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EAD MUNDO CONTEMPORÂNEO E GLOBALIZADO Adeilde Vieira Menegazzo Gustavo Ferreira Prado Hélder Henrique Jacovetti Gasperoto Lilian Camargo Coutinho Lúcia Soares Marcelo de Souza Loureiro Renata Luigia Cresto Garcia MUNDO CONTEMPORÂNEO E GLOBALIZADO ADEILDE VIEIRA MENEGAZZO GUSTAVO FERREIRA PRADO HÉLDER HENRIQUE JACOVETTI GASPEROTO LILIAN CAMARGO COUTINHO LÚCIA SOARES MARCELO DE SOUZA LOUREIRO RENATA LUIGIA CRESTO GARCIA PROGRAMA DA DISCIPLINA Ementa: Aspectos da dinâmica da sociedade contemporânea. Realidade pós-moderna e as profundas transformações nas referências teóricas, estéticas e morais. As novas tecnologias da inteligência (o espaço virtual e internet) e a produção do conhecimento. Objetivo: • Identificar e refletir sobre os fundamentos históricos e os elementos básicos do mundo contemporâneo. • Caracterizar o capitalismo e o socialismo com foco na América Latina • Conhecer o significado e o papel dos movimentos sociais na sociedade. Conteúdos: Fundamentos Históricos e Geopolíticos das Relações Internacionais Contemporâneas. Origens do Esquema de Dominação e Exploração Mundial, Colonização e Geoplolitica: África e América. Fundo Monetário Internacional (FMI) Banco Internacional (BIRD). Neoliberalismo. Mundialização do Capitalismo. Modelo Americano. Os Dilemas do Desenvolvimento Modelo Globalista com Diferente Linearidade. Metodologia Disciplina oferecida na modalidade a distância (EAD). Incentiva-se a formação de grupos de estudo autônomos, orientados pelo professor. Avaliação No sistema EAD, a legislação determina que haja avaliação presencial, sem, entretanto, se caracterizar como única forma possível e recomendada. Na avaliação presencial, todos os alunos estão na mesma condição, em horário e espaço pré – determinados, diferentemente, a avaliação a distancia permite que o aluno realize as atividades avaliativas no seu tempo, respeitando-se, obviamente, a necessidade de estabelecimento de prazos. A avaliação terá caráter processual e, portanto contínuo, sendo os seguintes instrumentos utilizados para a verificação da aprendizagem: 1) Trabalhos individuais. 2) Provas semestrais realizadas presencialmente; 3) Trabalhos de pesquisa bibliográfica. Bibliografia Básica CASTELLS, M. A sociedade em rede, São Paulo: Paz e Terra, 2002. DOMINGUES, J. M. Teorias Sociológicas no Século XX. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. 2004 IANNI, O. Teorias da globalização. Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 1995. MARTINS, J. S.; FERNANDES, F. Sociologia e Consciência Social no Brasil, São Paulo: Edusp, 1998. Bibliografia Complementar CARDOSO, F. H. Capitalismo e escravidão no Brasil Meridional. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003. CASTELLS, Manuel. A Era da Informação: Economia, Sociedade e Cultura. Vol. II: A Sociedade em Rede. São Paulo: Paz e Terra. FERNANDES, F. Sociedade de classes e subdesenvolvimento, Rio de Janeiro: Zahar editores, 1981. FOLEY, R. Os Humanos antes da Humanidade: uma perspectiva evolucionista. São Paulo: UNESP, 2003 FRIEDMAN, T. O mundo é plano. Rio de Janeiro: Objetiva, 2005. HOBSBAWN, H. A Era dos Extremos. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. IANNI, O. As metamorfoses do escravo. São Paulo: Difel, 1961. IANNI, O. Capitalismo, Violência e Terrorismo, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2004 MAGNOLI, D. Globalização: estado nacional e espaço mundial. São Paulo: Moderna, 1999. NUNES, E. de O. (Org.). A Aventura Sociológica: objetividade, paixão, improvisa e método na pesquisa social. Rio de Janeiro: Zahar, 1978. SANTOS, M. Por uma outra Globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2008. SANTOS, M. Técnica, Espaço, Tempo, São Paulo: Edusp, 2008c. VESENTINI, J. W. Novas Geopolíticas. São Paulo: Contexto, 2005. UNIDADE 01 - FUNDAMENTOS HISTÓRICOS E GEOPOLÍTICOS DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONTEMPORÂNEAS CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: Explicitar a história do Capitalismo e sua expansão global, pois será útil para o entendimento das relações internacionais. ESTUDANDO E REFLETINDO Não dá para abordar globalização sem falar de capitalismo, não dá para entender capitalismo sem falar em Marx. Marx queria cooperar com a transformação das condições da sociedade capitalista, queria que o proletariado discutisse e pusesse em prática as modificações que beneficiaria as camadas mais pobres, em busca de uma sociedade mais igualitária. Por outro lado, seu poder de previsão demonstrou ser tão grande que o mundo em que hoje vivemos acabou se tornando demasiado semelhante ao das tendências descritas por Marx. O surgimento dos enormes conglomerados financeiros e industriais, invertendo a lógica da concorrência do século XIX, provoca o processo gradativo de substituição de mão de obra por máquinas, cada vez mais sofisticadas; a erradicação da forma de mercadoria artesanal, pois há a industrialização de quase todos os produtos, implicando mudança na relação social; as crises econômicas; a política como manifestação de conflitos sociais distributivos; o predomínio crescente da especulação financeira sobre a criação de valores efetivos, com a consequente projeção para um futuro incerto de todos os preços e expectativas - tudo isso está em O Capital como tendência resultante dos processos então observados. Explicar a obra de Marx, portanto, é tarefa que parece esbarrar no lugar- comum de situações consideradas hoje normais, a tal ponto de dispensarem explicações. Desmascarar esta normalidade, isto é, o modo com que condições sociais historicamente específicas se apresentam como eternas e naturais, é justamente um dos objetivos centrais de tal obra. Mais do que descritiva e explicativa, ela é uma teoria crítica da sociedade atual, descobrindo a correlação profunda entre as dimensões positiva e negativa de sua realidade. Inspira-se, para tanto, na dialética de Georg Hegel (1770-1831), cujo caráter idealista condena, conservando o que chamará de "núcleo racional". Em poucas palavras: a dialética reproduz o movimento contraditório pelo qual algo se apresenta como o inverso do que é. Em sua versão hegeliana, de acordo com Marx, a dialética revelaria que, por trás da aparente diversidade das coisas, oculta-se o oposto, a unidade essencial do mundo - descoberta de enorme poder consolador. O acúmulo de capital de produtos industrializados somado à visão consumista mais a especulação financeira geram a produção de consumo; tudo isso está em "O Capital", como afirma Grespan. Karl Marx vem desmascarar a noção de que o capitalismo e sua dinâmica social, de simultâneo progresso e destruição, sejam ‘naturais’. Marx não nega os fenômenos do mercado, das decisões individuais, da liberdade de movimento dos agentes econômicos; mas também não aceita que tais fenômenos sejam simplesmente dados naturais. (GRESPAN, 2008) Karl Marx, ao formular suas teorias sobre o capital, não imaginaria o quanto o mundo mudaria. Nem podia supor como o próprio capitalismo dividir-se-ia. Vamos ver isso de forma diária. Para tanto, o exemplo aqui exposto será uma vaca. Estranhou? Sim, uma vaca, produtora de leite, fartura de carne, mas que representará aqui o poder e a divisão do capital. BUSCANDO CONHECIMENTO Capitalismo ideal: Você tem duas vacas. Vende uma e compra um boi. Multiplicam-se e a economia cresce. Você vende a manada e fica rico. Aposenta-se. Talvez, concordasse desde que todos pudessem fazer o mesmo, digo eu. Mas, atualmente, com a globalização e as adaptações às culturas regionais dos vários países e regiões, será que se manteriam incólumes a bondade e a pureza conceptuais acima expressas? Trata-se de um estudo sociológicoe econômico interessante. Testemos, pois, aplicando a situação da posse da parelha bovina a casos concretos. Comecemos: Capitalismo americano: Você tem duas vacas. Vende uma. Força a outra a produzir o leite de quatro vacas. Fica surpreendido quando ela morre. Capitalismo japonês: Você tem duas vacas. Redesenha-as para que tenham um décimo do tamanho de uma vaca normal e produzam vinte vezes mais leite. Cria desenhos de vaquinhas chamados VAQUIMON e vende-os para o mundo inteiro. Capitalismo inglês: Você tem duas vacas. Ambas são loucas. Capitalismo alemão: Você tem duas vacas. Elas produzem leite regularmente, segundo padrões de quantidade e horário previamente estabelecidos, de forma precisa e lucrativa. Porém, o que você queria mesmo era criar porcos. (www.estantevirtual.com.br/.../Revista_de_Cultura_Vozes) Claro que apresentei uma visão satírica de nosso dia-a-dia, mas que acho que você concorda com um fato: essa visão não está muito longe de nossa realidade. Mas vamos ver agora como chegamos a esses fatos bizarros da mais valia. A nossa interação com o mundo é necessária e o que percebemos é que cada vez mais a globalização se faz presente, mas é preciso que se saiba que a globalização não surgiu neste século. A primeira globalização data do período mercantilista e, para entender esse processo, é preciso antes atentarmos para o sistema de dominação mundial. Marx abordava o proletariado e a burguesia, utilizando-se de palavras, muitas vezes, só usada pelos intelectuais da época. Era um momento de construção de conceitos, alguns são utilizados até hoje. É bom deixar claro alguns conceitos que serão utilizados em nossos encontros com certa constância. É o caso da expressão “Status quo”, uma expressão latina (in statu quo ante) que designa o estado atual das coisas, seja em que momento for. Emprega-se esta expressão, geralmente, para definir um mau estado de coisas, com o qual se está descontente, mas