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DESCRIÇÃO A organização dos Poderes Legislativo e Executivo e sua importância na perpetuidade da democracia brasileira. PROPÓSITO O estudo da organização dos Poderes Legislativo e Executivo é um dos temas mais fascinantes da teoria constitucional, uma vez que mescla conceitos como a teoria tripartite de Montesquieu, mecanismos de freios e contrapesos, democracia e direitos fundamentais, os quais são pilares para a manutenção de um Estado democrático de direito. PREPARAÇÃO Antes de iniciar este conteúdo, tenha à mão a Constituição Federal para entender os termos específicos da área. OBJETIVOS MÓDULO 1 Listar as Teorias do Poder e a Divisão das Funções Estatais MÓDULO 2 Identificar as atribuições, a estrutura, o funcionamento do Poder Legislativo e seus mecanismos de controle MÓDULO 3 Reconhecer os sistemas de governo, os processos e as classificações conceituais em torno do Poder Executivo INTRODUÇÃO A palavra “poder” vem do latim potere, que se relaciona a termos que exprimem força, controle, autoridade, dispondo, ao longo de séculos, de várias interpretações, conforme o cenário histórico, político e social de cada época. Dentre os conceitos, destaca-se o de poder político, sendo uma preocupação permanente dos seres humanos o controle de seu exercício abusivo. A importância da limitação do poder político tem sido objeto de estudo durante a história por grandes sociólogos, filósofos e jurisconsultos, com destaque a Aristóteles, Locke, e Montesquieu, culminando no clássico modelo tripartite, bastante difundido nas democracias ocidentais, a partir das revoluções americana e francesa, e consagrado, na Constituição Federal de 1988, como princípio fundamental, considerado como cláusula pétrea. O modelo tripartite atual consiste em atribuir a três órgãos independentes e harmônicos entre si as funções Legislativa, Executiva e Judiciária, com função típica e atípica, materializando a fórmula dos "freios e contrapesos" (check and balances), como garantia da perpetuação do Estado democrático de direito. Nesse contexto, os Poderes Legislativo e Executivo exercem um importante papel na consolidação da jovem democracia brasileira. Assim, resta-se fundamental o estudo das atribuições, estrutura e funcionamento desses Poderes, bem como as prerrogativas dos seus titulares, que lhes asseguram liberdade para promoverem a satisfação do bem comum. MÓDULO 1 Listar as Teorias do Poder e a Divisão das Funções Estatais TEORIA DO PODER E DIVISÃO DAS FUNÇÕES ESTATAIS O QUE É PODER? O vocábulo poder (potere) relaciona-se à capacidade de fazer algo, à faculdade de exercer a autoridade, de impor a vontade. Etimologicamente, é um termo que sempre remete à: FORÇA PERSUASÃO CONTROLE REGULAÇÃO O Direito, a Sociologia e a Filosofia tem discutido, ao longo de séculos, modos e teorias sobre o poder, apresentando diferentes definições, conforme o cenário histórico, político e social de cada época. O poder constitui uma força que intervém nas relações sociais desde o início da sociedade humana. É algo tão natural e necessário que não se pode compreendê-la sem que essa esteja sustentada sobre as bases da obediência civil e do poder. MAX WEBER (2009, P.33) Foto: cdn.britannica.com / Wikimedia Commons / Domínio Público Sociólogo alemão, para ele, o poder consiste na imposição da vontade de uma pessoa ou instituição sobre os indivíduos. Essa imposição é direta e deliberada e pode ter aceitação como força de ordem ou não. Quando as pessoas que são sujeitas ao poder de alguém aceitam a ordem, existe uma transição de forças da esfera do poder para a esfera da dominação, isto é, a pessoa que aceita a imposição de ordem se subjuga à autoridade da outra. KARL MARX (2010, P.16) Foto: John Jabez Edwin Mayall / International Institute of Social History / Wikimedia Commons / Domínio Público Filósofo e economista, para ele o poder assenta naquele que tem os meios materiais de produção de capital, o que, em sua época, consistiam nas fábricas e nas terras. Através da posse dos meios de produção, o proprietário sujeita seus empregados ao seu poder. PIERRE BOURDIEU (2004, P.349) Foto: Bernard Lambert / Wikimedia Commons / CC BY-SA 4.0 Por sua vez, o sociólogo francês Pierre Bourdieu (2004, p.349) entende o poder dentro de uma esfera social e coletiva circundada pelo que chamou de habitus, o qual é um conjunto de valores, normas, regras, gostos e elementos culturais, como religião, arte etc., que influenciam a sociedade e possui a capacidade de unir e de separar indivíduos. NORBERTO BOBBIO (1999, P.11) Foto: dati.camera.it / Wikimedia Commons / CC BY 4.0 O jurista classificou o poder em três formas: a) Poder econômico: Desempenhado por quem tem posse dos bens materiais e da riqueza. b) Poder ideológico: Empreendido por aquele que possui a capacidade de criar ideias e ideologias e, assim, influenciar os outros. c) Poder político: Poder oficial que controla o Estado e ostenta o direito de uso da força física contra os membros de uma comunidade política. O poder político é legítimo, desde que procure atingir os fins de uma comunidade política. Sem dúvida, o campo em que o poder ganha seu papel mais crucial é o da política. É esse modelo que será estudado no próximo tópico, o qual compete coordenar e impor regras e limites em função dos fins pretendidos pelo Estado, fundamentando-se em sua soberania. Em outras palavras, o Estado é a institucionalização do poder político para satisfação do bem comum. ARISTÓTELES E LOCKE: BASES TEÓRICAS DA SEPARAÇÃO DOS PODERES O controle da potencial utilização abusiva e autoritária do poder político desempenhado pelo Estado tem sido uma preocupação permanente dos seres humanos. Desde a antiguidade, surgem inúmeras teorias com o propósito de limitar os poderes, como garantia de proteção de direitos e liberdades das pessoas contra o arbítrio estatal. A origem da teoria da separação dos Poderes encontra-se em Aristóteles (1991, p. 93). Na sua obra, A Política, o pensador compreendia que o poder soberano se manifestava através de três funções distintas: Função deliberativa: Editar normas gerais de observância para todos. Função executiva: Aplicar essas normas ao caso concreto. Função julgadora: Resolver os conflitos advindos da execução das aludidas normas. Imagem: Shutterstock.com Observa-se que tais funções, apesar de diferentes, ainda se concentravam, para o pensador, na figura de uma única pessoa, o soberano. Aristóteles já profetizava a necessidade de novas mudanças e aperfeiçoamentos na arte de se fazer política e governo. Contudo, ele não cuidou da funcionalidade dessa separação, isto é, não formulou a independência entre Poderes, o que só fora feito posteriormente por Montesquieu. L´ETAT C´EST MOI (O ESTADO SOU EU) Imagem: Hyacinthe Rigaud / wartburg.edu / Wikimedia Commons / Domínio Público A famosa frase de Luís XIV traduz claramente o poder ilimitado que se encontrava nas mãos dos monarcas à época. Locke (1994, p. 171), pensador inglês, influenciado pelos importantes eventos ocorridos nas revoluções do século XVII, também cuidou da evolução da teoria, através da obra Segundo Tratado do Governo Civil, publicada em 1690, delineando de forma mais precisa, a ideia em torno de uma demarcação sobre os Poderes do Estado. Imagem: Shutterstock.com Na sua ótica, não existia poder deliberativo, mas sim Poder Legislativo, o qual tinha a incumbência de editar leis, as quais não poderiam ser feitas em benefício próprio nem com intervenção da propriedade. Incluía também, dentro das funções do legislativo, a de resolver os conflitos, como julgador. Mencionava ainda a presença do Poder Executivo, o qual aplicava a força pública para fazer cumprir as normas, e o Poder Federativo, que mirava as relações com outros Estados, especialmente, por meio de alianças. Segundo esse teórico, esses últimos Poderes, embora distintos, não poderiam ser divididos, uma vez que umapossível separação constituiria uma perigosa fonte de conflitos, por ambos utilizarem a força armada. O pensador ainda reconhece o poder da prerrogativa como sendo uma das funções também do Poder Executivo, o qual o incumbiria de decidir como atuar nos casos de omissões legislativas ou em situações extraordinárias. Por fim, para Locke, o legislativo era o poder supremo, de forma que os demais Poderes dele derivam e a ele estão subordinados. Ao identificarem as três funções distintas desempenhadas pelo Estado, Aristóteles e Locke apresentaram um grande contributo para o pensamento político, construindo as bases teóricas da chamada separação de Poderes. MONTESQUIEU: A CONSOLIDAÇÃO DA TRIPARTIÇÃO DE PODERES É com Montesquieu, na consagrada obra, Espírito das Leis, no século XVIII, que efetivamente inaugura a doutrina da separação dos Poderes, marcada pela ideia de uma divisão funcional do Poder em prol da liberdade e segurança individuais, contrapondo-se ao absolutismo. Em sua teoria, identifica-se, não só a existência das três funções estatais, mas sua autonomia e independência entre si. Cada função corresponderia a um órgão, não mais se concentrando nas mãos únicas do soberano (MONTESQUIEU, 2000, p. 168). Imagem: Shutterstock.com Na estrutura de sua teoria da separação dos Poderes, haveria divisão em três esferas, quais sejam: Poder Legislativo Tem a função de fazer as leis. Poder Executivo Tem a prerrogativa de julgar as demandas e os conflitos entre particulares. Poder Judiciário Fica com a aplicação das leis e resoluções geradas pelo segundo. Para Montesquieu, todo aquele que se encontra nesses Poderes tende a deles abusar. O exercício dessas três funções precisa ser confiado a órgãos e pessoas diferentes, para que cada Poder freie o outro, impedindo, assim, a arbitrariedade. É a fórmula dos “freios e contrapesos” (check and balances), segundo a qual a cada poder, além de sua função típica, caberia uma função atípica de controle do outro. Nota-se ainda que Montesquieu insere, entre os Poderes, o de julgar, o que não fazia Locke. Mas o faz reconhecendo, neste poder, nulidade, uma vez que não se tem como atribuir permanentemente a função de julgar a qualquer pessoa. RESUMINDO Montesquieu idealizou a construção de modelo de separação de Poderes que garantisse a moderação no exercício do poder político, evitando sua utilização abusiva e, principalmente, assegurando a liberdade e os direitos dos indivíduos. Atualmente, há uma crítica nessa divisão tripartite de Poderes de Montesquieu, visto que o Poder é uno e indivisível, porém, quem o detém é o Estado, e não os Órgãos que executam as diferentes funções. Em última análise, seu titular é o povo que o delega por contrato a um governo em troca de segurança e de sobrevivência de sua espécie. Apesar disso, é inegável a importância da teoria de Montesquieu para o desenvolvimento de diversos movimentos, como as revoluções americana e francesa, constituindo ainda hoje a base da organização do governo nas democracias ocidentais, inclusive, a brasileira, tema do próximo tópico. SEPARAÇÃO DOS PODERES No vídeo, o professor aborda o que é a Teoria da Separação dos Poderes, suas bases e tratar de como é a incidência da divisão de funções e Poderes estatais no Brasil. DIVISÃO DAS FUNÇÕES ESTATAIS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 A Constituição Federal de 1988, objetivando, especialmente, evitar o abuso e o desrespeito aos direitos fundamentais do homem, contemplou a existência dos Poderes do Estado como independentes e harmônicos entre si, repartindo entre eles as funções estatais e dispondo prerrogativas e imunidades para que bem pudessem desempenhá-las, bem como criando instrumentos de controles recíprocos, como garantia da manutenção do Estado democrático de direito. Assim, foram atribuídas as funções estatais de soberania aos três tradicionais Poderes de Estado: Legislativo, Executivo e Judiciário. Resgatando a ideia da tripartição de poderes de Montesquieu, o art. 2º da Carta da República dispõe que: “São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”. Além disso, no Brasil, a separação de Poderes é cláusula pétrea prevista no art. 60, § 4º, III, da CF/88, logo, não pode ser objeto de emenda tendente a abolir essa garantia. As atribuições asseguradas não poderão ser delegadas de um Poder (órgão) a outro. É o princípio da indelegabilidade de atribuições. Um órgão só poderá desempenhar as funções de outro, ou da natureza típica de outro, quando tiver expressa previsão e, diretamente, quando existir delegação pelo poder constituinte originário, como ocorre, por exemplo, com as leis delegadas do art. 68 da CF/88, cuja atribuição é transmitida do Legislativo ao Executivo. Cada Poder, além do exercício de funções típicas, inerentes à sua natureza, exercem outras denominadas de funções atípicas, as quais são próprias de outros Poderes. Essa repartição de tarefas é feita de maneira equilibrada, impedindo que um Poder avance sobre as atribuições dos demais e exceda os limites fixados pela Constituição sem que haja contenção. Existe, assim, um controle recíproco entre os diferentes Poderes, materializado no sistema de freios e contrapesos. • FUNÇÕES TÍPICAS DO PODER LEGISLATIVO: Função legislativa Integra todas as espécies normativas previstas no art. 59 da CF/88, à exceção das medidas provisórias e das delegadas. Função fiscalizadora Atuando no campo da fiscalização das atividades dos outros Poderes, sobretudo do Executivo, seja mediante as Comissões Parlamentares de Inquérito – CPIs – seja pela fiscalização contábil, financeira, orçamentária e patrimonial prevista no arts. 70 a 75 da CF/88, auxiliando o Tribunal de Contas da União. Função de fiscal da constitucionalidade dos atos normativos Desempenhada pelo Senado Federal quando suspende a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional em decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal (art. 52, X, da CF/88). • FUNÇÕES ATÍPICAS DO PODER LEGISLATIVO: Função administrativa Desempenhada pelo Legislativo ao dispor acerca de sua organização, polícia, provendo cargos e serviços, concedendo férias aos seus servidores etc. (art. 51, IV e art. 52, XIII, da CF/88). Função de julgar A ser exercida pelo Senado Federal, nos crimes de responsabilidade, o presidente da República e o vice-presidente da República, além dos ministros de Estado em crimes conexos, o ministro do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional do Ministério Público e do Conselho Nacional de Justiça, o advogado-geral da União e o Procurador Geral da República (art. 52, I e II, da CF/88). • FUNÇÕES TÍPICAS DO PODER EXECUTIVO: Função de chefe de Governo Refere-se à representação interna e à gerência dos negócios internos, tanto de natureza política (participação no processo legislativo), como de natureza predominantemente administrativa, além de desempenhar a liderança da política nacional. Nessa função, nomeia e exonera ministros; sanciona, veta promulga e faz publicar as leis; decreta estado de defesa, estado de sítio e intervenção federal, dentre outros. (A título de exemplo: art. 84, I, III, IV, V, IX, XXIII e XXIV). Função de chefe de Estado Engloba o papel de representar o país nas relações internacionais, mantendo relações com Estados estrangeiros e acreditando seus diplomatas; celebrando tratados, convenções; exercendo o comando supremo das forças armadas; celebrando a paz e declarando guerra no caso de agressão estrangeira, dentre outros. (A título de exemplo: art. 84, VII, VIII, XIX, XXI e XXII da CF/88). Função de chefe da Administração Corresponde à gerência dos atos internos de cunho administrativo. Exerce ainda, com o auxílio dos ministros de Estado, a direção superior da administração federal. Mediante decreto, pode dispor sobre organização e funcionamento da administração pública, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinçãode órgãos públicos. Nessa função, provê e extingue cargos públicos na forma da lei. (A título de exemplo: art. 84, II, VI e XXV, da CF/88). • FUNÇÕES ATÍPICAS DO PODER EXECUTIVO: a) Função legislativa: Ao editar medidas provisórias e as leis delegadas (arts. 62 e 68 da CF/88). b) Função de julgar: Quando decide contencioso administrativo. O Poder Judiciário, ao lado do Legislativo e Executivo, compõe o clássico princípio da tripartição de Poderes. • FUNÇÃO TÍPICA DO PODER JUDICIÁRIO: É a judicial, caracterizada por aplicar o direito aos casos concretos, de modo imparcial, através de processo, substituindo a vontade das partes na resolução de conflitos. Nessa função, o Judiciário ainda protege os direitos fundamentais e defende a normatividade da constituição. • FUNÇÕES ATÍPICAS DO PODER EXECUTIVO: Função administrativa: Quando o Judiciário concede férias, licenças aos seus membros e serventuários ou ainda quando procede ao provimento de cargos dos juízes. É o denominado autogoverno dos tribunais. Nessa função, o próprio poder judiciário exerce seus órgãos diretivos. (ex.: art. 96, I, “f” e “c”, da CF/88). Função legislativa: Exercida pelo Judiciário, ao criar seus regimentos internos, disciplinando acerca da competência e o funcionamento de seus órgãos jurisdicionais e administrativos (ex.: art. 96, I, “a”, da CF/88). Feita essa introdução sobre as funções típicas e atípicas, cabe agora examinar a organização concreta dos Poderes e de suas competências – iniciando pelo Poder Legislativo – à luz da Constituição de 1988. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. EM SUA OBRA O ESPÍRITO DAS LEIS, MONTESQUIEU ABORDA UM PRINCÍPIO QUE SE ENCONTRA EXPRESSO NA CONSTITUIÇÃO DE 1988 E TEM NATUREZA DE CLÁUSULA PÉTREA: A) Soberania popular B) Autonomia dos estados da Federação C) Autonomia do Poder Judiciário D) Separação dos Poderes E) Federação 2. EM RELAÇÃO À ORGANIZAÇÃO DOS PODERES E DO SISTEMA DE FREIOS E CONTRAPESOS NO DIREITO CONSTITUCIONAL BRASILEIRO, ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA: A) Utilizada em inúmeros países, entre eles o Brasil, a ideia de tripartição dos Poderes do Estado em segmentos distintos e autônomos entre si, Legislativo, Executivo e Judiciário, foi instituída por Aristóteles. B) A Constituição Federal adotou o princípio da indelegabilidade de atribuições de maneira absoluta, não havendo nenhuma exceção a essa regra. C) A elaboração de medidas provisórias pelo presidente da República constitui função atípica do Poder Executivo. D) As funções atípicas permitem que o Poder Legislativo fiscalize o Poder Executivo. E) A edição de leis delegadas integra o rol de funções típicas do presidente da República. GABARITO 1. Em sua obra O Espírito das Leis, Montesquieu aborda um princípio que se encontra expresso na Constituição de 1988 e tem natureza de cláusula pétrea: A alternativa "D " está correta. O autor francófano fora pioneiro na doutrina ao defender a separação dos Poderes, juntamente com o sistema de freios e contrapesos no controle recíproco entre esses. E, assim, previu o constituinte brasileiro, estabelecendo tal separação como sendo cláusula pétrea. Vejamos: “Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: III - a separação dos Poderes.” 