são conhecidos como corpos cetônicos, que se difundem livremente pelas membranas das mitocôndrias e chegam atá o sangue de forma que alguns órgãos, como o músculo cardíaco e o córtex renal, podem usá-lospara a formação de energia, convertendo-os novamente em acetil-CoA para, então, dar continuidade ao cilco de Krebs (na diabetes, devido a ausência de insulina, a glicose não entra na célula para ser catabolisada pela via glicolítica, não dando origem ao oxalacetato e resultando no acúmulo de corpos cetônicos, a cetose). 4.3) Cetoacidose: Altos níveis de corpos cetônicos induzem a cetose; como os corpos cetônicos são ácidos orgânicos moderadamente fortes, essa situação diminui o pH do sangue, aumentando a frequência respiratória e podendo levar ao coma ou à morte (no jejum e na diabetes, cérebro se adapta de tal forma que 75% de suas necessidades energéticas são supridas por corpos cetônicos e, portanto, a cetoacidose acarreta danos cerebrais). Corpos cetônicos podem ser degradados em qualquer célula do corpo. Altos níveis de acetoacetato levam a um decréscimo da velocidade de lipólise em uma tentatuva de o organismo de frear a cetogênese. 4.4) Efeitos Sistêmicos 4.4.1) Desidratação: Amônia, tóxica e formada em excesso nas dietas hiperproteicas, é convertida em uréia no fígado antes de ser eliminada uma vez que a uréia é menos tóxica. Uma vez que a uréia é solúvel, sua excreção acarreta o uso de água. Amônia em excesso leva a formação de uréia em excesso, sendo necessária muita água para eliminá-la do organismo, o que leva à desidratação. Entre os efeitos da desidratação, tem-se náuseas, cansaço, irritabilidade, dores de cabeça, sonolência, tonrutra, fraqueza e aumento da frequência cardíaca. 4.4.2) Alterações no Sangue e na Urina: Corpos cetônicos são solúveis e, portanto, podem ser identificados por exames de sangue e urina. Além disso, excesso de proteínas na dieta leva ao aparecimetno de proteínas na urina (proteinúria), o que é consequência de danos glomerulares. 4.4.3) Cálculo Renal: Aumentando a ingestão de proteínas, tem-se o aumento da ingestão da proteína purina (existente em grande quantidade no feijão, carnes e alguns frutos do mar). Essa, ao ser degradada, leva à formação de ácido úrico, responsável pelo surgimento de gota e cálculo renal. 4.4.4) Desmineralização Óssea: Degradação de proteínas libera íons amônio e sulfato existentes nos aminoácidos. Na tentativa de manter o equilíbrio ácido-base do sangue, cálcio ósseo é mobilizadp (e mais tarde, excretado na urina), ocorrendo demineralização óssea. 4.4.5) Fadiga: Devido à depleção das reservas de glicogênio. 4.4.6) Arritmia Cardíaca: Devido ao desequilíbrio eletrolítico. HISTOLOGIA – PELE 1) Considerações Iniciais: Considerações Iniciais: Também chamada de cútis ou tegumento, é o maior órgão do corpo. É o manto de revestimento do organismo, que o isola de componentes nocivos do meio externo, e corresponde a, aproximadamente, 15% de seu peso (aproximadamente, de 4,5 a 5 kg em adultos, ocupando área próxima de 2 m 2 ). Sua espessura varia de 0,5mm (pálpebras), passando por regiões com espessura que varia de 1 mm a 2 mm (maioria do corpo) e chegando a medir 4 mm (palma das mãos e plantas dos pés). Possui origens ectodérmica (epiderme) e mesodérmica (derme). Abaixo dela, encontra-se a hipoderme (ou tela subcutânea), camada de tecido adiposos e areolar que não faz parte da derme, mas se adere a ela por fibras que se estendem a partir da derme e se adere à músculos e ossos pela falácia adjacente (tecido conjuntivo), tela subcutânea atua como depósito de gordura e contém grandes vasos que irrigam a pele, além de conterem corpúsculos lamelados de Pacini (sensíveis à pressão). 2) Camadas 2.1) Epiderme: Origina-se da ectoderme do embrião. Composto por epitélio escamoso estratificado queratinizado que contém quatro tipos principais de células, sendo elas os queratinócitos (aproximadamente 90% da células epidérmicas, estão dispostos em quatro ou cinco camadas de produzem a proteína queratina que, fibrosa e dura, ajuda a proteger os tecidos adjacentes do calor, microorganismos e substâncias químicas; além disso, queratinócitos produzem grânulos lamelares que liberam susbtância permeabilizantes que reduz a entrada e perda de água e inibe a entrada de materiais estranhos), melanócitos (aproximadamente 8% das células epidérmicas, desenvolvem-se do ectoderma do embrião e são as células produtoras de melanina, um pigmento marrom escuro que confere proteção contra raios ultravioletas e que contribui na formação da vitamina D, sendo sua concentração mais na alta nas pessoas de pele negra; são mais presentes nas camadas basal e espinhosa; melanina é sintetizada à partir da proteína tirosinase, cuja deficiência condiciona o albinismo; sua produção é estimulada por fatores genéticos, hormonal – hormônio estimulador dos melanócitos, o MSH – e ambiental – energia radiante aumenta produção; grânulos de melanina, ao serem transferidos para os queratinócitos por projeções delgadas e alongadas, aglomeram-se ao redor do núcleo, formando véu que protege material genético dos raios UV), células de Langerhans (originam-se na medula óssea vermelha e migram para a epiderme, onde participam da resposta imune, ajudando outras células a reconhecer organismo invasor e destruí-lo; são facilmente danificadas pela radiação UV) e células de Merkel (células epidérmicas menos numerosas, localizam-se na camada mais profunda da epiderme, onde associam-se a neurônios, formando o disco tátil, estrutura associadas às sensações táteis). Na maior parte do corpo, é constituída de quatro subcamadas (basal, espinhosa, granulosa e córnea fina), sendo chamada de pele fina; nas áreas de maior exposição ao atrito (pontas dos dedos, almas das mãoes e plantas dos pés), possui cinco subcamadas (basal, espinhosa, granulosa, lúcida e córnea espessa), sendo chamada de pele grossa. Não é vascularizada. 2.1.1) Camada Basal/Germinativa: Camada mais profunda da epiderme, é composta por única fileira de queratinócitos colunares ou cúbicos, além de células-tronco que sofrem constantes divisões celulares para produzirem, continuamente, novos queratinócitos, sendo responsável pela renovação da epiderme. Células, unidas por desmossomos associados a tonofilamentos do citoesqueleto, migram para a superfície em processo que demora de 15 a 30 dias. Melanócitos e células de Merkel estão espalhados entre os queratinócitos. 2.1.2) Camada Espinhosa/Malpighiana: Composta de 8 a 10 camadas de queratinócitos poliédricos firmemente justapostos. Tonofilamentos que se inserem nos desmossomos dão aspecto espinhoso às células e se inserem nos desmossomos, mantendo a coesão das células da epiderme e a resistência ao atrito. Possui células-tronco dos queratinócitos e uma atividade mitótica menor que a camada basal. 2.1.3) Camada Granulosa: Composta de 3 a 5 camadas de queratinócitos achatados que estão passando pelo processo de apoptose (núcleo e organelas começam a se degenerar e célula morre, assim, camada granulosa é transição entre camadas mais profundas e metabolicamente ativas e as células mortas das camadas superificiais). Grânulos da proteína cerato-hialina, escura, convertemtonofilamentos em queratina. Grânulos lamelares, envolvidos por membranas e também presentes nos queratinócitos, liberam secreção rica em lipídios que preenchem espaço entre as células das camadas granulosa, lúcida e córnea, atuando como selante impermeável (retarda perda de líquidos e entrada de materiais estranhos). 2.1.4) Camada Lúcida: Consiste de 3 a 5 camadas de queratinócitos mortos achatados e claros com grande quantidade de queratina e com membranas plasmáticas espessas. É considerada uma subdivisão da camada córnea 2.1.5) Camada Córnea: Composta de 25 a 30 camadas de queratinócitos mortos, anucleados e achatados, que são continuamente descartados e substituídos por células provenientes das camadas mais profundas. Seus interior contém, essencialmente, queratina. Entre as células, encontram-se os lipídios dos grânulos lamelares, tornando-a uma camada eficientemente impermeável. Múltiplas camadas de células são forma de proteger as camadas mais profundas de lesões e do contato com microorganismos. Exposição constane ao atrito torna essa camada anormalmente mais espessa (calo). 2.2) Derme: Derme: Segunda parte mais profunda da pele, origina-se da mesoderme do embrião e é composta por tecido conjuntivo resistente, contendo fibras colágenas e elásticas. Combinação de fibras colágena e elástica conferem resistência, extensibilidade (capacidade de estiramento) e elasticidade (capacidade de retornar à forma original após estiramento) à pele (estiramento extremo produz rupturas conhecidas como estrias). Dentre as células presentes na derme, tem-se, predominantemente, fibroblastos, macrófagos e alguns adipócitos. Vasos sanguíneos, nervos, gânglios e folículos pilosos estão embutidos na derme, que é fundamental para a nutrição/sobrevivência da epiderme e é dividida em camada papilar e reticular. A cama papilar separa-se da epiderme pelas papilas dérmicas (reentrâncias que refletem-se na superfície, formando as impressões digitais; possuem terminações nervosas livres, dendritos que disparam sinais que produzem sensações de calor, frio, dor, cócegas e coceira) e forma,a proximadamente, um quinto da espessura total da derme, sendo constituídas de tecido conjuntivo areolar, fibras colágenas estreitas e elásticas finas. Camada reticular, fixa à tela subcutânea, consistem em tecido conjuntivo denso não-modelado, contendo fibroblastos, feixes de fibras colágenas e algumas fibras elásticas. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- OBSERVAÇÃO: Em certas regiões do corpo, fibras colágenas tendem a se orientar mais em uma direção do que em outra, formando linhas de clivagem/tensão, que são especialmente evidentes nas faces palamares dos dedos das mãos. Em cirurgias, incisão que corra paralelamente às fibras fechará em cicatriz única e fina e incisões através das fibras fechará em cicatriz espessa e larga. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- 2.3) Hipoderme: Originada da mesoderme do embrião. Formada por tecido conjuntivo frouxo e por tecido adiposo, não é considerada, por alguns autores, uma camada da pele. Tem a função de auxiliar o deslizamento da pele sobre as estruturas em que se apóia e de manter constante a temperatura do corpo. 3) Anexos 3.1) Pêlos: Estruturas queratinizadas que se desenvolvem a partir de invaginações na pele (folículo piloso). É eriçado devido à contração do músculo eretor na derme. 3.2) Unhas: Placas córneas queratinizadas. 3.3) Glândulas Sebáceas: Na derme, desemboca na porção temrinal do folículo piloso. 3.4) Glândulas Sudoríparas: Suor é solução diluída que contém sódio, potássio, cloreto, uréia, amônia, ácido úrico e pouquíssimas proteínas. Sua evaporação faz baixar a temperaturas da pele. Glândulas ceruminosas (produtoras de cera nos ouvidos), glândulas de Moll (produtoras de lágrimas) e glândulas mamárias (produtoras de leite) são glândulas sudoríparas modificadas. 4) Funções 4.1) Termorregulação: Feita por meio da liberação de suor e pela dilatação/contração dos vasos sanguíneos da derme, em resposta ao aumento ou à diminuição da temperatura. 4.2) Reservatório de Sangue: Extensa rede de vasos da pele abriga de 8% a 10% do volume total de sangue de um adulto. 4.3) Queratina protege contra abrasão, microorganismos, calor e substâncias químicas. Sebo das glândulas sebáceas impedem ressecamento da pele e pêlos e cotém substâncas químicas bactericidas. O pH ácido retarda o crescimento de alguns micróbios. Melanina protege contra raios ultravioletas. Células de Langerhans fazem parte do sistema imune, alertando o corpo para a presença de microorganismos potencialmente nocivos. 4.4) Sensibilidade Cutânea. 4.5) Excreção e Absorção: Apesar da natureza impermeável da camada córnea, 400 ml de água evaporam por ela diariamente. Além disso, pode absorver algumas substâncias como vitaminas lipossolúveis e gases oxigênio e carbônico. 4.6) Raios ultravioletas ativam moléculas percursoras, que é modificada pela enzima calcitriol (secretada pelo fígado e pelos rins), resultando na forma ativa da vitamina D. 5) Microbiota Natural: A microbiota da pele é composta por uma flora residente e uma transitória. A residente encontra-se em camadas mais profundas da pele (uma vez que nascemos com ela) e possuem baixa virulência, podendo demonstrar características patogênicas caso consiga adentrar o organismo e sendo eliminada da pele por meio de soluções à base de iodo ou por meio de soluções de clorexidina (como é o caso da bactéria Staphylococus epidermidis que, devido ao fato de ser a maior causadora de infecções hopsitalares pós-cirúrgias, precisa ser eliminada da pele com soluções de iodo antes da incisão cirúrgica). A flora transitória (composta, em sua maioria, por bactérias gram-negativas como as enterobactérias e as não-fermentadoras) é encontrada em camadas mais superficiais da pele e possuem maior virulência, sendo adiquirida por meio do contato com objetos contaminados; a flora transitória, por estar em camadas superficiais, pode ser eliminada com a higienização feita com água limpa e sabão neutro ou com álcool em gel. Entre os componentes da microbiota natural da pele, encontram-se, principalmente, bactérias (como as do gênero Staphylococus , por exemplo) e fungos (como a Candida albicans , por exemplo). 6) Cicatrização da Pele: Ocorre com a sinalização de prostaglandinas e fatores de crescimento liberados durante a inflamação. 6.1) Tipos 6.1.1) Cicatrização Epidérmica: Ocorre em lesões que acomentem apenas a epiderme, o que inclui abrasões e pequenas queimaduras. Em um primeiro momento, células basais em torno da lesão perdem contato com a membrana basal antes de aumentarem de tamanho e migrarem pela lesão; quando as células se encontram, elas param de migrar em consequência da resposta celular chamada inibição por contato (migração cessa completamente quando cada célula está em contato com outras ao longo detoda a sua extensão, uma vez que contato entre as células estimula o glicálix a liberar substâncias que inibem a continuidade dessa migração). Ao mesmo tempo, o hormônio fator de crescimento epidérmico estimula as células basais a se dividirem e substituirem aquelas que se deslocaram para a lesão. Células basais que se deslocaram se dividem, reconstituindo os substratos da epiderme e reparando a lesão. 6.1.2) Cicatrização de Lesão Profunda: Ocorre quando lesão atinge a derme. Por atingir mais camadas (que precisam ser reconstituídas), é um processo mais complexo, havendo a formação de um tecido cicatricial (que perde alguma de suas funções normais). 6.1.2.1) Fase Inflamatória: Um coágulo de sangue se forma na superfície da lesão, unindo suas bordas frouxamente ao mesmo tempo que se desenvolve um processo inflamatório para eliminar possíveis microorganismos que tenham adentrado o corpo por meio da ferida (presença de células fagocitárias, principalmente de neutrófilos) 6.1.2.2) Fase Migratória: Coágulo vira uma crosta e células epiteliais, estimumladas por fatores de crescimento, migram para debaixo dela para fechar o ferimento ao mesmo tempo em que fibroblastos migram pelos filamentos de acitina e começam a secretar tecido cicatricial (fibras colágenas e glicoproteínas; o processo de formação do tecido cictricial chama-se fibrose; quando uma grande quantidade é secretada, forma-se cicatriz saliente que pode ser do tipo hipertrófica, se for mantida dentro dos limites da lesão, ou quelóide, se ultrapassar os limites da lesão; surge por se tratar de processo de reparo e não de reconstituição de todas as camadas da pele); novos vasos sanguíneos também são produzidos em decorrência dos vasos lesionados (angiogênese). Nessa fase, tecido que preenche o ferimento é chamado de tecido de granulação (macio e, devido à grande quantidade de novos vasos sanguíneos, intensamente avermelhado, é caracterizado pela proliferação de fibroblastos). 6.1.2.3) Fase Proliferativa: Enquanto as fase inflamatória e migratória, juntas, duram até três dias, a fase proliferativa dura, aproximamente, 21 dias. Ocorre intenso crescimento das células epiteliais sobre a crosta e intensa deposição de fibras colágenas (fibroblastos se orientam pelas fibras da periferia para o centro da ferida durante o reparo). Angiogênese orienta-se da periferia para o centro. 6.1.2.4) Fase de Maturação: Pode durar até um ano. Crosta se desprende, uma vez que epiderme readiquiriu sua espessura normal; ao mesmo tempo, miofibroblastos utilizam a contração de um complexo actina-miosina de musculatura lisa para aproximar as bordas da lesão. Fibras coléganas, antes do tipo III, são substituídas pelo colágeno tipo I e se tornam mais organizadas devido a uma remodelação feita com base nas linhas de tensão do corpo (dependentes da posição). 6.2) Fatores Limitantes: Falta de vitaminas (principalmente a vitamina C) e de proteínas prejudicam a formação de colágeno pelos fibroblastos. Tabagismo causa vasoconstrição periférica, dificultando a irrigação sanguínea da área da lesão e, consequentemente, o aporte de nutrientes para as células locais. Presença de infecção prolonga a fase inflamatória e gera competição por nutrientes entre as células de defesa e as células do tecido saudável ao redor da lesão. HISTOLOGIA – SANGUE 1) Definição: Tipo especializado de tecido conjuntivo, é formado por plasma e elementos figurados (células). O volume total de sangue é de, aproximadamente, 7% do peso corporal (5 litros em um indivíduo de 70 kg). 2) Composição 2.1) Plasma: Parte líquida do sangue, corresponde a 55% de seu volume, em média. É constituído por água (91,5%), sais minerais, gases, excretas, hormônios e proteínas (7%). Entre as proteínas presentes no plasma estão a albumina (regula a pressão oncótica, pressão osmótica gerada pelas proteínas do plasma, e atua no transporte de substâncias hidrofóbicas, como hormônios), gamaglobulinas (anticorpos) e fibrinogênio (atua no coagulação sanguínea). “Soro” é o nome que se dá ao plasma sem os fatores de coagulação. 2.2) Elementos Figurados 2.2.1) Hemácias/Eritrócitos/Glóbulos Vermelhos: Célula anucleada e bicôncava. Seu número normal é 4,5 bilhões a 6,5 bilhões no homem e de 4 bilhões/mm 3 a 5,6 bilhões/mm 3 na mulher. Seu volume corpuscular médio é considerado normal de 80 a 100 fl (um fentolitro – fl – equivale a 10 -15 litros). 2.2.1.1) Função: Por meio da atuação da proteína hemoglobina, tem a função de transportar gases (hemoglobina ligada ao gás oxigênio forma estrutura chamada de oxi-hemoglobina e, ligada ao gás carbônico forma carbamino-hemoglobina, embora a maior parte seja do CO 2 seja transportada dissolvida no plasma). 2.2.1.2) Locais de Produção: No feto de até dois meses de gestação, hemácias são produzidas no saco vitelínico; do segundo ao sétimo mês, passam a ser produzidas no fígado e no baço embora também seja produzida, a partir do quinto mês, na medula óssea vermelha. Nas crianças, são produzidas na medula óssea vermelha de praticamente todos os ossos. Nos adultos, são produzidas na medula óssea vermelha de vértebras, costelas, crânio, esterno, pelve e fêmures, principalmente. Sua produção é estimulada pelo hormônio glicoproteico eritropoeitina, que é produzido no fígado (90%) e na área justaglomerular do parênquima do rim (10%). 2.2.1.3) Hemoglobina: Poteína formada por quatro sub-unidades, cada uma contendo um grupo heme, composto por Fe 2+ (que é avermelhado, dando coloração ao sangue) e um polipeptídeo. Dentre as variações na cadeia peptídica, distinguem-se alguns tipos de hemoglobina, sendo considerados normais os tipos A1 (97%), A2 (2%) e F (a hemoglobina F é conhecida como hemoglobina fetal; representa 100% da hemoglobina fetal e 80% da do recém-nascido, baixando, no oitavo mês de vida, até 1%, índice semelhante ao encontrado em adultos; uma vez que o feto não tem acesso ao ar e obtém oxigênio por meio da placenta, a hemoglobina F é muito ávida por oxigênio). Seus valores de referência considerados normais são de 13,5g/100ml a 18g/100ml para homens e de 12g/100ml a 16,5g/100ml para mulheres. Sua produção é controlada pelo núcleo antes de ocorrer a maturação. Sua produção também é estimulada pelo hormônio eritropoeitina, sendo necessária a vitamina B12. 2.2.1.4) Hematócrito: Porcentagem de hemácias no sangue, que permite, por consequência, o cálculo da quantidade de ferro existente na circulação de uma pessoa. Varia de 40% a 54% para homens adultos, de 35% a 47% para mulheres adultas, de 44% a 62% para recém-nascidos e de 36% a 44% para crianças. Hematócritos abaixo de 35% podem indicar anemia e acima de 65% podem indicar policitemia (presença de muitos eritrócitos torna o sangue mais viscoso, tornando-o mais difícil de ser bombeado pelo coração). Diferença no hematócrito de homens e mulheres é devida às questões hormonais (a testosterona estimula a produção de eritropoeitina) e à menstruação (mulher perde sangue). Em grávidas, o hematócritodiminui devido ao aumento do volume sanguíneo, que dilui os eritrócitos; em moradores de grandes altitudes, hematócrito aumenta para melhorar a oxigenação dos tecidos. 2.2.1.5) Tempo de Vida: Após 120 dias, as enzimas já estão em nível crítico (não há núcleo para renová-las), levando a um baixo rendimento dos ciclos metabólicos geradores de energia. São destruídas, principalmente, pelos macrófagos no baço, embora o fígado e a própria medula óssea possam participar dessa destruição. 2.2.1.6) Anemia: Redução na taxa de hemoglobina para níveis abaixo dos considerados normais. Morfologicamente, podem ser classificadas como microcíticas (caracterizadas por hemácia de pequeno volume corpuscular médio, são causadas pela falta de ferro, como a anemia ferropriva), macrocíticas (caracterizadas por hemácias de grande volume corpuscular médio, são causadas pela falta de vitamina B12 e de ácido fólico/vitamina B9, dando origem à hemácias com pouca hemoglobina e que, por consequência, ficam descoradas/hipocrômicas) e normocíticas (hemácias tem volume corpuscular médio normal, mas há deficiência de eritropoeitina). Há muitos hemogramas que revelam uma quantidade maior que a normal de reticulócitos (célula sanguínea da qual surgem as hemácias e que, normalmente, compreendem de 0,5% a 2% de todos os eritrócitos), indicando que o organismo pode estar se recuperando de uma anemia (elevado número de reticulócitos indica uma resposta da medula óssea, sugerindo vida curta das hemácias, enquanto o número reduzido indica uma produção deficiente de eritrócitos). 2.2.1.7) Poliglobulias: Quadro caracterizado pelo aumento do número de hemácias para suprir a demanda de oxigenação dos tecidos. Ocorre devido à grandes atitudes (onde há ar rarefeito), ao fumo, doença pulmonar obstrutiva crônica ou hipernefroma (tumor secretor de eritropoeitina nos rins). 2.2.2) Leucócitos/Glóbulos Brancos: São células incolores e esféricas que possuem a função de proteger o organismo contra infecções, atuando na fagocitose de organismos estranhos ou produzindo anticorpos para combatê-los. Em geral, o número de leucócitos considerado normal no sangue varia de 4000 a 10000 por mm 3 . Em condições normais, os leucócitos vivem de 4 a 8 horas e mais 4 ou 5 dias caso sua ação seja necessária nos tecidos, antes de serem destruídos no baço. Contudo a sua utilização também pode gerar um caso de leucopenia. 2.2.2.1) Locais de Produção: Dependendo de sua classificação, podem ser produzidos na medula óssea vermelha, no timo ou em órgãos linfóides (baço, linfonodos e tonsilas). 2.2.2.2) Diapedese: Constantemente, os leucócitos deixam os vasos por meio de um movimento chamado diapedese, chegando ao tecido conjuntivo, onde morrem por apoptose. Contudo, caso os tecidos estejam invadidos por microorganismos, os leucócitos são atraídos por quimiotaxia, ou seja, substâncias liberadas pelo tecido, pelo plasma ou pelo microorganismo desencadeiam uma resposta migratória dos leucócitos, que se dirigem aos locais onde há a maior concentração de agentes quimiotáticos. São considerados agentes quimiotáticos toxinas bacterianas, produtos de tecidos necrosados, proteínas estranhas ou desnaturadas, histamina e complexo antígeno-anticorpo. Não existe movimento de retorno do leucócito para o interior dos vasos sanguíneos. 2.2.2.3) Classificação 2.2.2.3.1) Granulócitos: Possuem núcleo de forma irregular e seu citoplasma possuem grânulos específicos (envoltos por membrana) e azurófilos (lisossomos). De acordo com o tipo de grânulo específico, distingue-se três tipos de granulócitos. Em geral, são ativos na fagocitose. 2.2.2.3.1.1) Neutrófilos/Polimorfonucleados: Possuem seu núcleo formado por dois a cinco lóbulos (célula muito jovem não possui núcleo segmentado em lóbulos e recebe o nome de bastonetes). Em pessoas do sexo feminino, seu núcleo possui apêndice com um cromossomo X condensado. Constituem linha de defesa celular contra a invasão de microorganismos, sendo os leucócitos mais ativos na fagocitose. Por serem os leucócitos mais comuns no sangue (com um número normal variando de 3500 a 7000 por mm 3 ), pode-se dizer que, geralmente, leucocitoses e leucopenias são resultados, respectivamente, de neutrofilia (aumento do número de neutrófilos) e neutropenia (diminuição do número de leucócitos). 2.2.2.3.1.2) Eosinófilos: Possuem núcleo, em geral, bilobulado e seu número normal varia de 140 a 150 por mm 3 . Possuem função fagocitária, destruindo complexos antígeno anticorpo e o aumento de sua quantidade no sangue está, em geral, associado à parasitoses e doenças alérgicas. 2.2.2.3.1.3) Basófilos: Possuem núcleo volumoso de forma retorcida e irregular, geralmente na forma da letra “S”. O número considerado normal varia de 50 a 100 por mm 3 . Embora sua ação específica ainda não seja conhecida, sabe-se que esses leucócitos liberam, por degranulação (liberação dos grânulos), heparina (anticoagulante natural) e histamina (vasodilatador liberado em processos alérgicos). 2.2.2.3.2) Agranulócitos: Seu núcleo possui forma mais regular e não apresentam grânulos específicos, podendo apresentar grânulos azurófilos. 2.2.2.3.2.1) Monócitos: Possuem núcleo ovóide em forma de rim ou ferradura. Após o processo de diapedese, passam a se chamar macrófagos e realizam a fagocitose. Seu número normal varia de 200 a 800 por mm 3 . 2.2.2.3.2.2) Linfócitos: Leucócitos responsáveis pela defesa imunológica do organismo através do reconhecimento de células estranhas presentes em diversos agentes infecciosos, combatendo-as por meio de resposta humoral (produção de anticorpos/imunoglobulinas) ou citotóxica. Seu número normal varia de 1500-2500 por mm 3 . Os linfócitos B são responsáveis pela imunidade humoral e os linfócitos T são responsáveis pela imunidade celular. Em geral, aumento de seu número indica infecção e diminuição indica baixa imunidade. 2.2.2.4) Desvio à Esquerda: Em processos infecciosos bacterianos ou leucemia crônica mielóide, pode-se encontrar células jovens percursoras dos granulócitos, que deveriam se encontrar na medula óssea. Nas infecções bacterianas isso ocorre de forma escalonada (encontram-se células em várias fases de desenvolvimento) e nas leucemias mielóides crônicas isso ocorre de forma não-escalonada (encontra-se células em apenas uma fase de desenvolvimento). 2.2.3) Plaquetas: Fragmentos anucleados de células denominadas megacariócitos, existem apenas nos mamíferos e são responsáveis pela coagulação sanguínea e pela reparação das paredes dos vasos. Durante sua ação, as plaquetas realizam, em sequência, a agregação primária (plaquetas se aderem ao colágeno em regiões de lesão vascular), agregação secundária (plaquetas liberam ADP, um potente indutor plaquetário), coagulação sanguínea, retração do coágulo (por meio da liberação de actina, miosina e ATP pelas próprias plaquetas) e remoção do coágulo (por meio da enzima plasmina). No sangue, seu número normal varia de 250000 a 400000 por mm 3 números menores podem indicar hemorragias e maiores, tromboses). Também são produzidasna medula óssea vermelha e vivem de 8 a 10 dias antes de serem destruídas no baço. O aumento do número de plaquetas (plaquetose) é verificado em casos de pós-hemorragias e a diminuição (plaquetopenia), em gravidez, hiperespleinismo (aumento do baço leva ao aumento do sequestro de plaquetas) e em doenças hematológicas. Ácido acetilsalisílico, vendido como analgésico, é uma droga que diminui a agregação plaquetária. 3) Hemocitopoiese/Hemopoiese/Hematopoiese 3.1) Definição: É o processo contínuo e regulado de produção de células sanguíneas que envolve renovação, proliferação, diferenciação e maturação. Células circulantes tem vida curta e precisam ser constantemente repostas. 3.2) Fases: De acordo com o local de produção, existem três fases do processo de hemocitopoiese. Na fase mesoblástica, a primeira, as células sanguíneas são produzidas no mesoderma do saco vitelínico a partir do 19 o dia de gestação, produzindo apenas eritroblastos primitivos. Na fase hepática, o fígado assume a função de órgão hemocitopoéitco e ocorre o desenvolvimento de eritroblastos, granulócitos e monócitos, além das primeiras células linfóides e megacariócitos. No segundo mês de gravidez, a clavícula começa a ossificar e, assim, inicia-se a fase medular, na qual a recém-formada medula óssea vermelha assume papel de órgão hemapoiético. Ao longo da vida, a medula óssea vermelha passa a ser infiltrada por adipócitos, células acumuladores de lipídios, e, por isso, parte dela se torna medula óssea amarela, inativa na hemocitopoiese. 3.3) Processo 3.3.1) Diferenciação e Maturação: A partir das steem cell , células-tronco hematopoiéticas pluripotentes, são originadas células-tronco multipotentes que, sendo auto-renováveis e com baixa capacidade mitótica, dividem-se em duas linhagens, mielóide e linfóide. 3.3.1.1) Células da Linhagem Mielóide: Permanecem na medula óssea e dão origem às células progenitoras, chamadas Unidades Formadoras de Colônias (muito mais numerosas que as células multipotentes, também são auto-renováveis e possuem alta capacidade mitótica), já parcialmente diferenciadas e que dão origem às células percursoras. A partir das células percursoras, tem-se a formação da células sanguínea madura. CÉLULA PERCURSORA CÉLULA MADURA Eritroblasto Eritrócito Megacarioblasto Megacariócito Promonócito Monócito Mielócito Neutrófilo Neutrófilo Mielócito Eosinófilo Eosinófilo Mielócito Basófilo Basófilo 3.3.1.2) Células da Linhagem Linfóide: Algumas células multipotentes ficam na medula óssea e outras migram para o timo. Independentemente de onde estiverem, elas darão origem a Unidades Formadoras de Colônias e, em seguida, à células percursoras chamadas linfoblastos. Na medula óssea, linfoblastos originam os Linfócitos B e, no timo, originam os Linfócitos T. Em alguns órgãos linfóides secundários, como o baço e os linfonodos, os linfócitos B e T se proliferam intensamente, estimulados pela presença de um antígeno. 3.3.2) Fatores de Crescimento: São substâncias glicoproteicas que atuam na hematopoiese, indicando quais células deverão ser produzidas. 3.3.2.1) Citocinas Hematopoiéticas: Produzidos no fígado e nos rins, são a eritropoeitina (estimula produção de eritrócitos e hemoglobina) e trombopoietina (estimula produção de megacariócitos e, consequentemente, de plaquetas). 3.3.2.2) Fatores Estimuladores de Colônias: São produzidos por células endoteliais e podem orientar a produção de, por exemplo, granulócitos (G-CSF), granulócitos e monócitos (GM-CSF), monócitos (M-CSF) e megacariócitos (MEG-CSF). 3.3.2.3) Interleucinas: Produzidas, principalmente, nos linfócitos T. São substâncias específicas e conduzem a resposta imune produzindo, por exemplo, megacariócitos, granulócitos, eritrócitos e monócitos (IL3); linfócitos B (IL4); linfócitos B e eosinófilos (IL5). 