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GB PRIMEIRA SEMANA DE DESENVOLVIMENTO Fecundação A ampola, uma dilatação sacular da tuba uterina, é usualmente o local da fecundação. Se o ovócito não for fecundado, ele passa lentamente ao longo da tuba para dentro da cavidade uterina, onde se degenera e é reabsorvido. A fecundação é uma complexa sequência de eventos moleculares coordenados que começa com o contato entre um espermatozoide e um ovócito. A fecundação termina com a mistura de cromossomos maternos e paternos na metáfase (uma fase da mitose) da primeira divisão mitótica do zigoto. Moléculas de ligação a carboidratos e proteína presentes na superfície dos gametas (ovócito ou espermatozoide) estão envolvidas na quimiotaxia dos espermatozoides (movimento de células) e no reconhecimento dos gametas, assim como no processo de fecundação. Fases da fecundação: As fases da fecundação são as seguintes: • Passagem de um espermatozoide através da coroa radiada do ovócito. A dispersão das células foliculares da coroa radiada resulta principalmente da ação da enzima hialuronidase, que é liberada do acrossoma do espermatozoide. Enzimas da mucosa tubária também parecem auxiliar a hialuronidase. Além disso, os movimentos da cauda do espermatozoide são importantes durante a penetração da coroa radiada. • Penetração da zona pelúcida. A formação de um caminho através da zona pelúcida para o espermatozoide resulta da ação de enzimas liberadas pelo acrossoma. A enzima proteolítica acrosina, assim como esterases e neuraminidase, parece causar a lise da zona pelúcida, formando, assim, um caminho para que o espermatozoide chegue ao ovócito. • Fusão das membranas plasmáticas do ovócito e do espermatozoide. Uma vez que a fusão ocorre, o conteúdo de grânulos corticais a partir do ovócito é libertado para o espaço perivitelino, entre o ovócito e a zona pelúcida, resultando em alterações na zona pelúcida. Essas alterações evitam a entrada de outros espermatozoides. As membranas da célula se rompem na área de fusão. A cabeça e a cauda do espermatozoide entram, então, no citoplasma do ovócito, mas a membrana plasmática e a mitocôndria do espermatozoide ficam para trás. • Término da segunda divisão meiótica do ovócito. O ovócito completa a segunda divisão meiótica, formando um ovócito maduro e o segundo corpo polar. O núcleo do ovócito maduro torna-se o pronúcleo feminino. • Formação do pronúcleo masculino. Dentro do citoplasma do ovócito, o núcleo do espermatozoide se alarga para formar o pronúcleo masculino. A cauda do espermatozoide se degenera. Durante o crescimento, os pronúcleos masculino e feminino replicam seu DNA. • Lise das membranas pronucleares. Ocorrem a condensação dos cromossomos, o arranjo dos cromossomos para a divisão celular mitótica e a primeira divisão de clivagem do zigoto. A combinação dos 23 cromossomos em cada pronúcleo resulta em um zigoto com 46 cromossomos. Resultados da Fecundação: A Fecundação: Fecundação e Gestação APG 23 @juliaasoare_ • Estimula o ovócito secundário a completar a segunda divisão meiótica, produzindo o segundo corpo polar. • Restaura o número diploide normal de cromossomos (46) no zigoto • Leva à variação da espécie humana por meio da mistura de cromossomos maternos e paternos • Determina o sexo cromossômico do embrião; um espermatozoide portador de um X produz um embrião do sexo feminino e um espermatozoide portando um Y produz um embrião do sexo masculino. • Causa a ativação metabólica do ovócito, que inicia a clivagem do zigoto. O zigoto é geneticamente único porque metade dos seus cromossomos vem da mãe e a outra metade, do pai. Esse mecanismo forma a base da herança biparental e da variação da espécie humana. A meiose viabiliza a distribuição independente dos cromossomos paternos e maternos entre as células germinativas. O crossing-over dos cromossomos, por relocação de segmentos dos cromossomos maternos e paternos, “embaralha” os genes, produzindo, assim, a recombinação do material genético. O termo concepto se refere à totalidade dos produtos da concepção, que incluem o embrião desde a fecundação e suas membranas (p. ex., a placenta). Clivagem do zigoto: A clivagem consiste em repetidas divisões mitóticas do zigoto, resultando em rápido aumento do número de células – blastômeros. A divisão do zigoto tem início aproximadamente 30 horas após a fecundação. Esses blastômeros tornam-se menores a cada divisão por clivagem. Durante a clivagem, o zigoto ainda se encontra envolto pela zona pelúcida. Após o estágio de oito células, os blastômeros mudam sua forma e se agrupam firmemente uns com os outros – a compactação. Esse fenômeno pode ser mediado pelas glicoproteínas de adesão da superfície celular. A compactação possibilita maior interação célula a célula e é um pré-requisito para a segregação das células internas que formam a massa celular interna. Quando já existem 12 a 32 blastômeros, o concepto é chamado de mórula. As células internas da mórula – o embrioblasto ou massa celular interna– estão circundadas por uma camada de blastômeros achatados que formam o trofoblasto. A sinalização via hippo é um fator essencial na segregação da massa celular interna do trofoblasto. Uma proteína imunossupressora – o fator inicial de gravidez – é secretada pelas células trofoblásticas e surge no soro materno dentro de 24 a 48 horas após a fecundação. O fator inicial de gravidez forma a base para o teste de gravidez aplicável durante os primeiros 10 dias de desenvolvimento. Formação do blastocisto: Logo depois de a mórula ter alcançado o útero (cerca de 4 dias após a fecundação), o fluido da cavidade uterina passa através da zona pelúcida