2. Em relação à organização dos Poderes e do sistema de freios e contrapesos no Direito Constitucional brasileiro, assinale a alternativa correta: A alternativa "C " está correta. Aristóteles, apesar de identificar as distintas funções do estado, não cuidou da funcionalidade dessa separação, concentrando-as ainda na figura de uma única pessoa, o soberano; o princípio da indelegabilidade de atribuições é regra, mas há exceções como as funções atípicas conferidas a cada Poder; é função típica do Legislativo fiscalizar o Poder Executivo, sendo função atípica desse último poder a edição de medidas provisórias e leis delegadas. MÓDULO 2 Identificar as atribuições, a estrutura, o funcionamento do Poder Legislativo e seus mecanismos de controle PODER LEGISLATIVO ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO Estruturalmente, o Poder Legislativo da União é um órgão bicameral, composto por duas casas legislativas, — a Câmara dos Deputados, que representa o povo, nos termos do art. 45 da CF/88 — e o Senado Federal, representando a vontade dos estados e Distrito Federal, a teor do art. 46 da CF/88, sem haver primazia de uma casa sobre a outra. A junção dessas duas casas forma o que se denomina de Congresso Nacional. O bicameralismo federativo originou-se nos Estados Unidos, e se baseia na ideia de divisão entre os representantes do povo e dos estados, com o objetivo de evitar à época, que, nas colônias mais populosas, fosse concentrado o Poder Legislativo da federação em detrimento dos estados menores. Por isso, há uma forte ligação entre federação, Senado Federal e Poder Legislativo. CÂMARA DOS DEPUTADOS A Câmara dos Deputados é formada por 513 deputados eleitos pelo sistema proporcional, nos estados, nos territórios federais e no Distrito Federal, cujo mandato é de quatro anos. O número de deputados irá variar conforme a população de cada unidade federativa, contudo, não será inferior a oito, nem superior a 70. Foto: rafastockbr / Shutterstock.com O deputado federal deve ser brasileiro (nato ou naturalizado), maior de 21 anos e estar em pleno exercício dos direitos políticos. ATENÇÃO É importante lembrar que, atualmente, não existem territórios, mas, como é possível sua criação mediante lei complementar (art. 18 da CF/88), se existirem, poderão eleger quatro deputados. SENADO FEDERAL O Senado Federal é composto de 81 senadores, sendo que cada estado e o Distrito Federal possuem o número fixo de três senadores e dois suplentes, os quais serão renovados parcialmente a cada quatro anos na proporção de 1/3 e 2/3, resultando em um mandato total de oito anos. Foto: Diego Grandi / Shutterstock.com Os senadores são eleitos pelo sistema majoritário simples, que determina a vitória de quem recebeu o maior número de votos na eleição. Cada senador deve ser brasileiro (nato ou naturalizado), maior de 35 anos e estar no gozo pleno dos direitos políticos. Os territórios federativos e municípios não possuem representantes no Senado. PODER LEGISLATIVO NOS ESTADOS E DISTRITO FEDERAL Nos Estados, diferentemente do que ocorre na União, o Poder Legislativo é unicameral, pois é formado por apenas uma casa, que é a Assembleia Legislativa, conforme previsão do art. 27 da CF/88. No Distrito Federal (DF), o Poder Legislativo também é unicameral. O órgão legislativo do DF é chamado de Câmara Legislativa, conforme prevê o art. 32 da CF/88. O número de deputados desses órgãos equivale ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os deputados federais acima de doze. SAIBA MAIS Será de quatro anos o mandato dos deputados estaduais e distritais, aplicando-lhe as regras da Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas. PODER LEGISLATIVO NOS MUNICÍPIOS Seguindo essa linha, nos municípios, o Poder Legislativo repete o modelo unicameral, cuja representação é feita pela Câmara Municipal ou Câmara de Vereadores. ATENÇÃO O número de vereadores será fixado conforme o número de habitantes de cada município, até os limites máximos prescritos no art. 29, IV, nos termos da redação dada pela EC n. 58/2009. FUNCIONAMENTO E ATRIBUIÇÕES DA CÂMARA DOS DEPUTADOS E SENADO FEDERAL Conforme o art. 57 da CF/88, o Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. Esse período anual é denominado de sessão legislativa. Já a legislatura corresponde ao período de 4 anos de funcionamento do Poder Legislativo, nos termos do art. 44 da CF/88. Assim, alegislatura é composta de quatro sessões legislativas ordinárias. Nos períodos de 18 a 31 de julho e 23 de dezembro a 1º de fevereiro, há o recesso parlamentar, quando poderá ocorrer a convocação extraordinária do Congresso Nacional, a teor do art. 57, §6º, da CF/88. Nesse chamamento, o Congresso apenas poderá deliberar sobre a matéria para a qual foi convocado, salvo se houver medidas provisórias em vigor, que serão automaticamente incluídas na pauta da convocação. Dentre os assuntos da sessão extraordinária, destacam-se a intervenção federal, estado de defesa, de pedido de autorização para estado de sítio e para o compromisso e a posse do presidente e do vice-presidente da República. Na hipótese de urgência ou de interesse público relevante, ainda é possível que o presidente da República, os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal e ainda, a requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas, a sessão seja convocada (art. 57, § 8º da CRFB/88). Foto: Diego Grandi / Shutterstock.com Em razão da Emenda Constitucional 50/2006, não há mais pagamento de parcela indenizatória nas sessões extraordinárias, como se vê no art. 57, § 7º da CRFB/88. As sessões serão regidas consoante aos regimentos (regulação interna) das Casas. O Congresso Nacional possui três regimentos: O dele próprio. O regimento da câmara. O do senado, sendo o primeiro adotado nas hipóteses em que as duas casas se reúnem conjuntamente. Em relação aos órgãos diretivos, a mesa do Congresso nacional, na forma do art. 57, § 5º da CF/88, será presidida pelo presidente do Senado Federal (que também preside a mesa do Senado Federal), e os demais cargos serão desempenhados alternadamente pelos ocupantes de cargos assemelhados na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. ATENÇÃO Vale registrar que cada uma das Casas também tem o seu próprio órgão diretivo, formado por seus respectivos pares. Tradicionalmente, os regimentos das Casas e do Congresso estabelecem os seguintes cargos: um presidente, dois vice-presidentes, quatro secretários e quatro suplentes de secretários. No total, são sete membros titulares e quatro suplentes. Em relação às atribuições, as atividades legislativas do Congresso Nacional estão regidas no art. 48 da CRFB/88 (em rol não exaustivo), mas exigem a coparticipação do Executivo (mediante a sanção) para a formação das leis. A atividade deliberante, que dispensa a participação do Poder Executivo, está presente nos arts. 49 da CF/88 (matérias de competência do Congresso Nacional). ATRIBUIÇÕES DA CÂMARA DOS DEPUTADOS O art. 51 da CF/88, dispõe sobre a competência privativa da Câmara dos Deputados, reguladas por meio de Resolução, dispensando sanção e o veto do chefe do Executivo: Autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o presidente e o vice-presidente da República e os ministros de Estado. Nesse caso, a Casa do povo faz o juízo de admissibilidade das acusações contra o presidente da República, seja em razão de crime comum ou de responsabilidade (art. 86 da CF/88). Proceder à tomada de contas do presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa. Este dispositivo está em conformidade ao art. 84, XXIV da CF/88 que obriga o presidente da República à prestação de contas. Elaborar seu regimento interno. Cada uma das Casas, dentro da estrutura de sua autonomia, poderá se auto-organizar, sem intromissão uma da outra, ou de outro âmbito de do poder. Dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias. Essa matéria é também fruto da autonomia da Casa Legislativa. Eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII da CF/88. Frise-se que essas matérias acima são reguladas por meio de Resoluções, que dispensam sanção e o veto do chefe do Executivo. ATRIBUIÇÕES DO SENADO FEDERAL Já os assuntos de competência privativa do Senado encontram-se no art. 52, I a XV da CF/88, as quais, da mesma forma que a Câmara dos Deputados, dispensam a participação do Poder Executivo, senão vejamos: Clique nas setas para ver o conteúdo. Objeto com interação. 