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Apg 22: 1. compreender a Morfofisiologia do sistema reprodutor masculino 2. entender a embriologia do sistema reprodutor feminino e masculino. Consiste em testículos, ductos excretores genitais, glândulas sexuais acessórias (glândulas seminais, a próstata e as glândulas bulbouretrais) e genitália externa (pênis e escroto) • TESTÍCUCLOS ANATOMIA São órgãos ovoides pareados, localizados no escroto, situado fora do corpo Encontra-se suspenso na extremidade de uma bolsa musculofascial alongada, que é contínua com as camadas da parede anterior do abdome que se projeta para dentro do escroto. Estão conectados à parede do abdome pelos cordões espermáticose fixados ao escroto por ligamentos escrotais, os remanescentes do gubernáculo. Cada testículo recebe sangue por meio de uma artéria testicular, um ramo direto da parte abdominal da aorta. **A artéria testicular é altamente contorcida próximo do testículo, onde é circundada pelo plexo venoso pampiniforme, que transporta sangue dos testículos para as veias abdominais. Essa disposição possibilita a troca de calor entre os vasos sanguíneos e ajuda a manter os testículos em temperatura mais baixa. O sangue venoso mais frio, que retorna dos testículos, resfria o sangue arterial antes da entrada deste nos testículos, por meio de um mecanismo de troca de calor por contracorrente. **músculo cremáster, responde a mudanças da temperatura ambiente. Sua contração desloca os testículos para uma posição mais próxima da parede abdominal, enquanto o seu relaxamento abaixa os testículos para dentro do escroto. As temperaturas frias também causam contração de uma fina camada de músculo liso (músculo dartos) na fáscia superficial do escroto. HISTOLOGIA Túnica albugínea: capsula de tecido conjuntivo denso que recobre o testículo. Parte interna é a túnica vascular de tecido conjuntivo frouxo que contém vasos sanguíneos. Na superfície posterior do testículo, a túnica albugínea sofre espessamento e projeta-se para o interior do testículo como um mediastino. Os vasos sanguíneos, os vasos linfáticos e os ductos excretores genitais atravessam o mediastino quando entram nos testículos e saem deles. É dividido em aproximadamente 250 lóbulos por septos de tecido conjuntivo incompletos, que se projetam a partir da cápsula. Cada lóbulo consiste em um a quatro túbulos seminíferos, nos quais os espermatozoides são produzidos, e em um estroma de tecido conjuntivo, no qual se encontram as células de Leydig (intersticiais) produtoras de testosterona Cada túbulo no lóbulo forma uma alça e, em virtude de seu comprimento considerável, é altamente contorcido, dobrando-se sobre si no lóbulo. As extremidades da alça estão localizadas próximo do mediastino do testículo, onde assumem um trajeto reto e curto. Essa parte do túbulo seminífero é denominada túbulo reto. Este torna- se contínuo com a rede do testículo, um sistema de canais anastomosados no mediastino. Túbulo seminífero é composto por um epitélio estratificado complexo(germinativo) e incomum, formado por duas populações básicas de células: • Células de Sertoli: suporte ou de sustentação, não se replicam depois da puberdade. São células colunares, com extensos prolongamentos apicais e laterais que circundam as células espermatogênicas adjacentes e que ocupam os espaços entre elas. Determinam a organização estrutural dos túbulos, uma vez que se estendem por toda a espessura do epitélio seminífero. Produz hormônio antimuleriano, barreira hematotesticular, suprimento nutricional dos espermatozoides. • Células espermatogênicas: se replicam e se diferenciam regularmente em espermatozoides maduros. Derivam de células germinativas primordiais originadas do saco vitelino, que colonizam as cristas gonadais durante o desenvolvimento inicial do testículo. As células espermatogênicas mais imaturas, denominadas espermatogônias, repousam sobre a lâmina basal. Já as células mais maduras, denominadas