para formar um espaço preenchido por fluido – a cavidade blastocística – no interior da mórula. À medida que o fluido aumenta na cavidade, os blastômeros são separados em duas partes: • O trofoblasto, uma delgada camada celular externa que formará a parte embrionária da placenta • O embrioblasto, um grupo discreto de blastômeros que é o primórdio do embrião. @juliaasoare_ Durante esta fase do desenvolvimento – blastogênese – , o concepto é chamado de blastocisto. O embrioblasto agora se projeta para dentro da cavidade blastocística, e o trofoblasto forma a parede do blastocisto. Após o blastocisto permanecer suspenso no fluido da cavidade uterina por cerca de 2 dias, a zona pelúcida se degenera e desaparece. A degeneração da zona pelúcida foi observada in vitro. A degeneração permite ao blastocisto aumentar rapidamente de tamanho. Enquanto está flutuando livremente na cavidade uterina, o blastocisto obtém nutrição das secreções das glândulas uterinas. Aproximadamente 6 dias depois da fecundação, o blastocisto adere ao epitélio endometrial. Tão logo se inicie o processo de adesão ao epitélio endometrial, o trofoblasto inicia rapidamente a proliferação e se diferencia em duas camadas: • O citotrofoblasto, uma camada interna de células • O sinciciotrofoblasto, a camada externa, que consiste em uma massa protoplasmática multinucleada formado por fusão de células. Os prolongamentos digitiformes do sinciciotrofoblasto se estendem para o epitélio endometrial e invadem o tecido conjuntivo endometrial. No final da primeira semana, o blastocisto está superficialmente implantado na camada compacta do endométrio e obtém sua nutrição dos tecidos maternos erodidos. O sinciciotrofoblasto altamente invasivo rapidamente se expande na região adjacente ao embrioblasto – o polo embrionário. O sinciciotrofoblasto produz enzimas proteolíticas que erodem os tecidos maternos, possibilitando ao blastocisto “implantar-se” dentro do endométrio. No fim da primeira semana, uma camada de células cuboides, denominada hipoblasto, surge na superfície do embrioblasto, voltada para a cavidadeblastocística. Células deciduais também ajudam a controlar a profundidade de penetração do trofoblasto. Implantação ou Nidação: O blastocisto permanece livre na cavidade uterina por aproximadamente 2 dias antes de se inserir à parede uterina. Nesta altura, o endométrio se encontra na sua fase secretora. Aproximadamente 6 dias após a fertilização, o blastocisto se insere frouxamente ao endométrio, em um processo chamado de implantação. À medida que o blastocisto se implanta, geralmente na parte posterior do fundo ou no corpo do útero, ele orienta a massa celular interna em direção ao endométrio. Aproximadamente 7 dias após a fertilização, o blastocisto adere com mais firmeza ao endométrio, as glândulas uterinas na vizinhança se ampliam, e o endométrio se torna mais vascularizado (forma novos vasos sanguíneos). O blastocisto por fim secreta enzimas e se entoca no endométrio, e é circundado por ele. Após a implantação, o endométrio é conhecido como decídua. A decídua se separa do endométrio após o feto ter nascido, bem como o faz na menstruação normal. A decídua basal é a parte do endométrio entre o embrião e o estrato basal do útero; ela fornece grandes quantidades de glicogênio e lipídios para o embrião e feto em desenvolvimento e, mais tarde, torna-se a parte materna da placenta. A decídua capsular é a parte do @juliaasoare_ endométrio localizada entre o embrião e a cavidade uterina. A decídua parietal é o endométrio modificado remanescente que reveste as áreas não envolvidas do restante do útero. À medida que o embrião e depois o feto aumentam de tamanho, a decídua capsular se projeta para a cavidade uterina e se funde com a decídua parietal, obliterando assim a cavidade uterina. Por volta de 27 semanas, a decídua capsular degenera e desaparece. SEGUNDA SEMANA DE DESENVOLVIMENTO Formação da cavidade amniótica, disco embrionário e saco vitelino. À medida que a implantação do blastocisto progride, as mudanças que ocorrem no embrioblasto resultam na formação de uma placa achatada e quase circular de células – o disco embrionário – consistindo em duas camadas: • O epiblasto, a camada mais espessa, consiste em células colunares altas e mantém relação com a cavidade amniótica • O hipoblasto, a camada mais fina, consiste em células cuboides pequenas adjacentes a cavidade exocelômica. Ao mesmo tempo, uma pequena cavidade aparece no embrioblasto, o qual é o primórdio da cavidade amniótica. Logo depois, as células amniogênicas (formadoras do âmnio) – amnioblastos – separam-se do epiblasto e se organizam para formar uma membrana fina, o âmnio, que reveste a cavidade amniótica. O epiblasto forma o assoalho da cavidade amniótica e se continua perifericamente com o âmnio. O hipoblasto forma o teto da cavidade exocelômica e se continua com as células que migraram do hipoblasto para formar a membrana exocelômica. Esta membrana circunda a cavidade blastocística e reveste a superfície interna do citotrofoblasto. A membrana e a cavidade exocelômica se modificam e formam o saco vitelino primário. O disco embrionário, em seguida, repousa entre a cavidade amniótica e o saco vitelino primário. A camada mais externa de células do saco vitelino forma uma camada de tecido conjuntivo frouxo, o mesoderma extraembrionário. Quando o âmnio, o disco embrionário e o saco vitelino primário se formam, aparecem lacunas (pequenos espaços) no sinciciotrofoblasto. As lacunas são rapidamente preenchidas com uma mistura de sangue materno derivado dos capilares endometriais rompidos e restos celulares das glândulas uterinas erodidas. O líquido