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HN ESCROTO O escroto, a estrutura que contém os testículos, consiste em pele solta e tela subcutânea subjacente. Ele está pendurado na raiz (parte anexa) do pênis. Externamente, o escroto parece uma bolsa de pele ímpar separada em porções laterais por uma crista mediana chamada de rafe do escroto. Internamente, o septo do escroto divide o escroto em dois sacos, cada um contendo um testículo. O septo do escroto é constituído por uma tela subcutânea e tecido muscular chamado músculo dartos, que é composto de feixes de fibras de músculo liso. O músculo dartos também é encontrado na tela subcutânea do escroto. Associado a cada testículo no escroto está o músculo cremaster, várias pequenas bandas de músculo esquelético que descem como uma extensão do músculo oblíquo interno do abdome por meio do funículo espermático para circundar os testículos. A localização do escroto e a contração de suas fibras musculares regulam a temperatura dos testículos. A produção normal de espermatozoides demanda uma temperatura de aproximadamente 2 a 3 °C abaixo da temperatura corporal central. Esta temperatura reduzida é mantida no escroto porque ele está fora da cavidade pélvica. Em resposta a temperaturas frias, os músculos cremaster e dartos se contraem. A contração dos músculos cremaster move os testículos para mais perto do corpo, onde eles podem absorver o calor do corpo. A contração do músculo dartos reduz o volume do escroto (de aspecto enrugado), o que reduz a perda de calor. A exposição ao calor inverte essas ações. TESTÍCULOS Os testículos são um par de glândulas ovais no escroto com aproximadamente 5 cm de comprimento e 2,5 cm de diâmetro. Cada testículo tem massa de 10 a 15 g. Os testículos são as gônadas masculinas, que produzem espermatozoides e hormônios masculinos, principalmente testosterona. Os testículos estão suspensos no escroto pelos funículos espermáticos, e o testículo esquerdo geralmente localiza- se em posição mais baixa do que o direito. Vascularização dos testículos: As longas artérias testiculares originam-se da face anterolateral da parte abdominal da aorta, imediatamente abaixo das artérias renais. Elas seguem no retroperitônio (posterior ao peritônio) em direção oblíqua, cruzando sobre os ureteres e as partes inferiores das artérias ilíacas externas para chegar aos anéis inguinais profundos. Entram nos canais inguinais através dos anéis profundos, atravessam os canais, saem deles através dos anéis Sistema Genital Masculino APG 22 @juliaasoare_ inguinais superficiais e entram nos funículos espermáticos para irrigar os testículos. A artéria testicular ou um de seus ramos anastomosa-se com a artéria do ducto deferente. As veias que emergem do testículo e do epidídimo formam o plexo venoso pampiniforme, uma rede de 8 a 12 veias situadas anteriormente ao ducto deferente e que circundam a artéria testicular no funículo espermático. O plexo pampiniforme faz parte do sistema termorregulador do testículo (juntamente com os músculos cremaster e dartos), ajudando a manter essa glândula em temperatura constante. As veias de cada plexo pampiniforme convergem superiormente, formando uma veia testicular direita, que entra na veia cava inferior (VCI), e uma veia testicular esquerda, que entra na veia renal esquerda. A drenagem linfática do testículo segue a artéria e a veia testiculares até os linfonodos lombares direitos e esquerdos (caval/aórtico) e pré-aórticos. Os nervos autônomos do testículo originam-se como o plexo nervoso testicular sobre a artéria testicular, que contém fibras simpáticas do segmento T10(–T11) da medula espinal, fibras aferentes viscerais e, talvez, fibras parassimpáticas vagais. Fibras autônomas também chegam ao testículo via plexo deferencial. Histologia do testículo: Cada testículo é envolvido por uma grossa cápsula de tecido conjuntivo denso, a túnica albugínea. Ela é espessada na superfície dorsal dos testículos para formar o mediastino do testículo, do qual partem septos fibrosos. Esses septos penetram o testículo, dividindo-o em aproximadamente 250 compartimentos piramidais chamados lóbulos testiculares. Esses septos são incompletos, e frequentemente há intercomunicação entre os lóbulos. Cada lóbulo é ocupado por um a quatro túbulos seminíferos, que se alojam como novelos envolvidos por um tecido conjuntivo frouxo rico em vasos sanguíneos e linfáticos, nervos e células intersticiais (células de Leydig). Os túbulos seminíferos produzem as células reprodutoras masculinas, os espermatozoides, enquanto as células intersticiais secretam andrógeno testicular. Os testículos se desenvolvem em posição retroperitoneal, na parede dorsal da cavidade abdominal. Durante o desenvolvimento fetal, eles migram e se alojam na bolsa escrotal e ficam suspensos na extremidade do cordão espermático. Por causa da migração, cada testículo arrasta consigo um folheto do peritônio, a túnica vaginal. Esta túnica consiste em uma camada parietal exterior e uma camada visceral interna, que recobrem a túnica albugínea nas porções laterais e anterior do testículo. A bolsa escrotal tem um papel importante na manutenção dos testículos a uma temperatura abaixo da intra-abdominal. Túbulos Seminíferos: Os espermatozoides são produzidos nos túbulos seminíferos, que são túbulos enovelados. Cada testículo tem 250 a 1.000 túbulos seminíferos que