espermátides, estão inseridas na parte apical da célula de Sertoli, onde margeiam o lúmen do túbulo. túnica (lâmina) própria, também denominada tecido peritubular, é um tecido conjuntivo em múltiplas camadas, que não tem fibroblastos típicos - três a cinco camadas de células mioides (células contráteis peritubulares) e fibrilas colágenas Células de Leydig (células intersticiais) diferenciam-se e secretam testosterona no início da vida fetal - necessária durante o desenvolvimento embrionário, a maturação sexual e a função reprodutiva • Embrião: a secreção de testosterona e de outros andrógenos é essencial para o desenvolvimento normal das gônadas no feto masculino. Além da testosterona, as células de Leydig secretam a proteína insulino-símile 3, que estimula a descida do testículo durante o desenvolvimento • Puberdade: a secreção de testosterona é responsável pelo início da produção de espermatozoides, secreção das glândulas sexuais acessórias e desenvolvimento das características sexuais secundárias. A secreção da INSL3 também promove divisões meióticas nos túbulos seminíferos • Adulto: a secreção de testosterona é essencial à manutenção da espermatogênese e das características sexuais secundárias, dos ductos excretores genitais e das glândulas sexuais acessórias. **secretam ocitocina - estimula a contração das células mioides que circundam os túbulos seminíferos, movendo os espermatozoides em direção aos dúctulos eferentes. DUCTOS INTRATESTICULARES Na extremidade de cada túbulo seminífero, observa-se uma transição abrupta para os túbulos retos. Essa parte terminal curta do túbulo seminífero é revestida apenas por células de Sertoli. Próximo de seu término, os túbulos retos ficam estreitos, e o seu revestimento modifica-se para um epitélio simples cuboide. Os túbulos retos desembocam na rede do testículo, uma série complexa de canais interconectados no tecido conjuntivo altamente vascularizado do mediastino do testícul. Os canais da rede do testículo são revestidos por um epitélio simples cuboide ou colunar baixo. Essas células apresentam um único cílio apical e uma quantidade relativamente pequena de microvilosidades apicais curtas. SISTEMA DE DUCTOS EXCRETORES O desenvolvimento inicial das células de Leydig e o início da secreção de testosterona estimulam o ducto mesonéfrico (de Wolff) a se diferenciar no sistema de ductos excretores para o testículo em desenvolvimento A parte do ducto mesonéfrico adjacente ao testículo em desenvolvimento torna-se contorcida e diferencia-se no ducto do epidídimo, nessa região, vários (cerca de 20) dos túbulos mesonéfricos remanescentes estabelecem contato com os cordões seminíferos em desenvolvimento e, por fim, desenvolvem-se nos dúctulos eferentes (conectam a rede do testículo em desenvolvimento com o ducto do epidídimo) A parte distal do ducto mesonéfrico adquire um revestimento espesso de músculo liso e passa a constituir o ducto deferente. A extremidade do ducto mesonéfrico distal dá origem ao ducto ejaculatório e às glândulas seminais. Dúctulos eferentes conectam os canais da rede do testículo, desde a extremidade superior do mediastino até aparte proximal do ducto do epidídimo. Quando os dúctulos eferentes deixam o testículo, tornam-se altamente espiralados e formam 6 a 10 massas cônicas, denominadas cones vasculares, cujas bases fazem parte da cabeça do epidídimo. Os cones vasculares, cada um com cerca de 10 mm de comprimento, contêm os ductos altamente contorcidos que medem 15 a 20 cm de comprimento. Na base dos cones, os dúctulos eferentes abrem-se em um único canal, o ducto do epidídimo Dúctulos eferentes são revestidos por um epitélio pseudoestratificado colunar, que contém agrupamentos de células altas (ciliadas) e células baixas (microvilosidades), conferindo à superfície luminal uma aparência de dentes de serraA maior parte do líquido secretado nos túbulos seminíferos sofre reabsorção nos dúctulos eferentes EPIDÍDIMO estrutura em formato