nas lacunas – embriótrofo – passa por difusão para o disco embrionário. A comunicação dos vasos uterinos erodidos com as lacunas representa o início da circulação uteroplacentária. Quando o sangue materno flui para o interior das lacunas, o oxigênio e as substâncias nutritivas tornam-se disponíveis para os tecidos extraembrionários ao longo da grande superfície do sinciciotrofoblasto. O sangue oxigenado das artérias espiraladas no endométrio passa para as; o sangue pobremente oxigenado é removido das lacunas através das veias endometriais No embrião de 10o dia (embrião e membranas extraembrionárias), o concepto está completamente implantado no endométrio. Por aproximadamente mais 2 dias, no epitélio endometrial que é preenchida há uma pequena área de descontinuidade por um tampão, um coágulo sanguíneo fibrinoso. Por volta do 12o dia, o epitélio uterino está quase completamente regenerado e substitui este tampão. Com a implantação do concepto, as células do tecido conjuntivo endometrial sofrem uma transformação – a reação decidual – resultante da sinalização por meio da adenosina monofosfato cíclica e da progesterona. Com o acúmulo de glicogênio e lipídios, as células ficam com seu citoplasma intumescido e são, então, chamadas @juliaasoare_ de células deciduais secretoras. A função primária da reação decidual é fornecer um local imunologicamente privilegiado para o concepto. No embrião de 12 dias, as lacunas sinciciotrofoblásticas adjacentes se anastomosaram para formar redes lacunares, o início do espaço interviloso da placenta. Os capilares endometriais ao redor do embrião implantado se tornam congestionados e dilatados para formar sinusoides, que são vasos terminais de paredes finas maiores que os capilares comuns. O sinciciotrofoblasto, em seguida, erode os sinusoides, e o sangue materno flui para as redes lacunares. As células do estroma endometrial e glândulas degeneradas, junto com o sangue materno, fornecem uma rica fonte de material para a nutrição embrionária. O crescimento do disco embrionário bilaminar é lento comparado com o crescimento do trofoblasto. Conforme as mudanças ocorrem no trofoblasto e no endométrio, o mesoderma extraembrionário aumenta e dentro deste aparecem espaços celômicos extraembrionários. Esses espaços rapidamente se fusionam para formar uma cavidade grande e isolada, o celoma extraembrionário. Essa cavidade cheia de líquido circunda o âmnio e o saco vitelino, exceto onde eles estão ligados ao cório pelo pedúnculo. À medida que o celoma extraembrionário se forma, o saco vitelino primário diminui de tamanho e se forma o saco vitelino secundário, menor. Durante a formação do saco vitelino secundário, uma grande parte do saco vitelino primário é removido. O saco vitelino não contém vitelo; no entanto, pode ter um papel na transferência seletiva de materiais nutritivos para o disco embrionário. Desenvolvimento do saco coriônico. O final da segunda semana é caracterizado pelo surgimento das vilosidades coriônicas primárias. A proliferação das células citotrofoblásticas produz extensões celulares que crescem no interior do sinciciotrofoblasto. As projeções celulares formam as vilosidades coriônicas primárias, o primeiro estágio no desenvolvimento das vilosidades coriônicas da placenta. O celoma extraembrionário divide o mesoderma extraembrionário em duas camadas: • O mesoderma somático extraembrionário, que reveste o trofoblasto e cobre o âmnio. • O mesoderma esplâncnico extraembrionário, que envolve o saco vitelino. @juliaasoare_ Acredita-se que o crescimento dessas extensões citotrofoblásticas seja induzido pelo mesoderma somático extraembrionário adjacente. O mesoderma somático extraembrionário e as duas camadas do trofoblasto formam o cório. O cório forma a parede do saco coriônico. O embrião, o saco amniótico e o saco vitelino estão suspensos na cavidade coriônica pelo pedúnculo de conexão. A ultrassonografia transvaginal (ultrassonografia intravaginal) é usada para medir o diâmetro do saco coriônico − importante para a avaliação do desenvolvimento embrionário inicial e da progressão da gravidez. TERCEIRA SEMANA DE DESENVOLVIMENTO Gastrulação:formação das camadas germinativas. A gastrulação é o processo em que o disco embrionário bilaminar é convertido em um disco embrionário trilaminar. Cada uma das três camadas germinativas (ectoderma, endoderma e mesoderma) do disco embrionário dá origem a tecidos e órgãos específicos. A gastrulação é o início da morfogênese – o desenvolvimento da forma do corpo e da estrutura de vários órgãos e partes do corpo. Ela começa com a formação da linha primitiva. Linha Primitiva: No início da terceira semana, a linha primitiva aparece na região dorsal do disco embrionário. Essa banda linear espessada resulta da proliferação e migração de células do epiblasto para o plano mediano do disco embrionário. Assim que a linha primitiva aparece, é possível identificar o eixo craniocaudal do embrião (extremidades craniais e caudais), superfícies dorsais e ventrais, lados direito e esquerdo. À medida que a linha primitiva se alonga através da adição de células à sua extremidade caudal, sua extremidade craniana prolifera e forma o nódulo primitivo. Ao mesmo tempo, um sulco primitivo estreito se desenvolve na linha primitiva, que termina em uma pequena depressão no nódulo primitivo, a fosseta primitiva. Pouco tempo depois de a linha primitiva aparecer, as células deixam sua superfície profunda e formam o mesoderma, uma rede frouxa de tecido conjuntivo embrionário, conhecido como mesênquima, que forma os tecidos de suporte do embrião. Sob a influência de vários fatores de crescimento embrionário, incluindo