medem 150 a 250 mm de diâmetro e 30 a 70 cm de comprimento cada um, sendo o comprimento combinado dos túbulos de um testículo de aproximadamente 250 m. @juliaasoare_ Os túbulos estão dispostos em alças, e suas extremidades se continuam com curtos tubos conhecidos por túbulos retos. Os túbulos retos conectam os túbulos seminíferos a um labirinto de canais anastomosados em forma de rede, revestidos por um epitélio simples pavimentoso ou cúbico, constituindo a rede testicular no mediastino do testículo. Em continuação, aproximadamente 10 a 20 ductos eferentes conectam a rede testicular ao início da porção seguinte do sistema de ductos – o ducto epididimário ou ducto do epidídimo. A parede dos túbulos seminíferos é formada por várias camadas de células denominadas epitélio germinativo ou epitélio seminífero, o qual é envolvido por uma lâmina basal e por uma bainha de tecido conjuntivo. O tecido conjuntivo, por sua vez, é formado por fibroblastos, e sua camada mais interna, aderida à lâmina basal, é formada por células mioides achatadas e contráteis e que têm características de células musculares lisas. As células intersticiais ou de Leydig se situam nesse tecido conjuntivo e ocupam a maior parte do espaço entre os túbulos seminíferos. O epitélio seminífero é formado por duas populações distintas de células: as células de Sertoli e as células que constituem a linhagem espermatogênica. Essas duas populações têm morfologia, origem embriológica e funções bastante distintas.. As células da linhagem espermatogênica se dispõem em 4 a 8 camadas, e sua função é produzir espermatozoides. Elas se originaram do saco vitelino do embrião. Por volta do 5o mês de vida fetal, um pequeno grupo de células, denominadas células germinativas primordiais, migra do saco vitelino para a gônada que está em desenvolvimento. Neste local as células proliferam e colonizam a gônada, originando células denominadas espermatogônias. A produção de espermatozoides é chamada espermatogênese, um processo que inclui divisão celular por mitose e meiose e é seguida pela diferenciação final das células em espermatozoides, chamada espermiogênese. ESPERMATOGÊNESE Nos seres humanos, a espermatogênese leva de 65 a 75 dias. Começa com a espermatogônias, que contêm o número diploide (2n) de cromossomos. As espermatogônias são tipos de células-tronco; quando sofrem mitose, algumasespermatogônias permanecem próximo da membrana basal dos túbulos seminíferos em um estado não diferenciado, para servir como um reservatório de células para a divisão celular futura e subsequente produção de espermatozoides. O restante das espermatogônias perde contato com a membrana basal, espreme-se através das junções oclusivas da barreira hematotesticular, sofre alterações de desenvolvimento e diferencia-se em espermatócitos primários. Os espermatócitos primários, como as espermatogônias, são diploides (2n); ou seja, contêm 46 cromossomos. Pouco depois de se formar, cada espermatócito primário replica seu DNA e então começa a meiose. Na meiose I, pares de cromossomos homólogos se alinham na placa metafásica, e ocorre o crossing-over. Em seguida, o fuso meiótico puxa um cromossomo (duplicado) de cada par para um polo oposto da célula em divisão. As duas células formadas pela meiose I são chamadas de espermatócitos secundários. Cada espermatócito secundário tem 23 cromossomos, o número haploide (n). Cada cromossomo dentro de um espermatócito secundário, no entanto, é constituído por 2 cromátides (2 cópias do DNA) ainda ligadas por um centrômero. Não há replicação de DNA nos espermatócitos secundários. @juliaasoare_ Na meiose II, os cromossomos se alinham em fila indiana ao longo da placa metafásica, e as duas cromátides de cada cromossomo se separam. As quatro células haploides resultantes da meiose II são chamadas de espermátides. Portanto, um único espermatócito primário produz quatro espermátides por meio de dois episódios de divisão celular (meiose I e meiose II). Durante a espermatogênese ocorre um processo único. Conforme as células espermatogênicas proliferam, elas não conseguem completar a separação citoplasmática (citocinese). As células permanecem em contato por meio de pontes citoplasmáticas ao longo de todo o seu desenvolvimento. Este padrão de desenvolvimento provavelmente é responsável pela produção sincronizada de espermatozoides em qualquer área do túbulo seminífero. Também pode ser importante para a sobrevivência de metade dos espermatozoides contendo um cromossomo X e metade contendo um cromossomo Y. O cromossomo X maior pode transportar os genes necessários para a espermatogênese que estão faltando no cromossomo Y menor. A fase final da espermatogênese, a espermiogênese, consiste no desenvolvimento de espermátides haploides em espermatozoides. Não ocorre divisão celular na espermiogênese; cada espermátide se torna um espermatozoide único. Durante este processo, as espermátides esféricas se transformam no espermatozoide delgado e alongado. Um acrossomo forma-se no topo do núcleo, que se condensa e se alonga, um flagelo se desenvolve, e as mitocôndrias se multiplicam. As células sustentaculares eliminam o excesso de citoplasma que se desprende. Por fim, os espermatozoides são liberados de suas conexões com as células sustentaculares, em um evento conhecido como espermiação. O espermatozoide então entra no lúmen do túbulo seminífero. O