de meia-lua, localizada ao longo das superfícies superior e posterior do testículo. Mede em torno de 7,5 cm de comprimento e consiste nos dúctulos eferentes e no ducto do epidídimo. Apresenta vasos, músculo liso e uma cobertura de tecido conjuntivo. É dividido em cabeça, corpo e cauda, dúctulos eferentes ocupam a cabeça, enquanto o ducto do epidídimo ocupa o corpo e a cauda. Os espermatozoides recém- produzidos, que entram no epidídimo provenientes dos testículos, amadurecem durante a sua passagem pelo ducto do epidídimo, adquirindo a sua motilidade e a capacidade de fertilizar um oócito. As principais células no epitélio pseudoestratificado do epidídimo caracterizam-se por apresentar estereocílios. (células principais e células basais) A maior parte do líquido não reabsorvido pelos dúctulos eferentes sofre reabsorção na parte proximal do epidídimo. As células epiteliais também fagocitam quaisquer corpos residuais que não foram removidos pelas células de Sertoli, bem como os espermatozoides que degeneraram no ducto. O citoplasma apical das células principais contém numerosas invaginações nas bases dos estereocílios, juntamente com vesículas recobertas, corpos multivesiculares e lisossomos células principais secretam glicerofosfocolina, ácido siálico e glicoproteínas, que, além do glicocálice e dos esteroides, ajudam na maturação dos espermatozoides A camada de músculo liso do ducto do epidídimo aumenta gradualmente em espessura, adquirindo três camadas na região da cauda. DUCTO DEFERENTE é uma continuação direta da cauda do epidídimo. No escroto, ascende ao longo da borda posterior dos testículos, próximo dos vasos e nervos testiculares. Em seguida, entra no abdome como componente do funículo espermático, atravessando o canal inguinal. O funículo espermático contém todas as estruturas que passam para dentro dos testículos e a partir deles. Além do ducto deferente, contém a artéria testicular, pequenas artérias para o ducto deferente e músculo cremáster, o plexo pampiniforme, vasos linfáticos, fibras nervosas simpáticas e o ramo genital do nervo genitofemoral. Todas essas estruturas são circundadas por fáscias derivadas da parede anterior do abdome. Após deixar o funículo espermático, o ducto deferente desce para a pelve até o nível da bexiga, onde sua extremidade distal se amplia para formar a ampola do ducto deferente. Nesse local, a ampola se une ao ducto da glândula seminal e continua, através da próstata até a parte prostática da uretra, como ducto ejaculatório. ducto deferente é revestido por um epitélio pseudoestratificado colunar, muito semelhante ao do epidídimo, as células colunares altas também contêm esterocílios, que se estendem dentro do lúmen. Já as células basais arredondadas repousam sobre a lâmina basal. No entanto, diferentemente do epidídimo, o lúmen do ducto não aparece liso em preparações histológicas. Nessas preparações, há pregas longitudinais profundas na maior parte de seu comprimento, provavelmente devido à contração durante a fixação do tecido, do espesso revestimento muscular (1 a 1,5 mm) do ducto. Ampola do ducto deferente contém pregas ramificadas e mais altas da mucosa, que frequentemente apresentam divertículos glandulares. O revestimento muscular que circunda a ampola é mais fino que aquele do restante do ducto deferente, e as camadas longitudinais desaparecem próximo da origem do ducto ejaculatório. O epitélio da ampola e do ducto ejaculatório parece desempenhar função secretora. As células contêm grande número de grânulos de pigmento amarelo. A parede do ducto ejaculatório não tem camada muscular; esta é substituída pelo tecido fibromuscular da próstata • GLÂNDULAS SEXAIS ACESSPORIAS GLÂNDULAS SEMINAIS São glândulas tubulares muito pregueadas, alongadas e pareadas, localizadas na parede posterior da bexiga, paralelamente à ampola do ducto deferente. Um ducto excretor curto de cada glândula seminal combina-se com a ampola do ducto deferente, formando o