1. Processar e julgar o presidente e o vice-presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os ministros de Estado e os comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles. Vale notar que os ministros de Estado e comandantes das Forças Armadas somente serão processados e julgados pelo Senado Federal caso estejam envolvidos nos mesmos atos praticados pelo presidente da República, pois, caso não haja conexão, serão julgados pelo STF, nos termos do art. 102, I, c da CF/88. 2. Processar e julgar os ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o procurador-geral da República e o advogado-geral da União nos crimes de responsabilidade. Esse dispositivo foi inserido pela EC 45/2004. 3. Aprovar previamente, por voto secreto, após arguição pública, a escolha de: i) magistrados, nos casos estabelecidos na Constituição; ii) ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo presidente da República; iii) governador de território; iv) presidente e diretores do Banco Central; v) procurador-geral da República; vi) titulares de outros cargos que a lei determinar. O rol não é taxativo, assim, é permitida a ampliação acerca da nomeação de outros cargos na esfera federal. 4. Aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter permanente. Nota-se que a atribuição é para nomeação de embaixadores, responsáveis pelas embaixadas. Os demais agentes diplomáticos são nomeados sem a necessidade desta formalidade. 5. Autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos territórios e dos municípios. Este dispositivo contempla empréstimos, financiamentos, acordos financeiros, sem necessidade de ouvir o presidente da República. 6. Fixar, por proposta do presidente da República, limites globais para o montante da dívida consolidada da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. Dívida consolidada tem o mesmo fundamento de “dívida fundada”, isto é, o compromisso de exigibilidade que ultrapasse doze meses, em contraposição às operações de crédito por antecipação da receita, que são de curto prazo. 7. Dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público Federal; dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de crédito externo e interno e estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. Nesses dispositivos, o legislador conferiu ao Senado Federal a fiscalização das operações financeiras das demais unidades da federação. 8. Suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal. 9. Aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do procurador- geral da República antes do término de seu mandato. A exoneração de ofício não demanda justificada uma vez que denota somente da confiança, diante da natureza da função de nomeação. 10. Elaborar seu regimento interno; dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados osparâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias. Cada uma das Casas, como já estudado, dentro da estrutura de sua autonomia, poderá se auto-organizar, sem ingerência uma da outra, ou de outra esfera do poder. 11. Eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII da CRFB/88. 12. Avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das administrações tributárias da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. COMISSÕES As comissões são subconjuntos de parlamentares organizados com o objetivo de tratar de um tema específico, as quais são constituídas na forma e atribuições dispostas nos regimentos do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados e do Senado ou no ato que resultar sua instituição. Para fins de classificação, há as seguintes comissões: A) COMISSÕES TEMPORÁRIAS Como as Comissões Parlamentares de Inquérito (art. 58, §3º, da CF/88). B) COMISSÕES PERMANENTES Aquelas cujo início se dá com o começo de cada legislatura, como as comissões temáticas e a de Constituição e Justiça. C) COMISSÕES MISTAS Compostas de deputados e senadores, a exemplo da Comissão Mista para deliberação das medidas provisórias (art. 62, §9º, da CF/88). D) COMISSÃO REPRESENTATIVA DO CONGRESSO NACIONAL Atuará durante os recessos parlamentares, com atribuições dispostas no regimento (art. 58, §4º, da CF/88). COMISSÕES PARLAMENTARES DE INQUÉRITO As Comissões Parlamentares de Inquérito consistem no principal instrumento de fiscalização político-administrativa a ser desempenhada pelo Poder Legislativo e estão dispostas no art. 58, §3º, da CF/88. Para a criação, necessita preencher os seguintes requisitos: javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) a) Requerimento de um terço dos membros da Câmara e/ou um terço das assinaturas de senadores; podendo ser a CPI instaurada em uma das Casas ou nas duas, desde que o requerimento seja subscrito por deputados e senadores. b) Apuração de fato determinado, isto é, tem que tratar de alguma situação específica; nada impede que os fatos surgidos durante as investigações que tenham relação com o fato principal também sejam apurados. c) Prazo certo, mas conforme orientação do STF são admissíveis prorrogações sucessivas do prazo inicialmente fixado para uma CPI, desde que durante o período relativo à legislatura em que se iniciou. ATENÇÃO São conferidos às Comissões Parlamentares de Inquérito poderes para ampla investigação, bem como meios de torná-los efetivos, devendo, no entanto, o seu exercício ocorrer com a devida observância aos direitos e garantias individuais, isto é, respeitando os direitos. Tomando como base a Constituição Federal e a jurisprudência do STF, a CPI pode, por autoridade própria, ou seja, sem a necessidade de qualquer intervenção judicial, desde que haja fundamentação, observadas todas as formalidades legais: a) Autorizar quebra de sigilo de dados bancário, telefônico e fiscal dos indiciados. Nesse ponto, é importante o “sigilo das comunicações telefônicas” e o sigilo dos dados telefônicos. O primeiro refere-se à captação e gravação de conversas telefônicas de um indivíduo (conhecida como interceptação telefônica ou “grampo”, a qual depende de ordem judicial). Já a quebra do sigilo de dados telefônicos constitui o acesso ao histórico de chamadas, data, horário, duração, enfim, ao extrato impresso da conta telefônica de um indivíduo, o qual pode ser quebrado pela CPI. b) Requisitar aos órgãos públicos documentos e informações necessárias para a investigação. c) Ouvir testemunhas, sob pena de condução coercitiva. As testemunhas prestarão compromisso de dizer a verdade, sob pena de falso testemunho. A elas é também garantida a prerrogativa contra a autoincriminação, garantindo-se o direito ao silêncio, ou quando deva guardar sigilo em razão de função, ministério, ofício ou profissão, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho (arts. 207 do CPP e art. 388, II, do CPC/2015 — cf. HC 79.598/STF). d) Ouvir investigados ou indiciados. A CPI, contudo, deverá respeitar o direito ao silêncio do investigado ou indiciado, que poderá deixar de responder às perguntas que possam incriminá- lo (HC 80.584-PA, Rel. Min. Néri da Silveira, 08.03.2001). e) Convocação de autoridades como ministros de Estado para prestar esclarecimentos, a teor do art. 50 da CF/88. Por outro lado, a CPI não possui poderes ilimitados, há temas que estão protegidos pela chamada cláusula de reserva de jurisdição, isto é, apenas por ordem judicial tais atos podem ser determinados. Desse modo, a CPI não pode: A) REALIZAR ATOS DE NATUREZA CAUTELAR. Como exemplos, podem ser citados: arresto, sequestro, proibição de se ausentar da comarca ou do país, indisponibilidade de bens; ambos necessitam de ordem judicial. javascript:void(0) B) DETERMINAR A INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA. Os “grampos” apenas podem ser autorizados por ordem judicial, a teor do art. 5º, XII, da CF/88. C) DETERMINAR BUSCA E APREENSÃO DE DOCUMENTOS COM VIOLAÇÃO DOMICILIAR. Somente a autoridade judicial poderá determinar a violação de um domicílio (desde que durante o dia), sendo essa, outro caso de matéria sujeita à reserva do Poder Judiciário. D) DECRETAR A PRISÃO DO INVESTIGADO Salvo no caso de flagrante delito, no entanto, não tem autoridade para determinar prisão definitiva ou provisória (temporária, preventiva). Vale ainda registar que as CPIs não têm atribuição para investigar fatos de competência dos estados, Distrito Federal e dos municípios, tendo em vista o princípio federativo, devendo tais fatos serem investigados por CPIs estaduais, distrital ou municipais. Eventuais abusos ou ilegalidades realizadas por essas comissões poderão ensejar demanda no Supremo Tribunal, nos termos do art. 102, I, “i”, da CF/88. IMUNIDADES javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) IMUNIDADES PARLAMENTARES Após assistir ao vídeo, você será capaz de definir as imunidades, seu papel na divisão dos Poderes, tratar das espécies de imunidades e seus limites. Veja! As imunidades parlamentares são prerrogativas conferidas aos congressistas pela Constituição, asseguradoras do exercício do mandato com plena