que, por qualquer motivo, parece ser defendido por muita gente. Na generalidade das vezes em que é utilizada, a expressão aparece como "manter o statu quo", "defender o statu quo" ou, ao contrário, "mudar o statu quo". De forma simples, seria manter o estado da classe social que o individuo se encontra. UNIDADE 02 - O ESQUEMA DE DOMINAÇÃO E COLÔNIA DE EXPLORAÇÃO E COLÔNIAS DE POVOAMENTO CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: Nesta unidade, vamos caracterizar a fragmentação social, analisando os dominados e os dominadores, compreendendo a manutenção do “status quo” e explicitar as relações entre colônias de exploração e colônias de povoamento. ESTUDANDO E REFLETINDO Os países da Europa lutavam pelo acúmulo de riquezas, pois isso possibilita diferenciá-los no mercado mundial. Era preciso conquistar novas terras e criar uma política de mercado, mas o primeiro sistema foi o mercantilista, o que gerou um choque de interesses. Em outras palavras, os objetivos mercantilistas de um país eram anulados pelos esforços do outro país. Uma vez que havia choque de interesses por parte dos idealizadores do mercantilismo, concluíram que a solução mais adequada seria esta: cada país mercantilista dominaria áreas determinadas, dentro das quais pudesse ter vantagens econômicas declaradas. Surgiram, então, as ideias colonialistas. Seu objetivo básico era a criação de um mercado e de uma área de produção colonial inteiramente controlada pela metrópole. Com base nesses princípios, foi criado o sistema de exploração colonial, que se tornou o marco da colonização de toda a América Latina, incluindo o Brasil. Suas características essenciais foram as que seguem: • A produção colonial foi organizada com a função de complementar ou satisfazer os interesses dos países metropolitanos europeus. No caso do Brasil, por exemplo, foi organizada uma produção a fim de fornecer açúcar e tabaco, mais tarde, ouro e diamantes; depois algodão e, em seguida, café, para o comércio europeu. Não se objetivava, de modo algum, desenvolver na colônia qualquer atividade voltada para seus interesses internos. Essa era a maneira eficaz de amarrar a vida econômica da colônia à da metrópole. http://www.bing.com/images/ abri/2009 As colônias de exploração foram conquistadas pelos países dominantes da época, como é o caso do Brasil e de vários outros da América Latina, colonizados por portugueses e espanhóis. Essas colônias de exploração apresentavam as seguintes características: - Plantation, produções agrícolas para exportação (enormes extensões de terra); - A produção era para atender ao mercado externo (produtos agrícolas e metais preciosos); - Mão-de-obra indígena e negra. Já as colônias de povoamento eram terras de esperança, simbolizavam uma nova vida. Foi o caso, por exemplo, da colonização desenvolvida no norte e no centro dos Estados Unidos pelos ingleses, onde os laços coloniais eram mais brandos. As colônias de povoamento apresentaram as seguintes características: ⚫ Agricultura em pequenas propriedades; ⚫ Produção manufatureira; ⚫ Atendimento ao mercado interno; ⚫ Mão-de-obra livre. BUSCANDO CONHECIMENTO Nesta altura, alguns conceitos devem ser relembrados, para podermos dar seguimento a nossa leitura. Vamos a eles? Por Metrópole, entende-se o país que dominava a colônia. Produzia manufaturados, detinha o poder de decisões políticas e econômicas. Colônia de exploração correspondia à terra conquistada e dominada pela metrópole. Exercia a função de fornecedora de matéria-prima e de riquezas. À colônia só era permitido produzir o que a metrópole não tinha condições de fazê-lo. A esse mecanismo denomina-se pacto colonial. Vale dizer que a colônia não podia concorrer com a metrópole. Por sua vez, a competição colonial gerou a busca pelo controle do comércio colonial em seus setores mais lucrativos, como, por exemplo, o comércio negreiro de escravos. Dessa maneira, nasceram colônias totalmente enquadradas nos mecanismos de dominação do sistema colonial. O papel dessas colônias era servir como instrumentos geradores de riquezas para as metrópoles. As colônias não podiam se tornar independentes, não podiam pensar em se desenvolver, somente servir ao conquistador, como se isso fosse uma honra. Eram os interesses econômicos da metrópole que condicionavam os rumos da vida colonial, sendo autorizadas na colônia apenas atividades que permitissem a exploração de suas riquezas. www.historica.arquivoestado.sp.gov.br/materias/anteriores/edicao04/ma teria01/ - 46k – Você deve ter notado, pela leitura, que os países dominados não tinham direito de comercializar com mais ninguém, somente com seus conquistadores. O que se percebe é que a competição comercial dos países mercantilistas impulsion ou a competição colonial entre as potências européias, com a conquista e a exploração de colônias na América, na África e na Ásia. Uma vez que esses países possuíam terras de exploração e mão-de-obra barata, o enriquecimento foi rápido. Se você quiser saber mais sobre Karl Marx, capitalismo e o princípio da globalização ficam a sugestão de três livros, que abordam de maneira clara essas ideias: GRESPAN, J. Karl Marx. São Paulo: Publifolha, 2008. ROSDOLSKI, R. Gênese e estrutura de O Capital de Karl Marx. Rio de Janeiro: Contraponto, 2001. RUBIN, I. A teoria marxista do valor. São Paulo: Brasiliense, 1980. Para um melhor entendimento, acesse o site: http://novahistorianet.blogspot.com/2017/01/colonizacao-do-brasil.html UNIDADE 03 - COLONIZAÇÃO E GEOPOLÍTICA: ÁFRICA E AMÉRICA CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: A abordagem desta unidade abrangerá a contextualização da dinâmica capitalista mundial, da colonização e da geoplolitica:África e América. Pretendemos mostrar que estamos no meio deste tornado e que, por vezes, não percebemos como somos personagens desta história. ESTUDANDO E REFLETINDO O Capitalismo e suas transformações A transformação do capitalismo tem uma longa história. Mais do que transmissão de conteúdos, desejamos suscitar em você a reflexão. Para isto, leia, reflita e perceba o quanto o capitalismo está enraizado em nosso dia-a-dia: • Revolução industrial – essa revolução data de 1750, na Inglaterra, seguida pela França. • Segunda revolução, novas fontes de energias - metade do século XIX, novos países se industrializam: Alemanha, Estados Unidos, Itália e Japão. ✓ Surge o Imperialismo e a nova ordem mundial. ✓ Reafirmação da exploração da América Latina, Ásia e África. ✓ Interesse dos grandes exportadores na oferta de terras e de mão-de- obra. Os efeitos de tais transformações foram rapidamente notados: de 1860 a 1913, pois a produção industrial do mundo aumentou sete vezes. Em 1880, apenas 10% da população mundial estava produzindo; em 1914, essa cifra elevou-se para quase 30%. Assim, nos últimos vinte anos do século XIX, implantava-se uma nova ordem mundial, liderada pelas grandes potências industriais. Com a expansão do capitalismo, cresceu, vertiginosamente, a demanda por alimento e matéria-prima. Diante disso, cada potência industrial saiu em busca de suprimentos para atender as suas necessidades, dando origem ao fenômeno conhecido como imperialismo ou neocolonialismo. Imperialismo é o nome que se dá à dominação e exploração de países e povos pelas potências industriais, a fim de assegurar os necessários suprimentos em condições favoráveis. Em outros termos, trata-se de um modo de exploração essencialmente capitalista de um país a outro, mais poderoso do ponto de vista econômico e militar. Os países latino-americanos que se formaram ao longo da luta pela emancipação colonial foram, juntamente com a África e a Ásia, disputados pelos países industrializados, ingressando na nova ordem mundial como fornecedores de alimentos e matérias-primas. A mundialização do capitalismo e a geopolítica mundial no fim do século XX No final do século XX, as transformações mundiais ocorrem, há grandes guerras, corrida espacial, chegada do homem à lua, uso de armas nucleares, bipolarização, diminuição das distâncias entre as nações, perigo da destruição humana, fim do socialismo. Em contrapartida, surgem os movimentos de solidariedade humana. Com o final do socialismo, ocorre a mundialização do capitalismo e, com ele, os oligopólios internacionais: multinacionais, cartéis, trustes ou monopólio internacional/financeiro (surgem nessa fase as grandes potências americanas). BUSCANDO CONHECIMENTO Vamos ler um trecho retirado do site aproveitando para fazer uma reflexão. Após a 2ª Guerra Mundial Europa e Japão efetuaram a reconstrução econômica, com ajuda do Plano Marshall e com apoio econômico vindo dos EUA. Todos tentam se adaptar à Nova Ordem. Através das multinacionais, os países ricos se interligam aos países pobres. As multinacionais apresentam três processos inter-relacionados: • Movimentos internacionais de capitais – reconstrução dos países pós-guerra; • Produção capitalista internacional -tecnologia, controle da mão- de-obra, do mercado, a mão-de-obra muitas vezes estando fora do país de origem; • Ação de governo em nível internacional – decorre dos dois processos anteriores, como a criação da ONU, BIRD, FMI e das organizações supranacionais (blocos econômicos). O capitalismo se mundializa, o que resulta na unificação simultânea do capital e da força de trabalho mundiais. www.portaldodireito.com.br mar/2018. Com o fim do socialismo e o fortalecimento dos blocos econômicos, ocorre a descentralização de poder, surgindo a multipolarização, o que favorece o aprimoramento das empresas, que formam hoje, de maneira integral, o sistema financeiro internacional e, com isso, acontece a unificação das bolsas de valores