ducto ejaculatório. As glândulas seminais desenvolvem-se como evaginações dos ductos mesonéfricos (de Wolff) na região das futuras ampolas Parede contém uma mucosa (pregas primárias, secundárias e terciárias que aumentam a área de superfície secretora), uma fina camada de músculo liso e um revestimento fibroso. epitélio pseudoestratificado colunar contém células colunares altas não ciliadas e pequenas células esféricas que repousam sobre a lâmina basal. A secreção é um material viscoso amarelo- esbranquiçado. Contém frutose, que é o principal substrato metabólico dos espermatozoides, juntamente com outros açúcares simples, aminoácidos, ácido ascórbico e prostaglandinas. Embora as prostaglandinas são sintetizadas em grandes quantidades nas glândulas seminais. A contração do revestimento de músculo liso das glândulas seminais, durante a ejaculação, descarrega a sua secreção nos ductos ejaculatórios e ajuda a eliminar os espermatozoides da uretra. A função secretora e a morfologia das glândulas seminais estão sob o controle da testosterona PRÓSTATA a maior glândula sexual acessória, é dividida em várias zonas morfológicas e funcionais. está localizada na pelve, inferiormente à bexiga, onde circunda a parte prostática da uretra. Ducto ejaculatório = ducto eferente e glândulas seminais Ostio do ducto ejaculatório direito e esquerdo na uretra prostática (onde tem a união do sistema reprodutor e urinário) Principal função é secretar um líquido claro e ligeiramente alcalino (pH de 7,29), que contribui para a formação do líquido seminal. É constituída por 30 a 50 glândulas tubuloalveolares dispostas em três camadas concêntricas: uma camada mucosa interna, uma camada submucosa intermediária e uma camada periférica contendo as glândulas prostáticas principais. As glândulas da camada mucosa secretam diretamente na uretra; as outras duas camadas contêm ductos que se abrem nos seios prostáticos, localizados em cada lado da crista uretral, na parede posterior da uretra. O parênquima prostático adulto é dividido em quatro zonas anatômica e clinicamente distintas: • zona central: circunda os ductos ejaculatórios que atravessam a próstata. Essa zona representa aproximadamente 25% do tecido glandular da próstata e é resistente tanto ao carcinoma quanto à inflamação. Algumas descobertas feitas sugerem que essa zona se origine embriologicamente da inclusão de células do ducto mesonéfrico na próstata em desenvolvimento. • zona periférica representa 70% do tecido glandular. Esta circunda a zona central e ocupa as partes posterior e lateral da glândula • zona de transição circunda a parte prostática da uretra; compreende cerca de 5% do tecido glandular prostático e contém as glândulas mucosas. • zona periuretral contém glândulas mucosas e submucosas estroma fibromuscular também ocupa a superfície anterior da próstata, anteriormente à uretra, e é composto de tecido conjuntivo denso não modelado, com grandes quantidades de fibras musculares lisas. Em cada zona da próstata, o epitélio glandular geralmente é simples colunar, mas podem ser observadas placas constituídas por epitélio simples cuboide, pavimentoso ou, em certas ocasiões, pseudoestratificado O epitélio glandular é influenciado pelos hormônios sexuais, como a testosterona e os andrógenos suprarrenais. Esses hormônios entram nas células secretoras do epitélio glandular e são convertidos em di- hidrotestosterona (DHT) pela enzima 5α-redutase. A DHT é aproximadamente 30 vezes mais potente que a testosterona. A ligação da DHT ao receptor de andrógeno (AR; do inglês, androgen receptor) resulta em mudança na conformação do receptor e sua relocação do citosol para o núcleo da célula. Nesse local,os dímeros fosforilados do complexo AR ligam-se a uma sequência específica do DNA, conhecida como elemento de resposta a hormônios, que reside nas regiões promotoras dos genes-alvo. A principal função do AR consiste em direcionar a suprarregulação ou a infrarregulação dos