líquido secretado pelas células sustentaculares “empurra” os espermatozoides ao longo de seu caminho em direção aos ductos dos testículos. Neste momento, os espermatozoides ainda não conseguem se deslocam sozinhos. ESPERMATOZOIDE A cada dia, aproximadamente 300 milhões de espermatozoides concluem o processo de espermatogênese. Um espermatozoide tem aproximadamente 60 μm de comprimento e contém várias estruturas que são adaptadas para alcançar e penetrar um ovócito secundário. As principais partes de um espermatozoide são a cabeça e a cauda. A cabeça pontiaguda e achatada do espermatozoide mede aproximadamente 4 a 5 μm de comprimento. Ela contém um núcleo com 23 cromossomos bem acondicionados. Englobando os dois terços anteriores do núcleo está o acrossomo, uma vesícula semelhante a capa preenchida com enzimas que ajudam o espermatozoide a penetrar no ovócito secundário para promover a fertilização. Entre as enzimas estão as proteases e a hialuronidase. A cauda de um espermatozoide é subdividida em quatro partes: colo, peça intermediária, peça principal e peça terminal. O colo é a região encontrada imediatamente atrás da cabeça, que contém centríolos. Os centríolos formam os microtúbulos que compreendem o restante da cauda. A peça intermediária contém mitocôndrias dispostas em espiral, que fornecem energia (ATP) para @juliaasoare_ a locomoção dos espermatozoides até o local da fertilização e para o metabolismo do espermatozoide. A peça principal é a parte mais longa da cauda, e a peça terminal é a parte distal e afilada da cauda. Uma vez ejaculados, a maior parte dos espermatozoides não sobrevive por mais de 48 h no sistema genital feminino. CONTROLE HORMONAL DA FUNÇÃO TESTICULAR Embora os fatores de iniciação sejam desconhecidos, na puberdade, determinadas células neurosecretoras do hipotálamo aumentam a sua secreção de hormônio liberador de gonadotropina (GnRH). Este hormônio estimula, por sua vez, os gonadotropos na adeno-hipófise a aumentar sua secreção de duas gonadotropinas, o hormônio luteinizante (LH) e o hormônio foliculoestimulante (FSH). O LH estimula as células intersticiais que estão localizadas entre os túbulos seminíferos a secretar o hormônio testosterona. Este hormônio esteroide é sintetizado a partir do colesterol nos testículos e é o principal androgênio. É lipossolúvel e se difunde facilmente das células intersticiais para o líquido intersticial e, em seguida, para o sangue. A testosterona, via feedback negativo, suprime a secreção de LH pelos gonadotropos da adeno-hipófise e suprime a secreção de GnRH pelas células neurossecretoras do hipotálamo. Em algumas células-alvo, como aquelas dos órgãos genitais externos e da próstata, a enzima 5-alfarredutase converte a testosterona em outro androgênio, chamado di-hidrotestosterona (DHT). O FSH atua indiretamente ao estimular a espermatogênese. O FSH e a testosterona atuam sinergicamente nas células sustentaculares estimulando a secreção da proteína de ligação a androgênios (ABP) no lúmen dos túbulos seminíferos e no líquido intersticial em torno das células espermatogênicas. A ABP se liga à testosterona, mantendo a sua concentração elevada. A testosterona estimula as etapas finais da espermatogênese nos túbulos seminíferos. Uma vez alcançado o grau de espermatogênese necessário para as funções reprodutivas masculinas, as células sustentaculares liberam inibina, um hormônio proteico assim chamado por inibir a secreção de FSH pela adeno-hipófise. Se a espermatogênese ocorrer muito lentamente, menos inibina é liberada, o que possibilita maior secreção de FSH e aumento da espermatogênese. A testosterona e a di-hidrotestosterona se ligam aos mesmos receptores de androgênios, que se encontram no interior dos núcleos das células-alvo. O complexo hormônio-receptor regula a expressão do gene, ativando alguns genes e desativando outros. Em decorrência dessas alterações, os androgênios produzem vários efeitos: • Desenvolvimento pré-natal. Antes do nascimento, a testosterona estimula o padrão masculino de desenvolvimento dos ductos do sistema genital e a descida dos testículos para o escroto. A di- hidrotestosterona estimula o desenvolvimento dos genitais externos. A testosterona também é convertida no encéfalo em estrogênios (hormônios feminilizantes), que podem atuar no desenvolvimento de determinadas regiões do encéfalo em homens • Desenvolvimento das características sexuais masculinas. Na puberdade, a testosterona e a di-hidrotestosterona realizam o desenvolvimento e o alargamento dos órgãos sexuais masculinos e o desenvolvimento das características sexuais secundárias masculinas. As características sexuais secundárias distinguem os homens das mulheres, mas não têm um papel direto nareprodução. Estes incluem o crescimento muscular e esquelético que resulta em ombros largos e quadris estreitos; os pelos faciais e torácicos (dentro dos limites da hereditariedade) e a presença de mais pelos em outras partes do corpo; o espessamento da pele; o aumento da secreção das glândulas sebáceas e o @juliaasoare_ aumento da laringe e consequente engrossamento da voz • Desenvolvimento da função sexual. Os androgênios contribuem para o comportamento sexual masculino e espermatogênese, e para o desejo sexual (libido) em homens e mulheres. Lembre-se de que o córtex da glândula suprarrenal é a principal fonte de androgênios nas mulheres • Estimulação do anabolismo. Os androgênios são hormônios anabólicos; isto é, estimulam a síntese de proteínas. Este efeito é evidente no maior peso dos músculos e massa óssea que é observado na maior parte dos homens em comparação às mulheres. Um sistema de feedback negativo regula a produção de testosterona. Quando a concentração de testosterona no sangue aumenta até um determinado nível, isso inibe a liberação de GnRH pelas células hipotalâmicas. Como resultado, há menos GnRH no sangue portal que flui do hipotálamo para a adeno-hipófise. Os gonadotropos na adeno-hipófise então liberam menos LH, de modo que a concentração de LH no sangue sistêmico cai. Com menos estimulação pelo LH, as células intersticiais dos testículos secretam menos testosterona, e há um retorno à homeostasia. Se a concentração de testosterona no sangue cai muito, no entanto, o GnRH é novamente liberado pelo hipotálamo e estimula a secreção de LH pela adeno- hipófise. O LH, por sua vez, estimula a produção de testosterona pelos testículos. DUCTOS DO SISTEMA GENITAL MASCULINO Ductos do testículo A pressão produzida pelo líquido que é secretado pelas células sustentaculares empurra os espermatozoides e o líquido ao longo do lúmen dos túbulos seminíferos e, em seguida, por uma série de ductos muito curtos chamados de túbulos seminíferos retos. Os túbulos seminíferos retos levam a uma rede de ductos no testículo chamados de rede do testículo. Da rede do testículo, os espermatozoides se movem por uma série de ductos eferentes enrolados no epidídimo, que se esvaziam em um tubo único chamado de ducto do epidídimo. Epidímio O epidídimo é um órgão em forma de vírgula de aproximadamente 4 cm de comprimento que fica ao longo da margem posterior de cada testículo. Cada epidídimo consiste principalmente em ductos do epidídimo bem enrolados. Os ductos eferentes do testículo se unem aos ductos do epidídimo na parte maior e superior do epidídimo, chamada de cabeça do epidídimo. O corpo do epidídimo é a parte média estreita, e a cauda do epidídimo é a parte inferior menor. Na sua extremidade distal, a cauda do epidídimo continua como o ducto deferente. Os ductos do epidídimo mediriam aproximadamente 6 m de comprimento se fossem desenrolados. São revestidos por epitélio pseudoestratificado e circundados por camadas de músculo liso. As superfícies livres das células cilíndricas contêm estereocílios, que apesar de seu nome são microvilosidades longas e ramificadas (não cílios) que aumentam a área de superfície para a reabsorção de espermatozoides degenerados. O tecido conjuntivo em torno da túnica muscular se insere nas alças do ducto do epidídimo e transporta os vasos sanguíneos e nervos. Funcionalmente, o epidídimo é o local de maturação dos espermatozoides, processo pelo qual o espermatozoide adquire motilidade e a capacidade de fertilizar um óvulo. Isto ocorre ao longo de um período de aproximadamente 14 dias. O epidídimo também ajuda a impulsionar os espermatozoides pelos ductos deferentes durante a excitação sexual, pela contração peristáltica do seu músculo liso. Além disso, o epidídimo armazena espermatozoides, que permanecem viáveis aqui por até vários meses. Qualquer espermatozoide armazenado que não seja ejaculado durante esse período de tempo é, por fim, reabsorvido. Ducto deferente No interior da cauda do epidídimo, o ducto do epidídimo torna-se menos enrolado e o seu diâmetro aumenta. Além deste ponto, o ducto é conhecido como ducto deferente O ducto deferente, que mede aproximadamente 45 cm de comprimento, ascende ao longo da margem posterior do epidídimo através do funículo espermático e, em seguida, entra na cavidade pélvica. Ele contorna o ureter @juliaasoare_ e passa lateralmente e desce pela face posterior da bexiga urinária. A parte terminal dilatada do ducto deferente é a ampola. A túnica mucosa do ducto deferente é composta por epitélio pseudoestratificado e lâmina própria (tecido conjuntivo areolar). A túnica muscular é composta por três camadas de músculo liso; as camadas interna e externa são longitudinais, e a camada do meio é circular. Funcionalmente, o ducto deferente transporta os espermatozoides, durante a excitação sexual, do epidídimo em direção à uretra por contrações peristálticas de seu revestimento muscular. Como o epidídimo, o ducto deferente também pode armazenar espermatozoides durante vários meses. Funículo espermático O funículo espermático é uma estrutura de suporte do sistema genital masculino que ascende a partir do escroto. Ele consiste na porção do ducto deferente que ascende através do escroto, na artéria testicular, nas veias que drenam os testículos e levam testosterona para a circulação (o plexo pampiniforme), nos nervos autônomos, nos vasos linfáticos e no músculo cremaster. O funículo espermático e o nervo ilioinguinal atravessam o canal inguinal, uma passagem oblíqua na parede abdominal anterior ligeiramente superior e paralela à metade medial do ligamento inguinal. O canal, que mede aproximadamente 4 a 5 cm de comprimento, tem origem no anel inguinal profundo (abdominal), uma abertura em forma de fenda na aponeurose do músculo transverso do abdome; o canal termina no anel inguinal superficial (subcutâneo), uma abertura discretamente triangular na aponeurose do músculo oblíquo externo do abdome. Nas mulheres, o ligamento redondo do útero e o nervo ilioinguinal passam através