3.4) Tecidos: Uma vez nos tecidos, algumas células sanguíneas sofrem uma última diferenciação. É o caso dos monócitos que, após o processo de diapedese, passam a ser chamar macrófagos, e o caso dos linfócitos B, que passam a se chamar plasmócitos. 4) Sistemas Sanguíneos 4.1) Considerações Iniciais 4.1.1) Sangue humano contém mais de cem antígenos diferentes. Os principais estão nos sistemas ABO e Rh, que possuem a mesma relevância clínica para as transfusões de sangue. 4.1.2) Recém-nascido possui poucas aglutininas/anticorpos, uma vez que seu sistema imunológico se desenvolve ao longo do primeiro ano de vida através da alimentação, contato com sujeira na boca e outros mecanismos. 4.2) Sistema ABO: O sangue de qualquer indivíduo pertence aos grupos A, B, AB ou O, codificados por alelismo múltiplo. Nas hemácias existem antígenos/aglutinogênios e, no plasma, anticorpos/aglutininas. Todas as hemácias possuem antígeno H que, na presença dos genes A e B, são transformados nos antígenos A e B, respectivamente (no caso do grupo O, antígeno não é transformado). No raro fenótipo Bombay (também chamado de Falso O), não existe sequer o antígeno H uma vez que alelo H não produz enzima necessária à produção desse antígeno; nesse caso, pessoas com fenótipo Bombay só podem receber sangue de outras com o fenótipo Bombay. Na realização da tipagem sanguínea, usam-se amostras do sangue, testando-as com os anticorpos desse sistema sanguíneo; sangue A provocará reação de aglutinação em contato com anticorpo anti-A, sangue B provocará reação de aglutinação em contato com anticorpo anti-B, sangue AB provocará reação de aglutinação em contato com anticorpos anti-A e anti-B e sangue O não provocará reação de aglutinação em contato com nenhum dos anticorpos. FENÓTIPOS EXISTENTE S ANTÍGENO/AGLUTINOGÊN IO NAS HEMÁCIAS ANTICORPO/AGLUTINI NA NO PLASMA FREQUÊNCI A NA POPULAÇà O A A Anti-B 46% B B Anti-A 42% AB A e B - 9% O - Anti-A e Anti-B 3% 4.3) Sistema Rh: Em relação a esse sistema, o sangue de qualquer pessoa pode ter fenótipo Rh Positivo ou Rh Negativo. Esse sistema conta com cinco antígenos diferentes (D, C, E, c, e) que se encontram nas hemácias; sendo o antígeno D o mais relevante, o fenótipo Rh Positivo é determinado pela sua presença. Uma vez que o anticorpo anti-Rh só é produzido no organismo após um primeiro contato com o antígeno, pode-se ter complicações como a Doença Hemolítica do Recém-Nascido/ Eritoblastose Fetal (crianças Rh Positivas filhas de mães Rh Negativas as sensibilizam durante o parto; essas mães, assim, passam a produzir anticorpos anti-Rh que podem atacar e destruir as hemácias de um segundo filho Rh Positivo; necessidade de novas hemácias faz essas serem liberadas pela medula antes de ser concluído o processo de maturação, quando ainda são nucleadas; para evitar essa doença, mães com fenótipo negativo que tiveram filhos de fenótipo positivo devem receber soro com anticorpo anti-Rh logo após o parto para não serem sensibilizadas; o tratamento é feito com transferência de sangue Rh Negativo ao neonato, para não dar aos anticorpos anti-Rh da mãe substrato para ocorrer a aglutinação caso transplantasse sangue Rh Positivo, enquanto o sangue positivo é retirado do corpo;primeiro filho pode nascer com a doença caso a mãe já tenha sido sensibilizada por meio de, por exemplo, trasnfusões sanguíneas). A tipagem sanguínea é feita de forma semelhante ao sistema ABO. FENÓTIPOS EXISTENTES ANTÍGENO/AGLUTINOGÊNIO NAS HEMÁCIAS ANTICORPO/AGLUTININA NO PLASMA Rh Positivo Rh - Rh Negativo - Anti-Rh 4.4) Transfusões Sanguíneas: Considerando as interações entre os antígenos e anticorpos dos doadores e receptores, devem ser consideradas algumas reações na hora das transfusões com o objetivo de minimizar seus impactos negativos no receptor. 4.4.1) Reação Maior: Nas transfusões, deve-se considerar a interação entre os antígenos do doador e os anticorpos do receptor. Após essa interação, não deve ocorrer aglutinação. Nesse caso, para o sistema ABO, os fenótipos O e AB são considerados, respectivamente, doador e receptor universal, já para o sistema Rh, fenótipos negativo e positivo são, respectivamente, doador e receptor universal. 4.4.2) Reação Menor: Uma vez que, após a transfusão, os anticorpos do doador estarão diluídos no plasma do receptor, a possível reação de aglutinação envolvendo eles e os antígenos do receptor não possui tanta relevância. Contudo, para evitar efeitos danosos ao receptor, a transfusão de sangues diferentes do sangue do receptor está limitada a apenas uma bolsa. 5) Doação de Sangue 5.1) Critérios 5.1.1) Peso: Doador deve pesar, no mínimo, 50 kg. A bolsa de coleta contém 60 ml de anticoagulante, uma quantidade que suporta de 400 ml a 495 ml de sangue. Como são retirados, aproximadamente, 10% do volume sanguíneo, a quantidade de sangue deve estar nesse intervalo. Por isso, com doadores que pesam de 50 kg a 59 kg, é retirado um volume que cresce gradativamente a partir dos 400 ml de sangue até atingir os 495 ml do limite. A partir de 59 kg, é retirado o volume máximo. Homens podem doar até 9ml/kg e mulher podem doar até 8ml/kg desde que não ultrapasse o limite. 5.1.2) Idade: Doador deve ter entre 16 e 69 anos. Antes, a idade mínima era 18 anos, mas foi abaixada para acelerar a reposição dos bancos de sangue. Doadores menores de idade, contudo, devem estar acompanhados dos responsáveis. 5.1.3) Altura: Não interfere na quantidade de sangue a ser doada. 5.1.4) Doador deve estar bem alimentado, uma vez que a retirada de sangue pode causar hipoglicemia, hipotensão, palidez, tontura, sudorese e outras complicações se o paciente estiver em jejum. Por esses motivos, é sempre fornecido um lanche após a doação para repor os nutrientes e os líquidos perdidos. 5.1.5) Pessoas que tiveram mais de três parceiros sexuais no último ano, parceiros sexuais desconhecidos ou parceiros sexuais com passado transfusional podem estar contaminados com alguma doença sexualmente transmissível mas estar em período conhecido como janela imunológica (intervalo entre a contaminação e o aparecimento dos primeiros sintomas). Vale também para pessoas que fizeram piercings/tatuagens no último ano. 5.1.6) Pessoas provenientes de áreas marcadas por epidemias também podem estar em janela imunológica. Caso a pessoa tenha contraído malária, por exemplo, deve esperar um ano antes de doar e, caso tenha contraído dengue, deve esperar trinta dias ou seis meses para, respectivamente, a dengue simples e a dengue hemorrágica. 5.1.7) Grávidas não podem doar para não comprometer a oxigenação do feto. 5.1.8) Deve-se esperar 12 horas desde a última vez que ingeriu álcool pois o organismo precisa desse tempo para metabolizar completamente essa substância. 5.1.9) Observações do estado psíquico dos doadores pós-doação indicam que eles se sentem mais dispostos tendo dormido, em média, seis horas antes de doar sangue. Esse dado, contudo, é relativo e depende da quantidade de horas que a pessoa normalmente dorme e de fatores de sua vida profissional e pessoal. Além do sono, o estresse pode ser um fator que, isoladamente ou não, pode excluir um doador por alterar pressão (sistólica máxima deve ser 100 mmHg e diastólica máxima deve ser 180 mmHg), pulso (doador deve ter de 50 a 100 batimentos por minutos), frequência respiratória e temperatura corporal. Além disso, estresse pode alterar composição hormonal, celular e proteica do sangue do doador (eixo hipotálamo-pituitária-adrenal produzem glicocorticóides, levando a imunossupressão e consequente aumento do risco de infecções; privação seletiva do sono diminui quantidade de imunoglobulinas e privação total aumenta quantidade de linfócitos e leucócitos). 5.1.10) Pessoas que foram vacinadas não podem doar pois o vírus, mesmo atenuado, pode estar em sua circulação e comprometer a saúde do paciente que receberá o sangue, cujo sistema imunológico já está comprometido. Há um tempo de espera para poder doar sangue após uma vacinação. 5.2) Intervalo entre Doações: Homens devem esperar um intervalo de 60 dias entre as doações, podendo doar, no máximo, quatro vezes por ano. Mulheres devem esperar um intervalo de 90 dias entre as doações, podendo doar, no máximo, três vezes por ano. Diferença se dá pelo fato de a mulher perder sangue e ferro na menstruação. 5.3) Hemoterapia: Tratamento com transfusão de sangue. 5.3.1) Total: Transferência de todos os hemocomponentes do doador para o receptor. É o processo de hemoterapia mais barato e é indicado para pacientes que tenham perdido 25% do seu sangue, restaurando o transporte de oxigênio e o volume sanguíneo. 5.3.2) Seletiva: Hemocomponentes são separados por centrifugação, fluxo contínuo (sangue sai do doador por um acesso, é filtrado e volta por outro acesso) ou fluxo descontínuo (mais confortável ao doador, sangue sai por um acesso, é filtrado e volta pelo mesmo acesso), sendo transfundidos ao paciente de acordo com a sua necessidade. Apesar de ser mais caro, é mais vantajoso porque permite que uma única bolsa possa ser usada em mais de um paciente, salvando mais vidas, e porque permite que um paciente seja salvo com menos bolsas que na hemoterapia total, economizando sangue. Concentrado de hemácias, o mais transfundido no mundo, é indicado para restaurar transporte de oxigênio em caso de queda da quantidade de hemoglobina (anemias agudas) sem causar hipervolemia e no caso de hemorragias agudas. Concentrado de plaquetas, segundo mais transfundido no mundo é indicado no caso de plaquetopenia, trombocitopenia (número de plaquetas é considerado normal mas não há o correto funcionamento delas), sangramentos ativos (uso terapêutico) ou risco de sangramento (uso profilático). Concentrado de granulócitos é indicado em casos de neutropenia e em febres que duram de 24 horas a 48 horas e que não respondem à antibioticoterapia. Plasma fresco congelado, composto pelo plasma com proteínas e fatores de coagulação, são transfundidos em caso de doenças hepáticas (afinal, é fígado que, por meio da vitamina K, produz esses fatores) e em caso de queimaduras graves (onde há a perda de muito líquido plasmático). Crioprecipitado, composto por fibrinogênio e fatores de coagulação, é transfundidoem casos de deficiência nos fatores de coagulação e no tratamento da doença de Won Willebrand (doença hemorrágica causada pela deficiência do fator de Won Willebrand). Plasma sem crioprecipitado, em geral, é enviado para a indústria para a fabricação de albumina humana e outras proteínas. 5.4) Exames e Transfusão: Uma vez que o sangue contém mais de cem antígenos, é feito um exame chamado “pesquisa de anticorpos séricos irregulares” para identificar todos os anticorpos existentes com o objetivo de descobrir se a bolsa não causará reação de aglutinação no paciente. Contra algumas doenças, são feitos testes sorológicos individuais para identificar anticorpos contra sífilis, doença de chagas, hepatite B (vírus HBV), hepatite C (vírus HCV), AIDS (vírus HIV) e contra o vírus HTLV (retrovírus, como o HIV, que causa, em 3% dos infectados, doenças como linfomas de linfócitos T ou uveíte). É realizado teste em pool para a pesquisa de antígenos (como a pesquisa de antígenos é um teste caro, o teste em pool consiste na mistura de sangue dos doadores para avaliá-los em conjunto e, assim, economizar recursos, fazendo testes individuais apenas em caso de resultado positivo). Em casos em que a transfusão não seja urgente, deve-se entrevistar o paciente sobre as transfusões já sofridas a fim de identificar possíveis reações. No mesmo acesso em que recebe sangue, paciente só pode receber também soro fisiológico (outros medicamentos, caso não se possa esperar o fim da transfusão, devem ser injetados em outro acesso que, preferencialmente, deve estar no outro braço). 5.5) Déficit Crônico de Doadores no Brasil: Em geral, as pessoas não doam sangue por existirem mitos (emagrece, engorda, vicia), medo de infecções e falta de comunicação (hemocentro não avisa quando chegar data da próxima doação ou pessoas acham que hemocentro está sendo muito autoritário em “exigir” nova doação). No Brasil, especificamente, tem-se, como agravantes, o fato de o país não ter passado por grandes guerras, como os Estados Unidos e a Europa (o que, gerou um sentimento de comodismo); o fato de, na antiga sociedade patriarcal e escravista, o sangue ser considerado um bem da família que deveria ser preservado à qualquer custo; e o fato de que, no início, doação de sangue era remunerada, o que faz muitas pessoas hoje não quererem doar sabendo que não vão mais ser pagas por isso. 5.6) Hemocentros 5.6.1) Serviços Prestados: Coleta, tipagem, sorologia e fracionamento. 5.6.2) Conservação de Hemocomponentes: Concentrado de hemácias deve ser mantidos de 2 o C a 4 o C por 35 dias na substância CPDA1 (composta pelo anticoagulante citrato, pelo tampão fosfato e pelas fontes de energia dextrose e adenina) ou 42 dias na solução conservante manitol. Concentrado de plaquetas deve ser mantido em temperatura ambiente, de 20 o C a 24 o C, por 5 dias. Plasma fresco congelado deve ser mantido a -30 o C por até um ano, quando os fatores de coagulação nele presentes perdem sua eficiência (após isso, ele é descongelado em banho-maria a 37 o C e pode, em até 4 anos, ser enviado à indústria de albumina). 5.6.3) Responsabilidade: No Brasil, o governo estadual é o responsável pela manutenção dos hemocentros, tendo o governo municipal uma ação de caráter complementar. Cada estado possui um hemocentro, com sede em sua respectiva capital, e sub-unidades nas outras cidades. Apenas o estado de São Paulo é diferente, com um hemocentro em Marília, um em Campinas, um em Ribeirão Preto e dois em São Paulo (Pró-Sangue e Colsan). 5.6.4) Instalação: A necessidade de se instalar um hemocentro, hoje em dia, é baseada na demanda hospitalar de uma região e nos serviços necessários para atender essa demanda. A densidade demográfica não é um fator de grande relevância. MICROBIOLOGIA – BACTÉRIAS E VÍRUS 1) Bactérias 1.1) Estrutura 1.1.1) Parede Celular: Presente em todas as bactérias, exceto nas da espécie Mycoplasma (as menores bactérias existentes). É composta por membrana interna de peptídeoglicano (macromolécula única ligada covalentemente) e membrana externa que varia quanto a espessura e composição química. Nas Gram-Positivas, membrana interna de peptídeoglicano é espessa e pode haver fibras de ácido teicóico que se projetam para fora dela; nas Gram-Negativas, parede é fina. Nas Gram-Negativas, camada externa é mais complexa (polissacarídeos, lipoproteínas e fosfolipídeos). Nas Gram-Negativas, há o espaço periplasmático entre peptídeoglicano e membrana citoplasmática (onde há enzimas β-lactamases, que degradam penicilinas e outros fármacos β-lactâmicos). Camada interna de peptídeoglicano é rompida pela enzima lisozima (presente nas lágrimas na saliva e nas mucosas humanas), constituindo uma forma de defesa do hospedeiro. 1.1.2) Membrana Plasmática: Composta por bicamada fosfolipídica. Mycoplasma são os únicos procariotos com esteróis nas membranas. 1.1.3) Mesossomo: Atua como septo-transverso que divide célula bacteriana e como sítio d eligação do DNA. Possui função na repsiração celular. 1.1.4) Citoplasma: Composto por ribossomos, grânulos (armazenamento de nutrientes), nucelóide (DNA celular com, aproximadamente, 2.000 genes e sem íntrons), plasmídeo (DNA extracromossomal com possui genes que conferem resistência à antibióticos, metais pesados eraios ultravioletas; podem ser transmissíveis na conjugação – grandes e com poucas cópias – ou não-transmissíveis – pequenos e com muitas cópias). 1.1.5) Cápsula: Camada polissacarídica com aspecto gelatinoso externa à parede celular presente em bactérias patogênicas. Diminuem a capacidade fagocitária das células de defesa do organismo, aumentando a virulência da bactéria. 1.1.6) Flagelo: Apêndices longos usados para a locomoção em direção a nutrientes e outros fatores atrativos por quimiotaxia. Força próton motiva, a energia para a movimentação, é fornecida por meio do ATP. Bactérias podem ter um ou mais flagelos ou, simplesmente, não os tê-los. 1.1.7) Pilus (plural: Pili): Filamentos curtos que se estendem à partir da superfície da célula. Medeiam a ligação da bactéria aos receptores humanos na infecção. Pilus sexual medeia a ligação entre bactéria macho (doador) e fêmea (receptor) na conjugação (reprodução sexuada em que ocorre transferência de plasmídeos). 1.1.8) Esporos: Forma de resistências das bactérias dos gêneros Bacillus e Clostridium . Contém DNA, membrana celular, peptídeoglicano, pouca água (resulta em baixo metabolismo) e revestimento espesso semelhante à queratina. Ácido dipicolínico (com cálcio) protege contra calor, desidratação, radiação e compostos químicos. Morrem com esporicidas. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- OBSERVAÇÕES: *Virulência é a capacidade patogênica de um micro-organismo. Micro-organismo mais virulentos precisão de menso exemplares para causar a doença em seu hospedeiro. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------1.2) Formas 1.2.1) Cocos: Forma esférica. Podem ser ser encontradas nas formas diplococos (aos pares), estreptococos (em cadeia) ou estafilococos (em forma semelhante a um cacho de uva). 1.2.2) Bacilo: Forma de bastão. 1.2.3) Espiroquetes: Forma espiralizada. 1.3) Coloração de Gram 1.3.1) Definição: Técnica empregada na microbiologia para identificar alguns grupos bacterianos com base na estrutura de sua parede celular (Gram-positivas tem parede espessa e é arroxeada, indicando que o corante fixou-se em sua parede, e Gram-negativa tem parede delgada e é avermelhada, indicando que o corante não se fixou na parede). 1.3.2) Técnica: Realiza-se o esfregaço em lâmina; aplicação do violeta de metila por 60 segundos e lavagem (corante se fixa com mais intensidade na parede mais espessa) com água; aplicação de lugol por 60 segundos e lavagem com água (para aumentar fixação do corante à parede celular); descoramento com álcool 95% por 20 segundos (retira corante das bactérias com parede menos espessa); aplicação de safranina por 20 segundos e lavagem com água (corante vermelho claro, fixa-se na parede menos espessa das bactérias que se descoraram com o álcool). 1.3.3) Exemplos 1..3.1) Cocos Gram-Positivos: Staphylococcus aureo (acne) e Staphylococcus epidermidis (natural da pele). 1.3.3.2) Cocos Gram-Negativos: Neisseria meningitidis (meningite) e Neisseria gonorrhoeae (gonorréia). 1.3.3.3) Bacilos Gram-Positivos: Clostridium tetani (tétano). 1.3.3.4) Bacilos Gram Negativos: Escherichia coli , Klebsiella pneumoniae (penumonia) e Enterobacter aerogenus são da família Enterobacteriaceae (vivem no instestino humano) e são fermentadores de glicose. Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter baumannii são não-fermentadores de glicose e habitam ar, água, solo e intestino humano. 2) Vírus 2.1) Estrutura 2.1.1) Ácido Nucleico: Virais: Podem ser DNA (maioria de cadeia dupla; há vírus com DNA de cadeia simples) ou RNA (maioria de cadeia simples; há vírus com RNA de cadeia dupla). Em geral, possuem uma cópia do genoma (retrovírus são exceção, possuindo duas cópias de RNA e sendo, portanto, diplóides). 2.1.2) Capsídeo: Composto por subunidades proteicas chamadas capsômeros, envolvem o material genético. Associação do ácido nucleico com as proteínas do capsídeo é chamada de nucleocapsídeo, que pode ter as formas icosaédrica (composto por 20 trinângulos) ou helicoidal (espiralizado). 2.1.3) Proteínas Virais: Além de entrarem na constituição do capsídeo, protegendo o material genético, também atuam na ligação do vírus com a célula hospedeira. São antígenos e, portanto, alvos da ação dos anticorpos. 2.1.4) Envelope: Membrana lipoproteica adiquirida da célula hospedeira ao final do processo de replicação. Vírus que possuem essa estrutura são, em geral, mas sensíveis do que vírus que possuem apenas o nucleocapsídeo e, em geral, são transmitidos por contato direto (sangue e sexo) ou picada de insetos. 2.1.5) Exceções 2.1.5.1) Vírus Defectivo: Possuem ácido nucleico e proteínas virais, mas são incapazes de se replicar sem a presença de um vírus auxiliar. 2.1.5.2) Pseudovírus: Possui o DNA da célula hospedeira dentro do capsídeo. Células são infectadas, mas vírus não se reproduz. 2.1.5.3) Viróides: Possui RNA viral circular sem envoltório ou envolope. Não causa doenças em humanos (só em plantas). 2.1.5.4) Príons: Constituídos por proteínas virais, causam encefalopatias enspongiforma transmissíveis (como a doença de Creutzfeld-Jakobs; morte de neurônios leva ao surgimento de orifícios de aspecto espojoso; não causam resposta inflamatória do tecido cerebral lesado). 2.2) Parasitas Intracelulares Obrigatórios: São acelulares, não possuindo organelas e, portanto, não possuindo metabolismo próprio. 2.3) APOBEC3G: Proteína codificada no DNA humano, tem atuação na resposta do corpo contra infecções virais. Em retrovírus (constituídos por RNA), causam hipermutação, desabilitando-os (vírus HIV, causador da AIDS, possui enzima que bloqueia a ação dessa proteína). IMUNOLOGIA 1) Sistema Imunológico: Tem a função de prevenir e limitar infecções, sendo a resposta imune mediada por anticorpos (imunidade humoral) e células, principalmente. Possui alta diversidade (combatendo milhares de antígenos distintos), memória e especificidade. 1.1) Etapas da Resposta Imune: A resposta imune ocorre com o reconhecimento do organismo estranho por células específicas seguida da ativação das células específicas para a produção de anticorpos/imunoglobulinas e para a destruição do corpo estranho. 1.2) Tipos de Imunidade 1.2.1) Natural/Inata: Resistência não-adiquirida por contato com agente infeccioso, sendo constituída por barreiras físicas (pele e mucosas), células fagocitárias (como macrófagos e linfócitos NK) e a febre. É defesa inespecífica. 1.2.2) Adiquirida/Adaptativa: Resistência adiquirida após contato com o antígeno, envolvendo a mediação de anticorpos. É específica. 1.2.2.1) Celular: Mediada por linfócitos T (CD8 e CD4). 1.2.2.2) Humoral: Mediada por anticorpos. 1.2.2.2.1) Ativa: Induzida após contato com antígeno, sensibilizando sistema imune do hospedeiro e estimulando-o a produzir anticorpos. Pode ser natural (durante infecção) ou artificial (vacina inocula o organismo patogênico morto ou atenuado ou inocula o toxóide, a toxina em sua forma atóxica, para induzir a produção de anticorpos específicos; o combate à certas doenças exige a presença de uma grande quantidade de anticorpos e, como a produção deles se torna menos intensa com o passar do tempo após a sensibilização, algumas vacinas exigem a aplicação de uma dose de reforço para sensibilizar o organismo novamente; vacinas virais podem ser feitas com vírus vivo atenuado, vírus morto ou vírus similar). Em um primeiro contato com antígeno, produção de anticorpos é lenta e pouco intensa mas, devido à atuação das células de memória, essa resposta se torna mais rápida em um segundo contato (produção de IgM é praticamente igual no primeiro e no segundo contato, mas a produção de IgG é muito mais intensa no segundo; resposta primária ocorre após um período de retarde de 7 a 10 dias após a infecção). Na primeira resposta, predominam IgM; na segunda, predominam os outros tipos de imunoglobulinas. É uma forma de proteção duradoura. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- OBSERVAÇÃO: Vacinas vivas/atenuadas são vacina em que o microorganismo (micróbio, normalmente bactéria ou vírus), obtido a partir de um indivíduo ou animal infectado, é atenuado por passagens sucessivas em meios de cultura ou culturas celulares. Esta atenuação diminui o seu poder infeccioso. O microorganismo mantém a capacidade de se multiplicar no organismo do indivíduo vacinado (não causando doença) e induz uma resposta imunitária adequada. Normalmente, basta a administração de uma única dose para produzir imunidade para toda a vida (com exceção para as vacinas administradas por via oral). As vacinas vivas atenuadas têm como desvantagem o risco de poder induzirsintomas (ainda que normalmente mais ligeiros) da doença que se pretende evitar e o risco de infecção do feto, no caso de vacinação de grávidas. Já nas vacinas mortas/inativadas, microorganismos são mortos por agentes químicos. A grande vantagem das vacinas inactivadas é a total ausência de poder infeccioso do agente (incapacidade de se multiplicar no organismo do vacinado), mantendo as suas características imunológicas. Ou seja, estas vacinas não provocam a doença, mas têm a capacidade de induzir protecção contra essa mesma doença. Estas vacinas têm como desvantagem induzir uma resposta imunitária subótima, o que por vezes requer a necessidade de associar adjuvantes ou proteínas transportadoras e a necessidade de administrar várias doses de reforço. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- 1.2.2.2.2) Passiva: Resistência baseada em anticorpos pré-formados para a imediata neutralização da toxina (anticorpo heterólogo é produzido em animais, podendo resultar em reações de hipersensibilidade, e anticorpo homólogo é retirado do plasma humano). Oferece disponibilidade imediata de anticorpos, sendo uma resposta rápida, mas, por não sensibilizar o organismo, é pouco duradoura. Pode ser natural (anticorpos chegam ao bebê por meio da placenta e da amamentação) ou artificial (soro). 1.2.2.2.3) Ativa-Passiva: Algumas doenças (como o tétano, a raiva e a hepatite B) possuem um maior período de incubação (período entre a infecção e o início da ação do microorganismo patogênico) e, por isso, pode ser realizado um processo conhecido como soro-vacinação, no qual o anticorpo é inoculado, para o combate imediato do antígeno, juntamente com o antígeno atenuado, que sensibilizará o organismo a produzir anticorpos. 2) Infecção: Implantação, crescimento e multiplicação do microorganismo no tecido do hospedeiro, causando lesão tecidual por ação direta do microorganismo ou indireta por meio da resposta do organismo à presença do agente infeccioso ou de seus produtos. Doenças infecciosas passam por período de incubação (período entre a aquisição do organismo patogênico e o aparecimento dos primeiros sintomas), período prodrômico (sintomas não-específicos como febre, dor de cabeça, perda de apetite...), período específico (sintomas característicos) e período de recuperação (doença regride). É diferente de contaminação (presença do microorganismo sem invasão, reação fisiológica ou dependência metabólica do hospedeiro) e colonização (presença do microorganismo com dependência metabólica do hospedeiro mas sem manifestações clínicas). 3) Inflamação: Conjunto de respostas do organismo a um agente agressor, é o processo de recrutamento de células e proteínas plasmáticas e seu acúmulo e ativação nos tecidos para destruir microorganismos patogênicos. Não é necessário que haja uma infecção antes do processo inflamatório, uma vez que inflamação também combate células mortas, toxinas liberadas do metabolismo celular e o próprio corpo (doenças auto-imune). Resultado final de inflamação aguda pode ser a cura (com ou sem cicatrização) ou uma inflamação crônica, caso patógeno persista. 3.1) Resposta Inflamatória Local -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- OBSERVAÇÕES *Para haver inflamação, deve haver vaso sanguíneo. *Fator de necrose tumoral e interleucina 1 estimulam macrófagos a liberarem histamina, aumentando a permeabilidade dos vasos, e tromboplastina. Caso isso ocorra no corpo todo, tem-se o choque séptico (também chamado de coagulação intravascular disseminada, é síndrome caracterizada por colapso circulatório). Esse quadro também é potencializado pela interlecuinas 6 e 12 e pelo interferon gama. *Na inflamação, histamina é mediador pré-formado (provoca vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular). Mediadores induzidos são prostaglandinas, tromboxanos e leucotrienos (são lipídios que intensificam a respostas inflamatória). *Cascata do Ácido Araquidônico e Anti-Inflamatórios Não-Esteroidais: O ácido araquidônico surge a partir da atuação da fosfolipase A2 (formada no processo inflamatório) sobre os fosfolipídeos de membrana. Pela ação de ciclooxigenases (COX), origina prostaglandina H2 que, por sua vez, origina outras prostaglandinas, prostaciclinas e tromboxanos. Pela ação de lipooxigenase (LOX), origina leucotrienos. Prostranóides, como as prostaciclinas e prostaglandinas, atuam intensificando o processo inflamatório (tromboxanos não são prostranóides, mas possuem estrutura parecida e, portanto, agem da mesma forma). Uma vez que que os anti-inflamatórios não-esteroidais, como o ácido acetilsalisílico, inibem a ciclooxigenase, não ocorre a produção dos prostranóides e, assim, efeitos da inflamação não são tão intensos (alívio da dor, do rubor, do inchaço...). Além disso, COX2 estímula a produção de prostaglandina protetora da mucosa gástrica (como ácido acetilsalisílico e anti-inflamatórios não-esteróides inibem a COX2, esses medicamentos podem causar gastrite). Os leucotrienos, prostaciclinas, prostaglandinas e tromboxanos são eicosanóides (possuem vinte átomos de carbono) e são hormônios locais (possuem vida curta). A partir da prostaglandina H2, sintetases específicas existentes em cada tecido atuaram na formação dos prostranóides (sintetase dos tromboxanos está nas plaquetas e das prostaciclinas está no endotélio, por exemplo); dessa forma, para impedir ação danosa dos anti-inflamatórios não-esteroidais com o bloqueio permanente da COX2, a indústria farmacêutica busca, hoje, susbtâncias que possam atuar no processo inflamatório bloqueando essas sintetases específicas. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- 3.1.1) Imunidade Inata 3.1.1.1) Início: Com a entrada de um organismo patogênico na circulação, proteínas C3a e C5a do sistema complemento causam degranulação dos mastócitos, liberando histamina, que causa vasodilatação e consequente aumento do fluxo sanguíneo (hiperemia) e da permeabilidade capilar. Com o aumento da permeabilidade, ocorre o extravasamento de líquido para o espaço tecidual; esse líquido, composto por fibrina e outros fatores de coagulação, irá coagular, retardando a disseminação do agente patogênico (prostraglandina também é agente quimiotático). Intensidade da resposta inflamatória varia de acordo com o grau de lesão tecidual (muito rápida no caso de infecção por estafilococos, mais agressivos ao tecido, e menos intensa no caso de infecção por estreptococos; por isso, estreptococos são mais sucetíveis a se dissemir pelo corpo e causar mortes). 3.1.1.2) Linhas de Defesa: 3.1.1.2.1) Primeira Linha de Defesa: Macrófagos teciduais. Uma vez ativados no tecido inflamado, produzirão substâncias que irão estimular a produção de novas células de defesa (GM-CSF, G-CSF e M-CSF, por exemplo) ou atuar como agentes quimiotáticos (como a interleucina1 e o fator de necrose tumoral, TNF). 3.1.1.2.2) Segunda Linha de Defesa: Invasão de neutrófilos, atraídos por quimiotaxia (tecido lesado libera substâncisas que fazem neutrófilos se aderirem a ele) e que chegam aos tecidos por diapedese (substâncias liberadas pelo tecido lesado afrouxa ligações intercelulares das células endoteliais). Ocorre, em seguida, uma grande produção de neutrófilos no sangue (neutrofilia). 3.1.1.2.3) Terceira Linha de Defesa: Invasão de novos macrófagos. Devido à menor reserva ( pool ) de monócitos na medula do que de neutrófilos, aumento de macrófagos no tecido inflamado é muito lento. 3.1.1.2.4) Quarta Linha de Defesa: Produção de novos macrófagos (que demoram de 3 a 4 dias para deixar a medula óssea na forma de monócitos). Por vezes, macrófagos atacam células teciduais ainda vivas. 3.1.1.3) Resposta Celular: É a forma como os leucócitos se orientam. Em um primeiro momento, neutrófilos se aderem ao tecido vascular e migram para tecido intersticial, sendo atraídos por quimiotaxia (substâncias quimiotáticas são liberadas pelo tecido lesado e pelo metabolismo do microorganismo), onde irão realizar a fagocitose. Com as morte dos neutrófilos, esses são substatuídos por macrófagos (maior capacidade fagocitária). 