Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
A importância da atividade física para gestantes. I – INTRODUÇÃO A atividade faz parte da vida de grande parte dos seres humanos. O movimento faz parte da vida. Além de sua funcionalidade para as ações básicas como andar, sentar, subir, descer, dentre outras, eles utilizados de maneira adequada conciliando a prática de exercícios em geral, podem se tornar grandes aliados em favor da nossa saúde. Acredita-se que o principal impedimento para a prática de exercícios físicos na gestação seja a desinformação, sendo que tal prática só traz benefícios em muitos aspectos seja do início ao fim da gestação, quanto no momento do parto até a recuperação, como enfatiza Silva, et al. (2017) apontando o treinamento de força (musculação) que consiste em vencer a resistência a pesos, máquinas ou elásticos além do próprio peso corpóreo uma atividade possível devendo seguir as orientações de um médico e ser acompanhada e supervisionada por um profissional da Educação Física durante a execução dos exercícios. Segundo Santos e Gallo (2010), um estudo mostrou que no período de gestação, a dor lombar é uma das queixas mais frequentes, um sintoma que traz diversas limitações, até porque interfere diretamente nas atividades diárias da gestante e na qualidade de vida. Segundo o estudo, a prevalência de dor lombar foi 73% frequente em mulheres que apresentavam lombalgia prévia e mulheres grávidas pela primeira vez. A dor lombar também foi mais frequente durante o terceiro trimestre e na maioria dos casos, foi referida a noite. A lombalgia é muito comum em gestantes podendo ser identificada e tratada durante o período de pré natal. No período da gestação também é muito comum a perda de massa muscular e ganho excessivo de peso, gerando uma obesidade gestacional. Há também depois do parto, riscos de diabete, hipertensão gestacional e problemas circulatórios ( LIMA; OLIVEIRA, 2005). A prática do exercício físico regularmente pela gestante, por pelo menos 30 minutos ao dia, pode promover inúmeros benefícios, incluindo a prevenção de diabetes gestacional (DG), além de não haver evidência de desfechos adversos para o feto e /ou recém-nascido com a prática graduada entre intensidade leve a moderada igualmente não foram associadas, como se pensava ao trabalho de parto pré-termo e baixo peso do recém-nascido. Outro benefício associado a essa prática é a redução da incidência de sintomas indesejáveis durante a gravidez, como câimbras, edema e fadiga. II – METODOLOGIA Este artigo foi delineado como bibliográfica, que foram utilizados artigos científicos para o estudo sobre a importância da musculação para gestantes. Com relação ao manuscrito, o critério de inclusão se deu da seguinte maneira: foram selecionados alguns artigos publicados a partir do ano de 2014 que se mostrou indispensável para referenciar o presente estudo. É um estudo interessante, pois relata a questão da importância da atividade física para gestantes. Como delimitação de busca dos artigos foi feita a seleção on-line. Optamos pela pesquisa em artigos publicados em revistas científicas, revistas on-line, pela facilidade de acesso a determinadas revistas digitais de qualidade científica e por entendermos que desta maneira selecionamos uma produção do conhecimento atual e avaliada com rigor acadêmico e técnico-científico. Os passos para critérios de inclusão dos artigos foram: os artigos publicados entre os anos de 2014 a 2021; as palavras-chave utilizadas foram hidroginástica na gestação, musculação para gestantes, atividade física, gestantes; seleção de artigos que apresentaram como processo metodológico o estudo de campo; somente artigos em português. Os artigos selecionados retratam estudos sobre a importância e os efeitos da prática de exercícios físicos na gestação. A busca científica foi realizada entre os meses de fevereiro, março e abril de 2022, por meio de pesquisas nas bases de dados on line Google Acadêmico, e revistas MEDLINE (Medical Literature, Analysis and Retrieval Syste Online) e SciELO (Scientific Eletronic Library Online). Rev. Musculação para gestantes. Após o levantamento