genes específicos A próstata secreta fosfatase ácida prostática (PAP) - regula o crescimento e o metabolismo celulares do epitélio glandular da próstata, fibrinolisina - secretada pela próstata, liquefaz o sêmen, ácido cítrico e antígeno prostático específico (PSA). - marcadores tumorais de maior importância clinica GLÂNDULAS BULBOURETRAIS localizadas no diafragma urogenital O ducto de cada glândula atravessa a fáscia inferior do diafragma urogenital e une-se à porção inicial da parte esponjosa da uretra. são compostas de glândulas tubuloalveolares, que se assemelham estruturalmente às glândulas secretoras de muco. O epitélio simples colunar, cuja altura varia de modo considerável, dependendo do estado funcional da glândula, está sob o controle da testosterona. secretam líquido pré-seminal: secreção glandular clara semelhante a muco contém quantidades consideráveis de galactose, galactosamina, ácido galacturônico, ácido siálico e metilpentose. SEMEN: contém líquidos e espermatozoides dos testículos e produtos secretores do epidídimo, ducto deferente, próstata, glândulas seminais e glândulas bulbouretrais. O líquido seminal fornece nutrientes (p. ex., aminoácidos, citratos e frutose) e proteção para os espermatozoides, durante a sua passagem pelo sistema de ductos excretores. O sêmen é alcalino (pH de 7,7) e ajuda a neutralizar o ambiente ácido da uretra e da vagina. Os principais componentes do sêmen podem ser atribuídos à secreção das glândulas seminais (65 a 75%) e à próstata (25 a 30%). Outros componentes incluem líquido testicular (2 a 5%) que não foi totalmente absorvido nos túbulos retos, bem como secreções das glândulas bulbouretrais (de Cowper), que representam menos de 1%. O sêmen também contém prostaglandinas (produzidas pelas glândulas seminais), que podem influenciar o trânsito dos espermatozoides nos ductos do sistema genital tanto masculino quanto feminino, e que, além disso, podem desempenhar papel na implantação do óvulo fertilizado. PÊNIS Consiste principalmente em duas massas dorsais de tecido erétil, os corpos cavernosos, e uma massa ventral de tecido erétil, o corpo esponjoso, no interior do qual a parte esponjosa da uretra segue o seu trajeto. Uma camada fibroelástica densa, a túnica albugínea, liga os três corpos juntos e forma uma cápsula ao redor de cada um deles. O tecido conjuntivo intersticial contém numerosas terminações nervosas e vasos linfáticos. Os espaços vasculares aumentam de tamanho e de rigidez devido ao enchimento com sangue, que deriva principalmente da artéria profunda do pênis, a qual se divide em ramos denominados artérias helicinas. Tais artérias dilatam-se durante a ereção e, assim, aumentam o fluxo sanguíneo para o pênis. Há uma anastomose arteriovenosa (AV) entre a artéria profunda do pênis e o sistema venoso periférico. A pele do pênis é fina e frouxamente aderida ao tecido conjuntivo frouxo subjacente, exceto na glande do pênis, onde é muito fina e firmemente aderida. A pele da glande é tão fina que o sangue em suas veias musculares de grande calibre, que drenam o corpo esponjoso, pode conferir-lhe uma coloração azulada. Não há tecido adiposo no tecido subcutâneo; no entanto, existe uma fina camada de músculo liso que é contínua com a camada do dartos do escroto. Em homens não circuncidados, a glande é coberta por uma dobra de pele, o prepúcio, que se assemelha a uma mucosa em sua face interna. Finalmente, existem numerosas glândulas sebáceas na pele do pênis, imediatamente proximais à glande. é inervado por fibras motoras somáticas e viscerais (simpáticas e parassimpáticas). As fibras motoras viscerais inervam o músculo liso das trabéculas da túnica albugínea e os vasos sanguíneos. As fibras motoras, tanto sensoriais quanto viscerais, desempenham papéis essenciais nas respostas eréteis e ejaculatórias. A estimulação parassimpática inicia a ereção, enquanto a estimulação simpática a termina, além de causar a ejaculação, uma contração rítmica do