3.1.2) Imunidade Adaptativa 3.1.2.1) Tipos de Linfócitos 3.1.2.1.1) Linfócitos B: Diferenciam-se em plasmócitos para a produção de anticorpos. São assim chamados pois, nas aves, são maturados em órgão chamado bursa de Fabricius (na ausência desse em humanos, são maturados na medula óssea). 3.1.2.1.2) Linfócitos T: Assim chamados pois são maturados no timo. 3.1.2.1.2.1) CD8/Citotóxico/Matador/ Killer : Provocam a lise celular por meio da produção de perforinas/citotoxinas (matam células infectadas por agentes antigênicos ou células neoplásicas/cancerígenas) da produção de granzimas (degradam conteúdo celular) e pela produção de FAS (proteína que provoca a apoptose, o “suicídio” celular). 3.1.2.1.2.2) CD4/ Helper /Auxiliar: Apresenta antígenos para linfócitos B e T CD8, ativando-os. 3.1.2.1.2.2.1) T H1 : Apresenta antígenos de parasitas intracelulares para linfócitos T CD8 e ativa macrófagos. 3.1.2.1.2.2.2) T H2 : Apresenta antígenos de parasitas exracelulares para linfócitos B. 3.1.2.1.2.2.3) T H17 : Ativa neutrófilos. 3.1.2.1.2.2.4) T H Supressor/Regulador : Diminui a resposta imunológica quando organismo estranho for eliminado ou aumenta a resposta imunológica caso organismo estranho não seja eliminado. Falha leva à instalação de doenças. 3.1.2.1.3) Linfócitos Natural Killer: Realizam fagocitose. 3.1.2.2) Ativação de Linfócitos 3.1.2.2.1) Molécula de Histocompatibilidade (MHC) e Células Apresentadoras de Antígeno ( atingen presenting cells ; APC): Moléculas de Histocompatibilidade são receptores de membranas que apresentam antígenos para outras células e podem ser da classe I (apresenta antígenos intracelulares aos linfócitos CD8) ou da classe II (apresenta antígenos extracelulares aos linfócitos CD4). Nesse sentido, de acordo com a presença dessas moléculas de histocompatibilidade, distinguem-se as Células Apresentadoras de Antígeno; uma vez que qualquer célula pode ser infectada, todas as células do corpo, exceto as hemácias, apresentam moléculas de histocompatibilidade classe I; já as moléculas de histocompatibilidade classe II estão presentes apenas em algumas células como macrófagos, linfócitos B e células dendríticas (originadas à partir das células de Langerhans da epiderme). 3.1.2.2.2) Locais de Reconhecimento de Antígeno: Após contato com o antígeno, esse será reconhecido nos linfonodos, que são os gânglios da virilha e das axilas (caso antígeno tenha entrado no corpo pela pele), a placa de Peyer (caso antígeno tenha entrado no corpo pelo sistema grasto-intestinal), os linfonodos pulmonares (caso antígeno tenha entrado no corpo pelas vias aéreas) e o baço (caso antígeno tenha entrado no corpo pelo sangue). 3.1.2.2.3) Processo: Para haver ativação, MHC com antígeno deve interagir com receptores existentes nas células T (TCR) e B (BCR), o que constitui o sinal primário (para que ocorra a ativação, ao menos cem receptores devem estar realizando interações com os epítotos, pedaço do antígeno previamente digerido, capaz de gerar resposta imunológica). Além desse, existe o sinal secundário, que é a interação de outros receptores de membrana. 3.1.2.2.3.1) Ativação de Linfócitos T CD4: Assim que antígeno é fagocitado, esse é digerido e os epítotos são expostos nas MHCs classe II. Esses são apresentados aos linfócitos T CD4 virgens, que se diferenciam, principalmente, em T H1 e T H2 , existindo ambos nas formas de memória ou efetora. Os Linfócitos CD4 T H1 irão participar da imunidade celular, ativando macrófagos (liberam interferon γ) e linfócitos T citotóxicos; já os Linfócitos CD4 T H2 irão participar da imunidade humoral, apresentando antígeno aos Linfócitos B. 3.1.2.2.3.2) Ativação de Linfócito T CD8: Célula infectada fagocita antígeno e o digere; assim, são expostos nas MHCs classe I os epítotos/determinante antigênico. Linfócitos CD8 virgens serão ativados pelos linfócitos CD4 T H1 e irão se proliferar, dando origem à clones. Alguns desses clones darão origem à células de memória e outros se tornarão células efetoras, destruindo a célula infectada (que está expondo os epítotos nas MHC classe I). 3.1.2.2.3.3) Ativação de Linfócitos B: Receptor de célula B é composto pelo par IgM e IgG. Para o caso de antígenos proteicos, é necessária a interação com os Linfócitos T CD4 T H2 ; com a interação com o antígeno apresentado, linfócito B se diferenciará em plasmócito, que pode ser efetor (produzirá anticorpos específicos ao antígeno) ou de memória. Já para o caso de antígenos não-proteicos (polissacarídeos, glicolipídeos de membrana e ácidos nucleicos, por exemplo), não é necessária a participação dos Linfócitos T CD4, uma vez que Linfócito B já produzirá plasmócitos após fagocitar o antígeno; nesse caso, não existe a formação de células de memória. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- OBSERVAÇÃO: Células de memória são mantidas devido à ação da interleucina 7, que promove a expansão da proteína anti-apoptótica. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- 3.1.2.3) Anticorpos/Imunoglobulinas 3.1.2.3.1) Estrutura: É constituído por quatro cadeias polipeptídicas, sendo duas leves (L) e duas pesadas (H), ligadas entre si por pontes dissulfeto. Cada cadeia leve possui um domínio variável e um constante as cada cadeia pesada possui um domínio variável e três ou quatro domínios constantes, de onde se distinguem dois sítios, o fragmento de ligação com o antígeno (Fab, localizado nas regiões de domínios variáveis) e o fragmento cristalizado (Fac). 3.1.2.3.2) Tipos 3.1.2.3.2.1) Imunoglobulina G (IgG): Único tipo que atravessa a placenta (confere imunidade neonatal), representa 80% dos anticorpos do soro. Neutralizam toxinas, bactériase vírus e realizam opsonização (facilita ligação dos patógenos ao fagócitos, estimulando a fagocitose). Muito presentes na resposta secundária à bactérias e vírus. 3.1.2.3.2.2) Imunoglobulina A (IgA): Imunoglobulina mais abundante no corpo. Presente em secreções como lágrima, saliva e colostro (leite de baixo volume secretado nos primeiros dias pós-parto), neutraliza toxinas e bloqueia ligação dos antígenos às mucosas. 3.1.2.3.2.3) Imunoglobulina M (IgM): Neutraliza toxinas e funciona como receptores de antígenos, aglutinando-os na superfície de linfócitos B e, assim, facilitando sua fagocitose. Anticorpo predominante na resposta aos antígenos do sistema ABO. 3.1.2.3.2.4) Imunoglobulina D (IgD): Não possui função conhecida, mas pode funcionar como receptor de antígenos na superfície de linfócitos B. 3.1.2.3.2.5) Imunoglobulina E (IgE): Induz eosinófilos a liberar enzimas no caso de parasitoses e é responsável pela reação de hipersensibilidade imediata anafilática (provocada por alergia alimentar, rinite alérgica e asma). 3.1.2.3.3) Ação 3.1.2.3.1) Ação Direta: Atuam por aglutinação do antígeno seguida de precipitação (conjunto de antígenos ficam tão grande que deixa de ser solúvel), neutralização (anticorpos cobrem os locais tóxicos dos agentes antigênicos) e lise (rompem membranas dos agentes antigênicos). 3.1.2.3.2) Via Clássica do Sistema Complemento. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- OBSERVAÇÕES *Citocinas: Proteínas secretadas na inflamação que estimulam a proliferação e diferenciação de linfócitos e desempenham outros papéis no sistema imunológico. São os interferons (com produção na célula infectada estimulada por vírus em geral e por algumas bactérias intracelular e protozoários, atuam ligando-se aos receptores de membrana das céulas vizinhas para impedir a replicação intracelular, protegendo-as), as interleucinas (atuam na ativação de linfócitos), o fator de necrose tumoral (TNF; além de estimular resposta imunológica, matam células estranhas ou infectadas), fatores estimuladores de colônias e fator de transformação de crescimento (controla proliferação e diferenciação celular). *Explosão de respiração durante fagocitose forma água oxigenada (H 2 O 2 ) e óxido nítrico (NO) que, juntamente com os íons bactericida hipoclorito (ClO - ) originados a partir das enzimas dos lisossomos, formam radicais livres que podem transformar infecção em reação sistêmica lesiva. *Formação do Pus: Após destruírem cumprirem sua função, todos os neutrófilos e a maioria dos macrófagos acabam morrendo. Seus restos, juntamente com o líquido tecidual e com o tecido necrótico, formam o pus. Cada um desses componentes sofre autólise e os produtos finais são reabsorvidos pelos tecidos circundantes e pela linfa. *No processo inflamatório, prostaglandinas produzidas a partir do ácido araquidônico reduzem o limiar de excitabilidade dos nociceptores e bradicinina, produzida a partir do contato da calicreína existente no plasma com o tecido lesado, gera o estímulo doloroso nos nociceptores. Bradicinina também atua como vasodilatador e também aumenta a permeabilidade dos vasos sanguíneos, assim como a histamina, e é sintetisada antes dos prostranóides. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- 3.2) Características 3.2.1) Vermelhidão/Rubor: Causada pela hiperemia (aumento do fluxo sanguíneo). 3.2.2) Inchaço/Tumor/Intrumecimento/Edema: Devido à dilatação das células epiteliais após o extravasamento do plasma (proteínas plasmáticas no tecido puxam água por osmose para tecido afetado) e à dilatação dos monócitos antes da diapedese (quando passam de sua forma séssil para a forma móvel, os macrófagos). 3.2.3) Calor: Devido ao aumento do fluxo sanguíneo. Também pode haver febre, que é provocada pela liberação da interleucina 1 pelo tecido lesado e possui papel no combate aos microorganismos. 3.2.4) Dor: Provocada pela liberação de bradicinina pelo tecido lesado (vasodilatadora que também atua em terminações nervosas). 3.3) Sistema Complemento 3.3.1) Definição: Sistema com mais de 20 proteínas plasmáticas que atuam em reação em cascata. Proteínas do sistema complemento são chamadas de ativadas quando estão fragmentadas. Assim, com uma reação em cascata, proteínas tem funções como as de degranular mastócitos (liberando histamina e heparina), opsonização, vasodilatação, quimiotaxia e lise de membranas celulares. Sua ativação pode ser feita por três vias (a clássica, a da lectina-manose e a alternativa) por meio de proteases espefícicas chamadas convertases. Inibição da ativação é feira por proteínas reguladoras das células do hospedeiro que, no entanto, são ausentes nos microorganismos. 3.3.2) Ação 3.3.2.1) Vias de Início 3.3.2.1.1) Via Alternativa: Primeira a agir. Após interagir com a superfície do patógeno, proteína C3 é clivada em C3a (peptídeo mediador da inflamação) e C3b (liga-se covalentemente à superfície do patógeno, marcando-o para a destruição com fagócitos receptores de C3b), que atua na formação de C5-convertase da via alternativa. 3.3.2.1.2) Via da Lectina-Manose: Segunda a agir. Polissacarídeos microbianos ligam-se às lectinas circulantes, como a lectina ligadora de manose plasmática (MBL) e as ficolinas que, por terem estrutura próxima a da C1q, clivam proteínas C2 e C4 após se associarem às serino-proteases (com função semelhante às da C1r e C1s). Eventos subsequentes são semelhantes aos da via clássica. 3.3.2.1.3) Via Clássica: Terceira a agir. Inicia-se com a ligação da proteína C1 com os domínios C H 2 da IgG ou C H 3 da IgM que estão ligados a um antígeno. C1 é clivada em C1q, C1r e C1s. C1q liga-se ao anticorpo, ativando C1r. C1s cliva C4, liberando C4a e C4b, após ser ativada pela C1r. C2 forma complexo com C4b e é clivada por C1s, originando C2a e C2b. Complexo C4b2a forma C3-convertase, que quebra C3. Complexo C4b23b forma C5-convertase da via clássica. 3.3.2.2) Etapa Final: As C5-convertases formadas pelas três vias clivam C5 em C5a e C5b. C5b liga-se à C6 e C7 que, nas membranas celulares, formam receptores de C8. C9 se polimeriza no local da ligação C5b-8, formando poros na membrana plasmática, cuja movimentação de água e íons lisa a célula. 4) Resposta às Infecções Bacterianas e Virais 4.1) Imunidade contra Bactérias e Vírus -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- OBSERVAÇÃO: Mecanismos de evasão são as formas pelas quais os organismos patogêncios conseguem driblar o sistema imunológico. A virulência das bactérias está relacionada ao número de mecanismos de resistência à imunidade inata. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- 4.1.1) Bactérias Extracelulares: Replicam-se fora das células hospedeiras (sangue, tecido conjuntivo e espaço tecidual), induzindo inflamação queresulta em destruição do sítio atingido. Em seguida, produzem toxinas com diversos efeitos patológicos (endotoxinas são componentes da parede celular e são ativadoras de macrófagos e células dendríticas e exotoxinas são secretadas ativamente pelas bactérias, sendo citotóxicas, interferindo diretamente no metabolismo da célula sem destruí-la ou até estimulando a produção de citocinas que causam doenças. 4.1.1.1) Imunidade Inata 4.1.1.1.1) Ativação do Complemento: Peptídeoglicanos e lipopolissacarídeos (LPS) das paredes celulares de, respectivamente, bactérias Gram Positivas e Gram Negativas ativam o complemento, causando opsonização e aumentando a resposta fagocitárias do organismo. 4.1.1.1.2) Ativação de Fagócitos e Inflamação: Receptores Toll-Like e outros censores citoplasmáticos de produtos microbianos ativam os fagócitos (em geral, promovem a fagocitoese ou ativam mais fagócitos). Além disso, células dendríticas e macrófagos ativados secrtam citocinas que induzem a inflamação. 4.1.1.2) Imunidade Adaptativa: Resposta de anticorpos é dirigida contra antígenos da parede celular e toxinas secretadas ou associadas à células (polissacarídeos pu proteínas). Mecanismo ocorre por neutralização (mediada por IgG, IgM e IgA), opsonização e fagocitose, além da ativação do complemento pela via clássica. Antígenos proteicos extracelulares também ativam linfócitos CD4. 4.1.1.3) Mecanismos de Evasão: Variação antigênica, inibição do complemento e resistência à fagocitose (em geral, as bactérias com cápsulas ricas em polissacarídeos). 4.1.2) Bactérias Intracelulares: Como seu nicho é inacessível aos anticorpos circulantes, sua eliminação requer a presença de imunidade celular. 4.1.2.1) Imunidade Inata: Mediada por fagócitos e linfócitos Natural Killers , mas bactérias são resistentes à fagocitose. Linfócitos NK liberam intérferon gama (IFN-γ),que ativa macrófagos, podendo causa lesão tecidual. 4.1.2.2) Imunidade Adaptativa: Mediada, principalmente, pela ação de linfócitos T CD4 (que se especializa em T H1 pela ação da interlecuina 2, produzida nos macrófagos e células dendríticas. 4.1.2.3) Mecanismos de Evasão: Inibição do fagolisossomo ou fuga para citosol (essa forma de resistência pode levar à infecções crônicas que duram anos). 4.1.3) Vírus: Resposta imunológica visa bloquear infecção e eliminar células infectadas. 4.1.3.1) Imunidade Inata: Consiste na inibição da infecção por intérferon tipo 1 e da morte da célula infectada por meio da ação de linfócitos NK. 4.1.3.2) Imunidade Adaptativa: Anticorpos bloqueiam ligações do vírus e, consequentemente, a entrada dele na célula. Células já infectadas são destruídas pelos linfócitos CD8. 4.1.3.3) Mecanismos de Evasão: Variação antigênica (deixam de ser alvos das respostas imunológicas), inibição da apresentação de antígenos citosólicos por MHC classe I, destruição de células imunes (no caso do HIV, que destrói CD4), produção de substâncias homólogas dos receptores de ciocinas e inibição da repsosta imune (liberam substâncias que são antagonistas competitivos das citocinas). 4.2) Hemograma 4.2.1) Fagocitose e Interação com DNA: Por meio dos receptores Toll-Like na membrana, macrófagos teciduais fagocitam o microorganismo patogênico. Os receptores Toll-Like dentro do fagossomo reconhecem a natureza do antígeno (PAMP, ou padrões moleculares associados ao patógeno – pathogen-associated molecular patterns ), viral ou bacteriana, e produzem citocinas, desencadeando uma cascata de reações cujos produtos atuaram no DNA, induzindo-o a produzir de substâncias diferenciadas que atuaram na medula óssea (a isso dá-se o nome de sinalização). 4.2.2) Efeitos na Medula Óssea: No caso de uma bactéria, o DNA será induzido a produzir fator de necrose tumoral e interleucina 1. Essas substâncias, além de aumentarem a permeabilidade dos vasos por meio da liberação de histamina pelos macrófagos (resultando em extravasamento vascular), produzirão, nas células do endotélio vascular, P-selectina e E-selectina, receptores que recrutam neutrófilos, que entram no tecido por diapedese na porção arteriolar do capilar (ao mesmo tempo, ocorre extravasamento de líquido vascular, na porção venular do capilar, que, após coagular, impedirá a disseminação da bactéria pelo corpo); na medula óssea, essas substâncias induzirão a produção de neutrófilos. No caso de vírus, o DNA será induzido a produzir fator de necrose tumoral e interferons. Essas substâncias, na medula óssea, estimularão a produção de linfócitos. Assim, hemograma de infecção bacteriana apresenta leucocitose por neutrofilia e hemograma de infecção viral apresenta leucocitose por linfocitose. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- OBSERVAÇÕES *Infecção bacteriana é mais caracterizada por vermelhidão local, enquanto viral é mais caracterizada por dor. *No fígado, interleucina 6 estimula a produção de proteína C reativa, que causa opsonização de bactérias. *Na infecção por parasitas intracelulares predomina a resposta celular (há a resposta humoral, que atua no momento em que parasita deixa uma célula e ainda não infectou outra, mas possui menor intensidade). DOR & FEBRE 1) Febre: Controle da temperatura do corpo, é mecanismo de alerta e combate a organismos invasores. 1.1) Hipotálamo: É onde se encontra o centro termorregulador do corpo. É dividido em anterior (Centro Dissipador de Calor) e posterior (Centro Produtor de Calor). 1.2) Fatores Pirógenos: São os fatores causadores da febre. Podem ser endógenos (as substâncias pirogênicas) e exógenos (estimulam a produção dos fatores endógenos, como os microorganismos patogênicos). 1.3) Fisiopatologia: Na inflamação, são liberadas as chamadas substâncias pirogênicas (que são as interleucinas 1 e 6 e, principalmente, o fator de necrose tumoral alfa). Essas substâncias se aderem a receptores de citocina no hipotálamo, induzindo a transformação dos fosfolipídeos de membrana dos neurônios do cérebro em ácido araquidônico. Esse será degradado pela COX2, produzindo prostaglandina E 2 e liberando ácido monofosfato cíclico, que elevam o ponto de definição termostática do hipotálamo. 1.4) Ação Imunológica: A febre faz parte da imunidade inata, uma vez que a elevação da temperatura corporal pode resultar na desnaturação das enzimas dos agentes infecciosos, neutralizando-os. 2) Dor 2.1) Componentes: A dor possui um componente sensorial (caracterizado pela presença de receptores nervosos chamados nociceptores, ou neurônios de primeira ordem) e um componente emocional. 2.2) Estímulo: Nos processos inflamatórios, são liberadas algumas substâncias (bradicinina, prostaglandinas, acetilcolina, leucotrienos, glutamato, substância P, interleucinas e fator de necrose tumoral alfa) que atuam nos nociceptores, diminuindo seu limiar de excitabilidade (como as prostaglandinas e a substância P, que aumentam a permeabilidade dos nociceptores aos íons sódio e potássio) ou estimulando-os (como a bradicinina). Assim, nociceptores liberam neurotransmissores e impulsos nervosos sãodirecionados à medual espinhal. 2.3) Fases: 2.3.1) Transdução: É a transformação dos estímulo nociceptivo em elétrico (é a transformação de um elemento físico em elétrico). Quanto maior a a estimulação, maior será o número de descargas nos nociceptores e o número de nociceptores recrutados, assim como por consequência, maior a intensidade da sensação de dor. 2.3.2) Transmissão: Movimento do impulso nervoso (vai dos nervos periféricos até o corno dorsal da medula espinhal, de onde vai até o cérebro pelos neurônios de segunda ordem nas vias da dor). 2.3.3) Modulação: É o processamento quanto à origem e destino do impulso nervoso. 2.3.4) Percepção: É o processamento cognitivo e consciente da dor no tálamo (onde chega nos neurônios de terceira ordem por tratos, conjuntos de nervos) e a interpretação da sensação física pelo córtex. 2.4) Vias/Tratos da Dor 2.4.1) Vias Aferentes: Impulso entra na medula posteriormente e sai ventralmente. 2.4.1.1) Dor Rápida: Refere-se a dor superficial forte e bem localizada, geralmente causada por estímulo mecânico ou térmico. Estímulo gera impulso nervoso que viaja por fibra A-delta (mielinizada) até a medula, onde ocorre sinapse por intermédio do neurotransmissor glutamato. Em seguida, impulso passa para trato neoespinotalâmico, que decussa quase totalmente até atingir os núcleos talâmicos. 2.4.1.2) Dor Lenta: Refere-se a dor visceral e mal localizada, geralmente causada por estímulo químico. Estímulo gera impulso que percorre fibra C (desmielinizada). Na medula, com intermédio do neurotransmissor substância P, impulso passa para o trato paleoespinotalâmico (não decussa) que, no tronco encefálico, faz uma nova sinapse (com intermédio de glutamato) antes de atingir o tálamo. 2.4.2) Via Eferente: Formada por fibra do tipo C, estimula interneurônios a liberarem opióides endógenos (como a endorfina), que inibem a liberação de substância P (levando à analgesia). Ao mesmo tempo, a partir do neurônios de associação na medula, um outro neurônio envia estímulos para a realização de um movimento de reflexo. 2.5) Limiares 2.5.1) Limiar da Dor: Momento em que estímulo passa a ser doloroso. 2.5.2) Limiar da Tolerância: Momento em que estímulo doloroso deixa de ser suportável. 2.6) Tipos de Dores 2.6.1) Aguda: Dor causada por lesão repentina (corte, queimadura, acidentes...). 2.6.2) Crônica: Dor que persiste por três meses ou mais. 2.6.3) Somática: Cutânea/Superficial (traumatismos, calor, frio, venenos, substâncias cáusticas) e profunda (sentida nos músculos, tendões e articulações). 2.6.4) Referida: Projeções cutâneas da dor visceral de acordo com dermátomos, sendo resultado da confluência neuronal de fibras aferentes cutâneas e profundas do mesmo segmento. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- OBSERVAÇÃO: * Dermátomos Pele que recobre todo o corpo é inervada por neuronios sensoriais somáticos que conduzem impulsos nervosos da pele para o tronco encefálico e a medula espinhal. Cada nervo contém neurônios sensoriais que atuam em um segmento previsível específico do corpo, correspondendo a uma área denominada dermátomo. *Quadro-Resumo PARÂMETRO DOR RÁPIDA DOR LENTA TIPO DE NOCICEPTOR Mecanoreceptor (estímulos específicos). Polimodais (diferentes formas de estímulos nocivos). FIBRA (NEURÔNIO PRIMÁRIO) Fibra A-delta (mielinizada). Fibra C (amielinizada). TRATO MEDULAR (NEURÔNIO SECUNDÁRIO) Neoespinotalâmico. Paleoespinotalâmico. NEUTRASMISSOR PREDOMINANTE Glutamato. Substância P. OBSERVAÇÃO Um neurônio terciário conduz impulso do tálamo até o córtex somatossensorial, onde há uma descrição detalhada de toda a superfície corporal; por isso, dor rápida é caracterizada por ser bem localizada. Maior contato das fibras com as regiões do sistema límibico resultam em um maior componente emocional desse tipo de dor. SONO 1) Fisiologia: Induzido pelo hormônio melatonina (produzido pela glândula pineal, uma parte do epitálamo em resposta à baixa luminosidade captada pelos olhos e à consequente estimulação dos núcleos supraquiasmáticos do hipotálamo), que é responsável por regular os ciclos circadianos; essa percepção da diferença de luminosidade passa a existir a partir dos 3 meses de idade. 2) Fases: Sono possui fases REM e não-REM, que se intercalam ao longo da noite em ciclos de, aproximadamente, 90 minutos. 2.1) Sono não-REM: Sono sem movimento rápido dos olhos. 2.1.1) Estágio I: Período de transição entre o estado de vigília e o sono, dura de 1 a 7 minutos. Indivíduo fica relaxado e com pensamentos fugazes e, ao ser acordado, afirma que nem sequer estava dormindo. 2.1.2) Estágio II (“sono leve”): Nesse estágio, são vivenciados alguns fragmentos de sonhos e olhos podem se mover vagarosamente de um lado para o outro. 2.1.3) Estágio III: Sono relativamente profundo, ocorre queda da temperatura e da pressão arterial. Ocorre 20 minutos após adormecer. 2.1.4) Estágio IV: Nível mais profundo do sonos não-REM. Ocorre diminuição do metabolsimo cerebral e, ligeiramente, do tônus muscular. Apesar disso, maioria dos reflexos está presente. 2.2) Sono REM: Sono com movimento rápido dos olhos, é a fase em que ocorrem os sonhos mais vívidos, dos quais nos lembramos ao acordar (temos de 4 a 7 sonhos por noite); assim, nesse estágio, observa-se uma hipotonia muscular (ou, às vezes, até completa atonia) que evita que pessoa se machuque enquanto se mexe durante o sono. Atividade cerebral é semelhante a de uma pessoa acordada e possui forte envolvimento na consolidação da memória. Por noite, ocorrem de 3 a 5 episódios de sono REM, que duram de 10 a 20 minutos. 3) Importância: Sono é importante pois tem papel importante na consolidação da memória, no crescimento e no repouso (durante o sono, diminui-se a pressão arterial, as frequências cardíacas e respiratória, o tônus muscular, a fome pela inibição do hormônio grelina e a produção de urina). Nas crianças, importância vinculada ao crescimento é maior pois nessa fase da vida, tem-se uma grande liberação do GH (hormônio do crescimento, que estimula a proliferação de condrócitos, osteócitos e outras células por meio da síntese de somatomedinas/fatores de crescimento insulina-símile); além disso, principlamente em crianças, tem papel fundamental no aprendizado, pois a sua privação acarreta em prejuízo da atenção, do desempenho e da coordenação motora (em crianças, falta de sono pode se manifestar como letargia, variações bruscas de humor, irritabilidade dificiência cognitiva e/ou agitação). 4) Higiene 4.1) Crianças: Estabelecer horários de sono (hora para se deitar e levantar), hora anterior à ida para a cama não deve conter atividade que deixem a crinaça agitada, não ir para a cama com fome ou com o estômago muito cheio (isso prejudica o sono e, portanto, criança deve ir dormir após fazer um pequeno lanche), quarto deve ser silencioso e escuro, quarto não deve ser associado a ambientes de castigo. 4.2) Adolescentes: Estabalecer horários de sono; hora anterior à ida para a cama não deve conter atividades que deixem adolescente agitado;evitar dormir tarde nos finais de semana; exposição ao sol ajuda a regular os ciclos circadianos e evitar álcool, café e tabagismo uma hora antes de dormir. MEMÓRIA 1) Definição: É o processo pelo qual recuperamos o conhecimento adiquirido no aprendizado, bem como reproduzirmos atividades mecânicas aprendidas. 2) Tipos 2.1) Classificação quanto à duração. 2.1.1) Ultra-rápida/Imediata/Sensorial: Capacidade de recordar experiências em andamento por poucos segundos. 2.1.2) Curta/Recente: Capacidade de recordar alguns poucos pedaços de informações por até alguns minutos. 2.1.3) Longa/Remota: Capacidade de recordar informações por dias, meses ou anos 2.2) Classificação quanto à natureza. 2.2.1) Explícita/Declarativa: Descrita por palavras e/ou símbolos, é subdividida em episódica (possui referência temporal; memória de fatos sequenciados) e semântico (eventos atemporais; memória cultural). 2.2.2) Implícita/Não-Declarativa: Não descrita por palavras e/ou símbolos, é subdividida em perceptual (memória pré-consciente, representa imagens sem significado conhecido), de procedimento (habilidade, regras), associativo (associa dois ou mais estímulos ou estímulo e resposta) e não-associativa (atua/aumenta resposta por meio da repetição do mesmo estímulo). 2.2.3) Operacional/de Trabalho: Permite raciocínio e planejamento do comportamento. 3) Formação: Memória é armazenada no neocórtex após passar pelo hipocampo. Processo ocorre com a formação de sinapses, sendo que cada vez que um sinal sensorial passa por uma sequência de sinapses, essa sequência fica mais propensa a transmitir o mesmo tipo de sinal posteriormente (ao que se dá o nome de facilitação, que resulta nas vias facilitadas/traços de memória, que podem ser ativados pela mente pensante). Na memória a longo prazo, além do surgimento de vias facilitadas (que ocorrem na formação da memória a curto prazo), tem-se um fenômeno denominado plasticidade neuronal, no qual ocorre transformações estruturais nos neurônios presentes nessas vias, com o aumento dos números de vesículas com neurotransmissores e de fibras dendríticas. Segundo a Teoria dos Eneagramas Múltiplos, uma mesma cena seria seria representada em várias áreas corticais, misturando sensações distintas como visão, olfato, sentimentos, entre outras. A consolidação da memória é a transformação da memória a curto prazo em memória a longo prazo e ocorre com a passagem temporária e repetida de impulsos nervosos pelo hipocampo, que é responsável por sensações como prazer e culpa (assim, se memória tiver um significado sentimento, ela será guardada mais facilmente no neocórtex). 4) Envelhecimento: Com a idade, neurônios perdem volume; isso leva a uma perda de massa e volume do encéfalo na ordem de, respectivamente, 7% e 10%. Ocorre, também, uma diminuição do número de sinapses, diminuindo a capacidade do encéfalo de enviar estímulos e, consequentemente, diminui o processamento de informações, a velocidade de condução e a motricidade voluntária. Idoso, assim, tem dificuldade de evocação da memória remota (Síndrome Amnésica Benigna, que retarda algumas atividades, como a leitura); no entanto, como o hipocampo é afetado antes do neocórtex no envelhecimento, tem-se uma perda inicial da memória recente antes da remota. Assim, idosos conseguem reter memória recente, mas com certa dificuldade devido à diminuição do número de sinapses; em casos patológicos, surgem incapacidades progressivas e irreversíveis e esquecimento muito frequentes (nesse caso, o mini-exame do estado mental serve como rastreamente, não diagnóstico, de possíveis alterações patológicas). HISTOLOGIA – TECIDO ADIPOSO 1) Introdução: Tipo especial de tecido conjuntivo, é o maior depósito corporal de energia (na forma de triacilgliceról), correspondendo de 20% a 25% do peso corporal de mulheres e de 15% a 20% do peso corporal d ehomens. Apesar de serem uma reserva terciária de energia, os triglicerídeos são os mais eficientes, fornecendo 9,3 kcal/g. Localizado sobre a pele, molda a sua superfície (sendo, em parte, responsável pelas diferenças dos contornos corporais entre homens e mulheres), fornece proteção contra choques mecânicos e isolantes térmicos (gordura é má condutora de calor) e mantém órgãos em suas posições normais. 2) Histogênese: A partir de células-tronco mesenquimais multipotentes, tem-se a formção de fibroblastos ou de lipoblastos. Os lipoblastos podem se diferenciar em adipócito unilocular ou adipócito multilocular. 3) Tipos 3.1) Tecido Adiposo Unilocular/Comum/Amarelo: Coloração se deve ao acúmulo de carotenos dissolvidos nas gotículas de gordura armazenadas. Constitui quase todo o tecido adiposo encontrado em adultos e seu acúmulo em determinados locais é influenciado pela idade e pelo sexo. Forma o panículo adiposo (hipoderme), que é de espessura uniforme em todo o corpo do recém-nascido; com o tempo, tende a desaparecer em certas áreas e a se desenvolver em outras (disposição seletiva é regulada pelos hormônios sexuais e pelos hormônios produzidos pela camada cortical da glândula adrenal). Isoladas, células são esféricas mas, no tecido, devido à compressão recíproca, tornam-se poliédricas. Células, sustentadas por fibras colágenas, possuem gotícula principal lipídica e gotículas menores (nenhuma gotícula é envolvida por membrana). Após longo período de jeum, lipídios são mobilizados (últimos a serem mobilizados são os das palmas das mãos e plantas dos pés) e células, “vazias”, assumem formas poligonais ou fusiformes. Secretam hormônio leptina quando há aumento da reserva energética. Células adiposas são capases de sintetizar ácidos graxos e glicerol a partir da glicose (estimuladas pela insulina). 