dos artigos relacionados às palavras-chave, no primeiro momento foi selecionado por título e leitura do resumo. No segundo momento, realizou-se a leitura na íntegra do artigo para sistematização dos conceitos, métodos e contribuições da pesquisa na temática abordada e identificação de temas em comum entre os estudos. Após a leitura analítica dos artigos selecionados, foram criadas as seguintes categorias para discussão: “Gestação”; “Recomendações/Contra indicações''. “Treino resistido e hidroginástica" e “Prescrição de exercícios para gestantes”. III- OBJETIVO Analisar a influência da atividade física para gestantes, indicando recomendações e contra indicações com bases em artigos científicos, assim de certa forma dissertando sobre os benefícios do treino resistido e hidroginástico. IV- DISCUSSÃO E RESULTADOS Alguns estudos realizados por Nascimento et al (2014) no Brasil demonstram dados alarmantes em relação à prática de atividades físicas durante a gestação. Tavares et al.4 acompanhando 118 gestantes no Nordeste, encontraram um reduzido nível de atividade física nas gestantes durante todo o período, é de 100% da amostra alcançou o padrão sedentário na 32 semana gestacional. Silva, avaliando o nível de atividade física de 305 gestantes em Fortaleza, Ceará, verificou que 80% apresentaram condições classificadas como padrão leve ou sedentário. Outro estudo realizado na região sul do Brasil observou que apenas 4,7% foram classificadas como ativas durante a gestação. 4.1 GESTAÇÃO De acordo com BOTELHO e MIRANDA (2011), a gestação é dividida em três estágios, o primeiro conhecido como estágio germinal, se inicia através de um processo que o organismo da mulher passa ao receber o espermatozoide no óvulo, o segundo é o estágio embrionário, sendo a formação dos órgãos e das estruturas anatômicas do embrião, o estágio fetal é o terceiro e último, pois, os órgãos e os tecidos do feto já estão formados e se preparando para viver fora do útero. BOTELHO e MIRANDA (2011) definem que o aumento do peso que a gestante geralmente ganha é entre 10 a 15 kg e pode sobrecarregar especialmente as articulações dos joelhos e dos discos intervertebrais onde acarreta problemas articulares. Um dos fatores do ganho de peso da gestante procede devido ao aumento da formação do útero e do peso do feto, já que cresce no decorrer dos nove meses da gestação. Segundo LIMA e OLIVEIRA (2005), a maioria das gestantes sentem alguns desconfortos físicos, principalmente na região lombar, já que a postura corporal da grávida pode ficar inadequada devido ao sobrepeso abdominal. 4.2 RECOMENDAÇÕES/CONTRA INDICAÇÕES Segundo MONTENEGRO (2014), a prática de exercício físico no período gestacional apresenta certo receio de medo e preocupação e assim por muitos anos essa modalidade foi inibida. Hoje pode se dizer que a prática é aconselhável, já que tem como resultado excelentes vantagens para a saúde da gestante e do feto, os exercícios devem agir de acordo com o benefício proporcionado, já que não existe nenhum tipo exclusivo de atividade nessa fase. As gestações que identificam anormalidades são contra indicadas, caso contrário, devem ser liberadas para a prática de exercícios somente sob autorização médica. BOTELHO e MIRANDA (2011) afirmam que o exercício na gestação varia de gestante para gestante, não há uma atividade padrão para esse período, o volume, a sobrecarga, a intensidade e a modalidade se diferenciam para cada uma delas, de fato, as gestantes que não apresentam contra indicações devem ser impulsionadas a exercícios não competitivos, e de pouca intensidade e traumas, as atividades aeróbicas, treino resistido e alongamento são aconselháveis, já alguns esportes como o mergulho e hipismo, esqui aquático e a luta não devem ser praticados durante a gestação devido a apresentação de riscosde traumas tanto para a grávida como para o feto, portanto, mulheres atletas são orientadas a interromper a atividade esportiva. De acordo com SALES e Col. (2014), alguns riscos de complicações ocorridas na gestação são resultados da falta de obediência da gestante em relação às recomendações e restrições médica, portanto, a