músculo liso que ejeta o sêmen da parte esponjosa da uretra Após a estimulação sexual, fibras parassimpáticas da iniciam e mantêm uma ereção, o alargamento e o enrijecimento do pênis. As fibras parassimpáticas produzem e liberam óxido nítrico (NO). O NO faz com que o músculo liso das paredes das arteríolas que irrigam o tecido erétil relaxe, o que possibilita que estes vasos sanguíneos se dilatem. Isso, por sua vez, faz com que grandes volumes de sangue entrem no tecido erétil do pênis. O NO também faz com que o músculo liso do tecido erétil relaxe, resultando em dilatação dos seios sanguíneos. A combinação de fluxo sanguíneo aumentado e dilatação dos seios sanguíneos resulta em uma ereção. A expansão dos seios sanguíneos também comprime as veias que drenam o pênis; a desaceleração do fluxo de saída do sangue ajuda a manter a ereção O controle hormonal da espermatogênese segue o padrão geral descrito previamente: o hormônio hipotalâmico GnRH promove a liberação de LH e FSH da adeno-hipófise. O FSH e o LH, por sua vez, estimulam o testículo. A liberação do GnRH é pulsátil, com picos a cada 1,5 hora, e a liberação do LH segue o mesmo padrão. Os níveis de FSH não são tão obviamente relacionados à secreção do GnRH, uma vez que a secreção do FSH também é influenciada pela inibina e pela ativina. O FSH tem como alvo as células de Sertoli. Diferente- mente dos ovócitos, as células germinativas masculinas não possuem receptores de FSH. Em vez disso, o FSH estimula nas células de Sertoli a síntese de moléculas parácrinas (síntese da proteína ligante de testosterona), que são necessárias à mitose das espermatogônias e à espermatogênese. Além disso, o FSH estimula a produção da proteína ligadora de androgênios e da inibina O alvo principal do LH é a célula intersticial (célula de Leydig), que produz testosterona. Por sua vez, a testosterona faz retroalimentação e inibe a liberação de LH e de GnRH. A testosterona é essencial para a espermatogênese, porém as suas ações parecem ser mediadas pelas células de Sertoli, que possuem recep- tores de androgênios. Os espermatócitos não possuem receptores de androgênios e não podem responder diretamente à testosterona. Testosterona intra-testicular: captado pela ABP – convertido pela aromatase em estradiol – espermatogênese eficaz Testosterona – conversão periférica (convertido em estrogênio): ação na maturação dos osso, aumenta sensibilidade a insulina, aumenta HDL e diminui LDL Testosterona – conversão periférica em angrogenios: 5alfa redutase tipo 1 (acne) tipo 2 (DHT – masculinizarão da genitália externa, aumenta a próstata, crescimento de pelos) Testosterona direta: aumenta LDL, diminui HDL, deposição de gordura abdominal, contribui na função erétil e no libido ESPERMIOGÊNEGE No homem, as células primordiais permanecem dormentes até a puberdade e apenas então se diferenciam em espermatogônias. Essas células-tronco dão origem aos espermatócitos primários, que passam por duas divisões meióticas sucessivas para produzir quatro espermátides As espermátides passam por uma série de mudanças (espermiogênese), incluindo: (1) a formação do acrossomo; (2) a condensação do núcleo; (3) a formação do colo, da porção média e da cauda; (4) a perda da maior parte do citoplasma. O tempo necessário para que uma espermatogônia se torne um espermatozoide maduro é de aproximadamente 74 dias. Testículos só se formam a partir da sétima semana de desenvolvimento. O sexo gonadal é determinado pela existência do gene SRY, localizado na regiãode determinação do sexo Y no braço curto do cromossomo Y. Fator determinante dos testículos, codificado pelo gene SRY, contém um domínio molecular que se liga a uma região específica do DNA e altera a sua estrutura. O DNA afetado forma uma alça que possibilita a ligação de outros fatores de transcrição. Por sua vez, esses fatores promovem a expressão de outros genes que iniciam a determinação do sexo masculino (formação dos testículos e de outros