3.2) Tecido Adiposo Multilocular/Marrom/Pardo: Cor se deve à abundante vascularização e às numerosas mitocôndrias encontradas em suas células (mitocôndrias, por serem ricas em citocromos, possuem coloração avermelhada). Possui distribuição limitada; no feto humano, é mais comum na lateral do pescoço e do abdôme. Células, em conjunto, tomam arranjo pitelióde, formando massa compacta em associação com capilares sanguineos, lembrando glândulas endócrinas. Citoplasma é carregado de gotículas lipídics de diversos tamanhos. Esse tecido é especializado na produção de calor (função auxiliar na termorregulação do recém-nascido) ao ser estimulado pela norepinefrina, o que acelera a lipólise e a oxidação de ácidos graxos; oxidação de ácidos graxos produz calor (não ATP), porque mitocôndrias desse tecido possuem proteínas transmembrana chamada termogenina (UCP1), que permite que prótons do espaço transmembranoso voltem para a matriz mitocôndrial sem passar pelo sistema ATP-sintas (assim, e anergia não ;e usada para sintetizar ATP, sendo dissipada na forma de calor, que aquece o sangue do recém-nascido e é distribuído por todo o corpo). -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- OBSERVAÇÃO: Fome e Saciedade Ao nos alimentarmos, aumentamosa quantida de gorduras e proteínas no duodeno, o que aumenta a liberação de colecistoquinina (CCK, com efeito curto de inibição do hipotálamo); a própria ingestão de alimentos estimula a secreção do peptídeo YY (PYY; com efeito longo de inibição do hipotálamo). Além disso, alimentação aumenta reservas adiposas (libera leptina, que inibe o hipotálamo), estimula secreção de insulina e promove o enchimento do trato gastro-intestinal. Todos esses fatores atuam em conjunto para promoverem a sensação de saciedade por meio de feedback negativo (segundo a Teoria Glicostática-Aminostática-Lipostática, o aumento das quantidades de glicose, aminoácidos e lipídios aumenta a frequência dos disparos dos neurônios glicorreceptores dos núcleospararreticulares do hipotálamo). Em seguida, com o jejum, tem-se a liberação de grelina que, juntamente com o esvaziamento do trato-gastrointestinal e do esgotamente das reservas energéticas, estimulam o hipotálamo, provocando a sensação de fome. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- 4) Ciclismo de Peso/Efeito Sanfona/Efeito Ioiô: Durante dieta, reduz-se a quantidade de tecido adiposo e, portanto, reduz-se a secreção de leptina. Por iss, grelina atuará por muito mais tempo, provocando fome, antes de as concentrações de leptina se tornarem altas o suficiente para provocarem a sensação de saciedade (quem vive engordando e emagrecendo apresenta maior resistência à leptina. Além disso, há a Teoria do Ponto Preestabelecido, que diz que, de acordo com o biotipo, uma pessoa tende a manter um determinado peso ao longo de toda a vida (mecanismo, ainda não completamente esclarecido, seria controlado pelo hipotálamo); assim, se indivíduo perde muito peso além desse limite, corpo realiza ajustes para aumentar a sua fome (processo oposto ocorre com pessoas magras que tentam engordar com dietas hipercalóricas e baseadas na superalimentação mas não conseguem). Corrobora essa teoria o fato de que, quando se perde peso, os adipócitos aumentam o nível da enzima lipase lipoproteica, a princiapl responsável pelo armazenamento de gorduras. HISTOLOGIA – TECIDO ÓSSEO 1) Sistema Esquelético: Tecido ósseo representa, aproximadamente, 18% do peso do corpo e tem as funções de suporte (sustenta tecidos moles e fornce pontos de fixação para ps tendões da maioria dos músculos), proteção, assistência ao movimento (fixação dos músculos esqueléticos), homeostasia mineral (armazena e libera íons minerais, principalmente íons de cálcio e fósforo, que contribuem para a resistência do osso), produção de células sanguíneas (dentro de alguns ossos, encontra-se a medula óssea vermelha, responsável pela hematopoiese), armazenamento de triglicerídeos (com o avanço da idade, adipócitos presentes na medula óssea vermelha começam a acumular triglicerídeos, deixando de realizar suas funções hematopoiéticas). 2) Estrutura do Osso: A nível mascroscópico, um osso longo é composto por diáfise (principal parte cilíndrica e longa do osso), epífises (regiões proximal e distal do osso), metáfisesa (regiões entre a diáfise e as epífises), cartilagem articular (fina camada de cartilagem hialina que recobre parte da epífise entre as articulações de osso e outro), periósteo (membrana que recobre o osso externamente, é composta por uma membrana fibrosa externa de tecido conjuntivo denso não-modelado e por uma camada esteogênica interna; algumas de suas células permitem o crescimento em espessura, mas não em comprimento; sua função é de proteger o osso, auxiliar no reparo da fratura, nutrir o osso e servir como ponto de fixação para músculos e tendões), cavidade medular (espaço cilíndrico e oco) e endósteo (membrana fina que reveste a superfície interna da cavidade medular formada por uma única camada de células formadora do osso e uma pequena quantidade de tecido conjuntivo). 3) Aspectos Histológicos 3.1) Matriz Óssea: Envolve uma quantidade abundante de células amplamente separadas. É composta por água (25%), fibras colágenas (25%) e sais minerais cristalizados (50%); o sal mineral mais abundante é o fosfato de cálcio [Ca(PO 4 ) 2 ], que se combina com o hidróxido de cálcio [Ca(OH) 2 ] para formara a hidroxiapatita [Ca 10 (PO 4 ) 2 (OH) 2 ] (esse sal, por sua vez, combina-se com carbonato de cálcio e íons de magnésio, fluoreto, potássio e sulfato para formar cristais que, ao se depositarem nas fibras colágenas, cristalizam-se e endurecem; a esse processo dá-se o nome de calcificação). Sais minerais dão solidez ao osso enquanto as fibras colágenas dão felxibilidade., além de conferirem ao osso resistência à tração. 3.2) Células 3.2.1) Células Osteogênicas: São células-tronco não especializadas derivadas do mesênquimas, o tecido a partir do qual quase todos os tecidos conjuntivos são originados. São as únicas células ósseas que sofrem divisão, sendo encontradas no periósteo, no endósteo e nos canais dentro do osso que contém vasos sanguíneos. Formam os oesteoblastos. 3.2.2) Osteoblastos: Células formadoras do osso. Sintetizam e secretam as fibras colágenas e outros componentes orgânicos necessários para formar a matriz óssea e iniciam a calcificação. A medida que são recobertos pela matriz, são aprisionados nas próprias secreções e se tornam osteócitos (célula madura). 3.2.3) Osteoclastos: Células enormes derivadas da fusão de 50 monócitos, estão concetradas no endósteo. Sua membrana voltada para a superfície do osso é acentuadamente dobrada, recebendo o nome de margem pregada, e libera enzimas lisossômicas e ácidos responsáveis por digerirem proteínas e componentes da matriz óssea (essa decomposição, e posterior reabsorção, é importante no processo de desenvolvimento, manutenção e reparo do osso). 3.3) Tipos: Dependendo do tamanho e da distribuição, osso pode ser classificado em dois tipos. 3.3.1) Osso Compacto: Correspondendo a 80% do esqueleto, é a fma de tecido ósseo mais resistente. É encontrado abaixo do periósteo de todos os ossos e forma a maior parte da diafíse dos ossos longos, fornecendo proteção e suporte, além de resistência às forças produzidas pelo peso e pelo movimento. Nele, encontram-se os canais central de Havers (perpendiculares) e de Volksman (horizontais) por onde circulam vasos sanguíneos e linfáticos e nervos; canais centrais são rodeados por lamelas concêntricas (anéis de matriz extracelular calcificada delimitados por lacunas onde se encontram os osteócitos). A associação entre a lamela, as lacunas, os osteócitos, o canal de Havers e seus vasos e nervos formam um ósteon, ou sistema de Havers (diferentes lacunas contendo osteócitos se comunicam pelos canalículos); a área entre os ósteons possui lamelas intersticiais, também com osteócitos. Existem também as lamelas circunferenciais, que circundam o osso logo abaixo do periósteo. 3.3.2) Osso Esponjoso: Correspondendo a 20% do esqueleto, não possui ósteons. Suas lamelas estão disposta na forma de treliças irregulares chamadasde trabéculas que são separadas por espaços microscópicos que ajudam a tornar o osso mais leve e, algumas vezes, são preenchidos por medula ósse vermelha; dentro de cada trabécula encontram-se lacunas com osteócitos. Constitui a maior parte do tecido ósseo de ossos curtos ou planos ou da epífise de ossos irregulares. Diferentemente do tecido ósseo compacto, o esponjoso é leve e tem função hematopoiética (quadril, costelas, esterno, e extremidades de ossos longos). 4) Ossificação/Osteogênese: Processo de formação e crescimento dos ossos. 4.1) Embriologia: Formação embriológica do osso inicia-se a partir de células mesenquimais na sexta semana de desenvolvimento. Processo ocorre de acordo com dois padrões que, apesar de distintos, , compreendem a substituição de tecido conjuntivo pré-existente por osso. 4.1.1) Ossificação Intramembranácea: Padrão mais simples, corresponde a ossificação de ossos como a mandíbula e os ossos planos do crânio. Começa com a aglomeração de células mesenquimais que se diferenciam em células osteogênicas e, em seguida, em osteoblastos; o local dessa aglomeração é chamado de centro de ossificação. Com a secreção de matriz orgânica pelos osteoblastos, esses passam a se chamar osteócitos, que estendem seus processos citoplasmáticos pelo canalículos, dentro de poucos dias, cálcio e outros saus minerais são depositadis e a matriz extracelular endurece/calcifica. A medida que isso acontece, formam-se as trabéculas e o vasos sanguíneos a elas associados diferenciam-se em medula óssea vermelha ao mesmo tempo que o mesênquima se deposita na periferia do osso para formar o periósteo. 4.1.2) Ossificação Endocondral: Processo de formação da maioria dos ossos (em especial, os ossos longos). Aglomerado de células mesenquimais diferencia-se em condroblastos, que secretam a matriz extracelular da carilagem, produzindo o modelo cartilagíneo (formado por cartilagem hialina); ao mesmo tempo, desenvolve-se um revestimento ao redor do modelo, o pericôndrio. Divisão dos condrócitos e contínua secreção resultam no crescimento intesticial do modelo cartilagíneo (cescimento de dentro pra fora) enquanto o acréscimo de matriz à periferia pelo pericôncrio causa o crescimento aposicional (crescimento da face externa); assim, com a hipetrofia dos condrócitos da região média, modelo cartilagíneo começa a crescer e a se calcificar. Artéria nutrícia estimula células do pericôndrio a se diferenciarem em osteoblastos, dando origem ao periósteo, ao mesmo tempo que capilares crescem dentro da cartilagem calcificada, induzindo o crescimento de um centro de ossificação primário, uma região na qual o tecido ósseo irá substituir a maior parte da cartilagem; em seguida, osteoblastos depositam matriz óssea extracelular sobre os resquícios de cartilagem, formando as trabéculas de forma que a ossificação primária espalha-se em direção às duas extremidades do modelo cartilagíneo. Atividade dos osteoclastos decompõe algumas trabéculas, formando a cavidade medular. Na época no nascimento, ramos da artéria epifisal formam os centros de ossificação secundários, que continuam processo de formação óssea de forma semelhante ao centro de ossificação primário, mas de forma que o osso esponjoso permance dentro das epífises. Por fim, cartilagem hialina que recobre as epífises torna-se cartialgem articular ou permanece entre diafise e epífise, formando cartilagem epifisal. 4.2) Crescimento 4.2.1) Comprimento: Compreende o crescimento intersticial da cartilagem no lado epifisário da cartilagem epifisal e a substituição da cartilagem do lado diafisário da cartilagem epifisal por osso por meio de ossificação endocondral. Para melhor compreensão do processo, cartilagem epifisal é dividida em zona de repouso (camada mais próxima da epífise, consiste em pequenos condrócitos dispersos que são inativos no crescimento do osso e encoram cartilagem epifisal na epífise), zona de proliferação (condrócitos ligeiramente maiores que estão dispostso na forma de ”pilha de moedas”; sofrem crescimento intersticial e secretam matriz extracelular, além de se dividirem oara substituírem aqueles que morreram no lado diafisário da cartilagem episifisal), zona hipertrófica (condrócitos ainda maiores e em amadurecimento que estão dispostos em colunas) e zona calcificada (com apenas algumas células, consiste em condrócitos mortos devido à calcificação, formando nova zona de diáfise). 4.2.2) Espessura: Células do periósteo de se diferenciam em osteoblastos e, sem seguida, a osteócitos que originam novas lamelas e ósteons. Osteoclastos destroem tecido ósseo que reveste cavidade medular. 4.3) Remodelagem: Apesar de se formar antes do nascimento, osso é remodelado constantemente (a qualquer momento, pelo menos 5% da massa óssea está sendo remodelada), sendo que essa remodelação compreende a reabsorção óssea (remoção de minerais e fibras colágenas pelos osteoclastos) e a deposição óssea (adição de minerais e fibras colágenas pelos osteoblastos). Velocidade de reposição é de 4% da massa ao ano para o osso compacto e 20% da massa ao ano para o osso esponjoso. Osteoblastos secretam enzimas lisossômicas e absorvem minerais e proteínas por endocitose antes de os osteoblastos começarem a agir. Remodelagem é afetada pela quantidade de minerais (principalmente cálcio e fósforo) e vitaminas no sangue (vitamina A estimula atividade dos osteoblastos; vitamina C é necessária para a síntese de colágeno, a principal proteína do osso; vitamina D aumenta a absorção de cálcio existente na alimentação; vitaminas K e B 12 são necessárias à síntese de proteínas ósseas). 4.4) Fraturas: Ruptura no osso, são classificadas de acordo com forma e gravidade. 4.4.1) Tipos de Fraturas: Simples/Fechada (osso se parte mas não rompe a pele), aberta/exposta (extremidades fraturadas se projetam para fora da pele), cominutiva (osso fragmentado, esmagado ou quebrado em pedaços e fragmentos ósseos se alojam entre fragmentos principais; fratura mais difícil de tratar), em galho verde (fratura parcial na qual um dos lados se quebra e o outro se dobra; ocorre só em crianças cujos ossos não estão completamente ossificados e contém mais material orgânico que inorgânico), impactada (uma extremidade do osso fraturado é inserida à força no interior da outra), por estresse (fissuras microscópicas sem lesão à tecidos adjacentes, são resultado de atividades vigorosas repetidas, como correr e saltar; são muito dolorosas e resultam em processos patológicos que interrompem a calcificação normal, como a osteoporose), de Pott (fratura da extremidade distal da fíbula com lesão grave da articulação distal da tíbia) e de Colle (fratura da extremidade distal do rádio na qual o fragmento distal é deslocado posteriormente). 4.4.2) Reparo: Compreende a formação do hematôma e processo inflamatório (vasos na linha da fartura são rompidos e ocorre consequente extravasamento de sangue, formando massa de sangue ao redor da fratura dentro de 6 a 8 horas após a lesão, levando à morte das células ósseasvizinhas; fagócitos e osteoclastos removem tecido lesado ou necrosado em processo que pode durar semanas), formação do calo fibrocartilaginoso/mole (fibroblastos provenientes do periósteo invadem local da fratura e produzem colágeno enquanto outras células do periósteo se diferenciam em condroblastos e ajudam a produzir fibrocartilagem na região; assim, após três semanas, surge o calo fibrocartilaginoso, composto de colágeno e cartilagem, que liga extremidades rompidas do osso), formação do calo ósseo/duro (células osteogênicas provenientes do periósteo do tecido ósseo saudável se diferenciam em osteoblastos e começam a produzir as trabéculas do tecido ósseo esponjoso, que unirão as partes vivas e mortas do osso original; com o tempo, fibrocartilagem é convertida em osso esponjoso e calo fibrocartilaginoso passa a se chamar calo ósseo) e remodelagem óssea (partes mortas dos fragmentos originais do osso rompido são reabsorvida por osteoclastos ao mesmo tempo que osso compacto substitui o esponjoso em torno da periferia da fratura; as vezes, reparo é tão completo que linha da frtura é imperceptível, mesmo em radiografias, embora uma área espessa na superfície do osso permita evidenciar a existência de uma fratura cicatrizada). 5) Exercício Físico: Quando submetido à tensão, tecido ósseo se torna mais resistente por meio do aumento da deposição de sais minerais e produção de fibras colágenas pelos osteoblastos. Uma vez que osso não se remodela normalmente sem tensão, sendo a reabsorção por osteoclastos mais veloz que a deposição pelos osteoblastos, pessoas acamadas ou sedentárias tendem a ter ossos menos resistentes (devido a perda de minerais e de fibras colágenas). 6) Envelhecimento: Na velhice, perda de massa óssea por meio da reabsorção é ainda mais acelerada, o que acarreta a perda de massa óssea e a fragilidade. A perda de massa óssea é decorrente, principalmente, das desmineralização (nas mulheres, começa por volta dos 30 anos e é acelerada por volta dos 45 devido a queda de estrogênio, ocorrendo perda de 8% da massa óssea a cada dez anos; nos homens, começa por votla dos 60 anos e ocorre perda de 3% da massa óssea a cada dez anos), levando a osteopenia (quando isso ocorre de forma muito intensa, tem-se o quadro de osteoporose, que é mais incidente, intenso e evidente nas mulheres devido ao fato de seus ossos serem menores e menos compactos). A fragilidade é efeito da redução de síntese proteica (osso perde resistência à tração, sendo mais sucetível à fraturas, deformidades, dor, rigidez ou queda de dentes). -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- OBSERVAÇÃO: Baixas concentrações de íons cálcio no sangue induzem à síntese de monosfosfato de adenosina cíclico pela glândual tireóide), cujo aumento é detectado pelos genes PTH, responsáveis pela síntese do paratormônio pela glândula paratireóide, que aumentaram o número e a atividade dos osteocalastos; tem-se, assim, maior efluxo de cálcio para o sangue. Altas concontrações de cálcio no sangue levam à produção de calcitonina pela células foliculaes da glândula tireóide, inibindo os osteoclastos. Ao mesmo tempo, estrigênio é responsável por diminuir o número e a atividade dos osteoclastos (como sua secreção diminui na menopausa, diz-se que mulheres são mais sucetíveis à osteoporose). ANATOMIA GENITAL 1) Anatomia Genital Feminina 1.1) Órgãos Internos 1.1.1) Vagina: Canal fibromuscular, longo e tubular com, aproximadamente, 10 centímetos de comprimento. É receptáculo para o pênis durante a relação sexual e é revestida por túnica mucosa (epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado e tecido conjuntivo areolar que se situam em pregas transversas chamadas rugas), túnica muscular (formada por tecido muscular liso, é constituída oir camada circular externa e camada longitudinal interna) e túnica adventícia (camada superficial da vagina, é constituída de tecido conjuntivo areolar e ancora a vagina aos órgãos adjacentes, como a bexiga urinária e a uretra, na parte anterior, e o reto e o canal anal na parte posterior. 1.1.2) Ovários: Gônodas femininas, são homólogas aos testículos. (possuem mesma origem embrionária) e produzem gametas, e hormônios (inibina, relaxina e hormônios sexuais, como a progesterona e os estrogênios). Histologicamente, são compostos de epitélio germinativo (uma camada de epitélio simples cúbico ou pavimentoso que recobre o ovário externamente e, ao contrário do que se pode inferir do nome, não dá origem aos gametas), túnica albugínea (cápsula esbranquiçada de tecido conjuntivo denso não-modelado abaixo do epitélio germinativo), córtex ovariano (folículos ovarianos envoltos por tecido conjuntivo denso não-modelado, fibras colágenas e células estromais semelhantes à fibroblastos) e medula ovariana (abaixo do córtex, é constituída por tecido conjuntivo com vasos sanguíneos e linfáticos e nervos). 1.1.3) Tubas Uterinas/ Ovidutos/ Trompas de Falópio: Medem, aproximadamente, 10 centímetros de comprimento. Parte afunilada é chamada de infundíbulo e termina em fímbrias, “franjas” de projeção digitiforme cuja função é recolher o oócito secundário liberado pelo ovário na ovulação para dentro da tuba. Parte mais larga é chamada de ampôla (mede, aproximadamente, 2/3 de seu comprimento) e parte mais espessa/estreita/curta é o istmo, que desemboca no útero. Histologicamente, são compostas pela túnica mucosa (epitélio com células colunares ciliadas, pra mover óvulo ate o útero, e tecido conjuntivo), túnica muscular (anel de tecido muscular liso cujas contrações peristáticas ajudam movimentação do óvulo até o útero) e túnica serosa (membrana externa). 1.1.4) Útero: Localizado entre a bexiga urinária e o reto, é a via para espermatozóides chegarem às tubas uterinas (onde ocorre a fecundação), além de ser o local de implantação do embrião. É subdividido em fundo do útero (parte superior às trompas uterinas), corpo do útero (parte central e afilada, forma a cavidade uterina) e colo do útero (formada por um óstio interno e um óstio externo, que resultam no canal do colo do útero, abre-se na vagina). Histologicamente, é composto por perimétrio/túnica serosa (camada externa constituída de epitélio simples e recido conjuntivo areolar), miométrio/túnica muscular (camada média constituída de três camadas de fibras musculares lisas, é mais fina no colo do útero e mais espessa no fundo do útero) e endométrio/túnica mucosa (camada interna muito vascularizada, é constituída por um estrato basal basal, que dá origem ao estrato perdido a cada menstruação, e um estrato funcional perdido nas menstruações). Células secretoras do endométrio produzem muco (composto de água, glicoproteínas, lipídios, enzimas e sais inorgânicos) que, na época da ovulação, torna-se mais alcalino (pH ≈ 8,5), facilitando a movimentação/penetração dos espermatozóides 1.2) Órgãos Externos 1.2.1) Vulva/Pudendo Feminino: Composta pelo montedo púbis (elevação de tecido adiposo recoberta por pele e pêlos púbicos), lábios maiores (recobertos por pêlos púbicos e com excesso de tecido adiposo, possuem glândulas sudoríparas e sebáceas), lábios menores (sem pêlos ou gordura, formam o prepúcio do clitóris), clitóris (massa colíndrica composta por dois corpos cavernosos, é o órgão de excitabilidade feminina), vestíbulo (região que compreende o óstio da vagina, o óstio da uretra, as glândulas parauretrais/ductos de Skene – produtoras de nuco – e glândulas vestibulares maiores/glândulas de Bartholin – homólogas à glândula bulbouretral no homem, produzem muco quando mulher se excita, que se junta ao muco do colo do útero e fornece lubrificação para a relação sexual). 1.2.2) Mamas e Glândulas Mamárias: Cada mama possui uma projeção chamada papila mamária (o mamilo) que se liga, pelos dutos/canais lactíferos, aos lobos da glândula mamária (glândula sudorípara modificada). Além disso, é preenchida por tecido adiposo e sustentada pelos ligamentos suspensores das mamas (ligamentos de Cooper), feitos de tecido conjuntivo. Ao redor da papila mamária, do lado externo, tem-se a aréola mamária (enrugada devido à presença de glandulas sebáceas modificadas). 1.3) Irrigação Sanguínea: Artéria aorta, na altura do umbigo, divide-se em duas ilíacas, uma para cada lado do corpo. Artéria ilíaca se divide em interna e externa. Enquanto a externa se subdivide, dando origem à artéria femoral (segue para as pernas), a interna se subdivide em ramos que irrigam o sistema genital, como a artéria vaginal (irriga a vagina), a artéria ovária (irriga ovários e tubas uterinas por meio dos ramos ovárico e tubal) e artéria uterina (com ramos que irrigam útero, ovário, vagina e tubas). 2) Anatomia Genital Masculina 2.1) Escroto: Estrutura de sustentação dos testículos, consiste em pele frouxa e tecido subcutâneo subjacente que pende da raiz do pênis (parte fixa) e é separado em porções laterais pela rafe escrotal, uma crista média. Internamente, é dividido pelo septo do escroto em duas regiões que acomodam os testículos. Está associado ao músculo cremaster (posição externa associada à contração das fibras musculares regulam temperatura dos testículos, que precisam destar de 2 o C a 3 o C mais frios que o resto do corpo para produzir espermatozóides; em condições de baixa temperatura externa, músculo cremaster contrai, aproximando testículos do corpo, permitindo-lhes absorver calor, e retresa o escroto, que fica com aparência enrugada). 2.2) Testículos: Glândulas ovais pares que formam-se próximo aos rins e descem para o escroto pelos canais inguinais no sétimo mês de gestação. Durante a descida, forma-se a túnica vaginal, que o recobre parcialmente. Túnica albugínea (tecido conjuntivo denso não-modelado) é interna à túnica vaginal e estende-se para dentro dos testículos, formando lóbulos; cada lóbulo contem de 200 a 300 túbulos seminíferos, que são compostos po células espermatogênicas (produtoras de esperamatozóides) e células de Sertoli (dão suporte à espermatogênese). Espermatogônias se desenvolvem a partir de células germinativas primordiais qye se originam no saco vitelínico e entram nos testículos na quinta semana de desenvolvimento fetal; espermatogônias permanecem inativa na infânciaua e são ativadas na puberdade. Em direção ao lume do túbulo seminífero, encontram-se camadas de células cada vez mais maduras (espermaócitos primários e secundários, espermátides e espermatozóides). Aglomeração de células de Sertoli formam camada hematotesticular, isolando gametas do sangue, uma vez qe corpo reconhece antígenos da superfície das células espermatogênicas como “estranhas’ ao sistema imune (além de alimentar espermatócitos, espermátides e espermatozóides; controlar liberação de espermatozóides para os túbulos smeiníferos contorcidos; secretar líquido de transporte de espermatozóides e controlar secreção de inibina e os efeitos di FSH e da testosterona). Células intersticiais de Leydig, localizada entre os túbulos seminíferos contorcidos) produzem testosterona, o androgênio repsonsável pelas características sexuais secundárias masculinas. 2.3) Ductos 2.2.1) Ducto dos Testículos: Pressão do líquido secretado pelas células de Sertoli levam espermatozóides dos túbulos seminíferos contorcidos aos túbulos seminíferos retos, que se fundem, formando a rede testicular. De lá, espermatozóides se movem para dúctulos eferentes em direção ao epidídimo. 2.2.2) Epidídimo: Dúctulos eferentes desembocam nos ductos do epidídimo. É nesse local que espermatozóides amadurecem (processo leva cerca de 14 dias) e é de onde espermatozóide é impulsionado para canal deferente durante a excitação sexual por contração da musculatura lisa. O epidídimo tamb 2.2.3) Ducto/Canal Deferenteém armazena espermatozóides (ond epermanecem viáveis por meses, sendo reabsorvidos caso não sejam ejaculados). 2.2.3) Ducto Ejaculatório: Ducto curto, é formado pela união do ducto da glândula seminal e a ampôla do ducto deferente (parte dilata e terminal), desembocando na parte prostática da uretra. 2.2.5) Uretra: Último ducto pelo qual o espermatozóide passa antes de ser ejaculado. É dividida nas partes prostática (passa pela próstata), membranácea (passa pelos músculos transversos do períneo) e esponjosa/peniana (passa pelo corpo epsonjoso do pênis). 2.4) Glândulas 2.4.1) Glândulas/Vesículas Seminais: Encontradas aos pares, secretam líquido viscoso alcalino (neutraliza acidez da urina na uretra), com frutose (utilizada pelo espermatozóide na produção de ATP), com prostaglandinas (aumentam a viabilidade dos espermatozóides e estimulam a contração da musculatura lisa do sistema genital feminino) e com proteínas de coagulação diferentes das ecnontradas no sangue (ainda não se sabe por qual motivo o sêmen coagula temporariamente após a ejaculação). Sua secreção corresponde a 60% do volume do sêmen. 2.4.2) Próstata: Situada inferiormente à bexiga urinária, possui tamanho semelhante ao de uma bola de golfe. Secreta líquido leitoso com ácido cítrico (utilizado pelo espermatozóide na produção de ATP), enzimas proteolíticas (como o antígeno prostáticoespecífico/PSA, responsável por liquefazer o sêmen coagulado), fosfatase ácida (sem função conhecida) e seminaplasmina (destroem bactérias). Sua secreção corresponde a 25% do volume do sêmen. 2.4.3) Glândulas Bulbouretrais (Glândula de Cowper): Localizadas inferiormente à próstata, possuem o tamanho de uma ervilha. Secretam líquido que neutralizam ácido da urina na uretra, protegendo espermatozóides, e muco que lubrifica a extremidade do pênis e o revestmento da uretra, reduzindo o número de espermatozóides danificados durante a ejaculação. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- OBSERVAÇÃO: Sêmen é o nome que se dá aos espermatozóides juntamente com os líquidos secretados pelas glândulas (7,2 < pH < 7,7) e possui aparência leitosa e viscosa. Em uma ejaculação, são expelidos de 2,5 ml a 5 ml de sêmen (sendoque há, em média, de 50 a 150 espermatozóides por mililitro). Coagula cinco minutos após a ejaculação, mas se liquefaz de 10 a 20 minutos após isso. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- 2.5) Pênis: Estrutura que contém a uretra, é composto por três massas cilíndricas recobertas por túnica albugínea (tecido fibroso), sendo elas dois corpos cavernosos (dorsolaterais) e um corpo esponjoso (posterior médio, contém a uretra), constituidores do tecido erétil. Óstio da uretra está localizado na extremidade distal do corpo esponjoso que, dilatada e em forma de bola, recebe o nome de glande do pânis (é recoberta por pele chamada prepúcio, ao qual é ligada pelo frênulo do pênis). Raiz do pênis é parte fixa (proximal) e consiste no bulbo do pênis (parte expandida da base do corpo esponjoso) e ramos do pênis (partes afiladas dis corpos cavernosos). -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- OBSERVAÇÃO: Na estimulação sexual, fibras parassimpáticas provocam produção de óxido nítrico (NO), que faz músculo liso das paredes das arteríolas que suprem tecido erétil relaxarem, permitindo vasodilatação. Assim, tecido erétil fica cheio de sangue e pênis fica ereto. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- 2.6) Irrigação Sanguínea: Testículos são irrigados pela artéria testicular, artéria cremastérica e artéria do ducto deferente. Pênis é irrigado pelas artérias profundas do pênis (uma em cada corpo cavernoso), artérias uretrais (no corpo esponjoso) e pela artéria dorsal do pênis (localizada na parte dorsal/superior). GAMETOGÊNESE 1) Definição: É o processo de produção de gametas, que ocorre nas gônodas. 2) Espermatogênese: Processo de produção de espermatozóides, o gameta masculino, nos testículos. 2.1) Controle Hormonal dos Testículos: Na puberdade, células neurossecretoras hipotalâmicas aumentam a liberação do hormônio liberador de gonadotropinas (GnRH), que atuam aumentando as secreções de hormônio luteinizante (LH) e folículo-estimulante (FSH). LH estimula as células de Leydig a secretar testosterona (hormônio derivado do colesterol), que atua suprimindo a secreção de LH ( feedback negativo) e, em algumas células-alvo (genitais externos e próstata), é convertido em di-hidrotestosterona (DHT, um potente androgênio) pela enzima 5α-redutase. FSH e testosterona fazem células de Sertoli, nos testículos, secretarem a proteína de ligação a androgênios (ABP), mantendo alta a concentração de testosterona para estimular a espertogênese. Espermatogênese é inibida pelo hormônio inbina (que inibe a secreção de LH). 