prescrição do médico é essencial para a prática de exercícios físicos durante a gravidez, a presença de algumas doenças é o que define se a grávida fica totalmente impedida de realizar ou não exercícios físicos, essas doenças são classificadas de doenças absolutas e relativas. As doenças absolutas ordenam a total proibição de qualquer prática de exercício físico e as doenças relativas ordenam o impedimento da prática de exercícios dependendo do grau da doença que a gestante apresenta. AZEVEDO e Col. (2011) As contra indicações absolutas são doenças presenciadas na gestante que impossibilitam totalmente a prática da atividade física, já as contra indicações relativas identificam se doenças como anemia grave, obesidade, convulsões e outras, que avaliadas o grau de risco, indicam-se a necessidade de interromper ou alterar o programa de exercícios. Sintomas como sangramento vaginal, tonturas, dores de cabeça e no peito, são uns dos sinais de alerta que devem ser bem supervisionados, pois uma vez percebidos, a grávida deve cessar a prática. 4.3 TREINO RESISTIDO E HIDROGINÁSTICA Em geral, a atividade deve promover bem-estar, e considerar as limitações motoras trazidas pela gestação, devendo ser considerado para a escolha da modalidade, intensidade e duração da atividade física, garantindo a saúde e a segurança de mãe e filho, respeitando suas fisiologias e individualidades biológicas (Alves, 2009). O Treinamento resistido para gestante poderá reduzir a retenção de líquidos, o estresse cardiovascular, e eleva a capacidade de oxigenação, reduzindo a pressão arterial, atuando na prevenção de trombose e varizes, facilitando o trabalho de parto e a necessidade de intervenções obstétricas e sintomas psicossomáticos como a ansiedade e insônia, controle de peso e reduz o risco de mortalidade (Acsm, 2010). Entretanto, Benevides, et al., (2012), considera a prática da hidroginástica capaz de minimizar os desconfortos do período, sendo de baixo impacto, reduz edemas, melhora o condicionamento físico, trazendo benefícios para a saúde da gestante e do feto, além de beneficiar os aspectos psicológicos e sociais, tornando essa prática bastante procurada ao longo dos nove meses, desde que bem orientada pelo profissional de Educação Física, levando aos melhores resultados e sem riscos ou comprometimentos. Quadro 1. Pesquisa de intervenção com gestantes na modalidade de treino resistido e hidroginástica. Referências Objetivos Participantes/Modalidade praticada Conclusão (Ward-Ritacco, al., 2016) Encontrar evidências de que o treinamento resistido para mulheres grávidas é eficaz para diminuir os sintomas de fadiga e cansaço e melhorar a energia. Estudo experimental realizado com 26 gestantes com a idade entre 17 e 38 anos, semanas de gestação entre 21 e 25 semanas. Treinamento de Musculação de intensidade baixa a moderada; 2 vezes na semana durante 12 semanas de treinamento. Conclui-se que exercícios de resistência podem aumentar as sensações de energia e diminui a sensação de fadiga em mulheres grávidas durante o segundo e terceiro trimestres. Os resultados demonstraram que exercícios são eficazes para melhorar temporariamente os sentimentos de energia e fadiga. (Coelho & Pollito, 2009) Verificar o comportamento da pressão arterial em gestantes não hipertensas após uma sessão de hidroginástica. Participaram oito gestantes com 21 a 36 semanas não hipertensas e fisicamente ativas. Foi aplicado a realização de uma sessão de hidroginástica de 35 minutos, composta por exercícios de intensidade leve a moderada. Após o exercício, a Pressão Arterial foi aferida fora da água aos 30min, 45 e 60 minutos. Conclui-se que uma sessão isolada de exercícios na água ocasionou redução nos valores de Pressão Arterial em gestantes não hipertensas. Em estudo Nascimento, et al., (2014), relataram que o treinamento resistido promove respostas ao organismo da mulher em diversos aspectos na gestação, como por exemplo, na manutenção do condicionamento muscular, e melhor adaptação nas alterações posturais, promovendo o aumento de força, prevenindo de quedas e auxiliando na melhora do desconforto musculoesquelético.
Compartilhar