a proteína sinalizadora morfogenética óssea, as células do epiblasto migram através do sulco primitivo, formando o endoderma e o mesoderma. Células mesenquimais têm potencial para proliferar e se diferenciar em diversos tipos de células, como fibroblastos, condroblastos e osteoblastos. A linha primitiva forma ativamente o mesoderma até o começo da quarta semana. Em seguida, a sua produção desacelera, a linha diminui relativamente e torna-se uma estrutura insignificante da região sacrococcígea do embrião. @juliaasoare_ Processo Notocordal e Notocorda: Algumas células mesenquimais migram pela região cranial, do nó e da fosseta primitivos, formando um cordão celular na região mediana, o processo notocordal. Este processo logo adquire um lúmen, o canal notocordal. O processo notocordal cresce cranialmente entre o ectoderma e o endoderma, até atingir a placa pré-cordal, uma área pequena e circular de células, que é um organizador importante da região cefálica. O processo notocordal em forma de bastonete não pode se estender muito, uma vez que a placa pré-cordal está firmemente aderida ao ectoderma subjacente. As camadas fusionadas do ectoderma e do endoderma formam a membrana orofaríngea, situada na futura região da cavidade oral (boca). Células mesenquimais da linha primitiva e do processo notocordal migram, lateral e cranialmente, entre o ectoderma e o endoderma, até atingirem as margens do disco embrionário. Estas células mesenquimais são contínuas com o mesoderma extraembrionário, que cobre o âmnio e a vesícula umbilical. Algumas células da linha primitiva migram cranialmente em cada lado do processo notocordal e em torno da placa precordal. Elas se encontram para formar o mesoderma cardiogênico, na área cardiogênica, onde o primórdio cardíaco começa a se desenvolver no final da terceira semana. Caudalmente à linha primitiva, há uma área circular – a membrana cloacal – que indica o futuro local do ânus. A notocorda é uma haste celular que: • Define o eixo do embrião e lhe dá alguma rigidez • Serve como base para o desenvolvimento axial do esqueleto (como os ossos da cabeça e da coluna vertebral) • Indica o futuro local dos corpos vertebrais A coluna vertebral se forma em torno da notocorda, que se estende da membrana orofaríngea até o nó primitivo. A notocorda se degenera e desaparece como parte do corpo das vértebras, mas partes dela persistem como o núcleo pulposo de cada disco intervertebral. A notocorda funciona como indutor primário no embrião precoce, induzindo o ectoderma embrionário sobreposto a engrossar e formar a placa neural, o primórdio do sistema nervoso central. Alantoide O alantoide aparece, aproximadamente, no 16º dia, como um pequeno divertículo em forma de salsicha da parede caudal do saco vitelino, no pedúnculo. O alantoide está envolvido com a formação precoce do sangue e também está associado à bexiga urinária. Os vasos sanguíneos do alantoide tornam-se as artérias e veias umbilicais. Neurulação: formação do tubo neural. Além de induzir as células mesodérmicas a se desenvolver em corpos vertebrais, a notocorda também induz as células ectodérmicas sobre ela a formar a placa neural. No fim da terceira semana, as bordas laterais da placa neural se tornam mais elevadas e formam a prega neural. A região intermediária deprimida é chamada de sulco neural. Em geral, as pregas neurais se aproximam uma da outra e se fundem, convertendo assim a placa neural em um tubo neural. Isto ocorre primeiro perto do meio do embrião e, em seguida, progride na direção das extremidades cefálica e caudal. As células do tubo neural então se tornam o encéfalo e a medula espinal. O processo pelo qual a placa neural, as pregas neurais e o tubo neural se formam é chamado de neurulação. Conforme o tubo neural se forma, algumas células ectodérmicas do tubo migram de modo a formar várias camadas de células chamadas de crista neural. As células da crista neural dão origem a todos os neurônios sensitivos e neurônios pós-ganglionares dos nervos periféricos, medula da glândula suprarrenal, melanócitos (células pigmentadas da pele), aracnoide- máter e pia-máter do encéfalo e da medula espinal, e quase todos os componentes dos tecidos esquelético e conjuntivo da cabeça. @juliaasoare_ Desenvolvimento dos somitos: Por volta do 17o dia após a fertilização, a mesoderme adjacente à notocorda e o tubo neural formam um par de colunas longitudinais de mesoderme paraxial. A mesoderme lateral à mesoderme paraxial forma um par de massas cilíndricas chamado de mesoderme intermediária. A mesoderme lateral à mesoderme intermediária consiste em um par de lâminas achatadas chamadas de placa mesodérmica lateral. A mesoderme paraxial logo se segmenta em uma série de estruturas pares em forma de cubo chamadas de somitos. No final da quinta semana, 42 a 44 pares de somitos estão presentes. A quantidade de somitos que se desenvolve ao longo de um determinado período pode ser correlacionada com a idade aproximada do embrião. Cada somito se diferencia em três regiões: um miótomo, um dermátomo e um esclerótomo. Os miótomos evoluem para os músculos esqueléticos do pescoço, tronco e membros; os dermátomos formam o tecido conjuntivo, incluindo a derme da pele; e os esclerótomos dão origem às vértebras e às costelas. Desenvolvimento do celoma intraembrionário: Na terceira semana de desenvolvimento, surgem pequenos espaços na mesoderme lateral. Estes espaços logo se fundem para formar uma cavidade maior chamada celoma intraembrionário. Esta cavidade divide a mesoderme lateral em duas partes chamadas de mesoderme esplâncnica e mesoderme somática. A mesoderme esplâncnica forma o coração e a lâmina visceral