órgãos sexuais masculinos) Os testículos desenvolvem-se na parte posterior do abdome com intima associação com o sistema urinário e, posteriormente, descem para dentro do escroto. Derivam de três fontes: • Mesoderma intermediário: forma as cristas urogenitais na parede posterior do abdome, dando origem às células de Leydig (células intersticiais) e às células mioides (células contráteis peritubulares) • Epitélio mesodérmico (mesotélio celômico): reveste as cristas urogenitais e dá origem a cordões epiteliais digitiformes, denominados cordões sexuais primários. Esses cordões crescem no mesoderma intermediário subjacente e tornam-se colonizados por células germinativas primordiais. Os cordões sexuais primários também dão origem às células de Sertoli • Células germinativas primordiais: migram a partir do saco vitelino para dentro das gônadas em desenvolvimento, onde são incorporadas nos cordões sexuais primários. Diferenciam-se em gonócitos, que são os precursores das células germinativas definitivas denominadas espermatogônias. Nesse estágio, os cordões são compostos de células germinativas primordiais, células pré-Sertoli e por uma camada circundante de células mioides. Posteriormente, os cordões sexuais primários diferenciam-se em cordões seminíferos, que dão origem aos túbulos seminíferos, túbulos retos e rede do testículo os testículos desenvolvem-se na parede posterior do abdome a partir dos primórdios indiferenciados das cristas urogenitais, que são idênticas em ambos os sexos. Durante esse estágio indiferenciado, o embrião tem o potencial de se desenvolver em um indivíduo do sexo masculino ou do sexo feminino. No entanto, a expressão do gene SRY, que ocorre exclusivamente nas células pré- Sertoli, coordena o desenvolvimento masculino do embrião. No início do desenvolvimento masculino, o mesênquima que separa os cordões seminíferos dá origem às células de Leydig (intersticiais), que produzem testosterona que irá estimular o desenvolvimento do primórdio indiferenciado em um testículo e também é responsável pelo crescimento e pela diferenciação dos ductos mesonéfricos (de Wolff) que se desenvolvem nos ductos excretores genitais masculinos. Também durante esse estágio inicial, as células de Sertoli (de sustentação), que se desenvolvem nos cordões seminíferos, produzem outra molécula de ação hormonal importante, denominada fator inibidor mülleriano que inibe a divisão celular dos ductos paramesonéfricos (de Müller), que, por sua vez, inibe o desenvolvimento dos órgãos genitais femininos O desenvolvimento e a diferenciação da genitália externa (também a partir do estágio sexualmente indiferenciado) ocorrem ao mesmo tempo e resultam da ação da di- hidrotestosterona (DHT), um produto da conversão da testosterona pela 5α-redutase. Na ausência de DHT, independentemente do sexo genético ou gonadal, a genitália externa se desenvolverá ao longo do modelo feminino. O aparecimento da testosterona, do MIF e da DHT é o deflagrador que determina o desenvolvimento de órgãos sexuais masculinos no embrião Os testículos descem do abdome para o escroto, ao longo do canal inguinal, aproximadamente na 26a semana de gestação. Essa migração é causada pelo crescimento da cavidade abdominal, combinado com a ação da testosterona, que provoca encurtamento do gubernáculo. Durante a sua descida, “carregam” consigo seus vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos, bem como o seu principal sistema de ductos excretores, o ducto deferente e uma extensão do peritônio abdominal, denominada túnica vaginal, que cobre a sua superfície anterolateral No escroto, a temperatura dos testículos fica 2 a 3°C abaixo da temperatura corporal. Essa temperatura mais baixa é essencial à espermatogênese, mas não é necessária para a produção de hormônios (esteroidogênese), que pode ocorrer à temperatura corporal normal sistema genital consiste em (1) gônadas ou glândulas sexuais primitivas, (2) ductos genitais (3) genitália externa. Os