do canal inguinal. O termo varicocele se refere a uma protuberância no escroto decorrente da dilatação das veias que drenam os testículos. Em geral é mais aparente quando a pessoa está em pé e geralmente não requer tratamento. Ductos ejaculatórios Cada ducto ejaculatório mede aproximadamente 2 cm de comprimento e é formado pela união do ducto da glândula seminal e a ampola do ducto deferente. Os curtos ductos ejaculatórios formam-se imediatamente superiores à base (parte superior) da próstata e passam inferior e anteriormente através da próstata. Eles terminam na parte prostática da uretra, onde ejetam os espermatozoides e secreções das glândulas seminais pouco antes da liberação do sêmen da uretra para o exterior. Uretra Nos homens, a uretra é o ducto terminal compartilhado dos sistemas reprodutivo e urinário; serve como uma passagem tanto para o sêmen quanto para a urina. Medindo aproximadamente 20 cm, passa através da próstata, dos músculos profundos do períneo e do pênis; é subdividida em três partes. A parte prostática da uretra mede 2 a 3 cm de comprimento e passa através da próstata. Conforme esse ducto continua inferiormente, passa através dos músculos profundos do períneo, onde é conhecido como parte membranácea da uretra. A parte membranácea da uretra mede aproximadamente 1 cm de comprimento. Quando esse ducto passa através do corpo esponjoso do pênis, é conhecido como parte esponjosa da uretra, que mede aproximadamente 15 a 20 cm de comprimento. A parte esponjosa da uretra termina no óstio externo da uretra. GLÂNDULAS SEXUAIS ACESSÓRIAS Glândulas seminais O par de glândulas seminais são estruturas enroladas em forma de bolsa que medem aproximadamente 5 cm de comprimento e seencontram posteriormente à base da bexiga urinária e anteriormente ao reto. Por meio dos ductos das glândulas seminais, elas secretam um líquido viscoso alcalino que contém frutose (um açúcar monossacarídio), prostaglandinas e proteínas de coagulação, que são diferentes das do sangue. A natureza alcalina do líquido seminal ajuda a neutralizar o meio ácido da uretra masculina e do sistema genital feminino, que de outro modo inativariam e matariam os espermatozoides. A frutose é utilizada para a produção de ATP pelos espermatozoides. @juliaasoare_ As prostaglandinas contribuem para a mobilidade e a viabilidade dos espermatozoides e podem estimular as contrações do músculo liso no sistema genital feminino. As proteínas de coagulação ajudam o sêmen a coagular após a ejaculação. O líquido secretado pelas glândulas seminais normalmente constitui aproximadamente 60% do volume do sêmen. Próstata A próstata é uma glândula única em forma de rosca, aproximadamente do tamanho de uma bola de golfe. Ela mede cerca de 4 cm de um lado a outro, aproximadamente 3 cm de cima a baixo, e cerca de 2 cm de anterior a posterior. Encontra-se inferiormente à bexiga urinária e circunda a parte prostática da uretra. A próstata aumenta de tamanho lentamente desde o nascimento até a puberdade. Em seguida, se expande rapidamente até aproximadamente os 30 anos de idade; após esse período, seu tamanho normalmente permanece estável até os 45 anos, quando podem ocorrer novos aumentos. A próstata secreta um líquido leitoso e ligeiramente ácido (pH de aproximadamente 6,5) que contém diversas substâncias. (1) O ácido cítrico do líquido prostático é usado pelos espermatozoides para a produção de ATP por meio do ciclo de Krebs. (2) Várias enzimas proteolíticas, como o antígeno prostático específico (PSA), pepsinogênios, lisozima, amilase e hialuronidase, que por fim quebram as proteínas de coagulação das glândulas seminais. (3) A função da fosfatase ácida secretada pela próstata é desconhecida. (4) A plasmina seminal do líquido prostático é um antibiótico que pode destruir as bactérias. A plasmina seminal pode ajudar a diminuir a quantidade de bactérias que ocorrem naturalmente no sêmen e no sistema genital inferior da mulher. As secreções da próstata entram na parte prostática da uretra por meio de diversos canais prostáticos. As secreções prostáticas constituem aproximadamente 25% do volume do sêmen e contribuem para a motilidade e viabilidade dos espermatozoides. Glândulas bulbouretrais O par de glândulas bulbouretrais mede aproximadamente o tamanho de ervilhas. Elas se encontram inferiormente à próstata em ambos os lados da parte membranácea da uretra, no interior dos músculos profundos do períneo, e seus ductos se abrem para dentro da parte esponjosa da uretra. Durante a excitação sexual, as glândulas bulbouretrais secretam um líquido alcalino na uretra que protege os espermatozoides que passam ao neutralizar os ácidos da urina na uretra. Também secretam um muco que lubrifica a ponta do pênis e a túnica mucosa da uretra, diminuindo a quantidade de espermatozoides danificados durante a ejaculação. Alguns homens liberam uma ou duas gotas de muco durante a estimulação sexual e a ereção. Esse líquido não contém espermatozoides. Sêmen O sêmen é uma mistura de espermatozoides e líquido seminal, um líquido que consiste nas secreções dos túbulos seminíferos, glândulas seminais, próstata e glândulas bulbouretrais. O volume de sêmen em uma ejaculação típica é de 2,5 a 5 mililitros (mℓ), com 50 a 150 milhões de espermatozoides por mℓ. Quando a contagem cai abaixo de 20 milhões/mℓ, há probabilidade de o homem ser infértil. É necessária uma