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Gabriella Comerlatto – T3 ➢ A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição clínica multifatorial caracterizada por elevação sustentada dos níveis pressóricos (≥ 140 e/ou 90 mmHg) ➢ Associa-se frequentemente a alterações funcionais e/ou estruturais dos órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e a alterações metabólicas, com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e não fatais ➢ O objetivo primordial do tratamento é a redução da morbidade e da mortalidade cardiovasculares Diagnóstico - HAS ❖ História clínica completa ❖ Fatores de riscos ❖ Verificação da PA e MAPA ❖ Verificação de frequência cardíaca Consequências precoces e tardias da elevação crônica da PA Principais intervenções que previnem hipertensão arterial • Porque evitar o álcool: porque contém substancia que estimulam a resposta simpática (tiramina) tem moléculas que liberam adrenalina Classificação da pressão arterial Estágio I – monoterapia, exceto se no momento do diagnostico tem outra comorbidade, seja pulmonar, cardíaca ou renal Estágio II – dois medicamentos, quase unanime o segundo será diurético Estágio III – precisa de diferentes alvos farmacológicos, 2 ou 3 remédios, diurético de certeza Tratamento - Não medicamentoso (TNM) • Modificações de estilo de vida podem refletir no retardo do desenvolvimento da HAS em indivíduos com pressão limítrofe Decisão terapêutica Dieta DASH • Pouco sódio • Aumento do consumo de fibras pro bom funcionamento de intestino e regulação de água nos tecidos Tratamento Farmacológico • A proteção cardiovascular consiste no objetivo primordial • A redução da pressão arterial (PA) é a primeira meta • O uso racional da associação de fármacos baseia-se no incremento do efeito anti-hipertensivo quando se atua em mecanismos fisiopatológicos distintos por ações sinérgicas e pela inibição da ativação dos mecanismos contra-regulatórios • A combinação de fármacos pode reduzir potencialmente a ocorrência de efeitos adversos, pelo uso de menor dose de cada um dos fármacos envolvidos na combinação ou pela capacidade de que um dos fármacos pode antagonizar/reduzir os efeitos adversos do outro • As combinações em doses fixas e em comprimido único são preferenciais por se associarem a maior adesão ao tratamento e, por consequência, melhores resultados clínicos • Associação de inibidor da E.C.A e AT-1 = irracional Característica desejável do anti-hipertensivo • Ser eficaz por via oral e bem tolerado • Ser administrado preferencialmente em dose única diária • Poder ser usado em associação • Utilizar por um período mínimo de quatro semanas, antes de modificações, salvo em situações especiais - porque o organismo faz compensações, a intolerância é diferente porque pode ser uma sensibilidade particular do paciente (muito vômito) aí sim trocar • Não há evidências suficientes para a recomendação rotineira à noite, a não ser que seja o único horário em que o paciente se lembre de tomar Fisiologia - Alvos • Nível cardíaco: atua sobre a frequência, força de contração • Vasos sanguíneos: resistência vascular periférica • Rins: AngiotensinaAnti-hipertensivos Efeitos hemodinâmicos excretórios e renais dos diuréticos Diuréticos (DIU) • A ação anti-hipertensiva dos DIU relaciona-se inicialmente aos seus efeitos natriuréticos, e após quatro a seis semanas, o volume circulante praticamente normaliza e ocorre redução da resistência vascular periférica (RVP) • Ação principal é em diminuir o DC • O efeito anti-hipertensivo não está diretamente relacionado às doses utilizadas, ao contrário dos efeitos adversos • Deve-se dar preferência aos DIU tiazídicos ou similares (clortalidona, hidroclorotiazida e indapamida) em doses baixas, reservando-se os DIU de alça (furosemida e bumetanida) aos casos de insuficiência renal e situações de edema (ICC). Os poupadores de potássio são habitualmente utilizados em associação com os DIU tiazídicos ou DIU de alça • Diminuição de sódio, aumento de lítio • Diurético tem que tomar pela manhã, exceto quando a pessoa trabalha de madrugada, ela precisa estar acordada, porque vai ter uma urgência urinaria significativa Diuréticos de alça Furosemida (Lasix®); Bumetanida (Burinax®) • Nível hospitalar e ambulatorial • M.A: Inibem o NKCC2, o transportador luminal de Na+ /K+ /2Cl– no ramo