liberdade. Constituem verdadeiros instrumentos de independência do Poder Legislativo e de garantia da democracia. Tais prerrogativas não são privilégios nem violam o princípio de igualdade, pois não são concedidas em virtude da pessoa do parlamentar, mas em razão da importante função por ele exercida. Tanto é que subsistem durante o estado de defesa e o estado de sítio, somente podendo ser suspensas, no último caso, pelo voto de dois terços dos membros da Casa respectiva e para atos incompatíveis com a execução daquela medida (art. 53, §8º, CF/88). As imunidades podem ser de dois tipos: imunidade material e imunidade formal. IMUNIDADE MATERIAL (FREEDOM OF SPEECH) Conforme o art. 53 da Constituição Federal dispõe, os deputados e os senadores são invioláveis por suas opiniões, palavras e votos. Trata-se da chamada imunidade material, também chamada de inviolabilidade parlamentar, que enseja a irresponsabilidade civil e penal do parlamentar por suas palavras, opiniões e votos, assegurando que o congressista desempenhe sua atividade com ampla liberdade de manifestação. Não abrange agressão física. SAIBA MAIS O Supremo Tribunal Federal, contudo, tem atribuído um tratamento diferente entre opiniões, palavras e votos prolatados dentro e fora do recinto parlamentar. Dessa forma, para as manifestações realizadas fora da Casa Legislativa, a Corte maior tem exigido que sejam realizadas no exercício do mandato ou em razão dele, ou seja, deve ter relação com o mandato parlamentar. Já aquelas dentro do recinto parlamentar, estão presumivelmente amparadas pela imunidade, independentemente de qualquer comprovação de conexão com o mandato. Cumpre ter presenteque as opiniões ofensivas proferidas por deputados federais e veiculadas por meio da imprensa, em manifestações que não guardam nenhuma relação com o exercício do mandato, não estão abarcadas pela imunidade material prevista no art. 53 da CF/88 e são aptas a gerar dano moral. Registre-se, ademais, que a imunidade material é de ordem pública, não podendo existir renúncia pelo parlamentar. IMUNIDADE FORMAL (FREEDOM FROM ARREST) A imunidade formal divide-se em três espécies: IMUNIDADE EM RELAÇÃO À PRISÃO Desde a expedição do diploma, os parlamentares federais não poderão ser presos, salvo em flagrante delito de crime inafiançável. Diante disso, os congressistas não poderão sofrer prisão preventiva, temporária, bem como de natureza civil. ATENÇÃO No caso da prisão em flagrante, os autos deverão ser remetidos à Casa Parlamentar respectiva no prazo de 24 horas, para que, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, resolva sobre a prisão. Então, a aprovação pela Casa é condição indispensável para a manutenção da prisão em flagrante delito de crime inafiançável (prisão processual ou cautelar) já realizada. Quanto às medidas cautelares, o STF entende ser possível a aplicação delas contra os congressistas. Se houver restrição direta ou indiretamente do mandato, estas devem ser encaminhadas também à Casa respectiva para deliberação (ADI 5526/DF, 2017). É importante afirmar que a votação dos congressistas não mais será secreta, consoante regra anterior à EC n. 35/2001, e sim pelo voto aberto, implementando-se, por meio dessa nova sistemática, a transparência que deve sempre imperar nesse tipo de apreciação. Além disso, é possível a prisão de parlamentares federais em razão da sentença judicial transitada em julgado (ou seja, quando não mais couberem recursos), o Tribunal entendeu que as penas impostas poderão ser executadas imediatamente. IMUNIDADE EM RELAÇÃO AO PROCESSO Atualmente, a partir da Emenda Constitucional 35/2001, para a instauração de processo criminal contra parlamentares federais, não há mais necessidade de autorização legislativa. Desse modo, oferecida a denúncia, o processo contra parlamentares tramita normalmente, podendo a casa a que pertence o denunciado deliberar sobre a sua sustação. Conforme o texto constitucional, a deliberação pode ser feita até a decisão final do processo (trânsito em julgado) e deve, obrigatoriamente, ser apreciada no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias a contar do recebimento do pedido pela Mesa Diretora. Os legitimados para solicitarem a sustação de ações criminais contra parlamentares são quaisquer partidos políticos com representação na Casa do denunciado do parlamentar acusado. COMENTÁRIO Cumpre ressaltar que somente há imunidade em relação a processo acerca de crimes praticados, após a diplomação, porém aqueles praticados anteriormente não gozam de imunidade. PRERROGATIVA DE FUNÇÃO De acordo com o art. 53, §1º, da CF/88, os deputados e senadores, desde a diplomação, estão sujeitos a julgamento, em relação aos processos penais, perante o Supremo Tribunal Federal. No entanto, na Ação Penal 937, o Supremo Tribunal Federal, por maioria de votos, decidiu que o foro por prerrogativa de função atribuído aos deputados federais e senadores se aplica somente aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e em razão das funções a ele relacionadas. Foto: rafastockbr / Shutterstock.com Nesse julgamento, definiu-se ainda que, após o final da instrução processual pela Corte, com a publicação do despacho de intimação para apresentação de alegações finais, a competência para processar e julgar as ações penais não será mais modificada em razão de o agente público vir a ocupar outro cargo ou deixar o cargo que ocupava, qualquer que seja o motivo, ocorrendo a perpetuação do foro perante o STF. A prerrogativa, no entanto, não se estende à improbidade administrativa. Atualmente, não há dúvida de que a competência é do juízo de 1º grau (ADI 2860 e 2797). IMUNIDADES DOS DEPUTADOS ESTADUAIS, DISTRITAIS E VEREADORES Segundo o STF, os deputados estaduais e distritais gozam das mesmas imunidades formais e materiais previstas para os parlamentares federais no art. 53 da CF/88 (ADI 5823 MC/RN, julgado em 8/5/2019 (Info 939). Já para os vereadores, a imunidade material somente é configurada se a manifestação tiver sido praticada in officio ou propter officium e na circunscrição municipal (art. 29, VIII, da CF/88 e RE 600063/SP, STF, rel. Min. Barroso). OBRIGAÇÃO DE TESTEMUNHAR E FORÇAS ARMADAS Os parlamentares federais não serão obrigados a testemunhar acerca de informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, tampouco sobre pessoas que lhe confiarem ou deles receberam informações (art.53, §5º, da CF/88). Cuida-se de ato discricionário atribuído ao congressista (não é obrigado a testemunhar) e não engloba o direito de testemunhar na qualidade de cidadão comum, uma vez que nessa modalidade é obrigado a testemunhar. A incorporação às Forças Armadas de deputados e senadores, embora militares e ainda que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva. PERDA DO MANDATO O art. 55 lista as hipóteses de perda do mandato do parlamentar, dentre os casos, a doutrina distingue as situações de cassação e extinção do mandato. A cassação refere-se à perda do mandato em razão do parlamentar ter cometido falta funcional, já a extinção do mandato diz respeito à ocorrência de ato ou fato que torne automaticamente inexistente o mandato, como morte, renúncia etc. HIPÓTESES DE CASSAÇÃO (ART. 55, I, II E VI) a) Violação das proibições determinadas no art. 54 da CF/88. b) Falta de decoro parlamentar. c) Condenação transitada em julgado. Nesses casos, a perda do mandato dependerá da deliberação por maioria absoluta da respectiva Casa Legislativa, através de voto secreto (art. 55, §2º, da CF/88). HIPÓTESES DE EXTINÇÃO (ART. 55, III, IV E V) a) Deixar de comparecer injustificadamente a 1/3 das sessões ordinárias em cada sessão legislativa. b) Perder ou tiver suspensos os direitos políticos e por decisão da Justiça Eleitoral. c) Por determinação da Justiça Eleitoral, nos casos previstos na Constituição. javascript:void(0) Nessas situações, a perda do mandato independe de votação da Casa, sendo declarada pela Mesa respectiva de ofício ou por provocação de qualquer dos seus membros ou de partido político representado no Congresso Nacional (art. 55, §3º, da CF/88). FALTA DE DECORO PARLAMENTAR É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no regimento interno, o abuso das prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepção de vantagens indevidas, por exemplo. Em todos os casos, serão assegurados a ampla defesa e o contraditório. ATENÇÃO Por fim, registre-se que a renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à perda do mandato, nos termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. PEDRO, DEPUTADO FEDERAL, APÓS INICIAR UM DEBATE PARA DEFESA DE UM PROJETO DE LEI ACABOU POR AGREDIR A HONRA DE CARLOS, SENADOR DA REPÚBLICA, AO ACUSÁ-LO DE FATO DESCRITO COMO CRIME. CARLOS, QUE, ALÉM DE POLÍTICO, É JORNALISTA, ACABOU POR UTILIZAR O ESPAÇO DO SEU PROGRAMA DE TV SEMANAL PARA OFENDER A HONRA DE PEDRO, COM ACUSAÇÕES QUE, IGUALMENTE, NÃO GUARDAM RELAÇÃO COM O MANDATO PARLAMENTAR. COM BASE NO CASO HIPOTÉTICO E DAS IMUNIDADES PARLAMENTARES CONFORME A JURISPRUDÊNCIA DO STF, ASSINALE A OPÇÃO CORRETA. A) Não há imunidade material na conduta praticada por Pedro. B) Não há imunidade material na conduta praticada por Carlos. C) A imunidade material para o crime não se estende para a ação de reparação civil. D) O regime jurídico das imunidades dos parlamentares federais não se estende aos deputados estaduais. E) A imunidade material engloba agressão física. 