mundiais. Nesta visão, é indiscutível que o capitalismo sempre visou a um único objetivo: o lucro. O imperialismo desenfreado, o individualismo cada vez mais enraizado e a crescente distância do bem-estar social deram vazão para a fixação da globalização, assim como para a segunda revolução industrial e seus reflexos na economia mundial. O capitalismo financeiro foi implantado no âmbito de uma disputa econômica do regime capitalista: a grande concentração do capital nas mãos de algumas empresas, que acabaram controlando a produção e a oferta de diversos bens e serviços. Assim, nessa nova etapa do capitalismo, o controle da produção de bens e serviços deixou de ser um processo pulverizado e concentrou-se nas mãos de grandes empresas, estruturadas, sob a forma de sociedades anônimas. Essa etapa do capitalismo - embora tenha se manifestado como nova realidade desde o século XIX - solidificou-se após a Primeira Guerra Mundial, quando as empresas passaram a controlar diferentes setores de atividades de seu produto final, abrangendo, desde a produção de matérias-primas até as ferrovias, que eram utilizadas para escoar seus produtos. Esses conglomerados econômicos assumiam a forma de trustes (empresas que detêm ou monopolizam isoladamente grande parte da produção e do mercado consumidor e cartéis). Isso implicava o fim do livre-comércio nos moldes propostos pelo liberalismo clássico. Os mecanismos econômicos estabelecidos pelos princípios ideológicos do livre-comércio ficaram bastante enfraquecidos. Mas para que o assunto fique mais claro, leia as sugestões a seguir. No site www.portaldodireito.com.br, você encontrará vários conceitos, que acredito que o ajudará a compreender melhor nossa aula, aproveitando para fazer uma reflexão sobre a divisão do capitalismo. UNIDADE 04 - A CRISE DE 29 CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: Explicitar as grandes mudanças da década de 20 e implicações no capitalismo mundial. Iremos estudar sobre as grandes mudanças da década de 20 e como isso refletiu no capitalismo mundial da época e das décadas que se sucederam. ESTUDANDO E REFLETINDO Na década de vinte, os EUA encontravam-se em uma fase de grande crescimento econômico, alavancando a economia do mundo inteiro. Contudo, começaram a encontrar sérias dificuldades econômicas, a partir de 1925, devido, principalmente, ao fato de os salários não terem acompanhado o aumento da produção. Assim, havia muitos produtos, porém não havia quem os comprasse, pois os salários eram pequenos e os empregos foram reduzidos, gerando, assim, uma superprodução e uma crise no sistema econômico. Os agricultores passaram a contratar empréstimos para armazenar seus produtos e, como não davam conta de pagá-los, perdiam suas terras. As indústrias, sem consumidores, foram obrigadas a reduzir sua produção e a demitir milhares de funcionários. Obviamente, toda essa crise chegou ao mercado de ações, ocasionando o “crash” (quebra), pois o preço de suas ações caia constantemente. Assim, diversos bancos, seguradoras, indústrias, foram à falência, provocando o desemprego de mais de 12 milhões de norte-americanos. A crise afetou o mundo todo. Se os EUA, que eram os principais consumidores de inúmeros produtos no mundo inteiro, estavam passando por problemas financeiros enormes, não haveria mais quem comprasse tais produtos. Com isso, desencadeou-se a diminuição da produção e o desemprego em todo o mundo. A solução para a crise foi a mudança na política econômica americana, empregada pelo presidente eleito Franklin Roosevelt. Para ele, o Estado deveria atuar e reger a economia, contrariando a ideia do liberalismo econômico. Assim, após a criação de grandes obras de infraestrutura, salário-desemprego, assistência aos trabalhadores, concessão de empréstimos,os Estados Unidos conseguiram retomar seu crescimento econômico gradativamente. BUSCANDO CONHECIMENTO A crise de 29, começou nos Estados Unidos e se estendeu pelo mundo todo. Mas o que ocasionou essa crise? Bom, seus principais fatores foram: -a excessiva austeridade monetária do governo norte-americano na década de 20 - o enxugamento dos recursos financeiros internos provocou a diminuição da quantidade da moeda corrente no mercado para compra produtos. -superprodução - o mercado consumidor não era capaz de absorver a produção, o que resultou a diminuição da produção e o desemprego. -onda de especulação nas bolsas de valores - os investidores eram atraídos por lucros que não eram gerados no sistema produtivo; compravam ações com a certeza de que outros as comprariam, posteriormente, por um preço mais elevado. http://www.historiadigital.org/ Em outubro, ocorreu a quebra da bolsa de valores de New York, iniciando um longo período de recessão e desemprego, que afetaria o mundo inteiro. Essa crise só foi solucionada com a Segunda Guerra Mundial. Você pode imaginar por quê? Simplesmente pelo fato de o capitalismo tender a solucionar seus problemas econômicos com guerras, demonstrando-nos sua racionalidade transcendental. A guerra chegou ao fim e, como sabemos, os EUA constituíram-se no grande vencedor desta crise. Na década de 50 e 60, é dado o primeiro passo em direção à globalização. Apresentamos aqui um breve resumo, para não perdermos o fio da meada: 1950 - 1960 Nesta época ocorreu a Intensificação do processo de globalização da economia capitalista, nos anos de 1950 e1960: - Do lado capitalista, surgem os planos de ajuda econômica - como o Marshall, na Europa e o plano Colombo, na Ásia; - Grandes multinacionais ganham o mercado consumidor. UNIDADE 05 – NEOLIBERALISMO CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: Explicitar o conceito de Neoliberalismo, as mudanças que ocorreram, a liberdade comercial, a livre concorrência com a mínima interferência do Estado na dinâmica socioeconômica. ESTUDANDO E REFLETINDO Iniciamos nosso estudo, a partir da definição de Neoliberalismo. Poderíamos defini-lo como a minimização da interferência direta do Estado na dinâmica socioeconômica de um país. Seus defensores acreditam que o mercado livre é a única forma de atingir a máxima eficiência econômica, incluindo a melhoria das condições sociais. Os fatos decorrentes dessa política econômica são: -a crise nas balanças comerciais de mercados voláteis; -as crises financeiras de projeção internacional; -o desemprego estrutural ou tecnológico; -a automação industrial e de serviços; -a terceirização da produção industrial, dos serviços e da mão-de-obra; -o fortalecimento dos grandes blocos regionais no mundo; -a intensificação do abismo que separa ricos e miseráveis. Podemos afirmar que a visão hoje é relacionada, exclusivamente, ao neoliberalismo, já que a visão do bem-estar social se perdeu na história. Se antes, no período das grandes descobertas, o Continente Africano agregava interesse comum ao continente Europeu, agora, o Continente Africano ficou no esquecimento, pois, neste momento, o que interessa é o capital, o lucro, o individualismo e os baixos gastos. A África continua sendo vista como um continente miserável, digno de pena, mas a quem poucos querem ajudar. Apesar de sua exploração ter sido constante pelos europeus, nenhum destes países parece se sensibilizar com as desgraças deixadas por seus antepassados. Já a América Latina começa a ser revista com grande interesse. O dualismo geopolítico da América já é bem conhecido por todos; a América do Sul vem sendo revista, desde os tempos do tratado de Tordesilhas, mas qual a visão dos dias de hoje? Os países latinos continuam à mercê da vontade norte-americana que, mesmo abalada economicamente, mantém seu perfil assustador de dominação. Vale dizer que a América Latina parece se apresentar de maneira mais equilibrada, se comparada à maioria dos países do Continente Africano. Desde os tempos mais antigos, o interesse de conquista dos mais fortes sobre os mais fracos é apresentado através de táticas, que têm sido concebidas nos círculos militares como "a arte de utilizar tropas na batalha" e a estratégia como "a arte de utilizar batalhas para vencer uma guerra". Como observou o historiador, Paul Kennedy, em Grand Strategies in War and Peace: uma verdadeira grande estratégia" está "preocupada com a paz tanto quanto (talvez mesmo mais ainda) com a guerra... com a evolução ou integração de políticas que deveriam vigorar durante décadas, ou mesmo séculos. KENNEDY, 1991, P.58. BUSCANDO CONHECIMENTO As estratégias geopolíticas englobam o domínio de recursos importantes, como os minérios e as redes de transportes, dos meios econômicos locais, das populações e posições militares vitais. As grandes estratégias de glória no passado foram aquelas de impérios duradouros e que foram capazes de manter o seu poder sobre grandes espaços geográficos durante extenso período da história. É preciso perceber que o que está em jogo não é a conquista, mas o capitalismo globalizado, como sistema de desenvolvimento econômico e lucrativo. Diante disso, entende-se, portanto, que conquistar, hoje, não é colonizar, pois colonizar equivale a gastos, mas é terceirizar, não acarretando ao país desenvolvido gastos com a exploração. O interesse do mercado financeiro dita quem ou o que será de interesse global. Ora, isso não implica o domínio local geopolítico permanente, mas, sim, o momentâneo. A palavra valia muito no passado. Antigamente, quando um homem dava sua palavra, negócios eram fechados, pois isso bastava para uma negociação. Com a mudança no mundo, o crescimento do comércio e a globalização, a desconfiança tomou conta das ruas, dos municípios, dos estados, dos países, do mundo e já não há mais espaço para um simples aperto de mão. É preciso a documentação, carimbos