quantidade muito grande de espermatozoides para a fertilização bem-sucedida, porque apenas uma pequena fração por fim alcança o ovócito secundário. Apesar da leve acidez do líquido prostático, o sêmen tem um pH ligeiramente alcalino de 7,2 a 7,7, em decorrência do pH mais elevado e maior volume do líquido proveniente das glândulas seminais. A secreção prostática confere ao sêmen um aspecto leitoso, e os líquidos das glândulas seminais e glândulas bulbouretrais lhe dão uma consistência pegajosa. O líquido seminal fornece aos espermatozoides um meio de transporte, nutrientes e proteção do ambiente ácido hostil da uretra masculina e da vagina feminina. Uma vez ejaculado, o sêmen coagula em menos de 5 min, em decorrência da presença de proteínas de coagulação das glândulas seminais. @juliaasoare_ O papel funcional da coagulação do sêmen não é conhecido, mas as proteínas envolvidas são diferentes daquelas que causam a coagulação do sangue. Depois de aproximadamente 10 a 20 min, o sêmen se reliquefaz, porque o antígeno prostático específico (PSA) e outras enzimas proteolíticas produzidas pela próstata quebram o coágulo. A liquefação anormal ou tardia do sêmen coagulado pode causar uma imobilização completa ou parcial do espermatozoide, inibindo desse modo o seu movimento ao longo do colo do útero. Depois de passar pelo útero e tubas uterinas, os espermatozoides são afetados pelas secreções da tuba uterina em um processo chamado de capacitação. A presença de sangue no sêmen é chamada de hemospermia. Na maior parte dos casos, é causada pela inflamação dos vasos sanguíneos que revestem as glândulas seminais; geralmente é tratada com antibióticos. Pênis O pênis contém a uretra e é uma passagem para a ejaculação do sêmen e a excreção de urina. Ele tem uma forma cilíndrica e é composto por um corpo, uma glande e uma raiz. O corpo do pênis é constituído por três massas cilíndricas de tecido, cada uma circundada por tecido fibroso chamado de túnica albugínea. As duas massas dorsolaterais são chamadas de corpos cavernosos do pênis. A massa médio-ventral menor, o corpo esponjoso do pênis, contém a parte esponjosa da uretra e a mantém aberta durante a ejaculação. A pele e uma tela subcutânea envolvem todas as três massas, que consistem em tecido erétil. O tecido erétil é composto por diversos seios sanguíneos (espaços vasculares) revestidos por células endoteliais e circundados por músculo liso e tecido conjuntivo e elástico. A extremidade distal do corpo esponjoso do pênis é uma região um pouco aumentada, em forma de bolota, chamada de glande do pênis; a sua margem é a coroa. A uretra distal aumenta no interior da glande do pênis e forma uma abertura terminal em forma de fenda, o óstio externo da uretra. Recobrindo a glande em um pênis não circuncidado está o frouxamente ajustado prepúcio do pênis. A raiz do pênis é a porção de inserção (porção proximal). Consiste no bulbo do pênis, a continuação posterior expandida da base do corpo esponjoso do pênis, e o ramo do pênis, as duas porções separadas e cônicas do corpo cavernoso do pênis. O bulbo do pênis está ligado à face inferior dos músculos profundos do períneo e é fechado pelo músculo bulboesponjoso, um músculo que auxilia na ejaculação. Cada ramo do pênis se dobra lateralmente para longe do bulbo do pênis para se inserir no ísquio e ramo púbico inferior, e é circundado pelo músculo isquiocavernoso. O peso do pênis é suportado por dois ligamentos que são contínuos com a fáscia do pênis. (1) O ligamento fundiforme do pênis surge a partir da parte inferior da linha alba. (2) O ligamento suspensor do pênis surge a partir da sínfise púbica. Após a estimulação sexual (visual, tátil, auditiva, olfatória ou imaginada), fibras parassimpáticas da porção sacral da medula espinal iniciam e mantêm uma ereção, o alargamento e o enrijecimento do pênis. As fibras parassimpáticas produzem e liberam óxido nítrico (NO). O NO faz com que o músculo liso das paredes das arteríolas que irrigam o tecido erétil relaxe, o que possibilita que estes vasos sanguíneos se dilatem. Isso, por suavez, faz com que grandes volumes de sangue entrem no tecido erétil do pênis. O NO também faz com que o músculo liso do tecido erétil relaxe, resultando em dilatação dos seios sanguíneos. A combinação de fluxo sanguíneo aumentado e dilatação dos seios sanguíneos resulta em uma ereção. A expansão dos seios sanguíneos também comprime as veias que drenam o pênis; a desaceleração do fluxo de saída do sangue ajuda a manter a ereção. O termo priapismo se refere à ereção persistente e geralmente dolorosa do pênis que não envolve desejo ou excitação sexual. A condição pode durar várias horas e é acompanhada por dor espontânea e à palpação. É decorrente de anormalidades nos vasos sanguíneos e nervos, geralmente em resposta à medicação usada para produzir ereções em homens que de outro modo não são capazes de alcançá-las. Outras causas incluem transtornos da medula espinal, leucemia, anemia falciforme ou um tumor pélvico. @juliaasoare_ A ejaculação, a poderosa liberação do sêmen pela uretra para o ambiente externo, é um reflexo simpático coordenado pela parte lombar da medula espinal. Como parte do reflexo, o músculo liso do esfíncter na base da bexiga urinária se fecha, impedindo que seja expelida urina durante a ejaculação, e a entrada de sêmen na bexiga urinária. Mesmo antes de a ejaculação