2.2) Espermatozóide: Gameta masculino. A cabeça é composta pelo núcleo e pelo acrossomo (vesícula com enzimas, entre elas as hialuronidases e as proteases, para adentrar o óvulo). Cauda é composta por parte intermediária (com mitocôndrias, fornece energia para o batimento do flagelo), parte principal (mais larga) e parte final/terminal. 2.3) Processo: Dura de 65 a 75 dias e começa com as espermatogônias (2n = 46), uma espécie de células-tronco. Após sofrerem sucessivas mitoses, algumas espermatogônias se mantém como células-tronco percursoras enquanto outras se distanciam da membrana basal dos túbulos seminíferos dos testículos, diferenciando-se em espermatócitos primários (2n = 26). Após os esperamtócitos primários sofrerem a meiose I, tem-se a formação de dois espermatócitos secundários (n = 23) e, após a meiose II, formam-se duas espermátides (n = 23) de cada espermatócitos secundário, o que resulta em um total de quatro espermátides. Ao longo do processo, contudo, a citocinese é incompleta (citoplasma não é totalmente dividido e célula mantêm-se ligadas por ponte citoplasmática); por isso, no estágio final (espermiogênese), as células de Sertoli (existentes nos testículos) eliminam as pontes citoplasmáticas enquanto espermátide é alongada. Desse processo de diferenciação, forma-se o acrossomo, o flagelo e as mitocôndrias, que resultando no espermatozóide. Assim que são ejaculados, espermatozóides passam pelo processo de capacitação, um período de condicionamento que dura cerca de 7 horas no qual glicoproteínas e proteínas seminais são removidas da superfície do acrssomo por uma tirosina quinase sem sofrer alterações morfológicas, passando a apresentar ativida aumentada. 3) Oôgenese/Ovulogênese: Processo de produção de óvulos, o gameta feminino, nos ovários 3.1) Óvulo: É formado por uma célula haplóide (n = 23), o gameta, rodeado pela zona pelúcida (camada glicoproteica na superfície da membrana) e pela coroa/corona radiada (camada de células granulosas que circundam, externamente, o óvulo. 3.2) . Controle Hormonal dos Ovários e Processo: No início do desenvolvimento fetal, células germinativas primordiais/primitivas migram do endoderma do saco vitelínico para o ovário, diferenciando-se em oôgonias (2n = 46), que se dividem por mitose em células germinativas. Algumas dessas células se degeneram (sofrem processo chamado de atresia) e outras se diferenciam em oócitos primários (2n = 46), que iniciam a meiose I mas só a completam na puberdade. Cada óocito primário é envolvido por camada simples de células foliculares e esse estrutura se chama folículo primordial (ao nascer, mulher possui de 200.000 a 2.000.000 de oócitos primários em cada ovário, embora apenas 400 irão amadurecer e sere ovulados ao longo da vida fértil). Na puberdade, secreções de LH e FSH estimulam o desenvolvimento dos folículos primordiais em primário, que corresponde ao oócito primário envolvido por células granulosas, baixa e cúbicas. Conforme folículo cresce, surge a zona pelúcida (camada glicoprteica na superfície da membrana plasmática) entre o oócito e células granulares. Em seguida, folículo se desenvolve a folículo secundário e, depois, a folículo de Graaf (maduro, possui líquido produzido pelas células granulares em espaço chamado antro). Nesse momento, oócito primário sofre meiose I, resultando em um oócito secundário (n = 23), que possui a maior parte do citoplasma, e um corpo/corpúsculo polar (n = 23). Quando a ovulação ocorre, o oócito secundário é liberado na tubas uterinas. Meiose II começa assim que espermatozóide penetra o oócito secundário, originando o óvulo (n = 23) e o segundo corpo/corpúsculo polar (n = 23) que, assim como os possíveis corpúsculos polares resultantes da meiose II do primeiro corpúsculo polar, irá degenerar. CICLO REPRODUTOR FEMININO Quantidade de hormônios no ciclo reprodutivo feminino com ausência de fertilização. 1) Considerações Iniciais: Ciclos ovariano e menstrual são controlados pelo hormônio liberador de gonadotropinas (GnRH) que, secretado pelo hipotálamos, estimula a secreção de hormônio folículo-estimulante (FSH) e hormônio luteinizante (LH) pela adenoipófise (hipófise anterior). FSH inicia crescimento dos folículos enquantoLH estimula ainda mais seu desenvolvimento, além de estimular corpo lúteo a produzir seus hromônios (relaxina, inibina e os hormônios sexuais femininos, como progesterona e estrogênios). Tanto o FSH quanto o LH estimulam a secreção de estrogênio pelo folículo. 2) Regulação Hormonal 2.1) Estrogênios: Secretados pelos folículos ováricos, desenvolvem e mantém as estruturas sexuais femininas e os caracteres sexuais secundários femininos, além de diminuirem concentração de colesterol e, em níveis moderados, inibirem as secreções de GnRH, LH e FSH. Embora seis tipos diferentes já tenham sido isolados, apenas três se apresentam em quantidades significativas. 2.2) Progesterona: Secretada pelas células do corpo lúteo. Juntamente com os estrogênios, prepara o endométrio para a implantação do óvulo fertilizado e prepara glândulas mamárias para a secreção de leite. 2.3) Relaxina: Produzida pelo corpo lúteo durante o ciclo mensal, inibe contrações uterinas, evitando aborto espontâneo. No final da gravidez, aumenta a flexibilidade da sínfise púbica, facilitando o parto. 2.4) Inibina: Secretada pelas células granulosas dos folículos em crescimento, inibe secreções de LH e FSH. 3) Menarca: É a primeira menstruação. Na infância, por razões não esclarecidas, hipotálamo não secreta GnRH (também no homem) e ovários permanecem inativos devido a atuação do fator inibidor de maturação dos oócitos. Segundo a Teoria do Gonadostato, na puberdade ocorre a maturação de alguma área do cérebro (provavelmente, no sistema límbico, responsável pelo comportamento emocional e impulsos motivacionais), de forma que o sistema nervoso central fica mais sensível à estimulação pelos esteróides sexuais, começando a produção de hormônios gonadotróficos; segundo a Teoria da Composição Corporal Crítica, esse processo ocorre quando o corpo atinge um peso crítico (em geral, devido ao acúmulo de gordura, necessária para a produção dos hormônios do ciclo sexual feminino), levando à menarca. 4) Fases: Por convenção, primeiro dia do ciclo (que, geralmente, possui 28 dias) é o dia da menstruação. 4.1) Fase Menstrual (do 1 o ao 5 o dia): No ovário, o FSH estimula diversos folículos primordiais a se desenvolverem em folículos secundários (é um processo que leva meses para ocorrer, de forma que um folículo primordial só se torna secundário após vários ciclos). No útero, queda brusca dos níveis de progesterona e de estrogênios estimula a liberação de prostaglandinas que provocam vasoconstrição, resultando na menor oxigenação das células endometriais e, consequentemente, na sua morte (fluxo menstrual é composto de 50 a 150 ml de sangue, líquido tecidual, muco e células epiteliais desprendidas do endométrio). 4.2) Fase Pré-Ovulatória/Folicular/Proliferativa (do 6 o ao 13 o dia): Nos ovários, folículos secundários secretam estrogênios e inibina, inibindo o crescimento de outros folículos (que sofrem atresia) enquanto um folículo se torna dominante; esse se desenvolverá até se tornar o folículo de Graaf (que, com até 20 mm de diâmetro, forma protuberância vesicular). No útero, estrogênios liberados no sangue pelos folículos ovarianos em crescimento estimulam a reparação do endométrio (deixa de de ter de 2 a 5 mm de espessura e chega a até 10 mm de espessura). 4.3) Ovulação (14 o dia): Altas concentrações de estrogênios durante última parte da fase pré-ovulatória provoca retroalimentação positiva de LH (maior liberação de LH por meio de maior liberação de GnRH pelo hipotálamo e por meio de estimulação direta da adeno-hipófise), que promove rompimento do folículo de Graaf por volta de 24 horas após o seu pico e consequente liberação do óocito do oócito nas trompas, ainda envolvido pela zona pelúcida e coroa radiada, nas trompas. 4.4) Fase Pós-Ovulatória/Lútea/Secretora (do 15 o ao 28 o dia): No ovário, folículo sofre colapso, formando coágulo a partir de sangramento menor e, assim, resultando no corpo hemorrágico que, sobre a influência do LH, desenvolve-se a corpo lúteo; se o oócito secundário não for fecundado, corpo lúteo sobrevive por até duas semanas, degenerando-se e formando o corpo albicante que, por não secretar progesterona, estrogênios e inibina, leva ao aumento das concentrações de GnRH, FSH e LH por retroalimentação negativa, iniciando outro ciclo; caso haja fecundação, corpo lúteo é mantido, inicialmente, pelo LH e, depois, pelo hormônio gonadotrófico coriônica humano (produzido pelo córion oito dias após a fertilização e, depois, pela placenta) até a vigésima semana de gravidez, secretando progesterona e estrogênios (quando a placenta assume a função de secretar os mesmo hormônios). No útero, se não ocorre fecundação, corpo lúteo degenera, levando à queda das taxas de progesterona e estrogênios e, consequentemente, à uma nova menstruação; se ocorre fecundação, progesterona e estrogênios liberados pelo corpo lúteo promovem um desenvolvimento ainda maior do endométrio (chega a uma espessura que varia de 12 a 18 mm) e glândulas endometriais passam a produzir glicogênio. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- OBSERVAÇÃO: Quadro-resumo. FASE DO CICLO EVENTOS NO OVÁRIO (CICLO OVARIANO) EVENTOS NO ÚTERO (CICLO UTERINO) Menstrual (1 o ao 5 o dia) FSH desenvolve folículos primordiais a folículos primários e, em seguida, a secundários. Queda nas taxas de progesteron estrogênios produzem prostaglandina causa vasoconstrição, levando consequente morte das cé endometriais por falta de oxig resultando no fluxo menstrual. Pré-Ovulatória (6 o ao 13 o dia) Folículos secundários secretam estrogênios e inibina, inibindo crescimento de outros folículos enquanto um se torna maduro, o Folículo de Graaf. Estrogênio liberados pelso folí ovarianos reparam/proliferam endométrio, que se espessa (chega a t 4 a 10 mm de espessura). Ovulatória (14 o dia) Altas concentrações de estrogênio resultam em secreção de LH e GnRH. Pico de LH leva ao rompimento do folículo de Graaf, liberando oócito na trompa uterina. – Pós-Ovulatória (15 o ao 28 o dia) Sem Fecundação Folículo colapsado forma coágulo, o corpo hemorrágico, que, com a ação do LH, transforma-se em corpo lúteo, que se degenera em duas semanas. Com a degeneração, queda das taxas de estrogênios e progesterona permite aumento das taxas de LH, FSH e GnRH, inciando um novo ciclo. Progesterona e estrogênios produzidos corpo lúteo promovem cresciment glândulas endometriais, espessamen vascularização do endométrio, que ch ter de 12 a 18 mm de espessura fecundação, níveis de progesteron estrogênios caem coma degeneraçã corpo lúteo, levando à menstruação. Com Fecundação Corpo lúteo é salvo da degeneração pelo hormônio gonadrotópico humano (hCG) e é mantido, secretando progesterona e estrogênios, até a 20 a semana de gravidez (quando a placenta assume essa função). Com o espessamento e vascularizaçã endométrio, útero está preparado recebero embrião, que se implantar endométrio no final da primeira sem após a fecundação (no estágio blastocisto). EMBRIOLOGIA – DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- OBSERVAÇÃO: Evolução da gravidez é dividida em dois momentos. O primeiro é o período embrionário, que vai da primeira até a oitava semana de gestação, no qual ocorre a organogênese (formação dos órgãos e sistemas do corpo), sendo um período crucial para o desenvolvimento, uma vez que erros podem levar à más formações. O segundo é o período fetal, que vai da oitava semana de gestação até o parto, no qual feto ganha peso e tamanho e seus órgãos e sistemas começam a funcionar (erros levam ao mal funcionamento do corpo). Gestação demora, aproximadamente, 38 semanas (pode chegar até 41 semanas). -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- 1) Primeira Semana: Caracterizada, principalmente, pela fecundação, pela formação da mórula e pela nidação. 1.1) Fertilização: Ocorre, normalmente, de 12 a 24 horas após a ovulação (como, na vagina, espermatozóides são viáveis por até 48 horas, existe maior risco de gravidez se relação sexual ocorrer dois dias antes e um dia depois da ovulação). Glicoproteína ZP3 da zona pelúcida funciona como um receptor para os espermatozóides, que liberam enzimas do acrossomo, provocando a reação acrossômica, que permite ao espermatozóide ultrapassar a coroa/corona radiada e a zona pelúcida para entrar no oócito (enzima hialuronidase penetra a coroa radiada e enzimas aerosina, neuraminidase e estirase penetram a zona pelúcida; penetração do espermatozóide também é auxiliada pelo batimento do flagelo). Assim que ocorre a entrada do espermatozóide no oócito secundário, conteúdo dos grânulos corticais do oócito modificam a zona pelúcida (reação cortical), impedindo que que mais espermatozóides adentrem o oócito (polispermia). Com a meiose II do oócito secundário, tem-se a formação do óvulo e, em seguida, ocorre a fusão dos pró-núcleos masculino e feminino (anfimixia/cariogamia) derivados dos gametas, formando o zigoto (2n = 46). 1.2) Clivagem: Primeira divisão celular ocorre 24 horas após a fecundação e demora por volta de 6 horas para se completar, formando células menores chamadas de bastômeros. No quarto dia após a fecundação e após sucessivas divisões, tem-se a formação de uma massa compacta e maciça de, no mínimo, 16 células, a mórula, que corresponde ao primeiro estágio do desenvolvimento embrionário. 1.3) Desenvolvimento do Blastocisto: Blastocisto é o nome que se dá à blástula humana. No final do quarto dia após a fecundação, a mórula chega ao útero. Em contato com o leite uterino (composto pelo glicogênio secretado pelas glândulas endometriais), que atravessa a zona pelúcida, mórula será nutrida e se desenvolverá à blastocisto, ainda de tamanho semelhante ao zigoto. Blastocisto é composto por duas populações celulares, o embrioblasto (também chamado de massa celular interna, desenvolve-se no embrião) e o trofoblasto (parede esferóide externa do blastocisto que reveste a blastocele, ou cavidade do blastocisto, cheia de líquido). No quinto dia após a fecundação, blastocisto se desprende da zona pelúcida. 1.4) Implantação/Nidação: Ocorre no sexto dia após a fecundação. Blastocisto se fixa no endométrio (glândulas endometriais da região aumentam e endométrio fica mais vascularizado). Nesse momento, endométrio passa a ser chamado de decídua, que é dividida em decídua basal (entre embrião e estrato basal), decídua capsular (entre embrião e útero) e decídua parietal (endométrio modificado remanescente). 2) Segunda Semana: Caracterizada, principalmente, pelo desenvolvimento do trofoblasto, pela formação do disco bilaminado e pela ligação com vasos sanguíneos maternos. 2.1) Desenvolvimento do Trofoblasto: Oito dias após a fecundação, trofoblasto se divide em duas camadas na região onde blastocisto e endométrio se encontram, o sinciciotrofoblasto (sem limites celulares distinguíveis) e o citotrofoblaso (massa celular distinta). Sinciciotrofoblasto secreta enzimas que permitem o blastocisto penetrar revestimento do útero, digerindo e liquefazendo células endometriais. Trofoblasto também secreta gonadotrofina coriônica (hCG), evitando a degeneração do corpo lúteo e mantendo sua secreção de estrogênio e progesterona. 2.2) Desenvolvimento do Disco Embrionário Bilaminado: Oito dias após a fertilização, embrioblasto se divide em duas camadas, o hipoblasto e o epiblasto, formando o disco embrionário bilaminado, que é achatado. Surge cavidade no epiblasto que dará origem à cavidade amniótica. 2.3) Desenvolvimento da Circulação Materno-Fetal: Do oitavo para o nono dia após a fecundação, sinciciotrofoblasto se expande, formando lacunas que, até o décimo segundo dia após fecundação, irão se fundir e formarão redes lacunares que, ao romper capilares da mãe, formam os sinusóides, permitindo o fluxo de sangue materno para nutrir o embrião. 2.4) Surgimento do Âmnio: Cavidade amniótica se expande, formando o âmnio. Inicialmente, o líquido amniótico (que servirá como proteção contra choques mecânico, além de evitar desidratação) é derivado do sangue materno e, mais tarde, da urina do feto. 2.5) Desenvolvimento do Saco Vitelínico: Oito dias após a fecundação, células do hipoblasto migram e recobrem a face interna da parede do blastocisto, formando a membrana exocelômica (ou membrana de Heuser) que, juntamente com o hipoblasto, forma a parede do saco vitelínico (antes chamado de blastocele). Com a formação da placenta, saco vitelínico é esvaziado. 2.6) Desenvolvimento do Celoma Extraembrionário e do Cório: No décimo segundo dia após a fecundação, surge o mesoderma extraembrionário, que se desenvolve entre a membrana de Heuser e o citotrofoblasto e cujas células formam um tecido conjuntivo em torno do âmnio e do saco vitelínico. Isso origina cavidades que se fundem, resultando no celoma extrembrionário que, ao se expandir, passa a ser chamado de cavidade coriônica (ou córion), que é responsável por trocar materiais entre a mãe e o feto e proteger o feto da resposta imune materna. Nesse momento, disco embrionário bilaminado se conecta ao trofoblasto pelo pedículo embrionário (também chamado de corpo de conexão, é o futuro cordão umbilical). 3) Terceira Semana: Caracterizada, principalmente, pelo desenvolvimento do disco embrionário trilaminado, pela gastrulação, pela neurulação e pelo início do desenvolvimento do sistema circulatório. 3.1) Gastrulação: Quinze dias após a fecundação, surge, na parte dorsal sobre o epiblasto, a linha primitiva, que vai da região basal até a cefálica (onde se forma a placa pré-cordal), chegando ao centro do disco bilaminar, onde se forma nó primitivo. Células do epiblasto da linha primitiva migram para dentro do embrião, preenchendo espaço entre epiblasto e hipoblasto, dando origem à mesoderme,ou substituíndo as células do hipoblasto (que são degeneradas), dando origem à endoderme; células remanescentes do epiblasto dão origem à ectoderme (endoderme pode ser intraembrionária ou extraembrionária, revestindo saco vitelínico, assim como ectoderme pode ser intramebrionária e extraembrionária, revestindo âmnio). Na organogênese, endoderma revestirá trato gastrointestinal, respiratório e outros órgãos; mesoderma originará músculos, ossos e tecido conjuntivo; ectoderme originará epiderme e sistema nervoso. Tem-se, assim, disco embrionário trilaminado. Nesse momento linha e nó primitivo passam a se chamar, respectivamente, sulco e fosseta primitiva. Células da fosseta migram para a parte cefálica migram para a parte cefálica, desenvolvendo a notocorda, que atua como eixo de sustentação. 3.2) Neurulação: Notocorda induz células ectodérmicas a formarem a placa neural, que é formada por ectoderme diferenciada chamada neuroectoderme, com células colunares (ectoderme ao redor é chamada de ectoderma de superfície). Dessa, serão originadas pregas neurais que, ao se aproximarem e se fundirem, formarão o tubo neural (que dará origem ao sistema nervoso). 3.3) Desenvolvimento de Somitos: No décimo sétimo dia após a fecundação, mesoderma adjacente à notocorda origina mesoderma paraxial, que se segmenta em somitos (no final da quinta semana, são 44 somitos), que são divididos em miótomo (origina músculo esquelético), dermátomo (origina tecido conjuntivo) e esclerótomo (origina vértebras e costelas). 3.4) Desenvolvimento do Celoma Intraembrionário: Na lâmina lateral do mesoderma, surgem espaços que, ao se fundirem, dão origem a uma cavidade maior, o celoma intraembrionário, que irá acomodar os órgãos internos. 3.5) Desenvolvimetno do Sistema Circulatório: Mesoderma do saco vitelínico inicia a angiogênese, a formação dos vasos sanguineos. Entre o décimo oitavo e o décimo nono dia após a fecundação, coração começa a se desenvolver na extremidade encefálica. 3.6) Formação da Placenta: Córion projeta-se nas paredes endometriais do útero na segunda semana (recebe vascularização na terceira), originando vilosidades coriônicas. Vasos das vilosidades conetam-se ao coração, formando o cordão umbilical. Vilosidades, somadas à decídua basal do útero, formam a placenta. 4) Quarta Semana: Caracterizada, principalmente, pelo encurvamento do embrião e início da circulação. Surgem fossetas ópticas (orelhas internas primitivas) e placóides cristalinos (olhos primitivos) na parte anterolateral. No final, surge eminência caudal. 4.1) Pregas: Embrião triplica de tamanho, assumindo a forma de um cilindro trilaminado que se dobra, produzindo as pregas cefálica e caudal (chamadas de delimitação longitudinal; prega cefálica leva boca e coração para suas devidas posições, assim como prega caudal leva ânus para sua posição) e duas pregas laterais. Assim fecham-se paredes do corpo e embrião fica completamente envolvido pelo âmnio (saco vitelínicio incorporada mantém contato com instestino médio, formando o tubo digestório primitivo). 4.2) Arcos Faríngeos: Se desenvolvem lateralmente, separados por fendas faríngeas. 4.3) Membros Inferiores: Surgem por meio de brotos de origem mesodérmica (recobertos por ectoderma). 4.4) Início da Circulação: Mesoderma começa a produzir sangue, células sanguíneas e sistema cardiovascular. Como consequência, coração começa a bombear sangue para sinusóides. 5) Quinta Semana: Rápido desenvolvimento encefálico leva ao consequente aumento da cabeça. Surgem os brotos dos membros superiores. Desenvolvimento das proeminências da face. 6) Sexta Semana: Desenvolvem-se os cotovelos, placas das mãos e raios dígitos (primórdios dos dedos) e, de quatro a cinco dias depois, o desenvolvimento dos membros inferiores. Cabeça curva-se sobre a proeminência cardíaca. 7) Sétima Semana: Início da ossificação dos ossos dos membros superiores. 8) Oitava Semana: Eminência caudal se encurta cada vez mais. Surge plexo do couro cabeludo (marcado por faixa característica na cabeça). Ao final, todas as regiões dos membros já são visíveis e dedos estão compridos e totalmente separados. 9) Da Nona a Décima Segunda Semana: Cabeça está muito grande. Rápido crescimento do comprimento do corpo, que dobra de tamanho (chega a, aproximadamente, 60 mm). Genitália externa aparece ao final da nona semana. Alças intestinais na extremidade proximal do cordão umbilical regridem até a décima primeira semana. 10) Da Décima Terceira a Décima Sexta Semana: Rápida ossificação e consequente crescimento fetal. Movimentos ainda não são perceptíveis pela mãe. Olhos localizados na parte anterior da face. 11) Da Décima Sétima a Vigésima Semana: Início dos movimentos fetais, na forma de pontapés. Pele coberta pelo verniz caseoso (células epiteliais que protegem o feto da exposição ao líquido amniótico). Forma-se gordura amarela na parte posterior do esterno e na área perirrenal, que produz calor por oxidação de ácidos graxos. Na décima oitava semana, forma-se os órgão internos femininos e folículos primordiais; na vigésima semana, testículos começam a descer, mas ainda se localizam na parte abdominal posterior (como os ovários). 12) Da Vigésima Primeira a Vigésima Quinta Semana: Feto ganha peso e começa a assumir forma mais proporcional. Pele translúcida permite ver o sangue nos capilares. Pneumatócitos tipo II (células epiteliais secretoras dos septos interalveolares dos pulmões) produzem surfactante, lipídio tensoativo que mantém abertos os alvéolos pulmonares em desenvolvimento. Surgem unhas das mãos. 13) Da Vigésima Sexta a Vigésima Nona Semana: Desenvolvimento dos pulmões e vascularização pulmonar permitem trocas gasos. Pálpebras se abrem. Baço se torna local de eritropoese. 14) Da Trigésima a Trigésima Quarta Semana: Surge reflexo papilar. Gordura amarela representa 8% do peso corporal. Membros inferiores e superiores estão gordos. 15) Da Trigésima Quinta a Trigésima Oitava Semana: Sistema nervosos já está suficientemente maduro para o nascimento. Feto já consegue se orientar em direção à luz. Gordura amarela já é 16% do peso corporal. Normalmente, testículos já estão no escroto. GRAVIDEZ 1) Sinais 1.1) Sintomas 1.1.1) Atraso menstrual. 1.1.2) Enjôos: Não se sabe se é a progesterona ou a gonadotrofina coriônica que causa os enjôos, mas as hipóteses apontam para um dos dois como causadores do retardo na digestão, que leva a esse sintoma. 1.1.3) Fadiga: Progesterona age no sistema nervoso central, alterando as frequências respiratória e cardiovascular; com o aumento da frequência respiratória, tem-se uma maior demanda por oxigênio. Além disso, sabe-se que o desenvolvimento embrionário demanda muita energia e que hormônios da gravidez causam vasodilatação e consequente queda de pressão. Retensão de líquidos, deixando o sangue mais diluído, também pode ser apontada como fator causador da fadiga. 1.1.4) Cólicas e Dores Abdominais: Causadas por constantes alterações do útero. Isso, aliado a um sangramento vaginal (que, geralmente, ocorre durante a nidação ou durante a expansão do sinciciotrofoblasto) fazmuitas grávidas acreditarem que estão menstruando. 1.1.5) Prisão de Ventre e Maior Vontade de Urinar: Progesterona relaxa órgãos ao redor do útero, para facilitar a expansão uterina, provocando prisão de ventre e maior vontade de urinar. Além disso, volume sanguíneo aumenta de 20% a 50% (o que aumenta a frequência cardíaca), aumentando o trabalho dos rins e o volume de urina produzida. 1.1.6) Seios Inchados e Doloridos: Gonadotrofina coriônica, progesterona e estrogênios estimulam as glândulas mamárias para iniciarem a lactação, preparando-se para a amamentação. Isso leva ao aumento de volume, dor local e, devido ao estímulo hormonal, escurecimento dos mamilos. 1.1.7) Tontura: Hormônios da gravidez provocam queda de pressão, hipoglicemia, anemia e aumento da frequência respiratória. Pode ser um fator contribuinte a alimentação insuficiente decorrente dos enjôos. 1.1.8) Postura: Expansão do volume uterino e aumento do peso do feto leva a alteração do centro de gravidade para frente, ocasionando hiperlordose (embaixo) e hipersifose (em cima). 1.1.9) Cloasma: Aumento do hormônio melanotrófico leva ao aparecimento de manchas na face. 1.1.10) Inchaço: Extravasamento e acúmulo de líquido nas pernas. 1.1.11) Ganho de Peso: No primeiro trimestre, gestante ganha de 1 kg a 2,5 kg (em média, 0,2 kg/semana); já no segundo trimestre, ganha de 0,3 kg a 0,4 kg por semana. Durante a gestação, mamas e útero podem chegar a 1 kg, feto à termo (pronto para o nascimento) pode chegar a 3 kg (em média); também há o acúmulo de até 3 kg de gordura, além da formação de até 2 kg de líquido amniótico. 1.2) Modificação dos Sistemas Maternos 1.2.1) Sistema Cardiovascular: Expansão do volume sanguíneo para suprir órgãos genitais aumentados (grande aumento do volume do plasma e ligeiro aumento do número de células) torna sangue mais diluído (diminui o hematócrito). Hormônios (prostaciclinas e progesterona) causam diminuição da resistência vascular periférica que, com o aumento da frequência cardíaca (devido ao sangue diluído), provoca diminuição da pressão arterial. 1.2.2) Sistema Urinário: Devido ao aumento do volume sanguíneo, rins se expandem em até um centímetro para suportar o maior trabalho. Além disso, rins se deslocam para cima para acomodar o feto em crescimento. Aumento do fluxo de urina pode aumentar a probabilidade de infecções urinárias. 1.2.3) Sistema Respiratório: Aumento do volume sanguíneo e vasodilatação provocam hiperemia e edema na mucosa respiratória. Além disso, para acomodar o feto, diafragma desloca-se para cima, sem ter sua função prejudicada. 1.2.4) Sistema Digestivo: Náuseas e vômitos podem levar à anorexia. 2) Tipos de Gravidez 2.1) Tópica: Quando o embrião se fixa no corpo do útero. 2.2) Ectópica: Quando o embrião se fixa em outra localidades que não o corpo do útero; nesse caso, gestação é inviável. Geralmente, é tubária (ocorre nas tubas uterinas e pode ser provocada por tabagismo, doenças inflamatórias pélvicas como clamídia e gonorréia e inflamação ou cicatrizes decorrentes de procedimentos médicos anteriores), mas também pode ocorrer na cavidade abdominal, no ovário e no colo do úetro. Causa hemorragia no abdómem e, em casos mais graves, perda das tubas uterinas. 2.3) Embrionária: Quando há embrião. 2.4) Anembrionária (“Ovo Cego”): Devido à alteração genética (embora ainda existm dúvidas), apenas saco embrionário é formado, inexistindo um embrião. É caracterizada por sangramento vaginal e pela regressão dos sintomas da gravidez. É responsável por 50% dos abortos espontâneos e, caso não haja aborto, deve ser realizado um procedimento chamado curetagem (raspagem do útero para limpar os tecidos). 2.5) Molar: Tumor trofoblástico gestacional, geralmente é benigno. Pode ser completa (não há cromossomos da mãe enquanto os cromossomos paternos se duplicam; não há embrião, apenas uma massa de cistos) e parcial (além da presença dos cromossomos maternos, cromossomos paternos se duplicam; embrião chega a se desenvolver, mas é inviável; forma-se massa de cistos). -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- OBSERVAÇÃO: Durante a gravidez, o aumento da pressão arterial seguido de edema das mãos e do rosto e da eliminação de proteínas na urina (proteinúria) após a vigésima semana de gravidez é conhecido como pré-eclampsia. Caso seja acompanhado de repetidos e sucessivos ataques convulsivos, é chamado de eclâmpsia. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- 3) Testes de Gravidez: Tanto o exame de farmácia e o exame laboratorial buscam pelo hormônio gonadotrofina coriônica. Teste de farmácia verifica a presença do hormônio na urina e tem, portanto, caráter qualitativa. Teste laboratorial, além de verificar a presença do hormônio no sangue, verifica a quantidade em que ele se encontra, possuindo caráter qualitativo e quantitativo. No teste laboratorial, concentrações de gonadotrofina coriônica inferiores a 5 mlU/ml indicam resultadno negativo, concentrações entre 5 mlU/ml e 25 mlU/ml indicam gravidez em estágio incial (devendo ser repetido após três dias) e concentrações acima de 25 mlU/ml indicam resultado positivo. Uma vez que testes de farmácia apresentam sensibilidade para resultados apenas acima de 25 mlU/ml, pode-se surgir o resultado chamado de falso negativo. 4) Gravidez na Adolescência 4.1) Início Precoce da Vida Sexual: Motivado por insegurança com mudanças no corpo, curiosidade natural, falta de lazer, maus exemplos familiares, necessidade de expressar amor, solidão, carência e necessidade de se auto-afirmar. 4.2) Grupos: Presente em todas as classes sociais, embora a incidência seja ligeiramente maior em adolescentes oriundas de famílias de baixa renda (com menor acesso à informação). Segundo teoria de Henriques-Muller e Yunes (1993), gravidez na adolescência reproduz ciclo de probeza por, frequentemente, causa evasão escolar (embora saiba-se, hoje, que muitas jovens que engravidam haviam abandonado a escola antes). 4.3) Brasil: De todas as gentantes, entre 20% e 25% são adolescentes. 4.4) Influência Religiosa: Muitas religiões, além de proibirem o uso de preservativos, o sexo em tabu. Assim, esse tema é pouco discutido com jovens. No sul dos Estados Unidos, por exemplo, que, devido à sua composição histórica e geográfica, possui uma população com crenças mais ortodoxas, são poucos os estados que tornaram obrigatória aulas de educação sexual nas escolas; jovens, então, conseguem “informações” sobre sexo na pornografia, na qual não há o uso de preservativos, de forma que essa região apresenta altos índices de gravidez na adolescência e transmissão de doenças sexualmente transmissíveis. 4.5) Mudança do Papel Social da Mulher: Antigas obras de literatura nos fornecem um retrato da sociedade em diferentes épocas; assim, percebe-se que, em épocas onde a função social da mulher era servir o lar e cuidar dos filhos, elas engravidavammuito cedo sem que isso causassem espanto na sociedade, fato que era relativamente comum até algumas décadas atrás, no Brasil. Hoje, com a inserção da mulher no mercado de trabalho, a gravidez na adolescência torna-se um obstáculo para a jovem conseguir se auto-afirmar profissionalmente, causando o susto resultante de uma gravidez nessa época. 