do pericárdio seroso, os vasos sanguíneos, o músculo liso e os tecidos conjuntivos dos órgãos dos sistemas respiratório e digestório, e a lâmina visceral da túnica serosa da pleura e do peritônio. A mesoderme somática dá origem aos ossos, ligamentos, vasos sanguíneos e tecido conjuntivo dos membros e a lâmina parietal da túnica serosa do pericárdio, pleuras e peritônio. Desenvolvimento inicial do sistema cardiovascular: Ao final da segunda semana, a nutrição embrionária é obtida do sangue materno, por difusão através do celoma extraembrionárioe da vesícula umbilical. A formação inicial do sistema cardiovascular se correlaciona com a necessidade urgente de transporte de oxigênio e nutrientes para o embrião da circulação materna por meio do cório. No início da terceira semana, a formação de vasos sanguíneos, ou vasculogênese, começa no mesoderma extraembrionário do saco vitelino, pedúnculo e cório. A vasculogênese começa no cório. Os vasos sanguíneos se desenvolvem cerca de dois dias mais tarde. No final da terceira semana, a circulação uteroplacentária primordial está desenvolvida. Vasculogênese: • As células mesenquimais se diferenciam em precursores das células endoteliais ou angioblastos (células formadoras de vasos), que se agregam de modo a formar aglomerados isolados de células angiogênicas conhecidas como ilhas de sangue. • Pequenas cavidades aparecem dentro das ilhotas de sangue pela confluência de fissuras intercelulares. • Os angioblastos se achatam para formar as células endoteliais e se organizam em torno das cavidades nas ilhotas de sangue para formar o endotélio primordial. • As cavidades revestidas pelo endotélio logo se fusionam para formar redes de canais endoteliais. Angiogênese • Vasos brotam pela camada endotelial em áreas adjacentes não vascularizadas e se fundem com outros vasos. Desenvolvimento das vilosidades coriônicas: Pouco depois de aparecerem ao final da segunda semana, as vilosidades coriônicas primárias começam a @juliaasoare_ se ramificar. Logo no início da terceira semana, o mesênquima cresce dentro das vilosidades primárias, formando uma região central de tecido mesenquimal frouxo. As vilosidades neste estágio – vilosidades coriônicas secundárias – cobrem toda a superfície do saco coriônico mas células mesenquimais nas vilosidades logo se diferenciam em capilares e células sanguíneas. Quando os capilares estão presentes, as vilosidades são denominadas vilosidades coriônicas terciárias. Os capilares nas vilosidades coriônicas se fusionam para formar redes arteriocapilares, que se conectam ao coração embrionário através dos vasos que se diferenciam no mesênquima do cório e do pedúnculo. Oxigênio e nutrientes no sangue materno, no espaço interviloso, se difundem através das paredes das vilosidades e entram no sangue do embrião. Dióxido de carbono e produtos residuais se difundem do sangue nos capilares fetais, através da parede das vilosidades, para o sangue materno. Ao mesmo tempo, as células citotrofoblásticas das vilosidades coriônicas proliferam e se estendem através do sinciciotrofoblasto para formar uma capa citotrofoblástica que gradualmente circunda o saco coriônico e o faz aderir ao endométrio. As vilosidades que se aderem aos tecidos maternos através da capa citotrofoblástica são denominadas vilosidades-tronco (vilosidades de ancoragem). As vilosidades que crescem lateralmente às vilosidades-tronco são ramos das vilosidades coriônicas (vilosidades terminal). É através das paredes das ramificações vilosas que as trocas de material entre o sangue da mãe e do embrião têm lugar. As ramificações vilosas são banhadas pelo sangue materno em constante movimento no espaço interviloso. Quarta à Oitava Semana do Desenvolvimento Dobramento do embrião. Um importante acontecimento no estabelecimento da forma do corpo é o dobramento do disco embrionário trilaminar em um embrião mais ou menos cilíndrico. O dobramento decorre do rápido crescimento do embrião, particularmente do encéfalo e da medula espinal. O dobramento nas extremidades cefálica e caudal e o dobramento lateral do embrião ocorrem simultaneamente. Ao mesmo tempo, a junção do embrião e do saco vitelino sofre uma constrição relativa. Os dobramentos cefálico e caudal levam as regiões cefálica e caudal a mover- se ventralmente enquanto o embrião se alonga. A reconstrução do ectoderma superficial e de todos os órgãos e cavidades em estágios representativos do desenvolvimento de embriões humanos revelou novas descobertas sobre os movimentos que ocorrem de um estágio para outro. Esses movimentos são causados pela atuação de forças biocinéticas sobre tecidos específicos. Demonstrou-se que isso ocorre simultaneamente e em todos os níveis, desde a membrana celular até a superfície do embrião. Os movimentos e forças dão início à diferenciação que se inicia no lado de fora da célula, e que, então, se move para o interior para reagir com o núcleo. Dobramentos Cefálico e Caudal: No início da quarta semana, os dobramentos neurais na região cefálica formam o primórdio do encéfalo. Posteriormente, o encéfalo anterior em desenvolvimento cresce em direção cefálica, além da membrana bucofaríngea, e coloca-se sobre o coração em desenvolvimento. Simultaneamente, o coração primitivo e a membrana bucofaríngea se deslocam para a superfície ventral do embrião @juliaasoare_ O dobramento da extremidade caudal do embrião resulta principalmente do crescimento da parte distal do tubo neural, o primórdio da medula espinal. À medida que o embrião cresce, a região caudal se projeta sobre a membrana cloacal, a futura região do ânus. Durante o dobramento, parte da camada germinativa endodérmica é