ocorrer, contrações peristálticas no epidídimo, no ducto deferente, nas glândulas seminais, nos ductos ejaculatórios e na próstata impulsionam o sêmen para a parte peniana (esponjosa) da uretra. Normalmente, isso leva à emissão de um pequeno volume de sêmen antes da ejaculação. A emissão também pode ocorrer durante o sono (polução noturna). A musculatura do pênis (músculos bulboesponjoso, isquiocavernoso e transverso superficial do períneo), que é irrigada pelo nervo pudendo, também se contrai durante a ejaculação Quando a estimulação sexual do pênis termina, as arteríolas que irrigam o tecido erétil do pênis se estreitam e a musculatura lisa no interior do tecido erétil se contrai, tornando os seios sanguíneos menores. Isso alivia a pressão sobre as veias que irrigam o pênis e possibilita que elas drenem o sangue. Consequentemente, o pênis volta ao seu estado flácido. EMBRIOLOGIA DO SISTEMA GENITAL MASCULINO Desenvolvimento das Gônadas As gônadas (testículos e ovários) são os órgãos que produzem os gametas (espermatozoides e ovócitos). As gônadas são derivadas de três fontes: • Mesotélio (epitélio mesodérmico), revestindo a parede abdominal posterior • Mesênquima subjacente (tecido conjuntivo embrionário) • Células germinativas primordiais (células sexuais indiferenciadas primordiais) Gônadas Indiferenciadas O desenvolvimento gonadal inicia-se durante a quinta semana, quando uma espessa área de mesotélio se desenvolve na região mediana dos mesonefros. A proliferação desse epitélio e mesênquima subjacente produz uma protuberância na região mediana dos mesonefros – a crista gonadal. Cordões epiteliais gonadais – semelhantes a dedos – crescem no mesênquima subjacente. As gônadas indiferenciadas agora consistem em um córtex externo e uma medula interna. Em embriões com um complexo cromossômico sexual XX, o córtex da gônada indiferenciada se diferencia em ovário, e a medula regride. Em embriões com um complexo cromossômico sexual XY, a medula diferencia-se em testículo e o córtex regride. Células Germinativas Primordiais As células germinativas primordiais se originam na parede do saco vitelino (do epiblasto) e migram ao longo do mesentério dorsal do intestino posterior para as cristas gonadais. Durante a sexta semana, as células germinativas primordiais penetram no mesênquima subjacente e são incorporadas nos cordões gonadais. @juliaasoare_ Elas finalmente se diferenciam em ovócitos ou espermatozoides. Determinação do Sexo Sexo cromossômico e genético, estabelecido na fertilização, depende se um espermatozoide portando X ou Y fertiliza o ovócito portando X. O tipo de gônada que se desenvolve é geralmente determinado pelo complexo cromossômico sexual do embrião (XX ou XY). Antes da sétima semana, as gônadas dos dois sexos são idênticas na aparência e são chamadas de gônadas indiferenciadas. O desenvolvimento de um fenótipo masculino (características) requer um cromossomo Y funcional. Dois cromossomos X são necessários para o desenvolvimento do fenótipo feminino. Desenvolvimento dos Testículos Uma sequência coordenada de genes induz o desenvolvimento dos testículos. O gene SRY (região determinante do sexo do Y) que codifica o fator determinante do testículo (FDT) localiza-se no braço curto do cromossomo Y e age como um interruptor que dirige o desenvolvimento da gônada indiferenciada em um testículo. Desenvolvimento da Genitália Externa Masculina Masculinização da genitália externa indiferenciada é induzida pela di-hidrotestosterona (produzida perifericamente) por meio da conversão da testosterona (produzida pelas células testiculares de Leydig) pela 5α- redutase. À medida que o falo primordial se amplia e se alonga para se tornar o pênis, as pregas urogenitais formam as paredes laterais ao sulco uretral na superfície ventral do pênis. Esse sulco é revestido por uma proliferação de células endodérmicas, a placa uretral, que se estende a partir da porção fálica do seio urogenital. As pregas uretrais se fusionam umas com as outras ao longo da superfície ventral do pênis para formar a uretra esponjosa. O ectoderma superficial se fusiona no plano mediano do pênis, formando a rafe peniana e envolvendo a uretra esponjosa dentro do pênis. No topo da glande peniana, um crescimento interno ectodérmico forma um cordão celular ectodérmico, que se estende em direção à raiz do pênis para encontrar a uretra esponjosa. Esse cordão canaliza e se junta à uretra esponjosa anteriormente formada. Essa junção completa a porção terminal da uretra e move o orifício uretral externo para o topo da glande peniana. Durante a 12ª semana, um crescimento interno circular do ectoderma ocorre na periferia da glande peniana. Quando esse crescimento interno se rompe, forma-se o prepúcio. O corpo cavernoso e o corpo esponjoso se desenvolvem no falo a partir do mesênquima. As intumescências labioescrotais crescem uma em direção à outra e se fusionam para formar o escroto . A linha de fusão dessas pregas é claramente visível na rafe escrotal. DETERMINAÇÃO E DIFERENCIAÇÃO SEXUAL Determinação do sexo A presença de um cromossomo Y leva à masculinização, independentemente do número de cromossomos X @juliaasoare_ presentes. A ausência do cromossomo Y resulta em desenvolvimento feminino. Sabe-se, no entanto, que a ação determinante do sexo do cromossomo Y limita-se especificamente ao desenvolvimento dos testículos. Segundo