4.6) Programas de Auxílio 4.6.1) Programa de Assistência Integral à Gestante Adolescente: Programa dos governos estaduais que oferecem atendimento pré-natal, apoio psicológico e orientação para uso de preservativos pós-parto. 4.6.2) Estratégia Saúde da Família: Desenvolve ações sócio-educativas de forma contínua sobre o uso de anticoncepcionais por meio de equipe preparada e capacitada. 4.6.3) Programa de Saúde do Adolescente: Programa do Ministério da Saúde, atua com palestras em escolas sobre sexualidade e saúde reprodutiva. Equipes devem ser capacitadas (de preferência, em Estratégia Saúde da Família, por possuir dados da realidade local). Ações falham devido ao sobrecarregamento dos agentes comunitários de saúde. 4.7) Falha na Prevenção: A falha na prevenção da gravidez na adolescência se encontra na falha existente nas conversas dos pais e da escola com o adolescente sobre sexualidade (uma vez que o sexo ainda é um tabu na sociedade, pais que não sabem como abordar esse tema com seus filhos passam essa função para a escola, que acha suficiente expor os alunos ao assunto por meio de palestras). Além disso, pode-se apontar a falta de clareza dos programas sociais ao abordarem o assunto (embora isso possa ser parcialmente corrigido com a atuação das USFs, que possuem um contato mais íntimo com a população de suas áreas de abrangência, conhecendo melhor a sua realidade). -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- OBSERVAÇÃO: Formação da Personalidade na Adolescência *Segundo a Organização Mundial da Saúde, a definição de “adolescente” inclui aspectos biológicos, sociais e psicológicos que delimitam um período que vai dos 10 aos 19 anos de idade. *Teoria de Eric Erikson: Em sua teoria psicanalítica, foi estabelecido que o ser humano por uma série de períodos de desenvolvimento de uma qualidade específica do ego, marcada por um ponto positivo e um negativo, devendo o positivo prevalecer. São esses estágios o da confiança-desconfiança (de 0 a 1 ano e meio), autonomia-dúcida (de um ano e meio a três anos), iniciativa-culpa (de três a seis anos), produtividade-inferioridade (dos seis aos doze anos), identidade-confusão de identidade (puberdade e adolescência), intimidade-isolamento (dos vinte e um aos quarenta anos), generatividade-estagnação (dos quarenta e um aos sessenta anos) e integridade-desespero (dos sessenta anos até o fim da vida). No adolescente, tem-se a criação de uma identidade (por meio das transformações do corpo, o surgimento de uma identidae sexual, a aquisição de novos valores e a opção profissional), mas também tem-se uma crise de identidade (angústia, passividade, dificuldade de relacionamentos intra e interpessoais e confusão de valores). *Cada estágio da vida possui uma “função” capaz de desenvolver o lado criativo do ser humano. Na infância, essa função é o brincar e, na fase adulta, o trabalhar. Adolescente, por ser estágio de transição entre infância e vida adulta, normalmente vê-se perdido e desorientado, uma vez que é velho demais para brincar (precisa abandonar hábitos da infância) mas, ao mesmo tempo, é novo demais para trabalhar. *Rituais de Passagem: As sociedade contemporâneas estão perdendo seus rituais de passagem e, assim, adolescentes não mais conseguem se reconhecer como parte da sociedade. Os rituais de passagem fica, portanto, restritos à alguns grupos (como os skatistas, por exemplo), que tem valores próprios destoantes dos valores da sociedade; dessa forma, adolescente entra em choque com a família e com o Estado, tornando a sociedade fragmentada e não reconhecendo seu papel no mundo. *Na infância, primeira descoberta da criança é a diferença entre o eu e o não-eu, quando, mesmo antes de aprender a falar, percebe que é depende da mãe para a amamentação (crianças separadas temproariamente da mãe tornam-se apáticas e irritadiças, melhorando após reestabelecer contato; crianças separadas permanentemente da mãe podem desenvolver depressão, sintomas leves de psicose e retardos mentais e físicos, como demorar a andar); assim, até os cinco anos de idade (quando temrna a primeira infância), criança é egoísta e egocêntrica (após esse período, começa a aprender a se comporatar para viver em sociedade). Na adolescência, contudo, indivíduo experimenta novamente os sentimentos de rivalidade e insegurança da primeira infância, podendo ser particularmente críticos aos valores que seus pais desejam lhe passar (o que é confundido com rebeldia ou oposicionismo irresponsável) e negando muitas formas de autoridade; nesse momento, indivíduo sente que está ultrapassando os limites da infância, mas teme as responsabilidades da vida adulta por não conhecê-las plenamente (adolescente tem consciência da sua falta de independência, inclusive sexual, e culpam seus pais por isso por considerá-los um obstáculos, ao mesmo tempo que os admiram). Adolescência acaba até os 19 anos e, nessa fase, todos os padrões de comportamento instintivos já apareceram e ultrapassaram as fases mais explosivas; conforme se adiquire a capacidade de lidar com as diferenças entre sucesso e fracasso e entre amor e ódio, diz-se que o indivíduo chegou à maturidade. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- 5) Métodos Anticoncepcionais 5.1) Contraceptivos Orais 5.1.1) Pílula Combinada: Combinação de estrogênios e progesterona, é tomada por vinte e um dias consecutivos seguidos de sete dias sem pílula, o que causa sangramento (ciclos menstruais normais começam logo após a descontinuação do tratamento). Estrogênios inibem secreção de FSH por retroalimentação negativa da adeno-hipófise, suprimindo o desenvolvimento do ciclo ovariano, e progesterona inibe secreção de LH, prevenindo a ovulação, além de estimular a produção de muco cervical menos sucetível à passagem dos espermatozóides; os dois hormônios alteram o endométrio para evitar a implantação. 5.1.2) Minipílula: Constituída de progesterona, é tomada sem interrupção. Torna muco cervical inviável ao esperma e impede a implantação por meio de seu efeito sobre o endométrio. 5.1.3) Contracepção Pós-Coito de Emergência (“Pílula do Dia Seguinte”): Administração de levonorgestol (um tipo de progesterona), sozinho ou combinado com estrogênios. É efetivo se tomado até 72 horas após a relação e repetido após 12 horas. 5.1.4) Ação Prolongada: Uso de progesteronas sobre a pele, que são liberadas gradualmente. Administração pode ser intramuscular (medroxiprogesterona) ou subcutânea na forma de pílulas (levonorgestrol).5.2) Esterelização Cirúrgica: Vasectomia (remoção de parte dos ductos deferentes do homem, impedindo que espermatozóides sejam ejaculados) e ligadura tubária (tubas uterinas são amarradas, seccionadas e, às vezes, cauterizadas para impedir contato do oócito secundário com espermatozóides). 5.3) Dispositivo Intrauterino (DIU): Dispositivo feito de plástico, cobre ou aço inoxidável, bloqueia a entrada de espermatozóides na tuba uterina. 5.4) Espermicidas: Espumas, cremes e géis que tornam a vagina e o colo do útero ambientes desfavoráveis à sobrevivência de espermatozóides. O mais usado é o nanoxinol-9, que rompe membrana plasmáticas dos espermatozóides. 5.5) Métodos de Barreira: Camisinha masculina (camisa de Vênus), camisinha feminina (bolsa vaginal) e diafragma (normalmente, seu uso é associado ao de espermicidas). 5.6) Abstinência Períodica 5.6.1) Método do Ritmo: Em mulheres com ciclos reprodutivos regulares. Casal evita relações sexuais em um período que se estende de três dias antes da ovulação até três dias depois (ou não evita, caso deseje conceber um filho). 5.6.2) Método Simptotermal: Casal deve evitar relações sexuais quando corpo mostra sinais de ovulação/fertilidade, como o aumento da temperatura basal, produção de muco transparente e viscoso no colo do útero e dor associada à ovulação). 5.7) Aborto: Ocorrem, normalmente até a vigésima semana de gestação e pode ser natural/espontâneo ou induzido. Entre os induzidos, tem-se, por exemplo, o químico (mifepristona bloqueia progesterona na preparação do endométrio) e a aspiração à vácuo. 6) Pré-Natal 6.1) Objetivo: Assegurar o desenvolvimento da gestação, permitindo o parto de um recém-nascido saudável, sem impacto para a saúde materna, inclusive abordando aspectos psicossociais e as atividades educativas e preventivas. Deve começar, preferencialmente, até as 12 a semana de gestação. 6.2) Confirmação da Gravidez: Teste é realizado após ser verificado o atraso mesntrual. Caso resultado seja positivo, gravidez está confirmada; caso seja negativo, teste deve ser repetido quinze dias depois. Resultado positivo irá confirmar gravidez mas, diante de resultado negativo, deve-se procurar outras causas que expliquem o atraso menstrual. 6.3) Calendário de Consultas: De acordo com a Organização Mundial da Saúde, devem ser feito, pelo menos, seis consultas pré-natal com acompanhamento intercalado entre médico e enfermeiro. Até a 28 a semana, consultas devem ser mensais; da 28 a a 36 a semana, devem ser quinzenais; da 36 a a 41 a semana, devem ser semanais. 6.4) Primeira Consulta: Deve ser feita a anamnese, história clínica (incluindo os antecedentes obstétricos da paciente) e exame físico, além de serem feitos os pedidos de exames complementares como hemograma, tipagem sangúinea para sistemas ABO e Rh, glicemia de jejum, teste para detecção de doenças sexualmente transmissíveis e toxoplasmose, ultrassom transvaginal, entre outros). Vacinações realizadas durante a gravidez não podem conter vírus atenuado (pode ser prejudicial ao feto). 6.5) Consultas Subsequentes 6.5.1) Controle Materno: Cálculo e anotação da idade gestacional, cálculo do IMC, avaliação nutricional, medida da pressão arterial, palpação obstétrica e medida da altura uterina, pesquisa por edemas e exame ginecológico. 6.5.2) Controle Fetal: Ausculta dos batimentos cardiofetais, avaliação dos movimentos percebidos pela mulher e/ou detectados no exame obstétrico, teste de estímulo sonoro simplificado (Tess). 6.6) Cálculo da Data Provável do Parto (DPP): Feita com base no dia da última menstruação (DUM), o cálculo é feito com base na Regra de Naegele. Sabendo-se o dia da útlima menstruação, adiona-se sete dias e subtrai-se três meses (exemplo: se última mentruação foi em 13/09/2004, a data provável do parto será 20/06/2005). 6.6) Vida Sexual: Contra-indicada em casos de gravidez de risco, a atividade sexual fica prejudicada no primeiro trimestre devido aos enjôos e sensibilidade da mãe, além do medo materno e paterno de machucarem o bebê em formação. Devido ao crescimento da barriga, atividade sexual fica prejudicada no último trimestre da gestação. 6.7) Grupo de Gestantes: Conduzidos pela atenção primária (UBSs ou USFs), grupo possibilita o intercâmbio de experiências e conhecimentos entre as gestantes e, por isso, é a melhor forma de promover a compreensão do processo gestacional (assim, é mais efetivo se uma das gestantes participantes estiver grávida de seu segundo filho, podendo dividir experiências próprias com novas mães). Nos grupos, são abordados temas comuns à graviez, como a alimentação saudável, cuidados de higiene, sintomas, atividade física, sexualidade, benefícios legais da mulher,importância do planejamento familiar, importância do aleitamento materno, cuidados com o recém-nascido e o desenvolvimento da criança. 7) Nutrição da Gestante: 7.1) Necessidades Nutricionais: Sabe-se que a boa nutrição materna, além de levar ao bom desenvolvimento do feto, forma uma boa reserva nutricional para o período pós-parto. Essa reserva se forma no primeiro trimestre de gestação, época em que a reposição calórica ainda é maior que o consumo, diferentemente dos dois últimos trimestres de gravidez. Glicose supre 75% das necessidades energéticas fetais e é transferida por meio de difusão facilitada. No caso de mães adolescentes, tem-se um cuidado especial pois, além de o corpo ainda estar em desenvolvimento e ter alto consumo calórico, a gestante pode, muitas vezes, ter hábitos que possam prejudicar o desenvolvimento do feto, como consumirem drogas e álcool, aderirem à dietas estranhas e dormirem pouco. 7.1.1) Necessidades Calóricas: Aumentam até 300 kcal/dia além dos valores considerados normais. Caso gestante seja adolescente, esse acréscimo pode chegar a 500 kcal/dia. Desse acréscimo, de 55% a 75% devem ser de carboidratos, de 15% a 30% devem ser de gorduras e as proteínas devem representar 60 g/dia; desse total, 80% deve ter origem vegetal e 20% deve ter origem animal. 7.1.2) Ácido Fólico: Encontrado naturalmente no fígado, lentilha, quiabo, feijão preto, espinafre, soja e macarrão, atua como coenzima em diversos processos biológicos; em especial, atua na síntese das bases nitrogenadas purinas e pirimidinas, que compõe o DNA. Falha no DNA pode levar ao não fechamento do tubo neural. Por tanto, a suplementação de ácido fólico é indispensável para uma gravidez sem risco de má-formações do sistema nervoso. Combinado com outras vitaminas, também pode evitar anomalias cardíacas e do sistema urinário, além de atuar na redução de tumores cerebrais e neuroblastomas (isso, contudo, deve ser feito com cautela, porque o excesso de vitaminas pode causar problemas no feto devido à hipervitaminose, como alterações metabólicas pelo excesso de vitamina C, má-formação pelo excesso de vitamina A ou hipercalcemia fetal pelo excesso de vitamina D). 7.1.3) Ferro: Mesmo sem a perda pela menstruação, consumo de ferro pelo organismo aumenta devido ao desenvolvimento do feto, da placenta e do útero. Por isso, suplementaçãoé feita na forma de sais (sulfato, citrato ou fumarato de ferro) para evitar anemias. 7.1.4) Iodo: Ausência leva a cretismo e excesso leva à má-formações. 7.1.5) Vitaminas: Vitamina A permite a diferenciação celular e o crescimento de alguns sistemas enquanto a vitamina D permite a calcificação dos ossos. 7.1.6) Zinco: Ausência leva à más-formações. 7.2) Comunicação Mãe-Feto 7.2.1) Placenta: Formada pela decídua basal (parte materna, corresponde ao endométrio ao redor do embrião) e vilosidades coriônicas (parte fetal, aumenta a superfície de trocas entre a mãe e o feto). Possui formato capsular discóide e realiza as funçõs de trocas (nutrientes, eletrólitos, anticorpos, produtos residuais, fármacos, agentes infecciosos), síntese de susbtâncias nutritivas ao feto (glicogênio, colesterol e ácidos graxos) e síntese de hormônios (como o hCG). -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- OBSERVAÇÃO: Reação Decidual Com a implantação do concepto, as células do tecido conjuntivo do endométrio sofrem uma transformação conhecida como reação decidual. Depois de ficarem intumescidas pelo acúmulo de glicogênio e lipídeo no citoplasma, elas passam a ser chamadas de células da decídua. A função primária da reação decidual é criar para o concepto um local imunologicamente privilegiado. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- 7.2.2) Cordão Umbilical: Aderido, geralmente, ao centro da placenta,, é constituído por geléia de Wharton (tecido conjuntivo), duas artérias e uma veia (que, por serem maior que o cordão em si, sofrem torções e felxões naturais que, por vezes, podem resultar em nós que matam o feto por anoxia, diminuindo sua oxigenação, ou se enrolarem ao redor do feto). Geralmente, é chamado de curto se for menor do que 30 cm e longo se for maior do que um metro. 8) Licensa Maternidade: No Brasil, a licensa maternidade é direito de toda mulher que trabalhe e contribua para a previdência social (INSS), seja na forma de emprego com carteira assinada, trabalho tmeporário, trabalho terceirizado, trabalho autônomo ou trabalho doméstico. Afastamento corresponde a um período de 4 meses (120 dias) ou, para funcionárias públicas federais, de 6 meses (180 dias); empresas que dão prazo de 180 a dias às suas funcionárias tem redução no valor do imposto de rende (“Empresa Cidadã”). Período de afastamento pode começar até 28 dias antes do parto. Mães adotivas e mulheres que sofreram abortos não-criminais também têm direito à licensa maternidade. Já para os pais, a licensa paternidade correSponde a, apenas, um período de cinco dias após o nascimento da criança. PEDIATRIA – PRIMEIROS ANOS 1) Fases da Vida: O período conhecido como “bebê”é subdividido em quatro fases: o recém-nascido/neonato (do nascimento até o final do primeiro mês de vida), o lactente (do final do primeiro mês de vida até o primeiro ano), o toddler (do primeiro ao segundo ano de vida, correspondendo à fase na qual a criança está começando a andar) e o pré-escolar (do segundo até o terceiro ano de vida). Depois disso, tem-se as fases de criança (entre 3 e 12 anos de vida) e adolescente (entre 12 e 18 anos de vida). 2) Recém-Nascido 2.1) Teste Apgar: Este índice foi criado por uma anestesista inglesa, Dra. Virgínia Apgar, na década de 50. É o método mais comumente empregado para avaliar o ajuste imediato do recém-nascido à vida extra-uterina, avaliando suas condições de vitalidade. Consiste na avaliação de 5 itens do exame físico do recém-nascido, com 1, 5, 10, 15 e 20 minutos de vida. Os aspectos avaliados são: freqüência cardíaca, esforço respiratório, tônus muscular, irritabilidade reflexa e cor da pele. Para cada um dos 5 itens é atribuída uma nota de 0 a 2. Somam-se as notas de cada item e temos o total, que pode dar uma nota mínima de 0 e máxima de 10.Uma nota de 8 a 10, presente em cerca de 90% dos recém-nascidos significa que o bebê nasceu em ótimas condições. Uma nota 7 significa que o bebê teve uma dificuldade leve. De 4 a 6, traduz uma dificuldade de grau moderado, e de 0 a 3 uma dificuldade de ordem grave. Se estas dificuldades persistirem durante alguns minutos sem tratamento, pode levar a alterações metabólicas no organismo do bebê gerando uma situação potencialmente perigosa, a chamada anóxia (falta de oxigenação). 2.2) Sono: Recém-nascidos vão dormir, em média, 19 horas/dia (mais tempo em caso de prematuros) separadas por 1 ou 2 horas de vigília e distribuídas uniformemente ao longo do dia. O lactente acima de dois meses, por sua vez, irá dormir de 12 a 13 horas por dia (sendo 9 ou 10 horas no período da noite), havendo grande variabilidade individual. 3) Desenvolvimento da Psiconeuromotor da Criança 3.1) Mielinização: Desenvolvimento motor está relacionado com a mielinização dos neurônios que ocorre por meio dos oligendendrócitos (no sistema nervoso central) e pelas células de Schwann (no sistema nervoso periférico). Processo de mielinização ocorre, no cérebro, de forma antero-posterior e, no corpo, de forma céfalo-caudal (justificando o fato de os bebês conseguirem sustentar a cabeça antes de conseguirem se apoiar sobre seus braços, engatinhar ou andar). O processo de mielinização ocorre, no sistema nervoso central, quando há uma nutrição adequada (é, portanto, prejudicada caso haja desmame precoce; quantidade insuficiente de proteínas pode levar à problemas de difícil reversão na mielinização) e, no sistema nervoso periférico, ocorre devido a presença de vitaminas (déficit é reversível com suplementação vitamínica). 3.2) Desenvolvimento Neuromotor: Cada criança possui um ritmo próprio de desenvolvimento que depende da quantidade de estímulos que recebe e, inclusive, do passado do bebê (fatores como a gravidez ter sido planejada ou não e, no caso de não ter sido planejada, se foi aceita ou não interferem na forma de relacionamento dos pais com o bebê e em seu desenvolvimento), além da estatura dos pais. 3.2.1) Peso e Comprimento: Ao nascer, criança possui de 2,6 kg a 4,2 kg, em média, e entre 49 e 52 centímetros. Em média, criança deve ganhar 700g/mês no seu primeiro trimestre de vida e 600g/mês em seu segundo trimestre de vida, além de ganhar 500g/mês em seu segundo semestre de vida; assim, ao final do primeiro ano de vida, criança já pesa de 8 a 12 kg. Até o final do primeiro ano de vida, criança cresce, em média, 25 cm, chegando a medir por volta de 75 cm de comprimento. 3.2.2) Perimetro Cefálico e Fechamento das Fontanelas/”Moleiras”: As nascer, os ossos da cabeça ainda não estão completamente fechados, resultando em fendas chamadas fontanelas (“moleiras”). Isso ocorre para que a passagem do bebê pelo canal vaginal seja facilitada e para que, após nascer, o cérebro do bebê possa crescer e se acomodar. Assim, bebê nasce com perímetro cefálico próximo de 35 centímetrose, ao término do primeiro ano, possui perímetro cefálico próximo de 46 centímetros (valores muito distintos desses podem indicar má formação encefálica, em casos abaixo da medida média, ou hidrocefalia, em casos acima da medida média). As fontanelas se fecham ao longo do desenvolvimento do bebê (fontanela posterior se fecha até o segundo mês após nascimento e fontanela anterior se fecha entre o nono e o décimo quinto mês após o nascimento). 3.2.3) Etapas de Desenvolvimento IDADE EVENTO Recém-Nascido Reflexos subcorticais. 1 mês Fixa olhar e segue com os olhos. 2 meses Sorriso social. Reconhece os pais. 3 meses Sustenta a cabeça. Tenta alcançar objetos. 4 meses Segura objetos. 5 meses Gira sobre o abdome. 6 meses Senta com apoio. Lalação (“papá”, “mamá”). 7 meses Preensão palmar. 8 meses Pinça digital. 9 meses Senta sem apoio. 10 meses Engatinha. 11 meses Fica em pé. Anda com apoio. 12 a 14 meses Anda sem apoio. Entre o primeiro e o segundo ano de vida, criança aprende muitas palavras; do segundo ao terceiro ano de vida, aprende a fazer frases curtas e usar o plural; do terceiro ao quarto ano de vida, já consegue contar pequenas histórias; do quarto até o quinto ano de vida, aprende a falar sobre seus sentimentos. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- OBSERVAÇÃO: Calendário de Vacinação (2015) *BCG: Previne tuberculose. *Penta: Previne difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e meningite. *VIP & VOP: Previnem contra poliomelite. VIP/SALK é injetável com vírus inativado e VOP/Sabin é oral com vírus atenuado. *Pneumocócica 10V: Meningite, pneumonia, otite média aguda, sinusite e bacteremia (infecção sanguínea). *Rotavírus Humano: Previne vírus que causa diarréia grave. *Meningocócica C: Previne sepse e meningite. *Tríplice Viral: Previne sarampo, caxumba e rubéola. *Tetra Viral: Previne sarampo, caxumba, rubéola e catapora. *HPV: Previne infecção pelo papilomavírus humano. *Dupla Adulto: Previne difteria e tétano. *dTpa: Previne coqueluche, tétano e difteria. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- 4) Alimentação 4.1) Amamentação 4.1.1) Composição do Leite Materno: Leite é composto por água, gorduras, colesterol (concentração maior que a do leite de vaca, estimulando a metabolização e diminuindo o risco de problemas cardiovasculares), proteínas (no leite de vaca, 25% das proteínas são potencialmente alergênicas; entre as proteínas do leite de vaca, tem-se uma maior concentração de caseína do que no leite materno, que é uma proteína de difícil digestão e absorção), carboidratos (como a lactose e a fucose, que não existem no leite de vaca e iniciam a colonização bacteriana do intestino; por serem açúcares, serão fermentados e isso pode causar cólicas nos bebês), minerais (no leite de vaca, sais são desequilibrados em relação às necessidades do bebê, podendo prejudicar os rins), vitaminas (vitamina K ativa fatores de coagulação; baixa concentração de vitamina D faz com que bebê precise tomar banhos de sol para sintetizá-la), imunoglobulinas (IgA, não é absorvido, mas reveste a mucosa gástrica) e células (linfócitos e macrófagos); entre as proteínas do leite, encontram-se, por exemplo, a lactoalbumina (atua na síntese de lactose), lactoferrina (participa da absorção do ferro e tem potenciais anti-inflamatório e anti-microbiano, inibindo o crescimento da Escherichia coli ). Além disso, leite materno possui lactobacilos (fator bífido), que acidificam as fezes, impedindo a disseminação de bactérias causadoras de diarréias e, consequentemente, desidratação. Nos primeiros dias pós-parto, leite materno possui mais proteínas, menos gorduras e mais imunoglobulinas (diferença de concentração de IgA é compensada mais tarde pelo volume de leite ingerido), sendo chamado de colostro. Ao contrário do que se propaga popularmente, não existe leite fraco, uma vez que o leite produzido por todas as mulheres é sempre muito semelhante quanto à sua constituição. 4.1.2) Fsiologia da Lactação: Durante a gravidez, estrogênios e progesterona alteram as mamas (que incham), preparando-as paraa amamentação, mas inibem o efeito da prolactina (sintetiza e secreta leite), embora sua concentração aumente durante a gravidez (secretada pela adeno-hipófise); após parto, níveis de estrogênios e progesterona caem e inibição é interrompida e sucção do bebê estimula ainda mais a liberação de prolactina. Leite produzido é armazenado nas células das glândulas mamárias; assim que bebê começa a sucção, receptoras de tato nas papilas mamárias emitem impulsos nervosos que estimulam hipotálamo a liberar ocitocina a partir da neuro-hipófise; nas glândulas mamárias, ocitocina estimula a contração das células mioepiteliais que envolvem células e ductos glandulares, movendo leite dos alvéolos para os ductos mamários (ejeção/descida do leite). 4.1.3) Técnicas 4.1.3.1) Pega: Para mamar, cabeça e corpo do bebê devem estar alinhados. 4.1.3.2) Momentos da Mamada: Uma mamada dura, em média, de 30 a 40 minutos e é dividida em dois momentos, uma vez que constituição do leite se altera ao longo da mamada. Em um primeiro momento, leite é composto por água, proteínas e carboidratos; em um segundo momento, nos dez minutos finais, leite possui alta concentração de gorduras, necessárias para o desenvolvimento do bebê. Por isso, mama deve ser completamente esvaziada. 4.1.3.3) Arroto: Após mamar, bebê deve arrotar pois isso é uma constatação de que há ar no trato antes do estômago, não havendo líquido que possa causar refluxo. 4.1.4) Importância: O benefício primário da amamentação com leite materno é a nutrição adequada para o seu desenvolvimento encefálico e para o seu crescimento. Além disso, leite materno transfere ao bebê células benéficas (neutrófilos, macrófagos e linfócitos) e moléculas benéficas (como as IgA), diminui a incidência de doenças no decorrer da vida e ajuda na construção do vínculo mãe-filho (bebê enxerga a uma distância de 20 a 35 centímetros, que é a distância do bico do seio até os olhos da mãe, além de o beber aprender a reconhecer a mãe pelo cheiro e também pelo som da voz da mãe, que ele ouviu durante toda a gravidez). -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- OBSERVAÇÃO: Sucção forte e frequente nos mamilos altera a liberação de GnRH, interferindo na liberação de LH e FSH. Assim, diminuição desses hormônios interfere no desenvolvimento de novos folículos; por isso, pode-se dizer que a amamentação age como método contraceptivo (infertilidade natural). Isso é conhecido como Método da Amenorréia da Lactação (LAM). -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- 4.2) Alimentação Complementar: Segundo a Organização Mundial da Saúde, amamentação exclusiva deve ocorrer até os seis meses de idade(segundo Ministério da Saúde, no Brasil, alimentação complementar pode ser introduzida já a partir do quarto mês), a necessidade de se introduzir a alimentação complementar ocorre porque, a partir dos seis meses de idade, o leite materno não consegue mais suprir as necessidades nutricionais do bebê em crescimento, embora ainda seja importante e deva ser mantida até os dois anos de idade (idade em que, geralmente, inicia-se o desmame). Na alimentação complementar, deve ser introduzido um ingrediente de cada vez para que os pais possam saber de quais frutas a criança gosta (como paladar começa a se formar aos seis meses, criança precisa receber vários estímulos independentes); caso criança rejeite o mesmo alimento por dez vezes, assume-se que ela, de fato, não gostou. Aos seis meses, devem ser oferecidas papas feitas de frutas e legumes amassados para desenvolver a musculatura do bebê (por isso, papas não podem ser de frutas peneiradas ou batidas); aos oito meses de idade, podem ser oferecidas papas com carne (é importante que criança beba suco de laranja após comer, pois a vitamina C auxilia na absorção de ferro). Não devem ser oferecidos à criança mel (risco de contaminação), ovo (clara possui fatores alergênicos), açúcar (só a partir dos dois anos de idade) e chás (diminuem a absorção de nutrientes do leite materno, como o ferro). 5) Importância dos Pais 5.1) Importância da Mãe: Ao nascer, bebê não consegue distinguir “eu” do “não-eu” e, por isso, torna-se altamente dependente da mãe para satisfazer suas necessidades alimentares (fase oral). Além disso, amamentação cria vínculo afetivo entre a mãe e a criança (crianças que perderam as mães na Segunda Guerra Mundial e foram levadas para hospitais acabaram se apegando às enfermeiras ou médicas que lhes davam de mamar, sofrendo pelas ausência delas nas trocas de turno). Crianças separadas da mãe por curto período tornam-se apáticas e com sintomas de depressão, voltando ao normal com retorno da mãe; crianças separadas da mãe por longo período de tempo tendem a tornarem-se depressivas e a adiquirirem sintomas de psicose. 5.2) Importância do Pai: Além de ser um mecanismo de a criança perceber que não é o centro de todas atenções da mãe, pesquisas mostram que a presença paterna carinhosa no desenvolvimento do bebê resulta em crianças mais criativas, com maior estímulo para contato social, menos agressivas e com melhores auto-conhecimento e competência socioemocional. Ausência do pai resulta em problemas escolares (mais chance de criança repetir de ano na escola) e depressão. PEDIATRIA – ADOLESCÊNCIA -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- OBSERVAÇÃO: Escala de Desenvolvimento Sexual de Tanner Mensuração da evolução dos caracteres sexuais secundários no desenvolvimento do adolescente. Deve-se, contudo, considerar variações individuais. ESTÁGIO MENINAS MENINOS PELO PUBIANO MAMA PELO PUBIANO PÊNIS ESCROTO I Ausente. Sem tecido glandular. Areóla infantil. Ausente. Pequeno, com até 3 centímetros. Pouco volume (1,5 ml). II Pequena quantidade e com pouca pigmentação. Pequena área de tecido glandular. Aréola aparece. Pequena quantidade e com pouca pigmentação. Alongamento. Rosado. Volume de 1,6 a 6 ml. III Mais escuro e encaracolado. Seios mais elevados se extendem para além da borda das aréolas. Mais escuro e encaracolado. Pênis com até 6 centímetros. Maiores, com até 12 ml de volume. IV Áspero como o do adulto. Crescimento. Aréola e mamilo formam monte secundário. Áspero como o do adulto. Com até 10 centímetros, cresce em diâmetro. Maiores, com até 20 ml de volume. V Maior quantidade e extende-se para face medial das coxas. Seios atingem tamanho adulto. Mamilo no centro da aréola. Maior quantidade e extende-se para face medial das coxas. Com até 14 centímetros (tamanho adulto). Maiores, com mais de 20 ml de volume (tamanho adulto). -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- 1) Definição: Processo de desenvolvimento pelo qual uma criança se torna adulta. 2) Início da Adolescência (“Pré-Adolescência) 2.1) Desenvolvimento Biológico: Ocorre crescimento e o surgimento dos caracteres sexuais secundários. Durante a infância, níveis de LH e FSH aumentam sem efeitos drásticos; mudanças puberais começam com o aumento da sensibilidade da pituitária ao GnRH com consequente aumento da liberação de FSH e LH durante o sono (caráter pulsátil), de androgênios e de estrogênios. Nas meninas, marco inicial da puberdade é o surgimento das areólas dos seios entre os 8 e 12 anos (menarca ocorre, em média, 2 anos depois), sendo seguido de um aumento dos ovários, do útero, dos lábios vaginais e do clitóris e do espessamento do endométrio e da mucosa vaginal; nos meninos, marco inicial da puberdade é o aumento tetsicular a partir dos 9 anos e consequente aumento dos túbulos seminíferos, epidídimo, vesículas seminais e próstata devido ao LH e à testosterona. Crescimento corporal começa distalmente nos membros (mãos e pés), sendo seguido pelo crescimento do tronco e do peito, dando ao adolescente um aspecto desajeitado. 