2. (FGV - 2015 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - XVII - PRIMEIRA FASE). OCORREUUM GRANDE ESCÂNDALO DE DESVIO DE VERBAS PÚBLICAS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL, O QUE ENSEJOU A INSTAURAÇÃO DE UMA COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO (CPI), REQUERIDA PELOS DEPUTADOS FEDERAIS DE OPOSIÇÃO. SURPREENDENTEMENTE, OS OPONENTES DA CPI CONSEGUEM QUE O INEXPERIENTE DEPUTADO M SEJA ALÇADO À CONDIÇÃO DE PRESIDENTE DA COMISSÃO. POR NÃO POSSUIR FORMAÇÃO JURÍDICA E DESCONHECER O TRÂMITE DAS ATIVIDADES PARLAMENTARES, O REFERIDO PRESIDENTE, SEM CONSULTAR OS ASSESSORES JURÍDICOS DA CASA, TOMA UMA SÉRIE DE INICIATIVAS, EXPEDINDO OFÍCIOS E REQUISITANDO INFORMAÇÕES A DIVERSOS ÓRGÃOS. POSTERIORMENTE, VEIO À TONA QUE APENAS UMA DE SUAS PROVIDÊNCIAS PRESCINDIRIA DE EFETIVO MANDADO JUDICIAL. ASSINALE A OPÇÃO QUE INDICA A ÚNICA PROVIDÊNCIA QUE O DEPUTADO M PODERIA TER TOMADO, PRESCINDINDO DE ORDEM JUDICIAL. A) Determinação de prisão preventiva de pessoas por condutas que, embora sem flagrância, configuram crime e há comprovado risco de que voltem a ser praticadas. B) Autorização, ao setor de inteligência da Polícia Judiciária, para que realize a interceptação das comunicações telefônicas (“escuta”) de prováveis envolvidos. C) Quebra de sigilo fiscal dos servidores públicos que, sem aparente motivo, apresentaram público e notório aumento do seu padrão de consumo. D) Busca e apreensão de documentos nas residências de sete pessoas supostamente envolvidas no esquema de desvio de verba. E) Nenhuma das alternativas. GABARITO 1. Pedro, deputado federal, após iniciar um debate para defesa de um projeto de lei acabou por agredir a honra de Carlos, senador da República, ao acusá-lo de fato descrito como crime. Carlos, que, além de político, é jornalista, acabou por utilizar o espaço do seu programa de tv semanal para ofender a honra de Pedro, com acusações que, igualmente, não guardam relação com o mandato parlamentar. Com base no caso hipotético e das imunidades parlamentares conforme a jurisprudência do STF, assinale a opção correta. A alternativa "B " está correta. As manifestações realizadas fora da Casa Legislativa, para que sejam protegidas pela imunidade, exigem que sejam realizadas no exercício do mandato ou em razão dele, ou seja, deve ter relação com o mandato parlamentar. Já aquelas dentro do recinto parlamentar, estão presumivelmente amparados pela imunidade, independentemente de qualquer comprovação de conexão com o mandato, razão pela qual Carlos não tem imunidade. Não há imunidade em agressão física. Por fim, segundo o STF, os deputados estaduais e distritais gozam das mesmas imunidades formais e materiais previstas para os parlamentares federais no art. 53 da CF/88. 2. (FGV - 2015 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XVII - Primeira Fase). Ocorreu um grande escândalo de desvio de verbas públicas na Administração Pública Federal, o que ensejou a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), requerida pelos deputados federais de oposição. Surpreendentemente, os oponentes da CPI conseguem que o inexperiente deputado M seja alçado à condição de presidente da Comissão. Por não possuir formação jurídica e desconhecer o trâmite das atividades parlamentares, o referido presidente, sem consultar os assessores jurídicos da Casa, toma uma série de iniciativas, expedindo ofícios e requisitando informações a diversos órgãos. Posteriormente, veio à tona que apenas uma de suas providências prescindiria de efetivo mandado judicial. Assinale a opção que indica a única providência que o deputado M poderia ter tomado, prescindindo de ordem judicial. A alternativa "C " está correta. A Comissão Parlamentar de Inquérito poderá: Determinar as diligências, as perícias e os exames que entenderem necessários, bem como requisitar informações e buscar todos os meios de prova legalmente admitidos; determinar a quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico do investigado. Cabe ressaltar que a quebra do sigilo telefônico não se confunde com as interceptações telefônicas. A quebra do sigilo telefônico incide sobre os registros telefônicos da pessoa. Além disso, não tem poder de decretar preventiva nem busca e apreensão, uma vez que são medidas que estão na reserva de jurisdição, necessitando de ordem judicial. MÓDULO 3 Reconhecer os sistemas de governo, os processos e as classificações conceituais em torno do Poder Executivo PODER EXECUTIVO SISTEMAS DE GOVERNO: PRESIDENCIALISMO E PARLAMENTARISMO A chefia do Poder Executivo foi confiada pela Constituição Federal ao presidente da República, a quem compete seu exercício, auxiliado pelos ministros de Estado, compreendendo, ainda, o braço civil da administração (burocracia) e o militar (Forças Armadas), concentrando na figura de uma única pessoa a chefia dos negócios do Estado e do Governo. Poder Executivo constitui órgão constitucional cuja função precípua é a prática dos atos de chefia de Estado, de Governo e de Administração. A acumulação dessas funções revela que o legislador constituinte adotou o sistema de governo denominado de presidencialismo, tema que será tratado a seguir. No sistema de governo, há uma preocupação de como se dá a relação entre os Poderes Executivo e Legislativo, subdividindo-se em duas espécies: SISTEMA PRESIDENCIALISTA Nesse sistema, há uma maior independência entre o Poder Executivo e o Legislativo. É característica do presidencialismo o presidente da República acumular as funções de chefe de Estado (na esfera internacional) e chefe de Governo (na esfera interna), além de ser o chefe da Administração Pública Federal. Assim, a chefia do Executivo é unipessoal. Além disso, o governante tem um mandato com prazo certo, sendo que a principal vantagem desse sistema de governo é a maior legitimidade do chefe do Executivo. SISTEMA PARLAMENTARISTA javascript:void(0) javascript:void(0) Aqui, há uma colaboração entre o Executivo e o Legislativo. O chefe do Executivo, que é chefe do Estado, escolhe o primeiro-ministro, o qual exercerá a função de chefe de Governo, permanecendo na chefia enquanto obtiver a maioria parlamentar, pois depende do apoio do Parlamento. Ao perdê-los, será destituído do cargo, havendo, por consequência, a necessidade de se construir um novo governo. A principal vantagem desse sistema de governo é a propensão da construção de uma relação harmoniosa entre o Legislativo e o Executivo. ELEIÇÃO E MANDATO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA De acordo com o art. 77 da CF/88, a eleição do presidente e do vice-presidente da República serão realizadas simultaneamente no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno (se houver) do ano anterior ao do término do mandato presidencial vigente. Para concorrer ao cargo de presidente, o indivíduo precisa ser brasileiro nato, contar com idade mínima de 35 anos, ter filiação partidária e estar em gozo dos direitos políticos (art. 14, §3º, VI, “a”, da CF/88). Foto: Leonidas Santana / Shutterstock.com Será considerado eleito presidente o candidato que obtiver a maioria absoluta de votos, não computando os em branco e os nulos (art. 77, §2º, da CF/88). O presidente e o vice são eleitos pelo sistema eleitoral majoritário, isto é, ganha quem obtiver a maioria dos votos válidos. ATENÇÃO Se nenhum candidato obtiver a maioria absoluta dos votos válidos no primeiro turno, será realizar nova eleição em até 20 dias (segundo turno), concorrendo os dois candidatos mais votados e considerando-se eleito aquele que alcançar maioria dos votos válidos. Caso haja empate, vencerá o mais idoso. A posse ocorrerá, segundo o art. 78 da CF/88, do presidente e do vice-presidente da República em sessão solene, prestando o compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil. IMPEDIMENTO E VACÂNCIA Ao vice-presidente compete substituir o presidente nas situações de impedimento (licença, férias etc.) e lhe suceder na hipótesede morte, renúncia e impeachment, bem como auxiliá-lo sempre que for convocado para missões especiais, como outras atribuições outorgadas por lei complementar. Foto: Celso Pupo / Shutterstock.com Impedimento O impedimento tem natureza temporária, por exemplo, necessidade de se afastar em virtude de uma viagem ou tratamento para a saúde. Vacância Já a vacância é ocasionada por uma impossibilidade permanente. Na situação de impedimento do presidente e do vice-presidente ou vacância dos cargos, serão sucessivamente convocados ao exercício da presidência: 1. PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 2. PRESIDENTE DO SENADO FEDERAL 3. MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL Registre-se que somente o vice-presidente da República possui legitimidade para suceder o presidente, ou seja, ocupar esse cargo de forma definitiva, as autoridades acima elencadas