incorporada ao embrião, formando o intestino posterior. A parte terminal do intestino posterior logo se dilata para formar a cloaca. O pedúnculo do embrião (primórdio do cordão umbilical) prende-se à superfície ventral do embrião, e o alantoide, um divertículo endodérmico do saco vitelino, é parcialmente incorporado ao embrião. Dobramentos Laterais: O dobramento lateral do embrião em desenvolvimento resulta do crescimento dos somitos, que produzem os dobramentos laterais direito e esquerdo. As paredes do corpo abdominal lateral dobram-se em direção ao plano mediano, deslocando as bordas do disco embrionário ventralmente e formando um embrião grosseiramente cilíndrico. Durante o dobramento lateral (longitudinal), parte do endoderma do saco vitelino é incorporada ao embrião, formando o intestino anterior, o primórdio da faringe. O intestino anterior situa-se entre o encéfalo e o coração, e a membrana bucofaríngea separa o intestino anterior do estomodeu, o primórdio da boca. Com a formação da parede abdominal pela fusão das dobras laterais, parte da camada germinativa endodérmica é incorporada ao embrião, formando o intestino médio. Inicialmente, há uma ampla comunicação entre o intestino e o saco vitelino. Depois do dobramento lateral, a ligação é reduzida ao canal onfaloentérico, anteriormente chamado de pedúnculo vitelino. Com a formação do cordão umbilical a partir do pedúnculo do embrião, a fusão ventral das dobras laterais reduz a região de comunicação entre as cavidades celômicas intraembrionárias e extraembrionárias. À medida que a cavidade amniótica se expande e oblitera a maior parte do celoma extraembrionário, o âmnio forma o revestimento epitelial do cordão umbilical. Derivados das camadas germinativas: As três camadas germinativas (ectoderma, mesoderma e endoderma) formadas durante a gastrulação dão origem aos primórdios de todos os tecidos e órgãos. As células de cada camada germinativa se dividem, migram, se agregam e se diferenciam seguindo padrões bastante precisos ao formar os vários sistemas de órgãos (organogênese). Controle do desenvolvimento embrionário: O desenvolvimento embrionário é, essencialmente, um processo de crescimento e aumento da complexidade estrutural e funcional. O crescimento se dá por meio de mitoses e da produção de componentes da matriz extracelular, ao passo que a complexidade é alcançada através de morfogênese e diferenciação. As células que compõem os tecidos de embriões muito jovens são pluripotentes, isto é, sob diferentes circunstâncias, são capazes de seguir uma ou mais vias de desenvolvimento. Esse amplo potencial de desenvolvimentorestringe-se progressivamente conforme os tecidos adquirem características especializadas necessárias para o aumento da sofisticação da estrutura e da função. Tal restrição presume que devem ser feitas escolhas para que seja conseguida a diversidade dos tecidos. @juliaasoare_ Principais eventos da quarta à oitava semana: Quarta Semana Mudanças importantes na forma do corpo ocorrem durante a quarta semana. No início, o embrião é quase reto. Na quarta semana, elevações de superfície visíveis são produzidas pelos somitos e o tubo neural está aberto nos neuroporos cranial e caudal. Com 24 dias, os arcos da faringe tornam-se visíveis. Neste momento, o embrião encontra-se ligeiramente curvado por causa dos dobramentos cefálico e caudal. O coração primitivo produz uma grande proeminência ventral e bombeia sangue. Com 24 dias, o neuroporo cranial já está se fechando. Com 26 dias, o encéfalo anterior produz uma elevação saliente da cabeça e uma longa e curva eminência caudal (estrutura tipo cauda) está presente. Aos 28 dias, os brotos dos membros superiores aparecem como pequenas intumescências na parede ventrolateral do corpo. Aos 26 dias, as fossetas óticas (primórdios das orelhas internas) também são visíveis. Nos lados da cabeça são visíveis os placoides do cristalino, espessamentos ectodérmicos que indicam os futuros cristalinos dos olhos. O quarto par de arcos faríngeos e os brotos dos membros inferiores são visíveis no final da quarta semana. Normalmente, no final da quarta semana o neuroporo caudal está fechado. Rudimentos de muitos sistemas de órgãos, especialmente do sistema cardiovascular, já se estabeleceram. Quinta Semana Durante a quinta semana, são pequenas as mudanças na forma do corpo em comparação com as que ocorrem durante a quarta semana. O crescimento da cabeça excede o crescimento das outras regiões, devido principalmente ao rápido desenvolvimento das proeminências encefálicas e faciais. A face logo entra em contato com a proeminência cardíaca. As cristas mesonéfricas indicam a localização dos rins mesonéfricos, que são os primórdios dos rins permanentes. Sexta Semana Embriões na sexta semana mostram movimentos espontâneos, como contrações do tronco e membros. Os embriões neste estágio apresentam respostas reflexas ao toque. Os primórdios dos dedos, ou raios digitais, começam a se desenvolver nas placas das mãos. O desenvolvimento dos membros inferiores ocorre 4 a 5 dias após o desenvolvimento dos membros superiores. Várias pequenas intumescências, as saliências auriculares, desenvolvem-se e contribuem para a formação do pavilhão auricular. Os olhos agora são bem evidentes, em grande parte por causa da formação do pigmento da retina. A cabeça é muito maior do que o tronco e está encurvada sobre a grande proeminência cardíaca. Esta posição da cabeça resulta da flexão da região cervical (pescoço). O tronco, então, começa a se endireitar. Durante a sexta semana, os intestinos penetram o celoma extraembrionário na parte proximal do cordão umbilical. Essa herniação umbilical é