ascendente da alça de Henle. Ao inibir esse transportador, os diuréticos de alça reduzem a reabsorção de NaCl e também diminuem o potencial positivo no lúmen que deriva da reciclagem do K+, o qual seria importante para a reabsorção de cátions divalentes. Assim, ao reduzir esse potencial, os diuréticos de alça causam aumento na excreção de Mg2+ e de Ca2+ • Também bloqueiam o transportadores de Mg, K e Ca • Não reabsorve Na • Diminuem a RVP • Uso agudo – promove excreção ácido úrico, uso crônico faz acúmulo de ácido úrico (causando gota, trocar fármaco) • Mais potentes em relação a perda de água por bloquear direto o transportador • Não são 1° escolha, é mais para urgências e edemas Farmacocinética • Absorvidos rapidamente • Eliminados pelos rins por filtração glomerular e secreção tubular • A duração do efeito da furosemida é habitualmente de 2 a 3 horas Efeitos Adversos: Hipocalemia, hipocalcemia, hipomagnesemia, hiperuricemia (uso crônico), zumbido, vertigem, ototoxicidade (interações medicamentosas – sinergismo de ação ototóxica), câimbras Usos: Edema associado a ICC, cirrose hepática, síndrome nefrótica, edema pulmonar agudo, hipertensão, hipercalemia, hipercaemia com surto psicótico, emergência hipertensiva, ascite IM: Potencializa ototoxicidade de aminoglicosídeos, vancomicina e cisplatina. • Risco de litemia: reduz a excreção de lítio • Risco de intoxicação digitálica • Aumenta a perda de potássio induzida por corticoides Diuréticos Tiazídicos e Compostos Relacionados Fármacos: Hidroclorotiazida; Clortalidona; Indapamida; Bendroflumetiazida * Clortalidona maior ½ vida, maior potência diurética – fármaco de escolha HAS refratária, logo se o paciente continua com muito edema usando hidroclorotiazida pode tentar trocar por ele não usar a furosemida (muitos efeitos adversos) M.A: Inibem a reabsorção de NaCl do lado luminal das células epiteliais no túbulo contorcido distal bloqueando o transportador de Na+ /Cl– (NCC) e também de K (menor ação) Não interfere no Ca (bom para menopausa) e muito pouco no Mg • Promovem natriurese moderada: 5-10% do sódio filtrado. • Aumentam efetivamente a reabsorção de Ca2+ • Em doses elevadas tem alterações metabólicas (aumenta glicemia, risco para diabéticos). Por isso a dose limite é de 25 mg, sendo a mais comum de 12,5mg • São os mais comuns Farmacocinética • Via oral com absorção variável • Todos eles são secretados pelo sistema secretor de ácidos orgânicos (hiperuricemia) Em consequência, o uso de tiazídicos pode reduzir a secreção de ácido úrico e elevar seus níveis séricos Usos: edema associado a doenças cardíacas (ICC), doença hepática (cirrose hepática) e doença renal (síndrome nefrótica, insuficiência renal crônica, glomerulonefrite aguda), edemas leves e ICC leve Os diuréticos tiazídicos reduzem a pressão arterial em pacientes hipertensos e são amplamente usados no tratamento da hipertensão em associação com outros agentes anti-hipertensivos E.A: hipocalemia; hipomagnesemia; hiperuricemia, hipercalcemia (só quem tem tumor na paratireoide); hipotensão, alcalose metabólica; * Hiperglicemia, hiperlipidemia, disfunção sexual – só em doses muito altas * Hipotensão é mt raro mas pode ocorrer em pacientes com estágio I que precisa de beta bloqueador e bloqueador de canal de cálcio porque tem angina, a forma de corrigir será com hidratação: agua e eletrólitos. Diuréticos Poupadores de Potássio • Espironolactona; eplerenona • Antagonista de aldosterona (receptores mineralocorticoides) MA: atuam como antagonistas competitivos da aldosterona (competem pelos receptores mineralocorticoides nas células do túbulo distal final (praticamente não tem mais reabsorção,mas tem ação de aldosterona) e túbulo coletor cortical). Inibem a ação de retenção de Na+ pela aldosterona e diminuem a secreção de K+ • Faz bloqueios dos receptores sexuais USOS: Acne, mulheres com ovário policísticos Espironolactona: 25, 50 e 100 mg • Nunca 1° escolha, sua eficiência diurética é baixa porque na porção final do ducto coletor tem pouca reabsorção e é hormônio dependente (perde 1% no túbulo renal) • 1° escolha SEMPRE com ICC • ICC com edema grande se usa espironolactona + algum diurético (furosemida geralmente) • HAS de causa aldosterona (Tiazidicoz/ espiro) • Se tem mt câimbras tenta dar eles, não melhora muito, vai evitar a perda da aldosterona, mas não