deverão assumir o cargo apenas de maneira provisória. Desse modo, ocorrendo de ambos os cargos ficarem abertos temporariamente (presidente está em viagem e o vice está licenciado para tratamento médico, por exemplo), as autoridades listadas ocuparão o cargo temporariamente, até que o presidente retome ou o vice esteja liberado para assumir interinamente a vaga. Da mesma forma, se ambos os cargos ficarem definitivamente vagos (vacância permanente dos cargos de presidente e de vice-presidente da República), os residentes da Câmara, do Senado ou do Supremo Tribunal Federal, somente assumirão a presidência provisoriamente, até que ocorra a nova eleição. ATENÇÃO Nenhum deles se tornará presidente da República em definitivo, isso porque não foram eleitos para este fim, assim assumirão o cargo de modo contingencial, para preencher momentaneamente o vácuo de poder ocorrido pela dupla vacância; constituem, portanto, substitutos eventuais. Agora, no caso de ambos os cargos ficarem vagos, a solução é a realização de novas eleições. Há duas regras sobre esse tema: Eleição direta No prazo de noventa dias de aberta da última vaga, quando a vacância se der nos dois primeiros anos do mandato presidencial. Eleição indireta No prazo de trinta dias de aberta a última vaga, pelo Congresso Nacional, quando a vacância se der nos dois últimos anos do mandato presidencial. Registre-se que, em ambas as situações, os recém-eleitos assumirão o cargo apenas para cumprir o tempo que restou do mandato de seus antecessores, na forma do art. 81, § 2º da CF/88. Trata-se do que se denomina de “mandato tampão”. Por fim, de acordo com o art. 83 da CF/88, o presidente e o vice-presidente da República não poderão, sem licença do Congresso Nacional, ausentar-se do país por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo. Essa norma é de observância obrigatória no âmbito dos estados e municípios. ATRIBUIÇÕES DO CHEFE DO PODER EXECUTIVO FEDERAL O art. 84 da CRFB/88 traz o quadro exemplificativo de atribuições do chefe do Executivo Federal, as quais dividimos em três categorias. Tais funções inclusive já objeto de apreciação nesse material, no entanto, vale listá-las mais uma vez, para fins de aprendizagem no resumo e tabela abaixo: CHEFIA DE ESTADO Art. 84, VII, VIII, XIV, XV, XVI, primeira parte, XVIII, segunda parte, XIX, XX, XXI, XXII. CHEFIA DE GOVERNO Art. 84, I, III, IV, V, IX, X, XI, XII, XIII, XVIII, primeira parte, XXIII, XXIV e XXVII. javascript:void(0) javascript:void(0) CHEFIA DA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL Art. 84, II, VI, XVI, segunda parte, XXIV e XXV. Atribuições do presidente da República Chefe de Estado Convocar e presidir o Conselho de Defesa Nacional. Nomear ministros do STF e dos Tribunais Superiores, por ser função de magistratura suprema. Nomear um terço dos membros do TCU. Nomear magistrados: TRF, TRT, TRE, órgãos de outro Poder. Declarar guerra, no caso de agressão estrangeira; Celebrar a paz. Conferir condecorações e distinções honoríficas. Permitir que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente. Chefe de Governo Nomear e exonerar os ministros de Estado. Iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos na Constituição. Sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução. Vetar projetos de lei, total ou parcialmente. Decretar o estado de defesa e o estado de sítio. javascript:void(0) Decretar e executar a intervenção federal. Remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da abertura da sessão legislativa. Conceder indulto e comutar penas. Chefe da Administração Pública Exercer, com o auxílio dos ministros de Estado, a direção superior da administração federal. Dispor, mediante decreto, sobre: organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos. Extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos. Nomear o advogado-geral da União; prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, as contas referentes ao exercício anterior. Prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei. Quadro: Quadro Esquematizado de Direito Constitucional. Extraído de: Manual de Direito Constitucional, Nathália Masson, 2017. Há atribuições do presidente da República que podem ser delegadas aos ministros de Estado, ao PGR e ao AGU: a) Possibilidade de expedir decretos autônomos sobre: organização e funcionamento da administração pública, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; e extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos. b) Conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei. c) Prover os cargos públicos federais, na forma da lei. IMUNIDADES E PRERROGATIVA DE FORO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA É importante ressaltar que, diferentemente do Poder Legislativo, a Constituição não atribuiu ao presidente da República a inviolabilidade quanto às palavras, opiniões (imunidade material). Apesar disso, a Carta da República contempla um conjunto de prerrogativas formais, relativas à prisão, ao processo e à inibição da responsabilidade penal durante o seu mandato, por atos estranhos à função presidencial. Passa-se, nesse momento, à análise de cada um isoladamente. A imunidade formal do presidente da República pode ser: EM RELAÇÃO AO PROCESSO EM RELAÇÃO À PRISÃO EM RELAÇÃO AO PROCESSO Uma vez que o art. 86, caput da CRFB/88 preceitua que compete à Câmara dos Deputados a realização de juízo de admissibilidade das acusações por crimes comuns e de responsabilidade contra o presidente da República, cuja aprovação demanda pelo menos 2/3 dos votos favoráveis de seus membros. Essa imunidade constitui uma blindagem contra o processo, seja criminal ou político do presidente da República. EM RELAÇÃO À PRISÃO O art. 86, § 3º da CRFB/88 prevê que, enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o presidente da República não estará sujeito à prisão. Isto é, o presidente não se submete a nenhuma prisão processual, somente definitiva. O art. 86, §4º, da CF/88 dispõe ainda acerca inibição de responsabilidade penal, também chamada de imunidade formal “temporária” ou irresponsabilidade penal relativa, ao determinar que o presidente, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções. Por isso, não poderá ocorrer processo criminal contra o presidente da República durante o seu mandato por crime ocorrido antes da diplomação ou durante o mandato, mas sem relação com as funções presidenciais. Quanto à prerrogativa de foro, o Supremo Tribunal Federal, é o tribunal competente para processar e julgar o presidente da República por crimes comuns e apenas o Senado Federal tem a competência para o processamento e julgamento dele pela prática de crime de responsabilidade, dependendo, em ambas as hipóteses, como já visto, de autorização de 2/3 pela Câmara dos Deputados. Registre-se queo governador de estado não goza de imunidade formal e de imunidade material na mesma extensão que o presidente da República. RESPONSABILIZAÇÃO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA: CRIMES DE RESPONSABILIDADE E CRIMES COMUNS RESPONSABILIDADE DO CHEFE DO EXECUTIVO Ao assistir ao vídeo, você entenderá quando o presidente pode ser responsabilizado e saberá mais sobre o impeachment. O presidente da República pode ser responsabilizado por crimes de responsabilidade e crimes comuns. Os crimes de responsabilidade são infrações político-administrativas, de natureza política, praticadas no exercício da função pública, dispostas na Lei 1.079/50, sujeitando-se os infratores ao processo de impeachment. Por outro lado, o art. 85 da Constituição Federal prevê ainda outra lista de atos cometidos pelo presidente tidos como crimes de responsabilidade. O processo de impeachment tem as seguintes fases: Propositura: Qualquer cidadão, no exercício dos direitos políticos, é considerado parte legítima para ofertar acusação à Câmara dos Deputados, a teor do art. 14 da Lei 1.079/50. Juízo de Admissibilidade: A Câmara dos Deputados deverá autorizar, por 2/3 dos seus membros, a instauração de processo contra o presidente da República. Registre-se que, nesse juízo inicial, a Câmara analisará a existência de provas e indícios do crime, bem como a conveniência e oportunidade da medida naquele momento político específico. Processamento: Autorizada a instauração do processo contra presidente por 2/3 da Câmara dos Deputados, haverá sua remessa ao Senado Federal para deliberação, o qual se transformará em um tribunal político de colegialidade heterogênea, a ser presidido pelo ministro presidente do STF. A todo momento, na Câmara e no Senado, são assegurados ao chefe do Executivo a ampla defesa e o contraditório. Julgamento: A condenação somente ocorrerá se houver voto de 2/3 dos membros do Senado Federal e resultará em duas sanções: a perda do cargo e inabilitação por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo de outras sanções cabíveis. Conforme o art. 86, §§ 1º e 2º da CF/88, o presidente da República ficará suspenso de suas funções: nas infrações penais comuns, se admitida a acusação pelo Senado Federal. Decorrido o prazo de cento e oitenta dias e o julgamento não estiver concluído, encerrará