um evento normal no embrião e ocorre porque, nesta idade, a cavidade abdominal é pequena demais para acomodar o rápido crescimento do intestino. Sétima Semana Durante a sétima semana, os membros sofrem modificações consideráveis. Aparecem chanfraduras entre os raios digitais das placas das mãos, separando parcialmente os futuros dedos. Oitava Semana No início desta semana final do período embrionário, os dedos das mãos já estão separados, mas claramente unidos por membranas. As chanfraduras são claramente visíveis entre os raios digitais dos pés. O plexo vascular do couro cabeludo aparece e forma uma faixa característica que envolve a cabeça. No final do período fetal, os dedos ficaram mais compridos e já se separaram. Durante esta semana, ocorrem os primeiros movimentos coordenados dos membros. A ossificação começa no fêmur. As evidências da eminência caudal tipo cauda já desapareceram no final da oitava semana. As mãos e os pés aproximam-se ventralmente uns dos outros. Ao final da oitava semana, o embrião tem características humanas visualmente distintas; entretanto, a cabeça ainda é desproporcionalmente grande, constituindo quase metade do embrião. @juliaasoare_ A região do pescoço já é definida e as pálpebras estão se fechando. No final da oitava semana, as pálpebras começam a se unificar por fusão epitelial. Os intestinos ainda estão na porção proximal do cordão umbilical. Os pavilhões auriculares começam a assumir sua forma final, mas ainda apresentam implantação baixa na cabeça. Apesar de já existirem diferenças entre os sexos na aparência da genitália externa, elas não são suficientemente distintas para possibilitar uma identificação precisa do sexo. Período Fetal: da Nona Semana ao Nascimento. Da Nona à Décima Segunda Semana A cabeça constitui aproximadamente metade do comprimento do corpo do feto, e o comprimento fetal quase duplica. O encéfalo continua se ampliando. O rosto é largo, com os olhos totalmente desenvolvidos, fechados e bem separados. O nariz desenvolve uma ponte. As orelhas externas se desenvolvem e têm implantação baixa. A formação dos ossos continua. Os membros superiores quase alcançam seu comprimento relativo final, mas os membros inferiores não são tão bem desenvolvidos. A pulsação do coração pode ser detectada. O sexo é distinguível pelos genitais externos. A urina secretada pelo feto é adicionada ao líquido amniótico. A medula óssea vermelha, o timo e o baço participam da formação das células sanguíneas. O feto começa a se movimentar, mas seus movimentos ainda não podem ser sentidos pela gestante. Os sistemas do corpo continuam se desenvolvendo. Da Décima Terceira à Décima Sexta Semana Durante este período, o crescimento é muito rápido. Com 16 semanas, a cabeça é relativamente pequena em comparação com a de um feto de 12 semanas, e os membros inferiores estão mais compridos. Os movimentos dos membros, que ocorrem pela primeira vez no final do período embrionário, tornam- se coordenados a partir da 14ª semana, mas ainda são discretos demais para serem sentidos pela mãe. No entanto, esses movimentos são visíveis nos exames de ultrassom. Os ossos em desenvolvimento são claramente visíveis em imagens de ultrassom obtidas no início da 16ª semana. Movimentos lentos dos olhos ocorrem com 14 semanas. A padronização dos cabelos do couro cabeludo também é determinada durante este período. Com 16 semanas, os ovários são diferenciados e contêm folículos ovarianos primordiais com ovogônias (células germinativas primordiais). Os olhos ocupam uma posição anterior na face, e não mais anterolateral. Da Décima Sétima à Vigésima Semana O crescimento desacelera durante este período, mas o CRL do feto ainda aumenta cerca de 50 mm. Os movimentos fetais – pontapés – são percebidos com maior frequência pela mãe. Neste momento, a pele está coberta com um material gorduroso – o vérnix caseoso. As sobrancelhas e os cabelos também são visíveis. Uma gordura marrom se forma da 17ª à 20ª semana, sendo o local de produção de calor no recém-nascido, em particular. Esse tecido adiposo especializado, encontrado principalmente no pescoço, em posição posterior ao esterno, produz calor pela oxidação de ácidos graxos. Com 18 semanas, o útero fetal já está formado e a canalização da vagina já começou. Com 20 semanas, os testículos já começaram a descer, mas ainda estão localizados na parede abdominal posterior. Da Vigésima Primeira à Vigésima Quinta Semana Ocorre um ganho de peso importante durante este período, e o feto está mais bem proporcionado. A pele é geralmente enrugada e mais translúcida. A pele tem coloração rósea a vermelha porque é possível ver o sangue nos capilares. Com 21 semanas começam os movimentosrápidos dos olhos, e foram relatadas respostas de piscar por sobressalto com 22 a 23 semanas. As unhas já estão presentes com 24 semanas. Também com 24 semanas, as células epiteliais secretoras (pneumócitos tipo II) dos septos interalveolares do pulmão começaram a secretar o surfactante, um lipídio tensoativo que mantém abertos os alvéolos pulmonares em desenvolvimento. Embora um feto de 22 a 25 semanas nascido prematuramente possa sobreviver inicialmente se receber cuidados intensivos, ele pode morrer, pois seu sistema respiratório ainda é imaturo. @juliaasoare_ Fetos nascidos antes de 26 semanas de gestação têm risco elevado de deficiência (funcional) no desenvolvimento neurológico. Da Vigésima Sexta à Vigésima Nona Semana Durante este período, em geral os fetos sobrevivem se nascerem prematuramente e receberem cuidados intensivos, porque os pulmões já se desenvolveram o suficiente para realizar trocas gasosas adequadas. Além disso, o sistema nervoso