e mais carimbos, para que o negócio vingue. Hoje vivemos em constate mudança, tudo o que fazemos parece ser dinâmico, até os dias parecem passar mais rápido. Isso se deve, principalmente, a mudanças de hábitos: antes acordávamos cedo e dormíamos cedo, conversávamos nas varandas, fazíamos as refeições em casa, comprávamos na mercearia da esquina. A vida dava a impressão de ser mais vagarosa, menos preocupada e mais saudável, porém com menos recursos e tecnologia. O mundo mudou, exige mais dinamismo, menos intimidade, mais tecnologia, mais rapidez. Os que estavam aptos às mudanças não reclamaram, foram em busca das informações, da modernidade e da tal tecnologia. Mas, vamos tentar analisar os benefícios da globalização para a humanidade. Essa nova cultura de massas se origina, principalmente, nos Estados Unidos. O “modo de viver americano” é bem difundido nos filmes, pelas notícias, pelos fast-foods, até mesmo pelo modelo político. Mas hoje também temos fácil acesso a outras formas de cultura de todas as partes do mundo. A globalização, apesar de ser fenômeno recente, apresenta, como observamos, várias dimensões: social, política, econômica e cultural. Esse fenômeno é, portanto, uma intensificação do fluxo de mercadorias e serviços, capitais, tecnologia e pessoas. Isto é possível graças ao desenvolvimento de novas tecnologias após a Terceira Revolução Industrial. Desde a década de 70, graças aos chips, têm-se conseguido construir computadores cada vez menores e mais rápidos. Com isso, houve um grande desenvolvimento na produção, nos transportes e nas comunicações. A revolução da informáticafacilitou o fluxo de informações em escala mundial. Neste período científico-tecnológico, o capitalismo integrou muitos países em um único sistema. Leia abaixo o diz o geógrafo Milton Santo sobre esse aspecto. só que a globalização não é apenas a existência desse novo sistema de técnicas. Ela é também o resultado das ações que asseguram a emergência de um mercado dito global, responsável pelo essencial dos processos políticos atualmente eficazes (...) um mercado global utilizando esse tipo de técnica resulta de uma globalização perversa. (SANTOS, 2008a, p. 24). Dizemos isso porque, em séculos passados, uma civilização, muitas vezes, nem sabia da existência da outra. De lá para cá, está surgindo um mundo quase totalmente integrado – um sistema mundo – que, evidentemente, está controlado a partir de alguns centros de poder econômicos e políticos. Conforme Santos: o período atual tem como uma das bases esse casamento entre a ciência e a técnica, essa tecnociência, cujo uso é condicionado pelo mercado. Por conseguinte, trata-se de uma técnica e de uma ciência seletivas. Como, frequentemente, a ciência passa a produzir aquilo que interessa ao mercado, e não à humanidade em geral, o progresso técnico e científico não é sempre um progresso moral. (SANTOS, 2008a, p.65). Outra fase da globalização é que ela envolve o mundo de uma forma bastante desigual, pois há lugares que estão mais integrados que outros. É urgente que se aprofunde a integração de blocos econômicos, buscando-se retirar barreiras que dificultam o fluxo de mercadorias e que se estabeleçam acordos que resultem em mercados comuns ou zonas de livre comércio. UNIDADE 06 - MUNDIALIZAÇÃO DO CAPITALISMO CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: Explicitar a atual visão do sistema capitalista, por meio do desenvolvimento tecnológico. ESTUDANDO E REFLETINDO A Nova Ordem Mundial Com a falência do sistema socialista na Rússia e em quase todos os demais países que o haviam adotado, o mundo se vê dominado pelo capitalismo. É nesse cenário que, nos últimos anos, se instala a chamada nova ordem mundial, caracterizada por ter vários polos de influência: Japão, Alemanha, EUA, União Europeia, nos quais o que vale é a capacidade econômica dos países, ou seja, sua disponibilidade de capitais, o avanço tecnológico, a qualidade de mão-de-obra, o nível de produtividade e, sobretudo, sua capacidade de concorrência com seus iguais. Blocos Econômicos Com a economia mundial globalizada, a tendência comercial é a formação de blocos econômicos, criados com a finalidade de facilitar o comércio entre os países membros. Adotam redução ou isenção de impostos ou de tarifas alfandegárias e buscam soluções em comum para problemas comerciais. Em tese, o comércio entre os países constituintes de um bloco econômico aumenta e gera crescimento econômico para os seus integrantes. Geralmente, esses blocos são formados por países vizinhos ou que possuam afinidades culturais ou comerciais. Esta é a nova tendência mundial, pois cada vez mais o comércio entre blocos econômicos cresce. Economistas afirmam que ficar de fora de um bloco econômico é viver isolado do mundo comercial. Assim, o que inicialmente representava um pequeno negócio internacional, transforma-se em um verdadeiro bloco de integração econômica, no qual os planos e metas são vistos e revistos a todo instante; a busca pelo desenvolvimento e troca de tecnologias se torna necessária; a produção e o consumo se aliam e todos os envolvidos acabam percebendo ser indispensável esse tipo de convivência para a sobrevivência de seus investimentos e o equilíbrio de suas contas. Tudo isso não era pensado e não era tido como imperioso anteriormente, mas, hoje, torna-se impossível imaginar uma realidade de modo diverso, sem a presença de siglas, como: UE, NAFTA, MCCA, CARICOM, PACTO ANDINO, MERCOSUL. BUSCANDO CONHECIMENTO UE - UNIÃO EUROPEIA- Conhecida inicialmente como Mercado Comum Europeu (MCE, 1957), depois, como Comunidade Econômica Europeia (CEE), o bloco formado por países da Europa ocidental mudou de nome, em 1993, quando o Tratado de Maastricht (assinado em 1991, na cidade Holandesa, Maastricht), entrou em vigor. O Tratado da União Europeia prevê uma moeda única - o Euro; a cidadania da União, o fortalecimento da economia. Em 1957, eram seis os países membros, a saber: França, Itália, Alemanha, Bélgica, Holanda, Luxemburgo. Nos anos 80, eram doze, em 1995 passaram a ser quinze e, a partir de 2004, tornaram-se vinte e cinco os países-membros (Alemanha, Bélgica, França, Espanha, Portugal, Grécia, Irlanda, Luxemburgo, Dinamarca, Reino Unido, Itália, Países Baixos, Suécia, Áustria, Finlândia, Estônia, Letônia, Lituânia, Polônia, Hungria, Rep. Tcheca, Eslováquia, Eslovênia, Chipre, Malta). MCCA – Mercado Comum Centro Americano – Surgiu, em 1960, na tentativa de promover a paz na região, afetada por graves conflitos bélicos. O bloco reúne uma população de 33,7 milhões de habitantes, possuindo um PIB de US$ 59,2 bilhões, com exportações no valor de US$ 18,0 bilhões e importações alcançando os US$ 24,3 bilhões. São Países Membros do MCCA: Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua e Panamá. Pacto Andino - Em 26 de maio de 1969, pelo Acordo de Cartagena, Colômbia, Peru, Venezuela, Equador, Bolívia e Chile criaram uma União Aduaneira e Econômica, para fazer restrições à entrada de capital estrangeiro, com base em estudos da Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL), órgão da ONU. Ressalte-se que esse pacto foi substituído pelo CAN- Comunidade Andina. Esse bloco econômico reúne uma população de 114,9 milhões de habitantes, que gera um PIB de US$ 279,3 bilhões, com exportações alcançando os US$ 65,9 bilhões e importações no valor de US$ 52,6 bilhões. São Países-Membros da CAN: Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela. CARICOM - Mercado comum e Comunidade do Caribe - É um bloco de cooperação econômica e política, criado em 1973, formado por quatorze países e quatro territórios da região caribenha. O Caricom tem uma população de 14,6 milhões de habitantes, um PIB de US$ 28,1 bilhões, exportações girando em torno dos US$ 12,6 bilhões e importações alcançando os US$ 15,9 bilhões. São Países-Membros do CARICOM: Antigua e Barbuda, Bahamas, Barbados, Belize, Dominica, Granada, Guiana, Haiti, Jamaica, Montserrat, Santa Lúcia, São Cristóvão e Neves, São Vicente e Granadinas, Suriname e Trinidad e Tobago. NAFTA - Constitui-se um instrumento de integração das economias dos EUA, do Canadá e do México. O NAFTA (North America Free Trade Agreement) foi iniciado em 1988, entre norte-americanos e canadenses e, por meio do Acordo de Liberalização Econômica, assinado em 1991, formalizou-se o relacionamento comercial entre os Estados Unidos e o Canadá. Em 13 de agosto de 1992, o bloco recebeu a adesão dos mexicanos. O bloco econômico do NAFTA abriga uma população de 417,6 milhões de habitantes, produzindo um PIB de US$ 11.405,2 trilhões, que gera US$ 1.510,1 trilhão de exportações e US$ 1.837,1 trilhão de importações. São Países-Membros do NAFTA: Estados Unidos, Canadá e México. MERCOSUL- O Tratado de Assunção (26/03/1991) e o Protocolo de Ouro Preto (17/12/1994) criaram o Mercado Comum do Sul ou MERCOSUL, uma organização internacional formada por quatro países membros: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai e mais dois associados: Bolívia (tratado assinado em 28/02/1997) e Chile (tratado assinado em 25/06/1996), na região denominada Cone Sul do Continente Americano. São Países-Membros e Associados do MERCOSUL: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai e, associados, Bolívia e Chile. Outro ponto a ser levado em conta na globalização é a nova DIT – Divisão Internacional do Trabalho, cujos preceitos não implicam apenas a busca de matéria prima, mas,principalmente, mão de obra barata. Vamos relacionar os países aos principais setores: • Países desenvolvidos – setor secundário e terciário • Países subdesenvolvidos industrializados – setor primário e setor secundário • Países subdesenvolvidos não industrializados – setor primário Outra divisão a ser relembrada é a divisão de mundo: • Primeiro mundo - países desenvolvidos • Segundo mundo – países socialistas • Terceiro mundo – países subdesenvolvidos UNIDADE 07 - MODELO AMERICANO CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: Explicitar as causas que propiciam a geografia das desigualdades. Relembramos alguns conceitos que deram a fundamentação para a chamada globalização; em seguida, traçamos um esboço do capitalismo globalizado nos países subdesenvolvidos, fornecendo uma visão neoliberal. ESTUDANDO E REFLETINDO A globalização está concentrando renda: os países ricos ficam mais ricos e os pobres mais pobres, pois, ainda hoje, as tarifas de importação beneficiam muito mais os produtos exportados pelos países ricos. Os países ricos continuam subsidiando seus produtos agrícolas, o que inviabiliza as exportações dos países mais pobres. A geopolítica mundial está se ajustando aos arranjos e rearranjos desse novo espaço mundial, que é a chave para explicar as diferentes lógicas da ordenação territorial, juntamente com a própria geopolítica. Essa nova ordenação territorial passa pelo modo de produção capitalista, que é a base da nova ordem mundial. O modo de produção capitalista levou à formação de grandes monopólios (multinacionais), fato que se tornou mais evidente e forte com o fim do socialismo. O domínio do expansionismo das grandes corporações deve-se, principalmente, à necessidade de mobilidade de capitais, ao avanço da produção e à ação internacional dos governos mais poderosos. Por mobilidade de capitais entende-se que o sistema financeiro precisa agir em novas áreas de investimentos para poder se expandir. Ocorre que, com a mobilidade de capitais, o avanço tecnológico é cada vez maior, que acarreta o aumento de produção. Diante disso, o governo acaba influenciando essas áreas de expansão do sistema capitalista. BUSCANDO CONHECIMENTO Chegou o momento de verificarmos os pontos principais da globalização, com destaque para a América Latina, dentre os quais merecem destaque: -A mundialização do capitalismo é um fenômeno que, recentemente, ganhou força na economia mundial, devendo ser amplamente estudado e discutido, por possuir alguns pontos que necessitam ser acertados, tais como: patentes, padrões mundiais, territorialização, Estado-nação; -A mundialização não significa, necessariamente, a homogeneização dos mercados mundiais, ela pode ser adaptada aos mercados locais, onde existem culturas e leis diferentes; -O final do século XX foi marcado por inúmeras transformações no mundo, em praticamente todos os segmentos. O mundo contemporâneo rompeu as distâncias, com a impressão de que o espaço diminuiu, aproximando os povos mais distantes, uniu e separou Estados-nações, novas potências emergiram, enquanto que velhas potências submergiram. Por outro lado, houve também a disseminação das guerras e dos conflitos mundiais do terrorismo. Ao mesmo tempo em que a discordância avançou pelo mundo, a solidariedade entre os povos também aumentou, pois a luta entre o bem e o mal continua, o problema é saber o que é o bem para um Estado-nação e o que é o mal. Outro termo muito conhecido é o conflito norte-sul. Essa denominação foi atribuída à divisão geopolítica do mundo, a partir do fim da Guerra Fria. O bloco norte é composto por países desenvolvidos e subdesenvolvidos industrializados. O bloco sul é composto por países industrializados e também não industrializados. Países desenvolvidos são considerados os produtores de novas tecnologias e, nestes locais localizam-se as matrizes das maiores multinacionais do mundo globalizado. Já no bloco sul, encontram-se países subdesenvolvidos, industrializados ou agrícolas e dependentes das tecnologias desenvolvidas pelos países do bloco do norte. Um problema decorrente do conflito norte x sul é o de origem econômica. Os países ricos, cada vez mais, distanciam-se dos países pobres. Essa desigualdade levou à divisão dos países do Norte como desenvolvidos e os do Sul, como subdesenvolvidos. A principal arena de disputa entre estes dois blocos é a OMC (Organização Mundial de Comércio), em que os países do sul lutam pelo fim dos subsídios agrícolas, uma vez considerarem altamente prejudiciais aos seus interesses no comércio internacional. Os países do norte têm no G8 os seus principais representantes, enquanto os do sul estão representados no G20. A globalização é a interligação econômica, cultural, de comunicação e informação, entre todo o mundo. Ela é a confirmação da “incrustação” do capitalismo. É a expansão do capitalismo e a sua vitória sobre o socialismo. As corridas armamentistas deram espaço para as corridas financeiras. Tanto é que as guerras atuais têm mais um fundo nacionalista do que econômico. A guerra acontece na bolsa de valores, de mercadorias e de frutos, em todos os mercados do mundo. As estratégias são formuladas nas grandes corporações, nas sedes dos grandes bancos, com a influência de vários países, tendo como campo de batalha um mercado mundial altamente globalizado. Com a globalização, houve o aumento de circulação de mercadoria entre países, através das redes de transportes, devido às transnacionais, que abriram filiais em todos os lugares do mundo e pressionaram para que houvesse redução das barreiras alfandegárias à circulação de produtos pelos países, o que ajudou a globalização de consumo, que é resultado de uma maior produção. Para Milton Santos, o avanço das infraestruturas estão ligados fora do seu lugar de origem: as infra estruturas presentes em cada lugar não dependem exclusivamente do tipo e volume de produção: dependem também de seu destino, o que obriga a levar em conta os processos de circulação. Em outras palavras, as infra estruturas presentes em cada lugar encontram, em grande parte, explicação e justificativa fora do lugar. (SANTOS, 2008c, p. 61) Os processos globais afetam a estrutura social local das cidades, alterando a organização do trabalho, a distribuição dos ganhos, a estrutura de consumo e criam novos padrões de desigualdade social urbana. Ao contrário do que fora previsto por alguns pesquisadores e analistas, o espaço local não perdeu sua importância com o desenvolvimento das telecomunicações e das indústrias de informação; pari passu à dispersão das atividades econômicas da globalização, as cidades adquiriram novas formas de composição do capital e de centralização territorial, associadas aos novos arranjos de gerenciamento e comando operacional dessas atividades em escala planetária, segundo Saskia Sassen (1998:13). A mundialização da produção e dos mercados possui capacidades equivalentes tanto para integrar como para excluir e isso, por si só, esvazia o argumento do poder de abrangência totalizante da globalização. A concepção do universo global como uma nova totalidade histórica pauta-se na premissa da metamorfose da sociedade nacional em sociedade global, que é dada pelo fim do Estado-nação e do Estado, enquanto instituição política responsável pela regulamentação da produção e distribuição dos meios materiais de existência. A globalização alimenta a diversidade de perspectivas, a multiplicidade dos modos de ser, a convergência e a divergência, a integração e a diferenciação; com a ressalva fundamental de que todas as peculiaridades são levadas a recriar-se no espelho desse novo horizonte, no contraponto das relações, dos processos e das estruturas que configuram a globalização.”(IANNI, 2001, p.30). Ianni afirma e defende aideia de que a globalização é um novo ciclo intensivo e extensivo de desenvolvimento, em que o capitalismo ingressou em escala mundial. O capitalismo, então, já teria nascido global. O que importa é globalizar, não humanizar. UNIDADE 08 - OS DILEMAS DO DESENVOLVIMENTO CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: Explicitar os dilemas do desenvolvimento para a América Latina. Nesta unidade, vamos nos aproximar mais ainda de nossa realidade, pois o conteúdo a ser abordado é sobre dilemas do desenvolvimento na América Latina. ESTUDANDO E REFLETINDO “Em um lindo dia de domingo, um homem (vamos chamá-lo de José), resolveu ir à praia. Pegou seu carro e, ao alvorecer, foi para a estrada e começou a descer a serra. As curvas pareciam intermináveis. Em um trecho de extremo perigo, uma mulher que vinha no sentido contrário, colocou a cabeça para fora do carro e gritou: PORCO! José, indignado, respondeu: VACA! Ao fazer a curva seguinte, atropelou um porco, provocando um enorme congestionamento na estrada litorânea.” Você notou que, assim como José, nós carregamos paradigmas, que, às vezes, são tão fortes que não conseguimos ver a verdade. O José da nossa história, por exemplo, impregnado pelo dia-a-dia das ofensas, dos maus tratos globalizados, não se ateve ao fato de que a palavra dita poderia mesmo ser um aviso e não uma ofensa, o que ocasionou sérios transtornos. Por extensão, quando abordamos o assunto comparativo entre a América Latina e o Continente Africano, precisamos desativar nosso paradigma de inferioridade e atermo-nos aos fatos. Ora, percebe-se que um número importante de países africanos estão dispostos no mercado, porém, as taxas de investimento mantêm-se ainda muito baixas, o que significa que ganhos temporários nas reformas de política econômica ainda são vigentes, mas isso não assegura uma economia estável. Leia agora essa sucinta apresentação, retirada de Full text of an article from Revista ELO Cooperação e Desenvolvimento. No. 28, August 1998/ abril 2009: A este respeito um estudo recente de avaliação dos Programas de ajustamento estrutural apoiados pelo FMI, feito