três componentes passam por um estágio indiferenciado em que podem se desenvolver tanto em homem quanto em mulher. O gene SRY no cromossomo Y produz o fator determinante de testículo e regula o desenvolvimento sexual masculino. Os genes localizados após SRY incluem SOX9 e SF1, que estimulam a diferenciação das células de Sertoli e de Leydig nos testículos. A expressão do gene SRY causa desenvolvimento dos cordões medulares (testiculares) e formação da túnica albugínea, além de impedir o desenvolvimento dos cordões corticais (ovarianos). O desenvolvimento ovariano ocorre na ausência do gene SRY e na presença de WNT4, o gene mestre para esse processo de diferenciação. O WNT4 suprarregula DAX1, que inibe a expressão de SOX9 e, então, associado a outros genes por ele ativados, promove a formação de ovários com cordões corticais típicos e o desaparecimento dos cordões medulares (testiculares), além de impedir o desenvolvimento da túnica albugínea. O desenvolvimento dos testículos e do ovário depende da indução por células germinativas primordiais que migram da vesícula vitelínica para as cristas genitais durante a quarta e sexta semanas. Se essas células não alcançam a gônada indiferenciada, ela permanece indiferenciada ou ausente. O sistema de ductos e a genitália externa indiferenciada se desenvolvem sob a influência de hormônios. Durante o estágio indiferenciado, há dois sistemas de ducto: o ducto mesonéfrico e o ducto paramesonéfrico. A testosterona, produzida pelas células de Leydig nos testículos, estimula o desenvolvimento de ductos mesonéfricos para formar os ductos deferentes, o epidídimo, o vaso deferente e o ducto ejaculatório. A substância inibidora mülleriana (MIS; também chamada de hormônio antimülleriano [AMH]), produzida pelas células de Sertoli, promove a regressão dos ductos paramesonéfricos. A di-hidrotestosterona estimula o desenvolvimento da genitália externa, incluindo o pênis e o escroto Os estrógenos (junto com a ausência de testosterona) regulam o desenvolvimento dos ductos paramesonéfricos, que formam a tuba uterina, o útero, o colo do útero e a porção superior da vagina. Como não há produção de testosterona para estimular o desenvolvimento dos ductos mesonéfricos, essas estruturas regridem. Os estrógenos também estimulam a diferenciação da genitália externa, incluindo o clitóris, os lábios do pudendo e a porção inferior da vagina. Erros na produção ou na sensibilidade aos hormônios dos testículos levam à predominância das características femininas devido à influência dos estrógenos maternos e placentários. A genitália externa também se inicia em um estágio diferenciado. Primeiramente, um tubérculo genital, duas saliências genitais e duas pregas cloacais formam-se no exterior do assoalho pélvico. Quando o septo urorretal alcança o assoalho pélvico para separar o canal anal do seio urogenital primitivo (que em breve formará a bexiga), as pregas cloacais passam a ser chamadas de pregas uretrais. No homem, o tubérculo genital cresce e é chamado de falo. Conforme cresce, une as pregas uretrais, e essa fusão forma o corpo do pênis. Enquanto isso, as saliências genitais crescem para formar as saliências escrotais, e essas também se unem e se fundem na linha média. Nas mulheres, o tubérculo genital forma o clitóris, as pregas uretrais, os pequenos lábios, e as saliências genitais, osgrandes lábios. Observe que nas mulheres há uma ausência de fusão das estruturas primordiais. Observe também as estruturas análogas nos dois sexos: pênis = clitóris; e escroto = grandes lábios. ROSS, M. H.; PAWLINA, W. Histologia: texto e atlas, correlações com Biologia celular e molecular. 7.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016 SILVERTHORN, D. Fisiologia Humana: Uma Abordagem Integrada, 7ª Edição, Artmed, 2017 SADLER, T.W. Langman Embriolog ia Médica. 13. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Kooga n, 2016
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