Ohno, os cromossomos sexuais dos mamíferos evoluíram a partir de um par ancestral de homólogos. A diferenciação morfológica acompanhou a emergência de um papel determinante do sexo no cromossomo Y e, nas fêmeas, de um mecanismo de compensação de dose para os genes localizados no cromossomo X, mediante inativação casual de um dos cromossomos X. O fato de existirem regiões homólogas entre os cromossomos X e Y corrobora a teoria sobre sua origem. Diferenciação sexual Embora os cromossomos sexuais estejam presentes no zigoto desde a concepção, as gônadas são indiferenciadas no início do desenvolvimento embrionário. Durante a quarta semana de desenvolvimento, células germinativas migram do saco vitelino para as gônadas indiferenciadas e aproximadamente na sexta semana inicia-se a diferenciação gonadal. Nessa fase, o embrião apresenta gônadas bilaterais indiferenciadas, que consistem em córtex e medula, e dois conjuntos de ductos ou canais. As estruturas potencialmente femininas são denominadas de ductos de Müller eas estruturas potencialmente masculinas, ductos de Wolff. A partir da sexta semana de desenvolvimento, o embrião desenvolve-se na direção feminina, a menos que o fator determinante testicular (TDF, do inglês testis-determining factor) inicie uma sequência de eventos que levem as gônadas até então indiferenciadas a se desenvolverem em testículos. Principais etapas da determinação do sexo A expressão do gene SRY desencadeia uma cascata de eventos, com certeza envolvendo outros genes, como o SOX9, que leva a medula da gônada indiferenciada a se desenvolver em testículo, no qual as células intersticiais (ou de Leydig) começam a produzir testosterona. Esse hormônio estimula os ductos de Wolff, que formam a genitália interna masculina (epidídimos, vasos deferentes e glândulas seminais), e leva à masculinização da genitália externa. Essa última etapa é mediada especificamente pela di- hidrotestosterona, que é um hormônio mais potente produzido a partir da testosterona, sob a ação da enzima 5--redutase 2. Nos testículos, as células de Sertoli, cuja diferenciação seria o primeiro evento da cascata iniciada pelo produto do gene SRY, produzem uma glicoproteína conhecida como hormônio antimülleriano ou fator inibidor mülleriano (MIF, do inglês Müllerian inhibitory factor), que causa a regressão dos ductos de Müller. Na ausência de um cromossomo Y, como na mulher normal (46,XX), e na ausência da expressão normal do gene SRY, o córtex da gônada indiferenciada desenvolve- -se em ovário. Não há produção de testosterona, nem do hormônio antimülleriano. Os ductos de Müller formam a genitália interna feminina, inclusive a porção superior da vagina, o útero e a tuba uterina. A genitália externa não se desenvolve como no sexo masculino, evoluindo, então, para a genitália externa feminina normal. Sem os efeitos estimuladores da testosterona, os ductos de Wolff regridem. A diferenciação sexual normal está completa aproximadamente entre a 12a e a 14a semanas de gestação, embora os testículos só migrem para o escroto quase no fim da gravidez. São raras as anormalidades da diferenciação sexual, mas são causas importantes de infertilidade e ambiguidade sexual. Algumas delas, como os pseudo-hermafroditismos. @juliaasoare_ Criptorquidia (DIAS, 2017) A criptorquidia é a malformação urológica congénita mais comum, com uma incidência que varia entre 1 a 2%, entre os 3 e os 12 meses de vida. É ainda mais prevalente em crianças prematuras podendo atingir 20% Esta malformação caracteriza-se pela não descida do testículo, podendo este ficar bloqueado em qualquer parte, desde a cavidade abdominal até ao anel inguinal. Apresenta como principais consequências, infertilidade, possibilidade de malignização futura do testículo, bem como possíveis distúrbios de imagem da criança e adolescente. Atualmente, o tratamento usado é a orquidopexia, que consiste na colocação do testículo ectópico no saco escrotal. Existem diversas formas de abordagem cirúrgica a estes doentes, dependendo do cirurgião que vai operar e do caso específico da criança que vai ser operada. Vasectomia (DA SILVA, 2018) A vasectomia é definida como um método cirúrgico seguro e eficaz, que consiste na interrupção dos dois ductos deferentes, impedindo assim, a passagem dos espermatozoides para as vesículas seminais, promovendo a azoospermia. Nessa cirurgia, o médico faz uma pequena incisão em ambos os lados do escroto, corta os dois ductos deferentes e depois fecha as extremidades cortadas amarrando-as ou fundindo-as por cauterização. Embora os espermatozoides continuem sendo produzidos, eles não podem mais sair do corpo e são fagocitados no epidídimo Referências: Tortora, Gerard, J. e Bryan Derrickson. Princípios de Anatomia e Fisiologia. Disponível em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2016. Moore, Keith, L. et ai. Anatomia Orientada para Clínica, 8ª edição. Disponível em: Minha Biblioteca, Grupo GEN, 2018 Junqueira, Luiz Carlos, U. e José Carneiro. Histologia Básica - Texto e Atlas. Disponível em: Minha Biblioteca, (13ª edição). Grupo GEN, 2017 MOORE, K. L.; PERSAUD, T. V. N. Embriologia Clínica. 8ª edição. Editora Elsevier, Rio de Janeiro, 2008. 365p BORGES-OSÓRIO, Maria Regina & ROBINSON, Wanyce Miriam. Genética Humana. 2. ed. Porto Alegre, Artmed, 2001. 459 p @juliaasoare_
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