central já amadureceu para o estágio em que pode guiar o ritmo dos movimentos respiratórios e controlar a temperatura corporal. A mortalidade neonatal acontece principalmente em recém-nascidos de baixo peso ao nascer com 2.500 g ou menos. Com 26 semanas, as pálpebras já estão abertas e o lanugo e o cabelo estão bem desenvolvidos. As unhas dos pés tornam-se visíveis e uma considerável quantidade de gordura subcutânea está presente, suavizando muitas rugas da pele. Da Trigésima à Trigésima Oitava Semana O reflexo pupilar dos olhos à luz pode ser induzido com 30 semanas. Normalmente, ao final deste período, a pele é rósea e suave e os membros superiores e inferiores têm uma aparência gordinha. Os fetos nascidos com 32 semanas normalmente sobrevivem. Fetos com 35 semanas têm um aperto firme e orientam-se espontaneamente para a luz. Próximo ao termo (37 a 38 semanas), o sistema nervoso está suficientemente maduro para realizar algumas funções integrativas. Durante esse “período de acabamento”, a maioria dos fetos é gorda. Com 36 semanas, as circunferências da cabeça e do abdome são aproximadamente iguais. Conforme se aproxima o momento do nascimento, há uma desaceleração do crescimento. A maioria dos fetos pesa cerca de 3.400 g ao nascer. Durante as últimas semanas de gestação, o feto ganha cerca de 14 g de gordura por dia. O tórax é saliente e as mamas fazem leve protrusão em ambos os sexos. Data Provável do Parto A data provável do parto de um feto é de 266 dias, ou 38 semanas, após a fecundação (ou seja, 280 dias ou 40 semanas após o LNMP). Cerca de 12% dos bebês nascem 1 a 2 semanas após a data esperada do nascimento. Fatores que influenciam o crescimento fetal. O feto requer substratos para o crescimento e produção de energia. Gases e nutrientes passam livremente da mãe para o feto através da membrana placentária. A glicose é a principal fonte de energia para o metabolismo e crescimento fetal; os aminoácidos também são necessários. A insulina é necessária para o metabolismo da glicose e é secretada pelo pâncreas do feto. Acredita-se que a insulina, o hormônio de crescimento humano e alguns pequenos polipeptídios (p. ex., fator de crescimento semelhante à insulina I) estimulam o crescimento fetal. Diversos fatores — maternos, fetais e ambientais — podem afetar o crescimento pré-natal. Em geral, fatores que atuam durante toda a gravidez, como o tabagismo e o consumo de álcool, tendem a fazer com que as crianças tenham restrição ao crescimento intrauterino (RCIU) e sejam pequenas, enquanto fatores que atuam durante o último trimestre (p. ex., desnutrição materna) geralmente fazem com que elas tenham peso reduzido, mas com comprimento e tamanho da cabeça normais. A desnutrição materna grave resultante de dieta de má qualidade causa redução no crescimento fetal. Os neonatos (recém-nascidos) resultantes de gravidez de gêmeos, trigêmeos e outras gravidezes múltiplas geralmente pesam menos do que os bebês resultantes de uma única gravidez. Isso mostra que os requisitos totais de dois ou mais fetos excedem o fornecimento nutricional disponível da placenta durante o terceiro trimestre. A repetição de casos de RCIU em uma família indica que genes recessivos podem ser a causa do crescimento anormal. Nos últimos anos, também foi demonstrada a associação de aberrações estruturais e numéricas nos @juliaasoare_ cromossomos com casos de retardo de crescimento fetal. O RCIU é acentuado em recém-nascidos com trissomia do 21 (síndrome de Down). O baixo peso ao nascer tem se mostrado um fator de risco para muitas doenças em adultos, incluindo hipertensão, diabetes e doenças cardiovasculares. O peso elevado ao nascer, resultante de diabetes gestacional, está associado a obesidade e diabetes no adulto. Idade gestacional e idade embrionária. Idade gestacional é vagamente definida como o número de semanas entre o primeiro dia do último período menstrual normal da mãe e o dia do parto. Mais precisamente, a idade gestacional é a diferença entre 14 dias antes da data da concepção e o dia do parto. A idade gestacional não é a idade embriológica real do feto, mas é o padrão universal entre obstetras e neonatologistas para discutir a maturação fetal. Idade embriológica é o tempo decorrido desde a data da concepção até a data do parto e é 2 semanas menor que a idade gestacional. As mulheres podem estimar a data da concepção com base no período de ovulação como identificado por testes hormonais em casa e/ou medições da temperatura corporal basal. Contudo, a data da concepção só é conhecida de modo definitivo quando a fertilização in vitro ou outras técnicas de reprodução assistida são usadas. Anencefalia (PIERANGELI, 2021) No embrião, já no seu 18° dia inicia-se a formação do sistema nervoso com a chamada placa neural. Num processo de desenvolvimento, com a formado do tubo neural, se formará o cérebro e a medula espinhal, que edificam o sistema nervoso central e a crista neural. Nesse processo de desenvolvimento embrionário, podem advir malformações de maior ou menor gravidade. A mais severa de todas a anencefalia, que se caracteriza pela ausência de urna grande parte do cérebro, pela ausência da pele que teria de cobrir o crânio na zona do cérebro anterior, pela ausência de hemisférios cerebrais e pela exposição exterior do tecido nervoso hemorrágico e fibriótico. Referências: Tortora, Gerard, J. e Bryan Derrickson. Princípios de Anatomia e Fisiologia . Disponível em: Minha Biblioteca, (14ª edição). Grupo GEN, 2016. MOORE, K. L.; PERSAUD, T. V. N. Embriologia Clínica. 8ª edição. Editora Elsevier, Rio de Janeiro, 2008. 365p @juliaasoare_
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