por consultores externos, «o aumento do investimento não pode ser financiado predominantemente pela poupança doméstica, porque os rendimentos nesses Países são baixos...» e que «... serão necessários fluxos de capital tanto privado como público até que os rendimentos atinjam um nível suficiente para sustentar o crescimento econômico induzido internamente.» Ao mesmo tempo, e para os Países bem colocados, apresenta-se uma janela de oportunidade para recepcionarem os fundos de investimento que procuram diversificação da sua carteira após o advento da crise asiática. Comércio e Investimento - ou por outras palavras, ter acesso ao mercado privado de capitais e à mobilização de recursos domésticos - constitui a espinha dorsal do financiamento do desenvolvimento. Mas não se pode subestimar o papel que a Ajuda Pública ao desenvolvimento ainda pode prestar aos nossos países. Sei que é desencorajador verificar que a Ajuda Pública ao Desenvolvimento caiu para níveis historicamente mais baixos, numa altura em que já se começa a dominar a maneira mais eficiente de utilizá-la. Sem um fluxo sustentado de capitais externos, até os países mais bem colocados arriscam-se a conhecer retrocessos e permitir que isto aconteça é, de fato, correr um risco demasiado sério, num mundo cada vez mais interdependente, em que os problemas de um país facilmente se transmitem para além das suas fronteiras, portanto, é preciso combatê-lo, para isso é preciso uma conscientização coletiva. A África, por exemplo, apesar do processo de independência ocorrido após a Segunda Guerra, ainda apresenta uma série de problemas crônicos que vão desde a falta de indústrias até os piores indicadores sociais do planeta. Características que colocam o continente como um dos mais miseráveis. O subdesenvolvimento econômico-social do continente está ligado à famosa colonização de exploração que destruiu toda a economia de subsistência e que, mal ou bem, conseguia alimentar a população, além de não permitir o desenvolvimento da indústria através do famoso Pacto Colonial. Os europeus destruíram esse modelo e implementaram as plantations e, posteriormente, a mineração em grande escala. Aproveitaram-se de vários mecanismos para tornar a mão-de-obra barata, quase semi-escrava. A indústria ficou atrelada às necessidades das metrópoles que não permitiam qualquer tipo de concorrência. Enquanto isso, a população ficava sem terras férteis, já que a concentração fundiária ganhou grandes proporções. Com uma mão-de-obra até hoje sem especialização e uma economia sem tecnologia, o continente ainda está no período da pré-revolução industrial. Consequentemente, para reverter esse quadro, o continente é obrigado a comprar tecnologias (defasadas do Primeiro Mundo) com preços altíssimos, alimentando ainda mais a ciranda do endividamento externo e dificultando os investimentos nas áreas sociais. Devemos ressaltar que as elites africanas colaboram com esse mecanismo, pois são “compradas”, através do cooptação político-econômica, e sempre contará com a ajuda das antigas metrópoles, bastando, para isso, não mudar as relações econômicas favoráveis a elas. A miséria absoluta que atinge o continente é decorrente de todo o processo descrito acima e torna-se mais preocupante em função das guerras civis que atingem quase todo o continente. Depois da Somália, que horrorizou o mundo numa guerra fratricida e contou com a presença desastrada dos EUA, no início dos anos 90, o Burundi tornou-se a "bola da vez", na segunda metade da década passada. Agora que a globalização é atacada, é conveniente lembrar alguns dos seus esquecidos beneficiários. Para tanto, apresentamos a África e o desafio da globalização. A leitura a seguir, vem nos mostrar o que os países africanos têm como desafio, não só para o seu desenvolvimento, mas para a sua própria sobrevivência. BUSCANDO O CONHECIMENTO A desigualdade social, tanto no Brasil quanto em qualquer outro país do continente americano vem desde o início das gerações. Sabe-se que a melhoria das condições de vida da população não dependente apenas do crescimento econômico, ou seja, do aumento da produção bens e da geração de serviços, mas também na forma de distribuir essa renda. De acordo com Lucci (2008, p.198) É a partir do exame da distribuição de renda que se podem avaliar as diferenças e quantificar a pobreza e o grau de justiça social de uma sociedade. A América Latina sofre uma enorme desigualdade, os países da região com melhor distribuição de renda ainda permanecem mais desiguais do que qualquer outro da Europa Ocidental. A desigualdade, na distribuição de renda gera níveis menores de ação social e provocam conflitos e violência. Caracterizar a situação da pobreza de um país, portanto, não é tarefa simples. O Brasil é o campeão das diferenças relativas à renda entre ricos e pobres e sua desigualdade de renda não é fenômeno recente, nem tem sido prioridade política, nos últimos anos, nas ações públicas de alguns governos. No caso do Brasil, o atual governo tem aplicado políticas para amenizar as desigualdades sociais, mas estamos longe de solucionar o problema. É verdade que ocorreram melhoras, mas a própria mídia parece trabalhar em sentido contrário. Poucos são os meios de comunicação que lutam por um país mais justo e isso é fato de longa data. O desemprego é um dos grandes fatores que vêm se configurando em um dos problemas sociais do mundo inteiro, neste período de transição do século XX para o século XXI. As causas do desemprego são diversas, mas estão relacionados, de forma geral, com o baixo índice de crescimento econômico de um país, estado ou município. A América Latinaé a mais urbanizada das regiões subdesenvolvidas tendo uma taxa média de 76% de urbanização maior que a África e Ásia. Essa urbanização, além de formar grandes metrópoles, na maioria das vezes, ocorreu de forma desordenada, o que possibilitou o surgimento de áreas urbanas extremamente deterioradas. De acordo com Boligian (2005, p.99) Essa situação provocou o empobrecimento de uma grande parcela da população, que acabou não tendo condições econômicas de ocupar as áreas mais bem equipadas da cidade, onde os preços dos imóveis e alugueis são muito elevados. UNIDADE 09 - MODELO GLOBALISTA COM DIFERENTE LINEARIDADE CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: Explicitar o fenômeno da globalização adotado pelo Chile e pelo Brasil, propiciar conhecimentos sobre a crise na Argentina, decorrente do neoliberalismo; e abordaremos o modelo intervencionista da Venezuela e Bolívia. ESTUDANDO E REFLETINDO O Chile persegue a globalização estruturalmente dependente de país periférico primário, dito liberal-exportador, ao passo que o Brasil coloca sua vocação industrial no topo dos valores da alta política internacional. Assim, o primeiro corre atrás do acordo de livre-comércio com os Estados Unidos, ao passo que o segundo bloqueia a criação da ALCA, recusa-a como também o faz a outros acordos bilaterais ou interblocos, que estabeleçam a perpetuação das estruturas hegemônicas do capitalismo sobre países emergentes, enfim reforça seu poder em coalizões decididas a bloquear a produção do ordenamento ou de regimes globais que não realizem a reciprocidade real dos interesses entre estruturas hegemônicas e países periféricos. Embora distantes em sua visão de mundo e em seus objetivos externos, é notável a conduta logística dos Estados, no Chile e no Brasil, a secundar a sociedade, que anda por si, mas conduzida pela mão, não da providência, mas da dirigência nacional. Para o Chile, mercados externos para os produtos da terra; para o Brasil, mercado para produtos agrícolas e industrializados, internacionalização de empresas de matriz nacional, diplomacia multilateralista de reciprocidade real no mundo da interdependência global. Para o Chile, juros baixos, combate à especulação financeira e elevada taxa de crescimento; para o Brasil, elevada taxa de juros, especulação financeira e crescimento medíocre. Para o Chile, integração regional secundária, visto que a meta externa prioritária consiste em alcançar pela via do livre-comércio mercados em condições privilegiadas; para o Brasil, integração regional sobrevalorizada, atrelada a seu projeto sul-americano de integração produtiva. Já a Argentina pode ser vista como um modelo de introspecção nacional. Para entendermos, é preciso conhecer um pouco da história. Nesse início do século XXI, o nexo entre Estado Nacional, globalização e integração se configura na Argentina como modelo diferente relativamente aos dois anteriores. Nesse modelo argentino, não prevalece a logística da globalização como no Chile e no Brasil, tampouco a intervenção econômica estatal, em dose comparável ao que sucede na Venezuela e na Bolívia. Fortalece-se, contudo, o papel do Estado. A Argentina busca soluções de dentro para os problemas gerados pela crise do neoliberalismo, que foram os mais graves da região. Por tal razão, globalização e integração caem para segundo plano nas estratégias de ação interna e externa. O lastro histórico, econômico e social da nação, a mais robusta e bem distribuída dentre todas as nações da América do Sul, parece suficiente para arrancar de dentro as forças com que manter a estabilidade, combater a especulação financeira, atrair capital e empreendimentos e exibir elevado ritmo de crescimento. Em suma, o modelo de introspecção nacional funciona e produz resultados. A integração é vista pela Argentina como integração comercialista e essa perspectiva, conquanto dê continuidade à própria maneira de concebê-la, afasta o país do projeto brasileiro-venezuelano de integração produtiva. Após a prevalência de três fenômenos