2.2) Desenvolvimento Cognitivo e Moral: Criança entende os adultos através de relações de poder e controla suas atitudes com base no medo de ser punida; no início da adolescência, o desenvolvimento do córtex pré-frontal faz com que indivíduo controle suas atitudes por conseguir distinguir com mais clareza o certo do errado. 2.3) Autoconceito: Focado nas mudanças físicas externas, é muito influenciado pela mídia. 2.4) Relacionamentos: Centrado no grupo de amigos. “Separação” da família faz adolescente escolher novos modelos/referênciais adultos a seguir (como alguns professores). 2.5) Sexualidade:Interesse pelo sexo e pela anatomia sexual. Início da masturbação. 3) Adolescência Média/Estereotípica (“Aborrecente”) 3.1) Desenvolvimento Biológico: Crescimento médio de 6 a 7 centímetros ao ano (alguns meninos e algumas meninas chegam a, respectivamente 9,5 cm/ano e 8,3 cm/ano). Aumento dos órgãos genitais, dos pelos pubianos, do coração e do pulmão. Estimulação andrógena das glândulas sebáceas leva à acne e ao odor corporal. Menarca ocorre até Tanner-III em 30% das meninas e até Tanner-IV em 90% das meninas (95% das meninas tem menarca entre 10,5 e 14,5 anos de idade). 3.2) Desenvolvimento Cognitivo e Moral: Início de questionamentos e análises extensivas (raciocínio formal lógico) leva jovem a ter a capacidade de entender a complexidade do mundo em que vive. Busca por independência. 3.3) Autoconceito: Adolescente aceitas as mudanças corporais pelas quais passa e filiam-se a grupos cujos membros pensem de forma semelhante a ele para firmar sua identidade social e construir sua auto-imagem (é nessa fase que filiam-se às chamadas tribos urbanas). Ocorrem primeiros questionamentosprofundos sobre o sentido da vida. 3.4) Relacionamentos: Relacionamento com os pais fica mais tenso e energia é redirecionada para relações com amigos, colegas e namoros (apenas 20% a 30% dos adolescentes passam por dificuldades extremas de relacionamento a ponto de não desenvolverem as habilidades sociais adequadas). 3.5) Sexualidade: Geralmente, é nessa fase que ocorrem os primeiros namoros. Início da atividade sexual depende da idade e da cultura local. Esse é o principal período no qual alguns jovens admitem suas homossexualidade. 4) Adolescência Tardia 4.1) Desenvolvimento Biológico: Estágios finais do desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários ocorre entre os 17 e 18 anos. Mudanças são menos intensa nessa fase. Começam as surgir pêlos na face e no tórax e manifesta-se o início de calvice em alguns adolescentes. 4.2) Desenvolvimento Psicossexual: Mudanças físicas mais lentas levam a uma imagem corporal mais estável. Pensamento absolutista (intolerância às opiniões contrárias) e atração por grupos que ofereçam respostas a questões complexas (como grupos religiosos e políticos). Desenvolvimento do autoconceito a partir do início da escolha profissional. EMBRIOLOGIA – DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA NERVOSO 1) Introdução: Desenvolvimento começa no início da terceira semana com o surgimento da placa neural na região dorsal média do ectoderma, cujas bordas logo se elevam, formando as pregas neurais (durante esse processo, surge a crista neural, um grupo de células ao longo de cada borda das pregas neurais). As pregas continuam a se elevar até se fundirem na linha média, formando o tubo neural, que possuirá duas extremidades abertas, os neuroporos cefálico/cranial e caudal, que se fecham, respectivamente, no 25 o e 27 o dia após a fecundação (inicialmente, fecha-se a parte central e, depois, os neuroporos). Resumidamente, tubo neural dará origem ao Sistema Nervoso Central e células da crista neural darão origem aos nervos e gânglios do Sistema Nervoso Periférico. 2) Formação 2.1) Medula Espinal: Camada interna do tubo neural recém-fechado é constituído por células neuroepiteliais que, em seu conjunto, formam a camada neuroepitelial (ou neuroepitélio). Essas células dão origem aos neuroblastos (células nervosas primitivas), formando a camada do manto (ou zona intermediária) ao redor da camada neuroepitelial, dando origem à substância cinzenta da medula espinhal. Camada marginal/externa da medula contém fibras nervosas que emergem dos neuroblastos da camada do manto; essas fibras, ao serem mielinizadas, darão origem à substância branca da medula espinal. Após a formação dos neuroblastos ter cessado, células neuroepiteliais dão origem à oligodendrócitos (responsáveis pela mielinização dos axônios dos neurônios) e astrócitos fibrosos e protoplasmáticos (encontrados, principal e respectivamente, nas substâncias branca e cinzenta da medula, atuam dando suporte aos neurônios, criando barreira hematoencefálica para protegê-los de substâncias potencialmente prejudiciais existentes no sangue, influenciam a formação de sinapses neurais ligadas ao aprendizado e à memória e regulam concentração de íons no ambiente externo ao neurônio para possibilitar a propagação do impulso nervoso); essas células, juntamente com as da micróglia (originadas de células mesenquimais da medula óssea, atuam como fagócitos), formam o conjunto de células da neuróglia. 2.2) Gânglios Espinais e Nervos: Células da crista neural (camada de células acima do tubo neural) migram para a periferia da medula e formam as células ganglionares espinais; processo periférico dessas células passa nos nervos espinais em direção às terminações sensoriais nas estruturas somáticas e vicerais e processo central entra na medula, caracterizando a raiz do nervo espinal. Corpos celulares formam gânglios espinais. 2.3) Meninges: Formação ocorre entre o 20 o e o 35 o dia após a fecundação com a migração de células da crista neural para envolver o tubo neural. Camada mais externa é a dura-máter e a mais interna é a pia-aracnóide (formada pelas leptomeninges pia-máter e aracnóide-máter). Espaços preenchidos por líquidos aparecem nas leptomeninges, formando o espaço subaracnóide. Líquido céfalorraquidiano (LCR) começa a se formar na quinta semana. 2.4) Encéfalo: Desenvolve-se, na quarta semana, a partir de três dilatações (ou vesículas embrionárias primárias/primitivas) da extremidade cefálica do tubo neural fechado, o prosencéfalo (encéfalo anterior), mesencéfalo (encéfalo médio) e rombencéfalo (encéfalo posterior). Na quinta semana, prosencéfalo se dividide em telencéfalo (subdividido em parte média e em duas evaginações laterais que dão origem aos hemisférios do cérebro, cercado pelas duas vesículas ótica bastante pronunciadas) e diencéfalo (origina vesículas e pedículos ópticos, neuro-hipófise, tálamo e hipotálamo; das vesículas ópticas se desenvolveram o cálice óptico e a lente que dará origem ao cristalino); mesencéfalo origina mesencéfalo adulto; rombencéfalo se divide em metencéfalo (dá origem à ponte e ao cerebelo) e mielencéfalo (onde se localizam as vesículas óticas/auditivas, que dão origem ao ouvido). -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- OBSERVAÇÕES *Uma vez que encéfalo e medula espinal se originam do tubo neural, pode-se dizer que sistema nervoso central tem origem no tubo neural enquanto sistema nervoso periférico tem origem na crista neural. *Vesículas Embrionárias Primárias e Secundárias e seus correspondentes no adulto (vesículas secundárias crescem e se flexionam para formar os derivados adultos, não mais se subdividindo). VESÍCULA EMBRIONÁRIA PRIMÁRIA VESÍCULA EMBRIONÁRIA SECUNDÁRIA DEIVADOS ADULTOS PAREDES CAVIDADES Prosencéfalo Telecénfalo Hemisférios cerebrais. Ventrículos laterais. Diencéfalo Tálamo, hipotálamo, hipófise e glândula pineal. Terceiro ventrículo. Mesencéfalo Mesencéfalo Encéfalo médio. Aqueduto cerebral. Rombencéfalo Metencéfalo Cerebelo e ponte. Parte superior do quarto ventrículo. Mielencéfalo Bulbo. Parte inferior do quinto ventrículo. *Flexuras: Modelam tubo na região do encéfalo (aumentam área de superfície sem ocuparem espaço na caixa craniana). São elas as flexuras céfalica/mesencefálica, cervical e pontina. Flexuras mesencefálica e cervical são flexuras precoces (ocorrem quando ainda existem as vesículas primárias), resultando em curvaturas externas, e flexuras pontina é flexura tardia (ocorre só quando já existem as vesículas secundárias), resultando em curvatura interna. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- 3) Defeitos Congênitos: A grande maioria dos defeitos na formação do sistema nervoso ocorre devido ao não fechamento dos neuroporos do tubo neural, o que pode ser prevenido pela suplementeção de ácido fólico na dieta da gestante. 3.1) Espinha Bífida: Causada pelo não fechamento do neuroporo caudal, que afeta tecidos adjacentes(como as meninges e arcos neurais). Com isso, tem-se a não-fusão dos arcos vertebrais para a formação das véstebras. Espinha bífida pode ser oculta (surgem pêlos na região), com meningocele (preenchida com dura-máter e líquido céfalorraquidiano), com meningomielocele (com dura-máter, líquido céfalorraquidiano e medula espinal deslocada) e com mielosquise/raquisquise (mais grave, na qual a medula afetada está aberta, sendo representada por massa plana de tecido nervoso). 3.2) Esencefalia: Não fechamento do neuroporo cranial do tubo neural, levando a acrania (não formação do crânio). Encéfalo exposto degenera, resultando em anencefalia/meroencefalia. 3.3) Encefalocele/Crânio Bífido: Herniação do conteúdo intracraniano, é mais comum na região occiptal. Pode ser com meningocele (com meninges), com meningomielocele (com meninges e parte do encéfalo) e com meningo-hidrocefalocele (com meninges, parte do encéfalo e e parte do sistema ventricular). 3.4) Microcefalia: Com possíveis causas genéticas, afetado tem abóboda cranial pequena, mas face de tamanho normal. 3.5) Craniorrauquisquise: Não ocorre fechamente de nenhum dos neuroporos. 3.6) Hidrocefalia: Desequilíbrio entre produção e absorção de líquido cefalorraquidiano leva-o a se acumular no encéfalo. HISTOLOGIA – TECIDO NERVOSO 1) Introdução: Junto com sistema endócrino, o sistema nervoso é um dos sistemas de integração que controlame coordenam as funções de diversos órgãos especializados do corpo. O tecido nervoso está distribuído pelo organismo de forma que se dividide sem sistema nervoso central (SNC; encéfalo e medula, protegidos por ossos) e sistema nervoso perifíerico (SNP; nervos e gânglios) e é composto por neurônios e células de glia (ou neróglia). 2) Células 2.1) Neurônios 2.1.1) Estrutura 2.1.1.1) Corpo Celular/Pericário: Centro trófico do neurônio, contém citoplasma e núcleo, além das organelas (retículos endoplasmáticos rugosos se organizam em cisterna chamadas corpúsculos de Nissl). É também um receptor de estímulos de outros neurônios. 2.1.1.2) Dendrito: Prolongamento citoplasmático receptor de estímulos que provenientes de outros neurônios. 2.1.1.3) Axônio: Prolongamento citoplasmático que origina-se em estrutura priamidal chamada cone de implantação, que é sucedido por segmento inicial desmielinizado antes dos trechos mielinizados. Pode dar origem à ramificações em ângulos retos chamadas colaterais (mais frequentes no sistema nervoso central). Sua porção final, muito ramificada, é chamada de telodendro, cujas extremidades dilatadas são chamadas de botões sinápticos (possuem neurotransmissores necessários para a propagação do impulso nervoso de um neurônio à outro). -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- OBSERVAÇÕES *Fluxo anterógrado refere-se às moléculas sintetizadas no pericário, como proteínas, que migram pelo axônio. Fluxo retrógrado refere-se às moléculas que migram do axônio ao pericário para serem reutilizadas. *Mielina: Substância lipídica que envolve axônio, contribuindo para o aumento da velocidade do impulso nervoso. Sua existência divide as massas celulares do sistema nervoso em substância branca (presença de axônios mielinizados, predominantemente) e subsância cinzenta (presença de corpos celulares e dendritos, predominantemente). -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- 2.1.2) Classificação 2.1.2.1) Quanto à Função: Neurônios podem ser sensoriais/aferentes (conduzem sinais sensoriais), motores/eferentes (conduzem sinais motores/efetores) e associativos/interneurônios (fazem a associação entre dois neurônios). 2.1.2.2) Quanto à Morfologia: Neurônios podem ser bipolares (possuem apenas dois pronlongamentos, um dendrito e um axônio; enconttram-se na retina, orelha interna e na área olfatória do encéfalo), multipolares (possuem vários prolongamentos, sendo um axônio e vários dendritos; encontrados no encéfalo e na medula espinhal) e pseudounipolares (possuem dendrito e axônio associam-se na forma de “T”, dando a falsa impressão de que há apenas um prolongamento; seus dendritos são receptores sensoriais de toque, pressão e estímulo térmico). 2.2) Células de Glia (Neuróglia) 2.2.1) Oligodendrócitos: Produzem bainha de mielina nas células do sistema nervoso central. 2.2.2) Células de Schwann: Produzem bainha d emielina nas células do sistema nervoso periférico. 2.2.3) Astrócito: Responsável pela sustentação do enurônio (liga-o aos capilares sanguíneos e à pia-máter) e pelo controle iônico extracelular; pode ser fibroso, nas substância branca, e protoplasmático, na substância cinza). 2.2.4) Micróglia: Responsável pela fagocitose de elementos estranhos próximos aos neurônios. 3) Meninges: Membranas de tecido conjuntivo que recobrem o sistema nerviso central. Mais externa é a dura-máter, que é separada da aracnóide pelo espaço subdural; aracnóide, por suas vez, é separada da pia-máter pelo espaço subaracnóide, cheio de líquido cefalorraquidiano. A foice do cérebro (separa os hemisférios cerebrais), a foice do cerebelo (separa hemisférios cerebelares) e o tentório do cerebelo (separa cérebro e cerebelo) são extensões da dura-máter. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- OBSERVAÇÃO: Líquido cefalorraquidiano é produzido, no adulto, no plexo coróide (dobras da pia-máter ricas em capilares dentro dos ventrículos). Ocupa cavidade central da medula espinhal, ventrículos encefálicos e espaço subaracnóide, sendo importante para o metabolismo do sistema nervoso central e protegendo-o contra traumatismos). -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- 4) Transmissão do Impulso Nervoso: Por meio de transporte ativo, existe uma diferença de concentração (mantida por transporte ativo) entre os ions sódio do lado externo do neurônio e potássio do lado interno do neurônio de forma que, para cada três íons sódios que são lançados para for do neurônio, dois íons potássio adentram-no pela membrana plasmática; assim, tem-se uma diferença de potencial conhecida como potencial de repouso (ddp = -90 mV; interior negativo e exterior positivo). Neurônio sai do estágio de repouso com um estímulo, obedecendo à Lei do Tudo ou Nada (estímulo deve ser igual ou superior ao limiar de excitabilidade, que é de -65 mV, para gerar impulso nervoso, que terá máxima intensidade). Dessa forma, começa o estágio de despolarização, no qual a membrana fica subita e temporariamente muito permeável ao sódio, que se difunde para o interior do neurônios e potássio se difunde para o exterior (interior fica positivo e exterior fica negativo), gerando novo potencial conhecimo como potencial de ação (ddp = +30 mV). Assim que impulso é transmitido pelo axônio (fluxos de sódio e potássio ocorrem ao longo de toda a membrana plasmática do corpo celular e do axônio de forma a “saltar”os espaços onde há mielina, motivo pelo qual a transmissão do impulso é dita saltatória), uma segunda onda começa o estágio de repolarização, retomando ao elétrico com a passagem de íons potássio para o exterior da célula, reestabelecendo a situação inicial interior negativo – exterior positivo; em seguida, bomba de sódio e potássio reestabelece o equilíbrio iônico, enviando potássio para o interior da célula e sódio para o exterior, ainda mantendo o equilíbrio interior negativo – exterior positivo. Impulso é transmitido de forma saltatória ao longo do axônio, uma vez que íons não atravessam a bainha de mielina; dessa forma, além de aumentar a velocidade de transmissão (despolarização “pula” longos trechos de axônio), tem-se a conservação da energia do axônio. ANATOMIA – SISTEMA NERVOSO CENTRAL 1) Anatomia Topográfica do Encéfalo e Funções Sistema Nervosos Central Encéfalo Cérebro Telencéfalo (Hemisférios Cerebrais) Diencéfalo Tálamo Hipotálamo Hipófise Glândula Pineal Tronco Encefálico Bulbo (Medula Oblonga) Ponte Quarto Ventrículo Mesencéfalo Cerebelo Medula 1.1) Telencéfalo: Constituído por córtex cerebral (substância cinzenta), região interna (substância branca) e núcleo (substância cinzenta). Como substância cinzenta do núcleo cresce mais rapidamente durante o desenvolvimento embrionário, córtex dobra-se e enrola-se sobre si mesmo para caber dentro da cavidade craniana, formando pregas/giros separados por sulcos (superficiais) ou fissuras (profundos). Hemisférios direito e esquerdo são separados pela fissura longitudinal. Telecéfalo ainda é dividido em lobos, sendo eles o frontal, os parietais, os temporais e o occipital (uma quinta parte, a ínsula, está localizada profundamente aos lobos, não sendo visível). -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- OBSERVAÇÃO: Sistema Límbico é um anel de estruturas que circunda a parte superior do tronco encefálico e do corpo caloso. Também chamada de “encéfalo emocional” porque exerce função primária em diversas emoções como dor, prazer, docilidade, afeto, medo e raiva. Uma de suas áreas localizadas no lobo temporal, o hipocampo, está associada à manutenção da memória recente. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- 1.2) Diencéfalo 1.2.1) Tálamo: Estação de distribuição de impulsos sensitivos que alcançam o córtex cerebral. Distribui impulsos nervosos para diferentes áreas do telencéfalo, além de atuar na manutenção da memória. 1.2.2) Hipotálamo: Controle do sistema nervoso autônomo e da hipófise, produção de hormônios, regulação dos padrões emocionais/camportamentais (junto com sistema límbico) e regulação entre ritmos circadianos e estado de consciência (estabelece padrões de vigília e sono). Contém centro de sede, fome e temperatura. 1.2.3) Hipófise: Produz e secreta hormônios. 1.2.4) Epitálamo: Glândula pineal produz o hormônio melatonina (hormônio ativado pelo cérebro ao anoitecer e inativado com a claridade, está relacionado ao sono) e núcleos habenulares estão relacionados às respostas emocionais a odores. 1.3) Cerebelo: Regula postura, equilíbrio e movimentos complexos. 1.4) Tronco Encefálico 1.4.1) Bulbo/Medula Oblonga: Controla ritmos cardíaco e respiratório, percepção das partes do corpo e reflexos da tosse, espirro e deglutição. 1.4.2) Ponte: Atua no controle da respiração e de movimentos involuntários. 1.4.3) Mesencéfalo: Associado à resposta aos estímulos visuais (“reflexo do susto”). Contém, também, a susbtância negra, com núcleos de pigmentação escura (seus neurônios liberam dopamina, que ajudam a controlar as atividades musculares inconscientes; sua degeneração está relacionada à doença de Parkinson). -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- OBSERVAÇÃO: Conhecendo a funcionalidade dos constituintes do encéfalo, pode-se dividí-los em três níveis de consciência. Quando apenas o primeiro, composto pelo tronco encefálico (que, por ser responsável pelos ritmos cardíaco e respiratório, exercem funções básicas para a manutenção da vida), funciona, tem-se o estado de coma. O segundo nível é composto pelo diencéfalo. O terceiro nível é composto pelo córtex pré-frontal dorso-lateral (área 9 do Mapa de Broadman), área que só o homem tem e que é responsável pelas idéias abstratas que permitem planejar o futuro. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- 2) Ventrículos Cerebrais: Cavidades encefálicas cheias de líquido cefalorraquidiano/cerobrospinal (líquido claro e incolor que protege encéfalo e medula espinal de lesões mecânicas e químicas, além de transportar glicose, oxigênio e outras substâncias necessárias à manutenção dos neurônios e das células de glia). Ventrículos laterais, separados entre si pelo septo pelúcido, estão conectados ao terceiro ventrículo pelo fôrame intraventricular e, esse, ao quarto ventrículo pelo aqueduto cerebral. 3) Córtex Cerebral: Segundo o Mapa de Broadmann, o córtex cerebral é dividido de forma que cada área é responsável por uma função no corpo. 3.1) Áreas Sensitivas: Localizadas na metade posterior dos dois hemisférios, são responsáveis pela percepção. 3.1.1) Área Somatossensorial (áreas 1, 2 e 3): Localizada posteriormente ao sulco central, no giro pós-central da cada lobo parietal. Recebe impulsos nervosos relacionados ao tato, pressão, vibração, prurido, cócegas, temperatura, dor e procicepção (posição das articulações e músculos). 3.1.2) Área Visual Primária (área 17): Localizada na extremidade posterior do lobo occipital, implica na percepção visual. 3.1.3) Áre Auditiva Primária (áreas 41 e 42): Localizada na parte superior do lobo temporal, implica na percepção auditiva. 3.1.4) Área Gustativa Primária (área 43): Localizada na base do giro pós-central no lobo parietal, recebe impulsos relativos ao paladar. 3.1.5) Área Olfatória Primária (área 28): Localizada na face medial do lobo temporal, receb impulsos relativos ao olfato. 3.2) Áreas Motoras: Relacionada a movimentos voluntários. 3.2.1) Área Motora Primária (área 4): Localizada no giro pré-central no lobo frontal, controla movimentos voluntários dos músculos (quanto mais preciso o movimento, mais área cortical é a ele dedicada). 3.2.2) Área da Fala de Broca (áreas 44 e 45): Localizada no lobo frontal próxima ao sulco lateral (e, na maioria das pessoas, no hemisfério esquerdo), coordena os músculos da fala (quem quem AVC nessa área consegue pensar e formular frases, mas não consegue verbalizá-las). 3.3) Áreas de Associação: Possuem funções integrativas complexas (memória, emoção, julgamento, raciocínio, personalidade e inteligência). 3.3.1) Área Somatossensorial (áreas 5 e 7): Localizada no lobo parietal, não só nos permite sentir a textura e formato de objetos como nos permite armazenar memórias paracomparações futuras. 3.3.2) Área Visual (área áreas 18 e 19): Localizada no lobo occipital, relaciona experiências visuais presente e passada, permitindo reconhecer e avaliar o que é visto. 3.3.3) Área de Reconhecimento Facial (áreas 20, 21 e 37): Localizada no lobo temporal (geralmente, no hemisfério esquerdo). 3.3.4) Área Auditiva (área 22): Localizada no lobo temporal, reconhece sons específicos (fala, música, ruído). 3.3.5) Área Orbitofrontal/Fronto-orbital (área 11): Reconhece odores. 3.3.6) Área de Wernicke (áreas 22, 39 e 40): Localizada nos lobos parietal e tempora esquerdo, interpreta significado da fala (quem tem AVC nessa região, não consegue organizar palavras, o que é chamado de afasia sensitiva). 3.3.7) Área de Intregação Comum (área 5, 7, 39 e 40): Integra interpretações sensitivas. 3.3.8) Área do Córtex Pré-Frontal (áreas 9, 10, 11 e 12): Faz conexões com córtex, tálamo, hipotálamo, sistema límbico e cerebelo. Relacionada ao intelecto, lembranças, aprendizado, julgamento, previsão, iniciativa, consciência, intuição, humor, planejamento futuro e idéias abstratas. 3.3.9) Área Pré-Motora (área 6): Relacionada ao aprendizado de atividades motoras complexas e sequenciais. 3.3.10) Área dos Campos Oculares Frontais (área 8): Controla movimentos voluntários de busca dos olhos. 4) Irrigação Sanguínea do Encéfalo: Artéria aorta se ramifica em astérias carótida comum esquerda, tronco braquiocefálico e subclávia esquerda. Da carótida comum esquerda, tem-se as carótidas interna e externa esquerdas; do tronco braquiocefálico, tem-se a carótida comum direita, que se ramifica em carótidas interna e externa direitas, e a artéria subclávia direita, que origina a artéria vertebral direita; da artéria subclávia esquerda, origina-se a artérias vertebral esquerda. As artérias vertebrais direita e esquerda contornam o bulbo e, na frente da ponte, juntam-se, formando a artéria basilar. Enquanto as artérias artérias carótidas externas irrigam o couro cabeludo, as artérias carótidas internas originam as artérias cerebrais média e as artérias cerebrais posteriores; da artéria basilar, nascem as artérias cerebrais posteriores. Artérias carótidas internas e cerebrais posteriores estão unidas pelas comunicantes posteriores e as duas cerebrais anteriores estão unidas pela comunicante anterior em anastomose (rede de artérias que se bifurcam e se combinam em vários pontos), formando o Polígono de Willis (dessa forma, uma interrupção da irrigação em encefálica na altura do polígono pode ser corrigida pelo fluxo sanguíneo da artéria do lado oposto, já que há comunicação entre elas; caso interrupção ocorra após o polígono, correção não é mais possível). Da artéria cerebral média saem ramificações chamadas artérias centrais antero-laterais, que irrigam a cápsula interna (região do encéfalo composta pelos axônios dos neurônios da coroa radiada, que saem de todas as partes da cabeça e se juntam para formar a medula; assim, se há AVC nessa área, corpo celular do neurônio até fornece impulso nervoso, mas não há transmissão desse impulso pelo axônio pois esse não mais é nutrido de oxigênio para manter a bomba de sódio e potássio necessária à transmissão do impulso nervoso). Por não ter depósitos de energia, cérebro precisa ser irrigado por fluxo sanguíneo cerebral (FSC) equivalente a 60 ml/100g de tecido por minuto. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- OBSERVAÇÕES *Primeiro neurônio motor sai do sistema nervoso central e vai até a medula. Segundo neurônio sai da medula e chega até o órgão efetor. *Núcleos da Base Conjunto de neurônios subcorticais e mesencefálicos compostos pelo estriado caudado (A) e estriado putâmen (B), globo pálido externo (C) e interno (D), núcleo subtalâmico (E) e substância negra mesencefálica. Atuam na modulação das atividades motoras e não-motoras (cognitivas e emocionais), tendo importante papel na formação da memória de procedimentos e interferindo no início e término de movimentos. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- 5) Vias/Tratos Motores Somáticos da Medula Espinal 5.1) Tratos Piramidais (Diretos) 5.1.1) Trato Corticospinal Lateral: Conduz impulsos nervosos do córtex motor para os músculos esqueléticos do lado oposto do corpo para movimentos voluntários precisos das partes distais dos membros. Axônios dos neurônios motores descem do giro pré-central para o bulbo, onde 90% deles sofrem decussação (cruzam-se para o lado oposto), entrando no lado contrlateral da medula espinhal. 5.1.2) Trato Corticospinal Anterior: Conduz impulsos nervoso para os músculos esqueléticos do lado oposto do corpo para movimentos dos troncos e das partes proximais dos membros. São formados pelos 10% restantes dos axônios dos neurônios motores (decussação não ocorre nas pirâmides bulbares, mas no nível da terminação). 5.1.3) Fibras Corticonucleares/Corticoreticulares: Conduzem impulsos nervosos para os músculos esqueléticos da cabeça e do pescoço para a coordenação de movimentos voluntários precisos (movimentos voluntários da olhos, língua e pescoço; mastigação; expressão facial; fala). Descem do córtex para o tronco, onde alguns sofrem decussação. Suas fibras são homolaterais (não se cruzam como no trato cortico-espinhal) em sua maioria, havendo representação bilateral em alguns músculos (músculos estão representados nos dois hemisférios cerebrais, como os da laringe, faringe, mandíbula e parte superior da face, por exemplo; por isso, esses músculos não sofrem paralisia quando trato é interrompido de apenas um lado, como nos casos de AVC; representação dos músculos da parte inferior da face são heterolaterais e há cruzamento de fibras, paralisando o lado oposto em caso de AVC). 5.2) Tratos Extrapiramidais (Indiretos) 5.2.1) Trato Rubrospinal: Conduz impulsos nervosos provenientes do núcleo rubro (que recebe influxos do cerebelo e córtex cerebral) para músculso esqueléticos contralaterais, controlando movimentos voluntários precisos das partes distais dos membros. 5.2.2) Trato Tetospinal: Conduz impulsos do colículo superior para os músculos esqueléticos contralaterais, que movimentam reflexivamente a cabeça, olhos e tronco em resposta a estímulos visuais. 5.2.3) Trato Vetsibulospinal: Conduz impulsos nervosos provenientes do núcleo vestibular (que receb influxos relacionados aos movimentos da cabeça, provenientes da orelha interna) para os músculos esqueléticos ipsilaterais do tronco e parte proximais dos membros para a manutenção do equilíbrio em resposta aos movimentos da cabeça. 5.2.4) Tratos Reticulospinal Anterior e Lateral: Conduzem impulsos nervosos provenientes da formação reticular para os músculos esqueléticos ipsilaterais do tronco e partes proximais dos membros para a manutenção da postura e regulação do tônus muscular em respostas aos movimentos corporais em andamento. --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBSERVAÇÕES *Reflexos tendinosos profundos, como o reflexo patelar e o peitoral, estão relacionados à integridade dos sistemas nervosos central e periférico. Hiporeflexia indica lesão na medula e hiperreflexia (maior intensidade ou em áreas indevidas) está associada à lesões no trato piramidal (impede ação ação inibitória do trato). *Reflexo/Sinal de Babinski: Percursão suave da margem lateral externa da planta do pé, é normal em crianças de até 18 meses de idade e é decorrente da mielinização incompleta do trato cortico-espinhal (após 18 meses, normalidade é Babinski negativo, a curvatura de todos os dedos do pé para baixo; Babinksi positivo acima de 18 meses é anormal e indica lesão na parte superior desse trato). ANATOMIA – SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO 1) Introdução: Funcionalmente, o sistema nervoso é dividido em somático e visceral. O sistema nervoso somático é composto por neurônios sensitivos e motores, enquanto os neurônios sensitivos conduzem influxos dos receptores para os sentidos somáticos (sensações dolorosas, térmicas e tátil) e para os sentidos especiais (visão, audição, paladar, olfato e equilíbrio), os neurônios motores inervam o músculo esquelético de produzem movimentos voluntários. Já o sistema nervoso visceral relaciona-se com a inervação das estruturas viscerais (sendo importante para a integração das atividades das vísceras na manutenção da homeostase), sendo subdividido em partes aferente (conduz impulsos originados nos receptores das vísceras, os visceroreceptores, à áreas específicas do sistema nervoso central) e eferente (traz impulsos dos centros nervosos até as vísceras).; para muitos autores, todo o sistema nervoso visceral recebe o nome de sistema nervoso autônomo (que seria formado por neurônios sensitivos autônomos e por neurônios motores autônomos) enquanto, para outros, apenas a sua parte eferente pode ser chamada assim. Parte motora é subdividida em simpática e parassimpática, sendo que ambas inervam a maioria dos órgãos (inervação dupla). 2) Anatomia 2.1) Neurônio Pré-Ganglionar: Seu corpo celular está no encéfalo ou na medula espinhak e seu axônio, mielinizado, deixa o sistema nervoso central como parte de um nervo espinal ou craniano. Na parte simpática, tem seus corpos celulares no corno lateral da susbtância cinzenta nos 12 segmentos da parte torácica e nos 2 primeiros segmentos da parte lombar (por isso, parte simpática também é chamada de toracolombar); na parte parassimpática, tem seus corpos celulares nos núcleos dos nervos cranianos II, VII, IX e X e nos cornos laterais das substâncias cinzentas do segundo ao quarto segmento da parte sacral da medula espinal (por isso, parte parassimpática também é chamada de craniossacral). 