bloqueia ação hidroclorotiazida MA: Esprironolactona e canrenona (metabólito) são as moléculas ativas • A espironolactona é parcialmente absorvida (~ 65%), é extensivamente metabolizada (primeira passagem pelo fígado) - é difícil ter IM significativa porque são várias CYPs que metabolizam ele, sofre recirculação êntero-hepática, liga-se intensamente a proteínas e tem meia-vida curta (~ 1,6 h) • A meia-vida é prolongada para 9 horas em pacientes com cirrose • Inibe o receptor, de forma que o Na não é reabsorvida e o K não é jogado pra fora, por isso poupador de K, reduz a atividade fisiológica de aldosterona EA: náuseas e vômito, fraqueza, gosto metálico, confusão, sonolência, hipercalemia (pode surgir principalmente combinado com inibidores da ECA), disfunção sexual (diminui a testosterona) • Ação sobre receptores de esteroides em outros tecidos além do rim: ginecomastia, dor mamária, distúrbios menstruais, impotência, hipercolesterolemia Indicações: ICC, edema causada por cirrose hepática, hiperaldosteronismo, adjuvante na hipertensão e síndrome nefrótica, e off label: acne, queda de cabelo Eplerenona • 25 e 50 mg • Metabolizado pela CYP3A4 • Em doses baixas (25 a 50 mg/dia) pode interferir em alguns dos efeitos fibróticos e inflamatórios da aldosterona. Ao fazê-lo a eplerenona pode retardar a progressão da albuminúria nos pacientes diabéticos • Reduz os defeitos de perfusão miocárdica após infarto do miocárdio. Em um estudo clínico, a eplerenona reduziu a taxa de mortalidade em 15% (em comparação com o placebo) em pacientes com insuficiência cardíaca leve a moderada, após infarto do miocárdio • Concorrente da espironolactona, não tem nenhum acréscimo pra evitar os E.A • EA: semelhante espironolactona – predomínio dos distúrbios GI Obs: Diferença dos fármacos é que alguns competem com a aldosterona e outros são bloqueadores dos canais, não interfere na aldosterona diretamente, são menos efetivos, são considerados diuréticos leves Amilorida e Triantereno: • Eficácia diurética limitada • Não tem no SUS, já são vendidos em combinações com furosemida ou hidroclorotiazida • Quase não são mais usados MA: atuam sobre os túbulos e ductos coletores, inibindo a reabsorção de Na+ e diminuindo a excreção de K+ . Bloqueiam os canais de Na+ pelos quais a aldosterona exerce seu efeito → diminui reabsorção de Na+ . Levemente uricosúricos. * São administrados juntamente com diuréticos que causam perda de K+ Usos: ICC, hiperaldosteronismo primário e secundário (cirrose hepática) EA: hipercalemia, acidose metabólica, cálculos renais – triantereno Diuréticos Osmóticos • Manitol • Quando tomando por VO -> laxantes, arrasta água por onde passa • Usado em hiponatremia Ambiente hospitalar: Emergências hipertensivas por drogas de abuso (cocaína, metanfetamina), traumatismo craniano com edema, glaucoma MA: São passivamente filtrados na cápsula de Bowman nos túbulos renais - não são reabsorvidos e atuam na luz do néfron. É um soluto não reabsorvível que impede a reabsorção de água – opõe-se à ação do hormônio ADH (vasopressina) Uso: pressão intraocular, pressão intracraniana em neurocirurgia, remoção de toxinas renais (contrastes radiológicos), anúria EA: cefaleia, náuseas, vômitos, pode causar muita desidratação, hipernatremia, hipercalemia Diuréticos – Considerações Gerais ➢ Para uso como anti-hipertensivos, são preferidos os diuréticos tiazídicos e similares, em baixas doses ➢ Os diuréticos de alça são reservados para situações de hipertensão associada a insuficiência renal com taxa de filtração glomerular abaixo de 30 e na insuficiência cardíaca com retenção de volume ➢ Em pacientes com aumento do volume extracelular (insuficiências cardíaca e renal), o uso associado de diurético de alça e tiazídico pode ser benéfico tanto para o controle do edema quanto da pressão arterial, ressalvando-se o risco maior de eventos adversos ➢ Os diuréticos poupadores de potássio apresentam pequena eficácia diurética, mas, quando associados aos tiazídicos e aos diuréticos de alça, são úteis na prevenção e no tratamento de hipopotassemia. Seu uso em pacientes com redução da função renal poderá acarretar hiperpotassemia • Alvo diminuir RV e debito cardíaco • Preferencialmente se usa os tiazídicos e reserva os de alça para situações severas 2022.2
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