de fundo das relações internacionais, durante a última década do século XX - globalização, integração e depreciação do Estado Nacional - o mundo entra em fase de crise, com retorno do Estado e explicita incapacidade de fazer avançar o ordenamento multilateral global, como também os processos de formação de blocos. A América do Sul revela no período traços semelhantes, porém introduz seus próprios modelos de relações internacionais, em situação bem distinta da década anterior em que o neoliberalismo perfazia a unidade. A não convergência de modelos regionais na América do Sul - países globalistas, liberais ou industrialistas, países estadistas ou de introspecção nacional - conforma um tabuleiro político, no qual o entendimento sobre a ação regional e global não ocorre, a integração não avança e cada qual insiste em perseguir destino próprio, desarticulado do conjunto. Dois cenários futuros para as relações internacionais da região podem ser traçados: o malogro do projeto desenvolvimentista brasileiro de integração produtiva, a começar pela integração energética, em razão dos nacionalismos em voga, e o aprofundamento da inserção globalista de caráter logístico do Brasil; o sucesso da integração produtiva regional e a criação de um pólo de poder sul- americano. BUSCANDO CONHECIMENTO Vamos aprofundar um pouco mais conhecimentos sobre dois países andinos: Venezuela e Bolívia, que se alinham em um modelo comum de inserção internacional, porém com especificidades nacionais fortes, a exemplo dos casos anteriores. Venezuela e Bolívia agridem a globalização pelo discurso político, no entanto, regridem ao adotarem modelo de intervenção estatal pré-globalista com nacionalizações de empresas privadas e forte nacionalismo político e social, fundamentam o desenvolvimento sobre o capital provindo de recursos naturais, ao invés dos fluxos de investimentos externos. Contudo, a Venezuela se abre à vasta cooperação internacional de capitais e empreendimentos e mantém sua vocação de país industrial, acompanhando o Brasil em projeto regional de integração produtiva; ao passo que a Bolívia afugenta o capital e o empreendimento estrangeiros, distribui renda ao invés de distribuir trabalho, não assimila conceito algum de integração regional e se isola conscientemente. Dois ótimos livros para um estudo aprofundado são: SANTOS, M. Novos Rumos da Geografia Brasileira. São Paulo: Hucitec, 1996. VESSENTINI, J. W. Novas Geopolíticas. São Paulo: Contexto, 2005 www.geografiaparatodos.com.br/abr/2017 UNIDADE 10 - INDUSTRIALIZAÇÃO, SUBDESENVOLVIMENTO E DEPENDÊNCIA DA AMÉRICA LATINA CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: Refletir sobre alguns aspectos da industrialização e subdesenvolvimento. Nesta unidade, refletiremos sobre a Industrialização, o subdesenvolvimento e a dependência da América Latina, em relação às novas referências teóricas, estéticas e morais no mundo contemporâneo. ESTUDANDO E REFLETINDO Todos esses assuntos estão interligados na história geográfica. Diante disso, queremos, aqui, desafiá-los a se envolverem realmente e a se perceberem como sujeitos da história. Vamos começar com nosso grande mestre, Milton Santos: "Consumismo e competitividade levam ao emagrecimento moral e intelectual da pessoa, à redução da personalidade e da visão do mundo, convidando, também, a esquecer a oposição fundamental entre a figura do consumidor e a figura do cidadão". (SANTOS, 2008, p.85) O brilhante geógrafo Milton Santos chama a atenção para a desumanização que a globalização desencadeia no mundo atual. Como resultado de tudo isso, entramos ainda mais no processo de mundialização da produção, que começou após a Segunda Guerra Mundial. Houve a expansão dos conglomerados pelo mundo afora, filiaisdas multinacionais foram montadas até mesmo em países subdesenvolvidos, o consumismo desenfreado e o individualismo exacerbado desencadearam uma visão banal, perante as desgraças mundiais ou mesmo locais. Junto com a globalização da produção e do consumo, veio a intensificação do fluxo de viajantes pelo mundo, seja por emigração, negócios, fuga ou turismo, entrelaçando os países em uma mesma forma de consumo, costumes, de comportamento, moda, alimentação e tecnologia, principalmente através da multimídia. O mundo é agora mapeado pela multimídia, “um território tão volátil quanto a riqueza financeira virtual que circunda nas bolsas de investimentos financeiros e desestrutura os valores expressos da produção. A modernização do mundo nos apresenta um novo conjunto de instalações das relações sociais, movidas pela produção e por profunda apropriação da natureza nessa construção do sobreviver humano. Instalações em que podem ser lidas as contradições das relações e forças produtivas que em sua gênese combinam-se contradizem-se e complementam-se simultaneamente”. Como afirma o Professor Dr. Belarmino Mariano Neto. http://olharesgeograficos/abr/2017 Ainda sobre nossa temática, leia, atentamente, o texto abaixo. A descabida concentração de capital, tanto em nível dos grupos econômicos, quanto em nível das regiões globais, bem como a nova revolução industrial (microeletrônica, cibernética, computacional, robótica, cognição) começa a construir um mundo para homens de sobra, vazios de trabalho, desempregados e contraditoriamente perdidos de sua milenar cultura da atividade. Humanos sem trabalho e sem capital começam, aos montes, a perambular por um mundo de abundância controlada, apropriada pela selvageria de poucos. Estamos diante do tempo de ilusões, apontando para todas as sortes de incertezas que podemos pensar. Essa lógica do real/virtual combina-se na construção de uma sociedade onde os homens são nitidamente descartáveis. Vivemos a náusea existencial de uma sociedade saturada, em que o virtual preenche muito mais os “vazios” que o próprio racionalismo dessa geração, que estava adaptada e apoiada no progresso da ciência. A vida sem sentido começa a tonificar os novos seres ciberculturais. Essa nova era digital dos “plugados” não define um chão para os nossos pés. A submundialização do planeta não é uma ideia profética, mas a vivência iniciada nestas últimas décadas em quase todos os recantos do mundo. O que segue é, na medida de seu ritmo, o mundo do desemprego, tempo/espaço como instalações irreversíveis para o trágico choque secular, que será o puro demonstrativo de que as crises do modelo liberal da economia de mercado não são apenas cíclicas, mas constantes e cumulativas, e que levará ao abismo todos, não importando aí ordem de chegada, todos somos “filhos do medo”, e esta é a violação em estar vivo diante do real e da certeza. O mundo caminha para uma governança centrada no poder do G-8, FMI e Banco Mundial fútil de sustentação dessa nova ordem. O que nos resta é o caminhar, lutar contra um vírus instalado com o sistema capitalista, que contém a desigualdade, o individualismo, combinado à globalização. A submundialização pode ser lida como urbanização da pobreza, com grandes aglomerados populacionais, onde os bolsões de miseráveis são territorialmente expressivos. Pobres espremidos em áreas de risco que, na maioria das vezes, são ilegais perante o poder público. Em muitos casos, locais não assistidos de infraestrutura básica (água encanada, instalações sanitárias, eletrificação, saúde, educação, etc.). Este é o modelo global de desenvolvimento urbano/ industrial. Perceberam como somos parte da história? Este é um quadro pintado pela realidade dos grandes centros urbanos dos países subdesenvolvidos. Áreas como a Grande São Paulo e Rio de Janeiro, Salvador, Caracas, Lima, Cidade do México, Nova Deli, Bombaim, Lagos, Cairo, Luanda e muitas outras. São comuns as favelas, mocambos e palafitas em áreas de encostas, morros, beiras de rio, mangues, limites de movimentadas rodovias ou embaixo das redes de alta tensão elétrica. A falta de assistência pública de serviços básicos é lamentável. http://olharesgeograficos/abr/2017 BUSCANDO O CONHECIMENTO Estamos diante dos quinhentos anos de profundas alterações socioeconômicas, culturais e ambientais que nosso estágio de civilização propiciou. O lucro mata a natureza e não contabiliza as perdas ambientais. Vivemos as supersafras ao lado da fome. A crise é econômica, ecológica, moral, ética e de atitudes humanas. Na realidade, estamos diante de uma encruzilhada, em que a humanidade não acompanha o ritmo do progresso de uma minoria que comanda o mundial e a natureza não aceita esse ritmo de desenvolvimento imposto pelos homens. A exploração abusiva dos recursos naturais nos coloca diante de uma natureza morta. A natureza tem se reduzido a um ambiente de lugares podres, a natureza tem sido vista como um depósito de lixo a céu aberto. Uma coisa é certa, meu caro aluno, diante do elevado grau de submundialização da civilização humana, este modelo urbano industrial e consumista de desenvolvimento não consegue dar a mesma qualidade de vida para toda a população do mundo, além de não se sustentar ecologicamente. A aceleração da adequação do Estado ao novo ritmo e característica de reprodução do capital relaciona-se com as alterações havidas com a "queda do muro de Berlim", metáfora do esgotamento do modelo de socialismo estatal. Na vigência do que se convencionou denominar Guerra Fria, grande parte da economia e do desenvolvimento científico-tecnológico dos países centrais se movimentava em torno do complexo industrial-militar, o que pode ser entendido como garantia contínua de realização do capital pela produção de objetos destrutíveis, mas que, ao mesmo tempo, impedia a livre circulação de tecnologia e de novos materiais. A retirada desta garantia de realização de capitais