2.2) Gânglios Autônomos: São locais de sinapse entre neurônios pré e pós-ganglionares. Gânglios sompáticos fazem sinapse entre neurônios simpáticos e gânglios parassimpáticos fazem sinapse entre neurônios parassimpáticos. Os gânglios simpáticos se dividem em gânglios do tronco simpático (situados em fileiras verticais dos dois lados da coluna da base do crânio até o cóccix, seus axônios pós-ganglionares inervam órgãos acima do diafragma) e gânglios pré-vertebrais (situam-se anteriormente à colune e inervam órgãos abaixo do diafragma). Os gânglios parassimpáticos/terminais/intreneurais estão localizados, em sua maioria, próximo ou dentro da parede de um órgão visceral (axônios pré-ganglionares são maiores que os pó-sganglionares). 2.3) Neurônio Pós-Ganglionar: Inervam as vísceras e são amielinizados. Uma única fibra pré-ganglionar simpática pode fazer sinapse com mais de vinte fibras pós-ganglionares simpáticas, atingindo vários órgãos distintos a partir do mesmo estímulo, o que é chamado de resposta divergente. Ao mesmo tempo, uma fibra pré-ganglionar parassimpática faz sinpase com quatro ou cinco fibras pós-ganglionares parassimpáticas, inervando poucos órgãos, o que é chamado de resposta restrita. 2.4) Plexos Autônomos: No tórax, abdôme e pelve, axônios formam redes entrelaçadas chamadas de plexos autônomos, muitos dos quais se situam ao longo das artérias principais. 3) Neurotransmissores 3.1) Neurônios Colinérgicos: Todos os pré-ganglionares simpáticos e parassimpáticos, pós-ganglionares simpáticos que inervam maioria das glândulas sudoríparas e todos os pós-ganglionares simpáticos. Liberam o neurotransmissor acetilcolina (ACh), que se funde aos receptores colinérgicos, que podem ser o receptor nicotínico (suprarrenais e placa motora) ou o receptor muscaríneo (músculos efetores inervados por neurônios pós-ganglionar esquelético). 3.2) Neurônios Adrenérgicos: Maioria dos neurônios pós-ganglionraes parassimpáticos. Liberam adrenalina/epinefrina e noradrenalina/norepinefrina, que atuam nos receptores α e β (efeito em determinado órgão será correspondente ao tipo de receptor predominante, considerando que existem dois tipos de receptores α e três tipos de receptores β). Norepinefrina atua mais intensamente sobre receptores α, mas epinefrina atua de forma semelhante nos dois receptores. RECEPTOR α RECEPTOR β Vasoconstrição, dilatação da íris, relaxamento instestinal e contração dos esfínceteres intestinais e da bexiga urinária. Vasodilatação (β2), aumento da frequência cardíaca (β1), aumento da força de contração do miocárdio (β1), relaxamento intestinal e uterino (β2), broncodilatação (β2), termogênese (β2), glicogenólise (β2) lipólise (β1) e relaxamento da parede da bexiga (β2). 4) Fisiologia 4.1) Resposta Simpática: Favorecem funções corporais que suportam intensa atividade física, não armazenando energia. É estimulada por esforço físico e emoções como medo, constrangimento e raiva. Possui atividade predominante de neurônios adrenérgicos e efeitos mais duradouros (pelo fato de haver resposta divergente, acetilcolina ser degradada pela acetilcolinosterase, norepinefrina permanecer mais tempo na fenda sináptica e ter seu efeito potencializado pela epinefrina hormonal liberada no sangue). Entre suas manifestações, tem-se a dilatação das pupilas e das vias respiratórias, aumento da frequência cardíaca e da pressão atmosférica, vasoconstrição renal e gastrointestinal (diminui atividade digestiva e produção de urina), glicogênese (nos hepatócitos, glicogênio é convertido em glicose), lipólise (no tecido adiposo, triglicerídeos são convertidos em ácido graxo e glicerol), liberação de glicose pelo fígado, vasodilatação muscular, hepática e do tecido adiposo. 4.2) Resposta Parassimpática: Intensifica atividades de repouso e digestão, conservando/restaurando energia. Entre suas manifestações, tem-se salivação, lacrimação, urinação, digestão, defecação diminuição da frequência respiratória e cosntrição dos brônquios e das pupilas. HISTOLOGIA – TECIDO MUSCULAR ESTRIADO ESQUELÉTICO 1) Fibra Muscular: Nome dado à célula do tecido muscular estriado esquelético. São células alongadas (com até 10 centímetros de comprimento) que surgem, no desenvolvimento embrionário, de células mesodermais chamadasmieloblastos; devido à fusão dos mieloblastos, fibras muscularessão polinucleares (e, portanto, não são capazes de se dividir); após nascimento, crescimento muscular ocorre por hipertrofia (aumento das fibras causada pelo hormônio somatotrófico e potencializado pela testosterona), não por hiperplasia (aumento do número de fibras). Um conjunto de fibras determina um fascículo; cada fibra é formada por organelas longas e contráteis denominadas miofibrilas, que são compostas pela unidade funcional do músculo, o sarcômero. 1.1) Sarcolema: É a membrana plasmática da fibra muscular. Possui uma série de invaginações (os túbulos T) que, preenchidos por líquido intersticial, permitem uma rápida propagação do potencial de ação durante a contração. 1.2) Sarcoplama: Corresponde ao citoplasma da fibra muscular e é preenchido pela proteína mioglobina (avermelhada, facilita propagação das moléculas de oxigênio ao ligar-se a elas, liberando-as de acordo com a necessidade das mitocôndrias para a produção de ATP) e glicogênio (molécula formada pelo acúmulo de moléculas de glicose, fornece energia). 1.3) Retículo Sarcoplasmático: Retículo endoplasmático da fibra muscular esquelética, forma um conjunto de sacos membranosos que envolve a fibra, armazenando íons cálcio. 1.4) Sarcômero: Unidade funcional do músculo esquelético, é composto por filamentos das proteínas actina e miosina, na proporção de 2:1, formando, respectivamente, filamentos finos e espessos. Esses filamentos se interdigitam parcialmente, de forma a constituírem faixas claras e escuras alternadas. 2) Junção Neuro-Muscular: Contrações são estimuladas por neurônios motores somáticos, sujas sinapses com fibras musculares são as junções neuro-motoras (de onde se originam os potenciais de ação); contato entre neurônio e fibra é feito na fenda sináptica por neurotransmissores liberados dos botões sinápticos (sarcolema oposto ao bptão sináptico é chamado de placa terminal motora, com receptores de acetilcolina; ligação com acetilcolina é temporária). 3) Contração Muscular (Teoria dos Filamentos Deslizantes): Um potencial de ação dirige-se ao longo de um nervo motor até suas terminações nas fibras musculares; em cada terminação, nervo secreta uma pequena quantidade de acetilcolina. Essa atua sobre área localizada do sarcolema para abrir múltiplos canais através das moléculas proteicas que flutuam na membrana; a abertura desses canais faz com que grande quantidade de íons sódio possa fluir para o interior do sarcolema, desencadeando potencial de ação na fibra (potencial de ação se propaga na fibra muscular da mesma maneira que impulso nervoso se propaga nos neurônios). Potencial de ação despolariza a membrana muscular e grande parte dele também se propaga no interior da fibra, induzindo retículo sarcoplasmático a liberar íons cálcio. Esses íons geram forças atrativas entre os filamentos de actina e miosina, fazendo com que cada um deles deslize ao longo dos demais (processo contrátil). Após uma fração de segundos, íons cálcio são bombeados de volta para o retículo sarcoplasmático por uma bomba de cálcio, cessando a contração. Na cabeça da miosina, existe uma ATPase, que cliva o ATP, fornecendo energia para a contração. Contrações musculares podem ser divididas em isométrica (tensão gerada não é suficiente para superar resistência dos objetos a serem movidos, não havendo alteração no comprimento muscular) ou isotônica (tensão no músculo permanece constante enquanto ocorre alteração de comprimento); contrações isotônicas são subdivididas em concêntrica (músculo se encurta ou traciona outra estrutura) e excêntrica (comprimento do músculo aumenta). 4) Tipos de Fibras: Determinadas por fatores genéticos. 4.1) Tipo I (Oxidativas Lentas): São fibras menores com menor inervação mas com maior vascularização (para suprir maior necessidade de oxigênio). Possuem elevado número de mitocôndrias (para dar suporte ao metabolismo oxidativo) e grande quantidade de mioglobina (“músculo vermelho”; armazena oxigênio até que ele seja necessário e fazendo com que o transporte desse gás seja acelerado). 4.2) Tipo II (Rápidas): Fibras grandes para grande força de contração; possuem extenso retículo sarcoplasmático, permitindo rápida liberação de cálcio no momento da contração. Menor suprimento sanguíneo devido ao fato de o metabolismo oxidativo ter importância secundária, o que também implica o número reduzido de mitocôndria e o consequente déficit de mioglobina (“músculo branco”). 4.2.1) Tipo IIA (Oxidativas-Glicolíticas): Geram ATP por respiração celular e, devido ao alto nível de glicogênio intracelular, por glicólise anaeróbia. Contribuem para atividades como caminhada ou corrida de velocidade. 4.2.2) Tipo IIB (Glicolíticas): Com maior diâmetro que a IIA, possuem menor nível de mioglobina e geram ATP por glicólise. Adaptadas para movimentos anaeróbicos intesos de curta duração, como levantamento de peso ou arremesso. 5) Tônus Muscular: Pequena quantidade de tensão armazenada no músculo em repouso devido a contrações involuntárias de suas unidades motoras. É estabelecido por neurônios da medula e encéfalo e excitam neurônios motores do encéfalo a liberarema cetilcolina (sistema nervoso autônomo), intervindo, por exemplo, no equilíbrio e na postura. Atividade física ajuda a manter o tônus por manter fluxo de impulsos nervosos; inatividade leva à hipotonia. 6) Envelhecimento: Naturalmente, ocorre o processo de sarcopenia no qual, devido ao stress oxidativo e à disfunção mitocondrial, tem-se uma perda de massa muscular (tecido muscular esquelético é substituído por tecido conjuntivo fibroso e por tecido adiposo). Assim, há uma consequente perda de reflexos e flexibilidade (não se sabe se isso é efeito do envelhecimento ou consequência da atividade física limitada em idosos). ANATOMIA – COLUNA VERTEBRAL 1) Introdução: Forma, aproximadamente, 2/5 da altura total do corpo (71 e 61 centímetros, respectivamente, em um homem e uma mulher adultos normais) e é composta por 23 ossos chamados vétebras, que são intercaladas pelos discos intervertebrais. Além de envolver e proteger a medula epsinal, suporta a cabeça, atua como ponto de fixação (para costelas e músculos dos membros superiores) e também atua como haste flexível e resistente, com elementos que se movem para frente, para trás, para os lados e em rotação. 2) Vértebras Em diferentes pontos da coluna, as vétebras variam de tamanho e forma, mas possuem estruturas gerais semelhantes entre si. São formada pelo corpo vertebral (parte anterior, espessa e discóide, é responsável pela sustentação do peso), arco vertebral (dois processos curtos e espessos, os pedículos, projetam-se posteriormente a partir do corpo vertebral, formando o arco vertebral; juntos, corpo e arco forma o forame vertebral que, coletivamente, forma o canal vertebral, por onde passa a medula epsinal) e processos (originam-se do arco, sendo os processos espinhos e transversos os mais facilmente identificáveis). 3) Discos Intervertebrais: Encontrados entre os corpos de vértebras adjacentes desde a segunda vértebra cervical até o sacro. Cadadisco é composto por um anel fibroso externo de fibrocartilagem e uma substância interna carnosa, mole e elástica chamada núcleo pulposo. Discos formam articulações fortes, absorvem impactos verticais e permitem movimentos da coluna vertebral. Durante o dia, discos se comprimem, de forma que, à noite, estamos um pouco menores; ao nos deitarmos, a compressão é menor a por isso, ficamos um pouco mais altas ao acordarmos de manhã. São avasculares e, portanto, depende dos vasos sanguíneos do corpo vertebral para obter nutrientes e oxigênio e remover resíduos. 4) Estrutura da Coluna: Ao nacermos, a coluna possui uma única curvatura côncava devido à posição que o feto se mantinha no útero materno mas, como o tempo, desenvolvem-se as curvaturas primárias (torácica e sacral) e as secundárias (cervical e lombar). Logo após o nascimento, começa a se desenvolver a curvatura torácica; a segunda curvatura, a cervical, se desenvolve quando criança começa a sustentar a própria cabeça; a terceira curvatural, a lombar, desenvolve-se quando criança consegue se manter em pé (existem polêmica em relação a uma quarta curvatura, a sacral, que se desenvolveria quando criança conseguisse sentar sem apoio). A partir disso, a coluna é dividida em regiões cervical (7 vértebras), torácica (12 vértebras), lombar (5 vértebras), sacro (5 vértebras fundidas) e cóccix (4 vértebras fundidas). ANATOMIA – MEMBROS SUPERIOR & INFERIOR 1) Membro Inferior 1.1) Estrutura Óssea *Ossos ílio, púbis e ísquio se fundem no indivíduo adulto. *Ílio e fêmur se uner pelos ligamentos iliofemoral e isquiofemoral. 1.2) Musculatura A quarta cabeça do grupo quadríceps-femoral é o Músculo Vasto Mediano, que se localiza internamente ao Músculo Reto Femoral. 1.3) Irrigação Sanguínea: Após passar pelo diafragma, aorta torna-se artéria abdominal e, em sua porção terminal, divide-se em duas artérias ilíacas comum (uma para cada lado do corpo). A artéria ilíaca comum divide-se em ilíaca interna (irriga vísceras pélvicas) e externa. Após cruzar o ligamento inguinal, ilíaca externa se divide em femoral e femoral profunda (irriga a coxa); artéria femoral origina a artéria poplítea (passa pela parte posterior da perna e se divide em tibiail anterior, tibial posterior e fibular; a artéria fibular é posterior). Dos pés, saem as veias safenas magnas e parvas; a veia safena parva desenboca na veia poplítea que conflui com a veia safena magna e forma a veia femoral. A veia femoral e a femoral profunda formam a veia ilíaca externa e essa conflui com a veia ilíaca interna, formando a veia ilíaca comum que, mais tarde, origina a veia cava inferior. 1.4) Inervação: Nervos que saem de cada lado das vértebras L4, L5, S1, S2, S3, S4 e S5 se ramificam intensamente, formando o plexo lombo-sacral, que resulta no nervo ciático/isquiático, o mais longo nervo do corpo humano; na altura da metade do comprimento da tíbia, o nervo ciático se ramifica em dois, o nervo tibial (acompanha a tíbia e inerva região posterior da perna e pé) e o nervo fibular comum (acompanha a fíbula e inerva a região anterior da perna e pé). Para o teste da integridade do plexo lombo-sacral, que desce pela parte anterosacral, utiliza-se a tabela abaixo. Da L2 também sai o nervo femoral, que desce pela parte anterior da coxa e, logo após passar pela cabeça do fêmur, divide-se em ramos; entre eles, tem-se o nervo safeno, que continua pela parte anterior da coxa até atingir o pé. VÉRTEBRA SENSIBILIDADE MOTRICIDADE L2 Face anterior e proximal da coxa. Músculo flexor do quadril (iliopsoas). L3 Face medial do joelho. Músculo extensor do joelho (quadríceps). L4 Maléolo medial. Músculo extensor dorsal do tornozelo (tibial anterior). L5 Dorso do pé. Músculo extensor do hálux. S1 Maléolo lateral. Músculo flexor plantar do tornozelo (gastrocnêmio). 2) Membro Superior 2.1) Musculatura 2.2) Ossos 2.3) Irrigação: A artéria braquial, uma das ramificações da artéria axilar, acompanha toda a extensão do braço e, na altura da fossa cubital, se ramifica em artérias ulnar (medial) e radial (lateral); essas duas artérias se comunicam, nas mãos, por vias de anastomose chamadas de arcos palmares superficial e profundo. O sangue não-oxigenado e recolhido dos tecidos e levado ao longo de toda a extensão do membro superior pelas veias cefálica (lateral) e basílica (medial) que, na região da fossa cubital, se comunicam por anastomose por meio da veia cubital intermédial (também chamada de veia intermédial do cotovelo). 2.4) Inervação: Do plexo braquial (surge das vértebras de C5 a T1) surgem três ramos, os nervos mediano, radial (lateral) e ulnar (medial). MARCHA & LESÕES MÚSCULO-TENDÍNEAS 1) Marcha Normal 1.1) Conceitos 1.1.1) Cadência: Número de passos dados em uma unidade de tempo. Em adultos saudáveis, equivale, aproximadamente, 113 passos por minuto. 1.1.2) Passo: Distância entre o contato inicial de um pé e o do pé contralateral no solo. Em adultos saudáveis, equivale a, aproximadamente 1,4 metro. 1.1.3) Passada: Distância ente o contatio incial do solo e o novo contato do mesmo pé. Em adultos saudáveis, equivale a, aproximadamente, 0,75 metro. 1.2) Ciclo da Marcha: Conjunto de fenômenos dentro de uma passada. Em adultos saudáveis, é simétrica e há balanço oposto do braço contralateral para garantir equilíbrio (enquanto o pé direito está na frente, o braço esquerdo está atrás e vice-versa). É dividido em fases de apoio (60% do tempo do ciclo) e de balanço (40% do tempo do ciclo); enquanto um pé está em fase de apoio, o outro está em fase de balanço. 1.2.1) Fase de Apoio 1.2.1.1) Contato Inicial: Posicionamento do calcanhar no solo fornece estabilidade. 1.2.1.2) Resposta de Carga: Pé pousa suavemente no solo e músculos extensores do quadril e dos joelhos impede que corpo colapse sobre o membro. 1.2.1.3) Médio Apoio Inicial: Avanço do corpo sobre pé apoiado. 1.2.1.4) Médio Apoio Final: Continuidade do avanço do corpo sobr eo pé e aumento da dorsiflexão do tornozelo. 1.2.1.5) Apoio Terminal: Queda anterior gera força propulsiva do tronco (pé posterior começa a se despreender do chão). 1.2.2) Fase de Balanço 1.2.2.1) Pré-Balanço: Joelho ganha grande flexão. 1.2.2.2) Balanço Inicial: Flexão máxima do joelho e corpo quase completamente alinhado. 1.2.2.3) Balanço Médio: Clarance ( passagem livre) de um membro pelo outro. 1.2.2.4) Balanço Final: Preparação para o início de uma nova fase de apoio (joelho com extensão completa). -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- OBSERVAÇÃO: Devido à maturidade neurológica, crianças tem marcha acelerada e “correm atrás de seu centro de gravidade”; padrão maduro de marcha surge a partir dos 3 anos de idade. Por outro lado, em idosos, tem-se uma diminuição do passo e aumento do tempo da fase de apoio como uma tentativa de manter marcha equilibrada e segura frente as degenerações óssea (osteopenia) e muscular (sarcopenia) naturais da idade. --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 2) Tipos de Lesões Músculo-Tendíneas: São lesões que resultam no mau funcionamento dos músculos, articulações e tendões adjacentes. 2.1) Lesões Traumáticas 2.1.1) Contusões: Lesão nos tecidos moles produzida por força não-penetrante (pancada ou chute, por exemplo), fazendo com que vasos de pequeno calibre se rompam e sangrem nos tecidos. Geralmente, os sintomas são dor, edema e hematôma. 2.1.2) Estiramento: Tração muscular ou tendínea, é uma lesão causada por excesso de uso (estresse), sendo diferenciadas em primeiro grau (leve, com edema de menor gravidade, hipersensibilidade e espasmos, sem a perda da função da estrutura), segundo grau (ruptura parcial do músculo ou tendão; tem-se a perda de força, dor, edema e espasmos) e terceiro grau (grave, com ruptura e laceração do tecido, é caracterizada por dor, espasmos e perda significativa da função). 2.1.3) Entorse: Lesão de ligamentos e tendões que envolvem uma articulação (ligamento estabiliza articulação e permite sua mobilidade). Ocorre por torção ou hiperflexão forçada. Edema ocorre por ruptura dos vasos sanguíneos. 2.1.4) Luxação: Desalinhamento da articulação. Entre os sintomas tem-se dor aguda, alteração do posicionamente da articulação, encurtamente e deformidade do membro. 2.2) Lesões Não-Traumáticas 2.2.1) Câimbra: Espamos/contrações involuntários e dolorosos do músculo. Causada pela desabilitação de fibras musculares (resultado do acúmulo de amônio que não é convertida em uréia pelo fígado quando indivíduo se encontra em atividade física intensa) ou pela degradação das proteínas musculares caso haja desequilíbrio iônico entre sais de cáclcio e magnésio. 2.2.2) Dor Muscular Tardia: Estímulos intensos e repetitivos contra a resistência natural do músculo causam microlesões musculares. Processo inflamatório e aumento temporário da resistência causam dor tardia caso estímulo seja repetido posteriormente. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- OBSERVAÇÕES *Lesões Esportivas: As mais comuns são contusões e estiramentos. Nesses casos, percebe-se uma alteração da marcha, que passa a ser antálgica (causa pela dor) e claudicante (tipo de marcha característica de lesões do aparelho locomotor, “mancar”); assim, fase de apoio do membro acometido e fase de balanço do memrbo não-acometido tornam-se mais curtas. *Anti-Inflamatórios Esteroidais (Corticosteróides Tópicos): Colesterol (produzido na glândula supra-renal) é percursor dos glicorticóides. Seus efeitos iniciam-se pela interação com receptores intracelulares, controlando a expressão gênica, ativando eventos transducionais no citosol ou modificando a transcrição gênica. No processo inflamatório, além de inibir a transcrição COX2 (resultando em menos produção de prostranóides, como os anti-inflamatórios não-esteroidais), inibe a produção de citocinas e interleucinas (provocando menor saíde de netrófilos dos vasos sanguíneos e menos ativação de neutrófilos, macrófagos e mastócito e deiminuindo a atividade de células T helper ; por esse motivo, são também usado após transplantes de órgãos para evitar rejeição). *Compressas: Compressa fria deve ser usada em até 48 horas após quedas e pancadas, pois seu efeito vasoconstritor diminui o fluxo sanguíneo para a região acometida, diminuindo a formação do edema e, consequentemente, o aparecimento da dor. Compressas quentes devem ser usadas para conter processos infecciosos formadores de pus ou após 48 horas desde a lesão, pois seu efeito vasodilatador aumenta fluxo sanguíneo na região afetada, “recolhendo” flúidos presentes no local (diminuindo o edema); além disso, por causar relaxamento muscular, compressa quente rambém pode ser usada em casos de torcicolosm dores de dente ou cólicas mentruais. *Método RICE: Método para tratamento de lesões musculares constituídos repouso (Rest), gelo (Ice), compressão (Compression) e elevação (Elevation; diminui pressão sanguínea na área). -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- 3) Avaliação Clínica da Motricidade e da Integridade dos Membros Inferiores 3.1) Manobra da Lasègue: Avalia dor lombar associada à ciatalgia (dor do nervo ciático) compressiva ou inflamatória. Paciente é colocado em decúbito dorsal, joelho é fletido em ângulo reto e é feita a elevação da perna. Quando o membro inferior encontra-se a 70 o em relação ao horizonte, nervo ciático/isquiático está totalmente estirado e somente a partir desse ponto o paciente saudável deve começar a sentir dor. Caso haja dor antes dos 70 o , teste é considerado positivo e sabe-se que há lesão no nervo ciático. 3.2) Teste de Mingazzine: Paciente, deitado em decúbito dorsal , deve manter joelho fletido a 90 o por dois minutos. Em caso de déficit esta posição não se mantém por muito tempo. 3.3) Teste de Barré: Paciente, deitado em decúbito ventral, deve manter o joelho fletido a 90 o por dois minutos. Em caso de déficit surgem oscilações ou queda imediata ou progressiva de uma ou de ambas as pernas. 3.4) Manobra do Pé: Pés do paciente, em decúbito dorsal, não deve tombar para o lado, indicando que há resistência contra a gravidade. 4) Fisioterapia 4.1) Processo de Cicatrização: Composto por três estágios que se sobrepõe, começa imediatamente após a lesão e consiste na digestão e remoção dos componentes celulares lesados e na proliferação de células satélites para a recuperação tecidual. Na Fase Inflamatória (que vai até 48 ou 72 horas após a lesão), as alterações vasculares decorrentes da lesão causam hemorragia, com consequente hematôma, e inflamação; em sgeuida, macrófagos eliminam tecido necrosado e ocorre intensa revascularização local e proliferação de fibroblastos. Na Fae Proliferativa (que vai do 4 o ao 21 o dia pós-lesão), a intensa atividade dos fibroblastos reconstituem a rede de fibras colágenas, cuja adequada deposição deve ser estimulada com a aplicação de cargas de tensão às linhas de ação das fibras lesadas. Na fase final, a Fase de Maturação/Remodelação (que vai do 14 o até, em média, o 21 o , mas pode se estender pelo resto da vida dependendo da gravidade da lesão), tem-se um espessamento das fribas colágenas que, à essa altura, estão mais orientadas sobre os músculos. 4.2) Alongamento e Fortalecimento Muscular: Tratamento fisioterápico varia de acordo com a etapa. Fibra só é considerada recuperada quando ela volta a ter mesmo comprimento e espessura de antes da lesão. Na fase inflamatória, tratamento baseia-se no uso de compressas e anti-inflamatórios. Nas fases proliferativa e de maturação, devido à inatividade muscular causada pelo repouso, devem ser feitos exercícios de alongamento para recuperar o comprimento da fibras (sempre dentro dos limites da dor para evitar nova lesão). Na fase de maturação, exercícios de fortalecimento para ampliar a movimentação total e devolver volume para as fibras. ANATOMIA & HISTOLGOIA – CORAÇÃO & VASOS SANGUÍNEOS 1) Coração: Localizadono mediastino (região anatômica que se estende do esterno até a coluna vertebral e da primeira costela até o diafragma, entre os pulmões), tem 2/3 de sua massa situada à esquerda da linha média do corpo. Possui, em média, 12 centímetros de comprimento e 9 centímetros de largura em um adulto saudável, pesando, aproximadamente, 250 gramas nas mulheres e 300 gramas nos homens. Externamente, é compsoto por uma base (região dos átrios) e ápice (região alongada do ventrículo esquerdo). 1.1) Tecido Muscular Estriado Cardíaco: Composto por células alongadas que se anastomosam irregularmente e tem estrias transversais e, no máximo, dois núcleos por céluka (núcleos centralmente localizados). Há a presença de discos intercalares (complexos juncionais encontrados na interface das células adjacentes). Numerosas mitocôndrias ocupam 40% do volume citoplasmático e refletem o intenso metabolismo aeróbio (ácidos graxos são principal fonte de energia, armazenados na forme de triglicerídeos). 1.2) Anatomia 1.2.1) Camadas 1.2.1.1) Pericárdio: Membrana que envolve e protege o coração, limitando sua posição ao mediastino ao mesmo tempo que lhe permite liberdade suficiente de movimentos para contração rápida e vigorosa. É subdividido em pericárdio fibroso e seroso; o pericárdio fibroso, mais supercial, é contituído de tecido conjuntivo denso não modelado e fixa-se ao diafragma, sobre o qual está exposto, ancorando o coração no mediastino ao mesmo tempo que o pericárdio seroso, mais externo, é subdividido em lâmina parietal (mais externa) e lâmina visceral (mais interna). As duas lâminas do pericárdio seroso são separadas pelo líquido pericárdico, secreção lubrificante que reduz o atrito entre o coração que se move e as membranas. 1.2.1.2) Epicárdio: Camada mais externa, é composta de medotélio e tecido conjuntivo, é a lâmina visceral do pericárdo seroso. 1.2.1.3) Miocárdio: Camada intermediária, corresponde a 95% do coração. É formada por músculo estriado cardíaco e é responsável pelo bombeamento do sangue. Fibras musculares cardíacas se enrrolam diagonalmente ao redor do coração. 1.2.1.4) Endocárdio: Camada mais interna, é formada por endotélio fino sobreposto a uma também fina camada de tecido conjuntivo. Proporciona revestimento liso para as câmaras do coração, minimizando o atrito. 1.2.2) Estruturas Externas: Externamente, é possível distinguir o sulco atrioventricular (separa átrios dos ventrículos), os sulcos interventriculares anterior e posterior (separa os dois ventrículos), os sulcos carotídeos (onde correm as carótidas, artérias que irrigam os tecidos cardíacos) e as aurículas (pequenas bolsas sobre cada átrio que aumentam sua capacidade, de forma a armazenar maior volume de sangue). 1.2.3) Câmaras 1.2.3.1) Átrio Direito (AD): Situado na margem direita do coração, recebe sangue das veias cavas superiores e inferiores e do seio coronário. Possui esperrura que varia de 2 a 3 mm. Sua parede posterior é lisa e sua parede anterior é enrrugada devido a presença de cristas musculares chamadas músculos pectíneos. Está separada do ventrículo direito pela valva tricúspide que, também chamada de valva atrioventricular direita, é composta de três vávulas/cúspides (compostas de tecido conjuntivo denso cobertas por endocárdio). Está separado do átrio esquerdo pelo septo interatrial, onde há uma depressão chamada fossa oval (resquício do forame oval, uma comunicação entre os átrios existentes no feto que se fecha logo após o nascimento). 1.2.3.2) Ventrículo Direito (VD): Com espessura de 4 a 5 mm, forma mais parte da face anterior do coração, seu interior é formado por feixes elevados de fibras musculares chamadas tabérculas cárneas. Vávulas da valva tricúspide estão conectadas aos músculos papilares por meio ds cordas tendíneas. Está separado do ventrículo esquerdo pelo septo interventricular. Ejeta sangue por uma artéria chamadas tronco pulmonar que possui valva do tronco pulmonar, constituídas pelas vávulas semilunares, e se divide em artérias pulmonares direita e esquerda. 1.2.3.3) Átrio Esquerdo (AE): Possui espessura semelhante à do átrio direito e forma maior parte da base do coração. Recebe sangue por quatro veias pulmonares. Seu interior possui paredes anterior e posterior lisas. É separa do centrículo esquerdo pela valva bicúspide que, também chamada de válva mitral ou atrioventricular esquerda, é composta de duas válvulas/cúspides. 1.2.3.4) Ventrículo Esquerdo (VE): Com espessura que varia de 10 a 15 mm, forma o ápice do coração. Suas paredes também possuem trabéculas cárneas e também faz ligação entre válvulas da valva bicúspide por meio de cordas tendíneas e musculos papilares. Valva da aorta também é constituída de vávulas semilunares e permitem passam para a artéria aorta, de onde sangue é distribuído para todo o corpo. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- OBSERVAÇÃO: Artéria aorta, tronco pulmonar, artérias pulmonares, veias pulmonares (superior direita, superior esquerda, inferior direita e inferior esquerda) e veias cavas (superiores e inferiores) são chamadas de grandes vasos. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- 2) Vasos Sanguíneos 2.1) Tecidos Constituintes 2.1.1) Endotélio: Tipo especial de epitélio simples contínuo ao endocárdio, reveste todo o sistema cardiovascular, permite troca de substâncias e possui função secretora. Monitora trocas bidirecionais de pequenas moléculas e restringe o transporte de macromoléculas. Converte bradicinina, serotonina, prostaglandinas e norepinefrina em substâncias biológicamente inativas. Realiza a lipólise de lipoproteínas, convertendo-os a triglicerídeos e ácidos graxos. Produz fatores vasoativos que influenciam no tônus vascular, como agentes vasoconstritores (endotelinas a angiotensina II) e vasodilatadores (óxido nítrico). Possui ação antitrombótica, uma vez que impede exposição do sangue ao tecido conjuntivo adjacente, evitando o início da cascata de coagulação. Em regiões de fluxo laminar não-turbilhonado, produz antioxidante superóxido dismutase (SOD), que impede a deposição de colesterol nos vasos e, consequentemente, impede a formação da placa de ateroma. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- OBSERVAÇÃO: Agentes Vasoativos do Endotélio Óxido nítrico é produzido no endotélio a partir da L-arginina, sobre os efeitos da enzima da família óxido nítrico sintase (NOS; no endotélio, tem-se a ação da eNOS/NOS-3 mas ainda existem a nNOS/NOS-1, produzida no tecido nervoso, e da iNOS/NOS-2, produzida nos leucócitos); óxido nítrico (NO) ativa enzima guanilato ciclase (GC), que converte GTP em GMPc, uma substância de caráter vasodilatador (a prática regular de exercícios físicos melhora a função endotelial, estimulando a liberação de óxido nítrico; por isso, é possível controlar a pressão