o afastamento do presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo. Vale lembrar que, no caso da ex-presidente Dilma, o Senado decidiu que as penas não são cumulativas e, apesar de condená-la à perda do cargo, manteve os seus direitos políticos, seguindo o disposto no art. 68 da Lei 1.079/50. Quanto aos crimes comuns, o Supremo Tribunal Federal já assentou, pacificamente, englobar todas as modalidades de infrações penais, estendendo-se aos delitos eleitorais, os crimes contra a vida e as próprias contravenções penais (STF, RTJ 33/590, HC 69.344-RJ, Rel. Min. Néri da Silveira). Nessa modalidade, o presidente da República será processado e julgado pelo Supremo Tribunal Federal, depois que a Câmara dos Deputados declarar procedente a acusação (art. 86 da Constituição Federal), exercendo um juízo de admissibilidade político, conforme já analisado no caso de crimes de responsabilidade. A necessidade de licença não impede o inquérito policial, nem o oferecimento da denúncia, contudo, somente impede o seu recebimento, que é o primeiro ato de prosseguimento praticado pelo Supremo Tribunal Federal. A decisão prolatada no julgamento realizado no STF pode ser pela absolvição ou pela condenação. Na última situação, será aplicada uma pena a ser cumprida e o presidente poderá vir a ser preso, a teor do art. 86, § 3º, CF/88. ATENÇÃO A perda do mandato pode se dar como consequência reflexa e indireta da condenação, por aplicação do constante no art. 15, III, CF/88, que prevê que haverá a suspensão dos direitos políticos na hipótese de condenação criminal transitada em julgado. Cuida-se de um efeito extrapenal da sentença condenatória. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. SOBRE O PODER EXECUTIVO, A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DETERMINA QUE: A) O presidente e o vice-presidente da República não poderão, sem licença do Congresso Nacional, ausentar-se do país por prazo superior a 5 dias, sob pena de perda do cargo. B) Em caso de impedimento do presidente e do vice-presidente da República, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da presidência o presidente do Supremo Tribunal Federal, o da Câmara dos Deputados e o do Senado Federal. C) O presidente da República tomará posse em sessão do Congresso Nacional, sendo dispensável a participação do vice-presidente da República. D) Será considerado eleito presidente da República o candidato que, registrado por partido político, com idade mínima de 35 anos, obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os votos brancos e nulos. E) Se houver vacância no cargo de presidente e vice-presidente da República ocorrida nos dois primeiros anos de mandato, ocorrerá eleição indireta. 2. (FGV - 2018 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - XXVII - PRIMEIRA FASE) EM DETERMINADO ÓRGÃO INTEGRANTE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL, VINCULADO AO MINISTÉRIO DA FAZENDA, FOI APURADO QUE APROXIMADAMENTE 100 (CEM) CARGOS ESTAVAM VAGOS. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, MEDIANTE DECRETO, DELEGOU AO MINISTRO DA FAZENDA AMPLOS PODERES PARA PROMOVER A REESTRUTURAÇÃO DO ALUDIDO ÓRGÃO PÚBLICO, INCLUSIVE COM A POSSIBILIDADE DE EXTINÇÃO DOS CARGOS VAGOS. SOBRE A HIPÓTESE, COM FUNDAMENTO NA ORDEM JURÍDICO- CONSTITUCIONAL VIGENTE, ASSINALE A AFIRMATIVA CORRETA: A) Somente mediante lei em sentido formal é admitida a criação e extinção de funções e cargos públicos, ainda que vagos; logo, o decreto presidencial é inconstitucional por ofensa ao princípio da reserva legal. B) A Constituição de 1988 atribui exclusivamente ao presidente da República a possibilidade de, mediante decreto, dispor sobre a extinção de funções ou cargos públicos, não admitindo que tal competência seja delegada aos ministros de Estado. C) O referido decreto presidencial se harmoniza com o texto constitucional, uma vez que o presidente da República pode dispor, mediante decreto, sobre a extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos, sendo permitida a delegação dessa competência aos ministros de Estado. D) A Constituição de 1988 não permite que cargos públicos legalmente criados, ainda que vagos, sejam extintos, ressalvada a excepcional hipótese de excesso de gastos orçamentários com pessoal; portanto, o decreto presidencial é inconstitucional. E) A Constituição Federal permite apenas que a reestruturação do aludido órgão público, inclusivamente com a possibilidade de extinção dos cargos vagos, mediante lei de iniciativa privativa do presidente da República. GABARITO 1. Sobre o Poder Executivo, a Constituição Federal determina que: A alternativa "D " está correta. A posse ocorrerá, segundo o art. 78 da CF/88, do presidente e do vice-presidente da República em sessão solene, prestando o compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil. Para concorrer ao cargo de presidente, o indivíduo precisa ser brasileiro nato, contar com idade mínima de 35 anos, ter filiação partidária e estar em gozo dos direitos políticos (art. 14, §3º, VI, “a”, da CF/88). Será considerado eleito presidente o candidato que obtiver a maioria absoluta de votos, não computando os votos branco e nulos (art. 77, §2º, da CF/88). Na situação de impedimento do presidente e do vice-presidente ou vacância dos cargos, serão sucessivamente convocados ao exercício da presidência: presidente da Câmara dos Deputados, presidente do Senado Federal e ministro presidente do Supremo Tribunal Federal. 2. (FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVII - Primeira Fase) Em determinado órgão integrante da administração pública federal, vinculadoao Ministério da Fazenda, foi apurado que aproximadamente 100 (cem) cargos estavam vagos. O presidente da República, mediante decreto, delegou ao ministro da Fazenda amplos poderes para promover a reestruturação do aludido órgão público, inclusive com a possibilidade de extinção dos cargos vagos. Sobre a hipótese, com fundamento na ordem jurídico-constitucional vigente, assinale a afirmativa correta: A alternativa "C " está correta. O presidente da República poderá delegar algumas atribuições aos ministros de Estado, PGR, e ao advogado-geral da União. Essas atribuições estão elencadas no § único do art. 84 da CF/88, como a organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos e a extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Como vimos, não é possível compreender uma sociedade sem que esteja firmada sobre as bases do poder, afinal ele é algo tão essencial e necessário como a existência do próprio Estado. Na realidade, o que se buscou ao longo da história, de Aristóteles a Montesquieu, é a forma de distribuição e limitação desse poder, consolidando-se na figura da tripartição dos Poderes. Na contemporaneidade, a ideia de controle, de fiscalização e de coordenação recíprocos tornou-se o foco na separação dos Poderes. Não há como conceber um Estado democrático de direito desprovido de Poderes de Estado e Instituições, independentes e harmônicos entre si, bem como da previsão de direitos fundamentais e instrumentos que propiciem a fiscalização e a perpetuidade desses requisitos. Apesar das críticas conceituais, o modelo tripartite continua assim cumprindo o seu papel unificador da ordem jurídica e constitucional, fixando e, ao mesmo tempo, aumentando o campo de competência dos Poderes do Estado. Além disso, tem se revelado como princípio de moderação, racionalização e limitação do poder político em prol da paz, da liberdade e da democracia. AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS ARISTÓTELES. A política. São Paulo: Martins Fontes, 1991. BARCELLOS, A. P. de. Curso de direito constitucional. Rio de Janeiro: Forense, 2018. BARROSO, L. R. O novo direito constitucional brasileiro: contribuições para a construção teórica e prática da jurisdição constitucional no Brasil. Belo Horizonte: Fórum, 2012. BOBBIO, N. Intelectuais e vida política na Itália. In: BASTOS, E. R.; RÊGO, W. D. L. (Org.). Intelectuais e política: a moralidade do compromisso. São Paulo: Olho d’água, 1999. BOURDIEU, P. Estrutura, habitus e prática. In: MICELI, Sérgio (Org.). A economia das trocas simbólicas. São Paulo: Perspectiva, 2004. LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo civil e outros escritos. Petrópolis: Vozes, 1994. MARX, K. O capital: crítica da economia política. Livro I. 27. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010. MASSON, N. Manual de Direito Constitucional. 5. ed. Bahia: Juspodivm, 2017. MONTESQUIEU. O espírito das leis. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000. MORAES, A. de. Direito Constitucional. 33. ed. São Paulo: Atlas, 2017. SILVA, J. A. da. Curso de direito constitucional positivo. 37. ed. São Paulo: Malheiros, 2014. WEBER, M. Economia e Sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva. Tradução de Regis Barbosa e Karen Elsabe Barbosa. 4. ed. São Paulo: UNB, 2004. EXPLORE+ Para saber mais sobre como o STF vem apreciando a imunidade parlamentar, confira uma compilação sobre o tema em: A Constituição e o Supremo. Portal do STF. CONTEUDISTA Thiago Aleluia Ferreira de Oliveira