e a liberalização da tecnologia introduziram, então, a possibilidade e a necessidade de reafirmação dos conglomerados econômicos atuais. Muitos estados, durante a Guerra Fria, ampliaram sensivelmente o seu poder sobre a sociedade e o território, pois, a questão da segurança nacional ou a segurança do bloco político alcançava sua mais elevada expressão. No atual período, cessando a possibilidade de uso da imagem do inimigo permanente, o Estado deixa de ter o controle anterior, agora desnecessário, e atualiza suas funções. Na atualidade, e cada vez mais, podemos dizer que vivemos numa grande aldeia, a chamada “aldeia global”, onde tudo está interligado. O espetacular desenvolvimento das telecomunicações (Internet, videoconferência, telefax) reduz as distâncias entre os países, abre fronteiras, derruba barreiras. A informação espalha-se por todo o lado, a própria televisão é um dos meios de difusão mais generalizadores e abrangentes. A Internet, por sua vez, vem interligar de maneira rápida e eficaz o mundo e passa a ser o ícone da globalização. UNIDADE 11 - ABORDAGEM DAS REDES NA CIÊNCIA GEOGRÁFICA CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: proporcionar uma introdução ao estudo da geografia das redes, compreendendo o que é uma rede, como ocorre sua formação e como é sua estrutura. Analisar quais são as implicações da dinâmica das redes para o espaço geográfico. ESTUDANDO E REFLETINDO Analisa-se, a priori, que uma rede serve a princípio para estabelecer ligações entre pontos. Uma rede só ocorre quando vários pontos são ligados entre si através de um fluxo que os coloca numa mesma estrutura. Observe a figura que segue: Pela figura acima, é fácil analisar a estrutura de uma rede. Os pontos classificados com letras formam os chamados pontos fixos, ou seja, locais, regiões ou mesmo instituições fixas no território.Contudo, apesar de serem fixos, tais pontos possuem certa ligação entre si através de linhas que podem ser de comunicação, transporte ou algo material ou imaterial que estabeleça uma relação entre os pontos. Se observar a figura, num exemplo de produção de mercadorias, por exemplo, os pontos podem ser cidades e as linhas podem ser rodovias e/ou ferrovias. Assim, mercadorias são escoadas para todos os pontos e os transportes atuam como canal de ligação entre as cidades. Analisa-se ainda que as cidades de maior integração sejam as D e G. Pode-se, ainda, pegar como exemplo as comunicações. Assim, os pontos poderiam ser bancos ou escritórios e as linhas seriam as informações, as quais são então responsáveis pela ligação entre os pontos. Analisa-se, dessa forma, que os principais fluxos de comunicação nesse caso são os pontos D e G, como no primeiro caso, pelo fato de que são os pontos que possuem maiores ligações entre os outros. Santos apud N. Curien (1988, p. 212) faz sua análise e afirma que as redes representam: Toda infraestrutura, permitindo o transporte de matéria, de energia ou de informação, e que se inscreve sobre um território onde se caracteriza pela topologia dos seus pontos de acesso ou pontos terminais, seus arcos de transmissão, seus nós de bifurcação ou de informação. (SANTOS, 2008, p. 262) Além de pontos fixos lotados no espaço e fluxos que dinamizam o sistema de redes, existe também o conceito denominado fluidez, o qual pode ser analisado como um sistema que proporciona maiores ou menores condições de se estabelecer os fluxos pelo território. Dessa forma, fluxos e refluxos se intensificam à medida que há maior fluidez no espaço. Nas imagens que seguem, é possível observar que entre os pontos de uma rede geográfica pode existir maior ou menor fluidez, o que irá determinar a intensidade e integração dos fluxos e refluxos sobre a superfície terrestre expostos no espaço. Mas como podem dois espaços ainda que distintos entre si possuírem diferentes intensidades de fluidez e como consequência menores integrações entre os fluxos que se comunicam com os pontos fixos? A questão parece complexa, mas é muito simples: é preciso apenas observar as próprias interações antrópicas no espaço geográfico e, assim, constatar que são as diferentes interações com o meio que trazem as diferenciações na fluidez. Ou seja, a maneira com que determinada sociedade produz, consome, se comunica, cresce financeiramente, desenvolve a economia e a própria sustentação do estilo de vida são fatores determinantes que influenciarão a maior ou menor intensidade de fluidez. BUSCANDO O CONHECIMENTO Podem-se analisar exemplos cotidianos, ou seja, a cidade de São Paulo possui uma população numerosa, a mancha urbana é a maior do Brasil, o acesso à ciência e à tecnologia de ponta é indiscutível. Além disso, o número de empresas, fábricas e indústrias de diversos tipos estão presentes nos diversos polos industriais e o mercado consumidor é crescente. No entanto, São Paulo enfrenta graves problemas quanto a congestionamentos de veículos, mas isso não retira o mérito de a cidade possuir quilômetros de ruas, logradouros, avenidas, travessas, viadutos, ou seja, é evidente a tentativa de estabelecer maior fluidez através dos transportes dentro da metrópole. Quando se compara a cidade de São Paulo a uma média cidade, como o município de Araras-SP, analisa-se que esta possui menor fluidez no espaço que aquela, visto que na cidade de Araras o polo empresarial e técnico é menor, assim como são restritos também os mercados produtor e consumidor. Portanto pode- se afirmar que o território que compreende a cidade de São Paulo possui maior fluidez que o da cidade de Araras. Entretanto, como já foi anteriormente mencionado em relação aos meios de transporte, verifica-se que o trânsito em Araras pode fluir melhor e com mais agilidade entre os pontos mais periféricos do município quando comparado à capital. Assim, apesar da intensidade de fluxos e de pontos fixos espaciais de grande influência presentes em São Paulo, uma cidade de médio porte pode apresentar maior fluidez no espaço. Analise uma situação em que um caminhão precisa deixar sua carga em determinado local do centro de São Paulo. Enfrentando situações adversas como engarrafamento, trânsito caótico e até enchentes, é possível prever o gasto desnecessário de combustível, dificuldades de acesso e danos ao veículo. Em comparação, tais prejuízos não ocorrem ou ocorrem com menor frequência em Araras. Assim, para esse caso específico, o território da cidade de Araras possui maior fluidez do que a cidade de São Paulo. As atuais compartimentações dos territórios ganham esse novo ingrediente. Criam-se paralelamente, incompatibilidades entre velocidades diversas; e os portadores das velocidades extremas buscam induzir os demais atores a acompanha-los, procurando disseminar as infraestruturas necessárias à desejada fluidez nos lugares que consideram necessários para sua atividade. Há, todavia, sempre, uma seletividade nessa difusão, separando os espaços da pressa daqueles outros propícios à lentidão, e dessa forma acrescentando ao processo de compartimentação nexos verticais que se superpõem à compartimentação horizontal, característica da história humana até data recente. (SANTOS, 2008, p. 84) Sabe-se que o espaço geográfico é resultado das interações da sociedade com o meio e, assim, pode-se dizer que, dependendo de tais interações, o espaço em questão terá características únicas ou semelhantes a de locais onde existem as mesmas ações antrópicas. As interações que “moldam” o espaço permitem a fluidez e originam os fluxos entre os pontos fixos. A criação de novos fixos e a manutenção de antigos dão origem a uma noção de espaço rígido e análogo. As grandes metrópoles criam espaços estáticos e o envelhecimento precoce de seções urbanas. As formas novas, criadas para responder a necessidades renovadas, tornam-se mais exclusivas, mais endurecidas, material e funcionalmente, mais rígidas tanto do ponto de vista das técnicas implicadas como de sua localização. Passamos de uma cidade plástica a uma cidade rígida. (SANTOS, 2008, p. 251) A tendência de rigidez das grandes cidades é oposta à tentativa de fluidez imposta pelo sistema socioeconômico com o intuito de integrar as redes e estabelecer fluxos densos alcançando o dinamismo. A rigidez relaciona-se aos conceitos da geografia das redes por estar vinculada às funções e atribuições dos pontos fixos. Essa rigidez tanto se manifesta pela existência de novas técnicas convergentes, como pelas formas de trabalho que esse meio técnico renovado acarreta. Fala-se muito em flexibilidade e flexibilização como aspectos maiores da produção e do trabalho atuais, mas o que se dá, na verdade, é a ampliação da demanda de rigidez. Pode-se, mesmo, dizer, sem risco de produzir um paradoxo, que a fluidez somente se alcança através da produção de mais capital fixo, isto é, de mais rigidez. (SANTOS, 2008, p. 252) UNIDADE 12 - EVOLUÇÃO DAS REDES DE TRANSPORTES CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: estudar as redes de transporte e suas dinâmicas. Observar as integrações no espaço devido à eficiência dos meios de transporte. ESTUDANDO E REFLETINDO É compreensível a importância dos meios de transporte para a humanidade. Desde os primórdios da história humana que as sociedades tentam se integrar e se comunicar diminuindo as distâncias e favorecendo diversas trocas entre os povos. Além disso, os meios de transporte viabilizam a acessibilidade a vários territórios distintos e a diferentes espaços geográficos, que são capazes de satisfazer as diversas necessidades da sociedade. Observa-se que os meios de transporte representam variados fluxos; estes podem ser de pessoas,
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